O mundo pertence a nós



                                                   *Capitulo Trinta e Um: O mundo pertence a nós*



 



                            “Depois de grandes furacões, de grandes tempestades e tsunamis, tudo o que se pode fazer é levantar das cinzas, respirar fundo e recomeçar.”



 



 



Os raios de sol batiam contra o grosso vidro da pequena janela arredondada, fazendo os olhos fecharem-se por segundos antes de entreabri-los admirando a linda paisagem que se estendia diante de seus olhos. O céu num tom azul claro perfeito se destacava por entre as poucas nuvens, que de onde ele estava sentado, pareciam estar a pouquíssimos centímetros de distancia, como se ele pudesse toca-las ao esticar a mão. Sentado confortavelmente ao assento do avião, ele mal o sentia enquanto o mesmo deslizava pelo céu como uma grande ave, cortando as nuvens silenciosamente e tranquilamente, como se não estivessem em uma aeronave, mas sim sentados na sala de estar da casa de algum maroto, conversando tranquilamente.



Rindo com tal pensamento, ele desviou os olhos da linda paisagem, para olhar a sua volta, estranhamente ele sentia-se diferente, como se de repente ele pudesse ver o mundo de outra maneira, com outros olhos, como aquelas pessoas que ficavam cara a cara com a morte e quando voltavam, estranhamente, queriam viver a vida ao máximo e admiravam qualquer mínima coisa que se estendia diante de seus olhos. Assim, ele via seus amigos, com um sentimento tão forte em seu peito como se estivesse os vendo pela primeira vez, ou talvez, esse não fosse exatamente o caso, talvez ele não os estivesse vendo pela primeira vez, talvez os estivesse vendo como deveria pela primeira vez. Sentindo os olhos preocupados de Lia sobre si, ele riu, sem saber exatamente porque, mas ninguém pareceu notar isso enquanto Thiago deslanchava-se a contar alguma coisa muito engraçada, a algumas poltronas de onde Sirius estava sentado.



Ainda não acreditava em tudo que seus amigos haviam contado sobre o que acontecera, agora passados alguns dias, tudo parecia um sonho muito louco, longo e distante, como se ele tivesse sonhado com aquilo há séculos e mal se lembrasse, na verdade, ele não queria mesmo recordar-se do sonho, e ao ouvir as narrativas dos acontecimentos pelos amigos, ele percebera que seu pesadelo ainda fora pouco perto de tudo que seus amigos haviam passado. Que loucura, como tudo aquilo fora acontecer? Como o carro deles caíra num penhasco e ele quase morrera? Então talvez fosse por este motivo que ele agora via o mundo estranhamente diferente, ele estivera cara a cara com a morte, mesmo sem saber.



Desfocando os pensamentos, Sirius voltou-se a realidade, era melhor não pensar demais sobre aquilo tudo, não ia fazer bem ele pensar em sua quase morte e em todo o pesadelo que seus amigos, incluindo a linda garota sentada ao seu lado, haviam passado.



— Cara, Barcelona vai ser pouco pra gente heim, Almofadinhas?  - Sirius riu, esticando o pescoço para ver Thiago e ambos fazendo o velho toquinho de amizade com as mãos.



— Já é.



— Já é? O senhor nem pense em aprontar todas lá, Sr. Black, você tem noção de que há uns dias você tava quase morrendo no hospital? – Sirius riu, segurando a mão de Lia e aproximando-a de seus lábios, onde ele depositou um beijo, permanecendo com a mão da garota próxima de seus lábios.



— Relaxa, loirinha, eu já to bem e nós só vamos nos divertir. – Ele piscou lindamente fazendo todas as células do corpo de Lia se derreterem, o que obviamente, ela não deixou visível, revirando os olhos e fechando mais a cara para tal gesto do maroto, que riu roucamente, aquela risada que, também, fazia suas células se derreterem como manteiga em uma frigideira quente.



— É, Lia, relaxa. Nós estamos indo para a cidade do futebol, tem noção disso? – Thiago deu seu melhor sorriso maroto, passando a mão pelos cabelos, antes de mais uma vez ele e Sirius fazerem o velho toquinho dos marotos.



— É a cidade dos solteiros, isso sim, por isso vocês estão tão empolgados. – Disse Lilian sem desviar os olhos do livro que ela lia, sem deixar transparecer o ciúmes que essa ideia causava em seu interior, isso significava que Thiago iria aproveitar como deveria a cidade dos solteiros?



— Cidade dos solteiros? Então estamos indo para a cidade errada, Remo. – E todos riram ao comentário de Patsy, sentada quase a ponta dos assentos, ao lado do namorado, cujo estava ao ultimo assento ao lado do corredor, concentrado nas paginas do livro em suas mãos.



Era como se o pesadelo todo vivido há alguns dias, pouco mais de uma semana, não tivesse realmente passado de um pesadelo terrível do qual ninguém queria recordar-se. Sem dizerem uma palavra entre si, nenhum deles comentavam sobre quaisquer dos últimos acontecimentos, exceto pelo dia em que contaram tudo a Sirius, que se dizia por fora sem entender nada e muito menos o motivo de estarem indo para Barcelona, não que ele reclamasse desse fato, o que ele na verdade adorou e obviamente não deixou passar em branco.



— Caramba, perdi uma puta briga dormindo, que droga viu. Mas pelo menos ganhei uma passagem pra Barcelona, vou quase morrer mais vezes.



Sirius!



O que obviamente causou uma feição feia em Lia, que na verdade ele achara lindo. 



— Podíamos estar indo para alguma cidade realmente interessante, né? Tipo Berlim. – Disse Lia, agora de volta a realidade.



— Roma, morro de vontade de ir pra lá. – Lilian concordou rapidamente com a ideia de uma cidade diferente, causando feições de desagrado nos meninos.



— Em Roma não tem o estádio olímpico Lluis Company. – Apressou-se Thiago, fazendo as meninas revirarem os olhos.



— Elas não entendem, Pontas – Disse Sirius ao ver a expressão das meninas, o que causou um riso rouco do maroto, voltando os olhos para as nuvens e o céu excepcionalmente azul. – Vai ser divertido, vocês vão ver.



— É claro que vai, estamos todos juntos. – Disse Patsy segurando a mão do namorado, que desviou os olhos do livro, sorrindo a garota enquanto seus olhos brilhavam intensamente.



— E bem. – Sorriu Remo, ao encarar aqueles olhos que ele tanto amava. - Vai ser perfeito. – Completou Remo.



