Capítulo 1



1) Capítulo 1


***

- Entre. – ele permitiu que adentrasse no apartamento. Tinha um copo de uísque de fogo nas mãos, e assim que chegou à sala, Hermione viu que a garrafa estava quase vazia.

- Como você está, Harry?

- Como você acha que uma pessoa que foi duplamente traída estaria? – ele revirou os olhos, irritado. Não que a culpa fosse dela por ter descoberto que Rony fugira com sua namorada, mas não conseguiu evitar a grosseria – E ele ainda teve a coragem de deixa um bilhete dizendo “Estamos quites”. Aquele Rony idiota! Como se eu fosse capaz de fazer algo assim! Eu jamais roubaria a namorada de um amigo!

- Eu sei. – ela deu um pequeno sorriso – E o Rony também sabe.

- Se sabe, então, ele deve ser louco para deixar um bilhete assim. – o moreno bufou de raiva. A verdade é que não estava zangado por Julie ter sido “roubada”, mas sim por Rony ter fugido daquele jeito. Se ele dissesse que estava gostando dela, talvez, as coisas tivessem sido diferente. Harry sentiu-se um pouco mal por pensar aquilo.

- Rony sabe que você jamais roubaria uma namorada dele conscientemente. – ele ergueu a sobrancelha, confuso.

- Olha, Mione... Melhor você me deixar sozinho. – ela concordou com um aceno, mas não sem antes se aproximar e tomar o copo das mãos dele.

- Certo.Creio que você já bebeu o suficiente.

- Mas eu acabei de... – ela já estava com o copo nas mãos, mas continuou parada em frente ao amigo. Harry a olhou nos olhos, então, para sua boca. Estavam tão perto, e ela parecia tão vulnerável naquele momento que ele acabou beijando-a. Hermione, entretanto, interrompeu o beijo.

- Não é num momento assim que eu gostaria que me beijasse, Harry. – ela suspirou, ainda bem próximo dele – Como eu sei que você esquecerá tudo quando o efeito do álcool passar, eu vou te contar uma coisa... – sorriu levemente – Eu te amo tanto que até me contento em ser apenas sua amiga só para permanecer sempre ao seu lado. Você não sabe o quanto eu estou sendo forte agora e resistindo a uma chance assim, a qual eu sei que jamais terei novamente. Porém, eu também sei que seria pior estar com você desse jeito quando não é verdadeira a sua vontade.

- Hermione... – ele piscou, chocado com o que ouvira. Ela apenas o beijou levemente na bochecha, largou o copo sobre a mesinha de centro e caminhou até a porta.

- Agora você entendeu o que o Rony quis dizer? – ela o deixou sozinho, como ele havia pedido. Hermione só não sabia que aquele era o primeiro copo que Harry estava tomando e ele mal tomara o primeiro gole.

***

- Hermione! – ela parou ao ouvir seu nome, e se virou sorrindo.

- Olá, James. – o garotinho parecia emburrado. Não deveria ter mais de dez anos. – Algum problema?

- É verdade que você está indo embora? – ela o olhou atentamente, e então pegou sua mão e sentou num banco no corredor. Alguns médicos passavam rapidamente por eles.

- Sim.

- Por quê? Você não gosta mais de mim?

- Oh, querido. – apertou levemente o nariz dele e sorriu – É claro que eu ainda gosto de você.

- Então por que está indo embora?

- Você lembra quando chegou aqui? – James acenou em silêncio. Deveria ter pouco mais de um mês.

O mundo estava em guerra. Uma guerra que ele não conseguia compreender bem. Seus pais morreram durante uma batalha, acidentalmente, e ele chegou quase sem vida aquele hospital. Há quase três anos as coisas haviam mudado, e de repente, o mundo mágico que ele só conhecia nos filmes e livros mostrou-se sendo uma realidade. E a guerra envolvia principalmente esse mundo novo.

Bruxos. James nunca pensou que eles pudessem realmente usar varinhas e voar em vassouras. Essa nova perspectiva seria incrível se não viesse junto à destruição que antigamente só atingia as grandes metrópoles. Agora, a guerra que antes era contida começava a avançar para as pequenas cidades. E seus pais haviam morrido enquanto passeavam pelas redondezas como sempre faziam aos domingos.

