Traumas



  *Capitulo Trinta e nove: Traumas*


                                     Este é o momento que você tem que continuar tentando, Sorria, pra que serve o choro?


 


 


O quarto estava escurecido, as grossas gotas de chuva ainda castigavam o vidro da janela, tremendo levemente com o soprar forte do vento do lado de fora, mas ninguém estava realmente prestando atenção ao vento, a chuva ou as grossas gotas que se espatifavam contra o vidro escorrendo como lágrimas pela superfície transparente. Ninguém estava prestando atenção a nada.


No canto do quarto, recostada a parede, ela estava imóvel, os olhos fixos observando o chão escurecido a frente, manchado de vermelho pelo sangue que provavelmente escorrera pelo piso de madeira do quarto, mas era muito mais provável que ela não estivesse olhando nada alem dos próprios pensamentos nos quais ela se encontrava perdida.


Braços envolviam seu corpo, percebendo que o dela encontrava-se trêmulo, talvez de frio, talvez de medo, talvez pelo trauma, era difícil distinguir a causa ao certo. Passos ecoava pelo piso de madeira, mas ela não estava prestando atenção, apenas ele, que observava tudo silenciosamente do canto onde estava sentado, abraçando o corpo trêmulo e “semi” vivo da garota que ele amava.


— Vocês foram os primeiros a chegarem à cena do crime, então? – Perguntou, pela segunda vez, um policial a Sirius, observando-os atentamente enquanto outros policiais andavam pela cena do crime a procura de algum vestígio dos assassinos, o que Sirius duvidava que eles encontrassem, tudo parecia ter sido bem planejado, se duvidasse, até a chuva e o apagão parecia ter sido planejado. Claro que aquela ultima parte parecia meio impossível.


— Sim, senhor. – Disse Sirius, observando que o policial não tirava os olhos de Lia que não parecia sequer notar a presença dele.


— Você disse que chegou aqui e encontrou ela dentro do closet com a cachorra. Isso?


— Sim, senhor. – Respondeu Sirius novamente, sentindo o leve incomodo na boca do estomago, era impressão dele, ou aquele policial estava duvidando dos dois?


— E como você sabia que ela estava no closet?


Sirius bufou irritado, mas contou até três antes de responder, era melhor se acalmar, nunca estivera numa situação daquelas, mas ele sabia que policiais não gostavam de pessoas nervosinhas, eram as que mais se tornavam suspeitas.


— Eu já disse, senhor, eu cheguei e procurei ela pela casa, tava tudo escuro por causa do apagão, então eu entrei no quarto dela e comecei a chamar pra ver se ela respondia, então ouvi o latido da cachorra vindo do closet e abri todas as portas até encontrar ela sentada no meio dos sapatos, parecia que estava em choque. – Desviando os olhos do policial ele observou Lia que, alheia, continuava a olhar o piso de madeira como se fosse um filme interessante do qual não se podia nem sequer piscar para não perder um detalhe. Suspirando pesaroso, Sirius disse baixinho, acariciando o rosto delicado da garota, por onde lagrimas escorriam incessantemente. – Ela ainda está em choque.


— Então ela foi a primeira a chegar à cena do crime. Sabe me dizer se quando ela chegou os pais ainda estavam vivos?


— Não, não sei, Senhor policial, você não ta pensando que ela fez isso, né? Olha me desculpa, mas sua obrigação aqui é descobrir quem matou os pais da Lia e não ficar aqui tentando jogar a culpa nela ou em mim. Pelo amor de Deus, será que você não ta vendo como ela tá? Fala sério, essa é a merda do país que nós vivemos, os bandidos soltos por ai e a policia ainda quer tentar incriminar quem ta sofrendo, pra putaquepariu viu.


A raiva começava a borbulhar nas veias de Sirius, quem aquele policial estava pensando que era? Se ele dissesse mais uma merda, Sirius jurava que não ligaria a mínima de passar a noite na cadeia, se pudesse quebrar a cara daquele policial desgraçado que tinha coragem de desconfiar de Lia. Será que ele era cego e não via o jeito que a garota estava?


— O senhor está muito nervosinho, será que tem algum motivo pra esse nervosismo todo?


— O que?! Como ousa seu filhodaputa...


— Sirius! – Thiago, que se aproximara ao perceber o interrogatório do policial, parou ao lado de Sirius, segurando o amigo pelos ombros e fazendo-o voltar a sentar-se antes mesmo que ele se levantasse para arrumar ainda mais encrenca. Thiago conhecia bem o amigo e sabia que ele acabaria em encrencas se ele não intervisse.


— O que disse? – Indagou o policial, colocando a mão na cintura onde tinhas as algemas prontas para entrar em ação.


—Desculpe, Senhor. – Disse Thiago rapidamente, voltando-se ao policial, enquanto Sirius fuzilava-o com todo o ódio do mundo.


Policial desgraçado, filho da puta. Pensava.


— Eu sei que o senhor está fazendo seu trabalho, mas temos certeza absoluta que a Lia não matou os pais, além disso, eles foram assassinados por armas de fogo, tenho certeza que vocês logo descobrirão que tipo de arma é e isso ajude a levar aos criminosos. Ele está nervoso, é claro, está abalado, são os pais da namorada dele, e Senhor, olha a situação dela, está em choque, nós estávamos com ela quando ela encontrou os pais mortos. Peço apenas que respeite a dor dela, e ajude a encontrar esses bandidos.


O policial olhou de alto a baixo Thiago e voltou a encarar Sirius que, irritado, encarava o policial como se pudesse matá-lo com os olhos.


Era obvio que Thiago sabia manter a calma em momentos tensos como aqueles, e que sabia como lidar com a situação, mas Sirius jamais manteria a calma diante de acusações tão estúpidas e ignorantes. Pensar que Lia havia matados os próprios pais? Pensar que ele matara os pais de Lia? Qual é? Será que aquele policial tinha cheirado cola de sapateiro?


— O que está acontecendo aqui? – Uma policial com ar imponente se aproximara olhando de Thiago para o policial e do mesmo para Sirius, que ainda continuava encarando-o como um leão protegendo sua fêmea.


— Ah não é nada. – Apressou-se Thiago antes que Sirius abrisse a matraca e arrumasse encrenca onde não devia.


— É melhor a levarmos para o hospital, se quiser o senhor pode acompanhá-la e depois seguem direto para prestar depoimento. – Ela encarou Sirius que abraçou Lia mais contra o peito e assentiu levemente, voltando a encarar o policial idiota.


— Senhora, é mesmo necessário ela prestar depoimento hoje?


— Sinto muito, mas é de extrema importância o depoimento hoje, quanto mais ela se lembrar, mais rápido poderemos encontrar os culpados. Assim que acabar o depoimento, ela será liberada.


Thiago assentiu e encarou Sirius, talvez fosse melhor ele ir junto com eles, sua calma talvez ajudasse mais do que o nervosismo de Sirius.


— Capitã. – Um policial se aproximou rapidamente, trazendo a mão um saquinho que Sirius e Thiago só conseguiram identificar o que havia dentro quando o policial parou próximo a eles, erguendo o saco transparente e dizendo eufórico. – Encontramos isso.


Um relógio de couro estava dentro do saquinho, a pulseira estava levemente arrebentada como se em algum momento o dono do relógio tivesse feito algum movimento brusco que arrebentara o mesmo, deixando-o cair, sem querer, na cena do crime.


Era o relógio do assassino.


Desviando os olhos do chão de madeira e do nada de onde ela se encontrava, Lia ergueu os olhos para observar o relógio de couro marrom que se balançava no ar dentro do saquinho transparente, instantaneamente seu estomago afundou. Uma forte lembrança de alguma coisa que ela não sabia o que passou por sua mente fazendo seu coração palpitar ao peito, a resposta estava ali, estava ali, mas ela não conseguia se lembrar, ela só sabia de uma coisa: Conhecia aquele relógio de algum lugar.


 


                     ***


 


            — A Lia sumiu!


— Como assim ‘a Lia sumiu’, Sirius? Ta maluco?


Os três amigos se levantaram rapidamente, encarando o maroto que se encontrava com o cabelo e o terno molhados pela chuva que começava a castigar o telhado acima, tornando o forte som das gotas contra o telhado quase impossível de ouvir as palavras seguintes do maroto.


