A visita indesejada



Cap. 06_


Lílian bateu a porta do quarto tentando fazer um barulho tão alto quanto o que Thiago fizera nas portas duplas do saguão de entrada, mas o efeito não foi o mesmo e o máximo que ela conseguiu foi metade do som.


Atirou-se na cama e abraçou o travesseiro, emburrada e decidida a não assistir mesmo ao jogo de quadribol. Mas essa resolução não durou nem os dois minutos seguintes, pois ela levantou-se e foi até a janela, ainda batendo os pés, vendo se o jogo era visível de onde ela estava.


Não era.


Rá!


Como se ela quisesse mesmo assistir ao jogo.


Voltou para a cama e deitou-se novamente. Em poucos segundos estava novamente em pé. Deu três voltas no quarto, com os braços cruzados e com uma expressão zangada. Atirou-se na cama novamente e cobriu o rosto com o travesseiro, a tempo de abafar um grito que teria assustado Pirraça, o poltergeist.


 Estava nervosa. Não sabia qual era exatamente seu problema. Sempre fora racional e absolutamente controlada, mas estava, naquele momento, uma verdadeira pilha de nervos.


 Queria gritar mais, mas achou que não valia a pena. Descobriu o rosto, girou na cama e ficou encarando o criado-mudo.


 A vida poderia ser absolutamente simples se tivéssemos a possibilidade de moldar as pessoas ao nosso redor de acordo com nossos gostos. Apesar de sua atual opinião diferir muito do que ela pensava meses atrás, ela não mudaria muita coisa em Thiago Potter.


 Ela só precisava que ele fosse um pouco mais responsável. Precisava saber que podia confiar nele. Já tivera sua cota de desilusões com as pessoas por, digamos, uma vida inteira. O fato é que se decepcionara tanto com Severo Snape que precisava de um pouco de...


 Tranqüilidade.


 Estabilidade.


 Mas tinha mesmo que ir procurar estabilidade em Thiago Potter?


 Ela não podia culpá-lo. Sabia com quem estava se envolvendo quando começou a andar com ele. Mas o caso é que ela não tencionava se envolver. Não tinha pretensão nenhuma de desenvolver qualquer tipo de relacionamento com ele, nem mesmo uma amizadezinha, dessas que a gente tem durante as férias e esquece durante o inverno.


 Mas acontecera. Thiago a fazia rir. Thiago a divertia enquanto ela estudava. Thiago preparava seu prato, no jantar, porque ela sempre chegava atrasada de suas reuniões de monitoria. Thiago dividia com ela a assinatura do profeta diário, já que ela lia as sessões de política e economia e ele lia atualidades e esportes. E depois contavam o que tinham lido durante o café da manhã.


 Thiago era uma boa companhia.


Mas então que direito tinha ela de mudá-lo?


 Que direito tinha ela de procurar nele algo que ele nem mesmo podia oferecer a si próprio?


 Estabilidade?


 Mas no que diabos estava pensando?


 Thiago estava sendo muito legal com ela. Legal mesmo. E não estava exigindo nada em troca. Por que ela achava que podia exigir que ele abrisse mão de uma das maiores paixões da vida dele para satisfazer um capricho?


 Deveria se envergonhar. Agora que podia enxergar a cena de fora e de diferentes ângulos, achava ridículo o modo como agira. Ela tinha sido infantil.


 Porque ele era convencido? Arrogante? Prepotente?


 Bom, ele era mesmo. Mas obrigá-lo a perde um jogo de quadribol iria mudar isso?


  Não só não mudaria nada, aliás, como provavelmente o faria ficar com raiva dela. O faria ficar chateado. Quadribol era a coisa que ele mais amava na vida...


 O faria ficar chateado com ela!


 Lílian pulou da cama como se o pensamento transmitisse ondas elétricas pelo seu corpo. Não queria que ele ficasse chateado com ela.


 Não queria que ele ficasse chateado de forma nenhuma. Não queria que ele perdesse. Gostava de como surgiam covinhas em suas bochechas, quando ele sorria, e não queria vê-lo triste.


 Da mesma forma tempestuosa que entrou no quarto, saiu dele. Desceu as escadas desembalada, querendo chegar ao campo de quadribol o mais rápido possível. Gritaria no meio do campo se fosse preciso. Deixaria bem claro que não queria mais que ele perdesse. Exigiria que ele ganhasse. Que ganhasse por ela. Porque era isso que o deixaria feliz.


 E se o deixaria feliz, a deixaria feliz também.


 ***


Thiago ouviu o rugido das arquibancadas abaixo dele. Fechou os olhos, curtindo a sensação do vento agitando seus cabelos e assobiando em seus ouvidos. Mas abriu-os rapidamente. Porque seus olhos eram sua melhor arma. Eram os mais perspicazes, os mais velozes, os mais atentos de todo o campo de quadribol.


 Só não sabia do que isso adiantaria hoje, já que ganhara os ares com o intuito de ser derrotado.


 Deu um suspiro chateado. Tinha mesmo que fazer isso? Não queria perder. Ele odiava perder. Aliás, ele supunha que odiava perder, porque ele nunca perdera uma partida sequer para saber como era.


 Bom, tem uma primeira vez para tudo.


 Além disso, só passara pela sua cabeça aceitar a idéia porque ele sabia que era bom o suficiente para perder essa partida, recuperar depois e ganhar o campeonato mesmo assim.


