A verdade não faz alarde



*Capitulo Trinta e Cinco: A verdade não faz alarde*


Mas que culpa eu tenho se quando tento fugir é pros teus braços que eu quero correr?”


 


São Paulo estava agitada como sempre ou talvez mais do que sempre, agora que a rotina agitada começava a voltar com tudo enquanto o ano recomeçava, fazendo todos voltarem a suas rotinas de trabalho, aumentando o transito e o número de passageiros nos ônibus e estações de metro.


O céu estava claro e sem nuvens quando as rodas do avião, vindo de Barcelona, colidiu contra o asfalto da pista de pouso do aeroporto de Guarulhos, mas nenhum dos passageiros pareciam muito preocupados com isso, a grande maioria já faziam planos para o restante do dia e do mês, planejando a vida agitada que recomeçaria com o fim das férias.


Sirius não estava pensando em nada quando saiu do aeroporto e seguiu com a família de Thiago, que viera recepcioná-los, em direção a casa do amigo, sua mente estava bem distante, enquanto em suas mãos o celular com diversas chamadas mal sucedidas era apertado com nervosismo.


Desde que Lia entrara naquele taxi e fora embora, Sirius não conseguira mais falar com a loira, que insistia em recusar todas as suas chamadas e jamais respondia as varias mensagens de textos e mensagens de voz deixadas por Sirius em sua caixa postal. Parecia que o maroto teria muito mais trabalho em dobrar a loira novamente.


A semana passou rapidamente e todos estavam agitados com o novo ano, muita coisa parecia que mudaria agora que os estudos nos colégios haviam acabado e as faculdades brilhavam promissoras à frente, mas Sirius não parecia muito interessado em pensar em faculdade por enquanto, outras coisas se destacavam em sua mente e foi nelas que ele se dedicou na primeira semana numa tentativa de tentar esquecer Lia e sua rejeição total ao maroto.


— Você ta brincando, Sirius. – O sorriso do maroto brilhava de tal maneira que poderia ser visto há quilômetros, mas Thiago parecia entender perfeitamente o motivo.


— E ai, gostou?


— Cara, fala sério, velho, porra Sirius, que foda, não acredito, meu. – A estupefação de Thiago fez Sirius gargalhar enquanto cruzava os braços cheio de si e de pose com um óculos escuros escondendo os olhos do sol forte que brilhava na capital.


Uma moto preta importada e extremamente linda reluzia com a luz do sol a frente dos marotos e enquanto um Thiago abobalhado “babava”, quase literalmente, na moto, Sirius exibia seu novo meio de locomoção com orgulho.


— Achei que eu precisava de um pouquinho de alegria pra minha vida, sabe como é. – O maroto gargalhou e Thiago riu, montando a moto e se imaginando pilotando uma daquelas. A única impressionada ali, não parecia tão empolgada assim com o novo brinquedinho de Sirius.


— É assim que vocês homens afogam as mágoas? Gastando dinheiro com coisas inúteis? – A pergunta cética da ruiva não fez a alegria de Sirius diminuir, fazendo o garoto gargalhar ainda mais.


— Inútil? Fala sério, Lilly, essa coisinha inútil vai agitar e muito minha vida, você vai ver. – O maroto passou a mão pelos cabelos, um gesto que Lilian conhecia bem até demais agora que namorava Thiago Potter, o mestre em fazer aquela pose de convencido passando as mãos pelos cabelos, por isso ela apenas revirou os olhos, com as feições levemente enjoadas.


— Sirius de onde você arranjou dinheiro pra comprar isso, afinal? Achei que seus pais tivessem te expulsado de casa e te deserdado. - Sirius negou com a cabeça dando de ombros a pergunta da ruiva.


— Expulsaram sim e minha mãe até tentou fazer meu pai me deserdar, mas não rolou, daí eu aproveitei a ira dela e transferi uma quantia, digamos, que vai fazer a véia dar cria de cobrinhas venenosas quando souber, pra minha nova conta e investi em algumas coisas bem úteis. – O sorriso de Sirius indicava que a moto era apenas o começo das loucuras que ele aprontara e Lilian negou a cabeça, suspirando derrotada, se a intenção de Lia era colocar Sirius no lugar ao ignora-lo, o resultado estava sendo completamente o contrario. – Vocês vão ver, acho que amanhã eu pego a chave. Pontas, tenho certeza que você vai babar muito mais no meu novo investimento.


 — Não levando o Thiago pro mau caminho junto com você, Sirius, esta ótimo. Já que juízo é uma coisa que parece que você não tem de nascença né.


Sirius gargalhou e abraçou a ruiva pelos ombros.


— Que isso ruivinha, eu estou investindo nas coisas básicas da vida, aposto que até você vai gostar do meu novo apartamento.


— Novo apartamento?


O novo apartamento de Sirius, novíssimo aliás, estava com a porta de entrada ainda aberta enquanto um Thiago, um Remo, uma Patsy e uma Lilian abobalhados observavam atônitos o novo investimento de Sirius, que digamos, era bem a cara do maroto.


A sala grande estava muito bem mobiliada, com algum toque decorativo até moderno demais para o próprio Sirius ter decorado.


Sofás de coro, tela plana, um aparelho de som ultra moderno, quadros de pintores famosos, vasos de flores, uma cortina escura cobrindo parte de uma porta de vidro fumê que dava para uma sacada imensa impressionavam bastante qualquer um que entrasse no ambiente.


Junte a isso tudo o fato de toda a parede que revestia a frente da sala ser inteira de vidro fumê deixando a vista uma paisagem impressionante de uma São Paulo agitada que tudo que se conseguia ver era o alto dos prédios, alguns helicópteros sobrevoando pra lá e pra cá, sem a visão do transito congestionado, as pessoas apressadas ou sequer se podia ouvir o som do caos, dali do apartamento de Sirius no vigésimo andar tudo o que se conseguia ouvir eram fracos sons de buzinas ao longe e uma paz absurda que nem parecia que se estava realmente em São Paulo.


O apartamento era deslumbrante, a direita uma parede decorada de preto e detalhes brancos davam um ar super moderno ao local, onde uma TV LCD estava pendurada ao centro, com detalhes de madeira preta a volta da mesma. Um pouco a direita do televisor um pequeno barzinho com cadeiras altas em couro estavam bem posicionados e ao lado, uma entrada em arco de madeira, sem porta, dava para um pequeno espaço onde imensas estantes embutidas à paredes estavam repletas de livros davam um ar inteligente ao ambiente, mas claro que ninguém ali acreditava realmente que aquele ambiente era muito frequentado pelo novo morador do apartamento.


A esquerda um sofá de couro preto dispunha-se a frente do televisor, tendo uma mesinha de vidro ao centro e abaixo da mesinha um tapete persa preto de muitíssimo bom gosto. A um pequeno espaço do sofá, a direita, um balcão de mármore dividia a sala da cozinha planejada, onde uma geladeira duplex de inox e um fogão ocupavam as paredes esquerdas junto com os armários embutidos, tendo uma mesa de vidro com detalhes pretos com cadeiras do mesmo material a completar o ambiente.


Os outros ambientes, eles tinham quase certeza, mesmo sem vê-los, de que eram tão bonitos e elegantes quanto os principais. Ninguém jamais imaginou que um apartamento de Sirius pudesse ter tanto bom gosto e sofisticação.


— Não foi você que decorou, não é? – Lilian se sentou no sofá observando o vaso de porcelana que havia sobre a mesinha de centro.


— Você me ama né, Lilly. – Gargalhou o maroto enquanto seguia em direção a cozinha, abrindo a geladeira e pegando algumas garrafinhas de cerveja.


— Ah com certeza Sirius, desde que eu vi sua bunda branca enquanto você fazia uma cena nojenta com aquela biscate da Bella, eu me apaixonei por você. – Disse a ruiva irônica, fazendo Thiago e Sirius gargalharem.


Thiago sentou-se ao lado da namorada virando um gole da cerveja, enquanto Remo e Patsy sentava ao lado de Thiago e Sirius se jogava no outro sofá, virando metade da garrafinha e olhando o apartamento com o pensamento longe. Estava pensando em Lia quando Lilian disse num tom de voz não mais debochado.


— Ela já sabe? – Sirius virou um grande gole de sua cerveja, pensativo, antes de negar a cabeça levemente.


— Ela sequer atende minhas chamadas, não retorna minhas mensagens e aposto que ela apaga sem ouvir meus recados da caixa postal dela.


Ninguém sabia exatamente o que tinha acontecido, Sirius não contara o que realmente acontecera e ninguém, ate então, tinha tocado no assunto que deixava visivelmente o maroto abalado de uma maneira que eles jamais haviam visto.


Até então Sirius recusara todas as ligações de amigos para sair, parecia que as baladas que ele sempre gostara tanto, tinha finalmente perdido a graça, o que, vindo de Sirius, era bem estranho.


— Bom, talvez você mereça né Sirius, quer dizer, considerando como você é, você deve ter culpa no cartório pra ela estar agindo assim.


Sirius riu, virando mais um gole de cerveja enquanto Thiago olhava pra Lilian com um olhar critico que fez a ruiva apenas dar de ombros como quem dizia que bem ou mal, aquilo era verdade.


— Acredite ou não, ruivinha, por incrível que pareça dessa vez eu não tive culpa. – Sirius suspirou e terminou de matar o restante da cerveja, colocando a garrafinha no chão ao lado do sofá, se levantando em seguida.