 

 

Já era quase noite quando o avião pousou sobre a pista do aeroporto de El Prat, situado na cidade de Barcelona, as luzes da cidade brilhavam lindamente convidativas, enquanto os corpos dolorosamente cansados de ficarem tempo demais na mesma posição se espreguiçavam em suas poltronas, sentindo o baque leve do avião ao tocar as rodas sobre o asfalto da pista de pouso.



Finalmente haviam chego, eram os pensamentos de todos os seis jovens ao desembarcarem ao aeroporto e finalmente estarem em chão firme.



— Ah como é bom estar em terra firme. – Os outros cinco jovens riram, enquanto a loira espreguiçava-se, segurando a alça da mala que se arrastava atrás de si sobre as rodinhas.



Rapidamente todos estavam novamente sentados, mas dessa vez em taxis, que os levariam direto para o hotel onde ficariam hospedados no apartamento luxuoso que pertencia à família Potter. Pelo vidro da janela do taxi eles podiam ver a cidade luminosa passando por eles, os lindos prédios, as largas ruas e avenidas movimentadas pelos habitantes e turistas, que eram constantes em qualquer época do ano.



Barcelona era, com certeza, uma das cidades mais lindas do mundo, a cidade que todo solteiro com certeza gostaria de passar umas férias, a cidade do futebol, onde seu enorme estádio tinha capacidade para cinqüenta e seis mil pessoas, e em dia de futebol agitava toda a enorme província da Catalunha.  Com pontos turísticos lindos e uma historia realmente incrível, ao contrario do que as meninas imaginavam, Barcelona também era uma cidade totalmente interessante, com velhas igrejas e novas, como a Sagrada família, um templo que se encontrava em construção por quase século, vilarejos antigos com monumentos incríveis, praias lindíssimas, além, claro, de bares e baladas mais chiques e as melhores do mundo, o que obviamente agradaria muito mais aos meninos.



Quando o carro entrou numa longa avenida a beira mar, Lilian pôde ver que talvez realmente não fosse má ideia passarem um tempo naquela cidade que à medida que mais o carro percorria aquelas ruas, mais ela se admirava.



O mar não tão azul e espetacular quanto algumas praias do Brasil, era excepcionalmente lindo como o próprio oceano em si era, mas o que mais lhe chamara a atenção em toda aquela paisagem, fora um prédio alto de um formato um tanto diferente situado mais a frente, cujo ficava bem de frente para o enorme e azulado oceano mediterrâneo onde o sol lentamente ia descendo por sobre a linha do horizonte ao longe, as pessoas que deveriam estar naquele prédio deveriam ter uma vista maravilhosa, pensou Lilian observando o prédio e o mar a frente, vendo o céu se tornando arroxeado e alaranjado enquanto o sol ia dando seu espetáculo antes de finalmente partir para o outro hemisfério da Terra.



Diminuindo a velocidade, o taxi onde Lilian estava com Thiago, foi reduzindo ate finalmente estacionar, fazendo Lilian olhar perplexa o enorme prédio à frente quando finalmente ela desceu do carro.



Tendo aproximadamente uns trinta andares, o prédio tinha um formato totalmente diferente de tudo o que ela já vira, sua parte de trás era alta e reta e a frente do prédio, que ficava a frente do mar, era arredondado, como se fosse uma enorme barbatana triangular de um tubarão, flutuando sobre a superfície do oceano excepcionalmente enorme e apavorantemente deslumbrante.



O mar calmo batia contra as rochas a beira mar à frente do prédio, todo espelhado, e Lilian sorriu bestificada com a paisagem, se fossem ficar naquele hotel, tendo aquela paisagem maravilhosa, ela já não se importava muito se era ou não a cidade dos solteiros.



A entrada do hotel era espetacular, as portas de vidro que se abriam automaticamente davam passagem para o átrio enormemente espaçoso, cujo uma parede de aproximadamente dois metros de altura se estendia, alaranjada, à frente, dando um ar de elegância e imponência ao lugar.



Rapidamente todos adentraram o hotel e seguiram direto ao apartamento da família Potter, cujo era o segundo e ultimo apartamento onde havia uma sacada com uma vista divinamente perfeita do vigésimo andar.



 



 



— Caramba, Thiago, esse lugar é lindo?



Sentados a enorme sacada, eles tinham a paisagem mais perfeita à frente. Os parapeitos de vidro transparente com partes metálicas circundavam a sacada que tinha um formato retangular. As enormes espreguiçadeiras acolchoadas serviam tanto para um bronze ao dia ensolarado quanto para um descanso ao entardecer enquanto o sol ia se pondo, como eles faziam naquele momento. Descoberto de qualquer cobertura eles podiam ver o céu, agora entre nuvens e estrelas fracamente brilhantes, quase imperceptíveis enquanto a noite ainda se aproximava sorrateiramente e a vasta imensidão azul se estendia a frente deles, tornando a paisagem da sacada perfeitamente extasiante.



— Você ainda não viu nada, ruivinha. – disse o maroto, dando uma piscadela a ruiva que se encontrava próxima ao parapeito da sacada. – Mas e ae, que tal uma baladinha agora?



— Santo Deus, vocês só pensam nisso? – Lia revirou os olhos, o que causou risos nos amigos e fez Sirius abraça-la pelo ombro, depois de sentar-se ao lado da loira em uma das espreguiçadeiras da sacada.



— ah qual é loirinha, vamos nos divertir um pouco. – Exibindo seu melhor sorriso maroto, Sirius passou a mão pelos cabelos, fazendo a loira mais uma vez revirar os olhos, rindo em seguida.



— É o Almofadinhas tem razão, precisamos nos divertir um pouco. – Todos desviaram os olhos da linda paisagem olhando perplexos para Remo, encostado a parede, próxima a porta, que deu um sorriso maroto, fingindo passar a mão pelos cabelos como Thiago e Sirius sempre faziam, o que causou mais risos nos demais.



— Caramba, essa cidade realmente transforma pessoas, o Remo querendo ir pra uma balada. – Disse Lilian com expressão de surpresa e Thiago e Sirius deixaram escapar uma risada que fez Remo fingir uma cara de desaprovação.



— O Remo? Você não viu nada ainda ruivinha, de certinho ele só tem a cara viu.



— Hey! – Apressou-se Patsy a protestar ao comentário de Thiago, causando mais risos ainda.



Lentamente o sol foi sumindo pela linha do horizonte enquanto o céu se tornava enegrecido e a lua ia surgindo lindamente, enquanto as estrelas começavam a brilhar mais intensamente a sua volta, dando o toque final à paisagem perfeita.



