Doce Dezesseis



8: Doce Dezesseis

Harry pôde tomar a poção para dormir sem sonhar na noite que os resultados dos NOMs chegaram; sendo assim, ele dormiu maravilhosamente. Ele se espreguiçou preguiçosamente, hesitando abrir os olhos para começar um novo dia. Ele podia ouvir o ronco de Rony do outro lado do quarto e sabia que seu amigo não acordaria por várias horas. Ele sorriu, ouvindo Rony; seu ronco tinha realmente piorado com a idade. Assim que Harry considerou rolar de volta na cama e voltar a dormir, a porta abriu, e Hermione e Gina entraram no quarto. Hermione vestia um roupão rosa, e seu cabelo estava afastado da cara. O roupão de Gina era azul claro e estava frouxo sobre seu pijama amarelo. As duas garotas tinham embrulhos na suas mãos.


-         Feliz Aniversário, Harry! – elas falaram juntas.


 


Harry piscou para elas em surpresa, aniversário? Hoje era 31 de Julho, seu décimo - sexto aniversário. Harry tinha estado tão envolvido nos seus outros problemas, ele tinha esquecido completamente. Fora seu décimo primeiro aniversário, quando Hagrid tinha chegado com sua carta de Hogwarts, ele nunca tinha passado um aniversário longe dos Alfeneiros. Nenhum que ele lembrasse, de qualquer forma. Seus aniversários com os Dursleys eram sempre normais, pra dizer o mínimo. A idéia de passar o dia inteiro com seus amigos o agradou, e ele não pôde evitar o vagaroso, feliz sorriso que apareceu em seu rosto. Ambas Gina e Hermione estavam felizes de ver esse sorriso; tinha sido há muito tempo que elas tinham visto Harry tão feliz.


-         Alô, Rony, acorda, - Gina disse, pegando um travesseiro e jogando através do quarto até seu, roncador, irmão. – Você está perdendo o aniversário do seu melhor amigo.


Rony sentou depressa, sua cabeça virando de lado a lado em alarme.


-         Oqueéquefoi?


 


Hermione riu e foi sentar na beira da cama dele, alisando seus cabelos bagunçados pelo sono.


-         É o aniversário de Harry, Rony. Deseje-o parabéns.


 


Rony começou a coçar os olhos, obviamente infeliz por ter sido acordado.


-         Feliz aniversário, cara. – ele grunhiu.


 


-         Valeu, - disse Harry.- Eu vivi mais um ano.


 


Todos os outros três ocupantes do quarto olharam para ele bruscamente.


-         Isso não é engraçado, Harry. – Hermione ralhou.


 


Gina sentou na beira da cama de Harry.


-         Belo modo de acabar com um humor, esperto.


 


Harry não pode fazer outra coisa senão sorrir do sarcasmo. Ele também não podia evitar o jeito que seus olhos continuavam sendo puxando para a abertura do pescoço no roupão de Gina, que estava folgadamente aberto, revelando a pele com leves sardas sob a abertura da blusa do pijama. Se ela se movesse, ele poderia ver um pouquinho mais da abertura. Ele continuava tentando forçar seus olhos para cima, mas eles pareciam ter vontade própria. O que diabos está acontecendo comigo em relação a Gina?


Rony também notou onde a atenção de Harry estava focada e lutou muito para esconder o sorriso. A maioria das pessoas achava que Rony não prestava atenção e não sabia o que estava acontecendo com aqueles em volta dele, mas ele, na verdade, notava muito; ele notava, ele só não deixava todo mundo saber disso. Ele notava os olhares furtivos que Harry tinha estado mandando para sua irmã a semana toda, e também os que ela retornava, sem ser observada pelo amigo.