— Vamos estrear o apartamento com algumas pizzas, que tal?


Todos aceitaram a ideia, felizes, enquanto Sirius tirava o celular do bolso e pedia três pizzas grandes e uma garrafa de coca-cola para matarem a fome.


Os três marotos e as duas garotas passaram a conversar animadamente, Remo contara sobre a semana que Patsy estava passando na casa dele, afinal de contas, desde que voltaram de Barcelona e levando em contas os últimos acontecimentos antes da viagem, Patsy não quisera voltar pra casa e fora muito bem recebida pelos sogros a casa da família Lupin, onde ela estava morando temporariamente.


Não demorou muito para as pizzas chegarem e os marotos atacaram famintos. Lilian sentada ao lado de Thiago colocou o celular sobre a mesinha de centro e preferiu sentar no macio tapete de persa da sala, colocando seu copo e seu pedaço de pizza sobre um guardanapo sobre a mesinha, cruzando as pernas e rindo enquanto os marotos, que já haviam devorado um pedaço de pizza inteiro, brincavam de guerrinha de bordas de pizza, jogando as bordinhas uns nos outros.


— Sirius eu não quero nem imaginar como vai estar esse apartamento daqui um mês. – Disse Patsy risonha fazendo Lilian concordar com uma careta.


— Imagina esses moveis lindos sem o menor cuidado, cheirando a gordura de pizza e  cerveja. Eca.


Os meninos gargalharam e Sirius se jogou ao sofá próximo de Lilian enquanto Thiago sentava-se ao chão ao lado da namorada, dando um pedaço de pizza na boca da namorada.


— Quem sabe eu não arrume uma namoradinha que queira dar uma faxina? – Lilian revirou os olhos e Sirius e Thiago gargalharam.


— Claro, namoradiNHAS né, aposto que você vai mesmo encher isso aqui de mulher, e você, Sr. Potter, nem pense em ficar vindo nas festinhas de biscatinhas do Sirius. – Thiago ergueu as mãos em defesa, enquanto Sirius, Remo e Patsy gargalhavam.


— Calma, Lilly, eu não vou fazer nada, prometo.


— Se fudeu. – Disse Sirius a Thiago enquanto os amigos riam e o celular da ruiva começava a vibrar freneticamente sobre a mesinha de centro.


A ruiva que levava um pedaço de pizza a boca, parou, esticando o pescoço para olhar a telinha de seu Smartphone e ver de quem era a chamada, mas Sirius sentado ao lado foi mais rápido e quando ele viu o nome destacado na tela, sem pensar duas vezes, pegou o celular e ergueu-se do sofá num pulo.


— Sirius! – Mas o maroto ignorou totalmente a ruiva, caminhando em direção à cozinha enquanto atendia o celular e o colocava junto ao ouvido, ansioso por ouvir a voz dela, aquela voz suave e doce que ele não ouvia há mais de uma semana.


“ Oi, Lilly, onde você ta?”


Sirius engoliu em seco, seu coração disparou ao peito e ele fechou os olhos por segundos saboreando a sensação de ouvir a voz dela.


Na sala, Lilian observava sem conseguir entender como de repente Sirius mudara tanto com Lia, ela sabia que não era preciso que ninguém perguntasse quem era a pessoa do outro lado da linha, pelas feições de Sirius, todos já sabiam quem era.


— Han... Oi. – A voz de Sirius saiu rouca e incerta. No fundo ele já sabia o que aconteceria quando ela se desse conta de quem era do outro lado da linha de verdade, no lugar de Lilian, mas a esperança, a maldita e estúpida esperança o fazia pensar que talvez ela mudasse de ideia e resolvesse dar uma chance a ele de novo, pelo menos de conversar.


Um silêncio constrangedor imperou, não apenas do outro lado da linha, mas em todo o ambiente a volta, parecia que ninguém se atreveria a falar algo e estragar as coisas para Sirius, que já estavam bem complicadas.


Ele podia ouvir a respiração ofegante de Lia do outro lado da linha e quando o silêncio anunciou que ela desligaria em breve, ele apressou-se a dizer antes que fosse tarde demais.


— Lia, por favor, não fica assim comigo, me perdoa vai. – A urgência em sua voz fez sua respiração ofegar enquanto seu coração se apertava ao peito, disparando de forma mais intensa em seguida, ele ansiava por ouvir alguma resposta positiva de Lia, qualquer coisa, na verdade até se ela o xingasse de todos os nomes possíveis, qualquer coisa era melhor do que aquele desprezo dela. – Lia, por favor, não faz isso comigo.


Um segundo que pareceu uma eternidade e a ligação foi interrompida, fazendo o irritante “tu tu” soar alto e interminantemente do outro lado da linha.


Com um leve soco contra o balcão de mármore, Sirius praguejou.


— Droga.


Bufando ele deu a volta, voltando à sala e jogando o celular a Thiago que pegou o aparelho no ar e o entregou a Lilian.


— Ta vendo, não adianta, ela sequer fala comigo.


A tensão predominava o ambiente e Lilian tomou um grande gole de coca, olhando pro celular, tendo certeza que Lia deveria estar odiando a amiga naquele exato momento.


— É melhor eu ir, ela deve ta furiosa comigo agora. – Disse Lilian a Thiago que assentiu, se levantando e dando um beijo na namorada.


— Volta pra mim à noite? – Ele sussurrou entre o beijo e Lilian sorriu, acariciando o rosto do namorado.


— Te espero as sete. – Ele assentiu, dando outro selinho em Lilian, deixando a ruiva pegar a bolsa sobre o sofá.


— Eu vou com a Lilly, tudo bem, amor? – Patsy se levantou assim que Remo assentiu com a cabeça, dando um beijo na namorada e levando ela e Lilian até a porta.


Sirius se jogou no sofá, agora com uma nova cerveja nas mãos e os dois marotos se jogaram ao sofá também, enquanto os três observavam uma TV de tela plana sem imagem alguma à frente.


— Talvez fosse melhor eu seguir em frente. – Sirius virou um gole de cerveja, acompanhado dos amigos que deram de ombro.


— Eu nunca vi você assim por garota alguma, Almofadinhas, acho que a Lia faz bem pra você, você não devia desistir dela. – Disse Remo, sabendo que Sirius não aceitaria aquilo tão facilmente, mesmo sendo a mais pura verdade.


— Bem? – Sirius riu. – Eu passei uma semana parecendo uma garotinha, correndo atrás dela que nem louco e ela sequer fala comigo.


— E você nunca fez isso por garota nenhuma, então significa que você sente alguma coisa por ela, admita ou não.


Sirius virou um grande gole de cerveja e encostou a cabeça pra trás, deixando a mesma apoiar no encosto do sofá enquanto ele encarava o teto branco da sala.


— Você ta apaixonado né Pontas? – Thiago que começava a virar um gole de cerveja engasgou e engoliu rapidamente a cerveja, tossindo em seguida. Remo riu e Sirius, sem se mover de sua posição de analisar o teto branco da sala, riu também.


— Porra Sirius, não faz umas perguntas assim não, velho. – Os marotos riram e Sirius deu um tapinha na cabeça de Thiago que gargalhou.


— Porra os marotos estão perdendo a essência heim, já temos um apaixonado, agora dois? – Indagou um Sirius brincalhão e Thiago riu, virando um gole de sua cerveja.


— Dois não, três. – Disse Remo e Sirius ergueu a cabeça para encarar o amigo, que assentiu com a cabeça fazendo Sirius afundar a cabeça pra trás novamente, apoiando-a no encosto do sofá e voltando a encarar o teto branco.


— O Pontas ta de quatro pela Lilian, isso ele não pode negar. – Começou Remo e Thiago assentiu, derrotado, virando mais um grande gole de cerveja. – E você  Almofadinhas... – Remo não concluiu, mas Sirius virou um grande gole de cerveja também, disparando em seguida.


— Aquelas três fizeram macumba. – Os marotos riram e Thiago, suspirou derrotado, era melhor assumir de vez, se não dissesse nada aos amigos, a quem diria?


— O Remo tem razão, não adianta eu negar, vocês são meus amigos, vocês sabem... – Remo e Sirius assentiram sem dizer nada, apesar de amigos, de brincalhões, de gostarem de zoar um com o outro, eles sabiam que havia coisas que não se deveria zoar, nem mesmo com outro maroto.


— O que eu faço? – Disparou Sirius, sentia-se destruído por dentro. – Ela não vai acreditar em mim, quer dizer, a Lilly tem razão, vindo de mim é fácil acreditar que eu fiz a merda toda, por que eu sempre faço merda né.


— É, meu caro, Almofadinhas, você esta fudido. – Disse Thiago dando tapinhas no ombro de Sirius que virou um grande gole de cerveja.


— Fudido? Pior do que isso só um Bambi querendo que eu coma ele.- Os marotos gargalharam e viraram o restante de suas cervejas.


— Você comeria, Almofadinhas? – Remo e Thiago riram e Sirius deu um tapa na cabeça do amigo.


— Vai se fuder, Pontas. – Os três riram.


— E ai Aluado, seu fim de semana em Barcelona foi bom? – Indagou Sirius e os três riram.