- Sim. Eu estava muito ferido, e você cuidou de mim.

- A guerra tem avançado muito e se já tem feridos por aqui, quantos não devem haver em Londres?

- Eu ouvi dizer que lá é muito triste e feio, Hermione. – tentou persuadi-la.

- Por isso mesmo, as pessoas lá devem estar sofrendo ainda mais. Você não acha que assim como eu fui capaz de te ajudar, eu poderei ajudar muitas pessoas que precisem lá?

- E eu?

- Você agora já está quase bom, James. E como homenzinho que está se tornando precisa ser forte e ajudar outras pessoas também.

- Você acha que eu posso?

- Sim, tenho certeza. Você não gostaria de ajudar outras pessoas?

- Se eu conseguir. Papai e mamãe sempre ajudavam os outros. Eu quero ser como eles e como você.

- Então, você continuará meu trabalho por aqui. – ela falou.

- Certo!

- Senhorita Granger, James! – uma senhora de cabelos grisalhos veio caminhando lentamente.

- Olá, senhora Taylor.

- É verdade que está de partida? A enfermeira acabou de nos falar e o James saiu correndo a sua procura.

- Sim. Estou indo para Londres na próxima semana. Como consegui adiantar meu curso e me formar, creio que serei muito útil lá. Muitos médicos estão abandonando a cidade.

- Querida, tem certeza de que deseja fazer isso? Aquilo não é lugar para uma jovem como você.

- Vovó, a Hermione precisa ajudar outras pessoas! E eu vou assumir o lugar dela aqui e ajudar muitas pessoas também. – a senhora olhou para o menino e deu um pequeno sorriso – A senhora pode me ajudar, o que acha?

- Tem razão, James. A senhorita Granger pode ajudar muitas outras pessoas, e nós faremos a nossa parte também.

- Obrigada, senhora Taylor. Eu sei que cuidará bem dele. – Hermione olhou para o garotinho. Pelo maior tempo em que estava no hospital devido à gravidade de seu estado quando chegou, ela adquiriu um carinho especial por ele – E você, cuide bem dela. Eu voltarei para visitá-los.

- Verdade?

- Claro que sim, afinal, Hamspshire é minha terra natal. – ela disse, e após despedir-se dos dois, deixou o hospital.

Enquanto caminhava de volta para casa, observava as ruas que em breve não veria mais. Sentiria saudades dali, porém, um sentimento maior a instigava a mudar-se para Londres. Temia que a guerra pudesse destruir aquele lugar. Sorriu ao passar por um parquinho onde algumas crianças brincavam alegremente. Desejou que aquilo jamais tivesse fim. Lembrou-se de sua infância, onde diversas vezes, fizera brincadeiras semelhantes por ali.

Não demorou a chegar em casa. Após entrar, a primeira coisa que via era o porta-retrato com uma foto que tinha com seus pais. Sentia falta deles. Como sempre, Hermione tocou de leve a fotografia, e tentou recordar como eles eram antes de falecer. Nada viera à mente. Os últimos anos que vivera com seus pais foram completamente esquecidos. Tudo que recordava deles era de sua infância, até mais ou menos seus onze anos.

O mesmo acidente de carro que levara seus pais, levara parte de sua memória. De acordo com os médicos, isso foi devido à região do cérebro que fora atingida durante o acidente. Quando acordou no hospital, recordando-se apenas de sua infância e com a notícia da morte de seus pais, pensou que fosse enlouquecer. Sua sorte foi contar com a ajuda de velhos amigos, que a apoiaram nesse momento difícil.

A princípio pensou-se que poderia ser uma amnésia passageira, porém, com o passar do tempo, os médicos não mais acreditavam na possibilidade de uma volta dessas lembranças perdidas. Hermione, contudo, nao conseguiria nunca conformar-se com isso; então, sempre fazia um esforço para recordar-se de algo de sua adolescência, de seus estudos, de novos amigos, e principalmente de seus pais.