— Sumiu. Ela não tá mais lá, eu olhei por todo lado, mas não achei ela, ela sumiu. – O desespero era quase palpável na voz de Sirius, e todos conseguiam entender o por que. Lia sumir naquela altura do campeonato, depois do assassinato dos pais, do choque em que ela se encontrava, fazia milhares de coisas passarem por suas mentes, das piores as mais horríveis.


— Calma, Sirius, vamos procurar ela. Talvez ela tenha, sei la... – Começou Thiago tentando desviar os pensamentos ruins de Sirius, e mostrar que poderia não ser nada demais. Poderia.


— Ido ao banheiro, ou beber agua pra se acalmar. O Thiago tem razão, Sirius, não vamos nos desesperar, vamos ver se achamos ela por aqui, ela tem que estar em algum lugar.


— Mas e se ela não estiver, Lilian? – Todos os quatro se entreolharam nervosos, não queriam pensar naquilo, não podiam pensar naquilo.


 


As grossas gotas de chuva caiam sobre o gramado encharcando-o ainda mais e tornando a tarefa de procurar Lia um tanto quanto escorregadia e perigosa, de certo modo. Lilian escorregara no gramado molhado em certo momento e se não fosse Thiago, teria levado um belo tombo que talvez lhe custasse ficar mais encharcada do que a chuva já estava fazendo, afinal de contas, mesmo com os guarda-chuvas pretos enormes sobre as cabeças, a chuva insistia em arrumar um jeito de encharca-los de pouquinho em pouquinho, e como dizem, de grão em grão a galinha enche o papo, ou melhor dizendo, de gota em gota eles ficam encharcados.


— Não adianta, eu disse que ela não estava aqui. – Os quatro amigos encontravam-se parados a frente do montante de terra abatido onde há pouco mais de uma hora atrás os pais de Lia foram enterrados, mas Lia não estava ali, como Sirius havia dito, e ela não estava em canto algum por ali, nem nos arredores onde seus olhos podiam alcançar.


— Tudo bem, vamos nos dividir. – Disse Lilian olhando o local de onde haviam vindo. Era um lugar amplo e bem protegido da chuva, salas de espera ou de descanso se espalhavam pelo local formando ao todo quatro salas, uma pequena cozinha com uma mesa redonda e algumas cadeiras a volta, água, café e algumas bolachinhas, além de um local para os toalhetes. Era provável que ela pudesse estar lá, em alguma daquelas salas, por que não? – Eu vou olhar o banheiro das meninas, o Thiago pode olhar a cozinha, e o Sirius e o Remo podem olhar as salas de espera.


— Isso, boa ideia, Lilly. – Remo tentando controlar o desespero de Sirius, puxou o amigo pelo braço em direção a sala de espera, enquanto Thiago que estava com Lilian, debaixo do mesmo guarda-chuva, olhou pra garota, apreensivo.


— Você acha mesmo que ela está por aqui?


— Ela tem que estar, Thiago. Não quero nem pensar no que poderia acontecer a Lia se aqueles bandidos... – A ruiva se encolheu a simples ideia, permitindo que Thiago a abraçasse num gesto de proteção.


— Não vai acontecer nada, Lilly, você vai ver. Vai ficar tudo bem. – Lilian suspirou, queria acreditar naquilo como acreditava que o sol brilharia no outro dia. Precisava acreditar, precisava.


E com esse pensamento ela seguiu em direção ao banheiro das mulheres.


 


— Nada.


— Nada.


Lilian respirou fundo, abalada. Não era possível que ela não estivesse ali, não era possível. Onde será que ela havia se metido?


— Vamos ter que procurar em outro lugar, Lilly. – Disse Thiago, antes que Sirius voltasse a entrar em desespero, o que não adiantou muito.


— Procurar onde? Pra onde vocês acham que ela foi? Pra casa dela? Impossível.


— Sirius, pelo amor de Deus. Calma.


— Calma?  Você quer que eu fique calmo? Remo, os pais da Lia foram assassinados, ela sumiu e você quer que eu fique calmo?


Lilian e Thiago se entreolharam, enquanto Remo suspirava, vencido. Sirius tinha razão, como poderiam pedir calma diante de uma situação daquela?


— O Thiago tem razão, vamos procurar em outro lugar, se ela saiu, não deve estar longe, talvez tenha saído pra andar, ou comer alguma coisa e quisesse ficar sozinha, por isso não nos avisou. Eu conheço a Lia, ela vai querer ficar sozinha por um tempo. – Disse Lilian tentando manter a calma de todos.


— Vamos dar uma olhada lá fora, se você quiser ficar, Sirius, não tem proble...


— Claro, quem sabe eu não pare no McDonald’s para fazer uma boquinha como se nada tivesse acontecido, né. – Retrucou Sirius, passando por Thiago e seguindo debaixo da chuva em direção à saída, fazendo o maroto suspirar derrotado.


A chuva parecia querer dar uma trégua finalmente quando os três marotos e Lilian alcançaram a entrada do cemitério, as ruas estavam calmas e com pouco movimento, típico para um domingo chuvoso, ninguém queria sair de casa num dia daqueles, o conforto do lar num domingo a tarde era certamente a melhor coisa, talvez os marotos também quisessem estar em casa sem fazer nada se fosse um domingo comum e qualquer, mas como pensar em ficar em casa sem fazer nada diante dos últimos acontecimentos?


— Pra onde você acha que ela foi? – Indagou Thiago olhando a volta. A entrada do cemitério era cercada por arvores numa ruazinha exclusiva para o cemitério, não havia padarias ou restaurantes à volta, afinal, quem iria pensar em parar num restaurante e tomar uma cervejinha depois de enterrar alguém?


— Será que tem alguma padaria ou restaurante aqui por perto? – Mas antes que alguém pudesse responder, Sirius já se encaminhava na direção de um senhor, suas vestes sociais, uma camisa azul, uma calça social preta, indicava que ele era o porteiro ou segurança do cemitério, ele provavelmente saberia onde haveria uma padaria ou qualquer coisa do gênero por ali.


—Hey, senhor. Boa tarde! Tudo bem? – Sirius sendo educado diante de toda aquela tensão fazia Lilian pensar que não conhecia o maroto tão bem quanto imaginava. – O senhor sabe onde tem alguma padaria ou restaurante aqui por perto?


— O mais perto? Na Rua José Pedro de Carvalho, lá tem uns restaurantes. – Sirius entreolhou com os amigos, pensando se Lia realmente teria ido pra lá. Seria mesmo possível que ela tivesse pensado em comer? Sirius achava pouco provável.


— É melhor irmos dar uma olhada, talvez ela...


— O senhor viu uma loira passando por aqui? Estava usando um vestido preto, cabelo preso em coque. – Começou Sirius, interrompendo Lilian e sentindo uma pontada de esperança se formando na boca do estômago quando viu o guardinha balançar a cabeça positivamente.


— Ah sim, claro, ela passou por aqui.


— Passou? – Lilian sentiu uma excitação percorrendo seu corpo, Lia havia passado por ali, então ela tinha mesmo saído, com os próprios pés, isso significava que ela não havia sido sequestrada nem nada do gênero por nenhum bandido ou louco. Graças a Deus. Pensou Lilian desesperadamente.


— Sim, na verdade eu estava ali na esquina e ela passou por mim, eu imaginei mesmo que ela tivesse saído do cemitério por causa da roupa e estava chorando, é comum isso por aqui, sabe como é, não é fácil perder alguém que a gente...


—Claro, claro. – Interrompeu Sirius, impacientemente. – E o senhor viu pra onde ela foi?


— Ah sim, claro, ela seguiu pela calçada.


— Pela calçada? – Disseram os quatro em uníssono, sem entender muito o quê isso queria dizer. Como assim pela calçada? Que calçada?


— Que calçada? Pra onde? – Disparou Lilian, desesperada e o senhorzinho entreolhou os marotos como se entendesse o que poderia ter acontecido.


— Sim, por ali ó. – Ele se encaminhou em direção à esquina, onde parou na calçada, indicando a continuação da rua e da calçada por onde Lia havia seguido. – Ela seguiu por aqui, por essa calçada, em direção ao parque Burle Marx.


— Pro Burle Marx? – Lilian arregalou os olhos e encarou os meninos. – Não é possível.


