Pequenos Gestos de Amor



Cap. 04_

Thiago, Sírius e Pedro atravessavam os gramados cobertos pela capa da invisibilidade. Na verdade, iam caminhando juntos um Sírius azedo e mal humorado, um Pedro nervoso e assustadiço e um Thiago zangado e contrariado. Levava o mapa do Maroto consigo, bem debaixo de seu nariz. Em um dos armários de vassouras do segundo andar, Lílian e Severo estavam juntos.

Teve que praticamente ser arrastado para baixo, para não ir até lá pessoalmente verificar o que eles estavam fazendo. Sírius convenceu-o, perguntando se ele achava que Lílian não tinha juízo suficiente para não cair na lábia se Severo Snape.

Se é que ele tinha lábia, ele lembrou-se de emendar.

Ainda assim, foi com muita relutância que ele abriu as portas duplas do saguão de entrada e saiu para a noite clara, iluminada por uma lua cheia e brilhante. Ele não sabia dizer exatamente o que era, mas ele estava com um forte pressentimento de que aquela não era uma boa noite para sair do castelo.

Sírius podia dizer o quanto quisesse que era ciúme. Pedro podia concordar. No entanto, Thiago percebera que Sírius estava zangado com algo. E Sírius sair com Sírius zangado não tinha a menor graça. Talvez fosse isso. Talvez fosse apenas essa mensagem que sua vozinha interior queria lhe enviar.

_Sírius, eles estão descendo. _Thiago disse com a testa franzida, estranhando o caminho que Lílian e Snape tomavam e apontando para o mapa.

_Mas que saco, Thiago, pára de ficar olhando o que esses dois estão fazendo. _Sírius respondeu de maus modos enquanto os três paravam perto do salgueiro lutador.


_Não, Black, é sério, isso não é normal. _ele retrucou, quando Pedro saiu de baixo da capa e se transformou em um pequeno rato cinzento bem diante de seus olhos.

_Lílian andar com ele? _ele debochou. O rato deslizou agilmente por entre os ramos agressivos do salgueiro e apertou um nó na base de seu tronco. _Lílian andou com ele durante sete anos. _o salgueiro parou e Sírius arrancou a capa que cobria os dois. _Transforme-se. Aí vem ele.

_SÍRIUS, ELES ESTÃO SAINDO! _Thiago berrou, arregalando os olhos.

_O QUÊ?! _Sírius berrou de volta, puxando o mapa para si.

_Pedro! Pedro, volte! _Thiago gritou, correndo para o tronco _Não deixe ele sair! Ative o tronco!

Mas era tarde demais. Sírius ainda acompanhava os dois pontos nomeados de Lílian e Severo caminhando pelo gramado, enquanto pensava em como e quando Severo Snape tinha descoberto sobre eles. Porque ele certamente tinha descoberto. Aquilo não podia ser um mero acaso. Lílian e Severo apareceram pessoalmente no alto de uma elevação de terra, enquanto um uivo alto e feroz era ouvido de dentro do salgueiro. Thiago viu os cabelos de Lily agitando-se no vento, enquanto ela balançava a cabeça indignada, por encontrá-los ali, no meio da noite. Viu o sorriso vitorioso de Snape. E sentiu ódio. Muito ódio. Sabia o que estava acontecendo ali, mas não conseguia acreditar que alguém poderia ser tão baixo e sujo a ponto de trazer Lílian Evans para as mãos de um lobisomem transformado somente para desacreditá-lo.

No segundo seguinte não foi capaz de pensar em mais nada. Ouviu um guincho de horror de Pedro, quando Remo saiu, em sua forma lupina, das raízes da árvore. Viu o ratinho cinzento correndo para as sombras da floresta proibida, já prevendo o que viria a seguir. Viu quando as narinas de Remo se dilataram, sentindo o cheiro de presas. Viu seus olhos virarem-se lentamente para eles. Viu Lílian levar as mãos à boca, horrorizada. Viu Severo perder todo o brilho de glória e empalidecer de medo. Ele certamente não esperava que isso fosse acontecer. E, finalmente, viu Remo dobrando-se sobre suas quatro patas e tomando impulso, para atacar.

Uma simples troca de olhares entre ele e Sírius traçou com clareza o plano que seguiriam. _Vai. _Sírius falou, enquanto assumia sua forma animal. O jovem transformou-se rapidamente em um cão negro e grande e lançou-se contra o lobisomem, fazendo-o cair e rolar na grama.

Lílian gritou, paralisada, e Severo Snape, tropeçando nas próprias vestes, saiu correndo pelo gramado, enquanto o lobo uivava e o cachorro rosnava. Thiago não hesitou. Enquanto ele corria em sua direção, sua forma humana foi ficando para trás e dando espaço a um cervo forte, com um tronco musculoso e galhadas cumpridas. Ela olhava petrificada para a sombra que o sonserino deixava para trás, enquanto corria o mais rápido que suas pernas permitiam, quando Thiago alcançou-a.

Lílian pareceu ter se esquecido de onde estava por um momento. _Thiago? _ela murmurou, passando a mão lentamente em sua cabeça. O cervo ergueu os olhos doces para ela. Ela sorriu. Então um ganido chamou sua atenção e ela olhou para mais longe. Sírius acabara de ser arremessado, batendo no tronco do salgueiro lutador, e já se levantava novamente, investindo contra o lobisomem.

