Tudo está bem quando acaba bem

Enquanto isso

Harry continua aguardando. Agora além de Gina e Sirius, ele espera também por Remo que ficou de lhe passar informações sobre a sua alta. Por ele, Harry já teria abandonado aquele quarto para saber o que está acontecendo, ele sabe que Gina não o deixaria assim e que se a sua ruiva não apareceu ainda, algo deve estar acontecendo. Mas já faz mais de uma hora que ela saiu. O que será que aconteceu? Ele fala com seus botões

Neste momento Sirius chega – desculpe, garoto, eu fui resolver umas coisas e acabei me enrolando. Você já teve alta?

- Ainda não – Harry suspira desanimado – o doutor Lupin foi ver se poderia fazer algo e também sumiu – Harry diz consciente que está parecendo um menino mimado ao dizer isso

- E a Gina? – Sirius pergunta preocupado – ainda não voltou?

- Ainda não e confesso que estou ficando preocupado – Harry diz – espero que os avós do Cody não tenham sido tão desagradáveis com ela

- Você quer que eu vá procurá-la? – Sirius diz – pode ser que ela esteja precisando de ajuda – ele completa meio culpado por havê-la deixado, mesmo que fosse por uma boa causa

Como se estivesse ouvindo a conversa, Gina chega. A sua expressão está pálida o que faz com que Harry se levante imediatamente – você está bem, ruiva? O que aconteceu?

- Eu estava com o Adam – ela consegue balbuciar com dificuldade – ele estava me pedindo perdão e dizendo que, apesar de tudo o que fez, amava o Cody. Então tudo começou a apitar e os médicos me tiraram de lá – ela diz enquanto as lágrimas descem – ele não pode morrer, Harry. Como eu vou dizer para o meu filho que o pai se foi?

Harry a abraça. Ele gostaria de dizer que vai ficar tudo bem quanto a isso, mas sinceramente ele não vê como. Se este homem morrer certamente Cody vai ficar desolado e caso o improvável aconteça e ele sobreviva certamente irá pagar pelo que fez o que também deixará o garotinho inconsolável, então a única coisa que ele diz é

- Você tem que ser forte, ruiva. Eu estou aqui com você

Sim, Harry está com ela... Ela pensa enquanto se aninha nos braços do amado, o lugar onde ela gostaria de estar até que todo este pesadelo acabe

- Foi horrível – ela diz – num momento ele estava falando comigo, pedindo perdão. No outro...

Sirius olha para o casal, ele não quer interromper o momento, mas às vezes é necessário. Então ele diz – eu vou tentar descobrir algo sobre seu ex-marido e ver se está tudo certo com a sua alta, Harry – ele olha para Gina – eu tenho certeza que se ele estivesse morto, alguém já teria vindo avisar. Então fique calma e espere ok

O detetive se retira, Harry pega a mão de Gina e a faz se sentar na cama de hospital. Ele se senta ao seu lado logo em seguida – Sirius está certo, ruiva. Se o pior tivesse acontecido, com certeza alguém já teria vindo avisar

Um pouco depois, Sirius retorna acompanhado por Remo Lupin. Harry tenta ler em seu semblante que tipo de notícias seu padrinho trás, mas talvez treinado pelos anos como detetive particular a sua face não deixa transparecer qualquer tipo de emoção

Harry olha para Gina e tem a impressão que a ruiva se esqueceu de respirar e que vai permanecer assim até que Sirius diga alguma coisa, então ele diz:

- Alguma notícia? O que aconteceu?

