Despedida de Solteiro



Cap. 10 – Despedida de Solteiro


 
(Ron's POV)


As ruas do centro de Londres ainda continuavam apinhadas de pessoas, mesmo com o avançar da noite. Rony Weasley e Hermione Granger pararam por um momento em frente à fachada de um pub trouxa, de onde se podia ouvir vozes altas masculinas e o som abafado de uma música qualquer, e o ruivo respirou fundo antes de dar o primeiro passo à frente. Suas brincadeiras acabaram confundido seu melhor amigo e futuro cunhado bêbado e ele colocara todas as esperanças de salvação do casamento de sua irmãzinha na mulher ali, ao seu lado. Hermione, parecendo mais segura do que ele mesmo naquele momento, entrou no pub com passos firmes, e ele logo a seguiu.


Mesmo se ele não tivesse saído daquele pub apenas há algum tempo atrás, seria bem fácil encontrar o grupo de homens comemorando a Despedida de Solteiro de Harry Potter. Além do número incomum de homens ruivos reunidos em um só lugar (todos os seus irmãos estavam presentes), o grupo bebia uma quantidade enorme de whisky trouxa e tinham as vozes mais alteradas de todo o lugar. Ocupando duas mesas cheias de garrafas e copos vazios em um canto discreto do local, o nada discreto grupo de homens berrava coisas incoerentes, e Rony tinha certeza que mais de uma violação contra a proteção do segredo dos bruxos já havia sido cometida nos cinco segundos que estava ali.


Quando a chegada de Hermione foi notada, a algazarra pareceu ainda maior. Jorge abraçou a morena com um entusiasmo muito além do que ele normalmente demonstraria e boa parte dos antigos colegas de Hogwarts assobiavam e mexiam com a bruxa, que corava ligeiramente pela atenção extra. Harry, sentado em cima de uma das mesas, parecia mais embriagado do que quando Rony havia saído do pub e cumprimentou Hermione com um sorriso débil, não parecendo estranhar a presença da amiga na sua despedida de solteiro.


- Ainda bem que vocês chegaram. – a voz de Neville desviou a atenção do ruivo sobre a morena. – Harry estava prestes a gritar a quatro ventos!


- Ele não disse nada então? – alívio percorreu o corpo de Rony. Se o amigo falasse em voz alta sobre seu desejo secreto de trair Gina na noite anterior do casamento, ele com toda certeza seria azarado por todos os ruivos dali. E depois ele seria azarado, quando descobrissem que aquilo fora sua idéia.


- Não, mas o Dino acabou ouvindo a conversa por cima... – Neville dizia, mas Rony voltou a atenção para Hermione e Harry. Ela parecia ter convencido a conversar com ele a sós, e os dois iam em direção ao balcão, longe dos ouvidos dos outros. Harry caminhava praticamente carregado por Hermione e Rony sorriu com a cena.


- Acho que você pode... – Rony começou a dizer a Neville que ele podia voltar à festa quando algo chamou sua atenção na entrada do bar. Duas mulheres entravam com roupas ousadas e ele teria apreciado a beleza da loira e da morena que entravam se não as houvesse reconhecido. – Oh merda!


Lilá Brown e Cho Chang entraram no pub com passos firmes e caminhavam confiantes para o grupo de homens que estavam ali. Elas vestiam vestidos curtos, colados e sedutores e andavam sobre saltos tão altos que Rony não sabia como conseguiam parara em pé. A maioria dos homens presentes no pub notou a chegadas das duas “beldades” e os assovios e as brincadeiras do grupo de ruivos e amigos de Harry acabou chamando a atenção de Hermione.


Rony observou a expressão de Hermione se fechar, e ela olhou diretamente para o ruivo, como se dissesse “A bagunça é sua, agora arrume-a!”. Dissesse não, mandasse. Harry, no entanto, parecia tão fora de si que não percebera a chegada das duas mulheres. Graças a Merlin! Rony se aproximou das duas mulheres, que estavam escoradas na mesa repleta de homens, parecendo muito satisfeitas com a atenção que recebiam.


- Lilá! O que você está fazendo aqui? – o bruxo ruivo puxou o braço da bruxa loira de forma não muito delicada, tirando ela do círculo de homens para que não pudessem ser ouvidos.


- Won-Won! Eu estava com saudades... – a loira disse com uma voz melosa, que fez Rony se lembrar, imediatamente, de seu sexto ano.


- Corta essa Lilá! – ele disse impaciente. – Você não está com o tal Greg agora?