Quando nada veio a mente, ela suspirou, e seguiu para a sala. Jogou-se no sofá, e ao virar o rosto, encontrou a revista que comprara no dia anterior. Era uma imagem de Londres, e alguns dos “famosos” bruxos que tentavam destruir o tal “Voldemort”. Em destaque, com letras grandes e vermelhas, Hermione leu o nome dele. Harry Potter. Deu um pequeno sorriso. Um belo homem, mas um olhar tão triste. Quando o mundo bruxo veio à tona, as principais reportagens foram a respeito dele. Ele era um herói para os bruxos, e desde jovem já lutava.

A existência de um mundo mágico pareceu completamente surreal, e ela demorou um pouco a acreditar nas notícias. As imagens que via na TV parecia bons truques de Hollywood, homens e mulheres com varinhas lutando como em filmes de fantasia. A realidade que acompanhara aquela novidade, entretanto, era bem dura. Não fosse a destruição e as mortes que vieram, isto, certamente, seria a mais incrível revelação de todos os tempos.

Realmente estava indo para Londres para auxiliar as equipes médicas de lá, pois era a única forma de ajudar que conseguira pensar, pois sabia que seria impossível lutar contra os bruxos das “trevas”, como eles diziam. Porém, não podia negar o quão fascinada estava com a existência do mundo bruxo, e como eles praticamente não apareciam no interior, ansiava poder conhecê-los. Desejava, pelo menos uma única vez, encontrar um deles, fazer umas perguntas sobre magia. Deu um pequeno sorriso, não era exatamente o momento para aquele tipo de pergunta, mas realmente não sabia se conseguiria se controlar.

Pegou a revista e olhou fixamente para a fotografia de Harry Potter. Sentiu uma certa tristeza por ele. Provavelmente nunca pôde ter uma vida normal. Hermione contornou a face dele na capa da revista com a ponta dos dedos. Se pudesse escolher um bruxo para conhecer, certamente seria ele. Riu de si mesma.

- Eu e praticamente todos queriam conhecer você, não é, Harry? – balançou a cabeça e largou a revista na mesinha.

- Falando sozinha? – ela deu um pulo de susto. O homem riu, enquanto caminhava até ela – Olá, Mione.

- Will!

- Perdoe-me. – ele mostrou a chave a ela – Você nunca a pediu de volta.

- Eu sei, mas você poderia parar de entrar na minha casa assim.

- Por quê? Vai que você muda de idéia e faz as pazes comigo? – ele tentou se aproximar, mas a morena o afastou e ficou de pé.

- Você sabe que não posso. – ele suspirou, chateado.

Era um homem alto, cabelos castanhos e olhos bem azuis. Estudou na mesma faculdade que Hermione, e após tornarem-se amigos, namoraram por quase dois anos. Porém, quando chegou perto de se formar, há quase três meses, e começou a cogitar a possibilidade de ir para Londres, ela terminou o relacionamento. William nunca aceitou realmente aquela decisão, por isso, sempre tentava uma reconciliação.

A morena olhou com carinho para ele. Realmente o amava, e já até tiveram algumas “recaidas” após o rompimento, porém, faltava algo no relacionamente deles. Sabia que não era capaz de fazer qualquer coisa que estivesse ao seu alcance para manter aquele relacionamento. A maior prova é que, apesar do carinho que sentia, William não foi capaz de fazê-la mudar de idéia quanto à sua ida à Londres.

Hermione não sabia se realmente existiria um sentimento assim. Aqueles amores de filmes, nos quais um deles sempre abre mão de sua felicidade pelo outro; ou daqueles em que mesmo nas piores situações, a pessoa prefere permanecer ao lado do ente amado a afatar-se. Na verdade, parecia difícil acreditava que seria realmente possível gostar tanto de uma pessoa a ponto de ser capaz de dar sua vida por ela. As histórias de amor sempre lhes pareceram piegas demais.

- Isso é loucura! Todo mundo fugindo da guerra, e você querendo ir para a guerra!

