Capítulo 3



3) Capítulo 3

Ela mirava a paisagem que passava rapidamente pelo vidro do carro. Não tinha coragem de olhar para ele, pois não sabia mais o que falar. Nunca fora tão desconfortável ser levada para casa por Harry. Provavelmente o fato de acabarem de voltar de um encontro, no qual ela acabou ficando calada a maior parte do tempo, adicionado à idéia de não saber como se despedir dele quando chegasse em casa estivesse deixando-a muito ansiosa. Estava tão envolvida em seus próprios pensamentos que não percebeu quando ele estacionou. Harry sorriu, reparando que a morena franzia a testa, e apertava as mãos.

- Mione?

- Sim? – ela quase deu um pulo – Quero dizer... Por que paramos?

- Porque nós já chegamos em seu apartamento.

- Ah, sim... Claro. – ela sorriu, sem graça, e já ia abrir a porta quando Harry a impediu.

- Espera. – então, ele se apressou e desceu do carro, e em seguida, abriu a porta para a morena – Hermione... – estendeu a mão para ela, que corou na mesma hora.

- Não precisava, Harry.

- Por que não? Ainda estamos no nosso encontro, e eu sempre gosto de impressionar as garotas no primeiro encontro.

- Só no primeiro é?

- Aquelas que merecem, sempre terão tratamento especial. – ela apenas sorriu, e baixou a vista – Não precisa se preocupar, Mione, você, com certeza, terá sempre tratamento VIP.

- Harry... – ele suspirou de leve.

- Qual o problema? Você não gostou de sair comigo? Eu te desapontei? – Harry perguntou, preocupado.

- Não! – Hermione se apressou em responder – Pelo contrário, você foi maravilhoso.

- Mas...?

- Mas eu estou com medo de que você esteja sendo tão bacana porque somos amigos, e depois eu vá me apaixonar ainda mais, porém, você simplesmente vai perceber que só me quer como amiga e... – ela não terminou de falar, porque ele a abraçou e a beijou nos lábios.

- Eu definitivamente não consigo mais vê-la apenas como minha amiga, Mione. Eu entendo como você se sente, eu compreendo que você tem medo de se machucar, mas não desiste agora. Eu não te prometi que ia tentar me apaixonar por você?

- Não quero que tente apenas porque descobriu que eu gosto de você.

- E quem disse que é apenas por isso? – ele acariciou carinhosamente a face dela – Eu estou fazendo isso por mim também, porque eu quero ser feliz. É uma das poucas vezes que Harry Potter te pede algo como um homem comum que quer ter um relacionamento normal com alguém que ele se importa. Você me concede esse pedido egoísta? Eu prometo que se eu falhar com você, eu pago a alguém para me dar uma surra, pois seria isso que eu faria com um cara que te magoasse...

- Bobo. – ela sorriu.

- E eu também prometo que estarei aqui para te consolar, prometo que eu vou me chamar de estúpido por não me apaixonar por uma mulher tão maravilhosa como você, e sem dúvida, eu vou estar aqui para dizer que eu vou me arrepender pelo resto de minha vida por ter deixado você escapar.

- Você realmente quer tentar...

- Sem dúvidas. Qual a sua resposta?

- Tudo bem.

- Tudo bem mesmo? – ela acenou – Não vai mais ficar pensando nisso e sim aproveitar os outros encontros que teremos?

- Sim, senhor. – Hermione brincou, sorrindo, quando ele a beijou no pescoço.

- Ótimo. Agora vamos subir.

- Nada disso. – ele ergueu a sobrancelha.

- Por que não?

- Foi apenas o primeiro encontro. Lá para o quinto eu deixo você subir. Talvez no décimo encontro, eu permita que você passe a noite no sofá...

- Décimo? SOFÁ?

- E se você realmente continuar nesse nível nos próximos encontros, senão, pode demorar ainda mais. – ela provocou.

- E se eu me superar, o tempo diminui?

- Eu posso pensar no assunto. – ela ia se afastando, mas ele a tomou nos braços e a abraçou forte mais uma vez.

- Estou brincando. Eu posso esperar o tempo que você quiser, Mione. – Harry a beijou lentamente. Não imaginava que um dia seria tão difícil se despedir de Hermione.

- Eu te amo, Harry. – ele ia responder, mas ela o impediu, tocando seus lábios – Não. Eu não quero ouvir uma resposta automática. Diga apenas quando sentir o mesmo.

- Está bem. Até amanhã. – ele se despediu com um outro beijo na morena.


- V-você os matou?

- Estão apenas inconscientes. Se apresse e vá para casa, assim posso continuar meu trabalho e levá-los daqui.

- Certo. – Hermione respirou fundo, e finalmente o encarou. Como ele já estava sem o capuz, ela o reconheceu na hora – Harry...