 Esse era o tamanho de seu ego. Remo costumava dizer que não sabia como ele levantava vôo, com um ego desse tamanho.


 Mas por que Lílian tinha de ser tão pirracenta? Por que ela não podia ser uma das agradáveis grifinórias sentadas nas arquibancadas torcendo por sua vitória – e não trancada no dormitório torcendo para que ele caísse da vassoura?


 Thiago não sabia a resposta, mas sabia que se ela não fosse diferente, ele não estaria no ar, perguntando-se se deveria ou não ganhar uma partida de quadribol.


 Como se fizesse algum sentido para Thiago Potter perder uma partida de quadribol.

Além disso, por mais que ele se esforçasse, não conseguia entender como perder o jogo de quadribol mudaria de alguma forma o que ele era.


 Por que, afinal de contas, ele tinha plena consciência de que isso não mudaria em nada o final do campeonato. Ainda que ele perdesse o primeiro jogo, Grifinória sairia com o nome na taça. Não importava o que ele fizesse.


 Talvez Lily tivesse razão.


 Ele precisava mesmo de um pouco de modéstia.


 Ainda assim, no entanto, ele se sentia um pouco mal. Quadribol era tudo para ele. Fora o quadribol, afinal de contas, que o fizera ser adorado por uma maioria absoluta de grifinórios. Afinal, Sírius era absurdamente lindo. Remo era descontroladamente inteligente. E o que era ele, sem o quadribol?


Além disso, como ele compensaria a quantidade de pontos que perdia com suas brincadeiras, sem ser jogando quadribol?


Lily sabia mesmo o que estava fazendo. Pedir que ele perdesse no quadribol era quase como pedir que ele parasse de comer.


Decididamente, essa era a maior prova de que gostava mesmo dela que ele poderia lhe dar. Se depois dessa, ela não acreditasse, não saberia mais o que fazer.


Seus olhos vagaram distraidamente por todos os jogadores, pelo campo e para além da arquibancada, pelo horizonte. Já que não tinha uma necessidade concreta de participar do jogo, sua atenção desviou-se. Era muito, muito difícil prender a atenção de Thiago por muito tempo. Ele era muito distraído.


Mas sua visão era excelente. E, de onde estava, ele conseguiu divisar alguns pontos negros muito suspeitos esgueirando-se pela orla externa da floresta proibida.


Não. Não estava louco. Tinha plena consciência de que estava voando muito alto, e seria fisicamente impossível reconhecer alguma coisa de onde estava.


Mas tinha pontinhos negros se mexendo ali, ele tinha certeza.


Olhou ao redor, mas ninguém estava prestando atenção no que ele estava fazendo. Achavam que ele estava procurando o pomo! Os jogadores passavam velozes ao redor dele, jogando as goles e agitando os tacos de balaços pelo ar, mas por mais que ele tenha gritado uma ou duas vezes, para ver se conseguia pedir para algum deles tentar ver alguma coisa na floresta, ninguém lhe deu atenção.


Virou-se com os olhos franzidos, novamente, para o ponto onde tinha enxergado as pequenas manchas negras. Estava ali! Ele tinha certeza!


Mas não queria se portar como louco. Virou rapidamente a vassoura, na direção da floresta. Ouviu as pessoas gritarem nas arquibancadas, eufóricas, acreditando fielmente que ele tinha visto o pomo. Escutou enquanto elas exclamavam, surpresas e sem entender, enquanto ele saia do campo.


Sentiu o vento assobiando em seus ouvidos e curvou-se para ir mais rápido. Não. Não estava enganado. Tinham vultos vestidos de negro, esgueirando-se pela orla da floresta.


E ele já estava perto o bastante para distinguir o movimento que um deles fez com o braço, e que o fez ser arremessado para trás, de volta para o campo de quadribol.


Thiago sentiu como se uma pancada muito forte tivesse o atingido no estômago. Foi tão repentinamente, que ele não se sentia muito capaz de dizer de onde tinha vindo. E foi tão forte, que seu corpo foi arremessado da vassoura, através do campo de quadribol, indo bater nas paredes de concreto do castelo, enquanto sua vassoura, descontrolada, descrevia um arco, aterrissando com ruído no gramado.


Nunca imaginara que um feitiço poderia ser tão forte a ponto de fazer isso. Imaginou, por um milésimo de segundo, quem poderia ser tão forte.


 No segundo seguinte não imaginou mais nada. Suas costas bateram no concreto e ele ofegou de dor. Sentiu as pessoas nas arquibancadas levantarem-se e cobrirem as bocas com as mãos, de horror.


Ouviu um grito estridente, na borda do campo.


Lily.


E não é que ele tinha mesmo caído da vassoura?


 ***


Belatriz foi uma das que pulou imediatamente da cadeira quando viu, inexplicavelmente, Thiago sendo arremessado pelo campo de quadribol.


 Olhou ao redor, intrigada. Não havia motivo nenhum para isso estar acontecendo. Aliás, não havia motivo nenhum para ele estar se comportando da forma estranha que se comportara. Bella era uma pessoa extremamente observadora, e notara desde o princípio do jogo que tinha alguma coisa de errado com ele. Para começar, ele é um apanhador. Mas que tipo de apanhador fica parado, com a vassoura no ar, olhando pro céu e pros passarinhos?