 



 



O cansaço da viagem não pareceu abalar os marotos e marotas, que rapidamente se arrumaram para a agitada noite de Barcelona, que estrelada convidava-os a se divertirem e esquecerem todos os problemas e pesadelos terríveis vividos há dias no Brasil, agora o Brasil, os problemas e qualquer pesadelo estavam longes demais para serem lembrados e a ultima coisa que eles queriam, eram lembrar que tais existiam.



Quando eles saíram do elevador, chegando em alguns passos ao enorme átrio do hotel, eles decidiram que dirigir não seria uma boa ideia, por isso, acorreram a alguns taxis parados próximos dali, o qual rapidamente os levaram a área central da grande e linda Barcelona.



Não importasse onde estivessem sempre se admiravam ao andar por aquelas ruas largamente movimentadas, onde os enormes ônibus urbanos vermelhos de dois andares lembrando-os os tipicamente ônibus londrinos e os ônibus turísticos estavam a todo o tempo circulando pelas ruas e avenidas arborizadas, repleta de pessoas, turistas e artistas dando um toque a mais àquela beleza.



Os prédios enormes e luminosos iam se destacando pelo vidro do taxi enquanto percorriam a cidade, alguns tradicionais, outros com arquiteturas incrivelmente lindas, que os faziam se sentir voltando ao tempo ou passeando em uma cidade histórica onde os prédios e arquiteturas antigas, diferentes e incríveis se destacavam por todo lugar por onde passavam.



Era obvio que as meninas estavam fascinadas com aquele lugar, e empolgadíssimas planejavam todo o dia seguinte, que segundo as meninas, os garotos sabiam que se cansariam bastante de tanto andar.



Decidiram ir a uma balada que, segundo Thiago, que estivera na cidade há alguns anos, era realmente legal e com um ambiente super agradável, por isso logo os taxis pararam a frente da La Terrrazza, de onde eles já podiam ouvir o som super badalado de uma musica tecno super alto astral.



— Uau esse lugar parece ser demais. – Desviando os olhos da entrada, Lilian, Lia, Thiago e Sirius encararam Patsy levemente estupefatos, antes de caírem na risada, Barcelona parecia estar fazendo muito bem a eles, mesmo em tão pouco tempo.



A entrada parecia-se com uma antiga e bem estruturada casa, onde à entrada varias cadeiras estilo praieiras, arredondadas, enfeitavam e também serviam para um excelente lugar para se sentar e bater um papo ao som que ecoava do que poderia ser a pista de dança. Os marotos, cavalheiros, pagaram pela entrada das meninas e logo eles adentravam ao que as meninas logo chamariam de um barzinho super descolado. Varias pessoas iam animadamente de lá para cá, jovens estilosos, bonitos, alguns um tanto ecléticos e com estilo próprio, o que enchia os olhos de quem os via; Passando por um barzinho movimentado, eles rumaram para onde o movimento parecia mais intenso. O local não se parecia exatamente com uma pista de dança de baladas normais, mas sim com um quintalzinho super requintado e com grande espaço, onde ao meio um bangalô decorava o ambiente escurecido, iluminado por luzes coloridas que davam clima ao ambiente eletrônico. Outro barzinho situava-se ao lado direito a quem chegava e quase não se dava para notar muitos detalhes pelo fato do ambiente estar repleto de pessoas. Uma musica eletrônica super agitada, de encher o espírito de qualquer pessoa de uma sensação de pura liberdade, ecoava pelo ambiente, e as luzes coloridas destacavam-se entre as palmeiras altas e as paredes do que era o segundo andar da balada, onde havia um barzinho com cadeiras confortáveis para quem queria conversar, ouvindo as musicas de um jeito mais confortável; As luzes refletidas nas paredes enfeitavam-na com figuras do logotipo da balada e as cores esverdeadas e vermelhadas davam um clima de praia, reggae e liberdade, ou seja, era uma noite daquelas que se tinha certeza que seria inesquecível.



 



 



A noite estava super agradável e Lilian havia gostado bastante daquele lugar, não era aquelas baladinhas normais, de ambientes fechados, abafados e lotado de pessoas que mal se conseguia caminhar, o local era requintado, onde a alta classe jovem se divertia em vários ambientes deixando o lugar agradável sem estar vazio ou completamente cheio, alem do ambiente aberto onde eles se encontravam, que permitia que o delicioso vento da noite os refrescassem.



Com uma bebida a mão ela ria ao ver Thiago ir dançando ao barzinho, voltando em seguida com dois copos novos e cheios a mão, o qual ele entregou a ela, pegando o quase vazio de sua mão e virando-o num gole, depositando o copo em seguida sobre uma mesa vazia ao canto. Era estranho aquilo, apesar de Lilian ter ouvido sobre o acidente quando o maroto ao seu lado contara a Sirius, ela não se recordava de algumas coisas, e talvez por isso ela não entendia perfeitamente o por que de Thiago estar tão preocupantemente próximo de si o tempo todo desde então. Não que fosse algo ruim, mas era algo diferente, a maneira como ele a olhava, como ele estava por perto, como se agora estivesse sempre pronto para defendê-la ou salvá-la de algum perigo.



— Esse lugar é realmente bem legal. – Disse a ruiva depois de tomar um gole de sua bebida e deixar os olhos vagando pelo ambiente dançante, onde algumas pessoas se divertiam, conversando ou dançando e esquecendo-se do mundo e algumas outras se espreitavam pelo bar e cantos, alguns sozinhos outros muito bem acompanhados.



— Nessa cidade o difícil vai ser você achar algo que não seja legal. – Ele sorriu lindamente e Lilian sentiu-se mais uma vez empolgada, nunca estivera em Barcelona, e parecia que aquela viagem seria muito mais do que ela imaginava.



— Mal posso esperar pra conhecer os lugares históricos. – Thiago riu com a empolgação da ruiva, virando rapidamente o ultimo gole de sua bebida, ele depositou o copo sobre uma mesinha e encarou-a com um sorriso maroto nos lábios.



— O que acha de irmos dar uma volta?



— Humm vai me levar pra onde? - Lilian riu, brincalhona, tomando um gole de sua bebida, sentindo inesperadamente em seguida, o maroto segurando o copo e o colocando ao lado do seu sobre a mesinha próxima, segurando a mão da ruiva, com aquele sorriso maroto de quem ia aprontar. — Potter, o que...? – Mas Lilian mal teve tempo de terminar sua pergunta, Thiago a arrastava risonho em direção à saída, passando pelos corredores e logo pela entrada, onde varias pessoas encontravam-se conversando animadamente, e então alcançando à calçada, onde um vento gelado soprava com leve frieza, aquele friozinho típico da Espanha.



