Capítulo 8



8 – Capítulo 8


 


- O que achou? – Hermione perguntou ansiosa. Harry deu mais uma olhada, fingindo avaliar e demorando de responder. – Vamos, diga logo se gostou ou não.


 


- Parece bonzinho. – disse, fazendo Hermione e a senhora que estava com eles se entreolharem.


 


- Bonzinho? – Hermione ergueu a sobrancelha.


 


- Senhor Potter, este é um dos melhores imóveis que temos. A localização, as instalações, o espaço... É um apartamento incrível.


 


- Estava brincando. – o moreno se aproximou de Hermione, e a abraçou – Este apartamento é ótimo. Mas o que quero dizer, é que qualquer lugar para mim está bom, desde que você esteja comigo.


 


- Você sabe como escapar não é? – ela sussurrou no ouvido dele, ligeiramente corada.


 


- Eu só vim porque você insistiu, mas eu realmente não sei escolher essas coisas. O que você achar que está bom para nós, eu vou concordar.


 


- Então, vamos ficar com este?


 


- Só se pudermos nos instalar agora mesmo. – ele falou olhando para a senhora.


 


- Agora? – as duas falaram ao mesmo tempo.


 


- Bom... Ele já vem mobiliado. Falta apenas trazerem seus pertences, assinarmos os papéis, o cheque...


 


- Onde estão os papéis? – ele quis saber.


 


- Aqui. – ela entregou a Harry, que assinou imediatamente. Em seguida, ele pegou um cheque, preenchendo no valor acordado anteriormente, e deu à senhora.  


 


- Pronto. Somos os novos donos, certo? – a mulher confirmou com um aceno – Muito obrigada. Não terá problemas em sacar o dinheiro. Foi um prazer fazer negócio com a senhora. – e quase empurrando a mulher, ele a levou até a porta.


 


- Harry Potter!


 


- O quê? – sorriu inocentemente – Eu não quero mais esperar, Mione. A vida é muito curta, e eu simplesmente encontrei a minha felicidade, então... Eu quero aproveitar ao máximo esses momentos com você. Só com você.


 


- Eu te amo. – ela murmurou antes dos lábios dele tomarem os seus num beijo intenso e longo.


 


- Eu também. – Harry a tomou nos braços.


 


- O que vai fazer?


 


- Estrear nosso novo quarto. O que acha?


 


- Uma ótima idéia. – Hermione sorriu.


 


**********


 


Os dias estavam passando realmente rápido desde que chegara à Londres, e Hermione nem podia acreditar que já tinha mais de um mês trabalhando na Ordem da Fênix. Certamente, evoluíra muito nesse tempo, e já tinha uma certa autonomia em relação aos procedimentos que fazia na enfermaria. Algumas vezes, o movimento era bem pequeno, apenas os cuidados rotineiros de pacientes já internados; contudo, ela presenciara alguns momentos de dificuldade, quando em algumas batalhas o número de feridos que chegavam era grande. Nessas horas, ela dava tudo de si e fazia o possível para não perder nenhum daqueles indivíduos que estavam se arriscando para tentar salvar o que restava de Londres.


 


Era sábado à tarde, e Hermione estava terminando de arrumar seu apartamento. Suspirou profundamente, e se jogou no sofá, cansada. Há algum tempo queria por as coisas em ordem, mas nos tempos livres aproveitava para estudar, e só agora, reservara um tempo para ajeitar o apartamento do seu jeito. Olhou para o relógio, pensando em como o dia passara rápido. Como não tinha feito compras ainda, decidira que após o banho, iria sair para comprar o que estava faltando.


 


Quando ficou pronta para sair o céu já estava escurecendo. Não podia demorar, pois a noite era muito perigosa e não teria como se defender se houvesse uma batalha entre bruxos, por isso, apressou o passo e seguiu para o mercado. Ela não fazia idéia de que era sempre protegida por algum auror, e naquele momento, era o próprio Harry quem estava vigiando-a. Na verdade, ele dispensara o auror daquele dia, e imaginara mil formas de “coincidentemente” esbarrar com Hermione e poder conversar um pouco com ela. Entretanto, sempre lembrava que como a tratava tão mal, a morena provavelmente iria ignorá-lo completamente e deixá-lo falando sozinho.


 


Às vezes, arrependia-se da idéia que tivera de fazê-la odiá-lo. Podiam ser amigos novamente, como acontecera com Rony, Gina, Remus... Não necessariamente ela se apaixonaria por ele novamente. Ele a olhou de longe, enquanto Hermione pagava as coisas no caixa. Talvez, doesse menos se a tivesse parcialmente ao seu lado. E por estar envolvido em seus próprios pensamentos, não percebera a movimentação que se aproximava, apenas se deu conta dos comensais quando uma explosão destruiu parcialmente uma casa próximo dali.