Depois, sem aviso prévio, ele começou a voar com toda velocidade para fora do campo. E por último, o arremesso contra o castelo.


Todos pularam dos assentos, virando-se desesperados para a parede, tentando ver melhor o que tinha acontecido com ele, mas Bella fora a única que se virara para o lado oposto. Os professores gritaram feitiços, alguém gritou no campo, mas Bella parecia muito mais interessada em olhar para a massa de árvores da floresta proibida.


Alguma coisa ali tinha chamado a atenção de Thiago.


Será que...


Mas não teve a chance de concluir seus pensamentos. Uma mão gelada puxou seu braço e ela virou-se assustada. Deparou-se com Rodolfo, levando-se um dedo aos lábios, indicando que ela devia fazer silêncio.


Bella sentiu o coração bater mais acelerado, enquanto seguia o namorado para fora das arquibancadas. Desceram até o campo de quadribol, acompanhando a onda de alunos que tentavam se aproximar de Thiago, mas desviaram deles assim que chegaram ao gramado, tomando o caminho da floresta proibida.


 _Rodolfo, é o que...


 _Belatriz, fique quietinha, sim? _ele respondeu, de uma forma polida e totalmente privada de qualquer agitação.


Pela sua expressão, Bella teve certeza.


Era exatamente o que ela estava pensando.


 ***


Lílian achou que ia dar tempo. Quando ela aproximou-se do campo, os jogadores ainda estavam voando, então o outro apanhador não tinha pegado o pomo ainda. Mas não via Thiago em lugar algum.


Caminhou até o meio do campo, procurando entre os jogadores de uniforme vermelho o apanhador da grifinória. Encontrou-o e estava pronta para gritar que mudara de idéia. Que ele podia ganhar o jogo afinal.


Imaginou que papel ridículo deveria estar fazendo.


Avistou sua vassoura customizada, em uma das extremidades do campo, mas não entendeu o que ele estava fazendo. Ele estava saindo do campo? Achou que isso tinha algo a ver com o pedido dela e abriu a boca para gritar que ele voltasse. Que ela queria que ele ganhasse a partida.


Mas, no lugar disso, tudo que ela conseguiu emitir foi um estridente grito de pavor, quando viu Thiago sendo jogado através do ar, de encontro às paredes do castelo.


Ficou paralisada por alguns segundos, enquanto o corpo dele escorregava pelo concreto, de volta à grama, em uma queda livre de mais de dez metros.


Sentiu os olhos encherem de água e o mundo pareceu congelado ao seu redor. Só voltou a si quando começou a ouvir o estardalhaço dos estudantes correndo ao seu redor. Os professores gritavam para que todos permanecessem em seus lugares, enquanto tentavam tomar a dianteira da confusão. Então Lílian pareceu entender o que estava acontecendo e, tomando uma rápida resolução, começou a abrir caminho entre a multidão, acotovelando alguns alunos no caminho.


 _Com licença, com licença! Monitora chefe passando! _ela gritava para se sobrepor a balburdia, erguendo o distintivo, enquanto passava.


No centro do tumulto, Thiago estava deitado de costas na grama, com os braços abertos e de olhos fechados. Lílian varreu rapidamente o lugar com os olhos. Nada de fraturas expostas, nada de sangue. Bom. Ao lado dele, Minerva zelava para que os alunos não chegassem perto demais, enquanto mandava alguém chamar a enfermeira da escola.


 _Merlin, Thiago, seu idiota! _Lílian atirou-se ao seu lado _Você não precisava pular da vassoura, só porque eu mandei!


 _Acha que ele se jogou? _Sírius riu, de braços cruzados ao seu lado _Fala sério, ele não é tão estúpido!


_Como você pode rir, nessa situação, com seu amigo inconsciente? _Lílian virou-se indignada para ele __Oh, céus, isso é minha culpa. Se acontecer alguma coisa com ele, vai ser tudo minha culpa! _e abraçou o garoto no chão, afundando o rosto em suas vestes.


_Ah, não, Lily, ele não está... _Remo começou a explicar, mas Thiago abriu os olhos por cima dos ombros de Lily e piscou para ele, com o sorriso cretino, típico de um Maroto _Ah. _ele interrompeu-se, entendendo. Thiago estava fingindo.


   _O quê? _ela ergueu novamente o rosto. Seus olhos estavam congestionados _Vivo? É claro que ele está vivo. _e agarrou seu pulso _Tem pulso, não está vendo?


 _Ah, claro, certamente. _Pedro franziu as sobrancelhas e Sírius riu ainda mais _Não tínhamos notado.


 _Vocês são tão levianos. _ela resmungou, curvando-se e examinando atentamente os ossos de Thiago, verificando se não havia fraturas nas pernas ou braços _Um amigo acidentado, e vocês aí, caçoando dele. Não percebem como isso foi grave?


 _Srta. Evans, o que está fazendo? _Minerva perguntou, percebendo finalmente que Lílian estava apertando as juntas de Thiago _Não vê que pode machucá-lo?


_Desculpe, Profª. McGonagal. _ela ergueu os olhos constrangida _Eu sei que não deveria mexer nele, depois dessa queda altíssima, já que algum osso pode ter sido esmagado. _Minerva franziu as sobrancelhas para ela _É que... _ela engasgou com a própria voz _Foi uma queda tão alta que... Eu não sei como ele pode ter sobrevivido. Ele pode estar com algum trauma. Pode estar morrendo, bem aqui diante de nossos olhos.


