Na boca do lobo




Capítulo 15: Na boca do lobo

-Ainda estamos em Hogwarts. Vejam! –disse Harry apontando para o mapa.
-E numa sala que sempre está trancada e não abre de jeito nenhum. –Mandy completou.
-Para onde nós vamos? –Gina perguntou.
Como se respondesse a sua pergunta, um letreiro em néon apareceu no teto:
-Para onde desejam ir? –leu Harry em voz alta.
-E agora? –Rony pergunta.
-Nós queremos ir para MM! –exclamou Draco em voz alta olhando para o letreiro no alto.
-Será que é assim que se faz? MM que lugar é esse? –Gina pergunta a Draco.
Mal ela tinha terminado de fazer a pergunta e a sala deu um solavanco. Vislumbres de diversos lugares e paisagens passaram rapidamente pelos garotos sem que houvesse tempo suficiente para identificarem que lugares eram aqueles. Logo o movimento da sala cessou e eles puderam ver uma nova porta do outro lado.
Harry se dirigiu a pesada e de um intenso brilho porta prateada, ao pousar a mão na maçaneta perguntou:
-Todos prontos? –e abriu a porta.
Estava parado na frente do que parecia ser um enorme saguão e um dos muitos cômodos de uma gloriosa mansão.
-Uau! –exclamaram Gina, Rony e Mione com uma admiração que beirava a reverência.
Harry ficou estupefato e de boca aberta, mas assim que recobrou a fala:
-O que estamos fazendo nesse lugar? Que lugar é esse?
-É MM, o ponto final. –respondeu Mandy com um grande sorriso.
-E o que é MM? –Gina pergunta.
-Gostaram? Permitam-me apresentar a minha casa, MM ou Mansão Malfoy. –disse Draco com um sorriso ainda maior que o de Mandy e fazendo um gesto para que olhassem a volta.
De repente Harry sentiu uma dor excruciante na cicatriz que quase o fez gritar. Foi nesse momento que ele ouviu uma voz gélida já sua conhecida, ela vinha da sala de estar que estava meio longe. Aquela voz sombria e cínica que o atormentava em seus pesadelos, a voz de Lord Voldemort:
-Parece que os nossos convidados chegaram. Onde estão os seus bons modos, Lúcio? Vá recebê-los!
-Sim, milorde. –disse ele saindo da sala e avistando Harry, Draco, Mandy, Gina, Hermione e Rony.
Lúcio sacou a varinha e apontou para eles:
-Não tentem nenhuma gracinha, entenderam?
Mas antes que pensasse no que estava fazendo Harry já tinha a varinha empunhada, bem como os outros, mas antes que pudesse lançar um feitiço:
-Accio! –exclamaram Mandy e Draco e as varinhas de Harry e Gina saíram voando para as mãos deles.
Rony e Hermione que tinham ficado paralisados de surpresa só perceberam a chegada de Belatriz Lestrange e Pedro Pettigrew (Wormtail) quando suas varinhas foram tomadas por eles.
-Bom trabalho, Draco e Mandy! –elogiou Lúcio Malfoy.
-Vocês estão envolvidos nisso?!? –pergunta Gina.
-Eu não acredito! –protesta Harry.
-Oh, mas que comovente! O bebezinho Potter sofre porque ama a traidora! –desdenha Belatriz.
-É claro que a idéia de ver Potter sofrer me faz feliz, mas não quero que ele morra sem saber e fazer algumas coisas e, além disso, existem outras formas de fazer o Potter sofrer mais e vocês sabem disso. Finite incantatem!!! -disse Voldemort apontando para Draco e Mandy que pareceram acordar de um transe.