— Bom, eu estava ocupado, mas eu também ouvi gemidos no apartamento, Sirius. – Os três riram e Sirius disparou a resposta de Remo.


— Como você conseguiu ouvir os gemidos da Lia com você e a Pat quase derrubando a porta do banheiro? – Os três gargalharam e uma almofada voou na cara de Sirius, fazendo o maroto rir mais ainda.


— Cala a boca, seu idiota. – Os três riram.


— Você é foda, Sirius, deve ser por isso que a Lia ta puta com você. Você come a menina e depois pisa na bola.


— Não tenho culpa se ela é gostosa. E você, não comeu a ruivinha ainda? – Um tapa acertou a cabeça de Sirius, que gargalhou.


— Você não fica com a Lia só por que ela é gostosa. – Continuou Remo, inclinando-se e pegando um pedaço de pizza sobre a mesinha de centro.


— Ela é diferente das outras garotas, não sei explicar.


— Isso se chama amor. – Disse Remo e Sirius deu de ombros.


— Porra, como você aguenta ele, Pontas? – Os três riram, e Sirius continuou.


— É pior do que parece, Aluado. – Sirius pegou a almofada colocando ela sobre a cabeça.


— Não é tão ruim quanto parece Sirius, olha o Pontas, ta namorando a Lilly, ta apaixonado e ta feliz.


— E to vivo, não sei como, mas to vivo. – Thiago riu e Sirius negou com a cabeça, ainda apertando a almofada contra seu rosto.


— Eu to apaixonado por uma garota que sequer quer ouvir meu nome. – A voz de Sirius saiu abafada pela almofada, mas ele sabia que os amigos haviam ouvido perfeitamente.


— Você tem que dizer isso a ela. – Sirius sacudiu a cabeça, jogando a almofada no sofá ao lado e se sentando normal, pegando sua cerveja sobre a mesinha de centro e virando o restante da garrafa.


— Não, ta na hora de eu voltar à ativa, a Lilly tem razão, vou encher esse apartamento de muita mulher, comer umas dez deve me fazer voltar a ser o velho Sirius de sempre.


Remo negou com a cabeça e Thiago apenas virou um gole de cerveja, não adiantaria dizerem nada a Sirius, a vida era dele, ele fazia as próprias escolhas, cabia a ele escolher a forma de resolver tudo aquilo, mas afinal de contas, aquele era Sirius Black, e aquela talvez fosse a sua maneira erronia de resolver as coisas.


 


 
Se alguém lhe dissesse há alguns meses atrás que Thiago Potter era carinhoso, romântico e um excelente namorado, ela não acreditaria. Mas agora, ela tinha que confessar, ele estava sendo melhor do que ela imaginara.


Naquela manhã ela acordou com uma mensagem de seu amado, tinham ido ao cinema e depois numa sorveteria na noite passada, quando chegara a noite haviam trocado algumas mensagens antes de Lilian adormecer e quando o dia amanheceu, talvez fosse umas dez da manhã, ela despertara com o toque de seu celular anunciando que uma mensagem de texto havia chego. Não poderia começar a manhã de maneira melhor do que aquela, melhor talvez, só se tivesse acordado com o próprio Thiago Potter.


“Acorda minha ruivinha, passo ai em uma hora, vou te levar pra conhecer um lugar”


Lilian já estava acordada, sentada a mesa do café da manhã, enquanto ainda olhava sorridente para a mensagem de texto em seu celular. Estava vivendo um sonho e não queria acordar tão cedo.


A campainha soou alto e Lilian deu um pulo da mesa, se levantando rapidamente e gritando enquanto corria em direção ao portão.


— É pra mim, to indo mãe, tchau.


Quando abriu o portão, Thiago estava encostado ao carro com as mãos no bolso, olhando pra ela com aquele sorriso perfeito nos lábios.


Lilian se aproximou do maroto e selou seus lábios aos dele, que segurou sua cintura carinhosamente.


— Bom dia, minha ruivinha. – Lilian sorriu, Thiago desencostou do carro e abriu a porta do passageiro pra Lilian entrar, antes de dar a volta no carro e entrar no lado do motorista.


— Seu pai não acha ruim você sair com o carro dele? – Thiago riu, dando partida e saindo em seguida.


Era um lindo carro alias, um Audi Q7,  preto, quatro portas, moderno e muito bem equipado, aliás. Bancos de couro, som e uma telinha pequena de DVD, cambio automático, aconchegante e lindo, ate mesmo por dentro.


— Na verdade, eu ganhei esse carro do meu pai quando voltei. – Lilian ergueu a sobrancelha encarando o maroto.


— Serio? Mas mesmo depois do... quer dizer... – Lilian não conseguiu mencionar o acidente que haviam sofrido antes da viagem, desde que tudo passara, eles nunca mais haviam mencionado o acidente, acidente do qual Thiago estava dirigindo o carro quando acontecera.


Thiago não falou de imediato, e quando finalmente falou, foi sobre outro assunto totalmente diferente.


— A Lia tava brava com você ontem? – Lilian assentiu com a cabeça enquanto observava a paisagem pelo vidro do carro.


— Ela achou que eu deixei o Sirius atender, mas depois eu expliquei a ela e ela entendeu. – Thiago assentiu com a cabeça sem dizer nada, enquanto parava a um farol fechado.


— O Sirius te contou o que aconteceu? – Lilian perguntou e Thiago que estava com as mãos apoiadas ao volante com os olhos distraídos na rua, voltou os olhos pra Lilian e sorriu, deslizando a mão do volante até a dela e segurando-a carinhosamente.


— Não, só sei que eles ficaram e que o Sirius ta em crise de apaixonado. – Lilian riu e acariciou a mão do namorado, que ainda segurando a mão de Lilian, levou a mão, junto com a dela, até o cambio do carro, passando a marcha e engatando o carro, antes de seguir pelo transito de São Paulo após o farol ficar verde.


— O Sirius apaixonado? – Lilian riu e Thiago riu junto. – Estamos falando do mesmo Sirius?


Thiago riu, virando uma rua à esquerda e diminuindo a velocidade.


— Você anda muito cruel com ele, Lilly, poxa ele ta sofrendo, da uma chance pra ele. – Lilian sorriu, acariciando a mão do namorado.


— Estamos indo pra casa dele? Achei que você ia me mostrar alguma coisa. – Disse Lilian observando que Thiago agora adentrava a garagem do prédio onde Sirius estava atualmente morando.


— E vou te mostrar. – Thiago piscou e Lilian fez uma caretinha que fez o maroto rir, estacionando na vaga e se inclinando sobre a ruiva, após soltar o cinto, para puxa-la para um beijo.


Thiago selou os lábios deles carinhosamente, saltando do carro e correndo pra abrir a porta de Lilian, que sorriu com o gesto cavalheiro do namorado.


— Não vai aproveitar o apartamento vazio do Sirius pra se aproveitar de mim, não né? – Thiago gargalhou, segurando a namorada pela cintura e adentrando o elevador com ela.


— Por quê? Você quer que eu me aproveite de você? – Lilian sorriu e deu um tapinha no braço do maroto.


— Thiago! – Thiago riu e puxou Lilian para mais um beijo, antes do elevador parar e abrir as portas.


— Vem. – Ele a segurou pela mão e saiu do elevador, seguindo até uma porta e tirando um molho de chaves do bolso, abrindo a porta em seguida.


— Potter o que esta fazendo? – Lilian olhou pra Thiago com os olhos arregalados, sem entender nada. Thiago riu e apertou a mão de Lilian a puxando pra dentro do apartamento.


Um apartamento mais luxuoso que o de Sirius se destacava a frente, completamente mobiliado e bem decorado.


— O que acha? – Thiago soltou a mão da ruiva e seguiu para uma cozinha separada da sala exatamente como no apartamento de Sirius, mas a frente do balcão havia uma mesa de jantar de vidro em mogno, maravilhosa. E a sala era perfeita. Um sofá bem acolchoado, branco, em formato de L, com almofadas enormes e macias estava bem disposto à frente da parede de vidro e da sacada. Havia uma estante embutida à parede, branca, com um espaço em preto ao meio onde uma TV de plasma de 52 polegadas estava presa e abaixo dela uma lareira moderna estava instalada, pronta para ser acessa. Apesar de linda, a sala não tinha aquele ar moderno e jovem como a casa de Sirius, ela tinha um ar de lar, de um lar confortável e bem decorado, onde você com certeza iria querer morar.


A cozinha era planejada e tinha um bom gosto incrível, e a decoração era impecável, vasos de porcelana com flores e plantas decoravam o apartamento e as paredes laterais haviam alguns quadros modernos que davam um ar mais sofisticado ao ambiente.


Lilian estava encantada com tudo aquilo e mal percebeu quando Thiago segurou sua mão e a puxou em direção aos outros cômodos do apartamento.


Passaram por um quarto que fez Lilian parar e sorrir abobalhada, era um quarto de bebe, aparentemente sem detalhes que definissem o sexo, mas era perfeito. As paredes brancas estavam com desenhos de personagens animados pintados em algumas partes. A janela do quarto estava com uma cortina amarela clara e o berço branco estava ao canto, onde próximo a ele havia uma poltrona para a mamãe. O guarda roupa do bebe também era branco e Lilian já se imaginou dando ao quarto mais alguns toques de cores que definiriam o sexo do bebe.