— O que foi Lilly?


— Aquele era o parque que costumávamos fazer trilha quando éramos crianças. – Lilian encarou os marotos e suspirou tristemente. - Com o pai dela.


 


                                              


Lá estava ela, novamente naquela casa, novamente naquele quarto, sua casa, seu quarto que nem parecia mais seu, ela mal se lembrava de como era seu quarto até estar nele novamente, mas sabia que as ultimas lembranças não eram muito boas.


Patsy deixou-se cair na cama de molas macias e chorou. Podia se lembrar de tudo que acontecera nos últimos meses, da briga com seu pai na praia, de pensar que podia tê-lo matado, e depois o acidente em que ele havia causado. E agora estava ali, agora estava sob o mesmo teto do homem que era seu pai, que ela passara a vida toda amando e que agora ela não sentia mais nada além de medo, medo dele, medo de estar sob o mesmo teto que ele, dentro da mesma casa, como era possível?


Sentindo alguma coisa vibrando dentro do bolso da calça social preta, ela puxou o celular percebendo que havia uma mensagem, Remo, seu namorado, seu amado, seu noivo, sim, ela ainda se lembrava daquela noite, a noite da tragédia, à noite em que Remo lhe pedira em casamento.


Suspirando, ela soluçou baixinho, o que faria? Como sairia daquela situação? Tudo poderia ser perfeito, então por que não era?  Enxugando as lágrimas com a palma da mão, ela respirou fundo. Escolhera voltar para casa, escolhera que seria melhor assim, então o que tinha que fazer era seguir conforme havia planejado, era o melhor, era melhor parar de chorar e enxugar as lágrimas e seguir em frente. Tudo se ajeitaria, no tempo certo, ela sabia que todo aquele tormento, todos aqueles obstáculos, os momentos ruins, tudo passaria, com o tempo tudo passaria, o tempo fazia milagres e seria necessário ela esperar, pacientemente, o tempo fazer o seu trabalho.


Sentando-se a cama ela abaixou os olhos para encarar o pano preto da blusa que vestia; Ali, por trás do pano, da própria pele, dentro de si, uma nova vida crescia, e era nisso que ela tinha que pensar. Acariciando a barriga, ela suspirou.


— Tudo vai ficar bem. A mamãe promete.


 


O parque Burle Marx estava vazio naquele domingo chuvoso, poucas pessoas estavam interessadas em passear pelo verde da natureza debaixo daquela chuva, mas ela não estava muito preocupada com isso, na verdade, ela queria exatamente aquilo, tudo vazio, sem ninguém para incomoda-la em seus devaneios, sem ninguém pra atrapalhar suas lembranças, tudo vazio, apenas ela, a natureza e suas recordações que pareciam esmaga-la sem dó.


A chuva amenizara, o que era muito bom ou ela morreria congelada, não que ela se importasse com isso, na verdade ela não se importava com nada no momento, estava totalmente alheia a qualquer coisa, por isso ela mal percebia sequer o caminho pelo qual estava seguindo, a única coisa que ela via, eram as imagens antigas passando por sua mente como um filme, lentamente, detalhe por detalhe, as falas, as risadas, os momentos que nunca mais voltariam, como ela poderia esquecer-se de tudo aquilo?


 


Era uma manhã ensolarada, ela nunca havia estado ali antes, por isso a ansiedade pulsava nas veias fortemente quando ela desceu do carro e adentrou o parque junto com sua melhor amiga, a inseparável ruiva, Lilian Evans.


Os tênis, comprados excepcionalmente para aquele passeio, corriam pelo gramado verde e baixo, e os olhos curiosos observavam tudo ao redor, como se estivesse prestes a comprar o parque só para si, e quisesse saber onde exatamente estava investindo seu dinheiro. Mas ela era apenas uma criança fascinada demais com sua primeira caminhada, sua primeira trilha, seu primeiro contato verdadeiro com a natureza, a natureza que o pai tanto amava, a natureza das historinhas de toda sua infância, a natureza, era ali que seu pai se refugiava para encontrar a paz em meio a todo aquele caos da cidade que nunca dorme, era ali, e naquele dia, pela primeira vez em sua vida, ela descobriria a paz de toda aquela natureza exuberante, e ela tinha certeza que amaria tudo aquilo tanto quanto seu pai amava.


 


Lágrimas desciam fartas e quentes por seu rosto, caindo sobre o colo e molhando a pele gelada. Acima dela as árvores chacoalhavam levemente fazendo grossas gotas caírem sobre seus cabelos louros já molhados anteriormente pela chuva, mas ela não se importava com isso, ela não se importava com nada além das lembranças que pareciam amenizar a dor, as lembranças que pareciam trazer seu pai de volta, lembranças que a fazia sentir como se ele estivesse ali novamente, do seu lado, caminhando e contando todas suas aventuras, e contando todo o seu amor por tudo aquilo, por todo o verde, por toda a mata, por toda a natureza, lembranças que traziam pra perto dela a pessoa que ela mais amava no mundo.


Um movimento brusco fez as folhas mexerem-se atrás dela, mas Lia não estava prestando atenção, seus pensamentos estavam de volta no único lugar que ela podia tê-lo novamente, nas lembranças.


 


— Pai, pai, olha! – A pequena garotinha de cabelos louros, presos num rabo de cavalo, apontava animada um pequeno pássaro que parado no meio da árvore, parecia se divertir com ela, como se estivesse caçando minhoca no meio da madeira envelhecida da árvore.


A risada rouca e alta do pai ecoou pela mata, mas não assustou o passarinho, apenas fez a garota encará-lo sorridente, adorava aquela risada do pai que parecia um latido de um cachorro, imenso e feliz.


— Sabe o que é aquilo? – Disse o pai animado e a pequena garotinha balançou a cabeça negativamente. – Vou dar uma dica, você assiste o desenho dele todos os dias no final da tarde.


Um brilho nos olhos e um sorriso imenso fez o pai perceber que a pequena garotinha compreendera o que era.


— Eu sei o que é! – Disse euforicamente a outra garota de cabelos ruivos e um sorriso imenso nos lábios. – É um pica pau!


A risada rouca do pai ecoou novamente pelo parque e a garotinha continuou olhando do pai para o pássaro com os olhos brilhantes.


— Muito bem pequena sereia, é um pica pau. – A pequena garotinha riu, como sempre ria quando o tio dizia aquele apelido. Mas a garota de cabelos louros continuava encarando o pássaro com um brilho intenso nos olhos e um sorriso estupendo no rosto, aquele sorriso que o pai conhecia bem, o sorriso de quem iria enche-lo de perguntas.


— Okay Cachinhos dourados, pode começar o interrogatório. – E então aquela risada rouca como um latido, ecoou novamente por entre as árvores.


O coração de Lia saltitou feliz dentro do peito. Ele estava ali novamente, ele estava ali.


CRASH.


Lia parou. Seus olhos desviaram-se do caminho e encararam o nada esverdeado atrás dela. O que fora aquilo? Que barulho era aquele?


Seu coração disparou dentro do peito, mas não mais de felicidade devido as lembranças, mas sim de medo, de apreensão.


Seus olhos azuis, avermelhados pelas lágrimas, observavam assustados as árvores e o verde que parecia intocável, seu corpo estava rígido e imóvel, nem um músculo se movia, todo o seu corpo estava tenso, toda sua atenção estava à volta, aos mínimos movimentos, ao menor barulho que houvesse, ela tinha que ter certeza que não fora sua imaginação aquela barulho.


Mas nada aconteceu, o silêncio imperava ao redor, as árvores estavam intocáveis, como se, assim como ela, estivessem rígidas tentando descobrir quem ou o que estava ali.


Mas não havia nada, talvez tivesse sido apenas sua imaginação, nada mais.


Sentindo a respiração, involuntariamente, voltando ao  normal, ela virou-se voltando a caminhar lentamente pela trilha há muito tempo conhecida, talvez fosse melhor ela voltar ao mundo real e habitável.


CRASH.


Lia parou, seus olhos instantaneamente voltaram-se para trás, alguma coisa se movia não muito longe daqui, o sangue congelou nas veias, o desespero tomou conta de seu corpo, alguma coisa estava atrás dela, alguma coisa, ou alguém queria pega-la, o medo bombeou por suas veias e seu coração, desesperada a única coisa que Lia conseguiu fazer foi correr. O mais rápido possível.


