Capítulo 7



 


7) Capítulo 7


- Como ela está? – perguntou afobado, mal adentrando na Toca – Vim o mais rápido que pude.



- Está com a Gina lá em cima. – Arthur disse, com a expressão triste.


- Foi um ataque pesado. Só havia os escombros da casa quando chegamos. – Rony, que estava ao lado do pai, contou.


 


- E-eu ainda não posso acreditar.


 


- Sentimos muito, Harry. – o amigo colocou a mão no ombro do moreno – Você precisa ser forte, pois mais do que nunca, a Mione precisa de você.


 


- Não sei como encará-la...


 


- A culpa não foi sua, querido. Você estava em uma missão e, mesmo que estivesse em Londres, não teríamos como prever o incidente. – Molly tentou amenizar a situação, mas no fundo, Harry sabia que os Granger estavam mortos por sua causa. Nesse momento, Gina apareceu na sala.


 


- E a Mione? – Rony quis saber.


 


- Adormeceu. – ela olhou para Harry – Ela está em meu antigo quarto.


 


- Obrigado.


 


Em silêncio, ele rumou para as escadas. Imaginava a reação de Hermione ao ouvir que seus pais haviam sido mortos por um ataque de comensais. Ele mais que ninguém sabia o que era perder seus entes queridos. Então, parou por um momento em frente à porta, antes de finalmente, entrar. O quarto era iluminado pela fraca chama de uma vela que queimava no criado-mudo. Pôde ver a figura de Hermione deitada, encolhida e imóvel. Antes de se aproximar, ele pegou a varinha e murmurou um feitiço em direção á porta. Lentamente, ele se aproximou sem dizer uma palavra e deitou ao seu lado.


 


- Eu sei que você não está dormindo. – Harry falou – Eu sei que você está chorando o mais baixinho possível para que os Weasley pensem que você é forte. Eu sei que você está destruída por dentro e provavelmente quer ficar sozinha. Mas eu também sei que nesses momentos, se você tem alguém que ama ao seu lado, a dor parece mais suportável, por isso eu vou ficar aqui ao seu lado, o tempo que precisar. E eu coloquei um feitiço, portanto pode chorar sem se preocupar, apenas eu vou te ouvir, Mione. – nesse momento, ela se virou e enterrou o rosto no tórax dele.


 


- Harry... – foi tudo que ele conseguiu entender. Depois disso, ela começou a dizer palavras incompreensíveis em meio ao choro. Ele a abraçou o mais forte que pôde.


 


- Eu realmente sinto muito. – afagou sua cabeça e, como dissera, ficara abraçado a ela até que Hermione aos poucos foi acalmando e, por fim, adormecendo – Eu sinto muito. – naquela noite, ele não conseguiu dormir.


 


Quase uma semana havia se passado desde que Hermione fora para a sede da Ordem da Fênix. Para sua sorte, não encontrara mais Harry Potter, o primeiro e único encontro dos dois tinha sido muito decepcionante e, sem dúvidas, era melhor não encontrá-lo mais. Entretanto, praticamente todos os outros indivíduos que conhecera eram muito receptivos e acolhedores, muitas vezes Hermione sentia-se praticamente em casa.


 


Uma das que mais simpatizara foi Gina Weasley. A ruiva animava aquele lugar sempre que passava por lá e Hermione gostava de conversar com ela. Por isso, não pôde deixar de sorrir quando a encontrou na sala, ao deixar a enfermaria, seu turno havia terminado.


 


- Hermione! – a ruiva também sorriu – Já está indo?


 


- Sim. Terminei a pouco, mas fiquei tirando umas dúvidas com a Madame Pumfrey. E você?


 


- Vim apenas trazer o relatório de uma missão em que participei.


 


- Deve ser muito emocionante participar dessas missões. Claro que imagino que também deve ser bem triste, mas não tenho dúvidas de que conseguir salvar alguém momentos antes de uma provável morte traga uma sensação indescritível. – disse enquanto sentavam no sofá.


 


- É verdade. – Gina sorriu, já ouvira palavras semelhantes de Hermione anos atrás. Ela podia estar sem memória, mas sua essência era a mesma – Mas você também salva vidas aqui.


 


- Eu sei, mas são emoções diferentes. Eu realmente queria poder ter o poder de vocês e lutar de verdade. – nesse momento, Gina percebeu uma figura parada perto da entrada. Viu a expressão séria de Harry e não teve como não sentir pena do amigo.


 


- Pense que você tem uma habilidade diferente e está ajudando tanto quanto nós. E em segurança.


 


- Segurança? Por que eu tenho que ficar em segurança enquanto outros arriscam suas vidas? Não que eu queira dar uma de heroína destemida, mas sinceramente, eu queria poder participar ativamente desta guerra, afinal ela não envolve mais apenas bruxos.