- Ele foi entubado e não está bem – o detetive diz – mas continua vivo e os médicos estão esperançosos, mas... – Sirius respira fundo – a bala fez um grande estrago na espinha e caso ele consiga sobreviver não há garantias que volte a andar

Gina olha para o detetive e um bolo começa a se formar em sua garganta. Ela estava se preparando para duas coisas, para que seu ex-marido não sobrevivesse e para que ele conseguisse escapar e pagasse pelo que fez. Em momento algum a ruiva esperava por algo desta natureza

Harry abraça Gina. A ruiva está gelada, a impressão que dá é que ela vai vomitar ou talvez desmaiar a qualquer momento. Ele faz com que ela se sente enquanto diz – calma, ruiva. Você precisa ser forte agora, eu estou com você

Sirius pigarreia meio sem jeito por interromper o momento quando diz – a sua alta já está assinada, Harry. Eles queriam te deixar por mais um dia, mas o doutor Lupin aqui se responsabilizou por você, então já pode ir pra casa

Harry olha para Gina, tanto quanto ele está feliz por finalmente poder sair deste hospital, nada no mundo o fará deixar a sua ruiva sozinha neste momento – eu vou me trocar e encontro vocês lá fora – ele diz – vamos tentar descobrir mais alguma coisa antes de ir – ele olha para a ruiva – eu sei que você quer ficar, mas o Cody deve estar sentindo a sua falta

- Eu sei – ela respira fundo – mas eu não sei como vou encarar meu filho e dizer que o pai dele pode morrer e eu simplesmente fui embora

- Você não vai simplesmente embora, Gina – quem diz isso é Sirius – ninguém vai pensar que você está abandonando o pai do seu filho em uma situação difícil, mesmo com tudo o que ele fez. Mas você não pode fazer nada aqui, ele está na unidade de terapia intensiva e ninguém pode ficar lá. O Remo tem contatos no hospital e eu garanto que estaremos a postos com qualquer novidade, seu filho precisa de você agora

Por alguns instantes Gina fica sem saber direito o que dizer, mas o braço de Harry em seu ombro lhe dá a força que ela precisava para assentir em concordância – vocês prometem que qualquer coisa que acontecer eu serei avisada? – ela diz

- Eu prometo, Gina – Remo responde – o chefe da cirurgia fez faculdade comigo e somos bastante amigos, ele certamente me avisará se eu pedir

- Vamos pra casa – Harry diz segurando a mão da sua amada e ambos se retiram

XXXXX

Mais tarde, na mansão Dumbledore

Harry sorve uma xícara de chá depois de falar para Minerva pela décima ou décima quinta vez que está bem e de se desculpar com Dumbledore por ter escondido toda a história mais ou menos pela mesma quantidade de vezes e de contar com detalhes tudo o que aconteceu incluindo o fato do pai do menino estar envolvido na história e de ter amenizado ao máximo as circunstâncias pelas quais acabou levando o tiro

Gina logicamente foi ficar com Cody e por mais que Harry quisesse estar com ela, ele sabia que deveria ir a sua casa acalmar o coração da sua família

Família... Ele demorou muito tempo pra admitir, mas agora ele sabe que mais do que nunca seu lugar é ali com seu avô postiço, com a senhora que foi mais do que a sua avó, com uma ruiva esquentada que lhe tirou o sono desde a primeira vez que a viu e com um garotinho incrível e corajoso a quem ele quer como um filho

Harry deveria estar feliz, mas na verdade esta constatação o apavora de uma forma quase insana. É como se uma parte dele estivesse cochichando em seu ouvido que ele não é merecedor de nada disso, que certamente ele irá estragar tudo mais cedo ou mais tarde

- Tem certeza que está tudo bem? – Dumbledore lhe pergunta e Harry evita olhar para o senhor, ele sabe que Dumbledore consegue ler os seus sentimentos com um simples olhar. Sempre foi assim, então ele murmura – agora está tudo bem, tanto quanto poderia estar com tudo que aconteceu – ele se levanta – eu vou ver a Gina e o Cody agora. Eu só passei aqui porque queria que vocês vissem que eu realmente estou inteiro e bem

- Faça isso, meu jovem – Dumbledore assente em concordância – e diga para a Gina que seria bom que ela passasse uns dias aqui comigo e se ela disser que está tudo bem e que ela pode cuidar de si mesma, argumente dizendo que tem um velho convalescente que se sentiria melhor em tê-la e ao Cody sob as suas vistas nem que seja por uns dias

Harry assente com a cabeça sorrindo só mesmo Dumbledore para ter esta lógica e só mesmo ele para acertar em cheio as reações da sua ruiva

