Capítulo 9



3/FEVEREIRO – 08:43h – SEGUNDA-FEIRA – ANTES DO SINAL TOCAR
Eu acordei tão bem hoje! E não é porque temos o Sr. Hollan daqui a pouco. Na verdade, não sei bem ao certo por que, raramente, levanto-me com um ótimo bom-humor em uma segunda-feira. Segunda-feira, geralmente, é o dia de querer dormir em cima das classes por toda a manhã.


Eu estava andando bem feliz com a minha câmera fotográfica nas mãos, olhando para a telinha e conferindo mais uma vez todos os momentos registrados dos últimos dois dias. Quando senti um tapa em minha cabeça (que me assustou um montão e doeu pra caramba), olhei ao redor. James estava ao meu lado e sorria praticamente tão feliz quanto eu.


- Ai, depois reclama que eu é que bato em você – apertei os olhos, esfregando a cabeça.


- É só uma vigancinha leve – ele me falou – Mas o que realmente importa é que eu tenho uma coisa para mostrar a você – James parou em minha frente e colocou as mãos em meus ombros. Olhei para os jardins procurando Jason. Área livre de Jason. Continue, James.


- Ah, sério? – eu dei um risinho e franzi a testa. Ele pegou um dos meus pulsos e me conduziu até a lateral da catedral aonde ninguém vai, porque todo mundo está mais preocupado com o ator do momento do que com Deus – Então, qual é o seu segredo? – perguntei-lhe quando James me soltou gentilmente e foi à procura de alguma coisa dentro de sua mochila.


Ele tirou de lá de dentro duas camisetas vermelhas. Uma entregou a mim e a outra ficou segurando.


- Nossas camisetas do nosso acordo ficaram prontas – ele me disse.


Hã? Hahahaha. Esse James é louco. Tipo, era uma brincadeira. Não era para ele fazer camisetas! Mas acho que levou tudo muito à sério, uma coisa tão rara nele! Eu tive de rir, e ele sorriu, mas acho que não estava entendendo nadinha. Ele não precisava me provar a sua palavra com dizeres estampados.


Li a frase em letras de fôrma, brancas: EU TENHO UM AMIGO IDIOTA. E ainda havia uma seta gigante apontado para o lado esquerdo.


- James... – balancei a cabeça, agora morrendo de rir – Não acredito que você...


Então ele me mostrou a dele, que dizia: EU SOU O AMIGO IDIOTA. E ainda colocara uma carinha feliz. Um Smile fofo.


- Claro que sempre que as usarmos, terei de ficar andando ao seu lado esquerdo, porque caso contrário não fará o menor sentido – ele me disse.


- James, eu estava brincando. Não era para você fazer isso. Não precisava. Eu vou cantar de qualquer modo, aliás. É a minha música. Não quero ver e ouvir a Dana cantando-a.


Não sei bem se a expressão que ele fez foi de decepção. Acho que não muito, porque continuava a sorrir.


- Ah, bom. Em todo caso, faça de conta que foi um presente legal – James falou.


- Tudo bem, farei. Mas nunca usarei isso. Parece que somos aqueles alunos daquelas escolas de adolescentes especiais – ri, guardando a camiseta depressa na minha bolsa colorida.


- Tem razão. Talvez tenhamos algum tipo de problema – concordou ele, fazendo o mesmo, aparentemente, ainda muito feliz.


- Sim, vamos ter de procurar ajuda urgentemente – olhei-o e começamos a andar para o jardim principal, onde leva ao portão de entrada dos corredores.


Eu quis.... sei lá. Eu quis que simplesmente pudesse abraçá-lo ali na frente de todos. Mas claro que não podia, uma vez que tenho um namorado mega ciumento, que odeia meu novo melhor amigo e que não sabe onde passei o último fim de semana. Muito menos com quem.


Apesar de tudo, é uma linda e legal segunda-feira.


 3/FEVEREIRO – 09:38h – SEGUNDA-FEIRA – AULA DE GEOMETRIA


Você está ANOTANDO a aula do Sr. Hollan? – J


 Hã, não .-.


 O que está anotando, então?


 Não sei também. São só pensamentos ;D


 Quando criança eu tinha um caderno de pensamentos, mas eu o perdi há muito tempo e não tive mais paciência de fazer outros.


 Eu tive diário até aos 11 anos. Era muito babaca. Eu escrevia: “Hoje eu fui ao mercado com a minha mãe” ou então “Hoje eu fui pescar no lago com o meu pai”. Era bem coisa de criança problemática, haha.


 Que bonitinho HOHO


 Você é estranho e deveria parar de dizer/escrever coisas para me envergonhar. Detesto quando fazem isso comigo.


 Tudo bem, na próxima vida é melhor você nascer loira então. Você já percebeu? A Taylor nunca fica corada. Acho que ela tem algum tipo de mecanismo de defesa contra isso ;~


 Ela não tem vergonha de nada mesmo. Já eu, não tenho tanta sorte. Agora falando sério, você acha mesmo que não vou arruinar a apresentação?


