Perdida e Achada



Cap. 08 – Perdida e Achada


A bruxa de cabelos castanhos encaracolados andava pelos corredores apinhados do Ministério, ignorando os olhares dos bruxos pelos quais ela passava. Fazia poucos dias que a equipe de Aurores de Harry e Rony havia voltado da França, e os rumores sobre o motivo da viagem secreta ainda circulavam livremente pelo mundo bruxo. Naquela mesma manhã, o próprio Ministro da Magia estava de volta à Inglaterra, retornando à suas atividades normais, sem responder a qualquer pergunta sobre os dias que estava fora.


Hermione, por outro lado, já sabia de todos os detalhes das investigações de Harry e Rony, mesmo que, por se tratar de um caso secreto, não devesse saber de nada, como os bruxos fuxiqueiros que olhavam para ela. A equipe de aurores chegou à pequena cidade francesa e não encontrou sinal do grupo de lobisomens. Voltaram à cena do crime, mas nada foi encontrado ali além de destruição e rastros de sangue seco. Depois de dias investigando cidades vizinhas e procurando por novas pistas, um noticiário local trouxa deu a notícia de que um grupo estranho de homens havia causado confusão no aeroporto Charles de Gaulle ao embarcar para a Rússia. O Ministério russo havia sido comunicado da situação, mas nenhum dos lobisomens ainda havia sido capturado.


Andando com passos firmes, Hermione chegou ao corredor que levava ao Departamento de Execução das Leis da Magia, carregando apenas o exemplar do artigo que havia encontrado nas semanas anteriores, “Grandes Tabus e Crenças nas Sociedades Trouxas e suas Repercussões na História da Magia Anciã". Ela havia passado todo o tempo livre lendo e relendo aquele artigo, conferindo sua veracidade em livros de história antiga e, finalmente, decidido seu próximo passo. Como Rony havia dito a ela na noite no Caldeirão Furado, ela não ia jogar limpo dessa vez.


Hermione entrou, sem se anunciar, na sala que pertencia a Greg. Quando finalmente percebeu a cena que se passava ali, sentiu suas bochechas quentes, indicando que corava. Ninguém menos que Lilá Brown estava ali, sentada no colo de seu “namorado”, em uma cena que Hermione consideraria, no mínimo, íntima demais para o ambiente de trabalho. Quando percebeu a entrada da outra bruxa, Lilá levantou-se rapidamente, sem aparentar, entretanto, estar abalada com o flagra. Greg, por outro lado, levantou-se e olhava para Hermione com uma expressão culpada.


- Olá Hermione. – a voz zombeteira de Lilá fez Hermione sentir uma raiva súbita percorrendo pelo seu corpo. A loira parecia estar se divertindo com aquilo.


- Boa tarde, Lilá. – Hermione respondeu, tentando conter sua raiva.


- Herms, me escute... – Greg começou a se explicar em um tom cuidadoso, analisando a expressão de Hermione.


- Você não precisa se explicar, Greg. – Hermione cortou a explicação do homem, sem realmente se abalar com a afirmação do que suspeitava desde o encontro duplo. – Você é um homem solteiro e livre.


- M-mas... – ele recomeçou, incerto. – Nós dois...


- Não estávamos, de forma alguma, em um relacionamento sério o suficiente. – Hermione interrompeu novamente, vendo a expressão de alívio nos olhos castanhos a sua frente.


- Eu sabia que você entenderia, Herms. – Greg completou, indo em direção a Hermione como se fosse abraçá-la. A bruxa estendeu o braço, impedindo que ele continuasse.


- Nunca mais me chame de Herms. Eu odeio. – Hermione fez uma careta de desaprovação, enquanto Greg, que parecia surpreso com a revelação, apenas assentiu. – Estou aqui por outro motivo, na verdade... – Hermione voltou ao seu tom sério, colocando sua cabeça novamente em seu plano traçado.


- Ah, claro... – Lilá disse em um tom sarcástico, interrompendo a morena.


- Algum problema Lilá? – Hermione sentiu sua paciência se esvaindo. As duas mulheres se encararam, mágoas e rivalidade antigas se misturando, obviamente, com as novas.


- Não há problema nenhum, Hermione. – Greg interrompeu, lançando um olhar de censura à Lila. – Por favor, me diga qual motivo lhe trouxe aqui.


- Ouvi pelos corredores que a Suprema Corte dos Bruxos está, neste exato momento, reunida na corte discutindo assuntos pertinentes, estou correta? – Hermione voltou ao seu tom sério, apontando a porta alta de madeira escura ao lado do escritório de Greg, onde ficava a sala a que se referia.