O cervo virou-se novamente para ela, com um toque de urgência nos olhos, e empurrou sua mão com o focinho. Lílian entendeu, subitamente, o que ele queria dizer. Sem hesitar e sentindo uma confiança cega e desmedida no animal, ela subiu em suas costas, agarrando-se com firmeza ao seu pescoço.

O cervo começou a galopar em uma velocidade que ela consideraria incrível, traçando um caminho que ela não conhecia, para longe da batalha que acontecia na orla da floresta. Eles passaram pelo lago e por algumas árvores que demarcavam uma de suas margens. Thiago foi ainda mais longe, subindo em um morro que dava vista para o campo de quadribol e para um dos lados do castelo.

Ele curvou-se, levemente, indicando que ela podia descer. Lílian desmontou, trôpega, e caiu sentada na grama. Thiago aproximou-se dela e passou o focinho em seu rosto. Lílian sorriu novamente. _Será que você pode se tornar humano novamente para eu agradecer? _ela perguntou e ele sacudiu o focinho, indicando o caminho pelo qual eles haviam acabado de chegar _Eu sei, você precisa voltar. _ele fez que sim, então se virou, e deu alguns passos até as árvores. E então voltou. _O quê? Esqueceu alguma coisa?

O cervo inclinou-se novamente e, sem aviso prévio, lambeu-lhe a bochecha. Lílian levou a mão ao rosto surpresa, enquanto ele voltava galopando por onde tinha vindo. Lílian começou a rir e, ainda rindo, deitou-se na grama, olhando o céu estrelado.

Thiago demorou a voltar. Ela não sabia precisar quanto tempo, exatamente, havia se passado. Mas seu estômago embrulhava só de pensar na possibilidade de algum deles ter se machucado.

Era estranho. A Lily de alguns meses atrás diria que isso era responsabilidade deles, um problema fruto de suas imprudências. Mas, naquele momento, ela só conseguia pensar que era culpa dela. Que se ela não tivesse dado ouvidos a Snape, Thiago, Sírius e Remo não precisariam estar brigando agora.

Ela não se perdoaria se alguma coisa acontecesse a eles.

Ela já começava a pensar na possibilidade de ir atrás deles, quando ouviu o farfalhar de folhas entre as árvores. Thiago, já em sua forma humana, surgiu entre as folhagens caminhando a passos lentos e pesados. Sem dizer nada, ele foi até ela e largou-se deitado na grama ao seu lado.

Seu aspecto era horrível. Suas roupas estavam sujas, amassadas e rasgadas e vários cortes podiam ser vistos em seu rosto e em seus braços.

_Dói muito? _ela perguntou, sentada ao seu lado, olhando-o de cima. Ele sentou-se também.

_Só quando eu respiro. _ele sorriu, o sorriso cretino e atrevido que ela odiava tanto.

Ou talvez não odiasse.

_Acha que isso é perigoso? _ela perguntou, preocupada _Quero dizer, efeitos colaterais, efeitos retardados?

_Não... _ele franziu o nariz _Isso é normal, já aconteceu outras vezes. _ele a viu arregalar os olhos _Tudo bem, Líl, é só quando ele perde o controle. Não acontece sempre, mas, tente entender, ele sentiu o cheiro de vocês e queria segui-los. Por isso tive que traze-la para tão longe.

_E eu preocupada com efeitos retardados. _ela bufou _O único retardado aqui é você.

_O único retardado aqui, ao meu ver _ele retrucou áspero _é aquele seu amiguinho nojento que a levou até lá e depois saiu correndo, deixando-a sozinha.

_Bom, _ela deu de ombros _concordo que não foi muito nobre.

_Não foi muito nobre? _ele repetiu, indignado –Você só pode estar brincando. _e deitou-se novamente na grama.

_Mas já que você está assim tão bem de saúde para ofendê-lo, Potter, _ela colocou as duas mãos na cintura _acho que está bem o suficiente para ouvir o que merece pelo que acabou de fazer.

_Eu tenho opções? _ele perguntou, sem se afetar.

_Não. Você tem idéias do número de regras que você quebrou em uma noite só? Tem idéia do risco que vocês correram hoje? Vocês podiam ter ficado seriamente machucados. Podiam ter morrido! _Thiago revirou os olhos, mas ela não viu _E pior, vocês não fizeram isso pela primeira vez hoje. Vocês fazem isso sempre! Eu sei que fazem. Já passou pela sua cabeça, algum dia, que em uma dessas aventuras idiotas, ele podia ter escapado de vocês e mordido alguém? Mordido um inocente! E tem mais, vocês são animagos ilegais! Ilegais, Potter! Vocês podiam ser presos! Existe um motivo para o Ministério controlar os animagos, sabia? É super perigoso se transformar em um.animago. Vocês podiam acabar sendo metade animal, metade humano. E sem conseguir voltar. Ou pior, vocês podiam ser presos!

Thiago sentou-se repentinamente e ajoelhou-se a frente dela. _Tudo bem, Lily, não sou nenhum idiota, sei de tudo isso. _ela abriu a boca para protestar, mas ele continuou _Não, agora você vai ouvir. Você sabe o que é ser um lobisomem? Você sabe como é ruim para ele? Como é perder totalmente suas faculdades mentais? Transformar-se em um ser do qual você se envergonha, uma vez por mês? Ser capaz das atrocidades mais horríveis que você imaginar e ainda ter que passar por tudo isso sozinho? _ele sibilou, com os olhos estreitos _Acha mesmo que eu ia deixar meu amigo passar por tudo isso sozinho?