— Surpresa. – Thiago piscou lindamente risonho, erguendo a mão em sinal para um taxi que se aproximava e arrastou a ruiva, que risonha o encarava curiosa e indagadora, enquanto o maroto sorria misteriosamente, dando uma piscadinha em seguida pra ruiva. Ela adorava surpresas e vindas daquele maroto, ela não precisava se preocupar muito, saberia que fosse o que fosse, seria perfeito se ele estivesse ao seu lado.



  


       Tudo que eles queriam era se divertir, esquecer todos os últimos acontecimentos, esquecer que coisas terríveis tinham acontecido a eles, mas por que ela não conseguia pensar em se divertir? Toda sua atenção estava voltava para ele, sua atenção e sua preocupação, conseqüentemente, e foi assim desde que saíram do hotel a beira mar de Barcelona até chegarem a tal baladinha super bacana que Thiago indicara para aquela noite.
Lia observou a frente da balada e pensou que realmente parecia ser uma das melhores, nisso Thiago nunca errava, claro, ele e os marotos entendiam de balada melhor do que qualquer outra pessoa, balada e futebol. Ela riu fracamente, mas ninguém prestou atenção a esse fato, estavam observando a noite badalada da cidade, enquanto Thiago e os marotos rapidamente compravam entradas para todos na bilheteria a frente da balada.
Quando entraram o lugar era deslumbrantemente bem aconchegante e sofisticado, e apesar de haver muitas pessoas, reparara Lia, era um ambiente sem tumulto, onde se podia andar tranquilamente e ate dançar sem ninguém esbarrando em si.
— Ô beleza, nada melhor do que uma baladinha digna. – Lia desviou os olhos do aconchegante ambiente para ver que Sirius já ia caminhando animadamente em direção ao bar próximo, encostando-se ao balcão e já pedindo uma bebida. Lia rapidamente se aproximou, parando ao lado do maroto e o observando atentamente, fazendo-o desviar os olhos do bar para encara-la com aquele sorriso maroto perfeito nos lábios.



— Chora loirinha. – Ele riu, achando engraçado enquanto a loira revirava os olhos.
— Sirius, por favor, não exagera na bebida, ta. Você acabou de sair do hospital... – Mas a loira não terminou a frase, o maroto deslizava delicadamente a face do dedo indicador pelo rosto da loira, sorrindo daquele jeito que a fazia perder a noção de tudo, era injusto aquilo, ele não podia distraí-la daquele jeito quando ela estava falando de uma coisa realmente seria.



— Relaxa, loirinha, eu já to bem. – Ele piscou, pegando o copo que o barman acabava de colocar sobre o balcão e virou um gole, fazendo Lia revirar os olhos, desanimada, falar para Sirius não beber era o mesmo que falar para uma criança não chupar bala. Era melhor deixa-lo fazer o que ele quisesse, ela sabia que não ia adiantar ficar no pé dele, Sirius era o tipo de garoto que não gostava de ser policiado e nem de ter uma garota no pé dele dizendo o que ele devia ou não fazer, e Lia não ia bancar a garota preocupada enquanto ele não ligava à mínima e enchia a cara ainda mais só porque ela estava no pé, por isso ela sentou-se ao banco do bar, pedindo uma bebida, enquanto ele terminava de virar num só gole a bebida dele, dava uma piscadela para ela e saia em direção a enorme balada, a qual ela não olhou para trás pra saber exatamente onde ele estava indo. Aquela típica frase “eu avisei” talvez servisse para ele ate o fim da noite, Lia riu sozinha, pegando o copo que o barman depositava a sua frente e virou um gole, ouvindo inesperadamente uma voz sexy e rouca ao seu lado.
— Boa noite.



 



 



Era muito bom estarem todos juntos e bem, principalmente bem, e ela entendia perfeitamente o fato de quererem se divertir aquela noite, ela própria sentia uma necessidade palpitando em seu peito de se divertir, de esquecer qualquer problema, até mesmo o mais minucioso que existisse, ela não queria lembrar-se das coisas trágicas que vinha acontecendo com ela e conseqüentemente às pessoas que ela amava, ela queria celebrar o fato de estar viva, de Remo estar vivo, de todos seus amigos estarem vivos e bem, por isso ela não censuraria nada naquela noite, ela queria sentir-se como uma marota de verdade, queria apenas dançar, beber, aproveitar e esquecer o resto do mundo, ter apenas ele ao seu lado e nada mais importaria.



Quando eles chegaram à balada ela percebeu que estavam no lugar certo, uma mistura de balada com barzinhos, aqueles que ela gostava muito mais do que baladas em si, davam um toque totalmente praiano ao lugar, que cheirava a alegria e Bob Marley, o que na verdade apesar do som tecno que ecoava pelo local, ela tinha certeza que tocava internamente dentro de todo mundo naquele momento.



Ela mal percebeu quando seus amigos se perderam entre as pessoas, só sentia a mão de Remo em sua cintura guiando-a agora em meio a varias pessoas enquanto ela caçava um barzinho pra começar bem à noite.



— Vamo beber alguma coisa. – Ela disse num tom mais alto de voz, virando o rosto pra trás, vendo o rosto do namorado sorridente por sobre seu ombro, concordando levemente.



Ótimo, se Remo havia concordado não havia mal algum ela beber um pouco mais do que o normal, não é?



O som dançante impregnava o lugar enquanto a bebida descia quente pela garganta dela esquentando tudo por dentro dando a ela uma sensação de maravilhosa liberdade, sim, era exatamente aquilo que ela estava precisando.



Quando ela virou o terceiro copo rapidamente já se sentia mais livre e solta, e claro, muito mais leve enquanto dançava com as mãos de Remo envolvendo sua cintura tentando desajeitadamente dançar no mesmo ritmo da garota que se desinibia a cada novo gole de sua bebida.



Quando Patsy terminou de virar o quinto copo, o que obviamente ela não era a única, ela já se sentia altamente feliz. Problemas? Eles sequer existiam. Passado doloroso? Que passado? Nada importava agora a não ser ela e Remo e o mundo dançante envolta dela.



Envolvendo as mãos ao pescoço de Remo que sentia-se mais livre do que nunca, ela movia o corpo sentindo-o tão leve que sequer conseguia controlá-lo, em movimentos sensuais ela movia o corpo descendo levemente, sendo amparada por Remo quando mal conseguiu levantar-se, o que causou uma gargalhada alta, incapaz de ser notada por qualquer outra pessoa enquanto o som alto da musica invadia o ambiente deixando todos invadidos de uma paz que o mundo certamente precisava ter mais para todos serem mais felizes.



