Pelo nosso amor



Capítulo 7: Pelo nosso amor

Gina terminou de almoçar, se levantou e saiu andando em direção a Torre da Grifinória. Quando ia chegando perto do retrato da Mulher Gorda ela avistou Draco:
-Oi, Gina.
-Oi, Draco. Espera um pouco que eu vou ao dormitório pegar o que restou do meu caldeirão.
Quando ela voltou, ele disse:
-É muito simples, você conhece esse feitiço, mas deve ter esquecido. Reparo! –ele disse apontando sua varinha para o caldeirão e ele voltou a ser o que era.
-Ai, é mesmo. Como eu ando esquecida ultimamente. Obrigada. Nem sei como agradecer, eu fiz você perder tempo. Desculpa, Draco! –Gina disse pegando de volta das mãos de Draco o caldeirão.
-Eu não acho que perdi o meu tempo, é normal às vezes esquecer alguns feitiços. Mas se você não sabe como agradecer..., eu sei.
-Como? –Gina perguntou meio que sabendo e temendo a resposta.
-Fica comigo.
Gina ficou escarlate:
-Eu tô agradecida, sim. Mas isso não significa que você possa me usar. Já é abuso.
-Puxa vida, Gina. Eu tô mesmo interessado em você, juro que não irei te decepcionar.Então, vai confiar em mim?
Draco parecia estar falando realmente sério, então Gina respondeu:
-Sim, mas...
-Então vai me dar uma chance? –pergunta Draco com um olhar de cão sem dono e cheio de esperança.
-Tá, eu te dou uma chance. –respondeu Gina depois de um tempo olhando para os próprios pés.
Draco levantou o rosto de Gina com delicadeza em direção ao seu (o caldeirão caiu das mãos trêmulas dela):
-Você não vai se arrepender. –ele disse sorrindo antes se beijarem.
Gina e Draco se entregaram totalmente ao beijo. Era incrível pensar que ela estava beijando de bom grado Draco Malfoy, a quem sempre odiara. Suas famílias também se odiavam, mas nesse momento ela não queria pensar sobre isso. Estavam tão envolvidos que se esqueceram que estavam no corredor do quadro da Mulher Gorda (na verdade esqueceram de qualquer coisa do mundo que não estivesse relacionada aos dois ou ao que estavam fazendo), esqueceram principalmente que a qualquer momento algum grifinório poderia chegar e vê-los. E de fato logo foram surpreendidos:
-Hem, hem. –pigarreou Hermione para impor a sua presença quando chegou, apesar de não perceber quem eram os dois.
Gina e Draco se soltaram. Hermione levantou os olhos e ia começar a ralhar (dizendo que lá não era lugar para essas coisas e etc.) quando ela os reconheceu:
-Gina? Você ficou maluca? Como é que você pôde ficar aos beijos com o Malfoy?
-Obrigado pela parte que me toca. Gostei especialmente do modo “carinhoso” com que cuspiu meu nome. –Draco disse sarcasticamente.
-Você tem razão, foi mesmo uma loucura. Não sei o que me deu. –Gina concorda com Hermione.
-Eu vou indo. Não estou com o mínimo humor ou inclinação suficientes para ouvir os seus sermões, Granger. Outra hora a gente continua de onde paramos, Gina –Draco disse se retirando.
Quando ele havia virado o corredor:
-Gina, por que você fez isso? –pergunta Hermione ainda perplexa com a atitude da garota.
-Ele insistiu que queria ficar comigo, além do mais ele consertou o meu caldeirão e não está mais me tratando mal, tá sendo legal.
-Por que não pediu que eu o consertasse?
-Você parecia estar sempre tão ocupada, com a cabeça enterrada em livros o tempo todo.
-Mas mesmo assim eu teria te ajudado. Não deveria ter feito isso. Lembre-se que ele é Draco Malfoy. Ele te beijou à força?
-Não dessa vez...
-Teve outras vezes? –ela perguntou se indignando mais ainda.
Gina fingiu não ouvir e continuou como se não tivesse havido nenhuma interrupção:
-Eu concordei em ficar com ele, porque tive uma vontade inexplicável de beijá-lo de repente e então eu correspondi. Não vai me dizer que não acha ele um gato, vai?
-Tá, ele é bonito, mas você não deve esquecer que ele é um galinha e provavelmente só quis te experimentar. Logo, logo vamos achá-lo beijando outras por aí.
-Tá, não vou mais agir compulsivamente. E eu queria pedir que não contasse para ninguém. Pode ser? Se não vai que o Rony fica sabendo...
-Não se preocupe. Eu não vou contar.

