O tremor e a sombra misteriosa



Capítulo 6: O tremor e a sombra misteriosa

Gina havia chegado ao alto da torre de Astronomia e não havia ninguém. Ela andava de um lado a outro pensando.
“Será que o Draco me tapeou? E se isso for uma cilada para eu ser expulsa?”
Foi quando ia passando a frente de uma porta que um par de mãos a agarrou e puxou para dentro.
-Que susto! Draco não faz mais isso!
-Você é que leva susto à toa.
-Onde está a minha pulseira?
-Aqui. –disse levantando o braço com a pulseira na mão. –Anda, venha buscá-la!
-Me dá ela! Eu não tenho tempo para brincadeiras. Draco, você vai se arrepender.
Gina tentava pegar, mas estava difícil, ele era mais alto que ela e nem lhe ocorreu naquela hora que poderia sacar a varinha e executar um feitiço convocatório. Draco esperou ela chegar mais perto e não resistiu ao impulso, tascou um beijo em Gina. Ela sentiu o toque suave dos lábios quentes de Draco à procura dos seus, estava começando a corresponder quando pensou:
“O que é que eu estou fazendo? Ele só está me usando”.
Nesse instante ela parou o beijo e deu um tapa na cara dele dizendo:
-O que é que você está pensando, Malfoy? Eu não sou mais uma que você usa e joga fora!
-Eu não vou te jogar fora Gina. –disse ele sério –E eu estava pensando em ficar com você. –continuou ele cinicamente como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e se aproximando dela novamente.
Ela afastou-o com os braços:
-É isso o que você fala para todas? Eu não vou ser mais uma na sua lista. Pra mim essa história não cola.
-Ah, qual é? Não finge, porque eu sei que você gostou! –disse ele fazendo pose de irresistível.
Gina ficou em silêncio, ela realmente havia gostado, mas não queria e não iria dar o braço a torcer:
-Me devolve a pulseira. –disse ela séria fixando seus olhos nos de Draco. E para sua surpresa ele entregou-lhe.
Gina ia começando a andar em direção a porta quando o chão estremeceu e ouviu-se o estrondo de uma coisa grande caindo ao chão. Em seguida ouviu-se uma voz:
-PIRRAÇA!!!
Era Filch.
-Colloportus! –Draco pronunciou apontando a varinha para a porta que se trancou.
-O que você está fazendo? –perguntou Gina indignada. –Vai nos trancar? Eu exijo que você abra essa porta imediatamente ou eu mesma abro.
-Silêncio, ele está aqui por perto, se não ele vai nos ouvir. Quer que Filch nos pegue?
-Dessa vez nós pegamos o Pirraça, minha querida –era óbvio que Filch estava com Madame Nor-r-ra, sua gata esquelética cor de ferrugem (muitos estudantes já chegaram a cogitar a possibilidade da gata ser uma bruxa que é um animago, tamanho é o amor de Filch por ela). –Ele passou dos limites, irei falar com Dumbledore, é demais derrubar um armário de troféus. Irei ficar aqui a noite inteira se for preciso, ele tem que voltar a cena do crime.
-Eu não acho que o Pirraça tenha causado esse tremor. –disse Draco olhando distraidamente pela janela, até que... –Olha! Aquilo é uma sombra gigantesca e está correndo na direção da Floresta Proibida.
Gina correu rapidamente até a janela:
-Ai, ai, ai! O que será que é?
-Não sei. Só sei que não temos como passar por Filch sem sermos vistos. Não podemos simplesmente chegar nele e falar “Oi, Filch nós viemos dar um pequeno passeio noturno e ver o céu. Sabemos que estamos atropelando trocentas regras da escola, mas não se preocupe em nos punir porque já estamos indo embora”.
-E o que você sugere? Não podemos passar a noite aqui!
-Pular pela janela é que não. O jeito é ficarmos aqui mesmo, quer você queira ou não. –disse em tom de quem se divertia com a idéia de passar a noite com ela.
-Está bem, mas não tente nenhuma gracinha. Entendeu?
-Como você quiser. –ele disse cruzando os dedos atrás das costas.
Os dois demoraram a pegar no sono e enquanto isso conversaram e se conheceram melhor. Mandy tinha razão, Gina e Draco tinham coisas em comum e poderiam se dar bem se quisessem.
Os primeiros raios de sol começavam a entrar pela janela. Gina acordou, mas manteve os olhos fechados. Quando se lembrou de onde estava e com quem abriu os olhos espantada de que aquilo era real.
Ela estava vestida com a capa de Draco por cima de sua roupa e o garoto mantinha os braços enlaçando o corpo dela:
-Draco, acorda. Já é dia.
-Hum...Dia do quê?
-Nós temos que sair daqui, antes que dêem por nossa falta.
Ele deu por si e abriu os olhos:
-Essa noite foi maravilhosa.
-Não aconteceu nada entre a gente. –Gina falou.
-Só de dormir ao seu lado... e nem te conto o sonho que tive com você... –disse ele dando um sorriso safado.
-E é melhor não contar mesmo ou você vai apanhar! Tenho que chegar até a minha cama antes que descubram que não estive lá.
Gina ia quase alcançando a porta quando Draco puxou-a pelo braço:
-Para eu ter certeza de que tudo não passou de um sonho. –dizendo isso deu um beijo em Gina que o empurrou.
“Definitivamente eu não estou dormindo, se estivesse ela não teria de jeito nenhum essa reação...” –Draco pensou.
-Eu já disse para não fazer isso. Não quero nada com você, Malfoy!
Deu as costas a ele e saiu andando apressadamente sem olhar para trás uma única vez.
-Não sei por que eu insisto? Por que ela tem que ser tão difícil? Você ainda vai ser minha, Virgínia Weasley ou eu não me chamo Draco Malfoy!