- Você ouviu perfeitamente. – Greg afirmou com um sorriso confiante. – O Sr. Ministro também está presente à esta reunião e...


- Era tudo o que eu queria saber. – Hermione, sem ouvir a resposta completa de Greg, andou com passos rápidos até a porta de madeira escura e, ignorando as tentativas de Greg de impedí-la, empurrou a grande porta sem delicadeza e adentrou na sala circular de pedras.


A corte, onde os bruxos mais importantes no cenário político se reuniam, era uma sala circular alta, com paredes de pedras escuras e um ambiente obviamente sombrio, não muito diferente das masmorras do décimo andar, onde os criminosos eram julgados, abaixo do Departamento de Mistérios. Um bruxo de cabelos brancos e, vestes com um grande C estampado no peito, que discursava em uma voz acalorada no centro da sala, olhou para Hermione com reprovação por ter sido interrompido. Todos os outros bruxos presentes, que estavam sentados nas arquibancadas na parede norte da sala, olharam com curiosidade para a jovem intrusa, alguns demonstrando reprovação e outros apenas surpresa.


- O que traz a aqui, Srta. Granger? – Amélia Bones, chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia, uma bruxa de cabelos brancos apertados em um coque comportado e olhar sagaz, se dirigiu à Hermione.


- Me perdoem por interromper a reunião da Corte, mas eu acredito que o que tenho a falar é pertinente o suficiente, e que o melhor a fazer é falar diretamente a todos de uma só vez. – a voz de Hermione saiu clara e confiante, apesar dos olhares intimidadores que recebia de parte da platéia. Um burburinho de sussurros tomou conta da sala enquanto a jovem bruxa era analisada pelo olhar avaliador de Amélia Bones.


- Sr. Pliwickle, por favor, retorne a seu acento. – Amélia Bones ordenou, sem tirar os olhos de Hermione. O bruxo de cabelos brancos que discursava pareceu furioso com a decisão.


- Isso é um absurdo! Como você pode querer ouvir essa intrusa... – Sr. Pliwickle contestava indignado, sendo apoiado por alguns bruxos presentes.


- Sr. Pliwickle, por favor. – a voz decidida da bruxa que presidia a sessão fez com que os murmúrios cessassem e que o bruxo retornasse ao seu lugar. Quando o silêncio apenas era ouvido, Amélia Bones se dirigiu novamente à Hermione. – Muito bem, Srta. Granger, estamos todos ouvindo.


Hermione se dirigiu com passos rápidos ao tablado ao centro da sala, onde o Sr. Pliwickle discursava antes de sua interrupção. Sentindo o nervosismo dominar seu corpo e a pressão de estar diante dos bruxos mais importantes, a bruxa colocou o artigo que fora sua inspiração sobre o pequeno pedestal de madeira à sua frente. Antes de começar, respirou fundo, lembrando-se de tudo o que havia estudado até aquele dia, lembrou-se de Dumblerode, o maior bruxo de todos os tempos que apoiava a libertação dos elfos, lembrou-se de Dobby. As palavras saíram de sua boca como se tivesse vida própria.