Thiago sorriu e deixou com que Lilian observasse o ambiente pelo tempo que quisesse antes de continuarem, ela apertou sua mão e sorriu passando por um banheiro, antes de entrarem no que parecia com certeza o quarto de casal. A parede era metade de vidro e metade de madeira bege, uma cortina escura estava aberta sobre o vidro fumê.


Uma cama de casal estava atravessada no quarto, e pela altura parecia ser super confortável. Havia uma TV presa a parede a frente, algumas mesinhas de cabeceira e poltronas decorando o ambiente e a frente havia uma porta que Lilian imaginou ser do banheiro da suíte.


— Uau! – Thiago riu enquanto Lilian se impressionava com tudo, ele confortavelmente saiu do quarto e voltou minutos depois com dois copos grandes de suco entregando um a Lilian e dizendo risonho.


— O café esta servido, querida esposa. – Lilian riu pegando o copo e virando um gole.


— Potter, não estou entendendo, de quem é esse apartamento? – Thiago riu, colocando o copo sobre a mesinha de cabeceira e segurando o copo de Lilian para colocar ao lado.


— Meu! – Ele deu um sorriso perfeito e Lilian arqueou as sobrancelhas. Thiago gargalhou, puxando-a pela cintura e colando seu corpo ao corpo quente da ruiva.


— Agora vamos a melhor parte, a lua de mel.


— Potter! – Lilian deu um tapa no braço de Thiago e o maroto gargalhou, puxando Lilian em direção a cama, caindo com a ruiva sobre a mesma. – Potter!


Thiago deitou Lilian à cama e apoiou-se a mesma, ficando por cima da ruiva, com um sorriso estupendo nos lábios.


— Agora você não escapa de mim ruivinha. – Lilian gargalhou.


— Não pense que serei tão fácil assim, Sr. Potter. – Thiago riu e selou seus lábios aos de Lilian.


— Prometo que só ultrapassarei qualquer limite depois de casarmos. – Lilian ergueu as sobrancelhas encarando o maroto, atônita. Ele não estava falando sério, estava?


Lilian conhecia bem o histórico de Thiago Potter, e se Sirius era do jeito que ela, infelizmente, já presenciara, não duvidava que Thiago, quando solteiro, fosse diferente.


— Esta falando sério?  - Thiago riu e Lilian emendou entusiasmadamente. – Peraí, isso quer dizer que você pensa em casar comigo?!


Thiago gargalhou e selou seus lábios aos de Lilian varias vezes, deslizando uma das mãos pela lateral do corpo da ruiva.


— Bom, isso não quer dizer que não vá querer me aproveitar um pouquinho disso tudo. – Ele deu uma piscadinha marota e Lilian riu, puxando o maroto pela nuca e o beijando intensamente.


Era incrível como ele a fazia se sentir, como estar com ele fazia o mundo perder totalmente o interesse, nada mais importava no universo, a não ser aqueles lábios, aquele corpo, aquelas mãos, ele inteiro, apenas ele e mais nada.


Lilian sentia-se estar sonhando, depois de tantas coisas por quais passaram, todas as vezes que pensava estar finalmente conquistando o maroto, que tão rapidamente a conquistara com aquele jeito, aquele sorriso, e algo sempre acontecia para estragar sua felicidade, agora que estavam finalmente juntos, finalmente bem, ela não deixaria nada tirar aquele maroto lindo dela, nada, nem ninguém.


Os lábios de Thiago agora beijavam os lábios de Lilian com mais intensidade e ousadia, enquanto a mão da garota deslizava pelas costas dele, apertando-o e puxando-o cada vez mais pra si.


A mão de Thiago que deslizava pela lateral do corpo da ruiva, agora descia até a coxa da ruiva, apertando-a e puxando-a mais pra si enquanto seu corpo se encaixava entre as pernas de Lilian fazendo Thiago grudar as mãos no corpo de Lilian e puxa-la com mais ímpeto contra seu próprio corpo, numa tentativa frustrada de sentir mais o corpo de Lilian contra o seu. Seus lábios ágeis deslizaram pelo pescoço da ruiva enquanto ele subia a mão para puxar a alça da blusinha de Lilian deslizando os lábios até o ombro da garota e enchendo-o de beijos, deslizando os lábios pelo colo de Lilian e voltando a descer a mão pelo corpo da ruiva, apertando-a contra si num desejo intenso.


O corpo de Lilian era quente e cheiroso, e aquele cheiro entorpecia Thiago, fazendo-o perder a noção de tudo, a única coisa que ele conseguia desejar, pensar, aspirar, era aquele cheiro, era Lilian, era seu corpo macio e suave sob o seu, e aquilo o fazia pensar em coisas que só fazia desejá-la ainda mais.


Thiago subiu os lábios novamente até o pescoço de Lilian e segurou a coxa da ruiva, erguendo-a e permitindo que Lilian o abraçasse com as pernas, deixando o corpo de Thiago inteiro entre as pernas de Lilian, que perdia o juízo e a noção de tudo com aquele corpo quente sobre o dela. A certinha Lilian Evans esquecera-se até mesmo quem era, tudo o que ela desejava era Thiago, seus lábios, seus beijos, seu toque, seu corpo, ele inteiro, e nada mais.


Os lábios de Thiago se demoraram no pescoço de Lilian, os lábios brincavam entre a pele e o lóbulo da ruiva, mordiscando-os e fazendo o corpo de Lilian arrepiar-se enquanto Thiago diminuía o aperto sobre o corpo de Lilian, fazendo-a ansiar ainda mais por ele. Ele deslizou os lábios, descendo-os abaixo do pescoço de Lilian e descendo pelo colo, alcançando o alto dos seios de Lilian, nos quais ele apenas roçou os lábios fazendo a ruiva grudar a mão em seus cabelos.


Ainda deslizando os lábios sobre a pele cheirosa, Thiago deslizou-os novamente até o ombro, mordiscando o ombro da ruiva e deslizando a língua pelo pescoço de Lilian, fazendo a ruiva arfar e gemer baixinho, uma onda de desejo invadiu Thiago quando o som do leve gemido de Lilian o invadiu, e ele beijou o pescoço da ruiva, apertando o corpo dela contra o dele e pressionando seu próprio corpo contra o de Lilian, que grudou mais a mão em seus cabelos e sussurrou baixinho o nome do maroto ao ouvido dele, fazendo Thiago perder totalmente o resto de juízo que ainda lhe restava.


Com os lábios ansiosos, ele a beijou intensamente, suas línguas brincaram e um calor, muito mais intenso do que o próprio sol poderia ser capaz de emanar, percorria pelo corpo de Thiago, fazendo-o apertar seu corpo contra o de Lilian numa ânsia louca.


— Thiago. – Lilian sussurrou roucamente entre o beijo e Thiago não deixou com que ela continuasse, beijando-a ainda mais intensamente, cada toque dela, cada sussurro o fazia perder ainda mais a cabeça.


As mãos de Lilian deslizaram por baixo da camisa de Thiago e ele sentiu-se encolher quando as unhas dela cravaram sobre sua pele, o instigando ainda mais. Inconscientemente seu corpo movia-se sobre o de Lilian e sua respiração ofegava entre o beijo, precisava parar, ele sabia que precisava parar, antes que nada o detesse, nem mesmo a ruiva. Mas o desejo que ele sentia percorria suas veias como vulcão, como se estivesse sobre brasas, queimando-o de uma maneira tão intensa que água nenhuma no mundo poderia apagá-lo.


Lilian nunca sentira nada igual, nada nem perto daquilo, nem do desejo que sentia, nem de como gostava de sentir o corpo de Thiago sobre o seu e nunca na vida sentira um corpo masculino sobre o seu e aquilo, ao invés de fazê-la envergonhar-se, fazia ela o desejar ainda mais. Podia sentir o corpo dele contra o seu e até mesmo a ereção do maroto, sobre as roupas, pressionando-a, mas tudo isso fazia o desejo aumentar ainda mais dentro dela. Será que era mesmo certo tudo aquilo? Lilian sabia que não queria que as coisas fossem assim com eles, mas uma coisa era inevitável, aquele contato era como uma certeza de se poderia dar realmente certo futuramente ou não. Afinal de contas, quem se casaria sem jamais ter tocado na outra pessoa?


Quando a mão ligeira de Thiago começou a deslizar sobre a barriga de Lilian, erguendo a blusa dela lentamente um som desagradável invadiu o apartamento, fazendo Lilian se assustar e empurrar Thiago com tudo, fazendo o maroto cair ao lado na cama, ofegante.


TIM, DOM.


Maldita campainha, pensou Thiago.


Lilian apressadamente arrumou a blusinha e se sentou na cama, puxando os cabelos revoltos para trás para prendê-los em um rabo de cavalo.


Thiago riu quando observou a ruiva, ela estava ofegante e as bochechas estavam mais rosadas do que normalmente, estava mais linda do que Thiago já havia visto, e isso o fez imaginar como ela ficaria depois de uma noite de amor, nua, ofegante sobre os lençóis, com os cabelos vermelhos revoltos envolta do rosto e as bochechas rosadas. Tal pensamento o fez aquecer-se por dentro e sentir isso, estando numa cama com Lilian, não era uma coisa muito boa, não por enquanto.


— Potter a campainha. – Disse Lilian quando a campainha soou mais uma vez, tirando Thiago de seu transe.