- Eu vou pedir ao Hagrid para levá-lo – o ancião completa – e nem tente dizer que você está bem para dirigir, eu sei que esse pessoal do hospital tem mania de dar litros de tranquilizante para as pessoas e com certeza você ainda deve estar sob algum tipo de efeito

Embora Harry ache que está perfeitamente bem para dirigir, a última coisa que ele quer é preocupar Alvo Dumbledore, então ele apenas concorda e diz – não me esperem para dormir, a não ser que Gina queira ficar aqui hoje eu devo passar a noite lá

- Faça isso, meu jovem – Dumbledore diz – seu lugar é junto dela e do Cody

Harry assente com a cabeça e sai com as últimas palavras de Dumbledore em sua mente

XXXXX

Mais tarde, na casa de Gina

Hermione e Rony acabaram de sair após se certificarem que Harry ficará com Gina e Cody. A ruiva declinou da proposta de Harry para que ela e o menino fossem para a casa de Dumbledore, mas prometeu passar uns dias lá em breve nem que seja para acalmar o coração do velho senhor

O pequeno ruivo já está dormindo, mas nem Harry e nem Gina fizeram qualquer movimento para levá-lo para a cama. É como se eles precisassem ficar com o menino sob as suas vistas para ter certeza que finalmente o pesadelo acabou

Harry sorve o perfume de Gina que está em seus braços com a cabeça de Cody em seu colo. Se há um ano atrás alguém dissesse que ele estaria perfeitamente confortável com esta cena familiar, ele provavelmente daria risada

- Está tudo bem? – Gina o tira do devaneio – você está muito calado

- Eu que deveria estar perguntando isso, sabia? – Harry diz enquanto tira uma mecha do cabelo de Gina do rosto dela e não pode deixar de pensar que é a segunda vez que alguém lhe faz esta pergunta hoje – como você está?

- Ainda tentando entender o que foi toda essa loucura – ela diz com um suspiro – e muito grata por tudo ter de uma forma ou de outra terminado e apavorada só em pensar que meu pequeno pode perder o pai. Ele ficaria arrasado – ela sente uma lágrima descer lentamente e sente a mão de Harry passar suavemente em seu rosto

- Eu estou aqui – Harry diz – e vamos passar por isso juntos. Seja o que for que acontecer eu vou estar do seu lado, Gina, e vou estar com o Cody também. Seu filho é um garotinho incrível, ele é forte e vai passar por isso. Nós vamos estar aqui para o que ele precisar e mais cedo do que você pensa ele vai voltar a ser o mesmo Cody de antes desta loucura toda acontecer

- Eu te amo, sabia? – ela diz com um sorriso fraco – e apesar de tudo o que está acontecendo, eu estou feliz por ter você ao meu lado

- Eu estou aqui e não vou a lugar algum e, a propósito, eu também te amo – ele responde e tenta não deixar transparecer a sua surpresa em fazer tal confissão. Ele olha para ela – você deveria tentar dormir um pouco

- Não sei se consigo ficar longe do Cody agora – ela diz – não quero deitar e de repente acordar e ver que isso foi um sonho e que a história ainda não terminou

- Ele pode ficar na cama com você – Harry responde depois de pensar um pouco. Por mais que ele queira compartilhar o leito com Gina é do filho que ela precisa agora

Ele então pega o garoto adormecido e sobe as escadas tendo Gina logo atrás

- Você se incomoda se eu tomar um banho? – ela diz – acho que estou precisando

- Imagine, ruiva, a casa é sua – ele se permite fazer um gracejo – eu fico com o pequeno para o caso dele acordar – Harry diz tentando não focar em Gina nua na banheira

- Fique a vontade eu não demoro – ela diz enquanto se dirige ao banheiro

XXXXX

Enquanto isso

Sirius espera o seu contato. Com tudo o que aconteceu ele acabou não dando tanta atenção ao problema que estava ocorrendo nas empresas Dumbledore, afinal prioridades precisavam ser estabelecidas, mas agora que felizmente o garoto está são e salvo é hora de focar novamente nos desfalques