O que quer que estivesse atrás dela, fosse bom ou não, ela não queria saber, dessa vez ela não ficaria para descobrir.


 


 


 


— A Lia não pode estar aqui. – Sirius estava parado a entrada do parque vazio, o segurança quase não os deixara entrar assegurando que ninguém entrara ou saída daquele parque naquela tarde, já que ninguém seria louco de querer fazer caminhada em pleno domingo e com aquela chuvinha excelente pra ficar em casa, debaixo das cobertas assistindo televisão até se entediar. Sirius não discordava do guarda, qualquer pessoa normal estaria em casa, e não num parque debaixo de uma chuva, agora fina e irritante, procurando uma loira que gostava de andar no meio do mato sozinha, mas claro que tudo isso era por que nenhum deles eram pessoas normais, e isso ele já sabia há um longo tempo, só não imaginou que as meninas também fizessem parte desse clã.


— O Sirius tem razão, a Lia não pode estar aqui, olha o tamanho desse lugar, levaríamos horas pra encontrar ela.


— Anos, levaríamos anos pra encontrar ela, séculos talvez.


Lilian revirou os olhos, anos e séculos eram exageros demais, talvez demorassem no máximo algumas horas, mas ela já tinha uma idéia de onde Lia poderia estar, então isso com certeza encurtaria todo o processo.


— Eu tenho uma idéia de onde ela pode estar, quer dizer, tinha um lugar especifico que o pai dela gostava muito, talvez ela tenha ido pra lá.


— Talvez. – Disse Sirius, desanimado. – Eu juro que quando encontrar a Lia, esteja ela triste ou não, ela vai ouvir uns bons xingos. Tantos shoppings e lojas por ai pra ela afogar as magoas e ela resolve fazer isso no meio do mato, num domingo de chuva? Fala sério.



O parque estava completamente vazio, por isso eles sabiam que isso tornaria a procura um pouco mais fácil, já que não precisariam sair correndo atrás da primeira loira que aparecesse, e correr o risco de não ser ela. A garoa fina resolvia, hora ou outra, dar uma trégua enquanto eles seguiam por uma grande trilha que, pelo que Sirius notou, levava aonde as árvores pareciam mais unidas e maiores, o que não o agradava nenhum pouquinho. Já havia sido um dia longo e difícil, por que Lia fazia questão de piorar tudo ainda mais? Por que ela não poderia, pelo menos, ter entrado no carro e ficado lá quietinha até todo mundo resolver ir embora, então eles iriam pra casa, ele a deixaria na casa de Lilian, lhe daria um beijo e diria que passaria mais tarde para vê-la se ela quisesse, ela poderia tomar um banho e dormir, e ele poderia ficar jogado no sofá do novo apartamento o resto do dia sem fazer porra nenhuma, só vendo filme e comendo pizza. Tal pensamento fez o estômago de Sirius roncar.


— Você sabe andar aqui, Lilly? – Indagou Thiago, que segurava o guarda-chuva com uma das mãos e a cintura da ruiva com a outra, caminhando lentamente pelo gramado molhado e escorregadio do parque.


— Na verdade, faz muito tempo que não venho aqui, mas me recordo do caminho, não mudou muita coisa.


O caminho gramado aos poucos ia se tornando de terra, e o espaço enorme aos poucos ia se estreitando, Thiago tinha a nítida impressão de que adentrariam aquela mata e a ideia não lhe agradava muito, não era um dia ensolarado que tornasse o “passeio” agradável ou de fácil acesso, a chuva, a terra e o mato molhado pioravam e muito a situação, e ele temia a ideia de acabarem se perdendo ali dentro, o que ele não duvidava muito, por mais que Lilian dissesse se lembrar do caminho.


— Eu acho que... – Começou Lilian, mas parou de repente quase colidindo em Sirius que ia a frente.


— Vocês ouviram isso? – Indagou o maroto, a feição preocupada, os olhos atentos à volta, ele tinha a nítida impressão de que ouvira algum som fora do comum, alguém correndo por entre o mato, ou fora apenas sua imaginação?


— O que? – Indagou apressadamente Lilian.


— Eu não ouvi nada. Tem certe... – Começou Remo, mas Sirius não deixou que ele continuasse.


— SHIUU! - Ele tinha mesmo ouvido alguma coisa, não era impressão dele, alguma coisa estava por perto. Sentindo o desespero pulsando no corpo ele saiu em disparada, se Lia estivesse ali por perto, se estivesse em risco, ele tinha que acha-la, o mais rápido possível.


 


 


Alguma coisa estava atrás dela, ela podia ouvir os passos duros sobre as folhas secas, o chacoalhar do mato atrás de si, fosse o que quer que fosse não estava longe e parecia disposto a alcança-la o quanto antes.


O medo pulsava em seu corpo como o sangue sob um hematoma, dolorosamente, e seu coração palpitava fortemente ao peito, causando uma leve dor causada pela falta de ar necessária aos pulmões para mantê-la em movimento. Mas ela tinha que continuar, não podia parar, eles haviam matado seus pais, e se tivessem voltado para mata-la? E se quisessem terminar o serviço? Acabar com o que restava da família Andrews? Mas por que fariam isso? Por que queriam mata-la? Por que mataram seus pais? Eram duvidas que ela não poderia responder naquele momento, naquele momento ela tinha que se manter viva, por isso, pensar era uma das coisas que ela não poderia fazer, ela tinha que correr, mais rápido.


Olhando rapidamente pra trás, Lia viu uma sombra se movendo, ele estava correndo, ele estava muito perto de alcança-la, que droga, como ela escaparia?


O sapato preto de salto baixo enroscou por entre o mato e Lia sentiu seu corpo se desequilibrando, os olhos instintivamente correram pelo caminho atrás de si, percebendo que a sombra ainda se movia, dessa vez com mais agilidade.


Seu corpo num baque forte caiu ao chão de terra, sujando o vestido preto de mato e terra, o baque do quadril ao chão fez uma dor lancinante invadir seu corpo inteiro, as mãos que, instintivamente, apoiaram-se ao chão para amortecer a queda encontravam-se agora sujas e arranhadas, e quando Lia as ergueu para se proteger do assassino o sangue da palma da mão brilhou a sua frente.


O movimento se tornou mais intenso, o som do mato se movendo ficou mais alto, mais intenso, ele estava ali, há passos de distância, prestes a pega-la, prestes a mata-la. Os olhos azuis, arregalados, viu a sombra surgindo a sua frente e instintivamente fechou os olhos, as mãos sujas fecharam-se sobre o rosto e seus lábios, avermelhados, se abriram, enquanto um som agourento invadia todo o parque.


— AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH!


 


 


O mato a sua volta se movia enquanto ele corria rapidamente, sem se importar mais se poderia se perder ou não, isso era a coisa menos importante naquele momento, o que realmente importava era que ele tinha certeza absoluta que Lia estava por perto, e alguma coisa gritava dentro dele que ela precisava dele urgentemente.


Quando Sirius passou por uma árvore e viu a pequena trilha se dividir em duas ele parou, mas que merda era aquela? Seu sangue congelou na veia quando seus olhos observaram a segunda trilha, era impressão dele ou...


— AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH!


Sirius congelou, seu coração momentaneamente parou, antes de disparar ao peito.


— Lia!


Sem pensar em mais nada, Sirius correu.


— AHHHHHHHHHHHHHHHH!!


— Lia! Lia!


A voz de Sirius uniu-se ao grito de Lia, mas ela não parecia notar que era ele, o grito de medo invadia todo o mato a volta, espantando pássaros do alto das árvores e fazendo-os revoarem assustados.


— Lia, Lia. – Lia estava caída ao chão, as mãos cobriam o rosto e ela parecia tentar se encolher cada vez mais, com medo de alguma coisa, mas não havia nada nem ninguém, ou talvez o medo fosse dele, que corria em sua direção desesperadamente.


Escorregando no chão de terra quando tentou frear-se bruscamente, Sirius caiu ao lado de Lia, apoiando as mãos ao chão de terra antes de ergue-las e envolver Lia que gritava desesperadamente, como se algo fosse pega-la.


— NÃO, NÃO, ME DEIXA EM PAZ, ME DEIXA EM PAZ.