 


As poucas pessoas que estavam pela rua começaram a gritar e correr, ele perdeu Hermione de vista, e desesperado saiu de sua posição para procurá-la. Alguns comensais duelavam com pessoas que provavelmente eram da Ordem da Fênix, e os feitiços voavam em todas as direções, atingindo algumas vezes, pessoas inocentes. E foi, então, que ele a encontrou, ao lado de uma senhora inconsciente que estava caída com ambas as pernas soterradas por escombros da explosão. Hermione tentava tirar as pedras com as mãos.


 


- Fuja agora mesmo! – ele disse ao se aproximar de Hermione.


 


- Ela está viva. Se eu conseguir tirá-la daqui, talvez ela tenha uma chance e... – Harry a segurou pelo braço.


 


- Acha mesmo que pode salvá-la? – perguntou com raiva. É claro que ela não podia fazer nada, apenas se expor ao perigo.


 


- Eu só não posso abandoná-la! – gritou de volta, e só então, ele viu as lágrimas no rosto dela.


 


- Então, deixe-me ajudá-la. – Hermione o encarou, com uma pedra nas mãos. Suas mãos sujas de sangue e poeira tremiam.


 


- C-certo. – Harry sussurrou um feitiço, e todo o escombro flutuou para longe do corpo da senhora. Suas pernas estavam esmagadas.


 


- Não há nada que você possa fazer agora. – ele disse, agora num tom mais leve – O socorro provavelmente chegará em breve e...


 


- Cuidado! – ela gritou, empurrando Harry. O feitiço que ia atingi-lo acertou em cheio o tórax de Hermione, jogando-a para longe.


 


- Hermione... HERMIONE! – ele gritou desesperado e correu para onde ela caíra. Sangue manchava a blusa branca dela, e com as mãos tremendo ele a segurou.


 


Estava tão atordoado que sequer notara a equipe de resgate que tinha chegado. Alguns se concentraram na senhora caída a poucos metros, e outros foram em sua direção. Ele chorava abraçado ao corpo de Hermione, e os medibruxos tiveram dificuldade para conseguir finalmente levar a morena para receber atendimento.


 


**********


 


Harry estava sentado, o olhar perdido em um ponto qualquer do chão, desde que chegara. Trouxeram-na para a Ordem, porque disseram que não era muito grave, mas ele não acreditaria até que a visse novamente e bem. Contudo, Pomfrey o expulsara da enfermaria, acusando-o de estar atrapalhando o atendimento à Hermione. Culpava-se por tamanha imprudência no campo de batalha. Jamais deveria dar as costas quando uma batalha estivesse acontecendo. Estava ali para protegê-la, mas acabou sendo salvo por Hermione.


 


- Harry? – Rony o chamara pela terceira vez. Finalmente o moreno pareceu ouvi-lo, e ergueu a cabeça, encontrando o amigo, Remus e Gina em sua frente.


 


- O que houve? – Gina quis saber.


 


- Foi minha culpa. – ao dizer isso, algumas lágrimas escaparam de seus olhos – Eu... Eu dei as costas para a batalha que estava acontecendo. Estava tão preocupado com ela, eu só queria tirá-la dali, mas... Ela quem me protegeu.


 


- Calma. – a ruiva sentou ao lado dele, segurando sua mão – Não tinha como você prever que algo assim aconteceria. Você estava tentando protegê-la.


 


- Que tipo de auror eu sou? Como pude cometer um erro tão banal?


 


- Você é um ótimo auror, mas é humano. Todos cometemos erros. – Remus falou.


 


- Remus tem razão. A Mione é forte, tenho certeza de que ficará bem. – Rony disse, e os outros balançaram a cabeça.


 


- Sabe o que eu acho, Harry? Que talvez, você tenha escolhido a forma errada para tentar proteger a Mione. – ele olhou para Gina, sem entender – Afastá-la de você não é a solução. Talvez, se você trouxer a Mione para seu lado, pode ser apenas como amiga, ela fique mais protegida...


 


- Gina pode estar certa. Você realmente é um excelente auror e pode cuidar da segurança dela, mas para isso ela precisa confiar em você.


 


- Então, vocês acham que eu deveria tentar me aproximar dela?


 


- Provavelmente vai dar um pouco de trabalho, já que você a irritou bastante. – Rony lembrou – Mas a Mione ainda te admira muito.


 


- Você realmente deveria pensar a respeito. – Gina insistiu. Nesse momento, Pomfrey apareceu.


 


- Ela vai ficar bem. – disse antes mesmo que alguém perguntasse – Só precisa descansar um pouco.


 


- Graças a Merlim! – Gina disse.


 


- Eu posso vê-la? – Harry perguntou.


 


- Claro que sim. Mas um de cada vez, porque temos muitos leitos ocupados. – os outros acenaram, e Harry seguiu a senhora – Pronto. Não fale muito alto para não acordar os outros.


 


- Certo.