 Pedro e Sírius recomeçaram a rir.


 _Srta. Evans, que queda? _Minerva perguntou exasperada _Os professores o desaceleraram antes que ele batesse no chão. Isso não passou pela sua cabeça?


 Lílian parecia confusa. _Mas... Mas... Por que ele está inconsciente?


 _Não seja boba, Evans. _ela retrucou desinteressada, vendo Madame Pomfrey aparecer no meio da multidão _Ele estava acordado até agora, conversando com o Profº Dumbledore.


 Sírius e Pedro riram com ainda mais vontade. O rosto de Lílian foi tomando colorações violentamente vermelhas enquanto ela se virava lentamente para Thiago, ainda deitado e de olhos fechados.


 _Seu maldito, desgraçado! _ela exclamou, batendo em seu peito com o punho fechado e os olhos estreitos de fúria. Thiago ofegou e cobriu o peito com as mãos, finalmente abrindo os olhos.


 _Lílian, pare com isso. _ele advertiu, rindo também _Eu realmente bati na parede e posso estar com um osso fraturado. McGonagal falou que eu não devo me mexer.


 _VOCÊ ESTAVA ME FAZENDO DE IDIOTA! _ela berrou _Acha graça em se fingir de morto?! Espera só até eu conseguir matá-lo de verdade!


  _Desculpe, Lily. _ele riu, de um modo leve e divertido, com se cair da vassoura daquela altura fosse apenas um hobby muito perigoso _Não pude resistir. Você estava preocupada comigo! Isso não é bonito?


 _Não! _ela retrucou _Não tem a mínima graça! _e levantou-se, deu alguns passos para longe dele, e então se virou novamente _E eu não estava preocupada! Eu estava me sentindo culpada! Mas você não pulou, pulou?


 _Não. _ele respondeu, sucintamente. Madame Pomfrey chegou e começou a examiná-lo _Mas você pode continuar se sentindo culpada, se preferir. Eu fui arremessado da vassoura por alguém que eu vi na floresta. Eu só vi alguma coisa na floresta porque não estava prestando atenção no jogo. E por que eu não estava prestando atenção no jogo? _ele perguntou com um sorriso cínico.


 Sírius parou de rir _Você não estava prestando atenção no jogo? _ele perguntou, estreitando os olhos para o apanhador.


 _Você viu alguma coisa? _Lílian perguntou sem dar atenção ao Maroto _O que quer dizer com viu alguma coisa?


 Mas Madame Pomfrey já conjurara uma maca e transportava Thiago cuidadosamente para ela. Enquanto atravessava a multidão, ele ainda gritou para a ruiva:


 _Se você me levar comida decente na enfermaria, eu lhe conto tudo. A comida de lá é horrível. _e foi engolido pela massa de torcedores ainda ao redor.


 _O que diabos _Sírius perguntou com um olhar sério para Lílian _ele quis dizer com não prestar atenção no jogo?


 Lílian ruborizou até a raiz dos cabelos. _Ele ia... Meio que perder... Porque ele achou que eu queria...


 _Ele achou que você queria? _ele perguntou, frio, cruzando os braços _Ou você disse que queria?


 Lílian abriu a boca, ainda sem graça, e fechou-a novamente. Mas subitamente jogou os cabelos para trás e respondeu irritada: _Ora, mas o que lhe interessa o que eu disse ou deixei de dizer?


 _Interessa _Sírius baixou a voz e aproximou-se dela. Ela empinou o rosto, em desafio _que eu conheço o Thiago melhor do que qualquer pessoa nesta escola. Qualquer uma. E se você começar a se aproveitar do que ele sente por você para fazer esse tipo de joguinho ridículo...


 _Joguinho? _ela afastou-se indignada _Isso não é um joguinho!


 _O que é, então? _ele perguntou, descruzando os braços _Transformar Thiago Potter em um aluno apático e sem graça, obedecendo tudo que você diz, é o que para você?


 Lílian empinou o rosto novamente e cruzou os braços. _Desculpe, mas se você conhecesse mesmo tão bem Thiago Potter, saberia que ele nunca seria apático e nunca obedeceria tudo o que eu digo.


 _É bom, mesmo, Evans. _ele respondeu, encarando-a e caminhando de costas para longe do grupo _Você é uma garota difícil de conquistar, mas não vale pontos para a copa das casas. Quadribol vale. _e, virando-se, começou a caminhar de volta para o castelo.


 Ainda de longe, pôde ouvir Lílian perguntando para Remo o que Thiago tinha visto.


 Então se lembrou, deu meia volta, e tomou o caminho da floresta proibida.


 ***


Lílian e Remo caminhavam apressados para o castelo. O campo já estava relativamente vazio, e eles haviam perdido Sírius e Pedro de vista, no meio da multidão.


_Está dizendo que ele viu pessoas caminhando pela orla externa da floresta? _Lílian perguntou.


_Sim, foi a primeira coisa que ele disse quando viu Dumbledore. Imediatamente, ele reuniu uma equipe de professores e foi para a floresta.


 _Mas isso é impossível! _ela teimou obstinada _Remo, ele estava muito, muito longe. Não pode ter visto algo assim.