No outro dia a caminho da aula de poções os alunos do 6° ano estavam saindo e os do 5° ano estavam indo para a aula de Snape. Quando Gina e Draco notaram a presença um do outro, ele ficou repentinamente mudo e não conseguia tirar os olhos dela e ela baixou os olhos e ficou da cor de seus cabelos.
-Só faltava me atropelar. Nem me viu, tava te comendo com os olhos Gina. –Mandy falou se referindo à reação de Draco.
-O quê? Quem? –perguntou Gina distraída.
-Aconteceu mais alguma coisa entre vocês, não é?
-É...Bem...Bom...Quer dizer...Sim... –disse baixando os olhos para não encarar a amiga.
-E você nem me contou? Mancada! Pode começar agora mesmo.
-Ontem a gente tava se beijando no corredor da entrada do nosso salão comunal e aí a Hermione chegou.
-Ela viu, deve ter te enchido pacas. Mas então quer dizer que você cedeu.
-A Mione me disse que foi uma loucura. Bem...Foi uma loucura deliciosa, mas ela tem razão, eu agi por impulso.
-Então não vai mais ficar com ele?
-Não quero e não posso. Imagina o que o Harry e principalmente o Rony e minha família diriam. E também não quero ser mais uma que ele usa na hora em que quer.
-Tá, como você quiser, veremos o que o destino dirá...
-Você sabe de algo que não quer me contar? –perguntou Gina desconfiada. Mandy abriu a boca para responder, mas se calou por causa da chegada de Snape.

Uma semana depois, biblioteca, 20h e 30 min.