- Ah, bobinho.... – Lilá riu de forma afetada, irritando ainda mais Rony. – Você é o único homem que me interessa... o Greg foi só... uma vingancinha contra aquela...


- Nem tente terminar essa frase, Lilá. – Rony sentiu suas orelhas vermelhas e a raiva crescendo dentro de si. – E me diga a verdade. O que você e a Chang fazem aqui?


- Eu só vim acompanhar a Cho. – a expressão furiosa de Ron pareceu finalmente fazer efeito em Lilá. Ela passara de uma atitude despreocupada para defensiva. – Ela me disse que Harry estava aqui em sua despedida de solteiro e que precisava dela...


- Era só o que me faltava! – Rony exclamou mais para si mesmo do que para Lilá. Cho estava tentando seduzir seu amigo uma noite antes do casamento. Ah, se Gina soubesse disso. Ele estaria morto!


- Mas, pelo jeito, alguém já chegou antes, não é mesmo? – a voz maliciosa de Lilá chamou Rony de volta ao presente. A loira finalmente percebera que Hermione estava conversando com Harry afastado de todos. Cho, em um vestido preto brilhante parecia prestes a ir interromper o “casal”, quando Hermione levantou-se do balcão onde estava sentada com Harry e se dirigiu até ela. Harry parecia ter adormecido com a cabeça sobre o balcão. A expressão assassina de Hermione parecia ter assustado Cho. Na verdade, até Rony se sentia intimidado.


- Saia daqui antes que eu te azare, Chang. – o ruivo pôde ouvir as palavras da morena, que parecia estar contendo sua raiva a todo custo. O efeito foi imediato: Cho começou a andar apressada e puxou Lilá pelo braço, livrando Ron da companhia da loira também. Antes que ele sorrisse de alívio, porém, percebeu que o olhar assassino de Hermione agora era dirigido a ele. – Vamos levar Harry para casa, agora.


Sem muita coragem para abrir a boca e falar, Rony apenas concordou com um aceno de cabeça, e andou atrás da morena até o balcão onde seu melhor amigo estava apagado. Observou Hermione chamado o amigo e Harry levantando a cabeça assustado, com os olhos verdes desfocados e aparentemente ainda em torpor alcoólico.


- Vamos Harry, Rony e eu vamos te levar para casa. – a voz de Hermione, que antes era dura e séria, saiu tão suave e carinhosa que surpreendeu Ron. Suspirando resignado, ele esperou o amigo de cabelos desgrenhados tentar se levantar para apoiá-lo sobre seus ombros. Afinal, aquilo tudo tinha começado por sua causa.


Se os outros homens da despedida de solteiro perceberam que o próprio noivo estava sendo carregado para fora do pub pelo seu padrinho e pela dama de honra, ninguém poderia dizer. Eles estavam, no momento, ocupados, cantando canções à plenos pulmões, com certeza deixando os trouxas do lugar muito confusos com o uso de palavras como “dagrões”, “elfos” e “As Esquisitonas”. Rony esperava que esse tipo de violação não colocasse ninguém em apuros.


Com dificuldade, Rony e Hermione finalmente chegaram ao beco, carregando um quase inconsciente Harry. Os dois bruxos sóbrios seguiam em completo silêncio, enquanto o terceiro murmurava coisas desconexas. Hermione, apoiando Harry pelos ombros no lado oposto de Rony, sacou a varinha e, segurando com maior firmeza o amigo, fez com que o três aparatassem dali. Enquanto sentia seu corpo sendo comprimido pelo espaço, Rony pensava em como odiava aparatação acompanhada.


***


A cozinha do Largo Grimmauld, número doze, estava silenciosa. Os únicos ruídos que podia ser ali ouvidos eram os sons de ingredientes sendo colocados em um pequeno caldeirão de forma precisa pela bruxa de cabelos encaracolados. Ao som da porta se abrindo, a morena se virou, e o bruxo ruivo entrou e sentou-se em uma das cadeiras da enorme mesa de madeira com um baque surdo.


- Como ele está? – Hermione perguntou, voltando a sua atenção para o caldeirão em sua frente.


- Com o estômago vazio, aposto. – Rony respondeu, com um riso seco. Depois de colocarem Harry bêbado e quase inconsciente na cama, Rony imaginou que teria o resto da noite de paz, porém, o moreno resolvera despejar todo o conteúdo de seu estômago no chão ao lado de sua cama de dossel. Hermione saíra apressada, com cara de nojo, dizendo que iria preparar um poção para acabar com os efeitos da ressaca do amigo, deixando Rony sozinho para lidar com aquela bagunça. – E a poção?