Rony também estava ciente de Gina entrando no quarto deles toda noite para confortar Harry depois de seus pesadelos. Ele tinha ouvido Harry chamar por Sirius durante seu sono e desejou fazer alguma coisa para aliviar a dor do amigo. Embora ele não aceitasse abertamente a idéia de Gina estando na cama de Harry, ele estava feliz que ela tinha achado um meio de ajudá-lo. Harry parecia inclinado a mostrar uma vulnerabilidade a ela que não revelava nem para Rony e nem para Hermione. Se Gina podia ajudá-lo, e Harry estava inclinado a deixá-la, Rony estava agradecido.


Rony não era estúpido, nem ingênuo. Tinha alguma coisa havendo entre sua irmã e seu melhor amigo, e ninguém poderia estar mais feliz sobre isso do que ele estava. Ele percebeu que Gina nunca tinha realmente superado sua queda por Harry, não importava o que ela dissesse. Ele também sabia que Harry precisava, desesperadamente, de alguém em sua vida para cuidar dele, cuidar mais do que um amigo faria. Ele ainda se martirizava quando pensava sobre a briga que ele e Harry tiveram antes do torneio Tribruxo. Ele tinha deixado a inveja e o ciúme cegá-lo. Harry nunca tinha pedido por nenhuma das atenções que recebia, e, pra falar a verdade, ele odiava isso. Ele nunca devia ter duvidado disso. Harry nunca pediu que ele se desculpasse, e ele ia fazer com que ele nunca precisasse pedir novamente.


Talvez fosse só o fato que Rony estava tão feliz beijando Hermione sem se importar com nada, que ele queria que todos estivessem felizes também. Muitas coisas ruins aconteceram com Harry; até seu primeiro beijo não tinha sido exatamente bom. Um amasso podia ser uma coisa boa, ele pensou, sentindo um sorriso feliz surgir no seu rosto. Balançando a cabeça de leve, ele se forçou a mudar a direção de seus pensamentos. Ninguém merecia uma amasso mais do que Harry, e Gina merecia alguma coisa em retorno pela sua paciência sem fim com um “muito-lento-para-se-tocar” Harry. Ele sabia que ele não era de falar. Ele tinha, certamente, tomado muito tempo para superar seu nervosismo e admitir que ele sentia algo pela sua outra melhor amiga, mas agora que ele tinha, ele sabia que tinha sido um tolo por ter sido tão idiota por tanto tempo. Harry, é claro, não tinha deixado passar a oportunidade de fazer graça dele por isso; agora era sua vez assistir a Harry se esforçar e tentar descobrir as coisas. 


Ambos, Harry e Gina, tinham sido afetados por Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, bem mais que o restante deles, e Rony acreditava firmemente que eles eram os mais indicados para ajudar um ao outro a lidar com seus traumas. Gina era sua irmãzinha, e ele não conseguia pensar num cara melhor para ela do que seu melhor amigo. Harry podia ser mal-humorado, fechado, e difícil às vezes. Ele não conseguia pensar em ninguém mais obstinado que Gina, que iria ser capaz de lidar com Harry e mostrar o caminho quando ele precisasse. Sim, pensou Rony, isso ia ser interessante.


-         É serio, Harry, - Hermione estava dizendo, - Isso não é coisa para se brincar. Você tem dezesseis anos, e você tem uma longa e maravilhosa vida a sua frente.


 


Harry deu a ela um olhar que por um instante continha uma intensa dor e tristeza que quase tirou o fôlego dela. A sombra que apareceu na sua face durou apenas um breve momento antes de ele escondê-la de novo, mas o olhar na cara de Rony e Gina mostrou que eles também tinham notado. Harry estava escondendo algo.


-         Harry, - Gina disse tentativamente. – Há algo errado?


 


-         Sabe, harry, - Hermione disse, - se você precisar conversar, qualquer um de nós estará sempre aqui e contentes por ouvir. – Ela disse essa última parte olhando diretamente para Gina, incluindo ela no grupo. O coração de Gina inchou a essas palavras; ela sempre tinha se sentido como uma intrusa quando eles estavam juntos. Ser incluída significava o mundo para ela.


