O corredor desconhecido



Capítulo 8: O corredor desconhecido

-Harry, onde você está me levando? Faz tempo que nós estamos andando.
-Calma está escuro, é difícil de achar.
-Então me conta o que é.
-Está bem, é um corredor com salas mágicas, e a que estou procurando...
-O quê?
-Você vai ver. É só eu achar. Aqui, deixe-me ver que porta era. Não me lembro, vou ter que experimentar as cinco.
Ele foi abrindo uma a uma e elas mostravam conteúdos diferentes. A primeira tinha uma coleção que pareciam ser sapatos de todos os tamanhos formatos, épocas e cores diferentes. A segunda era uma sala em que as paredes, o chão e o teto eram espelhos bem no centro da sala se encontrava o Espelho de Ojesed, que Harry conhecia muito bem.
-Espelho de Ojesed? –repetiu Mandy depois que Harry disse o que era.
-É, e nele você vê o desejo mais desesperado de seu coração realizado. Vamos para outra porta.
Mas Mandy se aproximou do espelho e mirou-se nele. Viu-se radiante vestida de noiva ao lado de Harry que também estava muito feliz abraçando-a. Mandy corou e assustada com tal visão se afastou rapidamente do espelho.
-Vamos! –murmurou para Harry.
E os dois saíram da sala.
-O que você viu? –ele perguntou curioso. –Você ficou branca como um fantasma. O que a assustou tanto?
-Eu não imaginava que esse fosse exatamente o meu maior desejo. –ela disse corando novamente.
-Me conta o que é e eu te conto o que eu vi ontem quando eu vim e ainda de quebra conto sem olhar no espelho o meu desejo nesse instante.
-O que você viu ontem?
-Só conto se você falar primeiro o que você viu.
-Qual é o seu desejo nesse instante?
-Quer mesmo saber? –perguntou Harry lançando um olhar travesso que dizia tudo. –Você pode realizá-lo quem sabe nessa sala...- continuou ele abrindo a terceira porta vagarosamente, mas a sua voz morreu quando olhou para dentro da sala.
Viu Draco e Gina se beijando numa espécie de oásis. Mandy tapou a boca de Harry com a mão e o puxou para fora fechando a porta de leve ao passar.
-Eu não acredito no que acabei de ver! A gina enlouqueceu, foi? Ela se deixou usar por aquele canalha.
-Harry, fica calmo. Eles estão namorando.
-Agora sim é que eu vou ficar calmo. –disse ele sarcasticamente. –As famílias deles são inimigas, quando o Rony ficar sabendo...Eu não quero nem ver a loucura que vai dar. –continuou ele preocupado.
-Eles se amam. –ela disse. –De verdade. –acrescentou sob o olhar de extrema incredulidade que Harry lhe lançava.
-Mandy, o Draco no máximo ama a si mesmo! Além disso, o pai dele é um Death Eather! Está entendendo a dimensão do problema? A Gina é como uma irmã para mim. Não quero que ela se machuque. O Draco está iludindo ela!
-Eu o conheço bem. A Gina também pensava assim, tanto que tentou fugir dele, mas ele não desistiu, porque a ama e não conseguiria mais viver em paz sem ela. O Draco é diferente do meu tio, não vai seguir você-sabe-quem e eu confio nele. Gostaria que você confiasse também.
-Está pedindo demais! Além do que o Rony nunca vai entender, nunquinha mesmo. –Harry disse com convicção.
-Ele não tem que entender e sim aceitar.
-Não podemos ficar a noite inteira discutindo sobre isso nesse corredor, depois nós continuamos...Vamos a outra porta.
Eles abriram a quarta porta que continha três penseiras com o nome dos donos que eram Professores e o Diretor Dumbledore. Aquele devia ser o lugar onde as penseiras eram guardadas quando não estavam sendo usadas, pensou Harry.
-Isso são penseiras. –disse Mandy.
-Como você sabe? –perguntou Harry intrigado.