- Quase acabando. – ela respondeu, sem se virar para o ruivo. O caldeirão começou a emanar uma fumaça azulada e Rony observou Hermione colocando uma chaleira com água sobre o fogão e pegando pequenos saquinhos de chá trouxa no armário.


Enquanto o poção continuava emanando pequenas ondas de fumaça, que perdiam sua coloração azulada com o tempo, e Hermione se concentrava em preparar um chá, o silêncio dominava o aposento e Rony se sentia cada vez mais imerso em pensamentos. Lembrou-se de sua conversa com Gina no dia anterior sobre Hermione, lembrou-se das bochechas coradas da morena quando ela a chamou pelo apelido de namoro, lembrou-se da voz falha com que ela concordara em sair com ele. Aquilo poderia significar alguma coisa?


- Posso perguntar uma coisa? – Rony quebrou o silêncio quando não pôde mais se conter. Hermione virou-se para ele, parecendo surpresa.


- Claro.


- Você... – Rony hesitou por um momento. Talvez não fosse a melhor hora para conversarem sobre isso. Hermione poderia ficar furiosa com ele. – V-você l-lembra porque terminamos?


A pergunta pareceu pegar a morena de surpresa. Ela arregalou os olhos e escorou-se sobre o balcão ao lado do fogão, como se tivesse dificuldades de se manter em pé. Sua boca abria-se ligeiramente, como se ela estivesse pronta para responder, mas logo se fechava. Rony limpou a garganta tentando manter a calma. O apito da chaleira trouxe Hermione de volta à vida, e a morena pegou duas xícaras no armário e serviu chá para os dois, de uma forma deliberadamente lenta, sem realmente olhar para o ruivo. Quando se sentou à sua frente na mesa, porém, parecia mais calma e deu um pequeno gole em seu chá antes de responder.


- Eu, eu não lembro o motivo exato. – ela começou incerta, ainda sem olhar para Rony. – Nós... nós estávamos brigando tanto e com tanta frequência que...


- Eu me lembro das brigas. – Rony disse tomando um pouco do seu próprio chá. – E como lembro. Mas... como foi... e porque que nós... eu simplesmente não consigo me lembrar.


- Provavelmente não foi nenhum motivo específico. – Hermione disse, depois de um momento de reflexão. – Eu não me lembro das palavras exatas que dissemos... foi tanta coisa acumulada... acho, acho que foi uma sequência de motivos.


- Você consegue me dizer algum desses motivos? – Rony perguntou sem ao menos pensar e, pela primeira vez naquela conversa, Hermione o olhou nos olhos. Ela pareceu entender bem o que estava subentendido naquela pergunta. Ela ainda tinha motivos para que os dois não namorassem? A pausa silenciosa que se seguiu deixou Rony apreensivo.


- Eu... – Hermione parecia ainda insegura sobre o que diria e o coração de Rony martelava com a expectativa. Então, como se Merlin estivesse zombando dele, a poção que cozinhava no caldeirão soltou uma grande fumaça esbranquiçada e Hermione levantou em um pulo. – A poção está pronta. Vou levá-la para Harry.


***


Quando Hermione voltara do quarto de Harry, e ela tinha demorado um tempo demasiadamente longo na opinião de Rony, o ruivo já não tinha mais nenhuma esperança de continuar aquela conversa com a morena e, quem sabe, termina-la sem que brigassem ou acabassem se magoando mais do que já estavam. Ele suspirou cansado, enquanto a morena guardava o caldeirão que usara e limpava a louça, sem olhar diretamente para ele.


- Bom, é melhor irmos. – ele disse, com as mãos nos bolsos e sentindo uma pressão desconhecida em seu peito.


- Posso aparatar na sua casa? – Hermione disse, o surpreendendo. As bochechas da morena estavam coradas, mas ela ainda evitava olhar para ele. – Eu não sei se as meninas já foram embora...


- Certo. – Rony disse, virando-se em direção ao corredor de saída. Hermione provavelmente não queria chegar em casa e dar de cara com um bando de mulheres curiosas sobre a sua ‘voltinha’ com seu ex-namorado. Chegando ao primeiro degrau do lado de fora da casa de número doze, os dois, em silêncio, pegaram as próprias varinhas e giraram no ar, desaparecendo.


A sala escura do pequeno apartamento sobre a loja de logros no Beco Diagonal foi preenchida por dois altos estampidos. Com um aceno de varinha, Rony acendeu as luzes de seu apartamento, tentando evitar olhar para Hermione ao seu lado, sentindo a pressão em seu peito ainda aumentar. Ele não podia evitar, entretanto. A ideia de poder ter Hermione de volta em seus braços tinha sido incrivelmente tentadora e agora a sensação de perda era inevitável.