-Você já terminou o seu pergaminho sobre a revolta dos duendes? –perguntou Gina a Mandy que vinha com um rolo na mão.
-Sim.
-Qual era o comprimento mesmo?
-Um metro e vinte centímetros.
-Maldito seja o Binns e a História da Magia. Aqueles duendes idiotas tinham sempre que arrumar encrenca com os bruxos? Ainda faltam 40 cm, ai ninguém merece isso e ainda é para amanhã. Por Merlin, que carma!
-Quer que eu te ajude? –Mandy pergunta vendo o desespero de Gina.
-Não, não precisa. Pode ir para o dormitório que eu já vou indo.
-Tem certeza?
-Sim, não se preocupe.
Demorou mais uma hora e meia até que Gina finalmente terminou o trabalho e saiu da biblioteca com o rolo de pergaminho na mão esquerda e a varinha na direita.
-Lumus. –murmurou para poder ver as horas em seu relógio. –Oh não, já passa das dez.
“Passou a hora do toque de recolher! Vou precisar ter muito cuidado para não chamar a atenção!” Ela pensava enquanto andava silenciosa como um gato.
Gina estava andando pelo 4° andar quando avistou Pirraça, que adorava causar confusão. Ela virou-se e ia começar a andar no sentido contrário ao dele, mas ele a viu:
-Ora, ora. O que temos aqui? Uma aluninha fora da cama.
Gina virou-se e ficou de frente com ele:
-Fale baixo.Por favor, Pirraça, deixe-me ir.
-Não sei...Onde andará o Filch? Quer descobrir?
-Não, Pirraça, por favor, eu preciso ir, seja bonzinho.
Mas essa foi a coisa errada a se dizer. Se tinha uma coisa que ele não era, era exatamente isso. Pirraça não gostou nem um pouco do comentário. Imagine só se ele fosse bonzinho com ela, isso acabaria com a sua fama de senhor do caos:
-Eu não sou bonzinho! ALUNA FORA DA CAMA! ALUNA FORA DA CAMA NO 4° ANDAR!!!
Gina desatou a correr, tão aflita que nem se deu conta de para onde estava indo. Corria e corria, mas Filch parecia ainda estar seguindo-a. Ela procurava um lugar para se esconder enquanto corria e achou, entrou no primeiro armário de vassouras que viu se trancando dentro dele. Acontece que ela não era a única pessoa que estava lá:
-Ai! –exclamou uma voz masculina.
-Quem é você? –Gina perguntou ao garoto.
-Quem é você? –a voz perguntou num tom de exigência.
-Eu perguntei primeiro. –Gina disse.
-Eu cheguei primeiro.-o garoto a lembrou.
-Espera aí eu acho que eu sei de quem é essa voz...Mas não pode ser.
-Eu também acho que sei quem é você...Mas não é possível.
-Malfoy? –perguntou Gina.
-Weasley? –perguntou Draco.
Depois de uma semana fingindo que nada havia acontecido voltaram a se chamar pelo sobrenome.
-O que você faz aqui Malfoy? Eu digo que é carma, de todas as pessoas para encontrar num armário eu encontro você. Não é possível!
-É o destino. –Draco falou zombeteiro. –Eu estava fugindo de Filch e você?
-Idem.
-O que fazia perambulando fora do horário, Weasley?
-Não te interessa. E você se achando o Rei da Noite nos corredores? O que fazia?
-Não te interessa.
O espaço do armário de vassouras era pequeno para duas pessoas por isso Gina estava de frente para Draco e praticamente encostada nele:
-Malfoy, não amasse o meu pergaminho!
Ele podia estar tratando Gina um tanto hostilmente, mas isso era porque estava com uma certa raiva dela, já que ele ultimamente se pegava pensando nela nas horas mais inoportunas e ele não queria pensar nela. Gina estava se mexendo para colocar o pergaminho em algum canto do armário. Mas isso não estava ajudando Draco a manter seu autocontrole, os hormônios adolescentes dele (afinal ele tinha 16 anos) estavam fervendo. A imaginação de Draco ia à mil:
-Pare de se mexer Weasley. –ele reclamou.
-Os incomodados que se retirem.
-Quem disse que eu estou incomodado com você se esfregando em mim nesse armário apertado? –ele falou dando um sorriso malicioso.
-Seu grosso!Estúpido!Pervertido!Insuportável!Esnobe!Desprezível! Malicioso!Idiota!Sonso!Depravado! -Gina que ia xingando ele de tudo o que vinha em sua cabeça não ouviu os passos de Filch que se aproximavam, mas Draco ouviu.
-Silêncio, cale a boca Weasley. –ele sussurrou desesperadamente.
Mas Gina não o ouviu e continuava a xingá-lo:
-...Aproveitador!Cretino!Convencido!Desgraçado!Babaca!Tarado!Cachorro! Safado! Galinha!Atrevido!Cafajeste! Metido!Canalha!Pretensioso!Cínico!Arrogante!Exibi...
Draco calou-a com um beijo tão de repente que ela no começo nem havia reparado porque parara de xingá-lo. Quando percebeu o que ele estava fazendo tentava se soltar dele dando murros em seu tórax (que ela percebeu ser bem definido), mas ele não a soltou e os murros dela iam perdendo cada vez mais a força até que ela relaxou. Isso foi o suficiente para Draco laçá-la pela cintura e aprofundar mais o beijo e ela passou os braços em volta do pescoço de Draco. Lá fora não se ouvia mais nenhum ruído, Filch já havia ido embora. Gina parou o beijo e encarou Draco:
-É... –foi o que ela conseguiu dizer.
-Não diga nada. Ou será que você quer continuar a me xingar?
-Desculpa, eu não quis...bem... eu quis...É melhor eu ir...
Draco ficou em silêncio, queria que ela ficasse, mas pedir a ela seria admitir isso. Antes queria ficar com ela por mero desejo e agora ele não sabia mais, só sabia que nunca se envolvera tanto e isso o preocupava. Com outras garotas ele ficava por pouco tempo e enjoava, mas com Gina tinha algo diferente.
Gina continuou a encará-lo pensando:
“Isso não é certo! Mas se não é certo, por que é tão bom? Era para eu odiar ele, mas, no entanto... Ele não pode ser tão ruim, pode? Só mais um pouco não vai fazer mal.”
Ela o beijou e era a primeira vez que fizera isso, das outras vezes fora Draco que a procurava. Ele sorriu contra os lábios dela. Gina tinha que reconhecer porque as garotas que já tinham ficado com ele o procuravam para um bis e porque tantas outras viviam na cola dele, além de ser muito bonito, ele beijava extremamente bem. Mas ao lembrar disso ela também lembrou que ia contra os seus princípios ficar com alguém que daqui um tempo iria tratá-la como um verme e nem lembraria da sua existência quando enjoasse. Não iria deixar ele dispensá-la, ela é quem iria.
Novamente parou o beijo, se recompôs e disse:
-Adeus!
-Por que adeus?
-Nunca mais me beije e nem me procure!
-Mas foi você que me beijou dessa última vez.
-Como eu disse, adeus! –continuou sem se abalar com o que Draco tinha falado.
Gina abriu a porta e saiu correndo desabalada. Draco ficou parado e intrigado observando-a partir. Descobriu o que havia de diferente com Gina, ela queria sempre manter o controle sobre sua vida e ele também queria isso (mas nesse caso os dois não estavam tendo muito sucesso em se controlar...). E Draco percebeu que para isso Gina deixava nele sempre um gostinho de quero mais que o deixava louco para uma próxima seção de beijos.
Ele ia saindo do armário e viu um rolo:
-O pergaminho da Weasley...Como ela consegue ser tão esquecida? Parece que sempre esquece as coisas comigo. Primeiro a pulseira, agora o pergaminho. O que será da próxima vez?
“Espero que seja o sutiã!” –pensou ele sonhadoramente com um grande sorriso depravado estampado em seus lábios.