Os dois ficaram mudos por alguns momentos, encarando um ao outro. Então Lily quebrou o silêncio:

_Acabou? _ela perguntou, empinando o rosto.

_Acabei. Você não? _ele arqueou as sobrancelhas.

_Não.

_Então fala. _ele retrucou com um tom entediado.

_Obrigada. _ela murmurou, suavizando a expressão e inclinando o rosto _Você salvou minha vida.

Thiago afastou o rosto, surpreso, tentando ver algum traço de ironia naquilo. Não encontrou, então se aproximou novamente. _Sabe de uma coisa? _ele perguntou e ela fez “hm” indicando que estava ouvindo _Não acho que você me odeie tanto assim.

Lílian ergueu os olhos. _Não acho que você esteja errado. _ela respondeu, com o rosto sério e tranqüilo.

Eles caíram novamente em um silêncio cúmplice.

_Está com sono? _ele perguntou, sentando-se novamente ao lado dela e encarando o horizonte.

_Por quê? _ela virou-se para olhá-lo.

_Só os bobos respondem uma pergunta com outra pergunta. _ele retrucou com o sorriso miserável novamente _Está com sono, ou não está.

_Não, não estou. _ela bufou.

_O sol vai nascer daqui a pouco. _ele respondeu esticando as pernas e apoiando-se nos cotovelos _E daqui a gente tem uma vista perfeita do nascer do sol.

_Acho que eu deveria estar na cama quando o sol nascer.

_Acho que você deveria esquecer as regras, pelo menos hoje. A noite de hoje não lhe mostrou nada?

_Não. _ela respondeu dando de ombros.

_Cega.

_Louco. _ela resmungou e estivou as pernas, também, na grama _Chega mais para lá. _ela empurrou seu braço e acomodou-se confortavelmente em seu ombro.

Thiago riu. _Folgada.

_Cretino.

E foi novamente em um silêncio cúmplice e confortável que eles assistiram o sol se erguer.
***

Sírius foi tomar café da manhã no dia seguinte profundamente irritadíssimo e tinha muitos motivos para isso. Primeiro porque estava cansado e com sono e isso, somente, já era motivo o bastante para deixá-lo de péssimo humor. Segundo porque tinha perdido uma excelente chance de deixar Remo Lupin estraçalhar aos pedacinhos Severo Snape.

É claro que ele nunca, jamais deixaria isso acontecer de verdade. Mas cada vez que ele evitasse, ficaria com um humor mais negro que a noite.

Terceiro porque Thiago não terminara a noite no dormitório. Onde, diabos, ele havia se enviado. Então eles brigavam, acabavam estropiados, e ele sumia junto com a monitora ruiva? Muito bem, Thiago Potter.

E quarto, e certamente o mais agravante, Bela, imperturbável na mesa da sonserina. Arrogante e soberana, como sempre, como se nada tivesse acontecido. Ou pior, como se tivesse acontecido, sim, mas ela não ligasse minimamente.

Foi com grande pesar que Severo viu Lílian e Thiago chegarem juntos para o café da manhã. Não dormira um segundo sequer durante a noite. Não conseguia se perdoar pelo que tinha feito.

Mas ele jurava que ela viria atrás dele. Afinal, que raio de pessoa fica parada, assistindo a uma briga de um lobisomem e de um canzarrão daquele tamanho?

Bom, Lílian, pelo visto ficava. Somente quando chegou às portas do castelo olhou para trás e se deu conta de que ela não estava com ele. Ainda tentou voltar para procurá-la, mas ela já tinha sumido de vista. Tudo o que ele podia ver, era um espetáculo de garras e mandíbulas, de um lobo enorme, um cachorro enorme e um cervo enorme.

O que ele podia fazer? Correu de volta ao castelo.

Mas isso não o impediu de passar a noite inteira se perguntando o que tinha acontecido com ela. Se acontecesse alguma coisa, qualquer coisa, com Lílian, ele não se perdoaria nunca. Nunquinha.

Mas pelo visto ela estava muitíssimo bem, obrigada. Acompanhou-a com o olhar, enquanto ela e Thiago caminhavam juntos até a mesa da Grifinória e sentavam-se, lado a lado. Viu quando Thiago fez alguma piada (certamente idiota) com a expressão zangada de Sírius Black, fazendo Lílian rir e Sírius fechar ainda mais a cara para ela. Viu quando ela percebeu e baixou o rosto, constrangida.

Naquele momento, ele quis ser Thiago Potter.

A semana passou lentamente. A primeira partida de Quadribol da temporada aproximava-se e Thiago ia ficando cada vez mais agitado. Sírius voltava ao seu ânimo normal, conforme as massas femininas da escola alvoroçavam-se com a proximidade da partida. Sírius era o único garoto da escola que não era jogador e que se beneficiava com o assédio ocasionado pelos jogos. Aparentemente, as alunas aproveitavam-se da desculpa para aproximar-se dele.

Lílian estava achando tudo isso um saco. Não podia atravessar um corredor que fosse com Thiago Potter, sem ser seguida por uma ou duas alunas com saias amarradas acima da cintura para ficarem mais curtas dando risadinhas imbecis.

