Fatos do passado



No hospital



Harry está sozinho em uma sala que funciona como uma capela, ele deu uma desculpa qualquer para sair da sala de espera. Harry precisa ficar sozinho, nem Gina neste momento conseguiria aplacar seu coração aflito. Ele maldiz a hora em que planejou desmascarar Pettigrew desta forma. Harry sabia dos riscos que corria com a saúde de Dumbledore e mesmo assim armou aquele teatro e neste momento a culpa o consome, se Dumbledore morrer, Harry nunca se perdoará



Faz muito tempo que ele não chora, desde que percebeu que isso não iria ajudá-lo em nada, mas neste momento Harry não consegue conter as grossas lágrimas que rolam por sua face e ele se pega lembrando das orações que eram obrigados a fazer nos inúmeros internatos que passou. Para ele na época eram apenas palavras vazias, mas agora ele deseja fervorosamente que tenha algum tipo de poder místico nestas palavras que possam fazer com que nada de mal aconteça ao homem a quem ele vê como um avô



Além de tudo, ainda há Gina. Harry sabe que a sua ruiva ama Dumbledore tanto quanto ele e Harry não vai aguentar encará-la se algo acontecer ao ancião por sua culpa, é como se todos os seus pesadelos se materializassem diante dos seus olhos



Ele está preso em seu sofrimento e mal nota que Sirius senta-se a seu lado, o detetive não fala nada, é como se ele soubesse que neste momento palavras seriam inúteis, Sirius conhece seu afilhado muito bem e sabe o turbilhão de emoções que passa por sua cabeça. Mesmo que Harry já seja um homem feito, Sirius sabe reconhecer o garoto sofrido que ainda o habita



Ele dá a Harry o tempo necessário para se acostumar com sua presença e quem sabe dizer o que se passa em seu coração atormentado. No entanto isso não acontece o que não é nenhuma surpresa para seu padrinho. Sirius sabe que seu afilhado não é exatamente alguém que lida com as emoções com facilidade, herança da sua infância solitária, mas Sirius sabe também que Harry precisa de alguém que o ouça neste momento mais do que nunca



- Não é culpa sua, Harry – finalmente o detetive diz. Ele conhece seu afilhado melhor do que qualquer um, e ele sabe exatamente o que passa em seu coração atormentado



- Como não é culpa minha? – Harry responde mais rispidamente do que gostaria – eu não podia ter armado toda essa palhaçada, eu sabia dos riscos, eu sabia que o coração dele não estava forte, eu sabia que isso poderia acontecer. É minha culpa, Sirius. É minha culpa e eu nunca vou me perdoar...



- Se é sua culpa – Sirius obriga Harry a encará-lo – então é minha culpa também, já que eu articulei tudo, é culpa do doutor Lupin que concordou que Alvo fosse submetido a isso, é culpa até da Gina que poderia ter feito algo pra impedir – ele vê que Harry quer dizer alguma coisa, mas o impede – todos nós somos um pouco culpado então. E, além disso, quem garante que se nós apenas tivéssemos contado tudo ele não iria enfartar do mesmo jeito? Ou passou pela sua cabeça manter Dumbledore no escuro enquanto alguém que ele ajudou o traía de uma forma tão baixa?



A boca de Harry se abre e fecha várias vezes. Ele quer argumentar, mas no momento não há palavras para isso. A única coisa que ele sabe é que a última vez que sentiu uma dor tão intensa foi quando seus pais morreram. A sensação de impotência que o consumiu foi algo muito parecido com o que ele está sentindo agora e ele sabe que por mais que Sirius ou qualquer pessoa diga que não foi sua culpa, ele mesmo precisa acreditar nisso para se sentir melhor, mas ele não acredita.



- Como ele está? – Harry pergunta cautelosamente enquanto diz para si mesmo com todas as suas forças que se o pior tivesse acontecido o semblante de seu padrinho seria outro



- Estável - Sirius diz e sorri ligeiramente ao ouvir o suspiro aliviado que Harry emite – não chegou a ser um enfarto, embora seu estado inspire cuidados. Ele quer ver você



Harry solta o ar preso em seus pulmões enquanto sente os olhos arderem com as lágrimas que teimam em cair. Ele assente com a cabeça enquanto diz – eu vou – ele respira fundo – eu só preciso de um minuto



O detetive assente com a cabeça – quando você estiver pronto, garoto. Tome o tempo que precisar



Sirius sai deixando Harry sozinho novamente dando ao afilhado o tempo que ele precisa para se preparar para encarar Alvo Dumbledore