 DE NOVO isso? Olha, vamos fazer assim: da próxima vez em que ensaiarmos fora da aula do Sr. Martin, você canta para mim e eu dou uma nota. Juro que serei sincero :)


 EU NÃO CONSIGO FAZER NADA NA FRENTE DAS PESSOAS! CANTAR, ENTÃO, NEM SONHANDO! Não vou cantar para você .-.


 Você TEM de parar de não querer ser julgada.


 Ah, é tudo muito fácil para você, não é? Você ignora tudo.


 Claro. Se eu fosse ligar para tudo o que dizem de mim, nunca mais sairia do meu quarto. Mas temos que viver a NOSSA própria vida, não a vida que os outros acham que vêem.


 UUUH, momento filosófico, hein?


 Talvez momento TERAPIA. No meio da aula de Geometria.


 HAHAHAHAHA. Pelo menos é melhor do que tentar entender essas coisas aí no quadro. Acho que não aprendo isso nem sob decreto. Ou para salvar alguém.


 Tenho de parar de conversar com o James quando acho que tudo está chato demais. O Sr. Hollan totalmente nos pegou e nos obrigou a resolver o exercício que estava mostrando para a turma, em voz alta. Sorte a minha que não precisei abrir a boca, porque o James já sabia a resposta de tudo.


 3/FEVEREIRO – 09:51h – SEGUNDA-FEIRA – AULA DE HISTÓRIA INGLESA
Queria saber por que eu me sinto como aquelas atrizes frescas que amam maquiagem e quando uma foto delas completamente de cara limpa cai na internet elas se deprimem longe do James. Não, na verdade eu sempre me sinto como no dia que vi pela primeira vez a notícia (e a fotinho) de que a Brit tinha raspado a cabeça. Completamente neurótica. E ela também. E daí depois veio a coisa toda de ela bater em um paparazzi com um guarda-chuva com aquela cara de sagüi da selva revoltado. Após isso eu acabei perdendo a fé nela. Pobre Brit ;/ Mas, enfim, esquece a Britney. O negócio é que eu deveria ter mais aulas conjuntas com James. Só para mandar bilhetinhos a ele e sermos pegos pelos professores.


 Curiosidades sobre a Inglaterra:


1. Em 55 e 54 a.C.Júlio César invadiu a Britânia e escreveu De Bello Gallico, descrevendo sobre a população local


2. A Inglaterra foi o único reino que não foi totalmente colonizado e tomado pelos Vikings


3. A Peste Negra atingiu a Inglaterra em 1348 e matou possivelmente um-terço da população


4. A Guerra das Rosas (1455-1485) foi o conjunto de conflitos intermitentes que enfrentou aos membros e partidários da Casa de Lancaster contra os da Casa de York, pretendentes ao trono


5. Os Tudors não serviram apenas para serem personagens de uma série praticamente pornográfica. Além de ter de fato existido, assinaram o Ato de Supremacia e o Tratado de Edimburgo, com o intuito de eliminar a influência francesa na Escócia.


 3/FEVEREIRO – 11:45h – SEGUNDA-FEIRA - AULA DE FÍSICA, PORQUE O SR. JACKSON NÃO PÔDE VIR


Meus vícios:


1. Música


2. Comer chocolate (eu falo do Peter, mas eu sou pior)


3. Paramore (forever & always <3)


4. Abraçar as pessoas (principalmente agora que tenho a Alex e a Zora por perto, porque elas também sofrem do mesmo distúrbio)


5. MTV


6. Ficar olhando para o teto que nem um vegetal quando não tenho nada para fazer


7. Meus novos amigos


8. Minha mãe


9. Johnny Depp


10. House


11. Low and Order


12. Skins


13. O canal da Disney (por causa das séries bobas que sempre têm finais felizes)


14. Taylor Swift :B


15. Filmes fofos e românticos


16. Os livros da Meg Cabot


17. Pão com Nutella


18. All Stars


19. Camisetas de banda


20. Halls de maracujá com recheio de chocolate *O*


 Sobre a aula que mal estou acompanhando:


- Em qualquer transformação de um gás tem que haver ou só calor ou só trabalho ou os dois;


- Não existe transformação de um gás sem calor e sem trabalho


 
*Transformação Isométrica ou Isovolumétrica ou Isocórica:


- Volume permanece constante (V=O)


- Não há trabalho


- Há calor, porque é usado para variar a energia interna.