Café da manhã do dia seguinte.

Gina estava tomando café tranqüilamente na mesa da Grifinória enquanto conversava com Mandy:
-Qual é a primeira aula?
-História da Magia. –respondeu Mandy.
Gina ficou branca como um fantasma.
-O que foi? –perguntou Mandy.
-Eu esqueci o meu trabalho!
-Como assim?
-Weasley! –Draco chamou Gina da mesa da Sonserina. –Eu acho que isso pertence a você.
Gina e Rony ambos Weasley se viraram, mas foi Gina quem levantou e foi até lá.
-Pegue. –Draco disse no seu habitual tom de voz arrastado (que Gina descobriu achar muito sexy). –Tome mais cuidado com as suas coisas, Weasley. Da próxima vez eu posso não estar tão disposto a devolver as coisas para seus devidos donos...
Gina pegou o pergaminho saindo rapidamente dali e todos depositaram o olhar nela. Chegando de volta a mesa de Grifinória:
-Por que o seu trabalho estava com o Draco? –Mandy perguntou inocentemente. –Você o terminou ontem à noite.
-Virgínia, o que é que um trabalho seu estava fazendo com o Malfoy? Onde você estava ontem à noite? –Rony pergunta após ouvir o comentário de Mandy.
-Cuide da sua vida Rony! –Gina respondeu ao irmão se levantando.
-Volte aqui, você vai me explicar tim-tim por tim-tim! E espero que tenha uma boa explicação!-Rony disse indo atrás dela.
Depois de horas foi que Gina conseguiu convencer Rony de que perdera o trabalho no trajeto entre a biblioteca e a Torre da Grifinória e que por acaso foi o Draco que achou:
-Draco, que intimidade é essa? –perguntou Rony. –Daqui a pouco vai querer chamá-lo de Draquinho!
-Rony, não é nada disso! É que a Mandy sempre chama ele de Draco, então eu acostumei.
-Essa história está mal contada...-Rony desconfia.
-Tem que ser carma! Que mal eu fiz para merecer isso? Haja paciência...
E mais horas de discussão...