- Ron... – o tom suave da voz de Hermione fez com que o ruivo finalmente a encarasse. Os olhos cor de chocolate da bruxa estavam brilhando com uma determinação que fez Rony sentir seus pelos da nuca se arrepiarem. Hermione respirou fundo antes de continuar. – Eu não me lembro de nenhum motivo, de nenhum deles. Francamente, faz algum tempo que eu me pergunto por que eu sentia tanta raiva de você, como ficamos afastados por tanto tempo...


- Você me odiava...? – Rony deu de ombros, tentado responder às dúvidas da mulher à sua frente. O brilho de determinação em seus olhos era tão forte que o deixava um pouco inseguro.


- Você sabe que isso não é verdade. – Hermione disse com a voz firme, dando um passo em sua direção. O ruivo teve que olhar para baixo para continuar encarando os olhos castanhos. – Eu não te odiava. Eu não te odeio. Eu nunca te odiei.


- Você deveria. – Rony disse de forma sarcástica. – Eu estava desfilando com uma namorada após a outra pouco depois de terminarmos e....


- E eu nunca mais consegui levar nenhum outro homem a sério. Nunca mais quis namorar. – Ela completou com um tom de voz mais suave. – Cada um tem sua própria forma de tentar superar...


As palavras de Hermione ficaram soltas no ar e perderam-se no silêncio que se instalou. Rony, que ainda se sentia inseguro, não soube o que dizer, mas, antes que pudesse evitar, disse o que passou imediatamente em sua cabeça.


- E-eu n-nunca superei... – o ruivo disse com a voz trêmula, ainda olhando no fundo daqueles olhos castanhos. Ele nunca havia pensado nisso, mas quando as palavras deixaram a sua boca, ele sabia que era completamente verdade. Em dois anos, ela saíra com mulher após a outra na tentativa de superar Hermione. E fora completamente em vão.


- Eu também não Ron. – a voz de Hermione mal passava de um sussurro.


O ruivo sentiu seu coração batendo desesperado em seu peito e o estômago dando cambalhotas pela ansiedade do que viria. Sem pensar mais nas consequências de seu ato, o ruivo inclinou-se para frente, de uma forma lenta o suficiente para não pegar Hermione de surpresa, para dar tempo dela se esquivar, o rejeitar, se fosse o desejo dela.


Ele viu o brilho de determinação nos olhos castanhos mudarem para algo que ele não compreendia. Parecia uma mistura de alegria, ansiedade, desejo, nervosismo e, o que mais o preocupou, medo. Antes mesmo de sentir a mão de Hermione sobre o seu peito, sabia que seria afastado por ela. Mas o ruivo não esperava a frase que veio a seguir, nem a careta no rosto da morena.


- Você está cheirado a whisky barato, amor. – o ruivo não pôde evitar uma gargalhada de felicidade e alívio. Hermione o chamara de “amor”! Ela sorria e ele sentiu suas orelhas ficarem quentes.


- Se importa se eu tomar um banho? – o ruivo disse incerto, coçando a própria nuca em nervosismo. Hermione simplesmente assentiu e ele, mais rápido do que um homem digno deveria fazer, correu para dentro do seu banheiro, jogou as roupas suadas e molhadas no chão e entrou embaixo do chuveiro. Rony teve vontade de cantarolar, mas acho que estaria desafiando demais sua sorte.


***


Quando finalmente saiu do banheiro, mais limpo e cheiroso do que ele ficaria em um de deus banhos normais, Rony deu de cara com Hermione sentada na beirada de sua cama, que ficava exatamente de frente para a porta do banheiro. O ruivo sentiu um solavanco o estômago quando percebeu que os olhos de Hermione passeavam pelo seu corpo com genuíno interesse. Ele estava apenas com uma calça de moletom que normalmente usava de pijama e engoliu em seco.


Ele não era do tipo que ficava nervoso em frente a uma mulher, não mais pelo menos. Sua fama e suas piadas, que sempre faziam as mulheres rirem, o deixaram mais confiantes ao longo dos anos. Rony suspirou, derrotado. Talvez com Hermione sempre seria diferente. Afinal, ela não era qualquer mulher, ela era Hermione. Tentando não tropeçar no tapete pelo nervosismo, ele se aproximou da cama, pegando uma camiseta branca jogada no chão para se vestir. As bochechas de Hermione coraram, como ela só tivesse percebido agora seu deslize.