 3/FEVEREIRO – 12:27h – SEGUNDA-FEIRA – ALMOÇO
Sirius parece que engoliu uma meia suja, porque olha para a Zo e a Nick totalmente excitadas vendo as fotos do Jared Leto com uma cara de quem está urgentemente necessitando de um médico. Tudo bem, o único que realmente parece feliz é o Peter, mas só porque ele não consegue expressar nenhuma reação quando está de boca cheia, parecendo um mendigo em dia de Festa Comunitária da Rua. E, bem, o James, mas considerando que ele é feliz o tempo todo, é melhor nem mencioná-lo. Ninguém se mostrou tão interessado assim nas fotos do meu fim de semana com James, o que é uma coisa boa, porque se Zora as tivesse amado, por exemplo, ou Sirius, a escola inteirinha já estaria sabendo o que fui fazer em Beadlow com o cara que meu namorado odeia sem motivos aparentes. E, com certeza, ninguém acreditaria que eu e ele fomos somente para um show. Mas, claro, eles não saberiam sobre a cama. Porque daí seria o fim.


- Sabe, se ser vocalista de uma banda rende tantos suspiros e gritinhos, acho que na minha próxima vida quero nascer cantor – levei um susto ao sentir James perto de minha orelha, cochichando-me isso. Afastei-me um pouco dele, porque seu hálito em meu pescoço me causou uns arrepios estranhos e ri. Até parece que ele precisa nascer de novo para ser amado por alguém. Tudo bem que a Taylor ou a Jamie não fazem muita questão de sua pessoa, mas quem precisa delas, quando se tem os melhores amigos do mundo? E eu nem estou me incluindo nesse círculo da amizade, porque convenhamos: não sou, assim, a melhor amiga de ninguém, principalmente depois da sacanagem que fiz com a Taylor.


- Até parece - respondi – Você é tão bom guitarrista que poderia estar em todos os palcos do mundo, em turnê com qualquer banda.


Ele rolou os olhos verdes, que brilharam. Não sou de reparar nos olhos dos outros, principalmente se eles brilham ou não, mas quando James rolou os dele, eu simplesmente percebi isso. Ele os piscou e o brilho se apagou levemente, mas ainda existia.


- Claro, provavelmente dividindo o palco com o Billie Joe – ele ironizou.


Fiz uma careta mesquinha.


- Bem, quem sabe um dia isso realmente aconteça e daí vou ter que perseguir você para lhe pedir desculpas por duvidar de sua palavra – ele sorriu – Mas, é sério, agora. Você deveria treinar hoje. A sua voz, digo. Treinar a sua voz, para amanhã o Sr. Martin a ouvir, ou você quer que a Dana cante no seu lugar? – ele levantou as sobrancelhas de um modo totalmente sugestivo e desafiador.


- Claro que não! É a minha música, eu já disse – respondi, como se ele fosse o maior bobo do mundo.


- Maravilha. Então se você a exercitar o bastante hoje, amanhã ela não estará tão acabada.


- O quê? Opa! O que aconteceu com a minha voz superlegal que devo mostrar a todos? – brinquei.


- Hum, digo, se você a treinar, estará... apresentável, entende? Como todos esses vocalistas depois de uma aula de canto ou sei lá qual é o nome.


- Tutores da Voz, tipo isso – falei.


- Exato.


- Certo, então. Deveríamos ensaiar amanhã antes da aula do Sr. Martin. Hoje tenho que trabalhar. Você me prometeu que me ouviria arrebentar as vidraças do mundo inteiro, lembra?


- Ha, não foi bem isso o que eu prometi, não é? Não a parte das vidraças partidas, pelo menos – ele riu.


- Tá legal, sem vidraças no chão. Mas você se importa de ensaiarmos novamente lá na minha casa? Apesar da minha avó compulsiva e esquizofrênica?


- Por mim, beleza. Eu gosto da sua avó. Ela excede um pouquinho os limites, mas é uma boa pessoa. Falando nela, como está a história do muro da casa em reconstrução?


- Ah, nem sei. Não me meti de novo no assunto. Sei que se perguntasse, ela me alugaria por uma tarde inteirinha só para reclamar ou sei lá. Mas, considerando que não a ouço ou a vejo tendo mais ataques por conta disso, acho que está tudo se acertando.


- Legal. Eu gosto de Londres.


- Você já foi lá?


- Já, quando pequeno. Meu pai levava a mim e a Al para algumas reuniões por lá. Claro que na minha perspectiva de criança, tudo era colorido e grande – ele riu.


- Continua assim, mas com um pouco de poluição e desumanidade.


- Bem, existem poluição e desumanidade em todas as cidades, não é?


- Claro. Mas eu prefiro viver aqui a viver lá. Não sei. Quando passava as férias de verão na casa de minha avó, ela me levava para as lojas chiques e me deixava admirar cada pedacinho dos produtos à venda, para depois me fazer escolher qualquer um, desde que fosse o mais caro dali. Acho que pegue um certo trauma de lá por causa disso.


- A sua avó tem COC.


- O que é isso?


- Consumismo Obsessivo Compulsivo.


- Ha, você resumiu o que venho tentando rotular nela há anos!


- Yeah, palmas para mim – ele riu e eu repeti o gesto.


Então senti uma mão gorducha em meu ombro. Virei-me.