 


- Por favor, Mione, não pense dessa forma. Cada um ajuda do jeito que pode. – ela sorriu, tentando encorajar a morena.


 


- Tem razão. Vou tentar não pensar mais nisso.


 


- Exatamente. – Gina deu uma olhada na direção em que Harry estava, confirmando que ele ainda estava ali.


 


- Então, eu já vou.


 


- Espera. Vamos conversar um pouco de um assunto mais agradável. – Hermione sorriu.


 


- E o que sugere?


 


- Queria saber um pouco mais sobre você. Lembro que me disse que não era de Londres. Veio para cá sozinha, certo? – Hermione confirmou com a cabeça – Mas você não tem nenhum conhecido por aqui? Parentes, amigos, um namorado?


 


- Não. Nasci e me cresci em Hamspshire, toda minha família e amigos são de lá.


 


- E você nunca tinha saído de lá antes? – nesse momento, Gina percebeu que Hermione hesitou um pouco, antes de finalmente responder.


 


- Não que me lembre. Eu sofri um acidente alguns anos atrás, perdi meus pais e parte de minha memória nele.


 


- Sinto muito, Mione. – naquele momento, Gina olhou para Harry e seus olhares se cruzaram. Imaginou o quanto deveria ter sido difícil para a amiga ter “vivido” aquilo sozinha. – Não queria te lembrar de coisas tristes.


 


- Eu estou bem agora. Embora, não posso negar que é frustrante não lembrar de fatos de sua vida. – a morena disse.


 


- Vamos mudar de assunto. – sugeriu – Quero que me fale do presente. O que está achando de morar em Londres?


 


- Ah, é sem dúvida uma diferença enorme de minha vida em Hamspshire, mas está sendo uma ótima experiência. E essa oportunidade de trabalhar na Ordem, então... Foi como um sonho para mim. – ela sorriu – Eu realmente admiro vocês bruxos. Exceto os do lado negro, claro.


 


- Eu posso garantir que é um prazer tê-la conosco. – Gina falou – Mas... Você não sente falta de sua outra cidade?


 


- Sim, com certeza. Sinto falta da minha casa, dos meus vizinhos, dos meus colegas de trabalho... Dos meus pacientes. – ela suspirou, saudosamente.


 


- E não sente falta de seu namorado?


 


- Eu não tenho namorado, Gina. – ela respondeu.


 


- Não? – ela estreitou os olhos.


 


- Bom... Eu tive um relacionamente de dois anos com alguém, mas pouco antes de vir, eu achei melhor terminar com ele.


 


- Ah. E qual o nome dele?


 


- William. Nos conhecemos na faculdade e namoramos por dois anos. – Hermione contou, fazendo a outra se animar.


 


- Então, está me dizendo que terminou com ele apenas porque vinha para Londres... Ou seja, você ainda gosta dele. – a morena demorou um pouco de responder.


 


- Sem dúvida, eu gosto muito de Will. Tenho que confessar que tivemos algumas recaídas antes de eu finalmente vir à Londres, mas... Faltava alguma coisa.


 


- Ele não era exatamente o que você queria, é isso?


 


- Talvez. Não me sentia completa quando estávamos juntos. Era bom, mas não perfeito. Provavelmente, eu deva ter uma parte romântica em algum lugar que espera encontrar alguém que faça meu coração disparar sempre que estivermos juntos. – ela corou de leve ao confessar aquilo.


 


- Todas nós queremos isso. E eu tenho certeza de que um dia, vai encontrar alguém assim. – ela notou que Harry ainda as ouvia, e sorriu maliciosamente – Agora... Você poderia me contar umas coisas mais interessantes.


 


- Interessantes?


 


- Exatamente.


 


- Você quer saber como Will é?


 


- Isso. – Gina sorriu, empolgada.


 


- O Will é alto, olhos azuis, cabelos... – Hermione disse, mas foi logo interrompida.


 


- Não, Mione! Eu quero saber outras características dele!


 


- O-outras? – Hermione agora já estava completamente ruborizada.


 


- Ele é bom de cama? O que ele fazia que você mais gostava? O qu...


 


- Gina! – Harry entrou subitamente na sala, assustando Hermione. Sua expressão agora demonstrava fúria e Gina teve que se controlar mais ainda para não rir.


 


- Oi, Harry! Algum problema? – perguntou, inocentemente. Enquanto isso, Hermione agradecia mentalmente por Harry Potter ter aparecido antes de ela responder.


 


- Preciso que venha comigo. – disse sem olhar para Hermione.


 


- Certo, mas... Você não vai cumprimentar minha amiga Hermione? – ele fulminou a ruiva com o olhar.


 


- Boa noite. – foi tudo que ele disse. Hermione respirou fundo, percebendo finalmente que mesmo Harry Potter tendo “salvado” sua pele de um momento constrangedor, o fato de ele não gostar dela não havia mudado. E o pior é que ela nem sabia o por quê.