Sentando-se ao seu lado na cama, Rony pensou no que deveria dizer naquele momento. Dizer, porque ele sinceramente não confiava em si mesmo o suficiente para fazer alguma coisa. Não que ele não soubesse o que gostaria de fazer naquele momento. Oh, como ele sabia! Rony só achava que não seria certo jogá-la na cama e fazerem amor até dormirem exaustos antes de terem uma conversa séria sobre isso. Sobre eles.


- Espero que esteja cheirando melhor agora... – Rony disse, tentando arrancar um sorriso de Hermione.


- Oh sim. – Hermione sorriu com um brilho nos olho que Rony não conseguiu definir de imediato. – Bem melhor... - Engolindo em seco, Rony reconhecera aquele sorriso malicioso de anos atrás. E ele sabia muito bem que brilho era aquele.


- Eu sinto muito pelo que disse a Harry. – as palavras saíram da boca de Rony sem que ele pensasse. Passou a mão pelos cabelos ainda molhados e evitou olhar nos olhos curiosos de Hermione ao seu lado. – Você sabe... eu... eu...


- Você ficaria plenamente satisfeito em ter apenas uma mulher na sua vida. – Hermione completou quando ele parecia não conseguir mais dizer nada. Ele assentiu, sentindo suas orelhas vermelhas. – É, eu acho que Lilá vai ficar feliz em ouvir isso...


- Hã? – Rony virou-se tão rápido para olhar para Hermione que seu pescoço estalou. A bruxa parecia segurar o riso e sua expressão divertida logo o acalmou. Ela estava tirando com ele! – Você sabe muito bem que eu não estou falando dela, Mione...


- Eu sei... – os dois se encararam por algum tempo, a expressão risonha de Hermione se transformando lentamente em séria, pensativa. Rony podia praticamente ouvir os pensamentos correndo pela mente dela e seus olhos expressavam alegria, antecipação, ansiedade e, bem no fundo, Rony pode notar novamente o medo. Talvez eles estivessem indo rápido demais?


- Se você quiser, pode ficar por aqui. – Rony apontou meio sem jeito para sua cama, tentando soar o mais inocente possível. Ele podia até tentar ir mais devagar, mas isso não queria dizer que não queria ficar perto de Hermione. – Seu apartamento deve estar de pernas pro ar...


- Provavelmente... – Hermione respondeu, seu ar pensativo sendo substituído novamente pelo risonho. Seu sorriso era convidativo demais e Rony teve que segurar-se, literalmente, na borda da cama, para não beijá-la.


- N-nós podemos conversar sobre... – ele não se sentia à vontade em dizer ‘nós’. - ...b-bom... depois... sabe como é, uma boa noite de sono sempre ajuda a pensar.


- Eu acho que é uma ótima ideia. – Hermione disse, parecendo um pouco aliviada. Sem esperar por um maior convite de Rony, Hermione levantou, tirou sua jaqueta leve e os sapatos e deitou-se no lado esquerdo da cama, parecendo realmente cansada. – Amanhã vai ser um longo dia...


Rony, não acreditando na própria sorte, correu para o lado direto da cama e praticamente pulou dentro dela, fazendo Hermione subir com a reação do colchão de molas macio. Ela riu, de um jeito não muito característico dela e, quando Rony finalmente se ajeitou debaixo dos lençóis, Hermione virou de lado, ficando de frente pra ele e apoiou sua cabeça em seu peito. Suspirando, ela passou um dos braços sobre a cintura do ruivo.


- Boa noite, Mione. – foi tudo o que Rony teve coragem de dizer. A mulher de cabelos castanhos apenas se aconchegou em seu corpo em resposta. Em poucos minutos, o ruivo sabia que Hermione já dormia, com sua respiração tranquila. Mas ele não conseguiria dormir. O coração ainda baita apressado em seu peito e sua mente vagava pelo que seria uma boa manhã de reconciliação...

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Comentários (3)

  • Andye

    POSTA A CONTINUAÇÃO... POR AMOR DE MERLIN.... PLEASE!!!!!

    2012-07-02
  • juliavon

    QUE PERFEITOOOOOOOO! continua a escrever pfv... eu estou ficando revoltada, todas as fics que eu leio que são perfeitas como a sua estão em pausa... arg, eu preciso ler perfeições igual a sua.... CONTINUA

    2012-01-14
  • Lana Silva

    Ahhh eu necessito demais nem acredito que parou O.O ahhhhhhh preciso de maiiiiiiiiiiiiiiiiiiiis!!

    2011-12-13
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