- Você vai querer essa tortinha? – Pete me perguntou, apontando para o potinho de massa e glacê ainda intocado. Não que eu realmente fosse comer aquela torta de bolacha, porque as sobremesas daqui são entupidas de gordura e de sei lá mais o que, que prefiro nem pensar.


Sirius, por esse mero momento, desamarrou a tromba que já caía ao chão por causa do Jared, e disse:


- Desculpa, Encrenca. O Peter passou metade da infância sendo criado em um canil daqui da cidade. Muitas vezes eu me pergunto se ele tem alguma outra habilidade além de mastigar.


Apertei os olhos e franzi a testa para Sirius.


Não que isso fosse sinceridade. Acho que não. Era mais uma coisa chamada maldade.


Peter, que já estava com as mãos estendidas prontas para agarrar a minha sobremesa, nada disse.


Qual é! Qual é o problema do Sirius? Por que ele tem de ser tão implicante? E daí se o Peter quer comer todas as tortinhas do mundo? Tudo bem que o único passatempo dele deve ser comer, após as aulas, mas quem sou eu para dizer se isso é certo ou errado? Afinal, sou eu que releio sempre todos os livros da série do Diário da Princesa!


- Pode comer tantas tortinhas você quiser, Peter – eu lhe disse, jogando um olhar de aço para Sirius, acompanhando a minha voz desafiadora. Acho que ele notou a mudança do meu astral, porque voltou a me ignorar.


- Obrigado – Peter me disse, todo feliz.


- Sirius é tão arrogante, às vezes, não? – comentei, olhando seu perfil com um tanto de desgosto.


- É só o Sirius sendo... o Sirius – James explicou.


- Só acho que o mundo está abarrotado de pessoas que não conseguem ser legais umas com as outras. Por que todo mundo tem que ser tão besta e se achar melhor do que qualquer outro? – indaguei.


- É, vivemos praticamente em uma espécie de Glee da vida real.


- Aposto como sim – concordei.


 3/FEVEREIRO – 14:03h – SEGUNDA-FEIRA – BANHEIRO FEMININO DO SEGUNDO ANDAR
Bem, não vou aturar TRÊS períodos de Física no mesmo dia. Por isso peguei um passe para o banheiro e aqui estou. Aqui estou matando aula, claro. Não vim somente para tentar conferir meu cabelo ou ir de fato ao banheiro.


Zora também estava aqui. Estava sentada no banquinho abaixo da janela, onde todas as meninas erradas vem para fumar, porque aqui não tem alarme de incêndio (pois é, vai saber), lendo um livro intitulado “O Amor Mora Longe”. É bem estranho alguém como a Zora estar lendo qualquer coisa que não se resuma a suas revistas sobre música ou os livros policiais roubados de sua mãe.


- Ei, o que está fazendo aqui? – indaguei, principalmente por conta do livro.


- Lendo, dã. Tive que fugir do Sr. Regan, porque até parece que ele me deixaria ler em sua aula.


- Hum, legal – falei.


- Já faz meses que quero saber se o carinha vai conhecer a Berenice da Abigail.


Ah. Sei que Berenice é essa.


- E ele já conheceu? – perguntei, curiosa.


- Ainda não. Eles estão numa coisa meio Bella e Edward. É tão irritante! – ela rolou os olhos.


Não achei que Zora lesse livros de Berenices. Quero dizer, não que eu deva opinar, uma vez que já li aquele livro erótico de uma das pacientes da minha mãe e nenhuma das duas descobriu, quando eu tinha doze anos e nem tínhamos aula de educação sexual na escola.


- É, o Edward parece uma menina – falei.


Rimos.


(n/a: desculpe, gente, mas eu sou Team Jacob. O Edward é tão lentinho .-.)


- Aaah, é verdade! – pausa – Mas e você? O que está fazendo aqui?


- É o terceiro período de física da manhã, não suporto mais. Então decidi fugir um pouco.


- Você faz bem. Esse lugar me faz enlouquecer de vez em quando – pausa de novo – O que está rolando?


- Nada – fiz uma careta e dei um risinho.


- Tem certeza? Acho que está rolando alguma coisa. Entre você e o James. Vocês dormiram juntos – sua voz estava vitoriosa, como uma das populares falando sobre o Orlando Bloom.


Ooopa. Como é que é? Como é que a Zora sabe do lance da cama? Como é que ela soube? Quero dizer, eu nem contei a ninguém sobre isso, já com o intuito de deixar isso em branco, e ela, do nada, simplesmente quer saber o que está rolando entre mim e o James. Ah meu Deus, a Zora está parecendo a MINHA AVÓ!


Uuuh, estou vendo cavalinhos pintados na minha frente.


- Como é que você sabe disso? – minha voz estava esganiçada, e óbvio que eu corei litros.


- O James contou ao Sirius, que me contou, oras.


Aaah, tinha que ser esses dois! Malditos segredinhos entre amigos! O James não podia ficar calado, não é? Quero dizer, esse é o segredo dos segredo do mundo! Não era para ele ir logo contando ao SIRIUS! Eu não espalhei isso aos quatro cantos, mas se Sirius sabe, surpreendo-me pela escola toda ainda não me falar tipo “Uuuh, Lily! Então, como foi a sua noite de sábado?”. Ah, eu vou esfolar o James vivo.