- Senhores, vim aqui pra lhes demonstrar minha insatisfação com a revogação do projeto de lei de número dois mil novecentos e quarenta e três, que implantava a obrigatoriedade de oferecermos férias e remuneração aos elfos domésticos que nos servem. – o burburinho de comentários começou a ser ouvido, mas a bruxa não se intimidou, nem ao menos interrompeu seu discurso. – Sei que a maioria dos senhores acha que o melhor para a sociedade bruxa é que esse tipo de lei não seja implantado, não por acharem realmente um absurdo o que proponho, apesar de alguns dos senhores não concordarem com minha ideologia, mas sim por que querem evitar atritos com as poucas famílias bruxas tradicionais e poderosas de nossa sociedade, que vêm perpetuando preconceitos errôneos desde o início de nossa existência como uma sociedade organizada. – a bruxa fez uma pausa, olhando para o título do artigo estampado no pergaminho velho e teve certeza de que o que estava fazendo era o correto. – Desde que a humanidade é a humanidade, desde o início dos tempos, quando o homem aprendeu a criar suas ferramentas com ossos e dominar os outros animais, existem crenças que somos uma raça superior. A história está cheia de exemplos onde homens, sendo eles trouxas ou bruxos, utilizam de sua força física e capacidade de combate para o domínio de outras espécies, raças ou comunidades. Sem a escravidão branca os gregos jamais construiriam suas pirâmides, sem o domínio de comunidades menores, a cultura grega e romana, os filósofos e matemáticos como Platão, não teriam tanto conhecimento e importância. A Europa dominou as Américas por séculos, levando trabalhadores africanos negros para trabalharem nos campos de café. Homens radicais dizimaram milhares apenas por uma diferença de religião. E tudo isso, completamente TUDO isso foi baseado em apenas uma desculpa, uma justificativa: nós somos superiores a eles. Essa justificativa incabível dizia que os gregos no poder eram deuses, diziam que os africanos negros não tinham alma e que os judeus roubaram a riqueza de quem realmente a pertencia. E o que nós, bruxos aprendemos com isso? Nós enxergamos os erros cometidos pela sociedade trouxa e erradicamos esse comportamento em nosso mundo? Ou fomos ignorantes o suficiente para repetirmos toda a história trouxa? Quando o mundo bruxo ainda se formava, quando um homem com capacidade de fazer magia conhecia as outras criaturas mágicas existentes no mundo, o que fizemos? O homem bruxo dominou a técnica da varinha e guardou para si, se dizendo o único ser capaz de deter esse tipo de conhecimento, se dizendo SUPERIOR a todas as outras raças: aos homens sem magia, aos centauros, aos elfos domésticos, a todos. E essa justificativa tem sido usada desde o início da história mágica, como uma desculpa para a série infinita de preconceitos e erros. Se nós condenamos os nazistas pela tortura e dizimação de milhares de judeus, porque nós mesmos nos consideramos superiores aos elfos? – A voz de Hermione era a única que ecoava pelas paredes de pedra daquela sala alta, fazendo com que suas palavras parecerem agressões físicas aos bruxos que ouviam. Durante todo o tempo Hermione encarou apenas aquele pergaminho velho, mas para que suas últimas palavras fizessem efeito, ela teria que criar coragem. Olhando nos olhos de cada um dos bruxos ali e, por fim, olhando para a bruxa ao centro, Amélia Bones, Hermione terminou seu discurso. – Se todos nós condenamos VOLDEMORT e seus comensais pelos crimes contra os nascidos trouxas, porque AINDA dizemos ser superiores aos elfos?!


Tomando fôlego após o longo discurso, Hermione esperou a reação dos bruxos ali presentes. Ela colocara ali, todas suas esperanças, todas as suas forças para mudar uma injustiça que era cometida há tanto tempo. Não teve coragem de analisar as expressões dos bruxos presentes, então ficou encarando o pergaminho a sua frente, fazendo com que sua respiração voltasse ao normal. O burburinho de conversas em voz baixas dos bruxos aumentou rapidamente, ecoando nas paredes frases ultrajadas, surpresas, e de complacência. O bruxo de cabelos brancos que antes discursava levantou-se de sua cadeira, chamando a atenção de todos.


- Em toda a minha longa carreira neste Ministério, eu nunca fui tão insultado em toda a minha vida! – Seu rosto estava contorcido de raiva e ultraje.


- Você está dizendo que somos ruins como Aquele-que-não-deve-ser-nomeado?! – um bruxo mais ao fundo falou, também irritado.


- Quem você é, garota, para dizer isso?! – uma bruxa na primeira fila disse irritada, se levantando.


Uma série de impropérios e reclamações começou a ser dita em voz alta, uma se misturando a outra, sem que Hermione pudesse realmente entender o que diziam. Mas a mensagem era clara: uma bruxa jovem e inexperiente não deve entrar em uma sala cheia de bruxos experientes e poderosos e dizer grandes verdades a eles. Egos demais eram feridos ao mesmo tempo. Quando o volume de vozes parecia insuportável, uma voz grave irrompeu pela sala.


- Silêncio a todos! – Quim Shakebolt, se levantou, sua estatura alta e voz grave impondo respeito a todos os presentes. As vozes exaltadas foram se extinguindo, tornando-se murmúrios, até que as paredes da sala voltaram a ecoar apenas o silêncio. Os olhos duros do bruxo encararam os da chefe do Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, e ele voltou a falar. – Suas palavras, apesar de, em parte, inspiradoras, Srta. Granger, foram agressivas e ofensivas aos bruxos presentes nesta sala. Não sei qual era o seu objetivo nesta atitude imprópria, mas, como Ministro da Magia, não posso tolerar e tenho como dever repreendê-la.