 Remo ergueu as sobrancelhas. _Lílian, Thiago não perdeu um pomo desde que vestiu o uniforme da grifinória pela primeira vez. Ele enxerga melhor do que qualquer pessoa neste castelo inteiro. Se ele diz que viu, então acredite, ele viu. _Lílian ainda parecia relutante _Olha, e o que diz de ter sido arremessado, Lily. Seja lá o que ele viu, não queria que ele chegasse perto o bastante.


 _Certo, você tem razão... Bom, temos que ir para o salão principal. Os professores mandaram todos os alunos para lá até se certificarem de que não é nada perigoso.


 _Bom, eu tenho planos meio diferentes... _ele murmurou, mais para si mesmo do que para ela.


_É mesmo? _ela ergueu as sobrancelhas _Mas nós, como monitores, devemos auxiliar no...


_Ah, mas eu vou auxiliar. _ele retrucou rapidamente _Do meu jeito.


 _Não vai ver o Thiago? _ela perguntou repentinamente.


 _Já vi. É um sujeito baixinho, despenteado...


 _Não vai ver como ele está. _ela respondeu entediada.


 Remo riu. Então uma vozinha chamou seu nome, atrás deles, e ele se virou. Tonks corria pelo gramado de encontro a eles. Remo parou e Lílian deu mais alguns passos a frente ante de parar para esperá-lo.


 _Remo, sinto muito. _ela murmurou, quando o alcançou _Acha que ele vai ficar bem? Acha que eu devia fazer uma cesta de doces?


 Remo riu. _Acho que ele ia gostar. _então se virou e viu que Lílian o esperava _Olha, Tonks, eu estou meio ocupado agora. _ele murmurou, virando-se novamente para ela _Tem umas coisas que eu preciso resolver. Mas não é seguro ficar aqui fora agora, certo? Eu preciso que você vá para o salão principal e fique lá, até os professores voltarem, tudo bem?


 Tonks franziu os olhos, enquanto ele dava-lhe um rápido beijo no topo da cabeça e voltava a caminhar pelo gramado.


 Tonks ficou parada, de braços cruzados, enquanto o via juntar-se a Lílian, mais a frente. Os dois voltaram a conversar acaloradamente e uma onde quente atravessou todo o corpo da menina.


 Mas quem, diabos era aquela?


 ***


 _Você tem que compreender a importância de estar sendo levada à presença Dele. _Rodolfo murmurou em um tom extremamente baixo, enquanto eles entravam cada vez mais fundo na floresta.


 _Eu compreendo. _ela respondeu ansiosa.


 _Provavelmente não compreende, mas você deve imaginar. _ele retrucou, sem virar-se para ela, afastando alguns galhos e forçando caminho entre as árvores _Não existem muitas pessoas no nosso grupo que podem se vangloriar de conhecer pessoalmente O Lorde. Ele é muito reservado. Ele fala diretamente apenas com as pessoas em quem mais confia. Seus recrutadores. _e sorriu, orgulhoso _Nós nos ocupamos de repassar as ordens dele.


 _Então, por que eu? _ela perguntou, passando por baixo de alguns ramos com espinhos _Não que eu esteja reclamando, claro...


_Você deve ter alguma coisa que ele quer. _ele respondeu enigmático _Que só você tem.


Belatriz seguiu alguns minutos calada, tentando imaginar o que poderia ser. _Mas não é muito arriscado ele entrar em Hogwarts. Quer dizer... _ela emendou rapidamente _Bem debaixo do nariz de Dumbledore...


 _Aquele velho caduco não enxerga um palmo a frente dos olhos. _Rodolfo respondeu com desprezo _Além disso, não foi ele que entrou na propriedade. Ele está do lado de fora da floresta. Não é mais propriedade de Hogwarts.


_E como podemos sair sem ninguém se dar conta? _ela perguntou espantada _Este lugar está cheio de feitiços.


_Tem lugares dessa propriedade que Dumbledore não conhece. Ninguém conhece, eu diria. _e, afastando um último galho frondoso, abriu vista para uma clareira extensa, rente a um pequeno desfiladeiro. Um seleto grupo de pessoas vestidas de preto estava reunido ao redor de um homem alto, magro e austero.


A touca de sua túnica estava puxada, cobrindo-lhe parcialmente a face. Quando ele ergueu o olhar para encarar Bella, seu capuz escorregou e ela pôde ver seu rosto de feições ofídicas. Ele era branco, muito pálido e sua pele era repuxada sobre os ossos, dando-lhe uma aparência doentia. Seus olhos eram estreitos e suas pupilas avermelhadas. Bella ficou muda e paralisada, enquanto aqueles olhos a invadiam e a varriam por dentro. Não tinha medo. Tinha um súbito respeito.


_Curve-se. _Rodolfo puxou sua manga para baixo, enquanto ele mesmo fazia uma mesura rebuscada e exagerada.


Bella desviou finalmente os olhos e curvou-se diante dele.


***


_Tom Riddle? _Thiago perguntou, deitado confortavelmente em uma das camas da ala hospitalar _Quem diabos é Tom Riddle?


 _Foi monitor daqui há alguns anos. _Remo respondeu examinando o mapa velho estendido em cima dos lençóis _Sabe quem ele é agora?


 _Sei, eu perguntei por que eu sou bobo. _Thiago resmungou com ironia e puxou o mapa para ele _E o que a Black, o Lestrange e o Malfoy estão fazendo com ele?