XXXXX



Um pouco antes no quarto



Gina segura a mão do seu patrão e amigo, ela ainda não se recuperou do susto que tomou quando Alvo passou mal. Por sorte não chegou a ser um enfarto, apenas uma consequência do dia de pesadas emoções que viveu. Ela respira fundo enquanto se recrimina por ter deixado as coisas chegarem a esse ponto, ela como a pessoa que esteve mais próxima a Alvo durante sua doença deveria ser responsável por manter as coisas sob controle, o que ela não fez. Ela se culpa por isso mentalmente ao mesmo tempo em que agradece aos céus por não ter acontecido algo pior



A ruiva não pode deixar de notar que Harry não ficou na sala de espera aguardando notícias embora tenha seguido a ambulância. Era possível notar toda a sua apreensão, Gina conhece seu amado muito bem para saber que a culpa o está consumindo, por sorte e graças aos céus foi apenas um alarme falso, Gina sabe que Harry Potter não suportaria caso algo acontecesse a Dumbledore, ela sabe que ele se sente culpado e ela desconfia que ele deve estar pensando que ela o culpa



- Não foi desta vez – ela ouve alguém dizer e sorri ao ver que apesar de tudo ele não perdeu seu bom humor, às vezes ela pensa que seu patrão e amigo se acha imortal, por mais sério que os seus problemas de saúde sejam, a ela sempre parece que Dumbledore não dá a eles a devida importância, é como se ele sempre soubesse que a sua hora ainda não chegou



- Não foi desta vez – ela sorri enquanto acaricia a mão do ancião – mas você nos deu um susto e tanto. Se não parar com isso um de nós vai acabar enfartando antes devido aos sustos que você dá



- Eu ainda vou ficar muito tempo com vocês, menina – Dumbledore diz com confiança – eu não estou pronto para partir – ele encara a sua assistente e amiga – onde está o Harry?



Gina fica meio desconcertada. Ela não sabe como Dumbledore está encarando o fato de acordar e não ver Harry Potter, a ruiva sabe que por mais amigos que sejam, é Harry e não ela que faz parte da sua família e que não o encontrar lá neste momento pode fazer com que Alvo interprete que Harry ainda guarda alguma mágoa sobre tudo que aconteceu quando seus pais morreram, então ela diz:



- Ele foi lá fora respirar um pouco – ela olha para o ancião – ele ficou muito preocupado e está se sentindo culpado, você o conhece



- Sim, eu imagino – Dumbledore fala e por um instante fica pensativo – eu sei como ele se sente. Mesmo que tenha ficado distante por tanto tempo, eu conheço Harry muito bem – Dumbledore diz e neste momento não parece o velho brincalhão que sempre foi. Seu semblante está sério – eu preciso conversar com ele e contar tudo o que se passou depois da morte de seus pais. Não sei se ele irá entender, mas chegou a hora de contar a verdade – ele olha para a sua amiga – Minerva está aqui? Por favor, chame-a – ele diz ao ver que Gina assente com a cabeça – ela esteve a meu lado o tempo todo e pode testemunhar o que vou dizer



- Alvo – a ruiva diz – talvez não seja o melhor momento. Você acabou de passar mal, trazer esse assunto a tona agora pode fazer a sua saúde piorar



- Menina – ele diz com o costumeiro tom paternal – eu já esperei tempo demais, Harry já esperou tempo demais. Está na hora de tirarmos estes esqueletos do armário. Eu não sou imortal, mesmo que de vez em quando eu pareça ser – ele diz e recebe um sorriso de Gina – o Harry precisa disso pra seguir em frente. Depois que ele souber a verdade vai caber a ele me perdoar e entender, ou não. Eu sei do dano que eu causei quando abri mão da sua custódia, mas espero que ele entenda os motivos



Gina olha para o amigo. A seu ver não seria a hora de tocar num assunto tão delicado, não quando você está em uma cama de hospital após ter quase tido outro enfarto, mas ela conhece Dumbledore muito bem para saber que se para ele agora á a hora de resolver esta pendência, nada o fará desistir. Então ela sai do quarto para chamar Harry e Minerva



XXXXX



Um pouco depois



Harry respira fundo enquanto bate levemente na porta do quarto anunciando a sua entrada. Ele entra sem olhar para os presentes, seu olhar se fixa no ancião em sua cama, o semblante de Dumbledore está pálido e ao contrário da sua costumeira feição despreocupada, seus olhos mostram que há algo no ar



Ele está me culpando... Harry não consegue evitar o pensamento. Ou talvez ele ache que fomos longe demais para fazer o Pettigrew se entregar



- Sente se, Harry – a voz de Dumbledore o tira do devaneio – nós precisamos conversar



- Você ainda está convalescendo – Harry diz – eu não quero que nada atrapalhe a sua recuperação, podemos deixar para falar sobre o que aconteceu outra hora. Eu sinto muito que tenha sido assim, mas eu não poderia deixar que ele continuasse...