No 4° final de semana teve uma visita à Hogsmeade. Rony foi com Hermione, Harry com Mandy e Gina quis ir sozinha para não “segurar vela”, pois até Luna Lovegood foi com Neville.
Gina entrou no Três Vassouras pediu uma cerveja amanteigada e se sentou à uma das mesas. Logo depois Draco entrou no estabelecimento seguido por Pansy Parkinson que parecia um carrapato grudada nele.
Quando Draco avistou Gina a ignorou, assim como ela havia feito com ele após o episódio do armário toda vez que o avistava. Pansy e Draco se sentaram à mesa que estava ao lado de Gina.
-Draco, eu estou muito satisfeita de ter vindo com você. –disse Pansy se aproximando para dar um beijo em nele.
Ele a afastou:
-Vou pedir duas bebidas. –disse se levantando.
Quando Draco voltou com as bebidas e se sentou novamente:
-Por que você está fugindo de mim? –Pansy perguntou a ele.
Draco desvia o olhar e ela pega suas mãos. Repentinamente Gina se levanta e sai furiosa resmungando baixinho:
-Isso é demais para mim. Eu não suporto ver aquela vaca e completa vagabunda dar em cima do Draco.
“Tá com ciúmes? Agora tá com saudades das sessões de agarramento? Mas não foi você que o ignorou todo esse tempo depois do episódio do armário? Então agora agüenta!” Disse uma voz perversa em seu cérebro.
-Mas eu não suporto, sou uma idiota. Eu me odeio! Por que não consigo parar de pensar nele? –ela falava sozinha enquanto voltava ao castelo.
Nesse momento Lilá, Parvati e Padma a alcançam:
-No que você não para de pensar Gina? Aconteceu alguma coisa? Você parece tão aflita. –Parvati fala a Gina.
-Tá tudo bem. Eu não paro de pensar no quanto fui irresponsável ao deixar para última hora o trabalho de Poções. –mentiu Gina. -E vocês? Por que estão voltando cedo também?
-Te vimos passar tão rápido pela gente que ficamos preocupadas com você. –respondeu Lilá.
-Obrigado por se preocuparem, mas eu estou bem. Não quero atrapalhar o passeio de vocês. –Gina agradeceu.
-Mas quando você falou de trabalho eu lembrei que eu a Parvati e a Lilá temos que terminar um de Herbologia. – Padma esclareceu.
-Então vamos indo. –disse Gina continuando a andar, agora em companhia das garotas.

Draco largou Pansy Parkinson falando sozinha e seguiu Gina de longe. Ele não conseguia mais tirá-la de sua cabeça, ficava louco quando pensava nos momentos em que a teve nos braços. No fundo sabia que era mais que desejo ou atração e que estava apaixonado, mas não queria assumir. Nunca sentira isso antes, uma sensação que o deixava nas nuvens ao mesmo tampo que o consumia.
Ele não podia deixar de pensar:
“Será que ela sente algo por mim? Ela saiu tão nervosa do Três Vassouras. Mas e se ela estiver fazendo jogo? Se for isso ela já me ganhou.”
A cabeça de Draco era um monte de suposições e infindáveis pontos de interrogação. Atrás de toda aquela fachada de bad boy, agora ele revelava uma insegurança que jamais esperara sentir. Só sabia que tinha que tomar uma decisão. Tinha que resolver essa situação que já estava levando-o à loucura.

Saguão de entrada.