Chegou a comentar isso com Thiago. Mas ele meramente achou isso muito engraçado.

No final de semana, Remo voltou ao convívio da escola. Parecia abatido e cansado, mas os Marotos o receberam com todos os tipos de agrados que poderiam passar pela cabeça de qualquer aluno. Doces, comprados na dedosdemel com o auxílio muito útil do mapa do maroto. Resumos de todas as aulas que tiveram enquanto ele estava fora para auxiliar seu estudo. Planos dos mais variados sobre qual seria a próxima aventura deles.

Lílian assistia àquilo enternecida. Era a primeira vez que ela conseguia enxergar uma atitude nobre por trás de alguma brincadeira sem graça dos marotos. Pela primeira vez ela via um motivo para se fazer aquilo.

Remo sentou-se ao seu lado no café da manhã do dia seguinte, parecendo constrangido.

_Lílian, Thiago me contou o que aconteceu e... _ele encarou o próprio prato por um segundo _Eu queria dizer que sinto muito. _ele completou erguendo os olhos novamente para ela.

_Tudo bem. _ela sorriu para ele _Você não queria realmente nos atacar.

Remo deu um sorriso amargurado. _Não, eu queria. Sob a forma de lobisomem, Lílian, eu estava morrendo de vontade de atacar vocês, eu sei disso.

_Eu entendo, Remo, mas aquele não era você. _ela retrucou _Eu entendo o que você passa. Se tivesse acontecido alguma coisa, seria culpa minha e não sua.

_Ainda bem que Thiago e Sírius estavam lá. _ele olhou para o outro lado da mesa, onde Thiago e Sírius eram bajulados por um grupo de calouras, e Thiago contava novamente a história de Smurf. A essa altura do campeonato ele já contara tantas vezes a história que Lílian não se surpreenderia se a própria Minerva já soubesse do ocorrido.

Lílian olhou para ele também. Remo acompanhou seu olhar e viu que ela encarava o apanhador.

_Está imaginando que tipo de pessoa faz o que ele fez por uma simples noite de aventuras? _ele perguntou, conhecendo a monitora,

_Não. _ela respondeu apoiando o rosto em uma mão _Estou imaginando que tipo de pessoa faz isso por um amigo.

Remo sorriu. Ela tinha razão. Ele tinha amigos que nada, no mundo, poderia pagar.

No entanto, se os Marotos mostraram-se felizes pelo seu retorno, nem chegava perto da reação de Tonks quando o viu. Assim que ele terminou seu café e rumou para a biblioteca para colocar seus deveres em dia, Tonks largou a pilha de torradas que estava comendo pela metade e correu pelo salão atrás dele.

Alcançou-o às portas da biblioteca. _Lupin! _ela gritou e ele parou na porta, virando-se para ela.

_Tonks. _ele sorriu, parecendo sinceramente feliz de vê-la.

Tonks parou um momento para recuperar o ar. Aproveitou a oportunidade para pensar no que dizer.

Sua cabeça não lhe disse nada. Então ouviu o coração:

_Senti sua falta. _ela murmurou, por fim, sem saber como aquilo soava.

Remo não pareceu levar para o sentido romântico da frase. Abriu a porta da biblioteca para ela, deixou que ela passasse na frente e entrou logo após.

_Eu também, acredita? _Não, ela não acreditava. Pelo menos não do mesmo jeito que ela _E então, espero que você não tenha deixado de estudar e de se esforçar porque eu não estava aqui.

_Bom... _sim, ela tinha _Na verdade, não estudei muito. _ela respondeu, sendo sincera _Mas, Lupin, eu fiquei preocupada. _ela acrescentou com um tom urgente _Meu primo me disse que sua mãe tinha adoecido e bom... _ela corou, violentamente, enquanto abaixava-se para pegar sua mochila, tirando algo de dentro dela _Eu fiz isso aqui, para ela.

Remo ergueu o pacote de bonbons caseiros com o coração apertado. Na frente, em um cartão amarelo berrante, lia-se um “Melhoras, Sra Lupin” em uma letra infantil e arredondada.

_Acha que ela vai gostar? _ela perguntou ansiosa.

Remo encarou-a por alguns segundos, com os lábios contraídos. Não sabia o que dizer. Nunca conhecera uma pessoa tão generosa e pura como ela. Ele colocou o pacote sobre seus livros e estendeu o braço para ela.

_Você é uma garota maravilhosa, Tonks. _ele murmurou, bagunçando seus cabelos.

Ela corou ainda mais, desejando interiormente que aquilo pudesse significar mais do que realmente significava.

***
_Minha prima fez chocolates para você?

_Sua prima fez chocolates para minha mãe doente. _Remo retrucou para um Sírius possessivo, revirando os olhos.

_Você não tem uma mãe doente.

_Mas sua prima não sabe. _ele respondeu, naturalmente _Quer contar a ela?

Sírius fechou a cara, o que não combinava minimamente com a atmosfera alegre no ar.

O grande dia do primeiro jogo de Quadribol da temporada chegara. Era um dia frio, mas o sol brilhava palidamente em um céu limpo e sem nuvens. A escola promovera uma festa de abertura oficial para os jogos. Todos os jogadores, de todas as casas, estavam uniformizados, espalhados pelo gramado, sendo paparicado por seus fãs e por uma horda de alunas assanhadas. As casas tinham barracas com doces, salgados e bebidas, a disposição de seus alunos. Alguns jogos e brincadeiras foram armados ao redor do castelo, como o “derrube seu amigo na água, acertando no alvo com um tiro de sua varinha”.