— Eu vou atender. – Ela assentiu, continuando sentada, enquanto ele deslizava da cama e seguia em direção a sala, xingando mentalmente o filho da mãe que estragara seu primeiro grande amasso com a ruiva. Se tinham tido aquilo antes mesmo dele finalmente fechar o negocio e comprar o apartamento, Thiago já imaginava como poderiam ser as outras noites dos próximos meses.


Com um sorriso estupendo no rosto ele abriu a porta, revirando os olhos e fazendo uma cara feia.


— Ae meu novo vizinho já esta estreando o apezinho. – Sirius nem pediu permissão para entrar, enquanto adentrava e já se jogava no sofá, esticando as pernas sobre a mesinha de centro.


— O que você quer Sirius? – Thiago fechou a porta e caminhou até a sala, encarando Sirius, que ao observar o maroto, gargalhou.


— Atrapalhei alguma coisa? – Ele disse num tom mais baixo, olhando em direção ao corredor que levaria aos outros cômodos da casa.


Thiago se jogou no sofá e fez uma cara feia pra Sirius.


— Quando eu me mudar pra cá, Almofadinhas, esta proibido de você apertar essa maldita campainha sem antes mandar um torpedo avisando.


Sirius gargalhou e afirmou com a cabeça.


— Pode deixar Pontas, não vou atrapalhar seus pegas. Mas e ai, a coisa tava boa né? – Sirius gargalhou e Thiago tacou a almofada na cara do amigo. – Qualé.


— Cala a boca, seu idiota. – Sirius gargalhou.


— Você devia ir no banheiro, eu não to afim de ficar vendo essas coisas, mano. – Disse um Sirius risonho enquanto Thiago arrumava a calça jeans tentando disfarçar seu estado.


— Han.. Oi, Sirius. – Lilian estava parada próxima a cozinha e diante das faces vermelhas, Sirius pensou que talvez, muito provavelmente sim, Lilian teria ouvido boa parte da conversa, nada, civilizada dele com o amigo.


— E ai, Lilly. – Sirius levantou-se tentando disfarçar o clima e conter sua vontade de rir. – Gostou do apê do Pontas?


— É bem legal, mas perto de você, eu acho que coisa boa não vai sair né. – Sirius riu e Thiago negou com a cabeça, levantando-se e dando um tapa na cabeça de Sirius, que olhou pra ele com uma típica cara de quem dizia novamente “qualé”.


— O Sirius já estava indo embora, né Sirius. – Sirius olhou pra Thiago com as sobrancelhas erguidas e gargalhou.


— Na verdade eu vim te trazer um negocio. – Ele enfiou a mão no bolso da calça e entregou pra Thiago um pedaço de papel, que o maroto abriu e fez uma leve careta. – O Aluado passou lá em casa hoje de manhã e mandou eu avisar você desse troço.


— O que? – Indagou Lilian, se aproximando de Thiago, que entregou o papel a ela que,  imediatamente, pareceu se interessar muito mais no conteúdo do mesmo.


— Ah meu Deus, nosso baile de formatura. Finalmente! Não vejo à hora. – Sirius e Thiago se entreolharam e deram de ombros, enquanto Lilian tagarelava feliz com a nova novidade.


Parecia que a tarde “interessante” que Thiago planejara ter com Lilian, tinha ido por água abaixo.


 


 


Foi preciso muito esforço de Lilian para convencer Lia de ir ao baile quando o fim de semana e a noite do baile de formatura finalmente chegaram, Lia não estava nenhum pouco interessada em ir num baile de formatura no qual ela não tinha sequer um par e no qual Sirius estaria desfilando com suas “namoradinhas”, se é que você entende, pra  baixo e pra cima.


A noite estava estrelada e quente, e a cidade, como todo sábado a noite,  estava agitada. Barzinhos estavam repletos de jovens a fim de curtir a noite, e até mesmo aqueles jovens de coração povoavam alguns barzinhos da noite de São Paulo, aproveitando uma das melhores coisas que havia na cidade, a noite paulistana.


Lilian tirara o dia para se produzir como se fosse o dia da noiva, o que Lia achou um completo exagero, mas agora que a ruiva estava namorando Thiago, ela se empenhava muito mais em estar sempre linda para o maroto, já que a concorrência era grande, o melhor era tomar todos os cuidados possíveis.


Lia tinha certeza absoluta, quando chegou a casa de Lilian, que quando Thiago viesse buscar a ruiva, Sirius estaria junto, mas Lilian lhe garantira que Sirius não apareceria, e insistiu que Lia fosse com eles para que ela não chegasse sozinha ao baile, o que Lia não estava realmente preocupada, na verdade ela nem queria mesmo estar indo àquele baile.


— Lia, se anima. Vai ser super divertido. – Lilian terminava de ajeitar o que a cabeleireira já arrumara há horas atrás.


— Você diz isso por que vai estar muito bem acompanhada. – Lia estava sentada a cama da ruiva, usava um vestido tomara que caia rosa claro, com um corpete apertado a cintura e rodado da cintura pra baixo, os cabelos presos num coque moderno, deixando vários fios louros caírem pelo rosto e na nuca, dando um charme a mais. Um brinco de pérola enfeitava as orelhas combinando com o colar de pérola ao pescoço, estava linda e com uma maquiagem impecável.


— O Thiago me disse que o Sirius esta sofrendo de crise de apaixonado. – Disse a ruiva, vendo pelo reflexo do espelho Lia revirar os olhos, enquanto Lilian continuava. – Que não saiu pra balada nenhuma vez desde que você foi embora e que eles passam todas as tardes jogando futebol ou na piscina do prédio, e a noite quando ele me deixa aqui ele vai pro apartamento do Sirius, pedem pizza e ficam jogando vídeo game.


— Lilly... – Começou Lia, mas Lilian negou com a cabeça, virando-se para encarar a amiga.


— Lia, é serio, o Thiago me disse que o Sirius falou pra ele e pro Remo que está apaixonado. Quer dizer, eu sei que vindo do Sirius é difícil de acreditar e você sabe que eu jamais defenderia ele, mas se você visse como ele ficou no dia que você ligou no me celular e ele atendeu. Deu até dó, ele tava quase chorando.


Lia suspirou, Lilian era exagerada e dramática às vezes, e ela queria acreditar fielmente que Lilian estava exagerando nos fatos, mas a verdade era que provavelmente ela não estivesse, afinal de contas, ela já tinha ouvido aquilo umas cinco vezes desde o ocorrido, mas por que era tão difícil acreditar que Sirius estava realmente mal por causa dela? Numa coisa Lilian tinha razão, era difícil demais acreditar em tudo aquilo quando se tratava de Sirius Black.


— Lilly eu... – Lia suspirou, não teria coragem de contar a Lilian o que realmente acontecera entre ela e Sirius, e por que ela estava tão mal. Por mais que Lilian fosse sua melhor amiga, Lia não conseguiria dizer, nem mesmo a Lilian, que dormira com Sirius e depois o vira com outra garota, era humilhante demais contar que fora usada daquela  forma, até mesmo para a própria melhor amiga.


Antes que Lia continuasse, ou pensasse no que dizer, a campainha soou alto e Lilian deu um pulo, dando pulinhos de euforia, puxando Lia pela mão e dizendo.


— Vamos, esquece o Sirius e vamos aproveitar a nossa noite de formatura. Eu prometo que não vou ficar colada ao Thiago a noite inteira, vou tirar um tempinho pra minha melhor amiga. – Lia riu enquanto era arrastada escada abaixo por uma Lilian eufórica.


— Acho bom mesmo, por que antes de ser namorada do Potter, você já era minha amiga. – Lilian riu e abraçou a amiga.


— Claro minha Best friend. – As duas riram e seguiram em direção ao portão, enquanto Lilian tentava controlar sua própria alegria.


A frente da casa de Lilian um carro preto estava parado, o carro de Thiago e um maroto lindo estava encostado ao mesmo, usava um smoking preto, os cabelos estavam quase bem arrumados e ele tinha as mãos no bolso enquanto conversava com outro maroto parado ao lado, os cabelos caídos displicentemente sobre os olhos, usava um smoking impecável com sapatos de couro italiano e ao seu lado uma moto preta reluzia mesmo a luz da lua.


Quando Lilian fechou o portão e as duas pararam a calçada, a conversa entre os marotos cessou. Thiago desencostou do carro e deu um passo a frente observando Lilian. Ela estava linda, os cabelos ruivos estavam em coque, com vários fios caindo pelo rosto, um vestido preto tomara que caia deslizava pelo corpo até o meio das coxas, colado ao corpo escultural da ruiva, mas sem parecer indecente. Um cinto vermelho estava preso a cintura e ao pescoço um colar preto com detalhes vermelhos caiam dando um toque a mais de beleza a ruiva. Thiago engasgou e ficou momentaneamente sem fala, Lilian estava linda, deslumbrante, de uma forma que fazia um calor percorrer suas veias de forma intensa.


Ele deu alguns passos a frente e segurou a mão de Lilian, beijando-a suavemente, fazendo a ruiva sorrir enquanto seus olhos brilhavam.


— Você ta, nossa, você ta perfeita. – O sorriso se alargou no rosto de Lilian e ela passou os dedos pela lapela do palito do maroto, olhando-o de cima abaixo.