 


-         Eu sei, vocês tem sido ótimos, - Harry respondeu, também incluindo Gina. – Não é nada, realmente.





Gina tinha certeza que não era “nada”, mas ela também tinha certeza que Harry não ia contar a eles agora. Ela sabia que teria que melhorar os ânimos ou ela não agüentaria e choraria.


 


-         Mamãe queria fazer um festão, mas com a segurança e tudo o mais... nós não pudemos fazer. Em vez disso, o resto da Ordem vai vir e eu sei que Fred e Jorge têm umas surpresas planejadas.


 


-         Obrigado pelo aviso.


 


-         Nós perguntamos se poderíamos trazer Neville, Dino e Simas, mas não tem jeito. – Rony completou.


 


A sobrancelha de Harry levantou momentaneamente à menção dos seus colegas de quarto.


 


-         Neville estaria tudo bem, mas é melhor manter as coisas longe dos outros. Mesmo com a mudança de posicionamento do Ministério sobre Voldemort, eu ainda acho que a Ordem ia querer manter as informações sobre eles em segredo.


Rony estava assentindo.


-         É, você provavelmente está certo. Nós não sabemos o quanto podemos confiar em Dino, de qualquer forma.- Gina rolou os olhos em exasperação quando Rony continuou, - Simas estaria tudo bem, acho.


 


-         É, até o próximo artigo do Profeta Diário me chamando de louco sair.


 


-         Ele se desculpou por isso, Harry. Ele não pensa mais assim.


 


-         Ele viveu comigo desde o meu primeiro ano, Rony. Ele devia me conhecer por mim agora, não pelo que alguns artigos no jornal dizem.


 


Rony estava surpreso em silêncio. Ele não sabia que Harry ainda guardava mágoas pelo jeito que Simas o tratou no ano anterior. Agora que ele tinha pensado nisso, ele não podia realmente culpar Harry. Ele provavelmente teria usado seus punhos em um monte de pessoas, além de Malfoy, se ele estivesse no lugar de Harry ano passado. Olhando para o rosto do amigo, ele podia ver que era mais que mágoa que raiva, e ele sentiu uma repentina aversão a Simas Finnigan, bem igual a que ele estava sentindo por Dino Thomas.


-         Ok, então sem colegas de quarto para a festa. Vai ser mais divertido só com agente, de qualquer forma.


 


-         Vamos comer alguma coisa. Eu tenho certeza que mamãe preparou um banquete, - disse Gina.


Quando eles começaram a descer as escadas, Harry parou um momento e colocou uma mão na porta de Sirius. Não teria uma felicitação de Sirius esse ano, ele pensou tristemente enquanto sentia aquele vazio familiar crescendo no peito. Como se tivesse sentido seu humor, Gina tentativamente o alcançou e tocou sua mão. Sem realmente pensar no que estava fazendo, Harry virou a palma da mão para cima e entrelaçou seus dedos. Ela apertou sua mão, dando a ele apoio, e o puxou para caminhar.


Ele estava totalmente sem consciência da música na cabeça de Gina que continuava repetindo: “Eu estou de mãos dadas com Harry. Eu estou de mãos dadas com Harry”.



 ******
Harry estava deitado na cama algumas horas antes de a festa estar marcada para começar, seus pensamentos correndo pelos acontecimentos do dia. Tinha passado como qualquer outro, com xadrez, Pedras de Gob*, e alguns risos. Rony contou a todos que ele seria o novo capitão de quadribol. Pareceu a Harry que Rony estava se sentindo estranho sobre isso, talvez porque estava feliz e, mesmo assim, preocupado com a reação de Harry. Harry colocou um enorme sorriso encorajador no rosto, o que agradou Rony. Harry notou ambas Gina e Hermione lançando-lhe olhares estranhos e avaliadores, mas ele se recusou a encontrar seus olhos.