Esse era, no entanto, o único lugar onde as varinhas mágicas estavam funcionando. Conhecendo suficientemente bem os alunos que abrigava sob o teto do castelo, Dumbledore isolara o campo com um feitiço, impedindo qualquer um deles de usar magia durante o evento.

Mas quem falou que Os Marotos precisavam de magia para arrumar encrenca.

_Aqui. _Pedro e Thiago aproximavam-se do canto mais afastado da festa, onde Sírius e Remo aguardavam sozinhos, carregando uma braçada de fogos filibusteiros. Pedro despejou tudo no espaço vazio entre os dois enquanto explicava porque tinham demorado _Encontramos o Pirraça perto da saída da bruxa Corcunda.

_Tivemos que ir buscar a capa. _Thiago acrescentou, despejando também as caixas que carregava e segurando com os dentes o sorvete que tomava.

_Tem certeza que vai fazer isso? _Sírius perguntou com um sorriso de deboche _A Lilizinha querida não vai ficar brava?

_Não sei por que você implica tanto com ela. _Thiago respondeu, tranquilamente, sentando-se ao lado dos dois e mordendo o sorvete.

_Eu também não. _Remo completou, tirando o sorvete das mãos de Thiago e mordendo um pedaço. _Acho que ela é uma garota legal.

_Eu não acho. _Pedro discordou, estalando os dedos de um modo nervoso _Tem alguma coisa nela que vai acabar com você, Thiago. Eu sei que tem.

_E não é que eu implique com ela. _Sírius respondeu _Eu só acho que ela é certinha demais. Ela não combina com você.

_Pois eu acho que nascemos um para o outro, se quer mesmo saber. _Thiago retrucou, com um ótimo humor _Além disso, não acho que ela vá se importar com os fogos. Nós não estamos fazendo mal a ninguém. Só estamos deixando a festa mais divertida. Há algum mal nisso?

_Se você diz... _Sírius concluiu, pondo-se de joelhos no chão e começando a abrir as caixas _Vamos logo com isso. Eu nem batizei os sucos com cerveja ainda.

Pedro tirou uma garrafa de água da mochila e ajoelhou-se ao lado do amigo. Thiago e Sírius enfileiraram os fogos de acordo com os efeitos ao longo da grama. Remo vigiava por cima das cabeças dos amigos, garantindo que ninguém se aproximaria.

Então, Pedro jogou água na fileira formada e os fogos começaram a estalar.

_Hora de correr. _Pedro anunciou e saiu correndo primeiro que os outros.

Remo e Sírius o seguiram e Thiago foi logo atrás deles. Já estavam longe o bastante para não serem atingidos quando os fogos começaram a subir, fazendo um festival de cores exuberantes no céu e uma série de explosões ensurdecedoras.

_É isso aí! _Thiago bateu nas mãos dos amigos, enquanto uma chuva de faíscas coloridas despencava do céu e as pessoas paravam tudo o que estavam fazendo para apreciarem o espetáculo, admiradas.

***

Belatriz estava sentada no alto da arquibancada e viu cada detalhe do que Sírius aprontava. Festas bobas. Porque ela iria querer ficar babando o ovo de uma porção de jogadores idiotas vestidos de verdes se eles sequer ganhavam jogos para a sonserina. Ela já nem lembrava há quantos anos a sonserina não era campeã. Achava que seis, talvez cinco.

Quem se importava? Ela nem gostava de quadribol mesmo.

Então, no lugar disso, ela preferira se alienar da festa, sentando-se sozinha e assistindo ao mais recente plano delinqüente de Sírius Black e seus amigos. Bom, ao menos esse parecia bem inocente. Que mal alguns fogos podiam fazer?

Talvez eles estivessem perdendo o jeito...

Mas assim que os fogos começaram a estalar e a multidão de alunos começou a se dar conta do que estava acontecendo, ela percebeu que o intuito de Black nem era realmente um show pirotécnico. Ele queria chamar atenção. Claro, ele estava frustrado pela dispensa de Bella e queria o máximo de atenção que conseguisse.

Bom, não que ele precisasse de fogos para isso, claro. Bella tinha certeza de que se ele tirasse a camisa o efeito seria até melhor.

Mas talvez ele estivesse com frio. Por que pegar gripe tirando a camisa no frio se ele podia acender meia dúzia de caixas de fogos filibusteiros, que pegam fogo quando molhados, e deixar que eles fizessem todo o trabalho por ele.

Garoto esperto.

Bella viu quando o que ela chamava de planos do Sírius Black começaram a fazer efeito. Viu quanto Betsie, uma artilheira loira da corvinal aproximou-se dele, cheia de segundas, terceiras e quartas intenções e teve certeza de que ela estava usando os fogos para puxar assunto com ele.

Ele nem era jogador, como mais ela puxaria assunto com ele, se não fosse dessa forma.

Viu os sorrisos cretinos de Sírius para ela. Viu a garota jogando os cabelos loiros sedosos para um lado e para o outro, enquanto ria de uma bobagem qualquer que ele deveria ter dito.

Mas era mesmo o que lhe faltava. Ela não podia nem fazer de conta que não gostava dele, que ele ia correndo se agarrar ao primeiro rabo de sair que passasse debaixo de seu nariz.

