Você Não É O Que Pensa Que É (



7º Ano

Dumbledore, assim que se iniciou o ano letivo, pediu que Hermione fosse ter com ele uma importante conversa:


-- Entre!


-- Olá Diretor! Alice disse que o Senhor gostaria de falar comigo. – disse Hermione ainda parada à porta da Sala do Diretor.


-- Sim, minha querida, temos alguns assuntos importantes a tratar, por isso sente-se, acomode-se. – respondeu-lhe o diretor.


Hermione obedeceu ao diretor, e sentou-se em uma poltrona em frente a mesa de Dumbledore.


-- Como você bem sabe neste final de ano, Severo tomara a decisão mais importante da vida dele, e cabe a você fazer com que ele mude alguns pensamentos conturbados que ele tem.


-- Sim, estou ciente de tudo isso, e até das conseqüências das escolhas dele, mas não sei como fazê-lo mudar de idéia, fazê-lo abandonar as Trevas. – Hermione disse encarando o chão, com medo de ver decepção naqueles olhos tão azuis.


-- Criança você não deve fazê-lo abandonar as Trevas, é da natureza dele ser assim, você tem de convencê-lo a lutar a favor do bem, assim iremos evitar muito sofrimento desnecessário. – Dumbledore a explicou com seu tom bondoso de quem consola.


-- Mas não da mesma, Diretor? Ele vai seguir o caminho do mau novamente, e vai acabar morrendo como antes, e eu não quero isso, não quero. – Hermione ficou de pé encarando com certa raiva o Diretor.


Ela não entendia como o Diretor podia dizer que Severo tinha de ser do mau, ainda mais com Dumbledore sabendo que ela só voltara no tempo para salvar a vida do homem que ela amou, ama e sempre amara.


-- Me deixe lhe explicar, e você irá me apoiar. – sentenciou Dumbledore para que a garota se acalmasse.


Hermione sentou-se novamente a espera da explicação do Diretor.


-- Pense comigo, quem irá nos manter informados das decisões de Voldemort, quando este retornar com força total? Quem irá ser dissimulado o bastante, forte o bastante, corajoso o bastante, inteligente o bastante dentre outras qualidades precisas para ser um espião, melhor que Severo? Ninguém, Hermione, ninguém se sairá melhor que ele.


-- Mas o Senhor poderia treinar alguém para ser assim...


-- Pense comigo novamente menina. – interrompeu-lhe o Diretor.


-- Vamos deixar realmente que Snape seja possuído pelo mal? Imagine um homem com tamanho poder do lado das Trevas, estaríamos em um perigo maior até mesmo que o que nos causa Voldemort, sem contar que futuramente, ele seria corajoso, dissimulado, inteligente, forte, não para nós, mas para, ele, Srta Granger, o Lord das Trevas.


-- Diretor eu só quero a garantia de que Severo no fim de tudo isso saia com vida, pois estou sacrificando minha vida para isso. – disse Hermione olhando com sinceridades para aqueles olhos azuis tão bondosos e sinceros.


-- E ele sairá, basta que você e eu tenhamos bons planos para isso. – garantiu-lhe o sábio Bruxo.


Dumbledore explicou a Hermione que no momento ela tinha de fazê-lo acreditar que o melhor para eles, como amigos, era ficarem juntos do lado do bem, e a melhor forma disso, era Severo ser um espião para Dumbledore.


Claro que Severo iria relutar, estava arraigado nele alguns ódios em comum com seu futuro Mestre, em especial aquele que ele tinha contra os Trouxas, afinal seu pai fora um, e da pior estirpe.

Mas ela iria tentar achar motivos suficientes para demover Severo da idéias de se tornar um seguidor das Trevas.


Os dias foram passando e Hermione ainda não fazia idéia de como abortar o assunto “seja do bem” com Severo, mas ela sabia que um dia teria de tentar, e era bom que fosse logo.


-- Mione? – Severo chamou por ela, -- Você parasse bastante desligada por esses dias, o quê esta acontecendo?


Com um sobressalto a garota largou o livro que estava lendo para encarar Snape:


-- Não esta acontecendo nada, apenas estou estudando para os N.I.E.Ms.


-- Bem bons estudos então, Malfoy e eu estaremos no Salão Comunal, caso você desejar abandonar um pouco a biblioteca e se juntar a nós mais tarde. – disse Snape encaminhando-se para a porta da biblioteca.


-- Pensando bem Snape, já que estamos com esse tempo livre, eu gostaria de conversar a sós com você, pode ser? – Hermione o fitava em expectativa.