 Remo puxou o mapa de volta. _Ele é o bruxo que anda por aí se denominando Lorde.


Thiago puxou o mapa novamente _E como você pode saber?


Remo olhou para baixo, desconcertado. _Eles... _ele tossiu e engoliu em seco _Eles me procuraram.


 _Eles o QUÊ?! _Thiago exclamou, franzindo a testa. _Como isso aconteceu?


_Shhh! _Remo fez uma careta e puxou a cadeira para mais perto da cama _Foi durante as férias. Greyback foi até minha casa.


_Greyback? _Thiago repetiu, escandalizado _Greyback, o lobisomem que está sendo procurado pelo ministério por mutilar duas pessoas? Esse Greyback?


_Quantos Greybacks você conhece? _Remo retrucou impaciente _Ele sabe... Sabe sobre mim, quero dizer. _ele continuou, ainda encarando a barra dos lençóis _ Sabe que eu sou como ele.


Thiago riu pelo nariz, de um modo irônico _Não. Você não é como ele. Que idéia absurda.


 _Bom, _Remo deu de ombros _ele acha que eu posso vir a ser. Sabe, ele me falou coisas que deixariam Sírius Black enjoado. Ele dizia com os olhos brilhantes que quando esse tal Lorde Voldemort assumisse o poder nós não precisaríamos mais nos esconder. Que nós poderíamos nos servir da escória do mundo bruxo quando quiséssemos _e fez novamente uma careta _É óbvio que ele estava se referindo aos nascidos trouxas. Ele queria que eu me juntasse a ele. Disse que nós seríamos imbatíveis juntos. _Thiago fez que não com a cabeça, com os olhos estreitos, enojado demais para responder. _Aí, quando eu disse que não tinha pretensão nenhuma de me juntar a ele, ele me ameaçou.


_Ameaçou você? _Thiago perguntou indignado _Como ele se atreve a ameaçar você? _Remo deu de ombros novamente _E o que você fez?


_Eu o estuporei. _Remo respondeu sucintamente _Ele é um cara bastante violento, mas não é muito inteligente, você pode imaginar. Depois... _ele fez uma pausa e levantou-se _Depois eu vim para cá. Contei o que tinha acontecido ao Dumbledore e ele achou que era melhor que minha família se mudasse. Então, eu achei que tinha o direito de perguntar o que estava acontecendo. E foi quando ele contou a história desse monitor, Tom Riddle. Um jovem brilhante que excedeu os limites da ambição.


 Thiago parecia em choque. Sua boca estava entreaberta e seus olhos semi-errados. _Mas porque é que você não nos contou?


 _Cara, ele foi até minha casa. Ameaçou meus pais. Disse coisas nojentas, Pontas. Horríveis mesmo. Minha família teve que se mudar às pressas. Mas ele pode encontrá-los. Ele sempre pode. Tem noção do que é isso? Do que é acordar todo dia esperando pelo pior, por que alguém por acaso, cismou que quer você como aliado? _Thiago fechou a boca e engoliu em seco _Acha que eu queria envolvê-los nisso?


 _Não foi só isso. _Thiago respondeu lentamente _Nós somos irmãos, cara. Sempre fomos. Nós não temos segredos. Tem alguma coisa mais, não tem? Alguma coisa que ficou incomodando você.


 Remo suspirou e foi até a janela. _Ele disse que eu não tenho escolha. _ele respondeu em voz baixa, olhando o céu _Disse que eu sou jovem, e que mesmo que eu diga não agora, meus instintos vão aflorar, e eu vou atrás dele. _e virou-se novamente para Thiago _Tive medo que vocês achassem que ele tem razão.


 Thiago sorriu. _Você diz uns absurdos, de vez em quando. _Remo voltou a se aproximar da cama _Acha que algum dia isso passar pela nossa cabeça? Nós conhecemos você, Aluado. Isso nunca ia acontecer.


 Remo sorriu e deu ombros _Se você diz.


_Você precisa ir contar ao Dumbledore. _Thiago lembrou-lhe com urgência _Precisa dizer quem eram os vultos de preto e que Black, Lestrange e Malfoy estão com eles.


 Remo ergueu as sobrancelhas. _Acha que eu digo absurdos? E isso o que é? Como iria explicar que eu sei que Tom Riddle está aqui? _e ergueu o mapa _Quer que eu lhes mostre o mapa e como usa-lo? Acho que Filch iria adorá-lo.


 _Bom... _Thiago fez uma pausa, pensando _Diga que eu o reconheci. Diga que eu vi sua foto no livro de monitores e, mesmo a distância eu o reconheci.


 Remo encarou-o com um olhar descrente _E você acreditaria nisso?


_Eles não podem provar o contrário. _ele retrucou revirando os olhos.


 _E o que é você estava procurando no livro dos monitores? _ele perguntou, ainda descrente.


_Diga que eu queria encontrar a foto da Lílian. Eles vão acreditar nisso.


Remo deu de ombros, como se achasse que a conversa não ia colar e virou-se para a porta. Mas lembrou-se de algo e virou-se novamente. _Pontas, como é que você sabe que existe um livro de monitores?


Thiago sequer ficou vermelho. Afundou ainda mais nos travesseiros e respondeu desinteressado. _Talvez eu tenha mesmo ido procurar a foto da Lílian.