— E você ta um gato. – Ela sussurrou, fazendo o maroto sorrir e a puxar pela cintura, colando seu corpo de dela, fazendo o calor percorrer mais intenso pelo seu corpo.


— Você é linda, Lilly. – Ela sorriu e sentiu os lábios de Thiago carinhosos nos seus, fazendo-a sorrir entre o beijo, parecia estar vivendo um conto de fadas, daqueles que não existem interrupções de bruxas malvadas no meio da historia, apenas meio e final felizes.


Era lindo ver a cena entre Lilian e Thiago, ou para alguns amigos, era meio meloso demais ver a melação dos dois, mas Lia não estava vendo nem uma coisa ou outra, quando ela saiu pelo portão da casa de Lilian e parou a calçada, seu coração congelou ao peito antes mesmo que ela o visse. Seu coração, de forma misteriosa, sabia que ele estava ali antes mesmo dela ter conhecimento disso, por isso quando ela ergueu os olhos em direção a Sirius, parado a frente de uma moto a frente da casa de Lilian, seu coração já não estava mais congelado, ele já batia de forma desesperadora ao peito.


Fizera de tudo nas ultimas semanas para não ver o maroto e agora sua melhor amiga, o que ela já previra afinal, a colocara na situação que ela rezava internamente pra não ter que passar tão cedo, temia o momento em que o veria, pois sabia que no momento em que o visse novamente, todo seu corpo gritaria desesperado por aquele corpo, por aqueles braços envolta de seu corpo, por sentir aquelas mãos e aqueles lábios nos seus.


Sirius se desencostou da moto e deu alguns passos a frente, parando a frente da loira. Ela estava linda e ele sentiu uma vontade intensa de segura-la pela cintura e colar seu corpo ao dela, sentindo aquele cheiro de rosas que emanava dela invadindo todos os seus sentidos.


— Você ta linda! – O coração de Lia palpitou mais forte ao peito quando aquelas palavras saíram baixas e roucas dos lábios de Sirius, mas ela não ia se deixar amolecer tão fácil, não poderia.


— O que esta fazendo aqui? – O nó preso em sua garganta a incomodou, fazendo-a engolir a seco.


— Eu vim te buscar pro baile. – Sirius deu mais um passo a frente, sua voz era suave e baixa, como se ele não quisesse que nada, nem ninguém mais pudesse ouvir o que eles tinham a dizer um ao outro, ou talvez ele só estivesse tentando ser    mais discreto e mais cavalheiro, o que nenhum dos dois combinavam muito com ele.


— Sirius eu... – Começou Lia, mas Sirius interrompeu, dando mais um passo a frente, ficando frente a frente com Lia e esticando a mão para segurar a dela, que surpresa com o gesto não conseguiu mover um músculo.


— Só deixa eu te levar pro baile, eu não vou fazer nada e você não precisa nem falar comigo se não quiser.


— Sirius eu não... – Lia começou novamente, mas mais uma vez, Sirius a interrompeu, dando outro passo a frente que fez o coração de Lia pular em seu peito como uma bailarina de uma escola de samba.


— Por favor, Lia, só... Como amigos. – Ele engoliu a seco, a ultima coisa que ele queria naquele momento era ser só um amigo de Lia, ele queria ela e aqueles lábios vermelhos pelo batom que molhavam-se levemente pela ponta da língua, fazendo o coração de Sirius sambar ao peito. Como ele a queria, Deus, como ele a queria.


Lia suspirou, travava uma batalha imensa entre a razão e o coração, e o coração era um páreo duro, ele discutia com motivos que faziam a própria razão vacilar e no fim, por mais que ela tentasse, talvez o coração acabasse vencendo aquela batalha.


— Eu... – Ela novamente começou, mas parou quando Sirius exibiu aquele sorriso perfeito nos lábios, puxando-a pela mão em direção a moto de uma forma carinhosa.


— Vem, você vai gostar de passear na Morgana. – Sirius soltou a mão de Lia, para pegar o capacete do passageiro. – Só vai bagunçar um pouquinho seu cabelo, se você não se importa.


— Morgana? – Lia ergueu a sobrancelha e Sirius deu uma piscadinha.


— Você não acha que ela tem uma carinha de bruxinha? – Lia riu, era impossível não rir com Sirius.


— Ela? Sua moto tem sexo? – Lia gargalhou e Sirius sorriu contente por tê-la feito sorrir, o que, obviamente, ele não deixaria de aproveitar para amolecer a loira.


— Claro que é ela, você não acha que eu ia montar “nele”, né? – Lia gargalhou e Sirius se aproximou dela, parando a frente para colocar o capacete na loira.


— Você é louco, Sirius. – Lia disse no instante em que o maroto parou a sua frente com aquele sorriso lindo no rosto fazendo-a ofegar ainda mais quando ele disse sem pensar.


— Louco por você. – Lia mordeu o lábio levemente e Sirius sentiu a respiração ofegar com tal gesto da loira, num ímpeto ele deu outro passo à frente, ficando muito mais próximo de Lia e com a mão livre, já que na outra ele segurava o capacete, ele levou ao rosto de Lia, acariciando-o e tirando uma mecha de fios que caiam sobre o rosto lindo da loira. Sentia uma vontade imensa de beija-la e por mais que ela estivesse brava com ele, ele correria o risco, por um beijo dela, ele correria qualquer risco.


Ele acariciou o rosto de Lia e deu mais um passo a frente, segurando o rosto dela na mão de forma delicada, aproximando lentamente o rosto do dela, ansiava por aqueles lábios, ansiava por aquele corpo, ansiava por Lia de forma desesperadora.


Quando a loira fechou os olhos e Sirius estava prestes a beija-la, quando seus lábios estavam prestes a tocar aqueles lábios perfeitamente delineados, uma forte luz iluminou-os fazendo Lia dar alguns passos pra trás e Sirius sentir vontade de tacar uma bomba na cabeça do amigo. “Fedaputa”, pensou Sirius, enquanto Lia dava alguns passos pra trás, sem jeito.


— Acho melhor... – Começou ela e Sirius assentiu, se aproximando da loira novamente, dessa vez com o capacete erguido para colocar na loira.


— Deixa eu colocar pra você. – Lia ficou parada enquanto Sirius colocava o capacete nela e fechava a travinha abaixo do queixo.


— Só você pra ir num baile de moto, Sirius. – O maroto riu, segurando a mão dela e a puxando em direção a moto.


— Posso te garantir uma coisa, você vai se divertir muito mais do que as que chegarem de limosine. – Ele deu uma piscadinha linda, antes de colocar o capacete, subir na moto e estender a mão, oferecendo-a a Lia, que subiu na moto e grudou na cintura de Sirius.


De uma coisa ela tinha certeza, chegariam em grande estilo.


 


 


Os lábios de Lilian faziam Thiago esquecer qualquer coisa, quem ele era, onde estava, o que fazia, por que existia, tudo, ele se esquecia de tudo, e por aqueles lábios grudarem nos seus, ele quase esqueceu-se de que deviam ir ao um baile de formatura antes que perdessem a festa toda.


Sorrindo entre o beijo, Thiago segurou Lilian pela cintura e ergueu-a, fazendo a ruiva rir alto e envolver as mãos envolta do pescoço do maroto, que deu vários selinhos na namorada, colocando-a de volta ao chão.


— Você é louco. – Disse uma Lilian risonha, e Thiago piscou marotamente.


— Louco por você. – Lilian sorriu, segurando o rosto do namorado e beijando-o carinhosamente.


— Vem, vamos pro baile antes que a festa termine. – Thiago segurou Lilian pela mão e abriu a porta do carro, permitindo que a ruiva entrasse e em seguida fechou a porta, dando a volta por trás do carro e entrando no banco do motorista.


— Sabia que se eles se vissem, eles iam se acertar.  – Thiago colocou a chave na ignição e só então ergueu os olhos para ver sobre o que Lilian estava falando, e então sorriu. Sirius parecia muito melhor agora que estava com Lia. É, pelo jeito os marotos haviam mudado mesmo, e muito.


— Vamos deixar isso mais interessante. – Disse Thiago, ligando o farol do carro e iluminando o casal.


— Potter! – Repreendeu-o Lilian, enquanto o maroto ria. – Não era pra você estragar o momento deles.


— Estragar? Não, ruivinha, eu to ajudando eles, não tem nada melhor do que alguém interromper um beijo.  – Disse um Thiago risonho enquanto Lilian o fuzilava com os olhos, erguendo as sobrancelhas de forma ameaçadora.


— Ah é?


— Claro Lilly, pensa comigo, ela pensou que ele ia beijar ela, mas algo interrompeu, isso vai fazer ela ficar com mais vontade de beijar ele e vice e versa.


Lilian negou a cabeça levemente e Thiago riu, dando partida no carro e uma rezinha em seguida, vendo Sirius colocando o capacete em Lia e subindo na moto, ajudando a loira a subir em seguida. Thiago avançou lentamente, entrando na rua e parando ao lado de Sirius, para dizer antes de saírem.


— Vão indo na frente que eu e a Lilly vamos dar um pulinho no motel antes.


— POTTER! – Lilian quase gritou olhando feio pro namorado, e Thiago, Sirius e Lia, sentada na garupa da moto, riram com o susto da ruiva. – É mentira dele.


Lilian lançou um olhar furioso a Thiago que deixou uma gargalhada escapar.