Apesar de que Harry amaria ser capitão do time de Quadribol, ele realmente achava que Rony seria melhor nisso. Não tinha jeito de Harry ter o tempo que Rony teria para isso, e foi o que Rony viu no Espelho de Ojesed todos aqueles anos atrás. Isso, e ser monitor-chefe. Rony era monitor; ele estava a meio caminho de realizar seus maiores desejos. Os pensamentos de Harry continuaram no espelho. Ele tinha visto sua família quando tinha olhado para ele; e ele se perguntou o que veria hoje. Talvez esse fosse metade do seu problema; Rony, ao menos, tinha senso para desejar algo alcançável.


Mesmo com os risos e a diversão, Harry estava com mal-humor. Tinha começado na manhã, quando ele estava encarando a porta de Sirius, e ele simplesmente parecia não conseguir afastar isso. Só tinha ficado pior quando Remus tinha o puxado para um lado e informado que Sirius tinha deixado toda a fortuna Black, incluindo essa casa, para Harry e Remus. Remus disse que eles deviam deixar a Ordem continuar usando a casa como quartel-general, e Harry tinha, meramente, concordado. Ele teria concordado com qualquer coisa só para sair daquele quarto e parar de falar nisso. De alguma forma, ele não estava surpreso; todos membros da Ordem tinham testamentos e Sirius não tinha sido exceção, mas de alguma maneira o testamento fez tudo muito mais real e... final. Sirius estava realmente morto.


Harry se engasgou com o aperto na garganta. Ele sabia que Sirius tinha ido, ele sabia o tempo todo, mas de alguma forma, ter isso confirmado parecia pior. Harry não queria essa casa; ele odiava essa casa com todos seus estúpidos quadros e quartos sombrios. Essa tinha sido a prisão de Sirius, só mais uma na sua vida, e Harry preferia vê-la queimada ao chão. Ele não queria esse dinheiro; ele não precisava, e era só mais uma lembrança de o quão errado tudo tinha saído. Ele não queria o dinheiro, a casa, ou qualquer coisa dentro dela. Ele só queria Sirius. Mas algumas coisas nunca devem acontecer...


Remus parecia entender o desgosto de Harry, mas ele gentilmente lembrou a ele que se Harry recusasse, tudo iria, provavelmente, acabar com os Malfoys, ou pior, Bellatrix Lestrange. Harry nunca permitiria que isso acontecesse. Ele pediu a Remus para pegar metade da sua parte e transferir para a conta dos Weasleys em Gringotts. Ele sabia que eles não aceitariam, mas ele não tinha intenção nenhuma de desistir. Eles mereciam; eles tinham sido mais responsáveis pela sua criação que os Dursleys. Isso era algo bom que Harry podia realmente fazer por eles. Ele não iria deixá-los recusarem só por mero orgulho.


Harry não achava que Remus estava mais feliz do que ele sobre o testamento, embora ele não tenha dito nada. Remus nunca dizia muito. Houve várias ocasiões que Harry gostaria de ter perguntado a ele sobre seus pais, mas se segurou. Remus parecia tão reservado e reticente para dividir alguma coisa. Harry não sabia como destruir essa parede, ou mesmo se deveria. Ele era, certamente, mais difícil de se aproximar do que Sirius tinha sido. Harry se preocupava que talvez Remus realmente o culpasse pela morte do seu melhor amigo?


Todos esses pensamentos estavam explodindo na cabeça de Harry e lhe dando uma dor de cabeça tão intensa que ele teve que colocar seu braço sob seus olhos, inclinando sua testa na curva do seu cotovelo. Ele não tinha notado a porta abrir, ou Hermione entrar até ela sentar ao seu lado.



      -    Tudo bem, Harry?


-         Eu estou bem, só um pouco cansado.


 


-         O que está havendo com você, Harry? – ela perguntou numa voz muito baixa.