 


-- Ok, mas tem de ser algo realmente importante, pois Malfoy e eu temos coisas a tratar também de suma importância. – Snape respondeu-lhe parando a porta enquanto esperava a garota organizar os livros que tinha sobre a mesa.


-- Sim Severo é bastante importante o que quero tratar com você, vamos?


Saíram os dois da biblioteca indo em direção as portas que os levariam para o pátio. Snape podia notar que Hermione estava bastante nervosa, mesmo ela mantendo-se quieta o caminho inteiro, ele notou que ela não parava de torcer as mãos e abrir e fechar a boca, mas sempre sem deixar som algum sair.


-- Agora desembucha o que a esta afligindo tanto Hermione! – disse-lhe Snape assim que chegaram aos terrenos de Hogwarts.


-- Bem eu gostaria de saber o que você vai fazer quando se formar sabe só por curiosidade. – Hermione sabia que isso não parecia ser exatamente uma conversa importante, mas seria.


Snape pareceu empalidecer um pouco com a pergunta, mas logo se recompôs para responder:


-- Desculpe se me enganei Granger, mas você pareceu dizer que o assunto era importante, não posso ver a importância e a necessidade de você saber o que eu irei ou não fazer de minha vida. – Disse o garoto em tom seco olhando furiosamente para ela.


Hermione não pode deixar de notar que nesse momento ele parecia muito mais seu Professor de Poções do que um garoto, mas se recompôs do susto que tomara ao vê-lo ser tão estúpido com ela; coisa que ele não o era fazia certo tempo, e o explicou:


-- Severo sua resposta será importante para o resto que tenho para lhe falar, mas sinta-se à-vontade para não responder se lhe ofende tanto. – Hermione não precisava que ele a falasse nada ela sabia de tudo, mas estava curiosa para ouvir da boca dele suas razões para tomar certas decisões em na vida.


Snape respirou fundo para se concentrar e acalmar antes de falar novamente:


-- Desculpe pela grosseria Hermione, mas não gosto de tocar em alguns assuntos, só isso.


Ele pareceu sincero ao se desculpar, mas ela ainda queria que ele falasse então iria insistir até onde desse:



-- Não estou sendo enxerida nem nada Severo, é que mudei de idéia sobre seguir os passos de meu pai, e gostaria de saber se o que você escolheu fazer eu também possa. – disse a garota enquanto o fitava nos olhos para mostrar sua sinceridade.


Hermione mentiu para obter sua resposta, ela bem sabia que o caminho que ele tomara ela jamais poderia trilhar.


-- Você não faz idéia do que esta falando – Snape disse agora furioso -- O que irei fazer da minha vida jamais será um caminho que você poderá trilhar, jamais.


Dizendo isso Snape resolveu dar a conversa por encerrada, deixando para trás uma Hermione decidida a não desistir, ao menos não ainda.


-- Severo Snape, não se atreva a virar as costas assim para mim, eu não lhe fiz nada além de uma simples pergunta, se não queria responder era só dizer, não precisava ser tão arrogante e estúpido. – Hermione disse colocando um tom severo, mas também magoado em sua voz.


Ela observou ele parar a alguns metros de si, provavelmente pensando em responder algo mais estúpido ainda, mas ao invés disso ele virou-se para ela com um olhar repleto de agonia e sofrimento e lhe disse:


-- Não é que eu queira ser assim Mione, eu apenas tenho de o ser, um dia você ira entender.


Snape disso isso a olhando profundamente como que para fazer entendê-la algo que ele não podia falar.
Mas Hermione sabia exatamente o que ele estava tentando esconder dela e resolveu que essa era a hora de fazê-lo enxergar alguns pontos importantes da decisão que ele faria:


-- Você não precisa ser nada que não queira Severo, quem disse o contrario esta mentindo. – Hermione disse num tom calmo como que para reconfortá-lo.


Ele voltou a se aproximar dela, mas parecia ter voltado ao normal, pois não ostentava mais nenhuma dor ou sofrimento em suas feições quando disse:


-- Você é bem irritante quando quer, mas não ira conseguir nada com essa de me dizer coisas que supostamente são verdades.


Hermione estava decidida a fazê-lo falar de seus planos, então ela iria ser obrigada a mentir um pouco para conseguir isso:


-- Pois bem então se sou irritante irei irritá-lo um pouco mais – disse enquanto se encaminhava para um banco ali perto e o chamando para acompanhá-la.