- Não será necessário, Sr. Ministro. – Hermione disse com o que restava de sua dignidade. Ela sabia que sua atitude podia gerar dois resultados diferentes. E estava pronta para esse tipo de situação. –Estou me afastando do cargo de chefia de meu departamento. Não posso continuar fingindo que vou conseguir cumprir minha promessa ao senhor, quando me contratou, três anos atrás. Não vou conseguir nada sem o apoio desta Corte. Eu me demito.


Sem ao menos esperar pela resposta do Ministro, ou qualquer reação a suas palavras, Hermione saiu a passos largos e rápidos daquela sala opressora, sentindo lágrimas subirem aos seus olhos e tristeza pela perda de suas últimas esperanças. Quando a iluminação dos corredores do Ministério atingiu seus olhos, as lágrimas já corriam livremente pelo seu rosto. Hermione fez questão de nem olhar para dentro do escritório de Greg.


- Mione, o que aconteceu? – a voz preocupada de Rony assustou Hermione, que andava rumo a seu ex-escritório. O ruivo, segurando seu braço, a girou de forma delicada e pareceu se assustar com as lágrimas da bruxa. Só então a bruxa percebeu que passava pela porta do Departamento de Aurores, naquele mesmo andar.


- Oh, Ron... – sem conseguir explicar tudo o que havia acontecido, Hermione apenas seguiu seus instintos. Abraçou o ruivo com força e deixou que toda a agonia que sentia fosse expressa, na forma de soluços e lágrimas. Rony, de início apenas retribuiu o abraço apertado.


- Vai ficar tudo bem Mione... – o ruivo acariciava os cabelos encaracolados e, olhando em volta, parecia pensar que ali não era um bom lugar para ficarem. – Vamos... vou te levar para sua sala.


Hermione deixou-se ser guiada pelo ruivo nos corredores do segundo andar, sem realmente prestar atenção a sua volta. O calor vindo do peito de Rony, onde sua cabeça estava encostada era tudo o que ela tinha consciência. Ela não percebeu que passar chorando aos soluços abraçado ao ruivo alto chamara a atenção de alguns bruxos e que Rony encarava cada um dele com fúria para evitar comentários inoportunos. Os dois pegaram um elevador e saíram no quarto andar, onde Rony guiou Hermione até a sua sala. Ele abriu a porta, colocou a bruxa em sua cadeira e abaixou-se, ficando com seus olhos na mesma altura dos dela.


- Hermione, por favor, me conte o que aconteceu. – sua voz era baixa e suave, soando como um carinho. A morena olhou nos olhos azuis a sua frente, que borbulhavam de preocupação e sentiu-se mais calma.


- E-eu p-pedi demissão, Ron. – ela disse com uma voz rouca, enquanto limpava as lágrimas do rosto. – Eu não consigo mais.


- Pediu demissão? Não consegue? – Rony perguntava sem entender, ainda com a voz baixa.


- Os elfos. Meu plano não funcionou... – ela disse simplesmente, já mais recomposta, esperando que ele se lembrasse da conversa anterior entre eles sobre isso.


- E você pediu demissão por isso?! – Rony perguntou incrédulo. Ele sabia que ela não era do tipo de desistir. – Mione, você não pode desistir.


- Eu não estou desistindo. – Hermione disse, com um brilho determinado nos olhos, soando mais como ela mesma. – Só preciso achar outros meios de ajudar os elfos, um em que eu não precise da Suprema Corte.


- Eu... eu sinto muito. – disse Rony depois de um minuto de silêncio, acariciando de leve o rosto de Hermione.


- Me ajuda a empacotar minhas coisas? – ela pediu, tentando retomar sua postura segura. O ruivo apenas sorriu em resposta e os dois se levantaram, ergueram as varinhas, e começaram a conjurar caixa de papelão.


- Vamos de precisar de muitas caixas para esse bando de livros! – Rony gracejou enquanto empacotavam as prateleiras abarrotadas de livros, tirando um sorriso curto da bruxa. Quando tudo estava praticamente empacotado, os dois ouviram uma batida de leve na porta.


- Poderia conversar com você, Srta. Granger? – a voz de Amélia Bones surpreendeu Hermione e ela virou-se, encontrando a bruxa mais velha no batente de sua porta, segurando uma pilha grossa de pergaminhos.


- Te vejo mais tarde, certo? – Ron apertou a mão da amiga em sinal de conforto e deixou a sala, acenando vagamente para a bruxa à porta. Hermione tentou, disfarçadamente, ajeitar suas roupas, que estavam uma bagunça depois de tanto choro.