- Ah, meu Deus! Não me diga que a Alex também está sabendo disso! – levei as mãos à boca.


- Eca, não! Se eu tivesse um irmão não iria gostar de saber que ele dormiu com uma das minhas amigas!


- Pelo menos isso. Mas, Zora, olha, não é o que você está pensando ou sei lá. Não existe nenhum eufemismo para a palavra “dormir”, nesse contexto, certo?


- Eu sei. Foi isso que eu quis saber quando gritei com o Sirius no meio da aula de Biologia. Vocês só dividiram a cama.


- Exato!


- E foi legal?


- O que foi legal?


- Dormir com ele, dã.


Fiz uma careta.


- Ah, fooi, nem falo a você. Teve minha baba no travesseiro e meus punhos e pés nele.


Zora riu, realmente estridente.


- Bem, e isso influenciou em algo? – perguntou, assim que cessou o riso.


- O quê? Como assim “influenciou”? Você está drogada? Em que influenciaria? – fiz cara de poker face.


- Oras, muitas coisas. Pessoas que dormem juntas, geralmente, fazem a relação ter mais intimidade. 


- O quê? Zora, James é somente meu amigo! Que coisa de intimidade é essa? Eu não vou dar o meu tesourinho a ele!


- Não estou me referindo ao seu tesourinho, sua safada! Não era para ir tão intimamente assim! – ela riu.


- Então que tipo de intimidade é essa?


- Bom. Beijos ou sei lá – ela deu de ombros.


- Ok, agora é oficial: você está bêbada, drogada e abduzida! – eu lhe disse, batendo palmas – Você não sabe do que está falando, Zora! Até parece que eu beijaria o James! Oi, lembra, eu tenho namorado e estou muito contente com o tipo de relação que tenho com o James.


- Tem certeza?


- Que tipo de pergunta é essa? É claro que tenho, dã. Aonde você quer chegar, afinal?


- A nenhum lugar. Só quero ter a sua confirmação de que foi somente uma noite de cama dividida.


- Certo: foi somente uma noite de cama dividida, ok? – repeti.


- Tudo certinho agora – Zora voltou ao livro, como se eu nem estivesse ali.


Olhei-me no espelho gigante. Por que eu estava tão indignada? Quer dizer, e daí se a Zora sabe sobre mim e o James e a cama de hotel? Se essa história não cair em ouvidos errados (tipo, as Meninas Malvadas e meu namorado), tudo bem para mim. Até parece que tem como apagar a noite de sábado. Não que eu queira, claro que não. Tipo, só dividimos a cama, fala sério. O que tem de tão oooh e errado nisso?


Olha, vou contar uma coisa a você. Não sei onde esse mundo vai parar, não. Se não explodir rapidinho é bem provável que os seres humanos se tornem um daqueles personagens daquelas séries ou filmes do canal SciFi Channel.


 04/FEVEREIRO – 14:27h – SEGUNDA-FEIRA – CORREDOR
Shhiu, você aí. Não faça barulho ou irão me descobrir.


Estou escondida aqui na saída de emergência do segundo andar, esperando o sinal trocar de período e todo mundo sair das salas para encontrar a da próxima aula, que no meu caso, é Francês. Ainda bem que a Taylor e a diretora não me viram, porque eu escutei uma conversa delas. Eu sei que fazer uma coisa dessas não é muito legal, principalmente porque não estou nem aí para o que a Taylor faz ou deixa de fazer, mas acho que sou metade escritora e metade espiã. Além do mais, eu não teria nada sobre o que escrever sempre, se não fosse mesmo uma espiã a toda hora.


Eu disse para a Zora, lá no banheiro, que deveríamos nos apressar para a próxima aula, mas ela basicamente me chamou de idiota e disse que passaria o próximo período ali mesmo, lendo, porque está muito a fim de descobrir se o carinha do livro vai conhecer a Berenice da tal Abigail. E como eu não sou de desafiar a Zora, porque ela pode bater em mim ou algo assim quando quer, deixei-a no banheiro com seu livro nada policial. Só que assim que comecei a descer as escadas rumo à aula da Sra. Lewis, ouvi saltos altos baterem no chão liso, muito tipo toc toc toc, e corri para a salinha de projeções (que sempre a usamos para vermos algum filme relacionado à História ou para acompanharmos aulas em slides, geralmente oferecidas pelo Sr. Rolt) para que quem quer que estivesse vindo em minha direção não me visse. Como a maioria das populares vem de salto alto para a escola, e como estamos no inverno, isso se resume a botas e a sapatinhos de bico fino que eu não consigo nunca usar, não dá para saber quem é que está andando pelos corredores. Também porque todas as mulheres do corpo docente (incluindo a diretora Rings e a mulher do cafezinho) igualmente usam esse tipo de calçado. Então, nunca dá para saber se quem a está seguindo é uma loirinha afetada ou a Vice-Diretora com seus óculos de coruja.