-Olhem quem vem aí. –disse Lilá em tom animado.
-É o Draco Malfoy. O que será que aquele gato quer? –pergunta Padma e o coração de Gina dispara.
-Será que ele quer falar com uma de nós? –pergunta Parvati. –Ele está vindo nessa direção.
-Weasley, me acompanhe agora! –Draco exigiu.
-O que foi que eu fiz agora, Malfoy? –Gina quis saber.
-Você só vai saber se vier comigo. Venha ou prefere que eu tire alguns pontos de Grifinória? –falou decidido.
-A Gina não te fez nada, Malfoy! –Parvati fala defendendo Gina. –Isso é abuso de autoridade.
-Fique fora disso Patil. Não dê opinião em assuntos que não lhe dizem respeito.
-Mas ela é minha amiga. –Parvati retruca.
-Que seja. Se eu digo que ela tem que vir é porque ela fez algo que não devia.
-É melhor você ir Gina. –Lilá recomenda.
-A gente se vê depois. –Padma disse se despedindo. –Aproveita. –acrescentou num sussurro.
Gina seguiu Draco. Quando estavam andando pelo corredor do primeiro andar (que estava vazio por causa da visita dos alunos a Hogsmeade):
-Onde você está me levando? Pra que me chamou? –Gina perguntou em tom seco, mas não conseguindo esconder sua curiosidade.
-Você já vai saber. –Draco respondeu misterioso.
-Saber do quê? –Gina perguntou tentando manter a calma.
-O que fez de errado. –ele respondeu abrindo a porta de uma sala vazia.
Ele e Gina entraram na sala e Gina apoiou as costas na porta fechada e cruzou os braços à espera de satisfações:
-Chega de mistério!Afinal, o que eu fiz? –perguntou ela já com uma ponta de aborrecimento.
-Roubou meu coração. –respondeu Draco e deu um beijo em Gina.
Rapidamente ele enlaçou a cintura da ruiva. Ela não conseguiu resistir aos toques dos lábios de Draco nos dela, inicialmente leve e aumentando gradualmente. Gina descruzou os braços e colocou-os em torno do pescoço de Draco e começou a acariciar a nuca e a parte de trás dos cabelos dourados do garoto. Foi o suficiente para Draco puxá-la para mais perto e aprofundar ainda mais o beijo. Draco fazia uma enorme pressão sobre seus lábios e os dois precisavam respirar, mas eles não se importavam. Tudo que eles queriam era desfrutar o máximo daquele beijo. Quando eles finalmente se soltaram:
-Isso foi um erro, eu prometi a mim mesma que nunca mais te beijaria. –ela disse ofegante virando-se para ir embora, mas Draco a segurou pelo pulso.
-Shhh. –ele disse colocando um dedo sobre os lábios de Gina.
-Não brinca comigo e me deixa ir agora!
-Não é brincadeira, eu te amo, Gina! Quer ser minha namorada?
-Você espera que eu acredite nisso? O máximo que você deve ter por mim é um desejo incontrolável. Você é louco, me chamou na frente das minhas amigas.
-Não vou dizer que eu não tenha um desejo incontrolável, mas é mais que isso. Eu nunca pensei na minha vida em pedir uma garota em namoro, mas estou fazendo agora. É sério, eu nunca me senti assim antes.
-Qual é a vantagem de você tentar me iludir? Puro prazer em me fazer sofrer?
-Não estou tentando te iludir, é verdade. Eu senti a sua falta de verdade. Você acha que só o que eu quero é ficar me amassando com você e fazendo aulas de “bilíngüe” pela escola?
-É isso o que eu acho!
-Não vou dizer que eu não gostei das nossas sessões de beijos e amassos e sei que você também gostou. –Draco disse e Gina corou furiosamente. –Para mim seria muito mais cômodo manter essa situação. Mas acontece que eu não quero! Eu já disse que te amo, o que eu faço para isso entrar na sua cabeça?
-Ah, sim...Se isso é verdade, então por que você saiu com a Parkinson?
-Eu queria te esquecer, mas quando te vi hoje em Hogsmeade percebi que não poderia e que era inútil tentar lutar contra o que eu sinto. Então, aceita?
Ela olhava pasma. Como o garoto que sempre fora arrogante e mimado que vivia implicando e humilhando a sua família poderia estar na sua frente dizendo que a amava? Gina também chegara a conclusão de que o amava enquanto tentava esquecê-lo, mas ele teimava em não sair de sua mente. Desejara tanto ouvir isso dele e agora isso estava acontecendo. Mandy tinha razão, ela precisava rever seus conceitos sobre Draco. Ela continuava fitando aqueles olhos azuis que esperavam ansiosos por uma resposta:
-Eu também te amo, Draco! Eu tentei de todas as formas fugir desse sentimento, mas não consegui. Eu achei que seria apenas mais um brinquedinho nas suas mãos. Mas os seus olhos me dizem claramente que eu me enganei.
-É claro que se enganou. Responde logo, não me torture mais. Vai aceitar? Aceitar enfrentar a tudo e a todos pelo nosso amor?
-Ah, não sei... –Gina disse e ele baixou os olhos. –Brincadeirinha. Sim, é claro que aceito. Só que o Rony não pode ficar sabendo agora.
-Nem o meu pai.Vamos manter em segredo por enquanto. Quando você contar ao seu irmão, eu conto a ele. Eu sei que ele não vai admitir, mas cansei de fazer somente o que ele quer sem levar em consideração o que eu quero. Não desistirei de você por nada.
-Eu também não.
Os dois se olharam com sorrisos enormes antes de darem um beijo daqueles, mas que tinha um gosto novo e especial. Um beijo que selava o amor deles e os unia a lutar por sua felicidade.