-Isso fazia parte das aulas de Magia Negra em Durmstrang. Primeiro ter a mente forte para depois aprender a penetrar a dos outros.
Harry a olhou sem palavras, apenas pensando. “Você já fez Magia Negra? E já penetrou a mente dos outros?”
-É lógico que eu nunca gostei de Magia Negra, mas era forçada a aprender.
“Devia ser horrível em Durmstrang!”
-E era!
-Era o quê?
-Horrível em Durmstrang.
-Você leu a minha mente.
-É, mas foi só pra te demonstrar, não se preocupe. Deixe-me examinar essas penseiras... –Mandy disse lendo os nomes. –Alvo Dumbledore, Minerva McGonagalll e Severo Snape. Legal! O que será que eles lembram? Era essa a sala Harry?
-Sim, era essa. Vamos descobrir. –disse ele não contendo sua curiosidade.
-Primeiro o Snape. –disse Mandy. –Não sei como o Dumbledore confia nele.
-Seja lá pelo que for, ele deve ter as suas razões.
Eles foram se aproximando da penseira de Snape e seu conteúdo começou a girar e parou em uma imagem em um cemitério, que Harry reconheceu:
-Eu estive nesse lugar há quase dois anos, é o cemitério em que o pai de Voldemort está enterrado.
-É? É um cenário meio macabro. –disse Mandy sentindo um arrepio gelado por todo o corpo.
-Parece um ritual. Peraí, eles vão falar.
Os Death Eathers formaram um círculo deixando Snape e Voldemort no meio:
-Severo Snape, hoje você está aqui porque me disse que deseja se tornar um Death Eather. Por quê? É de livre e espontânea vontade ou por pressão? –Voldemort falou fixando seus olhos vermelhos nos negros de Snape.
-É por vontade própria. Eu desejo ser o mais fiel seguidor do maior bruxo que já existiu. –disse Snape não esboçando dúvida ou emoção em suas palavras.
-Se é assim que deseja...Vamos ao juramento. Repita: “Eu, Severo Snape, hoje presente em meio a minha nova família, juro expandir o domínio do Lord das Trevas e espalhar as sombras a mando de meu mestre. Me submeto a obedecer a suas ordens não importando quantas vidas serão sacrificadas ou o que farei para cumprí-las. Prometo disponibilizar as minhas ações em prol das suas vontades. Honrá-lo e respeitá-lo para que a nossa aliança não seja desfeita nem pela morte.”
Snape repetiu palavra por palavra com a voz firme.
-Lúcio e Macnair, segurem-no pelos braços. –Voldemort falou e imediatamente os dois se adiantaram e o agarraram.
-O que significa isso? –perguntou Snape surpreso.
-Calma. É para fazer a Marca Negra e vai doer, eu vou te avisando. –disse com sua voz letal enquanto ia se aproximando.
-Hum-hum. –murmurou Snape em sinal de compreendimento.
-Morsmordre! –vociferou Voldemort apontando sua própria varinha para o braço esquerdo de Snape que estava estendido.
A pele de Snape queimava, era como tivesse encostado-se a um ferro em brasas. Ele cerrou os dentes para conter o grito, tão forte era a dor. Até que cessou e ele olhou para seu próprio braço e viu nele o que lembrava uma tatuagem vermelho-vivo com uma cobra saindo de um crânio.
-Quando eu tocar na marca de algum Death Eather, as marcas de todos ficarão pretas e inclusive a sua. Então todos os Death Eathers deverão aparatar onde eu estiver. Entendeu? –ele explicou a Snape.
-Sim, meu amo. –respondeu Snape.
-Pois bem, agora mostre sua lealdade. Tenho um trabalho para você. Preciso que arrume uma maneira de se infiltrar em Hogwarts...
Novamente o conteúdo da penseira estava a girar e parou em uma cena que nunca imaginariam Snape passando. Ele estava em uma sala aconchegante de pé gritando desesperado:
-Você não pode me deixar! Não vê que eu te amo, Alice!
Uma mulher magra de longos cabelos sedosos negros e olhos igualmente negros, respondeu:
-Severo você acha que para mim está sendo fácil? Eu também te amo, mas não posso continuar com você desse jeito. Adeus!
Era visível o sofrimento dos dois:
-Não vá! Eu faço tudo por você! Eu posso... –antes que Snape terminasse a frase ela desaparatou e ele desabafou no sofá urrando de infelicidade.
O líquido da penseira tornou a ser transparente:
-Por mim chega! Eu já vi demais, não devemos brincar com essas coisas. Vamos embora Harry. –disse Mandy.
-Vamos. Até eu fiquei com pena do Snape nessa última lembrança. –disse Harry abalado com as duas cenas que acabara de presenciar.
-Eu também. Vai ver que é por isso que ele é tão amargo. –continuou ela enquanto abria a porta e espiava se havia alguém no corredor.
Quando os dois saíram da sala e já estavam no corredor, Harry olhou para trás:
-Mandy, vamos dar uma olhadinha naquela sala? Por favor, é rapidinho. –pediu Harry com um olhar de cão-sem-dono.
-Não me olhe assim, está bem, eu não resisto mesmo aos seus olhos.
A porta estava trancada para o alívio de Mandy. Aquela porta a deixava com uma sensação ruim. Mesmo assim Harry tentou abrir a porta:
-Alorromora!
De nada adiantou:
-Não vai dar certo, vamos embora antes que venha alguém. –disse ela no mesmo instante em que começou a ouvir passos se aproximando.
Mandy e Harry viraram-se devagar receando quem ou o que veriam.
-O que vocês fazem aqui? –perguntaram Harry e Draco.
-Passeando pelo castelo. –responderam Gina e Mandy.
-O que você faz a essa hora da noite com a minha prima? –perguntou Draco a Harry.
-O mesmo que você faz com a Gina. Eu namoro a Mandy e sei do seu namoro com a Gina.
Draco ficou surpreso.
-Não espalhe e nem conte ao Rony. –Gina pediu a Harry.
-Não vou contar porque você é que tem que fazer isso e antes que ele descubra. Apenas tome cuidado para não se iludir com o Malfoy e quebrar a cara.
Draco avançou para Harry com os punhos levantados e Gina precisou segurá-lo.
-Eu amo a Gina! Ao contrário de você Potter que está usando a minha prima para se vingar de mim e se tem alguém que precisa tomar cuidado é a Mandy por se envolver com você.
Agora foi Harry que precisou ser segurado por Mandy para não partir a cara de Draco.
-Como você se atreve? Eu não sou obrigado a ouvir desaforos de você seu desgraçado. Vamos sair daqui, Mandy.
-Sim, tchau! –disse a Gina e Draco lançando um olhar de desculpas.
-Tchau! –responderam os dois.
-Se o Harry ficou assim, imagina o Rony. Mas nós não iremos desistir. –disse Gina.
-Eu não disse que seria fácil.

No salão comunal.

-Não sei como a Gina consegue namorar o Malfoy. –comenta Harry inconformado. –De todos os caras da escola, tinha que ser justamente ele?
-Ora, não é tão ruim assim, é só questão de você se acostumar e segundo tem gosto para tudo, se tem gente que já amou o Snape.
-Falando do Snape. Eu acho que ele mudou de lado pelo amor. E quem seria aquela mulher?
-Não sei, mas ela me parece familiar. Agora eu me lembrei!
-Do quê?
-Amanhã tem prova de DCAT (Defesa Contra as Artes das Trevas) e nós não estudamos. Lembra? Quinto e sexto anos tem algumas provas no mesmo dia.
-É mesmo, a Turner pega pesado nos testes. Estamos ferrados, vamos precisar de uma ajudinha extra da Mione. Além disso, eu ainda nem comecei a preparar a programação de treinamento de quadribol para o jogo da semana que vem: “Grifinória x Sonserina”. Vai ser imperdível, eu vou poder dar o troco ao meu “querido amigo” Draco.
-Calma Harry! Não vá com muita sede ao pote.

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