Harry manteve seus olhos fechados, seu coração batendo dolorosamente no peito.


-         O que você quer dizer? – “Um deve morrer nas mãos do outro...”


 


-         Eu acho que há algo que você não está nos contando, algo que parece estar irritando você. Você pode nos contar qualquer coisa, Harry; todos nós estamos aqui pra você. – ela disse, com uma ligeira tremedeira na voz.


 


-         Eu sei disso, Hermione. Vocês têm sido os melhores amigos que eu podia pedir. - “Porque nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver...”


 


-         Mas você não vai me contar?


Harry ficou quieto por um longo tempo. Hermione achou que ele não ia responder de jeito nenhum, então finalmente ele disse:


-         Não.


 


Mas foi um agonizante suspiro cheio de emoção e desespero. Deixou os nervos dela a flor da pele, e sua natureza inquiridora tomou o controle.


-         Por que não? Por que tantos segredos? Isso tem alguma coisa a ver com Sirius?


 


Os olhos de Harry se esbugalharam a menção do nome dele. Ele sentou e se afastou de Hermione, ficando mais perto da parede. Seus sentimentos por Sirius ainda eram muito frescos no momento para isso.


 


-         Não – ele se esquivou – não tem nada a ver com Sirius nem meu “complexo de salvador”. Só deixa como está, Hermione.


 


Hermione olhou para Harry, sua face contraída.


-         Harry, eu não quis magoá-lo.


 


Harry sentiu o canto dos seus olhos começarem a arder perigosamente. De jeito nenhum ele iria chorar na frente dela também. Isso simplesmente não ia acontecer. O que diabos estava errado com ele, de qualquer forma?


-         Esquece – ele replicou estrangulado. – Por favor. Eu não posso fazer isso agora. Eu contarei quando estiver pronto, mas não agora.


Hermione podia vê-lo lutando para manter a compostura, e aquilo a assustou mais que qualquer coisa. Harry sempre tinha mantido suas emoções sob controle, cuidadosamente guardadas. Se ele estava tão perto de perder o controle, o que quer que o estivesse irritando era pior do que ela pensava. No entanto, não tinha nada o que fazer, só esperar ele sair.


-         Ok.- Ele se inclinou e o abraçou rapidamente, antes de desaparecer do quarto.


 


Harry deitou em sua cama e grunhiu. Ele não queria chateá-la. Pelo amor de Deus era seu trabalho salvar o mundo bruxo; ele não devia ter que confortar os outros por causa disso também. Ele tinha que fazer algo para mudar sua atitude antes da festa, então ele pegou algumas roupas e se dirigiu para o chuveiro.


 


Sra. Weasley tinha saído para comprar coisas para a festa de Harry; tinha mais do que o bastante de comida para um pequeno exército. Depois de um festivo jantar cheio das coisas favoritas de Harry, o pequeno grupo entrou na sala de estar. Todos presentes estavam ligeiramente suspeitos de entrar na sala quando descobriram que tinha sido decorada com vários itens da loja de Fred e Jorge. Isso causou um grande prazer nos donos da loja. A festa consistiu em todos os membros da família Weasley que estavam em Grimmauld Place, juntamente com Remus, Tonks, Alastor Moody e Quim Shaklebolt. Mundungus Fletcher fez uma aparição tardia e podia ser visto cochichando no canto com os gêmeos. Molly Weasley mantinha um olho bem aberto para aquela situação. 


Tonks e Remus sentaram no sofá, em profunda conversação, enquanto Gui Weasley estava no meio de um jogo brutal de xadrez com Moody. Rony estava prestando muita atenção ao jogo, enquanto Hermione continuava lançando olhares a Remus e Tonks, sorrindo como se soubesse de algo.