— Lia, Lia! – Mas a garota não estava ouvindo-o, os olhos fechados, as mãos grudadas ao rosto, não deixava com que Sirius as abaixassem e visse que era ele, ela estava traumatizada, estava em choque enquanto era apavorada pelo próprio medo.


— PAPAI, PAPAI. NÃO, POR FAVOR, NÃO, NÃO.


— Lia, Lia, sou eu, Sirius. Olha pra mim, olha pra mim. – Segurando fortemente os pulsos de Lia, Sirius puxou-os pra baixo e Lia gritou, aterrorizada. – Lia, sou eu, Sirius. Esta tudo bem, esta tudo bem.


Lágrimas fartas escorriam pelo rosto da loira quando ela finalmente amoleceu as mãos, deixando com que Sirius as abaixassem. O medo estava estampado em cada musculo do frágil corpo da loira, por isso Sirius a puxou pra si, abraçando-a apertado, tinha que faze-la perceber que estava tudo bem agora, que estava em segurança, que nada de mal iria acontecer a ela.


— Esta tudo bem, esta tudo bem. – Ele disse baixinho ao ouvido dela, enquanto Lia encolhida nos braços de Sirius, soluçava compulsivamente.


— Ele vai me pegar, ele vai me pegar.


— Ninguém vai te pegar, você ta segura agora. Eu te prometo, ninguém vai fazer nada de mal a você. Esta tudo bem agora, eu estou aqui. Esta tudo bem.


Ela soluçou alto e encolheu-se ainda mais nos braços de Sirius, que a envolveu contra seu corpo, mantendo-a segura, protegida em seus braços.


Não estava tudo bem, Sirius sabia disso, mas ficaria. O tempo era o balsamo para todas as dores e todos os males, um dia tudo passaria, um dia a dor cessaria, o medo a deixaria em paz e ela poderia voltar a viver, nunca seria como antes, nunca seria como sempre fora até ali, mas seria diferente, uma nova fase, um novo caminho, uma nova vida e no fim tudo ficaria bem, tudo ficaria bem. Ele tinha certeza disso.


— Tudo vai ficar bem, eu te prometo, meu amor. Eu te prometo.


 


 


Os dias, assim como o relógio no ponteiro quando queremos que ele passe mais veloz, estavam correndo lentamente. Um dia após o outro, se arrastando como uma cobra depois de uma bela refeição, preguiçosamente.


Ela desejava que os dias passassem mais rápidos, mas não faria muito diferença. Se os dias se adiantassem, que diferença faria na vida dela naquele momento? Tudo continuaria igual, até seu pai descobrir...


Um nó se formou em sua garganta e ela encarou sua imagem pálida no espelho. As olheiras embaixo dos olhos estavam escuras, o nariz levemente avermelhado e o rosto branco como cera, aquela era sua imagem nos últimos dias, desde que voltara pra casa, desde que se afastara de Remo, desde que descobrira o que agora ela tinha certeza quase absoluta.


A pequena tira em sua mão confirmava, mais uma vez, aquilo que ela vinha vendo há alguns dias. A pequena faixa rosa na tirinha indicava que sua vida mudaria, muito mais do que já mudara, que viraria de cabeça pra baixo, e só de pensar naquilo, só de pensar em seu pai descobrindo ela já sentia o medo percorrendo seu corpo e revirando seu estômago.


O que faria? Como sairia daquela situação sem prejudicar ainda mais a família de Remo e a vida do próprio namorado?


TOC TOCTOC


Com um pulo de susto, Patsy largou a tirinha deixando-a cair no chão enquanto ela se virava pra encarar o quarto vazio.


— Pat querida, o café esta servido. – Com a respiração ofegante e o coração pulsando a mil no peito, Patsy pigarreou levemente, voltando a encarar sua imagem pálida no espelho.


— Já estou indo mamãe. – Abrindo a gaveta do armarinho do banheiro, Patsy guardou a tirinha com a marca do crime e a fechou sem olhar uma segunda vez. Já vira aquela tirinha e aquela mesma faixa rosa indicando positivo umas quatro vezes, não precisava olhá-la de novo pra sentir o mesmo afundamento de sempre no estômago.


Se arrumando rapidamente, apenas com o mesmo pijama que ela vinha usando quase todos os dias, ela seguiu em direção a cozinha onde a mesa do café da manhã já estava servido.


Seu pai, como sempre, estava sentado na ponta da mesa, a xicara de café fumegante posto a mesa à frente, o jornal erguido no ar impossibilitando de ver-lhe o rosto, o que Patsy agradecia a Deus, ter que olhar pra cara dele todos os dias, logo pela manhã, seria demais pra ela e seu estomago embrulhado.


— Deveria vestir-se melhor. – A voz grossa, curta e rude do pai ecoou pela cozinha, mas ninguém disse nada. O olhar da mãe lhe indicava que era melhor fingir que nada ouviu do que dizer algo que o aborrecesse, mas Patsy não precisava daquele olhar pra saber que preferiria ignora-lo a ter que discutir com ele mais uma vez.


Pegando o copo de suco de laranja, servido pela empregada, Patsy tomou um pequeno gole olhando a bandeja de ovos com bacon a sua frente. Odiava aquela mania americana que seu pai tinha às vezes de achar que eles também deveriam comer aquelas porcarias pela manhã, além do fato de que, nos últimos dias aquele cheiro de bacon embrulhava mais seu estômago que encarar o próprio pai após acordar.


Seu estomago gritava pra que ela saísse dali o mais rápido possível, de preferencia correndo pro lugar mais longe onde o cheiro do bacon não pudesse segui-la, mas descobrira, logo no primeiro dia que retornara a sua casa, que era melhor ficar sentada na mesa, mesmo que apenas encarando-a, a sair dali antes que seu pai terminasse suas refeições, por isso ela tomou um novo gole do seu suco, tentando ignorar o bacon, os ovos e aquele cheiro que lhe causava ânsia.


— Não vai comer? – Indagou o pai sem tirar os olhos do jornal erguido a sua frente. Será que ele aprendera a enxergar além do jornal?


— Não estou com fome. – Disse Patsy encarando o copo de suco preso em suas mãos, evitando erguer o rosto e correr o risco de encarar a face zangada do pai.


— O que você tem?  - Patsy engoliu em seco ao ouvir a pergunta do pai, será que ele andara desconfiando de alguma coisa? Provável, já que todos os dias ela mal se alimentava, sempre se queixava de estar indisposta, sem fome e quando passava mal, dizia que eram os alimentos gordurosos que o pai insistia em pedir que servissem no café da manhã e jantar. Mas até quando ela continuaria com aquelas desculpas? E até quando eles a engoliriam? Talvez ela estivesse subestimando a inteligência do pai.


— Nada, só... Só estou sem fome.


O som do jornal ecoou pela sala e Patsy percebeu que seu pai abaixara o mesmo para encara-la, forçando-se a erguer os olhos ela viu as feições franzidas do pai.


Tomara que ele não desconfie, tomara que ele não desconfie.


— Tome mais um gole de suco. – Thomas disse simplesmente antes de dobrar o jornal e o coloca-lo sobre a mesa do café da manhã. – É melhor você vestir uma roupa melhor.


Patsy o encarou sem entender, até ali, ele nunca se importara se ela estava ficando de pijama ou não o dia inteiro, então por que isso agora?


Ele tomou um gole de café calmamente, depositando a xicara sobre a mesa, enquanto Patsy continuava encarando o pai, queria perguntar-lhe que mal tinha ela ficar de pijama? Receberiam alguma visita? Se sim, ela poderia muito bem permanecer no seu quarto como se nem existisse, mas claro que seu pai não lhe daria o gostinho de obriga-la a fazer algo que a desagradasse. A tal ideia, ela sentiu o estomago revirando, mais uma vez.


— Mas eu não me impor... – Começou Patsy, mas quando o pai ergueu-se da mesa, encarando-a seriamente, ela se calou imediatamente.


— É melhor você se trocar. – Patsy encarou o pai, que ficou ali, parado por meio minuto a encarando silenciosamente. Havia alguma coisa por trás daquele rosto duro e fechado, mas ela não conseguia descobrir o que. Quando o pai disse as ultimas palavras, ela sentiu o estomago afundando. Deus e agora? O que faria?