-- Outra noite enquanto eu estudava ouvi você e os meninos conversando sobre assim que saírem da escola irão se juntar ao Lord das Trevas sem perda de tempo. Assim fiquei curiosa e resolvi conversar com você sobre isso antes de tomar qualquer atitude precipitada.


Ela falou em praticamente um só fôlego, pois notava Snape ao seu lado se contorcendo de fúria e sabia que ele não a deixaria falar muito mais.


-- Você não esta na altura de conseguir nada com essas informações Granger e...


Mas Hermione o interrompeu:


-- Não quero conseguir nada com elas, apenas quero que você enxergue o erro que estará cometendo se você for se juntar a Voldemort e a corjas como Malfoy e os outros.


Snape enrijeceu, ele não fazia idéia de que a garota tinha tantas informações sobre suas intenções pós-formatura.


-- Erro? Não há nenhum erro com qual você deva se preocupar, na verdade, há um sim: VOCÊ cuidando do que não devia.


Mas ela ainda não estava intimidada a parar:


-- Vamos Severo você sabe que não ira conseguir nada se juntando a um homem como aquele você é melhor que isso, e sabe.


Ele parecia não acreditar no que ouvia, Hermione tentando convencê-lo a ser um homem bom? Mas como poderia ser, se seu SER estava tomado de trevas, e essas queriam poder, vingança e glorias, coisas que o mundo que agora ele vivia não estava em condições de dar.


Hermione observou Snape pensativo resolvendo não interferir, talvez ele se desse conta do erro que iria cometer.


-- Sabe Hermione sua tentativa foi até valida de tentar me convencer que sou uma pessoa boa, mas sei o que quero, e também com quem conseguir.


Ele a fitava com uma mistura de raiva e agonia, mas com firmeza, na esperança que ela desistisse dessa conversa fiada e o deixasse em paz com seus tantos fantasmas de uma infância infeliz e um amor não correspondido.


-- Apenas não quero perder um bom amigo Severo, e quero salientar que sei mais do que você pensa que eu sei sobre você.


Era perigoso fazer esse tipo de afirmação, mas ela sabia o que responder e como quando ele questionasse o que ela sabia.


-- O que VOCÊ pode saber sobre mim Hermione? – ele disse com completo desdém na voz.


-- Irei ser sucinta: você amou Lilian desde os nove anos, a e foi você quem contou a ela o que ela era. Seu pai espancava você e sua mãe tudo por vocês serem o que eram BRUXOS, e sua mãe nada fazia, pois ela seria mal falada na sociedade Bruxa caso abandonasse o marido, coisa que não é permitido em nosso mundo.


Ela parou para tomar fôlego, pensando em continuar, mas Snape estava de pé parado a sua frente a encarando:


-- Quem lhe contou essas mentiras?


Ele tremia da cabeça aos pés tentando se controlar.


-- Ora Snape deixe de ser ridículo, nós dois sabemos que isso é a mais pura verdade, e quem me contou? Ninguém eu apenas sei.


Ele a agarrou pelo braço fazendo-a se levantar e o olhar estavam com os rostos a centímetros um do outro, ela quase se deixou levar pelo cheiro bom que via dele, quase, pois ele a sacudia inquisidor, esperando por uma resposta da qual ela nem ouvira a pergunta, enquanto se inebriara coma proximidade em que estavam.


-- Granger prometa-me que não irá contar essas coisas a ninguém, ninguém está entendido?


-- Se você fosse menos rude e pudesse me largar, pois esta me machucando – ela disse olhando para seu braço esquerdo que ele segurava firmemente -- Eu posso pensar em prometer alguma coisa a você.


Ele a soltou e se jogou novamente ao banco, respirando profundamente algumas vezes para se acalmar.


-- Assim esta melhor -- disse Hermione que preferiu ficar em pé.


Ele apenas bufou esperando que ela falasse.


-- Só irei prometer que não contarei nada se você topar algo.


Isso jamais daria certo, mas ela iria tentar assim mesmo.


Snape a olhou com um pouco mais de interesse e questionou:


-- E o que seria “algo”?


-- Bem você que se juntar mesmo a esse Lord não quer? Sejam lá os motivos que você tenha, os quais se forem os que eu penso que são: são “mesquinhos”.


-- Sim Hermione eu quero me juntar ao Lord, pronto satisfeita? – ele ergueu uma sobrancelha o que a fez lembrar no homem que ele se tornaria.