- Will, por favor, não vamos começar outra discussão sobre isto. Você sabe que eu não mudarei de idéia. – ele bufou de raiva, cruzando os braços. Seu olhar recaiu sobre a revista e isso pareceu aumentar sua raiva – Aposto que é por causa dele também.

- Não seja bobo. Esse seu ciúme não tem funtamento, Will. Você sempre coloca o Harry Potter quando o assunto é Londres e isso não faz sentido! Eu sequer o conheço, e a chance de isso vir a acontecer é praticamente nula.

- Mas você sempre compra revistas sobre ele, sabe tudo da vida dele...

- Você sabe que eu me interesso por tudo do mundo bruxo. Eles são incríveis e...

- Eles são umas aberrações que estão destruindo o mundo! Eu odeio os bruxos e essa maldita guerra que eles criaram! – esbravajou com raiva – Espero nunca encontrar um deles em minha frente.

- Como se nós, não-bruxos, nunca tivéssemos feito guerras! – ela revirou os olhos. Claro que também não gostava dessa parte da guerra, mas as armas de fogo podiam ser tão mortíferas quanto aqueles feitiços.

- Você sempre os defende. E ainda vai se enfiar no meio daquele inferno! Se acontecer algo com você, se... – ele parou de falar, e a raiva de Hermione desapareceu. Ela sabia que no fundo, ele só estava preocupado.

- Nada vai acontecer comigo. – ela sentou ao lado dele, e tocou levemente sua face – Eu não vou me envolver com a guerra, nem tenho como. Eu apenas vou ajudar os feridos.

- Mas você pode acabar envolvida acidentalmente. – William tocou a mão dela que estava em seu rosto.

- Eu prometo que vou me cuidar.

- Ah, Mione... – ele olhou com carinho para a mulher, e sem nem perceber se aproximou. Ela não ofereceu resistência, então, acabou beijando-a. Quando a deitou no sofá, Hermione pareceu perceber o que iria acontecer, e o parou.

- Melhor não, Will. – ela continuou acariciando a face dele.

- Tudo bem. – o homem a beijou na testa, e voltou a posição que estava – Você promete que voltará um dia, nem que seja para me visitar?

- Sim, com certeza. Eu voltarei à Hamspshire algum dia.

N/A: =) Bom... Eu queria ter postado bem antes, pois há muito já tinha escrito, porém, apenas hoje minha beta pode revisar o cap, então... Sorry! Mas aqui está... Apesar de só ter aparecido a Mione, espero que vocês tenham curtido... Acho que nunca escrevi nada assim (mundo trouxa sabendo da existência do bruxo), então, não sei se vou conseguir fazer direitinho, mas eu pensei nisso tão sem querer quando estava conversando sobre a fic, que pensei que seria bacana. Vou tentar escrever capítulos bem legais em breve.

N/A 2: Eu realmente gostaria de ter tempo de responder todos os comentários, como eu costumava fazer em outras fics, porém, é meio inviável atualmente. Contudo, eu vou responder a Diana Grynffindor que me perguntou sobre o anime, e pode ser uma dúvida de outros. Na verdade, eu queria deixar isso meio em segredo, por enquanto, ehuiehuieheuihe, mas tudo bem... A fic não foi baseada em Tsubasa, apesar de eu ter pensado em fazer uma fic sobre ele quando vi esse anime (mas ele é tão complicado, e deu muito nó em minha cabeça, que eu desisti!! Eheiheiuheuihe), pois a a história também envolve esquecimento e tudo mais. A fic é baseada em Code Geass, (Love Lulu!! =D) mas só essa idéia do esquecimento. Tem também uma passagem de Busou Renkin (não sei se é assim que escrevi), mas deste anime eu peguei apenas a parte da promessa... Muito lindo quando o Kazuki diz “Desculpe, mas não posso cumprir essa promessa”. Kkkkkkkkkkkkk, não aguentei, tive que usar isso também =) Bom... Melhor parar, senão eu me empolgo e vou até começar a falar de anime que não tem nada a ver com a fic!! ^^’

N/A 3: Agradecimento a todos que lera, comentaram e votarammm!! Um beijãooo a todos vocês!! Obrigada!! Pink_Potter : )

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.