— Você vai a um lugar comigo.


 


 


O quarto estava levemente escurecido, sendo iluminado apenas pelo reflexo da televisão ligada. Sob o edredom, ela estava deitada, imóvel, os olhos fixos na televisão, mal percebendo quando alguém abriu a porta lentamente e chamou seu nome baixinho.


— Lia? – Lilian estava parada a porta, encarando o rosto escurecido da amiga que era levemente iluminado quando alguma cena mais clara iluminava a tela da grande TV LCD.


Era como se ela não estivesse ali, nos últimos dias Lilian habituara-se com aquela indiferença de Lia a tudo, mas a preocupação, a cada dia que passava, aumentava ainda mais. Até quando Lia continuaria daquele jeito?


— Lia? – Chamou a ruiva mais uma vez, abrindo um pouco mais a porta, fazendo o ranger da mesma atrair a atenção da loira que desviou os olhos da televisão pra encarar a imagem da amiga parada a porta. – Eu, o Thiago e o Sirius vamos no cinema, quer ir com a gente?


Sem dizer uma palavra, a loira negou levemente com a cabeça, voltando os olhos para a TV. Não era possível, pensou Lilian, talvez eles devessem pensar em leva-la num terapeuta, ela teria que superar aquele trauma e a perda dos pais, não poderia continuar daquele jeito pra sempre.


Suspirando tristemente, Lilian voltou a fechar a porta, deixando a amiga sozinha com sua solidão, e desceu as escadas em direção à sala onde Thiago e Sirius a esperavam.


— Não adianta, ela não quer sair, na verdade, ela mal presta atenção em mim.


— Ainda é cedo, só faz uma semana, deixa que ela, no tempo dela, vai saber superar tudo isso. – Thiago envolveu a namorada pela cintura, a puxando pra perto de si, e Sirius apenas suspirou profundamente. Era impressão dele ou ela andava evitando-o também?


— Bom, eu vou pra casa, não to afim de ficar de vela. – Thiago riu levemente e Lilian lançou um olhar de quem sentia muito pra Sirius que apenas deu de ombros. – A gente se vê Pontas.  


— Falou Almofadinhas.


Lilian ficou observando a porta por onde o maroto saíra e então voltou os olhos para o namorado.


— Será que tudo vai ficar bem? Quer dizer, parece que a gente não tem paz né, sempre acontecendo alguma coisa.


Thiago assentiu com a cabeça e abaixou levemente os olhos, nem queria pensar naquilo, nem queria pensar no que aconteceria quando Lilian descobrisse sobre Mayara, aliás, ele precisava resolver aquela situação antes que Lilian descobrisse.


— Vai ficar tudo bem, Lilly. Isso tudo é só uma fase, tudo isso vai passar e vai ficar bem, você vai ver.


Lilian assentiu levemente, mas não queria pensar naquilo mais, não pelo menos enquanto estivesse com Thiago, aqueles eram momentos em que ela tentava esquecer de tudo, eram os únicos momentos em que tentava não pensar nos últimos acontecimentos, por isso ela tentou não pensar em mais nada e aproveitar seus momentos com Thiago.


Ele a acompanhou até o carro e abriu a porta pra que Lilian entrasse.


— Acho que ainda dá tempo de pegarmos o filme das sete e meia. – Lilian suspirou, olhando o relógio no pulso enquanto Thiago colocava o cinto de segurança, observando-a depois. – O que foi, Lilly?


— Na verdade, eu não estou muito afim de ficar em lugares muito cheios. – Thiago segurou a mão de Lilian carinhosamente, levando-a até os lábios e depositando um beijo carinhoso.


— Vamos pro meu apartamento se quiser, fazemos uma pipoca e assistimos um filme, o que acha?


— Boa ideia. – Thiago sorriu e beijou novamente a mão de Lilian, colocando-a sobre a perna da garota, onde ele acariciou a mão dela carinhosamente antes de dar partida no carro e sair vagarosamente.


Apesar de um sábado à noite, o transito não estava intenso, por isso eles chegaram rapidamente no prédio onde Thiago e Sirius agora tinham apartamento, claro que não se podia dizer que Thiago oficialmente morasse ali, até então Lilian não compreendera por que afinal de contas Thiago comprara aquele apartamento se ele ainda morava com os pais.


O apartamento estava limpo e organizado e Lilian pensou que, ou Thiago não estava indo muito ali, ou ele contratara alguém para limpar o apartamento.


— Nossa, que organização. Estou surpresa com você Sr. Potter. – Thiago riu ao comentário de Lilian e fechou a porta, seguindo em direção à cozinha enquanto Lilian observava a sala de estar se lembrando do primeiro dia que estivera ali, o primeiro dia em que ela e Thiago haviam tido o primeiro “amasso”, como Thiago diria, a simples lembrança daquele dia, Lilian sentiu um calor percorrendo seu corpo, não queria nem imaginar o que teria acontecido se Sirius não tivesse “atrapalhado”.


—Pensou que estaria uma zona né? – Lilian riu e concordou com a cabeça, seguindo ate a cozinha e se recostando no balcão de mármore, enquanto observava o maroto fuçando o armário atrás de umas pipocas de micro-ondas.  – Eu não fico muito aqui, a zona a gente faz na casa do Sirius.


Lilian riu enquanto Thiago colocava sobre o balcão dois saquinhos de pipoca. Eles prepararam a pipoca e escolheram um filme meio termo, já que Thiago não queria ver nada meloso e Lilian não queria ver nada violento.


Pra deixar mais confortável, Thiago pegou algumas almofadas e colocou sobre o tapete, mas Lilian achava desnecessário tanta almofada já que o tapete persa era imenso e super macio.


A pipoca fora colocada sobre a mesinha de centro que Thiago arrastara para o lado, e ao lado dela uma garrafa de Coca-Cola, Thiago não tinha intenção de ficar levantando toda hora pra buscar refrigerante.


— Esse filme é muito louco, você vai gostar. – Disse Thiago animado, enquanto as primeiras cenas do filme se desenrolava na imensa tela LCD.


—Ah, não acredito que você já assistiu, assim não tem graça. – Thiago riu e puxou Lilian pra mais perto dele, a apertando contra seu corpo e selando seus lábios a testa da ruiva.


— Não tem problema, é legal o filme, vale a pena assistir várias vezes.


— Eu ainda prefiro jogos vorazes. – Thiago fez uma careta e Lilian riu, erguendo o rosto pra selar seus lábios aos dele.


— Se você quiser eu coloco pra você assistir. – Ele disse carinhosamente no meio do beijo e Lilian sorriu, erguendo o corpo levemente pra ficar na mesma altura que Thiago.


— Tudo bem, vamos assistir o filme dos super-heróis. – Thiago riu e selou mais uma vez os lábios nos lábios de Lilian, beijando-a suavemente em seguida.


Um calor involuntário perpassou por seu corpo, enquanto Thiago levava a mão ao rosto de Lilian, acariciando-a levemente, aprofundando lentamente o beijo.


Era incrível como Lilian o fazia se sentir completo, como ela o fazia se sentir de uma maneira que ele nunca se sentira antes, com garota alguma. O desejo não era apenas aquele desejo insano de sempre, aquele desejo que o fazia pensar no próprio desejo e satisfação apenas, agora pela primeira vez na vida, ele se importava com o que ela sentia, ele queria que ela gostasse de tudo, do beijo, do cheiro, do toque dele na pele dela, dos lábios dele roçando suavemente seu rosto, seu pescoço, enquanto Lilian ria fracamente, se encolhendo contra o corpo de Thiago.


A voz de Thiago soou contra o lóbulo de Lilian, carinhosamente, fazendo-a se arrepiar e sorrir.


— Eu te amo, minha ruivinha.


— Assim eu me apaixono mais ainda. – Lilian riu, brincalhona, dando um gritinho risonho em seguida quando Thiago mordeu levemente seu pescoço a arrepiando inteira.


— Essa é a intenção. - Thiago riu, enchendo de beijos o pescoço da ruiva que se encolhia ainda mais nos braços de Thiago.


— Assim não vale. – Rindo Thiago se afastou levemente para encarar a ruiva que estava vermelha como os próprios cabelos.