- Isso mesmo, eu sou o Harry Potte... – foi a vez de ele ficar surpreso e sem fala quando ela ficou de pé e tirou o cabelo do rosto. O jeito que ela falara seu nome, e o modo como o olhava fez seu coração disparar. Há quanto tempo não via aquele sorriso? Sem nem perceber, deixou escapar – Mione...

- Como sabe o meu nome? – ela o olhou erguendo uma sobrancelha, e ele pareceu perceber que fizera bobagem. Ela não o chamara pelo nome porque lembrara do passado, mas provavelmente porque lia revistas e jornais...

- Onde você mora?

- Eu perguntei primeiro, Sr. Potter. – Hermione mantinha o olhar nele, como se tentasse arrancar uma resposta por telepatia.

- Não é seguro aqui. Depois eu explico, mas agora você apenas vai me falar onde você está morando.

- Está bem. Eu moro naquele prédio. – a morena apontou.

- Certo. Eu vou levá-la até lá. – ela não se moveu.

- Por que eu devo confiar em você?

- Eu acabei de salvar sua vida. – ele revirou os olhos, se não estivesse tão tenso, riria. Ela continuava tão teimosa quanto antes.

- Mas de alguma forma você sabe o meu nome... Aliás, meu apelido. Tem alguma coisa estranha nisso, Sr. Potter. – o homem não conseguiu evitar o sorriso. Mesmo sem memórias, ela manteve a mesma personalidade – Por que eu deveria confiar em você?

- Eu nunca precisei de motivos antes para que você acreditasse em mim, Hermione. – então, ele segurou a mão dela, e sem esperar resposta, seguiu para o prédio que ela apontara.

As palavras dele ressoavam em sua mente, e por mais que parecesse o maior absurdo o que acabara de ouvir, Hermione acreditou nele. A mão de Harry Potter estava quente, e apesar de estar sendo quase que arrastada, uma sensação nostálgica percorreu todo seu corpo. Havia milhares de perguntas a serem feitas, mas sabia que ele só responderia quando chegassem ao apartamento. Mal podia acreditar que no seu primeiro dia oficial em Londres encontrara Harry Potter.

- Boa noite. – ela cumprimentou o porteiro, que quando reconheceu Harry não conseguiu responder. Como ele estava com pressa, seguiu direto para o elevador – Já podemos conversar?

- O que você faz aqui?

- O que eu quis dizer com conversar foi eu fazer as perguntas, e você responder. – ela bufou de raiva. Não imaginava que ele fosse tão autoritário.

- Estamos em guerra, você não tem magia... Por que veio a Londres? – de repente, ele parecia ter se transformado, e agora emanava uma enorme raiva, a qual Hermione não conseguia entender por que estava descontando justamente nela. Nada daquilo era da conta dele, tudo que queria era algumas respostas, porém, se via apenas sendo interrogada. O olhar que Harry lançou, entretanto, era realmente ameaçador e ela sabia que não tinha como vencê-lo.

- Posso não ser bruxa, mas certamente eu posso ajudar nessa guerra. – ela destrancou a porta, e ambos adentraram no apartamento – Estou trabalhando no St Mungus, ajudando os feridos.

- St Mungus? Brown admitiu você? – ela acenou – Aquele miserável... Podia ter me avisado.

- Eu acho que ele não achou importante avisar ao grande Harry Potter que uma “trouxa”, como vocês chamam, começou o trabalho hoje. – Hermione começou a mostrar sua irritação também. Que direito ele tinha de querer se meter assim em sua vida?

- Você não vai ficar em Londres! – ela estreitou os olhos. Estava a ponto de voar no pescoço dele, e estrangulá-lo.

- E quem é você para decidir isso? – a morena se aproximou de Harry – Você não é ninguém para tentar mandar em minha vida, entendeu? NINGUÉM! Muito obrigada por ter salvado a minha vida, mas vá embora agora mesmo! – ele ficou calado.

Nunca imaginara ouvir aquilo de Hermione. Contudo, não poderia culpá-la, ele era o único responsável pelo que aconteceu, e agora ela estava de volta, e sem lembrar de como usar a magia. Estava mais vulnerável que nunca. Se Voldemort descobrisse, Hermione seria vítima de perseguições no mesmo instante. A viu sendo prisioneira, sofrendo por sua causa novamente. Sem nem perceber, aproveitando a proximidade, ele a abraçou.

Ela tentou se desvencilhar dele, mas Harry era muito mais forte. E quando percebeu que não poderia vencê-lo fisicamente, permitiu que a abraçasse completamente. Era apenas um abraço, mas a forma como ele acariciava seus cabelos, e dizia coisas que não conseguiam compreender, a deixou mais calma. O perfume dele parecia tão familiar que ela fechou os olhos para aproveitar aquele momento.