 


Em seguida, ela se afastou. Harry sentou num banquinho que tinha ao lado da cama em que Hermione estava deitada. Seus olhos estavam fechados, e ela estava ligeiramente pálida. Suspirou aliviado, e relembrou de quantas vezes já passara por aquele tipo de situação. Pensara que nunca mais teria aquela sensação, mas finalmente se deu conta de que seria impossível proteger Hermione de todos os perigos. Sem nem perceber, tomou a mão dela, e a segurou forte. Não soube exatamente quanto tempo ficara daquela maneira, apenas se assustou quando a morena começou a se mexer. Então, soltou a mão dela, mas permaneceu no mesmo lugar.


 


- Harry? – saiu quase automaticamente, mas Hermione logo percebeu seu erro – Sinto muito, Sr. Potter, eu não pretendia...


 


- Tudo bem. – ele disse suavemente. O tom da voz dele provocou uma nostalgia que Hermione não soube explicar.


 


- O que aconteceu? – tentou se erguer, mas suas costas doeram, por isso ela fez uma cara de dor.


 


- Não se esforce, Hermione.


 


- Eu devo ter levado uma pancada e tanto na cabeça...


 


- Sua cabeça está doendo? – ele pareceu preocupado.


 


- Não, mas eu estou tendo uma alucinação com Harry Potter, na qual ele está sendo gentil e se preocupando comigo. Isso definitivamente não pode ser a realidade.


 


- Não é uma alucinação. Eu sinto muito pelo modo como venho agido. Realmente, acho que fui um pouco rude com você.


 


- Um pouco? – ela ergueu a sobrancelha.


 


- Eu estou tentando me desculpar. – Hermione acabou dando um pequeno sorriso – Obrigado por ter me protegido.


 


- Mudou de opinião sobre mim?


 


- Você ganhou meu respeito. Realmente é uma trouxa com muita coragem. – fora a única coisa que conseguira pensar naquele momento. Se realmente a melhor forma de proteger Hermione era se aproximando dela novamente, ele faria o que estivesse ao seu alcance para que ela o perdoasse – É muito bom tê-la conosco.


 


- De verdade? – ainda parecia uma alucinação, ela pensou.


 


- Sim. Você teve muita coragem e força hoje. Mesmo sem nenhuma magia você continuou ajudando aquela senhora, e ainda me protegeu...


 


- Sinceramente, Sr. Potter...


 


- Harry. Você pode me chamar de Harry. – ela apertou os olhos, quase irritada com aquela mudança de comportamento. Porém, por alguma razão, ela não conseguia ficar chateada com ele. E o jeito com que ele falava parecia tão sincero, que a raiva que ela acumulou nos últimos dias dos esporádicos encontros com o bruxo se dissipou.


 


- Então, Harry... Eu realmente não sei por que fiz aquilo. – pela primeira vez, ela desviou o olhar – Apenas, sabia que precisava fazer alguma coisa. Eu... Não podia deixar que aquele feitiço o atingisse. Eu...


 


- O quê? – o coração dele começou a acelerar, e ele desejou poder segurar o queixo dela, e forçá-la a encará-lo. Sabia que ela fazia aquilo quando se sentia envergonhada.


 


- Não queria que se ferisse. – ela deu uma risadinha – Embora, na verdade, talvez você até estivesse merecendo, por ser tão boçal e irritante!


 


- Eu duvido que realmente pense assim. – Hermione voltou a encará-lo, surpresa com aquela conversa.


 


- Quem sabe...


 


- Bom, eu acho melhor deixar você descansar. Além disso, tem algumas pessoas lá fora ansiosas para vê-la.


 


- Está bem. – ele ficou de pé, mas antes que pudesse se afastar, ela o chamou.


 


- Harry? – quando ele a olhou, Hermione lhe sorriu – Obrigada por me mostrar seu verdadeiro eu.


 


- Meu verdadeiro eu?


 


- Eu sempre soube que aquele não era o verdadeiro Harry. Algo dentro de mim sempre me fez acreditar que você era uma pessoa maravilhosa. – ela hesitou por um instante, mas então, continuou – Tinha uma razão, não é? – ele ficou sério, e não respondeu – Tudo bem, não precisa dizer qual, apenas... Continue assim, certo?


 


- Ok. – foi tudo que ele disse. Deu um pequeno sorriso, e finalmente se afastou.


 


 


N/A: Ahh... Finalmente. Nem sei como me desculpar com você!! Mas finalmente, aqui está o cap, espero que gostem. Eu vou tentar colocar um pouco mais de emoção na fic nos próximos capítulos, não se preocupem. Agradecimento a beta Bruna, que corrigiu para mim, mas também tem culpa numa parte da demora, eheiuheuiheuieh, porque o capítulo já estava pronto desde a semana passada, por isso, briguem com ela também =) Então... Tento postar mais em breve! Agradeço a todos que leram, comentaram e votaram!! Beijos!! Pink_Potter : )


 

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