- Não, Harry – Dumbledore o interrompe – eu sei que você não poderia deixar que isso continuasse e eu também sei que se ele não tivesse confessado, eu sempre iria ter dúvidas se fizemos a coisa certa. Não se culpe pelo meu coração pregar essas peças, você não tem como saber, ninguém tem como saber. Eu vou partir quando chegar a minha hora e nem você nem ninguém terá qualquer culpa nisso – ele respira fundo – mas não é sobre isso que eu quero conversar, o que eu quero agora é colocar tudo em pratos limpos sobre o motivo que me levou a abrir mão da sua custódia, você já tem idade para saber e decidir se pode ou não me perdoar



Neste momento Minerva entra, seu semblante demonstra toda apreensão das últimas horas e saber que Alvo quer ter essa conversa com Harry faz com que a sua preocupação aumente



- Sente se, Minerva – Alvo faz um sinal para a sua governanta – eu sei que essa conversa vai ser difícil pra você também, mas agora é a hora – ele vê que ela quer dizer alguma coisa, mas faz sinal para que ela se cale – Harry tem o direito de saber, eu não posso mais adiar. Talvez não haja outra chance – ele olha para Harry – sente-se também, garoto. Vai ser uma conversa longa



Dumbledore fica em silêncio por um momento, é como se a sua mente estivesse longe. Enfim ele respira fundo e começa:



- Como você sabe, eu me casei com a sua avó quando o seu pai era um garotinho e eu logo me afeiçoei a ele. A sua avó era uma pessoa maravilhosa, cheia de vida. Ela era uma artista nata, tocava piano como ninguém, gostava da vida ao ar livre, era generosa, gostava de viajar, uma mulher como poucas.



Harry permanece em silêncio tentando saber como isso seria relevante para o fato de Dumbledore ter aberto mão da sua custódia. Dumbledore percebe a interrogação em seu olhar e continua:



- Você já ouviu falar em E. L. A.? – ele vê que Harry balança a cabeça negativamente – é a sigla para esclerose lateral amiortrófica, é uma doença degenerativa, uma doença terrível que paralisa todos os músculos do seu corpo. Você vai perdendo as suas funções motoras, perde a capacidade de respirar até que um dia você se torna apenas um cérebro num corpo sem vida – ele para e respira fundo – um ano depois que você nasceu a sua avó foi diagnosticada com essa doença, como você deve imaginar isso nos tirou o chão



Harry tenta puxar pela memória. Ele era apenas uma criança, mas ele tem uma vaga lembrança da sua avó em uma cadeira de rodas sempre cansada demais para dar atenção ao netinho



- Nós tentamos de tudo – Dumbledore o tira do devaneio, ele suspira e continua – tentamos todos os tipos de tratamento, até mesmo fora do país, nós sabíamos que não havia cura, mas queríamos tentar pelo menos evitar que a doença progredisse, mas infelizmente nada deu resultado e poucos anos depois ela já estava acamada e não conseguia comer sozinha, ela foi ligada a uma sonda para alimentação e precisava de ajuda de um respirador artificial



- Alvo... – Minerva fala quando vê que os olhos do seu amigo se enchem de lágrimas



- Não – ele a interrompe – eu preciso continuar por mais que isso me doa – ele respira fundo – quando ela viu que nada adiantaria, ela me fez jurar que não a deixaria virar um vegetal, que não a deixaria acabar os seus dias em uma cama sem conseguir sequer respirar sozinha



- Bem – Dumbledore continua, ele limpa discretamente uma lágrima furtiva – um dia logo pela manhã, eu fui ao quarto em que ela estava e vi que ela estava morta, eu rapidamente chamei James. Foi difícil para nós dois, mas finalmente ela estava em paz – ele respira fundo – a sua avó implorava que acabássemos com o seu sofrimento...



- Você está querendo dizer que alguém praticou eutanásia na minha avó? – Harry pergunta, estarrecido, ele não consegue conectar o que isso tem a ver com a sua custodia – foi você?