- Eu sou o Harry... Seu Harry. – ele sussurrou em seu ouvido – Como eu senti sua falta, Mione. – a morena não sabia o que responder. Talvez, ele a estivesse confundindo com alguém – Eu vou pensar num jeito de resolver as coisas.

- Sr. Potter, eu acho que há um mal entendido...

- Eu não sei como trazer sua memória de volta... Na verdade, eu nem sei se você seria capaz de me perdoar pelo que eu fiz.

- M-memória... Perdoar? Do que está falando? – ela se afastou – Me responda... O que você fez comigo... Você me conhece, não é? – ele ficou em silêncio – RESPONDA!

- Eu sinto muito mais uma vez, Mione. – ele pegou a varinha, fazendo-a arregalar os olhos.

- Não... Espera! O que vai fazer? As minhas respostas... Eu quero as minhas respostas. – ela deu alguns passos para trás, até bater as costas na parede.

- Eu ainda amo você. – e apontando a varinha para a morena - Obliviate

Então, ele a fez esquecer tudo que acontecera na última meia hora. Aquela, sem dúvida, não era a solução para seus problemas, mas ele ainda não sabia o que deveria fazer. O corpo de Hermione caiu no chão, e em seguida, o homem a carregou até o quarto. A colocou na cama, e a mirou por algum tempo. Acariciou sua face, dando um pequeno sorriso. Algumas vezes estivera na cidade natal de Hermione, onde a deixara depois de ter apagado sua memória. A vira várias vezes, mas sempre de longe. Sempre achou que não seria capaz de estar tão perto dela novamente.

Não pode evitar beijá-la nos lábios. Queria poder ficar a noite toda ali, mas tinha que resolver o que faria agora que Hermione estava de volta. Pensou em apagar sua memória novamente, levando-a de volta para Hamspshire, mas percebeu que não adiantaria. Algum tempo depois poderia acontecer o mesmo. Percebeu que o fato de não ter magia não mudava a personalidade forte da morena.

- Você adora me deixar preocupado, não é? – ele disse com um pequeno sorriso, antes de ficar de pé.

Deixou o apartamento, mas não sem antes também apagar a memória do porteiro. Só naquele momento lembrou dos comensais com quem duelara antes de encontrar Hermione. Ao sair do apartamento, lançou alguns feitiços de proteção, mesmo sabendo que aquele prédio já era protegido. Seguiu para o local onde deixara os corpos inconscientes, e agradeceu mentalmente por ele ainda estarem lá. Com um feitiço, os amarrou, e em seguida, apontando a varinha para o céu, lançou algumas faíscas vermelhas. Não demorou para que dois vultos aparecessem.

- Você demorou, Harry. Já estávamos preocupados. – o ruivo falou olhando para os comensais no chão.

- E os outros?

- Um conseguiu fugir, mas pegamos os outros três deles. – um outro ruivo disse.

- Ótimo. Gui, você pode levar estes dois? – Harry perguntou.

- Claro, Harry.

- Obrigado. Rony, você vem comigo.

- Agora? Eu prometi a Julie que chegaria cedo e... – o moreno olhou feio para ele – Está bem.

- Vejo vocês depois. – após dizer isso, Gui desaparatou com os comensais.

- Aconteceu alguma coisa? Você está um pouco pálido.

- Temos que falar com Remus, e depois com Billy Bronw. – ele começou a andar, e Rony o seguiu.

- Brown? Do St Mungus? Por quê?

- Eu explico quando chegarmos à casa de Remus. – o ruivo revirou os olhos.

- Não pode ao menos me adiantar o assunto?

- Ela está em Londres. – Harry disse ao parar e encarar o amigo.

- Ela? – ele precisou de alguns segundos para entender – HERMIONE? Você tem certeza?

- Eu acho que eu saberia reconhecê-la.

- Pode ter sido alguém parecida e...

- Eu conversei com ela, Rony. Era Hermione. – sua voz soou tão triste, que Rony não teve coragem de dizer mais nada – Não sei o que fazer.

- Não se preocupe. Vamos achar uma solução. – ele assegurou.

- Obrigado.

N/A: Eu tenho que confessar que o cap estava pronto há algum tempo, mas eu lembrei que meu niver estava chegando, então eu resolvi esperar... =) Sempre gosto de postar nesse dia, porque além de significar mais um ano escrevendo, é como se eu estivesse presenteando vocês... ^^’ Ok... é um pouco pretensioso de minha parte!! Eheuiheiuheiuhee... Mas espero que considerem um presente meu! =) Devo atualizar em breve, oks!! Vou torcer para que tenham gostado!! Um beijo enorme!! Pink_Potter : )

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