-Por que estamos aqui? –perguntaram Draco e Mandy.
-Para descobrir o que acontece quando alguém cruza o caminho do Lord das Trevas. –respondeu Voldemort calmamente.
-Expelliarmus. –disse Lúcio e as varinhas que Draco e Mandy seguravam saíram voando e Belatriz as apanhou.
-Leve os quatro para uma das masmorras. –Voldemort disse a Wormtail se referindo a Rony, Hermione, Gina e Draco.
-Milorde, eu gostaria que Draco e essa... –Lúcio desdenhou olhando para Gina –sujeitinha Weasley permanecessem conosco para uma pequena...Lição.
-Está bem, Lúcio. Wormtail, leve os outros dois. E cuide para que não escapem!
-Agora mesmo, milorde. Andem!
Hermione e Rony não tiveram escolha a não ser se deixarem guiar por Wormtail.
-A qual lição você se referia? –Voldemort perguntou a Lúcio.
-Vou demonstrar, milorde. Draco observe o que eu faço com essa garota que estragou a sua vida. Cru-c...
-Pare! –Draco gritou entrando na frente de Gina. –Não se atreva a fazer isso com a Gina!
-Ela não te fez nada de mal, Malfoy. –gritou Harry. –A única coisa que ela fez foi não deixar que o Draco se tornasse um completo idiota como você.
-Como se atreve, Potter? Talvez um “corretivo” lhe ponha em seu devido lugar. Cruccio! –Lúcio disse lançando o feitiço não em Harry, mas em Mandy.
Harry tentou socorrer Mandy que gritava de dor a plenos pulmões, mas...
-Impedimenta! –disse Belatriz apontando a varinha para Harry que parou bem no meio do caminho. –Acho que não... –Belatriz riu do esforço vão de Harry para se livrar do feitiço.
-Pare! –ordenou Harry com uma fúria que não media barreiras e ele nunca havia sentido antes. Para sua surpresa o feitiço parou. –Você está bem, Mandy?
Ela não respondeu e estava tomada por tremores.
-Como? Eu não fiz com que parasse... –dizia Lúcio com os olhos arregalados de surpresa.
-Como assim, Lúcio? –pergunta Belatriz. –Ora, não faça brincadeiras.
-Não é brincadeira, é o despertar do poder oculto nele. Tudo o que ele precisava era de uma forte emoção ou sentimento, misturado com uma onda gigante de fúria. Lúcio, foi uma idéia genial a de torturar a quem Potter ama, saiu perfeito.
-Obrigado milorde, mas a Bela também é responsável pela idéia.
-É verdade Bela? –pergunta Voldemort.
-Sim, milorde. Eu vi como ele ficou o ano passado quando eu matei Sirius Black e isso me ajudou a formular a idéia. –respondeu ela.
-Muito bem, os dois serão recompensados.
-Obrigado milorde! –responderam os dois.
Voldemort olhou um relógio trouxa na parede:
-É meia-noite, faltam apenas quatro horas que será quando o alinhamento estará perfeito. Agora levem os quatro para as masmorras enquanto eu faço os preparativos para o ritual. Certifiquem-se de que ficarão bem trancados e fiquem lá para vigiá-los. Potter e seus amigos têm o mau costume de fugir nas horas mais inesperadas e eu não ficaria nem um pouco feliz se isso acontecesse. Estão entendidos?E não se esqueçam de mandar Wormtail subir daqui a uma hora para me ajudar.
-Certamente que sim, meu senhor. –os dois responderam.