- Entre, Sra. Bones. – Hermione apontou a cadeira em frente a sua mesa, enquanto se sentava em sua própria. Pelo menos até ela sair dali para sempre.


- A senhorita deu um discurso e tanto, hoje. – Amélia tinha um tom divertido, que Hermione entendeu como sarcasmo.


- Desculpe-me, Sra. Bones, se a ofendi de qualquer forma. – Hermione disse com pesar. – Eu estava apenas tentando mostrar meu ponto de vista.


- E eu devo dizer que mostrou, e mostrou muito bem. – Amélia Bones agora sorria e Hermione entendeu que a bruxa não estava a recriminando. – Sabe, você me lembra de alguém que não vejo há muito tempo, que trabalhava neste Ministério...


- Mesmo? – Hermione perguntou curiosa. Quem quer que fosse essa pessoa, era muito querida da bruxa mais velha, pois ela tinha um sorriso saudoso no rosto.


- Completamente. – Amélia respondeu com outro sorriso. Ficou alguns momentos ainda perdida em pensamentos e Hermione não quis interromper, mas quando voltou a falar sua voz era séria e profissional. – Sei que é muito difícil conseguir mudanças por aqui, Srta. Granger, mas isso não é motivo para perdemos uma funcionária tão exemplar quanto você.


- Sinto muito, Sra. Bones, mas esse Departamento não tem mais nada a me oferecer. – Hermione tentou responder com sinceridade, sem ofender a ninguém.


- Este departamento pode não lhe oferecer mais nada, mas lhe garanto que ainda pode crescer muito por aqui. – Amélia disse, com um tom sabe-tudo. – O Departamento de Execução das Leis da Magia precisa de pessoas como você, e tenho certeza que, em meu departamento, você terá maior espaço para lutar a favor de suas leis libertárias.


- Você está... me oferecendo um trabalho? – Hermione perguntou surpresa. Por aquilo ela jamais esperava.


- Estou lhe oferecendo uma oportunidade de lutar pelos seus ideais. – Amélia disse com um meio sorriso. – E não acho que haja melhor lugar para mudar leis do que onde nós as fazemos não é? Pense no assunto, tire algumas semanas de férias e volte a falar comigo, tudo bem?


- C-Claro, Sra. Bones. – Hermione assentiu, ainda surpresa.


- Nós nos daremos muito bem, querida. – Amélia se levantava com um sorriso maternal, típico de Molly Weasley. Hermione retribuiu o sorriso, ainda sem acreditar na virada de sua sorte. – Ah, antes que eu me vá, a senhorita esqueceu seu artigo na sala da Corte. – Amélia completou, colocando a pilha de pergaminhos sobre a mesa da bruxa mais jovem.


- Me chame de Hermione. – ela disse, olhando para a mulher com um sorriso sincero.


- Muito interessante sua escolha pelo artigo, Hermione. – Amélia disse, quando já estava na porta da sala da primeira. – Ele foi feito por uma jovem inexperiente no Ministério, cheia de ideais e vontade de lutar pelas mudanças, assim como você. A pessoa que não vejo á muito tempo... – deixando a frase no ar, Amélia Bones saiu pelos corredores, com passos firmes de alguém respeitado. Hermione, que até então não tinha se atentado para o autor daquele artigo, procurou pelo nome entre as páginas e, quando achou, sorriu de felicidade: no rodapé da contracapa estava escrito “por Amélia Bones, 1956”.

***

N/A: Bom gente, depois de um looongo tempo sem atualizar, eu sei (desculpas!), estou de volta à ativa. Já tenho na minha cabeça maluca quase tudo o que vai acontecer de agora até o final da fic que, devo dizer, não deve demorar muito. Serão só mais alguns capítulos...
Esse capítulo foi mais sobre a prórpia Hermione do que R/H mesmo, mas deu pra perceber que a relação dos dois está progredindo não é?! Foi um capítulo mais político... espero que não tenha ficado muito chato.
O próximo capítulo, provavelmente, vai ter um pulo grande no tempo... vamos nos aproximar da data de casamento de Gina e Harry. Prometo não demorar muito com esse ok?

Muito obrigada a vocês que continuam aqui comigo!!! Em especial à Jessi que sempre tá me cobrando pelos comentários!!! =D

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Ahhh esse capitulo me emocionou muito, sabe lutar pelos direitos, lutar por algo que desejamos é dificil cansativo mas vale a pena! Sempre!

    2011-12-13
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