Quando seu corpo virou-se de costas pra Remo, dançando desinibidamente, ela sentiu seu corpo roçando ao corpo de Remo atrás de si e sentiu o maroto abraçando-a fortemente, permitindo-o assim sentir as nádegas dela roçarem contra seu corpo deixando-o embriagado de desejo por ela.



— Nossa Pat você ta tão... – Ele puxou o ar por entre os dentes apertando a mão na cintura da garota com vontade, puxando-a mais para si fazendo o corpo dela colar mais ao seu.



— Você ta me deixando louco, sabia? – Ele sussurrou roucamente, com os lábios colados ao ouvido de Patsy que rindo, dançou ainda mais, roçando ainda mais seu corpo ao dele. Se ela queria sentir-se livre e sensual aquela noite, Remo tinha certeza de que ela já conseguira completamente.



 



         Lilian não conseguia prestar atenção ao caminho, também com aquele maroto lindo ao seu lado, olhando-a com aquele sorriso perfeito nos lábios, era quase impossível ela prestar atenção a qualquer outra coisa no mundo. Quando seus olhos desviaram-se daquele sorriso e observou pelo vidro do taxi as ruas lá fora, ela percebeu que aquele lugar era um pouco familiar. 



— Porque estamos voltando ao hotel? – Thiago riu, erguendo a mão e dando um sinal de okay ao motorista, que logo encostou o carro a guia, parando em seguida.



— Não estamos voltando ao hotel... – Piscando novamente a ruiva, Thiago pagou o motorista do taxi, descendo do mesmo e dando a mão a ruiva para ajudá-la a descer.



Confusa, Lilian desviou os olhos de Thiago para observar a volta, os postes de luz iluminavam a larga calçada a qual ela estava parada e logo a sua frente uma imensidão escurecida se estendia, de onde um leve e calmo som ecoava por todo o lugar, sorrindo fracamente Lilian observou mais atentamente, deixando seus olhos se acostumarem com a escuridão até poder reconhecer exatamente onde estava, apesar de nunca ter estado ali como naquele momento: Estavam na praia, a praia que os levariam direto ao hotel se seguissem-na ate o fim.
Totalmente diferente do Brasil, a praia era longamente espaçosa, e a área a beira mar, onde a areia finíssima se estendia, dava uma distancia significativa ate o mar, o que a fazia ter certeza de que não estava mesmo no Brasil. Os postes a calçada iluminavam parcialmente a praia e o mar, cujas ondas quebravam-se calmamente a beira da praia, era estranho dizer que o mar mediterrâneo era diferente do atlântico azul do Brasil, mas ele o era, talvez isso se devesse pela calmaria excessiva e aquele ar de mediterrâneo que não se sentia quando se estava à beira de um mar atlântico.



Segurando a mão da ruiva, Thiago a puxou em direção a areia fina e fracamente amarelada da praia, onde os saltos dela se afundaram, fazendo-a rir levemente, o que fez o maroto sorrir como se aquele riso invadisse sua alma e a enchesse de uma súbita e inesperada alegria. Rapidamente Lilian descalçou as sandálias de salto, deixando os pés tocarem a areia fria e macia, sentindo os grãos delicados enfiando-se levemente entre os vãos de seus dedos, dando-lhe uma sensação de gostosa liberdade, muito mais do que aquele som agitado da baladinha poderia dar. Um vento gelado soprava vindo do calmo mar mediterrâneo, fazendo Lilian arrepiar-se levemente, não estava acostumada com aquele clima por isso a leve blusinha de frio que usava não era suficiente para afastar um leve tremor que passou por seu corpo ao sentir a brisa fria do mar, fazendo-a passar a mão pelo braço levemente tentando aquecê-los.



— Esta com frio? Quer voltar ao hotel? – Indagou o maroto, observando a ruiva preocupadamente, que apenas sorriu, negando levemente com a cabeça.



— Não, não, está gostoso aqui, é tão diferente do Brasil, até a praia. – Ele riu, vendo-a segurando as sandálias com uma das mãos e os pés descalços tocando a areia fina que mal sujavam os pezinhos delicados. Sorrindo ele estendeu a mão, deixando seus dedos tocarem a mão livre de Lilian, cujo ele enlaçou, segurando-a em seguida. Desviando os olhos do mar, Lilian abaixou-os, vendo a mão de Thiago segurando firmemente a sua e sorriu fracamente, desviando os olhos novamente para o mar, sentindo seu rosto esquentando-se enquanto ela sentia-se estranhamente feliz. Ele sempre a fazia sentir-se daquele jeito, mas ela odiava quando todo aquele sentimento de borboletas voando felizes dentro de si se transformavam em tempestades e tsunamis destruindo tudo por dentro. Tinha até medo, afinal de contas, sempre que tudo estava indo bem entre eles alguma coisa, ou alguém, aparecia para estragar seu momento perfeito, ô carma, carma que ela não queria que atrapalhasse novamente.



Fingindo não ter notado o fato de Thiago estar segurando sua mão, Lilian continuou caminhando calmamente ao lado do maroto.



— Eu gosto muito disso.



— Calmaria? – Lilian indagou risonha, fazendo o maroto rir, enquanto ela logo emendava. – Não combina com você.



— Engraçadinha. – Disse o maroto, risonho, causando risos na ruiva, risos que ecoaram aos ouvidos de Thiago como a mais linda melodia. — Gosto da praia deserta à noite, e esse barulho das ondas, sabe?



Lilian sorriu fracamente, vendo o sorriso triste nos lábios de Thiago e parou, encarando-o por segundos, agora ela entendia, sem ele precisar dizer nada, porque ele havia a levado até ali e ela não o decepcionaria.



Pensando rapidamente em alguma coisa que pudesse fazer para distraí-lo de tais pensamentos, Lilian deixou as sandálias seguras a mão caírem a areia da praia, correndo em direção ao mar até sentir a água gélida tocar seus pés congelando-os levemente, virando-se rapidamente ela viu Thiago risonho observando-a. Agachando-se, Lilian fechou as mãos unidas deixando a água salgada do mar enche-las, antes de erguer-se e correr em direção a Thiago, que vendo a ruiva vindo em sua direção com as mãos postas a frente, desviou-se ao ela se aproximar, fazendo a ruiva gargalhar e jogar em cima dele os últimos resquícios de gotas do mar que ainda restaram em suas mãos.