 


- Boa noite, Sr. Potter.


 


- Sr. Potter? O que é isso, Mione, pode chamá-lo de Harry!


 


- Só os amigos me chamam de Harry. – a voz dele saiu tão ríspida que Hermione pensou que Harry poderia atacar Gina a qualquer momento, contudo, a ruiva parecia não se abalar.


 


- E por que a Hermione não poderia ser sua amiga?


 


- Porque o Sr. Potter não gosta de mulher do meu tipo. – ela olhou com raiva para o moreno.


 


- Como assim? Bonita, inteligente, agradável...? Eu jurava que esse era o tipo do Harry! – Gina o provocou, fazendo Harry bufar de raiva.


 


- Aos olhos dele, provavelmente, eu sou uma mulher interesseira, que queria a atenção dele para conseguir algum benefício. – Hermione disse, visivelmente magoada – Eu acho que a fama subiu à cabeça dele e o deixou arrogante.


 


- Eu não preciso ouvir isso! Vamos Gina!


 


- Nem todas as mulheres se rendem aos seus pés, Sr. Potter. Deveria deixar esse seu mundinho da fantasia e viver a realidade.


 


- Eu concordo. – mais uma vez, Harry lançou um olhar fulminante à Gina.


 


- É melhor eu ir agora.


 


- Espera, Mione. O que acha de jantarmos juntas em algum lugar?


 


- Seria uma ótima idéia, mas o Sr. Potter não precisa falar com você?


 


- Tenho certeza de que não era importante. – ela sorriu para Harry, provocando-o – Não é, Harry?


 


- Já está tarde mesmo. Amanhã nos falamos. – ele respondeu, irritado.


 


- Perfeito. Tenho assuntos bem mais interessantes para conversar com a Mione. – Gina piscou e percebeu que Harry deveria estar amaldiçoando-a mentalmente.


 


- Boa noite. – Hermione o cumprimentou formalmente e saiu na frente.


 


- Faça-a chegar em casa em segurança. – ele sussurrou no ouvido da ruiva.


 


- Nem precisa falar. Até mais, Harry. – então, acompanhou Hermione, deixando o moreno sozinho.


 


- Eu conheço um lugar ótimo, tenho certeza de que irá adorar. – Gina comentava enquanto andava ao lado de Hermione. Harry permaneceu mirando-as até que sumissem de vista.


 


**************


 


Hermione chegou a casa mais tarde que de costume naquele dia. Tinha sido salva por Harry, mas não conseguira escapar das perguntas de Gina enquanto jantavam. Estava envergonhada até agora, embora, tivesse que confessar que desde que chegara não tinha tido uma noite tão agradável.


 


Deixou a bolsa sobre o sofá e em seguida sentou, recostando a cabeça e fechando os olhos. Estava dando tudo de si nos últimos dias, por isso, o cansaço começava a aparecer. Contudo, não iria diminuir o ritmo, tomaria um banho e tentaria estudar mais algum dos livros que tinha recebido. Respirou fundo, mas antes de ficar de pé, o telefone tocou.


 


- Alô?


 


- Mione? – ela sorriu ao reconhecer a voz de William – Como você está?


 


- Bem, e você?


 


- Estou bem, mas com saudades.


 


- Também sinto sua falta.


 


- E como está o trabalho no hospital?


 


- Estou trabalhando na enfermaria da Ordem da Fênix agora.


 


- Ah. Transferiram você?


 


- Sim. Disseram que seria melhor começar lá onde a demanda é menor. – ela explicou.


 


- Entendi. Aposto que está estudando e trabalhando demais, provavelmente está super cansada. – Hermione riu.


 


- Claro que não.


 


- Eu me lembro de você no período de provas na faculdade, por isso liguei. Para saber se estava se cuidando.


 


- Estou sim, Will. Obrigada. E você?


 


- Eu também. Já decidiu voltar?


 


- Não posso. Precisam de mim aqui.


 


- Eu também preciso de você aqui.


 


- Will... – ela o ouvir respirar pesadamente na linha.


 


- Tudo bem, não vou falar sobre isso.


 


- Manda um beijo para o pessoal.


 


- Certo. Até logo, Mione.


 


- Tchau. – ela desligou. Realmente, sentia falta de casa, de seus amigos, de William. Contudo, não poderia fraquejar agora.


 


N/A: Não... Não tem justificativa, eu estou muito relapsa, me perdoem. Não foi falta de tempo dessa vez, mas sim, falta de criatividade. Eu realmente já escrevi tudo que tinha para escrever, hiehieuheuiheuiheuieh, preciso mesmo me aposentar. Então, por isso, os capítulos estão demorando mais, pois estou com uma certa dificuldade em criá-los. Eu nem sei se está bom, acho que a fic se tornará mais interessante em breve, eu vou tentar,  oks? Obrigada a todos que leram, comentaram e votaram. Um beijão. Pink_Potter : )

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