— Brincadeirinha, ruivinha, só queria ver sua carinha de bravinha.


— Ta querendo é morrer, isso sim Thiago Potter. – Thiago riu e se inclinou sobre o banco, selando seus lábios aos lábios emburradinhos de Lilian.


— Se você quiser me matar. – Disse baixinho o maroto entre o beijo, fazendo a ruiva dar um tapa na perna do maroto que riu, voltando a se encostar ao banco do carro.


— A gente se encontra lá, Pontas. – Disse Sirius, acelerando a moto e partindo em seguida.


— Será que posso ver você nervosinha assim mais tarde, lá no meu apartamento? – Lilian deu um tapa forte na perna de Thiago que gargalhou, fazendo uma carinha de dor em seguida enquanto ele saia com o carro em baixa velociadade.


— Ai, Lilly, poxa, essa doeu. – Lilian revirou os olhos, fazendo o maroto rir.


— Doeu? Vai doer muito mais se você não sossegar, esta assanhadinho demais, Sr. Potter. – Thiago riu e pisou no freio, parando o carro no meio da rua pra se inclinar sobre Lilian e a beijar intensamente, pegando a ruiva de surpresa.


— Potter! – Disse Lilian surpresa entre o beijo e Thiago sorriu, acariciando o rosto de Lilian e a beijando intensamente, por sorte a rua de Lilian não era uma das mais movimentadas de São Paulo. Quando os lábios de Thiago finalmente selaram os de Lilian, num beijinho carinhoso, a voz de Thiago soou baixinha e carinhosa entre os lábios de Lilian.


— Te amo, sabia. – Lilian sorriu e acariciou o rosto de Thiago.


— Continue dizendo isso mais vezes pra eu ter certeza. – Ela disse brincalhona e Thiago riu, voltando a atenção pra rua, antes de acelerar o carro novamente e finalmente seguirem em direção ao baile de formatura.


— Direi a vida inteira até você enjoar. – Lilian sabia de uma coisa, jamais enjoaria de ouvir Thiago Potter dizer que a amava, disso ela tinha certeza.



 


Remo nunca vivera dias mais felizes do que os últimos dias de sua vida, mas também pensando em tudo que ele e Patsy já haviam passado, em tão pouco tempo, para ficarem juntos, era mais que merecido os maravilhosos dias e noites que vinham passando desde que foram pra Barcelona e agora que haviam voltado ao Brasil.


Patsy vinha morando em sua casa e Remo não tinha a intenção de permitir que ela voltasse para a casa dos pais, não enquanto aquele louco assassino do pai da garota continuasse livre pra fazer as atrocidades que ele já provara ser capaz de fazer, por isso Remo fazia questão de manter Patsy segura ao seu lado, como ela estava naquele momento, muito bem segura dormindo em seus braços.


Remo sorriu, estava vivendo um sonho e não queria que nada atrapalhasse tudo o que estava vivendo com a garota que ele mais amava no mundo, em toda a sua vida.


Ele roçou os lábios na testa da garota, dando um beijo suave e esticou-se para pegar o celular que começava a vibrar na mesinha de cabeceira.


Patsy remexeu-se nos braços de Remo, entreabrindo os olhos e espreguiçando-se lentamente, fazendo Remo sorrir enquanto observava o jeitinho da namorada.


— Bom Dia! – Ela disse com a voz rouca e Remo riu, selando seus lábios aos dela, depois de olhar o celular, esticando a mão em seguida e recolocando o celular no lugar.


— Boa tarde, eu diria, na verdade já é quase boa noite. – Disse Remo risonho, envolvendo o corpo da namorada nos seus braços e apertando-a contra si.


— Ai meu Deus, jura? – Remo gargalhou quando Patsy se reergueu rapidamente, sentando na cama e puxando o celular dele para ver as horas. – Ah meu Deus Remo, eu dormi tudo isso?


Remo gargalhou, pegando o celular das mãos de Patsy e colocando-o no mesmo lugar de antes.


— Dormimos, e na verdade eu nunca dormi tão gostoso na vida. – Remo riu e Patsy sorriu, sem jeito.


— Eu preciso ir me arrumar pro baile, ou vamos nos atrasar. – Patsy se espreguiçou, estava apenas de calcinha e quando esticou as mãos acima da cabeça o lençol deslizou por seu corpo, deixando os seios a mostra. Remo observou-a, era impressão dele ou ela estava mais gostosa do que costumava ser, ele sentiu vontade de rir por dentro com tal pensamento, mas Patsy realmente parecia com mais corpo, os seios normalmente tão pequeninos que cabia inteiro em sua mão, naquele dia pareciam caber bem mais do que apenas na mão de Remo.


Ele esticou os braços envolvendo o corpo da namorada, puxando-a pra si, fazendo-a cair na cama enquanto ele virava-se sobre a garota, selando seus lábios aos dela varias vezes.


— Na verdade eu acho que ainda temos um tempinho antes. – Patsy riu e beijou o namorado suavemente.


— Na verdade eu adoraria, mas se eu não tomar um banho e me arrumar, vamos mesmo perder a festa, Remo. – O maroto fez um beicinho que fez Patsy rir e envolver as mãos envolta do pescoço do maroto que, rapidamente, deslizou o corpo sobre o de Patsy encaixando entre as pernas dela, que o envolveram, cruzando-as em sua cintura. – É, pensando bem acho que temos um tempinho.


Remo sorriu e beijou Patsy intensamente, a noite era uma criança e ela estava apenas começando, então eles tinham muito tempo antes, durante e depois da festa, com toda certeza.


 


 


O baile de formatura, assim como todos os bailes eram no próprio colégio, eles tinham uma política de fazer as festas da escola, na escola, onde era propriamente o mais correto, mas ninguém realmente se importava com isso, desde que fosse uma festa. Obviamente uma festa de formatura parecia uma coisa mais formal, onde os pais deveriam comparecer e ser uma festa menos adolescente, mas parecia que todos haviam entrado num consenso: A última festa de escola, sendo baile de formatura ou não, não deveria ter pai algum.


 Quando Thiago e Lilian chegaram, o maroto viu a moto do amigo estacionada em uma das vagas do estacionamento da escola, mas já que Sirius estava com Lia, o melhor era não atrapalhar, e alem do mais ele tinha uma ruiva muito linda ao seu lado para aproveitar a noite inteira.


— Parece que eles capricharam. – Lilian desceu do carro segurando a mão do namorado, que cavalheiro segurava a porta com a outra mão e ajudava a ruiva a descer do carro. Ela sorriu, se sentindo a garota mais feliz do mundo, mas também como não poderia estar com um namorado daquele?


Thiago na verdade não estava realmente prestando atenção a decoração e a nada a volta quando entraram no salão principal que estava cheio de pessoas indo e vindo, com taças a mão, conversas altas e alguns agarramentos aqui ou ali, o que obviamente ninguém se importava, com exceção dos professores, na verdade talvez nem eles se importassem.


Thiago segurou a mão da namorada, a conduzindo pelo salão, e enlaçou a cintura de Lilian enquanto uma musica mais lenta começava a soar alto pelo salão.


Seu corpo colou ao de Lilian e ele sentiu as mãos delicadas da ruiva envolvendo seu pescoço, e sorriu. O corpo de Lilian estava quente, macio e perfumado, tão perfumado que ele fechou os olhos aproximando o rosto do pescoço de Lilian e aspirando profundamente aquele cheiro delicioso que o embriagava. Seu nariz roçou na pele do pescoço de Lilian e a ruiva suspirou, acariciando os cabelos e a nuca de Thiago o fazendo se arrepiar levemente e rir baixo, falando próximo ao ouvido da ruiva.


— Cuidado com essa unha ou eu te agarro no banheiro mais próximo. – Thiago gargalhou quando um tapa forte acertou seu braço e uma Lilian se esforçando para expressar uma feição brava o encarou.


— Potter! – Thiago riu e segurou o rosto de Lilian entre as mãos aproximando o rosto do dela enquanto encarava aqueles olhos verdes rubis lindos que o enfeitiçava. – Você ta muito assanhado.


— É você que me deixa assim. – Ele colou seus lábios aos de Lilian e a beijou intensamente, sentindo o calor percorrendo suas veias, a apertando mais contra seu corpo. Uma coisa era certa, Lilian estava deixando Thiago doido e ele precisava urgentemente dar um jeito naquilo ou agarraria mesmo a ruiva no primeiro canto escuro que encontrasse.


Com tal pensamento ele riu entre o beijo, selando os lábios aos da ruiva e afastando-os enquanto acariciava o rosto da namorada, respirando fundo em seguida.


— Preciso de uma bebida bem forte. – Thiago riu e Lilian o encarou erguendo a sobrancelha sem entender.


— Você ta bem? – Thiago riu e selou os lábios aos de Lilian varias vezes, carinhosamente, enquanto não muito distante um par de olhos observava a cena com uma profunda raiva borbulhando internamente.


— Estou ótimo, como não poderia estar bem, hãn? – Ele sorriu lindamente, enchendo os lábios de Lilian de beijos, antes de dar um beijo mais demorado.


— Agora preciso ir ao banheiro bater uma antes que você me enlouqueça.  –Thiago gargalhou enquanto a voz de Lilian saia repreensiva.


— POTTER!