Fingindo ter sido atingido por litros de água, o que não passavam de pequenas gotas que molharam sua camisa, o maroto olhou para si com o ar de espanto, negando levemente com a cabeça.



— Ah que feio dona Lilian, agora vou ser obrigado a castigá-la. – Rindo, Thiago viu Lilian deixar escapar uma risada, antes de sair correndo em direção as águas mansas do mar mediterrâneo, que alheias ao que acontecia a sua frente continuavam indo a molhar a areia da praia, voltando ao imenso mar escurecido pela noite, tranquilamente. Sentindo os pés tocando a água gelada, Lilian tentou chutá-las em direção a Thiago, mas sem proporção alguma, o que causou mais risos no maroto, que rapidamente alcançou a ruiva, abraçando-a por trás, envolvendo as mãos em sua cintura, erguendo-a no ar antes de girá-la, fazendo a ruiva gritar risonha, sentindo em seguida seus pés tocando a areia molhada da praia.



— Não vale, você tem mais pique que eu. – Disse a ruiva rindo, antes de sorrateiramente se esquivar dos braços de Thiago, correndo pela praia, fazendo o garoto rir, ouvindo as gargalhadas altas da ruiva.



Caminhando pela praia e observando-a correr e girar a beira da praia, Thiago riu, era perfeito estar com ela, ela conseguia despertar dentro dele uma alegria que ninguém mais era capaz, ela o fazia sentir-se leve e esquecer qualquer coisa que o estivesse incomodando.



Vendo Lilian, girando a beira da praia, risonha, Thiago correu até ela, agarrando-lhe pela cintura, fazendo Lilian gargalhar e encolher-se em seus braços.



— Ah te peguei ruivinha, agora você me paga. – Lilian gargalhou alto à brincadeira de Thiago, que a segurando pela cintura deslizou uma das mãos até a barriga dela, fazendo-lhe leves cócegas que fizeram Lilian gargalhar ainda mais e bater a mão sobre a de Thiago, rapidamente.



—Não, não, isso não vale. - Risonho Thiago parou diante dos protestos da ruiva, segurando-a, após parar as cócegas e fazendo-a virar-se para ele.



— Você vai ter que me pagar de algum jeito, sabia? – Lilian riu, vendo o rosto de Thiago muito próximo do seu, enquanto deslizava as mãos pelas costas do maroto, abraçando-o, sentindo o cheiro e o calor do corpo dele impregnando-se ao seu.



— Foram só umas gotinhas. – Defendeu-se a ruiva e Thiago riu, vendo aquele rostinho sorrindo daquele jeito perfeito a sua frente.



— Ah Lilly, você é tão... – Thiago riu ao perceber que seus pensamentos escaparam-lhe pelos lábios mais altos do que deveria.



— Tão... Danada? – Brincou Lilian, sentindo a ponta dos dedos de Thiago deslizarem por seu rosto de maneira tão suave que um arrepio percorreu seu corpo sem que ela sequer notasse, fazendo-a fechar os olhos por segundos diante daquele toque. O toque dele era suave, macio, delicado, a fazia querer ficar daquele jeito com ele pelo resto de sua vida.



— Tão perfeita. – A voz dele saiu baixa e levemente rouca, e quando ele as pronunciou Lilian sentiu o calor do hálito dele batendo-lhe contra os lábios, fazendo-a molhá-los levemente antes de entreabri-los para sentir os lábios mais maravilhosos de todo o universo, tocando os seus.



 



       Quando Lia depositou o copo sobre o balcão e desviou os olhos para o lado, sentiu seu queixo cair levemente, entreabrindo os lábios e sentindo uma inesperada aceleração dos batimentos cardíacos, enquanto um sorriso estupidamente lindo se exibia a sua frente, complementado com olhos lindos, um rosto perfeito e cabelos negros levemente eriçados, coisa que o gel fizera, deixando-o ainda mais lindo.
— Mais uma brasileira a passeio ou você mora aqui? – Lia riu, percebendo o quanto estava sendo boba olhando-o daquele jeito, voltando os olhos rapidamente para o copo ela virou-o num gole, recuperando a compostura, antes de voltar a encarar aqueles olhos estranhamente familiares e lindos.



— Não, não, estou a passeio e você? – Ela sorriu, agora segurando o copo entre as mãos e brincando com o mesmo. Disfarçadamente com os olhos ela reparou no corpo bem malhado do homem ao seu lado, parecia ser alto e aparentemente bem malhado, mas não era aquele tipo bombado que morria em academias, malhando o dia inteiro.



— Já conheceu o La Ramba? – Lia fez uma leve careta e o rapaz riu, virando um gole da bebida dele em seguida. – Pow o La Ramba é o básico.



— Acabei de chegar, na verdade. – Ela riu e o rapaz sorriu-lhe de volta.



— E veio conhecer as baladinhas primeiro né, sei bem como é. – Lia riu, negando rapidamente com a cabeça.



— Não, não sou baladeira assim. – Ela riu e o rapaz sorriu-lhe lindamente. Se a cidade estivesse cheia de rapazes como aquele ali a sua frente, com certeza valeria a pena aquela viagem.  Ele era lindo, as covinhas que se formavam levemente em seu rosto ao sorrir deixava-o ainda mais lindo, sua pele branca era levemente bronzeada pelo sol e a camisa preta, social por cima da calça jeans dava-lhe um ar casual e ao observar os botões da camisa, Lia  imaginou seus dedos desabotoando-os lentamente, entreabrindo aquela camisa para suas mãos deslizarem por sobre a pele perfumada, com tal pensamento, Lia virou um gole de sua bebida rapidamente, talvez a bebida tivesse subido mais rápido do que ela pensara.



Quando Lia depositou o copo sobre o balcão, ela o viu sorrindo, estendendo-lhe a mão, que ela ao fazer o mesmo, sentiu-o segurando sua mão e levando-a em direção aos lábios, fazendo Lia arrepiar-se levemente ao sentir o toque dos lábios quentes do rapaz sobre a face de sua mão, antes de ele dizer charmosamente.



— Prazer, sou Tom Riddle.






         Há muito tempo Remo não se sentia daquele jeito, livre, livre de preocupações, livre do medo, da vergonha, do que iam dizer, do que iam pensar, do que ele tinha que ser e fazer, livre de qualquer coisa e de tudo, livre, simplesmente livre; Livre pra ser ele mesmo, pra ser feliz, pra esquecer as coisas ruins, as preocupações, os problemas, livre pra amar e ser amado, pra desejar, desejar e tê-la, ah como ele queria tê-la.