- Não, Harry, não fui eu. Ela me implorou que eu fizesse isso e eu sabia que ela estava sofrendo, mas eu nunca tive essa coragem. Ela pediu a seu pai também, mas eu não sei... Simplesmente pode ter sido o destino, não há como saber. O fato é que durante muito tempo nós desconfiamos um do outro ninguém falava nada, mas a desconfiança estava lá. Quando seus pais morreram, eu sabia que eles gostariam que você ficasse comigo e eu estava disposto a fazer isso, mas assim que os funerais aconteceram, eu recebi uma visita dos seus tios



Harry permanece em silêncio, é muita informação para ele. Dumbledore continua:



- Não vou me estender muito, mas a versão resumida é que seus tios disseram que a sua mãe acabou falando a respeito do pedido da sua avó e que ela desconfiava que eu não havia suportado ver o sofrimento dela e realizei o seu último desejo. Eles disseram que se por acaso eu teimasse em brigar pela sua custódia, eles iriam tirar os esqueletos do armário e avisar a polícia e isso fatalmente faria com que eles ganhassem a custódia mais facilmente



- Então ela o chantageou? – Harry fala, abismado – e o senhor cedeu a chantagem por meio de ser acusado de assassinato?



Dumbledore olha para Harry por um minuto ou dois. Então ele respira fundo e continua:



- Sim, Harry, eu cedi à chantagem, mas não por medo de ser acusado de assassinato, eu tinha a minha consciência limpa – ele para por um segundo como se estivesse decidindo se deveria continuar ou não – depois que a sua avó se foi, o clima entre eu e seu pai ficou, como posso definir, um pouco estranho. Não houve animosidade ou nada do tipo, mas estava lá



- Não entendo – Harry diz, meio confuso



- A sua avó me implorou que o sofrimento dela tivesse fim, mas também pediu isso ao seu pai várias vezes, quando eu encontrei a sua avó morta eu sabia que não tinha sido eu e sabia que poderia ser apenas um acaso do destino, mas eu sempre me perguntei se o seu pai teve a coragem que eu não tive...



- Então o senhor achava que meu pai havia matado a minha avó – Harry interrompe tentando não deixa que a sua voz suba



- Na verdade eu meio que me proibi de pensar nisso – Dumbledore diz depois de refletir um pouco - o meu pensamento sempre foi que finalmente ela havia parado de sofrer e estava em paz. Sempre que eu olhava para James eu procurava ter isso em mente e a última coisa que eu queria era ver a memória do seu pai manchada dessa forma



Harry fica em silêncio, ele não sabe direito o que pensar, muito menos o que falar. De todas as teorias mirabolantes que ele elaborou em sua cabeça para justificar o que aconteceu nada chegaria perto da realidade. Dumbledore suspira e continua



- É claro que eu tentei entrar em contato com você durante algum tempo, mas sempre foi negado. Então eu acabei desistindo, quando você fez dezoito anos eu resolvi fazer uma última tentativa já que você agora respondia por você mesmo



- E eu não te atendi – Harry completa sem mais palavras



- Você estava magoado, eu entendo – Dumbledore fala – aí eu vi que o estrago já havia sido feito – ele baixa os olhos – durante um tempo eu tive esperança que você me procurasse, mas depois resolvi deixar você viver a sua vida – ele encara Harry – mas eu sempre estive por perto e me orgulhei muito do homem que você se tornou



Harry não sabe o que dizer, ele guardou anos de mágoa pensando que fora traído por aqueles que considerava sua família, o que era perfeitamente aceitável enquanto era uma criança, mas depois de adulto ele deveria ter esclarecido esta situação. Isso teria poupado a todos muita coisa, talvez as empresas não estivessem quase ido à falência, talvez Dumbledore não tivesse tido o infarto e, além disso, ainda tem a questão da sua avó, Dumbledore diz que ele não teve coragem, será que seu pai teria coragem de desligar os aparelhos da própria mãe? O que teria acontecido se esta história tivesse vindo à tona? O escândalo certamente teria manchado a memória do seu pai, então sem que ele tenha controle ele se vê perguntando – por favor, diga a verdade, você realmente achava que meu pai tinha desligado os aparelhos?



Dumbledore respira fundo – sim, Harry. Eu achava, eu nunca falei nada pra ele, mas eu achei isso até o dia do acidente



- E James achava que você tinha feito isso – Minerva, que até então estava calada, diz



Ela vê que Dumbledore a encara Minerva suspira e continua – Lily falou comigo uma vez sobre isso. Ela dizia que James muitas vezes pensou em acabar o sofrimento da mãe, mas que ele nunca teria coragem. Então no dia em que ela faleceu automaticamente ele achou que tinha sido você, Alvo



- Não, Minerva – ele diz – não fui eu, como já te disse várias vezes – ele a encara como se não acreditasse que a sua mais antiga amiga não acredite nas suas palavras