À noite no salão comunal.

Gina passou pelo quadro da Mulher Gorda e entrou na sala comunal toda sorridente e disse:
-Boa noite a todos! Vou me deitar mais cedo porque estou muito cansada.
-Boa noite! –disseram Harry, Rony e Mione intrigados.
-Vou ver que bicho a mordeu. –Mandy informou aos três seguindo Gina até o dormitório feminino.
Ao entrar no quarto ela fechou a porta e perguntou:
-Me conta o que aconteceu. Você não pode ter ficado tão feliz por coisa alguma.
-Estou parecendo uma idiota?
-De certa forma. –Mandy respondeu sinceramente. –Esse sorriso no seu rosto não me deixa mentir. Mas fale. Com quem você estava?
-Eu?
-Não, estou perguntando para a parede. –respondeu Mandy sarcasticamente mostrando seu lado Malfoy. –Tem mais alguém aqui? Não, então é com você mesma! Sinceramente o que você andou bebendo? Quantas vezes eu já te disse para não descuidar do seu copo para o caso de alguém fazer algo com ele?
-Falou muitas vezes, mas não é nada disso. E tampouco andei bebendo. Quando você começou a namorar o Harry, você também parecia uma débil feliz e sonhadora, então não me sacaneia.
-Você tá namorando?
-É...
-E tudo o que consegue dizer é, é? Me diz quem é! Não, deixe-me adivinhar é o Draco.
-Acertou. É praga sua! Toda aquela história de você dizer que nós combinamos e que acabaríamos juntos... –falou ela suspirando no final.
-Parabéns Gina! Você ganhou o coração do disputado Draco Malfoy. Se bem que eu já sabia do interesse dele por você. Durante o tempo que estive em sua casa recebi uma coruja dele.
-Você nunca me contou!
-Ele queria saber onde eu estava passando as férias. Eu disse que era na sua casa, contei da nossa amizade, que nós nos conhecemos por acaso no Beco Diagonal e ficamos amigas.
-Só isso?
-Não! Disse que as minhas férias estavam ótimas e...Te elogiei pra caramba. Tanto que quando ele entrou na cabine do expresso de Hogwarts, você não percebeu, mas ele pareceu te olhar sob um novo ângulo. Ele sabia dos seus horários porque ele copiou os meus que são iguais aos seus.
-Revelações bombásticas essas, não? Por que só está me contando agora?!?
-Porque você ficaria furiosa comigo. Eu dei uma mãozinha, tenho um certo talento para descobrir pares. Não te disse que você e o Draco formam um casal perfeito? E desde a primeira vez que bati os olhos no Rony e na Mione vi que eles se gostavam. Nesses últimos dias parecia estar escrito na sua testa “Propriedade de Draco Malfoy” ou “Eu amo Draco Malfoy” e a mesma coisa se aplica a ele, você não imagina quantas vezes eu o vi babando por você.
-Nossa como você é observadora! –Gina se admirou com a capacidade da amiga.
-Mas no final, não é graças a mim que vocês estão juntos. Eu só dei o cimento e vocês construíram a casa. Foi ele que foi insistente, tá certo que no começo por um capricho dele. Mas o mérito é seu por tê-lo conquistado (coisa que nenhuma garota tinha conseguido). Agora eu quero saber quando é que vai ser o casamento! –terminou animada.
Gina que estava quase chorando de emoção pelo discurso de Mandy voltou à real com o último comentário da amiga.
-Toma cuidado com os seus palpites. Viu? Boca Santa.A gente mal começou a namorar e você já está falando em casamento? Que absurdo! –terminou Gina ficando escarlate.
-Só tô pagando na mesma moeda. Lembra do comentário que você fez na cabana do Hagrid? Mas já pensou como serão os filhos de vocês? Loiros ou ruivos?
-MANDY!!!VOCÊ JÁ ESTÁ PASSANDO DOS LIMITES! Quer que eu desça lá embaixo e fale para o Harry que você quer que ele te mantenha ocupada a noite inteira?
-Você não faria isso. –Mandy falou com um pouco de insegurança na voz.
-Não duvida que eu faço!
-Tá, eu não duvido! Mudando de assunto...E o Rony? Não é preciso ser gênio para saber que ele vai “subir pelas paredes” quando souber.
-Não vou contar agora. Por enquanto é segredo. Mas ele vai ter que entender que eu posso muito bem me responsabilizar pelas minhas escolhas. Eu amo o Draco e ele me ama, é só isso o que importa.
-Você tem razão. As famílias de vocês são inimigas e vocês lutando para ficar juntos...É muito romântico. É o típico Romeu e Julieta, só não se matem no final, por favor!