Na tela da televisão o filme começava, agitado, Lilian sentindo o rosto esquentar diante do olhar de Thiago sorriu, sem graça e desviou os olhos para a televisão, tentava pensar em alguma coisa pra dizer, ou talvez dissesse alguma coisa babaca, talvez até sobre o filme, quem se importava? Ela só não queria se sentir daquele jeito, como se ele estivesse a vendo nua sem nem ao menos ter tirado a roupa, a maneira como Thiago a olhava causava calor e calafrios por seu corpo inteiro, por isso ela riu e pigarreou pronta pra dizer qualquer coisa e quebrar aquele clima, mas antes que dissesse qualquer coisa ou pensasse em qualquer coisa para dizer, Thiago beijou seus lábios calando os pensamentos desesperados de seus neurônios.


A mão macia e quente dele segurou o rosto de Lilian carinhosamente, aproximando-o mais enquanto deixava a língua brincar com a dela, inicialmente carinhosamente, mas em segundos de maneira mais intensa, como se aquele fosse só o começo.


Só o começo, era isso que o calor pelo seu corpo dizia, aquilo era só o começo, aquele calor, aquelas sensações, aqueles desejos que iam pouco a pouco aumentando dentro de si eram apenas o começo do que Thiago poderia fazê-la sentir, mas ela não queria pensar nisso, ela queria pensar nos lábios dele, divinamente colados aos seus, e na mão carinhosa que deslizava do rosto para a nuca, intensificando o beijo de forma sedutora, e no corpo dele, que aos poucos ia se deitando sobre o corpo de Lilian, pressionado-a contra o macio tapete de persa que poderia até ser confundido com uma cama tamanha maciez. Ela queria pensar em tudo aquilo que fazia sua respiração acelerar no peito e seu corpo ferver sobre o tapete de persa. Definitivamente, era muito melhor pensar naquilo.


Uma das mãos de Thiago deslizou pelo corpo de Lilian, apertando-o levemente enquanto Thiago deslizava os lábios pelo pescoço da ruiva, fazendo-a ofegar, aquilo era demais pra ela, ele era demais pra ela, até quando ela resistiria a tudo aquilo?


Lilian nunca pensara muito sobre sexo até conhecer Thiago, até começar a namorá-lo e agora, agora enquanto ele a beijava daquela maneira, agora que o corpo dele pressionava o seu contra o tapete fazendo-a sentir o corpo todo dele contra o seu, agora que as mãos dele a tocava de uma maneira que a fazia sentir o próprio sol queimando dentro dela, agora sim ela começava a pensar sobre aquele assunto tão preocupante, agora ela começava a pensar no que faria, será que teria coragem de se entregar assim, sobre um tapete persa sem nem ao menos ter planejado?


— Thiago... – A voz de Lilian soou baixa e rouca quando o maroto beijou o alto de seus seios, fazendo-a estremecer e grudar as mãos, inconscientemente, nos cabelos rebeldes do maroto. – Thiago, eu não sei se...


Mas agora os lábios dele traçavam o caminho de seu pescoço, fazendo-a se arrepiar por inteiro enquanto a mão ágil de Thiago puxava a coxa de Lilian pra cima, fazendo-a envolver a perna no corpo do maroto, encaixando-o perfeitamente entre o vão de suas pernas.


— Eu te quero Lilly, caramba, como eu te quero... – A voz do maroto saiu rouca a ponto de doer os poros dos pelos quando os mesmos se arrepiaram. Era obvio que ele a queria, seu corpo inteiro dizia isso, desde as mãos pressionando o corpo de Lilian febrilmente ao próprio órgão masculino que se comprimia sob as roupas sobre o corpo de Lilian, pressionando-a, movendo-se sobre ela num desejo febril e intenso. Até quando Thiago Potter agüentaria? Nem mesmo ele saberia responder, mas era obvio que não por muito tempo.


Lilian sentiu um desejo percorrer seu corpo quando as mãos de Thiago seguraram o tecido da blusa, erguendo-o levemente até retira-la por completo. Ali estava ela, semi  nua diante de Thiago, e por incrível que pudesse parecer, ela não se sentia envergonhada ou desinibida como pensou que ficaria, pelo contrario, o desejo e a admiração nos olhos do maroto fizeram Lilian sorrir a vontade, ele era isso, ele era a confiança que ela nunca tivera na vida, era como se ela tivesse nascido pra ele.


As mãos de Thiago acariciaram a pele macia e cheia de sardas e ele brincou levemente com elas com as pontas dos dedos, deslizando em seguida os lábios sobre a pele fazendo o corpo de Lilian se arrepiar. Os lábios foram subindo até alcançar os seios e Lilian sentiu-se prender a respiração por segundos.


Iria ao paraíso, ou talvez ao inferno, ela não tinha certeza, mas quando Thiago soltou o fecho do seu sutiã, Lilian teve certeza de uma coisa, fosse o paraíso ou o inferno, ela queria tê-lo com aquele maroto, com aquele homem, com Thiago Potter, e nada mais no mundo teria importância.


 


 


*N/A:


Huummmm sera que a lilly safadchenhaa fez coisinhas com o Thi???? Kkkkkkkk


E gentemmm o próximo capitulo vai esta tãoooo legal, vamos descobrir umas coisas bem legais e que nossos personagens estão procurando tem um tempo #fikdik ;) kkkkkkkkkk


Enfim... Eu comecei esse capitulo muito mais rápido do que imaginava, acho que a inspiração divina voltou o/
UHUUU  kkkkkk
Espero que ela fique bastante tempo =P


Bom, resolvi postar esse capitulo até mais rápido do que planejava pelo fato de que eu estarei indo pra São Paulo, e até eu colocar internet não sei quanto tempo demorarei a postar, claro que eu terei meu  notebook e escreverei, espero que com bastante freqüência, e terei internet no meu trabalho pra postar os capítulos, mas por via das duvidas deixo aqui de antemão que, se eu demorar, é por que ou não consegui escrever ou não consegui postar por falta de oportunidade no trabalho ou de internet.


É minha gente, eu que costumo contar toda minha vida pra vocês kkkkkk venho dizer novamente que voltarei para São Paulo, dessa vez sozinha o/


Eu tinha planos de ir para os States no fim desse ano ou começo do ano que vem, mas tive que adiar, não sei por quanto tempo ainda, então enquanto isso eu volto pra São Paulo para trabalhar e virar uma menina independente *-* kkkkkkkk


Mas claro que não abandonarei minha fic e nem vocês, e tentarei não demorar tanto como das ultimas vezes.


Alias, devo dizer que apesar da aclamação geral de não agüentar ver meus meninos e meninas sofrerem, gente, isso não é forever alone, ok kkkkkk serão só mais alguns capítulos, até desvendarmos tudo kkkk brincadeira, mas vai ser por poucos capítulos, faz parte do script, mas claro que eles vão ser felizes para sempre kkkkkk


Ahh, falando em felizes para sempre, eu sei que sempre começo e nunca termino kkkk


Mas idéias loucas tem que ser colocadas no papel, mesmo que as vezes eu comece e nunca termine, mas o importante é começar né, então eu to com uma fic nova, na verdade eu não escrevi o primeiro capitulo ainda, mas o farei em breve e a idéia é bem legalzinha, é um L/J (Lilian&James), vocês preferem que eu coloque James ou Thiago? (Eu adoro os dois então fica difícil, mas me acostumei com o Thiago kkkk)


Vou deixar o link, acompanhem, vai ser bemmm legalzinha, eu axo kkkkk


http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=44179


 


Ahh e antes de eu dar o meu goodbye for now


Vou deixar pra vocês o link do meu blog, não sei se eu deixei no capitulo passado, mas deixo novamente


Ando postando uns textos e tudo mais, então dêem uma olhadinha e comentem okay *-*


 


Bom axo que é isso


Vou responder alguns coments por faz tempo que não respondo ninguém  kkk


 


Cecilia Guimaraes:
“tu fumo po de flu antes de escrever esse capitulo né”

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
eu axo que é bem provável viu Cecilia, por que eu ando bem meio louca ultimamente, e ando tão má com meus marotos e meninas né, só faço eles sofrerem kkkkkkkkkkkk


Ée ,eu sou dumau XD
I’m bad, I’m bad (8) *encarnando o Michael Jackson*  kkkkkkkkkkkkkkkkkk


Eu ouvi a musica que você disse que tava ouvindo quando leu o capitulo anterior... puts cara The fray é foda demais, eu adoro, eu curto eles há um super tempão, são ótimos, tem umas musicas maras né. E eu conheço essa musica que você falou sim, é muito linda, e realmente até estou ouvindo ela agora novamente, da uma boa inspiração.