Estalando de fúria, Bella desceu os andares da arquibancada batendo com força os saltos que usava no chão de madeira. Atravessou o gramado, deixando pequenos furos na terra, onde seu salto batia. Sírius e Betsie estavam encostados a uma das barracas de bebidas e ele estendia um copo de uma bebida que parecia muito ter sido batizada para a menina.

_Se eu fosse você, não bebia. _ela murmurou com o tom mais doce que tinha _Já tomei um boa-noite Cinderela assim.

Sírius riu, com cinismo. _Foram circunstâncias diferentes, Bella. Você queria escapar da mansão Black, durante as férias para ir a uma festa de góticos, quase nos quintos dos infernos. O que mais eu poderia fazer? _Betsie sorriu constrangida, sem saber o que dizer. Sírius estendeu o copo a Bella _Mas este aqui está limpo. Quer?

Bella cruzou os braços com uma expressão zangada por um segundo, enquanto Sírius a encarava com a expressão mais cafajeste de todas. Então ela sorriu e estendeu a mão. _Quero. _ela pegou o copo.

E virou-o na cabeça dele.

_Opa. _ela sorriu novamente, com deboche, enquanto Betsie dava alguns passos para trás e Sírius encarava, sem reação a própria roupa encharcada _Caiu.

_Mas olha só. _Sírius comentou com leveza, ainda olhando para a própria roupa _Assim eu vou acabar gripado. _e tirou a camisa, provando a Bella que ela não estava errada. Aquilo fazia mesmo mais efeito do que os fogos. Várias cabeças femininas viraram-se para olhar, com expressões cobiçosas, enquanto os músculos de Sírius apareciam por baixo de sua camisa. Quando ele terminou de tira-la, sacudiu o cabelo para longe dos olhos e todos os pares de olhos femininos ao redor estavam concentrados na pele esticada sobre as dobrinhas e quadradinhos de sua barriga, em seus ombros largos e em seus braços fortes. _Agora vou ficar todo grudento. Acho que preciso de um banho. _E, sem aviso prévio, avançou até Bella e ergueu-a pela cintura.

_Black! Black, o que acha que está fazendo? Me ponha no chão agora! _ela berrou enquanto ele a jogava sem muita delicadeza sobre um dos ombros.

_De jeito nenhum. Acho que eu deveria agradecer a cortesia que você acabou de fazer e deixar-lhe toda encharcada também. O que acha disso? Vai dizer que não está morrendo de vontade de tomar banho comigo? _ele perguntou com ironia.

_Não! _ela berrou e começou a acertar com socos todas as partes das costas dele que ela conseguia alcançar. Uma multidão de alunos começou a se aglomerar ao redor deles, mas nenhum parecia com muita vontade de parar Sírius Black _Não estou! Socorro! Amor, socorro!

_Amor? _ele perguntou com uma careta _Que nojo, Bella. Prefiro os apelidos que você inventa para mim. Ele atende quando você o chama assim? _Sírius chegou até a beirada do lago, mas não parou. Avançou até a água, geladíssima, chegar aos seus joelhos. Foi como se mil facas o perfurassem.

_Sírius, não! _Bella começou a berrar, enquanto ele tentava tira-la de seu ombro e joga-la na água _Não faça isso, eu estava brincando! _ela gritou, desesperada, tentando se segurar, infrutiferamente ao seu pescoço, bem longe da água.

_Ah, é Sírius agora? _ele perguntou _Até agora era Black. Mas sinto muito, vai tomar banho sim, que tipo de porquinha é você que não quer tomar banho. _e com um último puxão, atirou-a com tudo na água, fazendo um barulho enorme e molhando algumas pessoas ao redor _Viu, é bom?

Bella ergueu-se da água com uma expressão indignada. Seus cabelos negros estavam grudados ao redor do rosto e sua camisa branca tornara-se transparente.

_Estou congelando! _ela esganiçou, avançando contra ele _Seu desgraçado, você vai se arrepender por isso!

_Foi você quem começou. _ele retrucou, abrindo os braços _Eu estava quietinho, conversando ali com a minha nova amiguinha e você veio toda louca, me jogando bebidas.

_Você é um canalha! _ela gritou, batendo em seu peito nu com ferocidade _Eu estava tentando salva-la.

_Para mim, _ele segurou os dois punhos da garota no ar _você estava tentando salvar a si mesma.

A multidão ao redor assistia concentrada e abismada, mas eles nem pareciam notar. Não até uma voz que Bella conhecia muito bem surgir no meio dela.

_Bella! _Rodolfo surgiu, abrindo caminho no meio da multidão _Bella, o que é que está acontecendo aqui?

Belatriz puxou os punhos que Sírius segurava e começou a caminhar até a margem.

_Olha só para você, está ensopada. _Ele tirou o casaco e usava e jogou sobre os ombros dela _Vem cá. _ajudou-a a sair da água e depois se virou para Sírius _O que você estava fazendo com a minha noiva?

_Noiva? _Sírius riu, com escárnio _Eu vou perdoar você pelo erro, Lestrange, porque talvez você não saiba. Mas Belatriz não pode ser noiva de ninguém. Ela é minha.

Bella estreitou os olhos para ele. _Mas como você é pretensioso. _e puxou Rodolfo _Vamos, ele está sendo ridículo.