Remo riu e olhou mais uma vez o mapa. Os pontinhos com os nomes de diversos dos professores espalhavam-se rapidamente pela floresta. Todos indo para o lado errado.


Repentinamente, a porta se abriu, e Lílian entrou feito uma rufada de vento no local. Remo enfiou rapidamente o mapa sob os lençóis.


_Eu estava imaginando se você tinha se machucado, Potter, mas como acabei de constatar que não, eu mesma vou me encarregar disso! _e atravessou o quarto batendo os pés, com o claro intuito de se atirar sobre ele.


 _Ei, calma, aí, Lily, ele ainda está sob supervisão. _Remo segurou-a pela cintura e ergueu-a do chão.


_É isso, aí, Remo segura essa louca aí, longe de mim. Ela quer me agredir. Vê se pode uma coisa dessas, ficar brigando na frente de todo mundo. _e fez uma expressão ironicamente séria _Que infantilidade.


_Você vai ver a infantilidade quando eu puser minhas mãos em você. _ela resmungou, mas parou de se debater e Remo colocou-a no chão.


 _Acham que vão ficar bem? _Remo perguntou começando a caminhar até a porta _Preciso procurar Dumbledore.


_Tudo bem, Remo. Se eu não sobreviver a isso, por favor, diga aos meus pais que eu morri ao lado da mulher da minha vida. _ e sorriu para ela. Lílian revirou os olhos, Remo riu e saiu do quarto _E aí, de verdade, o que você veio fazer?


Lílian desembrulhou um pedaço de bolo que trouxera das cozinhas e jogou-o para ele.


Thiago ficou encarando o pedaço de bolo com uma expressão surpresa. _Está brincando? _ele perguntou rindo _Você me trouxe mesmo comida?


Lílian puxou a cadeira em que Remo estivera sentado e sentou-se elegantemente. _Eu chamaria de... _e fez uma pausa _moeda de troca.


_Moeda de troca? _Thiago arqueou as sobrancelhas _Veio até aqui só para saber o que eu tinha visto?


Lílian apoiou os pés no estrado da cama displicentemente. _Podemos descrever dessa forma.


_Mas por que lhe interessa tanto? _ele perguntou franzindo a testa _Por que você não está com os demais monitores, mantendo os alunos seguros dentro do salão principal?


_A maioria dos professores foi para a floresta. _ela respondeu com simplicidade _Então, levando-se em consideração o que estamos vivendo, eu posso imaginar o que é.


Thiago ergueu novamente a sobrancelhas _E por que isso lhe interessa tanto, Lily?


Lílian não respondeu por uns momentos. Encarou a barra da saia, mas, quando ergueu os olhos novamente, viu que ele ainda a encarava, esperando uma resposta. _Severo não está no salão. _ela respondeu com um suspiro derrotado.


 _Ah, Lily! _ele exclamou batendo na cama _Eu não acredito nisso! Depois de tudo o que ele fez, você ainda está preocupada com ele?!


Lílian pulou da cadeira, batendo os pés. _Tudo bem, Potter, ele pode não estar sendo o melhor dos amigos no momento, mas ele É meu amigo. Eu não posso ficar parada assistindo enquanto ele anda com esse tipo de gente.


_Ele É seu amigo?! _ele repetiu, escandalizado _Ele não tem demonstrado isso muito bem, não é mesmo? E, além disso, _ele acrescentou, erguendo o tom de voz, para que Lílian não o interrompesse _foi ele quem escolheu andar com esse tipo de gente. Ele é bem grandinho, Lily. Tem idade o suficiente para se responsabilizar pelo que faz.


 _Ótimo, Potter, ele tem mesmo! _ela berrou de volta _E ele pode não ser meu amigo agora, então, que seja, mas ele foi! Durante SEIS anos! Durante SEIS anos da minha vida, ele foi meu melhor amigo! Acho que eu devo, SIM, fazer alguma coisa por ele. _Thiago sacudiu a cabeça, descrente. Lílian respirou fundo, enquanto passava a mão na testa para se acalmar _Pense bem, Thiago, e se fosse um dos seus amigos?


_Meus amigos nunca fariam isso. _ele respondeu efusivamente.


 _Hipoteticamente falando, Potter. _ela respondeu impaciente _Uma hipótese. Não sabe o que é uma hipótese? _ela perguntou, mas continuou antes que ele respondesse _E se fosse um dos seus amigos, fazendo isso? Se comportando de uma forma estranha, andando com pessoas erradas, seguindo o caminho errado? Você ia deixar? Você não ia tentar qualquer coisa, para trazê-lo para o lado certo da estrada?


 Então, Thiago pensou em Remo. E se Remo, contrariando todo o bom senso que levara anos para desenvolver, resolvesse se render às promessas absurdas de Greyback? E se, de repente, ele resolvesse que não ia voltar para a escola, e começasse a seguir uma vida de ilegalidades ao lado dos bruxos das trevas que ganhavam cada vez mais destaque?


 Bom, a resposta era muito óbvia. Ele mesmo iria pessoalmente atrás de Remo, lhe daria uns bons tapas e o traria de volta à escola arrastado, se fosse necessário. Não ia deixar que ele fizesse isso com a própria vida.


 Thiago ergueu os olhos e encarou a figura ansiosa de Lily. Ela o olhava com expectativa. Então ele decidiu fazer a única coisa que ele esperaria que ela fizesse por ele, se a situação fosse ao contrário.