 Foi Gina quem capturou a atenção de Harry. Ela usava uma calça trouxa desgastada e uma blusa verde simples. A blusa, no entanto, devia ser velha, porque era ligeiramente pequena demais e revelava uma fina linha do seu abdômen toda vez que ela se movia. Harry estava hipnotizado e não conseguia tirar seus olhos dela, esperando para cada vez que seu umbigo apareceria.  Ele começou a pensar que ela estava fazendo aquilo de propósito, sabendo o efeito que ela estava causando a ele. E lá aconteceu de novo! Harry sentiu um ligeiro incômodo na sua calça e se moveu inconfortavelmente.


O que, em nome de tudo que era mágico, estava acontecendo? Ele lembrava de ter sentimentos similares por Cho Chang antes de ele realmente conhecê-la, mas isso era diferente. Essa era Gina. Ela era uma amiga. Ela era irmã de Rony. Ela era parte da família que o tinha acolhido como um deles, ela NÃO era simplesmente uma garota atraente. Ele não devia estar sentindo essas coisas quando olhava para ela.


A extensão dos conhecimentos de Harry sobre os fatos da vida vinham de escutar conversas entre Rony e seus outros colegas de quarto. Harry não estava totalmente certo se tudo que eles diziam era verdade, ou só conversa jogada fora. Ele sabia que todos eles tinham fantasias sobre uma garota ou outra... e provavelmente outras que eles não admitiriam – Rony e Hermione surgiram na mente. Ainda assim, essa fascinação repentina por Gina não podia ser normal... tinha que haver outra razão.


Seus pensamentos foram interrompidos quando o Sr. e a Sra. Weasley perguntaram se podiam ter uma palavra com ele. O rosto de Harry queimou em culpa, mas ele calmamente os seguiu para o outro aposento, roubando mais uma olhada para Gina antes de sair.


Sr. Weasley estava segurando um pedaço de pergaminho. Harry podia ver o nome de Gringotts colado no topo.


-         Eu recebi uma carta muito interessante essa tarde, Harry, - Sr. Weasley disse.


Harry olhou para o chão.


-         É do testamento de Sirius. – ele disse mansamente.


 


A Sra. Weasley segurou seu queixo e levantou sua cabeça para encará-la.


-         Ele deixou isso pra você, Harry. Nós não poderíamos aceitar isso. É incrivelmente generoso, mas...


 


-         Não! – Harry disse. – Vocês têm que aceitar. Eu não quero. Eu não preciso.


Ambas as faces dos Weasleys mais velhos continham simpatia e pena, algo que Harry não agüentava ver. Ele não queria pena deles; ele nunca quis pena deles, então ele mudou a tática, olhando para um azulejo no chão ele falou:


- Olhem, vocês tem sido mais minha família para mim do que qualquer outra pessoa tentou ser. Eu passei verões com vocês, e vocês sempre tomaram conta de mim. Deixe-me dar algo em troca. – Harry estava ficando mais e mais embaraçado enquanto continuava, mas se forçou a fazê-lo. – Eu nunca disse a S-S- Sirius o quanto ele significava pra mim, e eu não vou cometer esse erro de novo. Por favor, aceitem. Alguma coisa boa tem que sair disso.


Quando Harry terminou de falar, ele ficou quieto por um momento. Nenhum dos Weasleys disse nada. Finalmente, ele olhou para cima e viu lágrimas nos olhos de Molly; Arthur tinha tomado a posição de Harry de encarar o chão. Molly abriu e fechou a boca várias vezes e Harry pensou vagamente: “ Alguém devia tirar foto disso” ; eu realmente deixei Molly Weasley sem palavras.


Em vez de falar, ela colocou Harry num apertado abraçado e o puxou para perto dela. Só uma vez, Harry não se afastou, em vez disso se segurou e a abraçou de volta. Ele podia perceber que ela estava chorando, e sua própria visão embaçou. Foi assim que Gina os encontrou quando ela entrou no hall.


Ela hesitou em interrompê-los – era óbvio que alguma coisa estava acontecendo – mas os convidados estavam ficando cansados.