Eu só soube que estava no mesmo território que da Taylor e da Sra. Rings quando detectei as vozes das duas. E quando as reconheci, internamente gelei.


Eu estou sempre tão enrascada! Por todos os bois do mundo!


- Mas, Sra. Rings, eu não quero ter de fazer isso! Você, digo, a senhora, não entende! Meus pais também não entendem! Ninguém entende! – a Taylor parecia histérica e chorosa.


- Certo, eu sei que isso é muito difícil para você, Taylor, principalmente porque você é muito querida pela maioria, todavia, não me resta alternativas. Seus pais foram bastante incisivos e, sinceramente, só estão agindo do modo como acham que podem lhe ajudar – a voz rouca da Sra. Rings ondulou pelo corredor vazio.


Oh, céus. O que os pais da Taylor estão exigindo agora? Que ela seja transferida para outra escola? Um internato só de meninas, talvez, assim como aconteceu com a minha avó? Será?


E, hahahahaha, que história é essa que a Taylor é muito querida pela maioria? Ela só é querida (sinônimo de invejada, nesse contexto) pelas meninas que andam com ela, porque querem ser exatamente com a Taylor, mas para o resto da escola, a T não passa de uma patricinha metida que acha que manda em todos (tudo bem, ela manda em todos, mesmo, mas só consegue isso pelo fato de ninguém nunca meteu o dedo na cara dela e a colocou no seu devido lugar). Quero dizer, isso nem é como a teoria de Darwin, que diz que a sobrevivência é feita pelos mais fortes, porque uma vez que você acha que é mais forte, não quer dizer verdadeiramente que isso seja real. Essa gente popular só acha que é melhor do que o resto de nós, porque acreditam nisso, mas não é um fato propriamente dito. É como dizer que a sardinha número 1 é melhor do que a sardinha número 2 somente porque esta tem uma pintinha microscópica na nadadeira esquerda. Para mim, tanto faz comer a sardinha número 1 ou a sardinha número 2.


Enfim. Voltando ao corredor com a diretora e tudo o mais.


- Mas... mas... – a T se esforçou muito, ou quase nada, para encontrar algum álibi. Acho que não deu muito certo.


- Sinto muito, Taylor. Estou de mãos atadas, não posso fazer mais nada por você – foi a resposta final da diretora.


- Vocês nunca conseguirão alguém melhor do que eu! – a voz da minha ex-amiga estava um tanto ameaçadora.


- Sabe, Taylor, é muito difícil também achar alguém que cante e seja uma boa pessoa, mas, uma hora, de tanto procurarmos, acabamos descobrindo que existe alguém muito apaixonante em um pacato lugar que tem o sonho de ser alguém brilhante – nossa, da onde a diretora roubou essa frase? Ou em que está se espelhando? Não pode ser na Lidsay Lohan ou na Paris Hilton. Não, claro que não.


- Que se dane! Eu não quero ser uma boa pessoa só para fazer que todos me amem por algo que não sou!


Ouvi um suspiro. A Sra. Rings estava perdendo a compostura, ou a paciência.


- Você está certa, não é nada honroso fazer uma personagem somente para todos gostarem de você. Portanto, querida, livre-se do que a incomoda e tente ser feliz com o que lhe resta – acho que vi um aceno por parte da diretora, quando as espiei pela janelinha de vidro no alto da porta.


Depois dessa mega frase inspiradora (ok, é inspiradora, sim, eu admito), a Taylor ficou sozinha no corredor. A Sra. Rings voltou para a sua sala, que sempre cheira a perfumes velhos que irritam meus olhos, fazendo o barulhinho chato do sapato ecoar pelo andar.


Ouvi a Taylor respirar muito alto, como se estivesse tomando um longo fôlego e, em seguida, também deixou o corredor, finalmente me livrando de uma detenção por estar matando aula. Depois de ter certeza de que não tinha mais ninguém do lado de fora, saí da sala e agora estou aqui, sentada nesse chão frio, escrevendo isso, porque acho que os fatos têm que ser registrados na hora (e também porque eu sofro de amnésia de escritora: sempre me esqueço do que quero ou preciso passar para esse caderno).


E não acho que devo compartilhar essa conversa que entreouvi com alguém, principalmente se estamos pensando na Zora ou no Sirius, porque é bem capaz de eles quererem bolar um plano ainda mais maligno do que já têm em mentes para destruir a Taylor, e eu, de jeito algum, quero ser responsável pela Taylor se dar mal, apesar de tudo.


 04/FEVEREIRO – 14:46h – SEGUNDA-FEIRA – AULA DE FRANCÊS
“Liberté, Egalité, Fraternité” foi o lema da Revolução Francesa e também o da Maçonaria. O slogan perdurou e tornou-se o grito de ativistas que desejavam a democracia e a derrubada de governos opressores e tiranos de todo tipo. Essa frase foi citada na Constituição francesa de 1946 e 1958. Originalmente, o símbolo era Liberté, Egalité, Fraternité, o la mort! (Liberdade, Igualdade, Fraternidade ou morte!).


