Segunda carta Sirius e Bellatr



Carta 2


Meu amor,


Nem imaginas como a tua carta me emocionou. Cada dia longe de casa é duro e difícil. Custa pensar na possibilidade de não voltar a casa. Não tenho medo da morte, nem medo da dor. Tenho medo de não te voltar a ver. Medo que não haja uma despedida, um último beijo, um último “amo-te”. Medo que os nossos olhares nunca mais se cruzem. E acima de tudo tenho medo de nunca poder ver esse lindo ser que carregas e que é a prova mais viva do nosso amor. Ao ler a tua carta senti os olhos arder mas tentei ao máximo controlar as lágrimas porque na guerra não podemos chorar. Não há tempo para isso. Só há tempo para lutar, lutar pelos nossos ideais. Lutar por aquilo que acreditamos e pelo que é certo. Mas cada dia longe de ti faz-me pensar se algum destes lados é certo. Eu sei que te incumbi os meus valores, que te fiz renegar o Toujours Pur e nem por um segundo eu me arrependo disso mas avaliando os dois lados eu penso se toda esta guerra vale a pena e se o meu lado é mesmo o lado “bom”. Porque até nós já matamos, até nós já fazemos sofrer… nós que somos o lado “bom”. E custa nunca parar, custa chegar de uma batalha com o cheiro a sangue e a morte impregnado em nós. Eu tenho saudades do TEU cheiro. Do cheiro a jasmim que emanava dos teus longos cabelos negros. Tenho saudades de tudo isso… saudades de casa. De me deitar ao teu lado á noite e dormirmos abraçados, de te beijar os lábios rosados com ternura, de simplesmente te sentir junto a mim. E é por isso que luto… Porque eu já não acredito nesta guerra mas continuo a lutar. Luto por ti e pelo nosso futuro. Para que um dia possamos ser livres, para que possamos viver sem medo e declarar o nosso amor a toda a gente, e sobretudo para que o nosso filho possa viver num mundo sem guerra. Por isso eu peço-te que tenhas força. Não só por ti, não só por mim mas por ele. Porque tu não estás nem nunca estarás sozinha. Porque eu mesmo longe eu estarei sempre ao teu lado. Á noite vai á janela e olha as estrelas. Procura as nossas constelações e verás que elas se unirão e que até os céus nos irão abençoar. Eu estarei sempre aí e eu prometo voltar. Assim como prometi quando me despedi eu volto a prometer. Porque é para essa promessa que eu vivo. E eu relembro esse momento em que me deste as mãos e vi os teus olhos derramarem lágrimas de dor, logo tu Bella sempre tão forte, e eu te sussurrei ao ouvido e prometi um dia voltar. E eu voltarei. Até lá eu peço-te que esperes por mim, que sejas forte. O meu maior desejo é estar aí quando o nosso filho nascer, apenas não sei se será possível… Mas tu conheces-me… Eu sou um Black e os Black não desistem do que querem. Por isso eu lutarei com toda a garra que tenho para que esta guerra acabe mais depressa. Para podermos estar de novo juntos. Para deixarmos de ser dois e podermos passar a ser três. Eu acredito em nós Bella. Acredito na nossa felicidade e no nosso futuro e eu sei que seremos felizes. Por isso espera por mim meu amor. Espera para toda a eternidade eu te peço. Porque ao esperares por mim não estarás apenas a esperar pela minha presença. Estarás a esperar pelo final da guerra e pelo começo da felicidade. Espera por mima até ao meu ultimo suspiro…


Por mais que eu não quisesse falar disto eu sei que é necessário e que tenho de te dizer porque eu posso ser o próximo. Eu vejo tantas vidas acabarem na minha frente. Inimigos e amigos, culpados ou inocentes com a certeza que posso ser o próximo. E seu um dia eu não voltar a casa Bella, eu peço-te que me deixes viver em ti, nem que seja num cantinho apertado do teu coração ou num canto escondido da tua memória. Lembra-te do que fomos e do que sentimos. E se eu não estiver aí para lhe dizer, diz ao meu filho que não o abandonei. E que se não estou ao pé dele, é porque o destino assim o decidiu. Diz que o fiz por ele e por ti… Promete-me que quando ele nascer e se não puder ser eu a dizer, sussurra-lhe ao seu ouvido pequenino que eu o amo, e já o amava antes de ele nascer. Assim como amo a mãe dele para toda a eternidade.


Com amor e saudade do eternamente teu,


Sirius Black

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