-         Mamãe? Papai? Nós vamos cortar o bolo de Harry ou não?


 


A Sra. Weasley e Harry se separaram, e Molly sussurrou:


- Você sempre vai ser um Weasley, Harry. – Enquanto Arthur apertava seu ombro antes de eles entrarem na sala de estar. Harry e Gina os seguiam atrás.


-         Tudo bem, Harry?


 


-         Sim... Eu estou.


 


-         Ótimo, então, vamos comer bolo. Eu não acho que Rony possa esperar mais.


 


Como todo mundo estava terminando seu bolo – duplo chocolate – Molly sentou no sofá ao lado de Remus Lupin, que estava comendo as últimas mordidas de seu pedaço enquanto secretamente assistia Harry e Gina rir de alguma coisa que os gêmeos estavam dizendo. Remus se inclinou para Molly e disse só para ela ouvir:


-         Harry parece, finalmente, mais confortável por aqui.


Molly viu quando os olhos de Harry seguiram o levantar da camisa de Gina até sua cintura quando ela se inclinou para bater em um dos seus irmãos.


-         Sim, - ela disse, sorrindo.- O Sexto ano soa bem. Eu lembro de ver Arthur no meu primeiro dia de Hogwarts; ele estava no segundo ano. Eu decidi ali que aquele era feito pra mim. Demorou, mais ou menos, até o sexto ano para ele enxergar a luz. Uma vez que uma mulher Weasley coloca alguma coisa na mente, ninguém pode pará-la!


 


Remus riu.


-         Você tem que dar uma folga a Harry. Ele não tem experiência em qualquer que seja o tipo de relação. Ele está aprendendo tudo avulso.


 


Molly sorriu tristemente.


-         Algumas vezes eu realmente tenho vontade de azarar aquelas pessoas com quem ele vive.


 


-         Eu também. Eu fico perturbado quando eu penso em o quanto Lily deve estar se revirando na tumba. Ela nunca teve muitas coisas boas a dizer sobre a irmã.


Molly se afastou dos seus pensamentos melancólicos.


-         Ele certamente parece estar se divertindo essa noite. Talvez seus sonhos sejam um pouco melhores.


 


Remus viu Harry, novamente, olhar para a barriga, a mostra, de Gina.


-         Talvez você esteja certa.


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*Pedras de Gob: do jogo de HP e a Ordem da Fênix.


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Feliz Ano Novo algumas horas adiantadas... xDD Eu tava pensando em postar de 00:00 ( 23:00 aqui onde eu moro) mas ninguém ia ler... xD Obrigada pelos comentários, espero que voces gostem desse e um Ótimo ano novo pra td mundo =)


Coments:


Gui_Hawk: Vai ter açao logo, no proximo cap se nao me engano... Claro que vao ter as aulas de Harry e tudo mais e isso também nao vai demorar muito xD Tá postado ai.. dia 31 xD espero que goste =)


alarico touceira: Obrigada! =D Voce já leu a fic?? vai acompanhar a traduçao também?? Feliz ano novo pra vc também... espero msm que acompanhe a traduçao =DD obrigada pelo comentário


Guinever Potter: Essa fic foi escrita faz teeeeeeeeeeeeeeeeempo... logo depois de lançar o quinto livro.. em 2004 xD É velha xD Tem coisas que eu imaginava também, e tem coisas que ela acertou também xD Eu só queria Harry como capitao, coitado! Eu faço o que posso pra atualizar rápido =D Vou ter que traduzir muito essas férias pra nao deixar voces esperando proximo ano, já que meu tempo vai ser zero =( E eu também AMO quando os escritores de fics atualizam rápido xDD Espero que voce goste desse capitulo também.. acho que mais uns 2 e eles tao em Hogwarts =) obgda pelo coment bj e um ótimo ano novo pra ti tbm =)


 

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