_Pode falar, Bella. _Sírius começou a caminhar até a margem também _Mas não fui eu quem saiu correndo atrás de você, louquinho de ciúme, jogando suco na sua cara. _Bella não deu atenção e continuou caminhando _Ela pode até estar com você fisicamente, cara. Mas o coração dela é meu. Você pode conseguir compra-la com suas promessas de poder e sei lá mais o que você diz a ela, mas o coração dela, não. Isso não.

Bella sentiu quando o braço de Rodolfo saiu de seus ombros, mas não teve tempo de impedir. Quando deu por si, ele já tinha se virado novamente e avançado contra Sírius. O soco que ele desferiu acertou o maroto do lado direito do rosto e os dois caíram novamente na água.

Sírius levantou-se, esfregando o maxilar. Bella gritou. Rodolfo levantou-se também.

Ele acabara de acertar Sírius Black! Ah... Mas isso não ia ficar assim.

***

Assim que ouviu a primeira explosão no ar, antes mesmo de ver o clarão de luzes que enchia o céu, Lílian soube exatamente de onde vinha aquilo.

_Potter. _ela murmurou para si mesma, girando no mesmo lugar e tentando localizar o amigo encrenqueiro. Conseguiu encontra-lo não muito longe dali, encostado a uma árvore encarando o céu.

_Thiago! _ela marchou até ele. Thiago desviou os olhos do show de luzes e encarou-a. Ele ostentava um sorriso divertido e luminoso.

_Lílian. Olha! _ele apontou para os fogos _Não foi uma ótima idéia que tiveram?

_Thiago Potter, _ela estreitou os olhos _não me venha com essa de que isso foi coisa dos professores porque eu fiz parte da comissão de organização e isso não estava nos nossos planos.

Thiago abriu os braços. _Surpresa!

Lílian deu um suspiro cansado e passou as mãos pelo rosto. _Ah, Thiago, o que eu faço com você? Se Dumbledore achasse que era seguro soltar fogos no meio do festival, ele mesmo teria feito isso.

_Bom, ninguém se machucou, certo? _ele insistiu _Só porque Dumbledore não teve essa idéia antes, não quer dizer que não seja uma boa idéia. _e piscou.

_Thiago, você precisa começar a pensar mais nas pessoas ao seu redor antes de fazer as coisas. E se de repente algum desses fogos atingisse alguém e... _Mas Thiago na estava mais prestando atenção. Nesse exato momento, ele escutou o barulho de dois corpos batendo na água e a gritaria ensurdecedora dos alunos ao redor do lago. Ele desviou o olhar e viu que Sírius e Rodolfo Lestrange estavam praticamente se digladiando dentro da água.

_Caramba, o Sírius está brigando! _ele exclamou, apontando para o lugar onde Rodolfo estava sendo miseravelmente massacrado. Lílian virou-se para olhar.

_E você acha que isso é mais importante do que o que eu estou falando? _ela perguntou, estreitando os olhos e virando-se novamente para ele. Thiago não desviou a atenção da briga e viu quando Lucius Malfoy pulou na água para ajudar o amigo.

_Ah, mas isso é muita covardia! _ele resmungou, com os olhos apertados e uma expressão furiosa, e, passando por Lílian, começou a correr até o lago.

_Thiago! _Lílian berrou, mas ele não se virou _Thiago Potter, não me deixe falando sozinha! _e correu atrás dele.

Lucius Malfoy não soube dizer de onde veio o soco que o atingiu no estômago. Em um instante ele estava tentando segurar o um metro e oitenta de músculos de Sírius Black e, no momento seguinte, estava sentado na água gelada.

Thiago pulou feito um raio na água. Sua blusa estava dobrada até o cotovelo e suas calças encharcadas até os joelhos. Mas ele não ligava. Não ligava nem para o motivo de Sírius estar brigando. Se o motivo fosse ruim, depois ele mesmo brigaria com o amigo, mas naquele momento Sírius precisava dele, então ele o ajudaria.

Para isso serviam os amigos.

_Potter! _Lílian gritou da margem _Você me prometeu que ia ter juízo! _ela protestou, batendo o pé na grama _Brigar no lago não é o que eu chamo de ter juízo. _ele levou um soco e caiu na água. –SAIA DAÍ AGORA!

O cenário era caótico. Lílian gritava de um lado. Bella do outro. Pedro gritava para Sírius bater de esquerda, porque ele era canhoto e a esquerda batia mais forte. Remo pulara na água e tentava manter, sozinho, as duas duplas afastadas uma da outra. Já levara uma boa quantidade de socos dos dois lados dessa forma. E quando todos os alunos começaram a se aglomerar para ver o que estava acontecendo e não sobrou mais ninguém nas barraquinhas, os professores surgiram para verificar qual era o problema.

_CHEGA! _Minerva McGonagal gritou, às margens do lado, assim que conseguiu passar pela multidão e visualizar quem eram os encrenqueiros _Mas será possível que vocês sempre arrumam um jeito de se meterem em encrencas?! _Thiago, Sírius, Remo, Lucius e Rodolfo afastaram-se uns dos outros. Suas sobrancelhas tinham cortes, seus olhos estavam vermelhos e inchados e as roupas pingavam água _Lupin, Potter e Black. _ela murmurou encarando os três rostos culpados _Por que será que eu não estou surpresa? Saiam daí agora e se sequem. Conversaremos depois do jogo.