No outro dia, Masmorras, prova de poções.

-Sua poção está perfeita, Srta. Weasley. Contudo devo acrescentar que é estranho. Se não me falha a memória -e a minha memória não falha - ontem mesmo a sua poção de esquecimento ficou amarela e hoje está branca como deveria estar. –disse Snape com a sua voz de quem queria achar algo de errado, mas não conseguia.
-Se o senhor me permite dizer, esse é o resultado de eu ter estudado ontem com muito empenho. –disse Gina escolhendo minuciosamente as palavras e mantendo o olhar impassível.
-Seu teste terminou e a srta. já pode se retirar.
-Com licença. –Gina disse aliviada e indo embora.

No salão principal, jantar.

-Como você se saiu na prova? –perguntou Mandy enquanto se servia de um ensopado de batatas.
-Melhor impossível. Mas o Snape achou estranho. –Gina respondeu também se servindo.
-Com razão, a sua poção deve ter ficado indistinguível da de ontem. Mas se ficou ótima significa que o Draco te ajudou em poções além das aulas de bilíngüe.
-É. Ele me ajudou. E você?
-Ah, mais ou menos. Fiz na medida do possível. Sorte sua que o Snape adora o Draco e ele é bom em poções. Não que o Harry seja ruim, mas o Snape literalmente o odeia e parece odiar a mim também.
Ao final do jantar Gina e Mandy se levantaram da mesa da Grifinória e começaram a andar em direção ao saguão de entrada. Draco que as acompanhava com o olhar se levantou:
-Vejo vocês depois. –informou a Crabbe e Goyle que estavam se empapuçando de tanto comerem. Eles que estavam com as bocas cheias de comida só acenaram afirmativamente com a cabeça.
Draco as alcançou no primeiro lance de escadas. Ele estava ofegante e tomou ar antes de começar a falar:
-Gina vamos dar uma volta pelo castelo? –seu olhar parecia esperançoso.
-É claro, mas não posso demorar muito. Até mais Mandy. –disse ela dando a mão para Draco.
-A gente se vê, Mandy. –Draco se despediu.
Assim que eles haviam virado o corredor, Harry chegou:
-Oi Mandy, meu amor. –disse dando um beijo nela. –Eu estava te procurando.
-Por quê? –ela perguntou curiosa.
-Vamos passear pelo castelo?
-Mas sabe...eu estou com sono, quero ir dormir. –ela atirou a ele a primeira desculpa que lhe veio na mente.
-Eu quero te mostrar uma coisa. É muito importante para mim. –ele insistiu.
-Então vamos. –ela cedeu não conseguindo negar o pedido de Harry, mas consciente do perigo. E se ele visse Draco e Gina juntos? Ela teria muito a explicar para ele.

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