— Brincadeirinha, minha ruivinha. Mas preciso de uma bebida urgente. – Lilian ainda o olhava meio bravinha, mas amoleceu quando Thiago apertou seu corpo ao dele, beijando-a suavemente.


— Tudo bem, eu vou ao toalete, encontro com você... – Começou Lilian, sendo interrompida por outro beijo que a fez rir.


— Me encontre no jardim. – Ele deu outro selinho em Lilian e deu alguns passos se afastando, enquanto mantinha a mão na de Lilian até elas se soltarem, fazendo a ruiva rir feliz, enquanto se encaminhava em direção ao toalete, observando Thiago se perder na multidão.


Como não poderia estar feliz? Thiago se mostrava a cada dia mais perfeito, mais lindo, o melhor namorado do mundo, como não poderia estar feliz? Nunca imaginou que Thiago mudaria tanto, do menino que ela conheceu para o namorado perfeito que era agora e ela não poderia nem sequer reclamar de nada, era melhor não atrair nada de ruim nem em pensamento.


Sorridente ela seguiu em direção ao banheiro e talvez pegasse uma bebida depois, afinal de contas, era a ultima festa da escola e ela precisava comemorar os melhores momentos de sua vida.


 


Thiago seguiu entre a multidão em direção ao banheiro, estava quente ali dentro ou era dentro dele que o calor percorria intensamente? Talvez fosse a segunda opção, afinal, como homem ele tinha que admitir para si mesmo, precisava de uma mulher, e precisava urgentemente. Mas Lilian não parecia o tipo de garota que facilitaria as coisas pra ele, e ele não seria o cara que forçaria a barra, quer dizer, claro que ela o deixava louco, o dia que ficaram juntos no novo apartamento de Thiago, era a prova perfeita disso, se Sirius não tivesse aparecido era quase certo que ele não conseguiria se segurar por muito tempo, mas será que Lilian iria ceder tão facilmente? Ele tinha a sensação de que a resposta era não.


Mas namorando Lilian, Thiago não conseguia se imaginar dormindo com outra garota só pra saciar seus desejos. É, ele realmente precisava de uma bebida, e de uma bem forte, a mais forte que tivesse no bar daquele baile.


Thiago adentrou o banheiro e parou a frente da pia, abrindo a torneira e deixando as mãos encharcarem com a água gelada que refrescou-o antes mesmo de levar as mãos molhadas ao rosto.


Com o rosto abaixado sobre a pia, ele apoiou a mão à parede a frente e permaneceu por um tempo com os olhos fechados sentindo a água fresca escorrendo por seu rosto e seu pescoço, sentindo algumas gotas passarem pela gola de seu smoking e deslizar por seu peitoral por baixo da camisa branca bem abotoada.


Era aliviante, mas não tão aliviante quanto seria se fosse a mão de Lilian a deslizar por seu peitoral, e a esse simples pensamento Thiago sentiu mãos deslizando por seu peitoral, como se Lilian estivesse ali, o abraçando por trás, deslizando as duas mãos pelo peitoral de Thiago até a barriga, fazendo o calor voltar intenso dentro do corpo, como se o calor sob sua pele fosse capaz de fazer a água que ainda umedecia seu rosto secar imediatamente.


Com um desejo intenso percorrendo o corpo, Thiago abriu os olhos e percebeu que não era sua imaginação, um par de mãos apertavam-se contra sua barriga e puxava sua camisa, numa tentativa de tira-la de dentro da calça para que as mãos pudessem deslizar por baixo do tecido. Ele não agüentaria mais nem um segundo, por isso rapidamente Thiago segurou as mãos e afastou-a do corpo tempo suficiente apenas de virar o próprio corpo, ficando de frente para a menina.


Ele já se imaginava segurando Lilian pela cintura e erguendo-a para que ela pudesse envolvê-lo com as pernas pela cintura e então ele pressionaria o corpo dela contra a parede e a beijaria tão loucamente que ele só perceberia que se livrara do vestido dela quando sentisse a pele dela nua contra a pele dele. Mas quando a mão tocou a cintura da garota, segurando-a e apertando-a e seus lábios colaram aos da garota, vorazmente, Thiago percebeu que algo estava errado.


Os lábios da garota colaram-se loucamente aos seus, o beijando intensamente, mas aqueles não eram os lábios de Lilian, não poderia ser. Os lábios não tinham o suave sabor de morangos que os lábios de Lilian tinham, o corpo não era tão suave e doce quanto o de Lilian, as mãos que grudavam agora em seus cabelos e deslizavam por sua nuca não tinham a delicadeza das mãos de Lilian e o cheiro que emanava não era o delicioso perfume de Lilian que o embriagava, o enlouquecendo.


Definitivamente aquela não era Lilian Evans, então por que Thiago prensava a garota contra a parede, beijando-a loucamente?


 


 


*N/A:  04 de março de 2012:
Demorei um cadinho né, praticamente 15 dias, mas acho que vai ser mais ou menos o tempo que vou demorar entre um capitulo e outro mesmo, por que como já disse, eu trabalho dia de semana, e além de ter apenas os fins de semana, eu estou envolvida em outro projeto, que na verdade é um pouco mais sério, estou começando a escrever um livro, então isso pode me tomar algumas noites de fins de semana, mas não se preocupem, sempre irei intercalar entre as duas coisas, até por que essa fic dos marotos é bastante importante pra mim.


Bom, quanto ao capitulo, não teve muitas coisas tão interessantes, mas posso garantir pra vocês que os próximos capítulos vão ter coisas até demais, então se preparem para uma seqüência de acontecimentos, um deles eu diria até intenso demais. Mas é segredo kkkkk


Vou aproveitar e deixar o link do meu blog e do meu tumblr,  ambos são novos, e eu não tenho muito jeito pra fazer essas coisas kkkkkk


Mas é apenas para deixar no ar, vai que um dia eu seja uma escritora famosa, daí vai servir de alguma coisa né kkkkkkkk


http://lanahblack.blogspot.com
http://lanahblack.tumblr.com


E se quiserem me perguntar algo, acessem meu formspring
http://www.formspring.me/lanahblack


 


E gente, é serio, eu to sentindo muita falta dos comentários. Cadê os comentáriosss????


Vou chorar mimimi’ kkkkkkk


 


Bom, é isso, eu vou tentar ser mais rápida com o próximo capitulo, ok.


Beijos
Lanah Black

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Comentários (10)

  • Lívia Black Potter

    Tenho certeza que a Patsy tá grávida!! Quando estão elas ficam com os seios inchados! hahaha lá vem o Ted Lupin?

    2012-03-25
  • LiarGranger

    Coitado do Thiago genteeeeeeeeeee! AHAHAHHHAAHAHAHAHHAHAAHAH na boa super entendo ele, tadinho!Mas quero ver quando a Lily descobrir! Meu Deusssssssssssssssss!Quero ver mais Sirius e Lia, awn! 

    2012-03-21
  • Summer J

    Porrrrraaaa Tiago, why why why why are you doing that? Ok, I'm crazy now.KKKK sabe de uma coisa? eu acho que a Patsy ta gravida! KKK devo tar surtando mas algo me diz que ela esta ASKOPAKSOPK e a Lia e o Sirius? To tão feliz genti, eles vão se entender eu tenho certeza!Mas o Tiago é fedaputa mesmo, como ele pode? Será que é a cabeça de cebola? Argh menina que deveria ser jogado no fundo do tartaro :CLanah to seguindo vc no tumblr :)) Beijones, o caps tava otimo, e eu necessito de mais um, porque eu quero ver se a Patsy ta gravida - invoquei com isso.

    2012-03-12
  • Amanda Regina Ventura de Souza

    Nossa quando comecei a ler pensei qe nunca ia chegar aqui... a fic é muito boa, to amando, valeu as varias madrugadas qe eu passei lendo sem conseguir dormir ate saber o qe ia acontecer, quando eles sofreram o acidente eu quase tive um aqui também... Enfim, voce escreve mt e eu amo essa fic, to louca de ansiedade pra ver o proximo capitulo e ate ja imagino qm o tiago ta beijando..

    2012-03-12
  • Chrys Malfoy

    Vontade  de matar Thiago Potter modo on! Qual é o problema dele??? Fora isso, o cap foi fodaaa! Ebaa, quando você lançar o seu livro, vou querer o meu com dedicatória!! *--*

    2012-03-10
  • Lady Miss Nothing

    Que vadia é essa?? Mata elaaa!! Mudando total de assunto, a Patsy tá gravida né?!? coisa feia, fazendo sexo sem proteção.. kkkkkkkNão demora para postar o próximo capitulo, pq se não eu morro de ansiedade. ok?! 

    2012-03-09
  • Chrys

    OQQQ?Pq ele num largo ela quando viu que naum era a lilian????Naum acredito nisso!Naum demora pra posta!Bjo 

    2012-03-08
  • Amy Peverell

    viiiiiiiiiiiishh, isso n vai dar certo... nass... to morrendo de curiosidade pro prox. capítulo!! eeitaa... kkkkkkkkkkkkk

    2012-03-06
  • Bia_Black

    Como assim o Titi tá com outra?A Lily nn vai gostar nada disso kkkkkkkkkkkkkkkk 

    2012-03-06
  • Sah Espósito

    Lannahpq voce gosta de fazer os marotos fazerem burrada?podia ser mais boazinha neresolve esses problemasbjs e aguardo!

    2012-03-05
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