Eu adoro essas musicas que parecem temas de filmes sabe, que parece que você vê o personagem em momentos legais, andando por lugares, ou viajando e vendo o mundo passando na janela, essas coisas, sei lá, eu sou meio louca kkkkkkkkkk


Mas obrigado pelo carinho, por gostar da fic, eu prometo que farei os marotos e meninas pararem de sofrer, só vai demorar uns capítulos ta kkkkkkk


 


Chris Malfoy:  que agora até faz parte da fic
uiiiiiii ta chique ela gentem kkkkkkkk


Terá  umas surpresas agradáveis futuramente viu Chris =P mas não posso contar, segredo de estado kkkkkkkk


Você sumiu, mas seus últimos coments foram ameaças de morte, essa é a Chris que eu conheço kkkkkkkkk


Tentarei não demorar, prometo (yn)


 


annalimaa_ : Sinto muito pelo pai da sua amiga, de coração. Eu nunca perdi um pai ou uma mãe, graças a Deus, mas já perdi um irmão, e axo que independente de quem perdemos, perder alguém nunca é bom né, e da maneira que foi pra Lia, foi um choque mesmo. Eu espero de todo coração que sua amiga fique bem, na medida do possível, espero que ela perceba que, apesar de perdermos aqui, um dia estaremos novamente com as pessoas que perdemos, essa é a única coisa que consola a quem fica, e Deus sempre sabe quando e como curar um coração, ele dará o balsamo que pessoa nenhuma no mundo é capaz.


Tudo vai se resolver e acabar bem, você vai ver.


Realmente o capitulo foi menos, mas é por que eu estava com probleminhas de inspiração. Sabe, as vezes a vida da gente agita tanto que não temos tempo pra escrever e quando temos a inspiração fica emburrada e não quer dar o ar da graça kkkkkk mas agora ela parece que esta fazendo as pazes comigo (e tomara que ela fique de vez), então axo que os capítulos vão melhorar kkkkk


Obrigada pelo carinho, eu adorei seu comentário, tinha tanta intensidade nele e uma revolta contra os personagens tipo a Mayara, que eu adorei, continue comentando, adoro os comentários, são eles que me dão animo pra continuar a fic *-*


Obrigado mesmo ‘-‘


 


Sah Espósito: Oii Sáa


Obrigado pelo comentário. É tudo uma sacaneixiom mesmo viu, eu concordo com você, esse povo não tem paz né kkkkkkk


Como  eu disse pras meninas acima, eu sou meio bad, mas tudo vai se resolver e se acertar no tempinho certo, vai demorar uns capítulos, mas não muitos viu


Obrigada, mais uma vez, pelo carinho *-*


 


Chrys: Coisas boas vão acontecer okay, só não sei quando kkkkkkkkk


Zuera, vai acontecer coisas boas, mas tudo tem um tempinho né, é só o script, mas não demora muito e tudo começa a ficar mais legal, mas as coisas ruins são essenciais para o amadurecimento de todo mundo né, afinal, sem problema, ninguém cresce na vida e nem como ser humano, meus personagens não são diferentes, e espero que eles terminei muito melhor do que começaram.


Obrigada pelo carinho viu *-*


 


Bom, teve outros comentários de capítulos anteriores, mas eu vou agradecer um geral e no próximo capitulo, se der, eu agradeço o resto do pessoal.


Comentem, PLEASE, eu amo os comentários e eles me ajudam muito mesmo.


Obrigada por tudo sempre


Até o próximo capitulo


Beijos
            Lanah Black

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Comentários (5)

  • Chrys Malfoy

    Há, morram de inveja, eu faço parte da fic! u.u   kkkAh, pfvr, se não tiver ameaças de morte não sou eu, kkk. Geente, quase chorei com as lembranças da Lia e com o problema da Pat com o pai, me identifiquei muito. :/  Mas eu sei que no fim vai dar tudo certo. (yn'   Aaaaah, eu sei que to sumidaçaaa, mas to sem tempo nenhuum pra ler! Eu já tava morrendo de saudades dos meus (olha a intimidade) marotos, mas prometo que de agora em diante não abandono mais a fic.  Beeijos

    2013-01-17
  • Lala Riddle

    Consegui. Depois de 3 meses lendo (e parando) a sua fic eu consegui chegar no final dos capitulos já escritos. Por isso a demora pra eu comentar. Mas vamos ao que interessa. Eu amei sua fic. Posso até dizer: uma das melhores que eu já li até agora sobre os marotos. MAS QUE PORRA DEU NO TIAGO??????????? engravidar a menina?! Já vi que isso vai dar merda. Tudo bem, acredito quando ele diz que não é pai da criança, mas acredito em parte. No passado (leia-se: antes da Lily) ele viva com todas as meninas, bebado ou não, e numa dessas..... O Sirius está sendo um perfeito cavalheiro :DDDDDDDDDDD *suspiro apaixonado*Estando com a Lia quando ela mais precisa.... Que foficho.O Remo sempre foi perfeito, então não falarei nada.Agora, vossa senhoria a autora desta fic poderia me conceder o direito de espancar, pisar, esfaquear, esquartejar, e estrangular o pai da Patsy? Eu sei que é um pedido bem humilde perto do que eu realmente gostaria de fazer com ele, então creio que possa realizar meu desejo. Hahahhahahahha, eu dando uma de serial killer de personagens alheios :PEnfim, posta logo menina! E eu prometo comentar mais rápido :D  

    2012-08-31
  • Chrys

    amei o capitulo! ficou otimo!!!adorei a parte L&T! como sempre e tomara q a lily se entregue ao tiagoe to super curiosa pra saber de quem era o relogio!!!ah!! e eu to desconfiada de que o pai da patsy quer levar ela ao medicoooo!coitada quando o pai dela descobrir!Bjoooos! 

    2012-08-26
  • annalimaa_

    Sirius está fazendo o que ele acha certo, ficando do lado dela não importa o que acnteça.Sério não sei o que faria nessa situação, acho que fico com a  opção meio termo, nem calma nem estressada.Nada como uma mulher pra colocar ordem na bagunça.OMG a Lia sabe de quem é só não lembra, e sim tem algum motivo ligado a ela.Sim quando perdemos alguém fazemos ao máximo coisas que nos lembrem delas, Lia se ligou ao fato de seu pai fazer trilha com ela, o que não vai ter um bom final.Ainda não entendo o motivo de Patsy fazer isso, estando longe do pai dela ela estaria protegendo seu filho não o colocando em risco.Meu Deus eu estou chorando com a cena de Lia se lembrando do pai dela, ele era um bom pai o que torna ainda mais difícil.Não é possível que ela tenha imaginado a cena, tinha alguém lá, mas pelo visto não saberemos tão cedo.O pai de Patsy simplismente deveria sumir de uma vez, e essa mãe dela???Não tem amor a filha não???Eu adoro Jogos Vorazes, mas odiei o filme, acho que acabaram com a história, mas como sou apaixonada por ação e super-heróis ficaria com eles.É até Lily é humana, ninguém resiste por tanto tempo a Thiago.AMEI esse capítulo apesar de ser triste, foi emocionante Lia se lembrando do pai.Espero que não demore a postar, mas se não der entendo, com você falando fiquei com saudades dos Estados Unidos.Simplesmente são aqueles momentos que quero bater a cabeça na parede, tinha acabado a bateria do note qunado vi que tinha atualizado, ai fui pro celular, adivinha 3% de bateria e só pude ler agora.Nossa deixa eu ir que eu perco a noção dos comentários de tanto que falo ( velhos hábitos).Beijos até o próximo.

    2012-08-22
  • Sah Espósito

    OI Lanah!Como voce ta?!Adorei o capitulo, fiquei tao feliz quando voce postouquase chorei com a Lia em choquee de quem e o relogio hein??Aonde o infeliz do pai da Patsy vai levar ela?!E james e Lily merecem um momento deles neahAhhh continua logoobjs e ate maisparabéns

    2012-08-22
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