Rodolfo e Lucius saíram para um lado e Sírius e Remo para o outro. Somente Thiago ficou na água. Ele preferia encarar milhões de vezes as broncas de Minerva do que o olhar de desprezo que Lílian lhe dirigia agora.

Seus braços estavam cruzados, seus olhos pareciam fendas e ela balançava a cabeça de um lado para o outro, decepcionada.

_Lily, eu... _ele murmurou, quebrando o silêncio. Mas ela não lhe deu ouvidos. Virou-se e saiu correndo pelo gramado. _Lílian, espera. _ele saiu do lago e correu atrás dela.

Suas roupas estavam pesadas e por isso ele só a alcançou-a no saguão de entrada. _Lílian, por favor. _ele pediu, segurando seu braço e virando-a.

_Você está molhando minha roupa. _ela resmungou com um olhar glacial. Thiago soltou-a _Que infantilidade, Potter. _ela estreitou os olhos novamente _Brigando, na frente de todo mundo...

_Eram dois contra um, Lílian. Eu não podia deixar que eles batessem no Sírius.

_Chamasse um professor! _ela berrou _Será que isso passou pela sua cabeça?

_O que você quer de mim, Lílian?! _ele berrou de volta _Eu estou me esforçando, mas eu não posso ser uma pessoa diferente.

_Eu não quero nada de você! _ela retrucou _Eu quero, ao meu lado, uma pessoa madura, Potter, adulta. Eu quero um homem, não um adolescente que pensa que é muito especial só porque todos o idolatram.

_Espera, espera... _ele sacudiu a cabeça, e ergueu os braços _Está dizendo que... Que existe a possibilidade de... De nós dois...

_Não. _ela cortou-o _Eu achava que você fosse essa pessoa que eu procuro, mas você não é. _e começou a subir as escadas.

Ele puxou-a novamente _Lílian eu não queria ser escolhido porque você está procurando um namorado e por acaso eu respondia os requisitos. Eu quero que você goste de mim. _e colocou as duas mãos sobre o peito _De mim mesmo, do jeito que eu sou.

_Mas eu preciso que você tenha atitudes maduras, Potter! _ela gritou _Que você não pense somente em brigar, em aparecer, em ganhar no quadribol!

_Você não mudou em nada sua opinião sobre mim? _ele perguntou indignado _Esse tempo todo que passamos juntos e você ainda pensa isso de mim?

Lílian sentiu algumas lágrimas vindo aos olhos, mas não sabia explicar porque elas estavam ali. _É. E eu não quero mais passar nem um minuto com você.

Thiago deu um suspiro cansado. _Meu jogo contra a sonserina vai começar. Você não vai nem assistir?

Lílian estremeceu de fúria. Quadribol, quadribol. Tudo que ele tinha na cabeça era quadribol. _Não! _ela fez um bico emburrado _Tomara que você caia da vassoura.

_Isso não vai acontecer, Lílian Potter, _ele deu um sorriso cínico _porque eu sou o melhor jogador da escola. Eu não vou simplesmente cair da vassoura.

_Enquanto você não engolir esse seu maldito ego, você não vai crescer. Você ama demais a si mesmo, é esse seu problema. _e voltou a subir.

_Não! Eu amo demais você! _ele berrou para cima _Esse é meu problema, se você quer saber!

Ela virou-se no alto da escadaria e pôs a mão na cintura. _Então perde o jogo.

_O quê? _ele perguntou, franzindo a testa.

_Isso mesmo. Acho que um pouquinho de humildade lhe cairia muito bem, se você quer saber. Se você me ama mais do que ama a si mesmo, você pode fazer isso.

Thiago apertou os olhos _Você só pode estar brincando.

_Nunca falei tão sério. _ela empinou o rosto.

Eles encararam-se por alguns segundos. Então Thiago virou-se e foi em direção à porta. _Ótimo, farei isso! _ele gritou, furioso.

_Ótimo! _Lílian gritou de volta, mas Thiago não ouviu, pois já saíra, batendo a porta.






Nassss:

Jack, essa eu q naum entendi... pq Tarso? Qm eh Tarso, amiga?
rsrsrs.... Bom, passou msm pela minha cabeça que naum dava pra identificar qm era qm... Mas a primeira, a morena tipo mulher fatal, eh a Bella. A segunda, bonitinha e novinha, a Tonks. A ruiva eh a Lily. Os homens, o Harry eh o Thiago. O lindo, maravilhoso (Chad Michael Murray) eh o Remo (com o auxílio de mta imaginação claro) e o lindo maravilhoso 2 (Tom Cruise) Sírius Black.
E são seis faces.
Pq sabe com eh... Mania com faces....... Quatro faces.... Face oculta.... Por aí vai
rsrsrsrsrsrs
Hauhauhauhauhauhauha. Aposto q vc deve tah achando a Lily mais tonta ainda agora neh? Por ela ter pedido para ele perder o jogo... Bom, mas ela vai se arrepender por isso ;) rsrsrsrsrs
Que legal, fico super contente por vc estar gostando msm naum sendo HH, rsrsrsrsrs
Bjjssssss amiga!!!! Teh maisssss

Gente, falaí
Quadrado rola?
Não.
E um coment?

Vai gente, coment rola. Comenta aí vaaaaiii!!!!!!!!
Bjsssss
teh maisssssss

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