Masmorra, depois de um tempo.

Harry informou a Rony e Hermione aos cochichos o que havia acontecido na ausência deles.
-Eu não entendi essa história do alinhamento. O que Voldemort estará planejando?
-Harry, hoje às 4h da madrugada todos os planetas estarão alinhados e estarão recebendo a energia do sol. –explicou Hermione.
-Ainda não entendi. –dessa vez Rony que falou.
-Às 4h o poder estará no auge, como a Professora Sinistra disse “É o momento perfeito para se realizar um ritual para absorção de energia”. É incrível como vocês não prestam atenção nas aulas de Astronomia, é uma matéria tão maravilhosa...
-Eu já ouvi o meu tio falar nesse ritual. –sussurrou Mandy ainda abalada pelo feitiço.
-O que ele disse? –Harry perguntou.
-Que a energia do alinhamento é neutra e dependendo da pessoa que fizer o ritual a energia pode se tornar boa ou maligna, tem o poder de transformar uma na outra e também pode ser transferida de uma pessoa para outra.
-E muito poderosa e perigosa essa energia. –Draco concluiu.
-Se Voldemort não nos matou ainda é porque ele precisa de nós para realizar o ritual. –Harry falou mais alto do que pretendia.
-Acertou, Potter. Mas não pode fazer nada contra. –disse Lúcio Malfoy.
-O Potterzinho adora se achar. –disse Belatriz. –Fique aproveitando os últimos momentos da sua vida miserável com os seus amiguinhos e em silêncio.
-Wormtail, já é uma hora. Suba porque Voldemort quer a sua ajuda. –Lúcio lembrou e Wormtail obedeceu. –Nox! –ele disse e as luzes se apagaram.
-Assim está melhor, odeio luz. –Belatriz agradeceu a Lúcio. –Como é chato ter que vigiar esses pivetes... –ela reclamou.
Estava tudo escuro e os garotos só enxergavam dentro da parte com grades (onde estavam), porque era iluminada com pelo luar. Não conseguiam mais enxergar Lúcio e Belatriz.
Lúcio começou a beijar o pescoço de Belatriz:
-Agora, não. –ela disse numa voz arrastada.
-Eles não estão nos vendo. –ele insistiu –Que zíper duro. –reclamou.
-Mas podem nos ouvir. Lúcio, não aqui. Depois...Ah...Não... –ela tentou fazê-lo parar, mas ia perdendo a força.
Ele levou-a até um tipo de sofá que tinha em um dos cantos da masmorra:
-Ah...Que se danem todos eles...Vem cá... –Belatriz disse puxando Lúcio pela capa.
-Sabia que não iria resistir. –Lúcio se gabou.
Gina, Draco, Mandy, Rony, Hermione e Harry não podiam ver, mas podiam ouvir os sons obscenos que Lúcio e Belatriz estavam produzindo.
-Pelo menos a minha mãe saiu de casa e está se separando dele. –Draco disse –Como posso ser filho desse canalha? –continuou com um tom inconformado.
-Que pouca vergonha. –Gina disse e Mandy concordou –Esses dois aí ficarem fazendo essas coisas com a gente ouvindo tudo.
-Um absurdo. –disseram Rony e Mione.
-Mas é bom. –Harry falou e todos olharam para ele.
Mandy ficou vermelha:
-Harry, seu safado e pervertido! O que você está falando que é bom? –perguntou ela indignada o repreendendo.
-Também é, mas não é nada do que a mente poluída de vocês está pensando. –ele esclareceu.
-Então o que é? –Draco pergunta.
-Como eles estão ocupados, não irão prestar atenção na gente. É mais fácil de bolar um plano.
-Boa idéia, Harry. E a gente achando que era alguma perversão... –Gina disse.
-Eu não, mas podemos esperar isso do Draco e do Rony se for genético. –Harry zoou –Draco o seu pai é um tarado que não agüenta ver um rabo de saia e Rony conte quantos irmãos você tem.
-Eu não penso tanto assim nessas coisas. Ou por acaso Harry, você se esqueceu de quem levava a namorada no banheiro dos monitores... –Draco provocou Harry.
-Pela primeira vez (na verdade era a segunda e Rony estava consciente disso, mas disse assim para ter mais efeito) na minha vida eu sou obrigado a concordar com o Draco. –Rony disse.
Harry ia abrir a boca para contradizer os amigos, mas foi Hermione quem falou primeiro:
-Não sei se vocês se tocaram, mas nós somos prisioneiros do Voldemort. Temos que nos preocupar em sair daqui e não em assistir a um debate para saber qual dos três tem mais ou menos apetite sexual. –quando Hermione terminou o seu “discurso” eles pareceram voltar a si.
O tempo ia passando e não lhes ocorria nenhuma idéia brilhante ou algum plano genial. Chegaram a tentar cavar com as próprias mãos para tentar fazer um túnel (tamanho era o desespero), mas as pedras eram demasiadamente duras e pesadas.
-Eu não acredito que pela primeira vez nós temos chance e tempo de bolar um plano de fuga e não conseguimos. –Harry falou inconformado andando de um lado a outro. –Onde estão as suas soluções Mione e a sua engenhosidade de sonserino Draco? Essa é a sua casa Draco, não tem nenhuma saída ou passagem nesse lugar?
-Não, cara. –Draco respondeu.
-Não vai dar para escapar, Harry. Tudo vai depender de o ritual não conseguir se completar. –disse Hermione a Harry depois de muito pensar.
-Então nós vamos morrer? –perguntou Rony com uma daquelas caretas de medo que só ele sabe fazer.
-Não é bem assim, Rony...A esperança é a última que morre. –Gina disse mais para consolar o irmão do que para qualquer outra coisa.
Nesse momento a maçaneta girou e a porta da masmorra se escancarou. Todos ficaram repentinamente em silêncio. Wormtail entrou:
-Lumus! –ele pronunciou e a masmorra voltou a ser iluminada por archotes –Lúcio e Belatriz, brincando em trabalho, né? Eles podiam ter escapado e vocês nem teriam percebido.
-Estávamos atentos. –Lúcio disse.
-Totalmente em alerta. –Belatriz se defendeu.
-Eu sei onde estava a atenção e a alerta de vocês...Mas tiveram sorte de que não tenham escapado.
-Escapar de que jeito? –Harry perguntou rispidamente.
-No teto tinha uma passagem que até o jovem Sr. Malfoy desconhece. –Wormtail disse se referindo a Draco –Mas não adianta mais, vocês terão que nos acompanhar agora. Está chegando a hora do ritual, Potter. –Wormtail respondeu dando gargalhadas que pareciam guinchos de rato.

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