Barcelona mudava as pessoas, isso ele tinha certeza agora, bom, talvez não fosse Barcelona em si, mas isso não importava o que importava era que ele estava se sentindo perfeitamente bem naquela noite e as bebidas, as diversas que ele sequer se lembrava mais de qual fora a ultima, estavam deixando-o completamente livre, leve e solto, literalmente, livre de qualquer inibição que houvesse por isso ele apertava as mãos a cintura de Patsy deslizando-as por sobre a barriga e pelo corpo da garota, apertando-a com desejo, o mesmo que ele sentia percorrer por suas veias e queimá-lo por dentro de maneira indescritível. Só se sentira daquele jeito uma vez, mas ainda parecia ter sido bem diferente do que ele sentia agora, talvez fosse o efeito da bebida, nele e em Patsy, mas ele realmente não estava se importando com isso, ele só se importava com uma coisa, na verdade, com uma pessoa e ela estava em seus braços naquele momento.



Ele roçou o nariz por sobre a pele do pescoço de Patsy deixando os lábios em seguida beijá-los loucamente, afinal assim ele estava se sentindo: louco, totalmente louco por ela.



O corpo de Patsy movia-se ao ritmo da musica e a cada movimento de seus quadris, mais as nádegas dela roçavam contra o corpo de Remo, e cada movimento o deixava mais instigado, mais vidrado, mais aceso, mais repleto de desejo, ele tinha certeza que se ela continuasse daquele jeito por mais tempo, ele a agarraria no primeiro banheiro que encontrasse.



Sentiu vontade de rir de si mesmo, estava parecendo com Sirius e Thiago, a diferença era que Remo não faria isso com qualquer uma, mas com a única no mundo que ele desejava e queria como a nenhuma outra.



Ela o estava deixando louco e essas palavras pareceram ter aceso ainda mais a vontade de Patsy provocar Remo, o que ele tinha certeza, ela estava fazendo  muito, muito bem.



Deslizando a ponta da língua por sobre a pele de Patsy, Remo sussurrou bem próximo ao ouvido da garota, mordiscando levemente a pontinha da orelha em seguida.



— E quero você, Pat, eu quero agora.



 




        As ondas do oceano mediterrâneo quebravam-se mansamente a beira mar, deixando suas marquinhas sobre a areia fina antes de voltar ao lar, ondulando junto com as milhares de gotículas de água que formavam o imenso oceano, que não importasse em quantos se dividisse, em quantos nomes tivesse, era sempre o mesmo, em qualquer parte do mundo, único e imenso oceano azul, escurecido então pela noite enquanto o sol brilhava em outro hemisfério da Terra e deixava as estrelas brilhantes a milhares de anos luz enfeitarem o céu: A janela para o vasto universo, onde a lua, com pegadas do homem, iluminava como se houvesse um imenso refletor sobre ela; Onde as estrelas piscavam imperceptivelmente diante dos olhos humanos e outras estrelas incapazes de serem vistas, nasciam no universo ou uniam-se a imensidão onde um dia elas seriam tão grandes quanto suas irmãzinhas e estariam, lá de cima, observando o oceano, os humanos e os pés pisando calmamente as areias, completamente distraídos demais para notá-las a observar.



Distraídos demais para notar qualquer coisa que não fosse os lábios, os braços, as mãos e o corpo um do outro, distraído não seria bem a palavra que Lilian usaria para definir como ela estava naquele momento enquanto os lábios de Thiago a tirava da Terra e a levava direto onde as estrelas nasciam e brilhavam e eram felizes.



Ela podia sentir uma das mãos dele pressionando-se contra suas costas, fazendo o corpo de Lilian grudar mais ao dele e o cheiro delicioso que impregnava daquele corpo penetrar-lhe de maneira embriagadora, fazendo-a pisar sobre as nuvens e talvez quem sabe até sobre a lua e deixar suas próprias pegadas na mesma, como deixava sobre a areia fina e gélida da praia deserta, como a lua talvez seria.



— Ah Lilly. – Ela ouviu o sussurro dele enquanto os lábios dele se separavam lentamente dos seus, fazendo-a sorrir e acariciar-lhe o rosto levemente. Ela nem saberia o que dizer, estava tão entorpecida por ele que pensar era um pecado diante de todas as sensações maravilhosas que ela sentia naquele momento, impedindo-a até de raciocinar sobre qualquer coisa que não fosse ele e os lábios perfeitos, as mãos firmes, o corpo maravilhoso e aquele cheiro embriagador.



Ele segurou-lhe a mão e então a beijou carinhosamente, antes de sorrir-lhe, indicando a areia fina e escurecida pelo breu da noite.



— Vem, vamos sentar aqui. – Cuidadosamente atencioso, ele ajudou-a a se sentar, passando uma das mãos envolta de seus ombros e a puxando pra perto de si, abraçando-a carinhosamente.



Lilian sentou-se a areia fina e gélida da praia, podendo ver agora, cujos olhos acostumaram-se com a escuridão, as ondas enegrecidas do mar brilhando sob as estrelas e quebrando-se calmamente a beira da praia, antes de voltarem mansamente ao mar mediterrâneo. Silenciosamente, Thiago passou minutos com os olhos perdidos no mar enegrecido a sua frente, sua mente vagando nas tantas coisas que ele queria dizer a ela, mas não conseguia. Como ele ia explicar a ela tantas coisas que ele nem saberia se ela entenderia ou acreditaria? Suspirando, Thiago beijou carinhosamente a testa de Lilian, ele não conseguira esquecer-se ainda dos últimos acontecimentos, por mais que já tivesse passado por coisas estranhas relacionada à saúde de seus amigos, nas tantas vezes que Remo ficara hospitalizado, nada se comparava àquele fim de semana, que agora parecia um pesadelo sonhado num tempo muito distante. Distante, não tanto quanto ele gostaria, mas ainda não totalmente esquecido. Percebendo que Lilian não diria nada, que respeitaria seu silencio, seus pensamentos, ele sorriu fracamente, desviando os olhos do mar escurecido para observá-la.



— Quando você me conheceu, alguma vez você imaginou que estaria comigo olhando pro mar de Barcelona? – Ele riu fracamente e Lilian o acompanhou, realmente, ela nunca imaginara que passariam tantas coisas juntos.



— Quando eu te conheci? Estatelada no chão da escola, eu só pensei que eu ia ser a piada pelo resto do ano. – Lilian riu e Thiago, desviando os olhos do mar, gargalhou.



— E você foi. – Lilia olhou para Thiago com o rosto incrédulo, abrindo os lábios como se estivesse assustada, causando risos em Thiago enquanto ela dava um tapinha de leve no braço do maroto, fazendo-o rapidamente emendar. – É brincadeira, Lilly.