 _Tom Riddle estava na floresta. _Lílian arregalou os olhos _É ele quem está liderando esse novo grupo de bruxos das trevas que está se formando.


 _Eu sei... _ela murmurou, sentando-se lentamente na cadeira.


 _Ah, claro, eu sou mesmo o único que não sabia disso. _ele reclamou, revirando os olhos.


 _Dumbledore contou para os monitores chefes. _ela explicou _Ele acha que existem alunos na escola recrutando novos bruxos para Riddle. Acho que o chamam de Voldemort, agora. Algo assim. _então ergueu os olhos arregalados para ele e puxou suas mãos _Thiago, eu não posso deixar que o Severo vá atrás dele, eu...


 _Lílian, _ele murmurou em um tom sério _você não pode seguir todos seus passos. Sabe disso. Você é uma só. Dumbledore sabe que ele está aqui, e não vai permitir que nenhum aluno se aproxime dele, você sabe disso. _ele usou um tom calmo e conciliador, ainda que tivesse plena consciência de que três alunos já estavam com ele.


 Lílian levantou-se lentamente. _Tem razão... _ela murmurou em voz baixa. Thiago puxou sua mão, antes que ela se virasse.


 _Você vai atrás dele, não vai? _ele estreitou os olhos _Pensa que eu não a conheço.


 _Potter, _ela falou em um tom rígido _se você não soltar minha mão, vou ser obrigada a me soltar a força.


 _Coitada... _ele riu, indicando que não acreditava nem um pouco nessa hipótese.


 Em um movimento súbito e rápido, e aproveitando a distração do garoto, Lílian empurrou-o da cama e ele aterrissou com estrépito no piso.


 _Ai! _ele exclamou, levantando-se e esfregando as costas _Vou contar para madame Pomfrey. _ele ameaçou, mas ela não estava prestando atenção. Estava mais interessada em um pedaço de pergaminho velho que o movimento dos lençóis revelara.


 _Potter... _ela puxou o pergaminho, rindo e vendo-o ficar anormalmente pálido _Andou recebendo cartinhas de admiradoras secretas... _e abriu-o.


 Franzindo as sobrancelhas, ela examinou as diversas linhas que se cruzavam e os milhares de minúsculos pontos rotulados. _Potter... _ela disse, assombrada _Isto é um mapa da escola... _e olhou-o novamente _Que descreve onde cada pessoa está e o que está fazendo... _e virou-se novamente para ele _Nós temos que levar isso para a Prof. McGonagal imediatamente e...


 _Lily, não... _ele pediu, em um tom cansado e desanimado.


 _Mas como não? _ela perguntou indignada _A pessoa que fez este mapa tem informações muito precisas para o castelo. E se for...


 _Lílian, fui eu quem fez esse mapa.


 Ela encarou-o descrente e estreitou os olhos. _Nãão. _ela murmurou achando a idéia absurda.


 _Eu, Sírius, Remo e Pedro. _ele concluiu, sério _Como acha que nos envolvemos em tantas encrencas sem sermos pegos?


 _Mas... _ela olhava dele para o mapa _Isso é perigoso.


 _Garanto para você, Lily, que ele não vai cair em mãos erradas. _ele esticou a mão para pega-lo.


 Lílian riu pelo nariz. _As mãos dos Marotos já são bem erradas. _e abraçou o mapa.


 _Lílian, por favor. _ele olhou-a suplicante _Se você entregar isso, vai nos meter em encrencas desmedidas. Por favor, Lily, eu ia perder o jogo por você. Faz isso, por mim?


 Lílian encarou-o em dúvida, por alguns momentos. Então, olhou novamente o mapa.


 Um pontinho solitário vagava pela floresta proibida. Ela estreitou os olhos. Então, sem dizer nada, estendeu o mapa para Thiago novamente.


 Ele puxou-o, com um olhar desconfiado. Não achava que ela iria devolvê-lo, ainda que ele implorasse.


 Tão tempestuosamente quanto quando entrara, Lílian saiu do quarto. Thiago voltou para a cama, ainda intrigado.


 O pontinho isolado tinha a legenda de Severo Snape.


 



Nas:

Jack, dê um descontinho para esta sua amiga, que não vê TV, não lê revista e nem le jornal (pq pra não saber qm eh Tarso, soh assim neh?Huahauhauhauha.... Acredita que eu naum ia derruba ele da vassoura? Mas aí vc falou e eu pensei, bem, pq naum?
rsrsrsrs
Vamos derrubar o Thiago da vassoura, entaum. apesar de eu achar que naum mudou mto na Lily por isso >.<
hauhauhauhauha
Amiga, no momento vc naum tah sendo soh a lietora número 01. Tah sendo a única O.o
rsrsrsrsrsrs
Se tiver alguma sugestão, reclamação, opinião, pedrada, manda aí, vc sabe q eh de casa, neh? rsrsrsrs ;P
Mtsss bjssss Teh maissss

Nas 2.
(Se tiver mais algm aí, rsrsrs)
Gente, tah ruim? Tah bom? Tah podre, menina, pára de escrever?
Deixa uma opiniãozinha vai?
Vc vai fazer uma aspirante a escirtora (coitada O.o rsrsrs ) feliz ^^
bjsss
teh maisssss

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