Minerva suspira – eu sei, Alvo. Eu sei que não foi você, eu sei que não foi James também. Se a história da chantagem tivesse chegado até mim a tempo, muita coisa poderia ser evitada, tanto sofrimento... – ela diz e seus olhos se enchem de lágrimas. Ela olha para Harry – a sua avó era uma mulher incrível e nós éramos mais amigas do que patroa e empregada, quando ela viu que o seu destino era pior do que a morte, ela pediu a James e a Alvo que acabassem com o seu sofrimento – ela respira fundo – ela pediu pra mim também – Minerva olha para os presentes e vê que todos a encaram em silêncio – eu pensei que nunca fosse ter coragem, mas na noite em que ela se foi, eu fui ao quarto ver se tudo estava bem e a sua avó estava acordada. Ela quase não dormia, eu fui ajeitar o travesseiro dela e ela me encarou, ela já não falava, não andava, mas os olhos... Eu ainda via que ela estava lá e ela me olhou tão profundamente – Minerva limpa uma lágrima furtiva – ela me olhou implorando que eu acabasse com o seu sofrimento e eu... Eu desliguei os aparelhos e fiquei ao seu lado segurando a sua mão até que tudo acabasse. Depois religuei tudo e fui para a cama, eu sei que deveria me sentir culpada, mas eu não senti, eu fiquei aliviada, ela estava em paz. Talvez eu devesse ter contado o que eu fiz, mas eu não tive coragem. Eu sei que ela havia pedido pra você Alvo e para o James também, mas eu tive medo que vocês me culpassem e eu tenho vivido com isso por todos estes anos. Quando eu soube da chantagem, os Dursleys já estavam com a sua custódia, eu procurei um advogado pra saber se havia algum modo do Alvo voltar atrás e recuperar você. Eu estava disposta a me entregar, mas o advogado disse que como Alvo havia desistido, ele só poderia abrir um processo se houvesse um motivo forte, maus tratos ou algo assim. Então eu guardei o meu segredo por todos estes anos. Eu peço desculpas, se eu soubesse...



Harry olha para Dumbledore, o estarrecimento na face do ancião lhe dá a certeza de que ele também não sabia de nada disso. Ele quer dizer alguma coisa, mas lhe faltam as palavras. O que dizer que agora que ele sabe de tudo? Que os anos de solidão e sofrimento irão embora instantaneamente? Que ele se arrepende de ter sido tão infantil e se recusado a entrar em contato com ele como se isso fosse apagar tudo que Dumbledore passou? Não há como concertar o passado, isso é fato, o presente neste momento está uma bagunça e o futuro, bem, Harry não consegue visualizar. Ele luta para manter a sua voz em um tom minimamente aceitável enquanto diz – eu preciso de ar



E dizendo isso com uma arfada, Harry sai do quarto ignorando completamente Gina que lhe pergunta se ele está bem...





NOTA DA AUTORA



Finalmente eu apareci! Espero que vocês não tenham desistido de mim ou das minhas fics. Meu motivo pela demora desta vez foi um pouco diferente. Como eu já disse várias vezes eu estou com quatro fics e como já confessei não estou dando conta do recado. Eu tentei de muitas maneiras conciliar todas elas e finalmente consegui admitir que não estava dando certo, então tomei a decisão de focar na que está a mais tempo sendo escrita e terminá-la de qualquer jeito. Conclusão a fic "Muito além das horcruxes" está tendo atualizações regulares (viva!), mas por causa disso estou demorando ainda mais para postar as outras. O lado bom é que esta aqui será a próxima em que eu irei focar quando terminar a anterior. Então tenham paciência comigo.



Falando agora da fic... Capítulo tenso e particularmente difícil de escrever. A fic está entrando em sua reta final, não sei dizer quantos capítulos faltam, pode ser um ou cinco, vai depender de como a história se desenrola na minha mente insana, mas está quase no fim. E só pra deixar claro, eu não sou médica e não entendo nada de medicina, o que eu sei sobre a esclerose lateral amiortrófica foi o que eu pesquisei no google, então relevem ok



Bem, é isso. Espero que tenham gostado do capítulo, prometo que assim que der eu atualizo. Não vai ser rápido mas não vou deixar de postar.



Bjos e até o próximo


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Comentários (2)

  • Renata

    Vivaaaaaa!!!! Capítulo difícil hein? Continuo por aqui acompanhando todas as fics, então continue amiga, no seu tempo, eu aguardo rsrsrs

    2019-02-20
  • Chris Chris

    Adorei o capítulo!!! Também adorei saber que as outras histórias terão sua vez... rsrsrs Todas elas são ótimas!! Estou acompanhando todas!

    2019-02-17
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