— Acho bom mesmo. – Ela fez uma fingida cara de bravinha que mesmo com a escuridão da praia, Thiago conseguiu distinguir, agora que seus olhos se acostumaram com o breu da noite. Levando uma das mãos ao rosto dela, ele afastou os fios de cabelos admirando o rosto perfeito da ruiva, que segurava o riso enquanto aos poucos ia ficando sem jeito.



— Você é linda! – Ele disse com a voz baixa e Lilian, sem jeito, sorriu desviando os olhos dos dele antes que fosse hipnotizada.



— Você fez essa cantadinha quando nos conhecemos oficialmente. – Lilian riu voltando os olhos para o maroto que ria, negando levemente com a cabeça.



— Por que era verdade. – Ele disse, dando uma leve piscadinha para a ruiva que sorriu novamente sem jeito. — Você é a garota mais linda que eu já vi.



— Deus, na sua casa não tem Sky não? Passam filmes com mulheres lindas sabia? – Disse Lilian risonha, tentando disfarçar enquanto ficava sem jeito e seu rosto corava ferozmente, permitindo-a pensar que era muito bom estarem num local escuro assim ele não poderia ver o quanto ela estava vermelha como os próprios cabelos. 



Sentindo inesperadamente a mão de Thiago em seu rosto, Lilian sentiu-o aproximando o rosto do dela, enquanto ela podia ver aqueles olhos castanho-esverdeados, agora levemente escurecidos, diante de si e sentiu a própria respiração falhar por segundos.



— Você não entende Lilly? Não me importa se existem mulheres esculturais por ai. – O maroto deslizou a ponta do dedo pelo rosto de Lilian que sentiu seu coração palpitar fortemente ao peito, antes de afundar-se completamente no sonho mais perfeito do mundo quando Thiago terminou de dizer a coisa mais linda que já ouvira na vida.



— Se eu tiver você assim do meu lado, Lilly, o resto do mundo não importa pra mim.









 *N/A:



Aleluia irmão eu terminei o capitulo \z



Me desculpem, mesmo mesmo, eu demorei demais dessa vez, mas sabe como é, os problemas, eu não tava conseguindo escrever, rolou altas brigas entre eu e Deus que roubou minha inspiração, mas finalmente entramos num consenso e ele me devolveu G_G



Este capitulo na verdade tinha dado trinta e duas paginas \z sim, tava imenso e eu pelejei pensando se postava tudo num só ou se dividia, acabei dividindo, então me perdoem se terminou meio estranho, foi porque eu fiz um capitulo muito grande, nem sei como e porque \z e decidi dividi-lo senão ficaria gigante e cansativo demais para ler, então significa que o próximo capitulo vai estar bem legal, eu acho \z kkkkkkk eu pelo  menos acho que esta legalzinho e até bem bonitinho, bom quem queria que os casaizinhos se acertassem, parece que estão com sorte :P kkkkkkkkk



Mas a pergunta que não quer calar, Tom Riddle? Como assim? G_G pois é, não vou contar porque Tom Riddle apareceu, mas não se preocupem os que já pensaram que Voldemort vai entrar em ação \z kkkkkkkkkk



Talvez ele tenha um Voldemort dentro de si, mas não vou seguir a risca como é na historia original, até porque minha fic não segue isso, vocês sabem, eu estou criando outra historia em cima do Riddle, e espero que vocês gostem



E porque eu narrei ele tão lindo? Por que ele era realmente bonito quando era jovem né, convenhamos, eu já imagino ele estilo Damon Salvatore, lindamente mau *O* uiii delicia \z ashuasuhauhsa



Bom, não vou falar muito por que né, vou deixar os segredos pra vocês irem descobrindo aos poucos e já adianto que o próximo capitulo ta bonitinho, pelo menos é o que eu acho kkkkkk



Agradeço aos comentários *-* e espero mais agora XD kkkkkk



E muito obrigada ao apoio de vocês, sobre o fato de eu estar depressiva, o apoio de vocês ajudam muito mesmo, obrigada *-*



Ah eu tinha deixado um link nos coments sobre um vídeo do Harry, um vídeo de humor que eu adoro, vou deixar aqui pra quem não viu o meu comentário

[http://www.youtube.com/watch?v=Zw72wp9TSrg&feature=related]


espero que gostem, eu raxo demais com esse vídeo e adoro o final

“Cedrico vai tomar no meio do olho do seu C....”  kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
enfim, assistam, quem não viu vai adorar.



Enfim, é isso
até o próximo capitulo que eu prometo não demorar \z



 Beijos



Lanah Black

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Comentários (6)

  • Chrys

    Lindoooo!! ameeei!!!!!!! mas posta o proximo capítulo logo!!!!! Foi maldade parar nessa parte!!! bjooo adorando a fic!

    2011-10-04
  • Vanessa Sueroz

    lindo!!! adorei!!!

    2011-09-25
  • Chrys Malfoy

    ATÉ QUE ENFIM CONSEGUI ENTRAR PORRAAAAAAAAAAAAAAAAA!!! Gente, é sério, eu tava sem internet e tava quase tendo um colapso nervoso  g_gQue cap fodaaaaaaa! Mais nada a declarar  -.-

    2011-09-24
  • Iza Greenleaf

    Hã Leitora Nova Claro que eu adorei a fic, até aqui, rsrs E poxa vida, Sirius Corinthiano? Não podia ser melhor! (Aqui tem um bando de louco, louco por ti Corinthians!!!) Eu já o amava imensamente, e agora assim corinthiano, eh amor eterno! RS Bom, está de Parabeens, não vejo de hra de ler o próximo...

    2011-09-21
  • Sah Espósito

    Oi Lanah! Fiquei tao feliz por voce ter postado e ter melhorado. Depressão pee coisa feia. Dorei o capitulo, mas TOM RIDDLE aparecer nao e legal sabe.. Ja tem vilão o bastante na historia!   O Remo perdido de desejo, o Sirius como sempre um insensivel (podia ficar com a Lia ne... cara depois de tudo) e o Tiago e a Lilian todos fofos... agora esses dois dao certo ne! aoskdsk   Parabéns e aguardo o proximo capitulo (por favor nao demore ok)   Bjs e se precisar estou aqui! 

    2011-09-21
  • fernanda luna

    OOOTIMO lanah ! amei amei amei, posso ate dizer que a demora valeu a pena ! hahaha muito bom ! vc realmente tem talento !

    2011-09-20
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