Como não estou nem aí para como se reconhece prefixos e sufixos em palavras francesas, porque acho muito improvável que eu vá de fato usar essa língua em minha vida futura, prefiro ficar escrevendo sobre coisas que realmente me interessam e sobre coisas que acho importantes para alguma coisa em meu cotidiano. Não que eu vá começar uma Revolução aqui nem nada assim, mas sabe como é. Eu poderia ser uma ativista se tivesse alguma causa, mas eu não sou a Zora. Quem sabe um dia eu saia por aí enrolada somente em uma faixa em prol dos albatrozes que morrem nas praias por ingerir escovas de dente e bolinhas de golfe porque acham que estão se alimentando.
 
04/FEVEREIRO – 15:05h – SEGUNDA-FEIRA - SAÍDA
A Zora está logo ali conversando aos berros com todas as meninas do clube de teatro, aparentemente estão falando de como está a 1ª temporada de Glee, um seriado que nunca vi, apesar de todo mundo comentar que é tão viciante e engraçado. Acho que peguei um pouco de trauma depois que lançaram três filmes de High School Musical, com a Vanessa Hudgens e a Ashley Tisdale. Quero dizer, nada contra atores da Disney, principalmente pelo fato de eu adorar a série da Selena Gomez, onde ela interpreta uma feiticeira nada nota 10, mas devo dizer que não gosto muito da Vanessa. Depois que ela tirou a roupa e as fotos foram parar em todos os lugares, acho que ela caiu no meu conceito. Porque, bom, ela, com toda aquela cara de boazinha e faz uma coisa dessas. Nunca que eu tiraria fotos como aquelas, porque, sinceramente não tem muita coisa para alguém ver em meu corpo e também porque tenho vergonha na cara. Se algum dia fotos minhas fossem parar na internet eu sentaria no chão do meu quarto e ficaria ali chorando para sempre. Mas ainda bem que eu não sou louca nem famosa. E entre a Vanessa e a Ashley, totalmente adoro muito mais a Ash, porque ela não parece fazer posezinha de menina comportada e eu vi aquele filme dela, “Imagine Só”, e a acho uma ótima atriz. Pronto, falei.


O Sirius está em uma detenção, porque espalhou detergente no chão do laboratório de química e o professor escorreu e quebrou uma mesa inteira de equipamentos. Então, mais uma vez, o Sirius está sendo o Sirius. Ninguém fica espantado quando ele não aparece depois das aulas, porque todo mundo sabe onde vai encontrá-lo: na detenção, que é uma sala onde os infratores escolares têm que ajudar os faxineiros a tirarem toda a meleca de chiclete que outros alunos colocam debaixo das mesas, ou então têm que escrever milhares de vezes a mesma frase no quadro rachado, ou então têm que pintar alguma parte dos cenários do Clube de Teatro, ou então tem que limpar os instrumentos do pessoal do Clube da Flauta ou do Clube do Violino. Ainda bem que nunca tive que parar lá. O Sirius diz que aquela sala cheira a mofo e a desinfetante, e eu sou alérgica a água sanitária e seus derivados.


A Alex está tentando ler o que eu tanto escrevo, mas como estou colocando o folheto sobre Aids em cima de tudo o que acabo de escrever, ela não está lendo nada. Não estou fazendo isso porque o assunto é supersecreto ou porque tenho vergonha do que escrevo (e, tudo bem, a maioria das coisas sobre o que disserto são inúteis), e sim porque eu nunca deixo ninguém ler esse caderno. É a minha vida que está dentro dele e se eu deixar qualquer um lê-lo não vai fazer mais sentido mantê-lo, afinal, são sobre coisas íntimas (sobre a minha avó doidona ou sobre o quanto amo a minha banda preferida) que essas folhas delatam.


É um tanto chato que hoje eu tenha que ir para o Petshop ao invés de fazer o James ir lá para a minha casa para ensaiarmos mais e me ouvir cantar, mas preciso de um pouco de dinheiro, não é? Aliás, meu salário diminuiu, uma vez que larguei as terças, quartas e quintas para poder me dedicar mais a esses meus compromissos deste mês. Mas fazer o que, não é? Eu não sou a Kelly Clarkson, sou somente a Lily Evans, a menina invisível de Bedford High School.