-- Ok, você sabe que Voldemort – ela o viu tremer ao ouvir o nome do Lord, mas continuou: -- é um homem terrivelmente cruel, que irá conseguir o que quer da forma mais repulsiva que houver, e que seus planos são de dominar o mundo e livrá-lo do que ele pensa serem os parasitas, os que mancham a pureza dos Bruxos: os nascidos-trouxas.


Ela bem sabia que estava muito “informada” para alguém que teoricamente tinha nascido nessa época, e que não poderia saber tanto sobre um homem que ainda não teve sua ascensão, mas precisava convencê-lo a desistir de seguir aquele caminho, ao menos convencê-lo de ser um espião, ela tinha de conseguir.


-- Você fala como se o conhecesse, mas eu o conheço muito melhor, e estou disposto a estar do lado dele, para livrar o mundo de trouxas como o meu pai, e para conseguir poder e glória em um mundo que serei reconhecido, diferente daqui, onde os Marotos dominaram a todos com suas brincadeiras infantis e ridículas.


Hermione estava pasma, Severo Snape estava de certa forma desabafando com ela? Isso era muito estranho, mas talvez fosse isso que o garoto precisasse alguém disposto a ouvi-lo e orientá-lo.


-- Eu não o conheço Severo e nem o quero, mas acho que um homem com intenção de matar pessoas, não deveria ser visto com um Mentor, e nem mesmo como PESSOA, ele pra mim é um monstro.


-- Monstro? Ele e o homem que vai livrar o mundo de pessoas malignas Hermione e nos dar mais conhecimento em áreas totalmente inexploradas, nos dar poder, ajudar a nós Bruxos a sermos cada vez melhores...


-- Você me dá medo Severo, irá se juntar a um homem que o fará ME matar? A matar Lilian? A matar pessoas que você conhece, apenas e puramente apenas por sermos nascido-trouxas? – nesse momento Hermione não se conteve e chorou, não sabia o porquê das lagrimas, apenas as derramou.


Snape não sabia o que fazer ao vê-la naquele estado, era estranho para ele ver Hermione chorar, ela sempre pareceu forte, mas agora parecia tão frágil enquanto defendia suas idéias. Mas ela nunca entenderia, por mais que soubesse dos motivos, ela não saberia como é ser uma pessoa “sem vida” por dentro, apenas em busca de reconhecimento.


Ela se acalmou um pouco e voltou a falar:


-- Você vai mesmo matar a nós Severo? – ela o olhou com suplica nos olhos pedindo que ele entendesse de verdade a sua pergunta.


-- Não seja tola, você sabe que eu jamais faria isso.


-- Bem eu ainda não lhe disse o que você teria de topar para que eu não conte o que sei. – ela disse o fitando.


-- Bem então me diga. – ele disse parecendo desinteressado.


-- Já que você parece querer tanto se juntar a um “monstro” – ele a olhou bravo -- Ok a um homem que lhe dará isso e aquilo, você poderia fazer isso sendo um espião para nós, a nós me refiro ao lado do bem, sei que agora não fará sentindo, mas acredite em mim, um dia fará.


Ele pareceu não ter escutado o que ela disse, pois olhava para o céu.


Ela esperando que ele estivesse pensando resolveu também olhar para cima, mas se assustou ao ver estrelas:


-- Meu Deus Severo já anoiteceu se formos pegos iremos perder pontos e provavelmente iremos pegar detenções. – Hermione disse em pânico enquanto o puxava do banco e o empurrava em caminho das portas do Castelo.


Ele se deixou levar por um tempo, mas ao chegar em frente as grandes portas do Castelo parou e fitou a garota a seu lado para dizer:


-- Apenas me deixe fazer as coisas do modo que acho que será o certo, e agradeço por sua, digamos, preocupação em me alertar da onde irei me meter, mas sei muito bem aonde.


-- Pense Severo, você não é o que pensa que é, e há alternativas, você pode ser bom, se tentar. Eu estarei disposta a ajudá-lo. – ela abriu um sorriso singelo, mas sincero enquanto estendia uma mão para que ele apertasse como se selando um trato não mencionado.


Conseguiram chegar sem serem vistos até o Salão Comunal da Sonserina, onde os dois se deram boa noite antes de cada uma seguir com seus pensamentos a seus respectivos dormitórios.

----------------------------------------------------------------------------------------------
N.A: Espero realmente que estejam gostando da fic... Obrigada a todos que estão lendo em especial àqueles que comentam ^^ Beijinhos!!

N.A²: Por favor me avisem se houver muitos erros, em especial na história, caso haja contradições, ou faltando algo...Obrigada!!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.