O detetive pode dizer que já está a um passo de resolver tudo, faltam apenas alguns detalhes. Sirius conhece bem a forma como a justiça age e sabe que sem provas incontestáveis um bom advogado pode colocar todo o seu trabalho a perder

Então tudo tem que ser milimetricamente cronometrado, a ratoeira está armada, agora é só esperar o rato ter fome e tentar pegar a isca

XXXXX

Pouco depois

Gina sai do banho sentindo-se revigorada. A ruiva não pode dizer que a sua higiene pessoal foi prioridade nas últimas horas, mas agora que o pesadelo acabou ou pelo menos a maior parte dele, a jovem mulher pode enfim se preocupar consigo mesma por alguns minutos

Ela vê Cody dormindo tranquilamente ocupando quase toda a sua cama enquanto Harry folheia uma revista. É uma cena doméstica que aquece seu coração e a faz agradecer mais uma vez por tudo ter terminado

- Tudo bem? – ela pergunta para Harry

- Tranquilo – ele responde – o pequeno aí mal se mexeu, deve estar realmente cansado – ele olha para o garoto – seu filho é um garotinho incrível. Não sei se conseguiria dormir desse jeito se estivesse estado no lugar dele

- Sim, ele é – Gina diz ao mesmo tempo em que não segura um bocejo – desculpe – ela diz meio sem jeito

- Não se desculpe, ruiva. Eu sei que você está cansada, todos nós estamos, não é mesmo? – Harry sorri solidário – o que você acha de tentar disputar espaço com este moço na cama? Não garanto que você vai conseguir, mas sempre se pode tentar. Eu fico esperando lá embaixo

Gina olha para ele. Tanto quanto ela realmente sabe que precisa descansar um pouco, a ruiva não quer que Harry fique longe, então ela diz meio sem jeito – você também precisa descansar, eu te ofereceria o quarto do Cody, mas a cama dele é infantil e com certeza você vai ficar desconfortável

- Não se preocupa, ruiva – ele diz – eu me ajeito no seu sofá, o que foi? – ele pergunta ao ver que ela o encara fixamente

- Bem... É que minha cama tem bastante espaço pra nós três – ela vê que Harry a encara espantado – desculpa, foi só uma ideia, achei que você fosse ficar entediado lá embaixo sozinho, mas tudo bem se você não quiser...

- Imagine – ele sorri – embora eu saiba que você só quer aliados pra lutar contra o baixinho espaçoso aí – ele aponta para o menino que agora está mais espalhado ainda

- Não tenha esperanças – ela sorri de volta – quando se trata de garantir seu espaço na cama esta criança lutaria com um exército e ganharia

- Não duvido, ruiva, não duvido – ele diz enquanto se ajeita ao seu lado no leito, tanto quanto ele gostaria de que a noite fosse mais, digamos, quente. Harry também fica satisfeito com a sensação de aconchego que simplesmente ter Gina adormecida em seus braços lhe trás. É como se isso fosse o certo e que amanhã será outro dia...

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NOTA DA AUTORA

Nem sei se tem mais alguém por aqui, mas sempre me sinto na obrigação de escrever alguma coisa no final para (mais uma vez) justificar a minha demora e dizer (novamente) que mesmo que eu não apareça com a frequência que gostaria, eu pretendo sim terminar a história.

Eu já devo ter falado nesta e nas demais fics que escrevo que estou tentando me organizar pra não demorar tanto pra atualizar, mas infelizmente fatores alheios a minha vontade acabaram me tomando meu já escasso tempo. Eu adquiri uma tendinite que já atacou meus dedos e o cotovelo esquerdo (eu sou canhota) e graças a isso tenho que dedicar uma parte do meu dia à fisioterapia, por sorte o médico não me proibiu de usar o computador ou nada do tipo então sempre que tenho um tempinho estou escrevendo

Bem, espero que tenham gostado do capítulo. Posso dizer que já estamos na reta final, não sei quantos capítulos ainda restam, mas não falta muito. Quem ainda estiver por aqui eu peço encarecidamente que deixe uma palavrinha só pra eu saber que não estou escrevendo pras moscas.

Bjos e até o próximo

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