 04/FEVEREIRO – 18:55h – SEGUNDA-FEIRA - PETSHOP
O que será que os pais da Taylor impediram de ela fazer dessa vez? Porque acho que tem a ver com a escola, já que eles ligaram para a diretora Rings e a Taylor estava quase morrendo ali. Não tem a ver com a equipe de líderes de torcida, porque ela já não faz mais parte dela, igualzinha à Starla Grady em “Pode Bater que Ela é Francesa”. Mas, claro, além das notas vermelhas (em matemática, em biologia, em física e em química), a Taylor também é drogada, então, enquanto as notas dela tentavam manter um equilíbrio, tudo bem, a treinadora até suportava, mas com essa história de matar os períodos de aula para fumar baseados atrás de algum estádio, sua vida de seguradora de pompons coloridos acabou. Então, se não tem a ver com as roupas curtinhas que motivam os times, com o que tem? O que mais ela poderia perder ali dentro do colégio? Não sei. Ou melhor, não me lembro. Acho que nada. Ela adorava as dancinhas e os pompons mais do que seu novo tênis da Nike.


 04/FEVEREIRO – 23:43h – SEGUNDA-FEIRA – CASA (MEU QUARTO)
Minha avó está ao telefone há um tempão. Acho que ela está gritando com alguém. Provavelmente é o empreiteiro da obra da nova casa. E provavelmente são más notícias, a exemplo: que a parede que ela tanto quer realmente não tem como ser erguida. Ou então que a cor salmão nas paredes do hall não está combinando com a nova cortina. Bom, até parece que estou me preocupando com o que está acontecendo lá em Londres. A casa nem minha é e até parece que amo viajar para lá.


Falando na galinha de macumba (um xingamento que aprendi com o Sirius durante o almoço), ela mal esperou eu dizer oi quando cheguei em casa após o trabalho; já foi dizendo do quanto ficou chateada por não ter recebido o James hoje durante toda a tarde.


- D. Julia, eu preciso trabalhar, não posso trazê-lo aqui todos os dias – retruquei, revirando os olhos, um pouco cansada.


- Pois deveria. Ele é um amor de menino. É muito melhor do que aquel... – lá foi ela rebater.


- Sei. Ele é muito melhor do que o Jason e blábláblá. Já ouvi isso um monte de vezes – minha voz se tingiu de aborrecimento.


Caramba, ela é muito chata! Como é que sempre consegue falar sobre os mesmos assuntos, milhares e milhares de vezes? Haja vida a ela com tanto papo monótono.


- Não fale desse jeito tão ranzinza, Lily. Você não é a menina que mora embaixo da ponte! – D. Julia me disse, agora se irritando.


Nossa, verdade! Quanta sorte tem a menina que vive debaixo da ponte! Tudo bem que ela não deve comer todos os dias e provavelmente seu cabelo nunca experimentou um pente nele, mas, pelo menos, não é obrigada a conviver com uma senhora que age como a Madonna e que detesta tudo o que a neta faz e diz. Não que eu queira ser a menina debaixo da ponte, mas ao menos sou positiva nos mais variados casos.


- Tá bem. Vou subir e tomar um banho – eu falei, já indo para as escadas, numa tentativa desesperada de encerrar a conversa com ela, mas, sabe, fazer isso acontecer é quase tão difícil quanto um elefante se desprender daquelas armadilhas desumanas que os caçadores arquitetam para eles no meio de seu habitat.


-Lily! Eu estou acabando de falar para você parar de agir como uma órfã e você continua a agir deste modo! – ralhou ela.


É agora que eu berro por ajuda da minha mãe? Provavelmente.


- Ceeerto, D. Julia. O que você quer? Um pedido de desculpas? Um chazinho? Uma massagem nos pés? – esqueci de omitir a minha ironia.


- Tudo bem, Lily, Suba. Cansei-me de você – minha avó tentou fazer uma expressão de alguém que tinha cedido misturada a de alguém que a paciência tinha chegado ao limite, mas como sua face é, tipo, 80% paralisada por conta das aplicações anuais de botox, só pareceu que ela estava tentando interpretar um ogro. Mas não o Shrek, porque ele é muito mais suportável do que ela, a minha avó. E mais engraçado, também.


Ela foi para a cozinha, acho que procurar os sachês de comida de gato para dar ao Flame. Eu aproveitei que ela tinha finalmente se cansado de mim e vim para o meu quarto. Porém, ao invés de estar tomando banho, estou aqui escrevendo, porque provavelmente é a única coisa que eu sei fazer, além de acabar com a vida da minha melhor amiga, óbvio.



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N/A: Olá, meus leitores! *-* Que saudade daqui! De verdade! Maaas eu escrevi TANTO a fic, que vocês terão a delícia de poderem acompanhá-la de maneira mais periódica. Como adiantei um monte de capítulos e não vejo a hora de vocês os lerem, vou postar um cap por semana, provavelmente ou na sexta, ou no sábado. Então, não deixam de dar uma conferida aqui todo fim de semana!  
PS: e obrigada pelos novos comentários, vocês não sabem como eles fazem diferença, de verdade. É o que faz nós, escritores, darmos continuidade ao nosso trabalho com competência. 
Obrigada mais uma vez e muitos beijos! <3 
PS2: Ah, gente, escrevi uma breve fic JL há um tempo e a postei, então, quem quiser conferir:
http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=37919 

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