No salão comunal da Grifinória.

Gina ia subindo de mansinho as escadas para o dormitório das meninas, quando ouviu uma voz as suas costas:
-Onde você passou a noite Gina?
Ela se virou para encarar uma preocupada Hermione.
-Ah, Mione, por favor, não conta pro Rony!
-Não sei. Isso é errado, não faça mais isso ou serei obrigada a exercer a minha autoridade como monitora. Agora me diga, onde você estava?
-Em uma sala na torre de Astronomia.
-O que você foi fazer lá?
Gina contou sobre a detenção, ter perdido a pulseira, quem a encontrou e a coruja que havia recebido.
-E onde você dormiu?
-Eu fiquei trancada na sala com o Draco, porque... –começou ela, mas Hermione a interrompeu.
-O QUÊÊÊ??? VOCÊ DORMIU COM O MALFOY?!?
-Fale mais baixo, vai acordar todo mundo. Já pensou se alguém escuta o absurdo que está falando? Calma, não é do jeito que você está pensando! Não aconteceu nada de mais! –respondeu Gina e lhe contou o resto da história.
Quando Gina terminou:
-Olha Gina, como sua amiga eu lhe aconselho a não se meter com o Malfoy e não se preocupe, eu não vou contar ao Rony. Não tenho paciência para agüentar mais implicações dele.
Mandy entra na conversa:
-Eu não pude deixar de ouvir a sua observação Hermione e lhe asseguro que o meu primo não seria capaz de fazer mal a Gina. Eu o conheço muito bem e sei que no fundo é uma boa pessoa.
-Se você diz, mas é sempre bom se manter em alerta.
-Alerta do que, Mi? –Rony chegou perguntando.
-Ah..., assunto de garotas. Você não iria querer saber.
-Ah, bom. Vamos tomar café?-ele perguntou a Hermione -O Harry já está descendo. –acrescentou para Mandy.
-Tá. –Mandy disse.
E assim se foram.
-Me diz o que aconteceu de tão interessante para não vir dormir aqui? –pergunta Mandy demonstrando uma enorme curiosidade.
Gina contou a amiga a mesma história narrada a Hermione.
-Você o dispensou? Ele nunca levou um fora, então não vai desistir fácil, isso é bom.
-Bom? Eu não quero me meter com aquele galinha!
-Gina, enxergue...Vocês formam um casal perfeito.
–Eu sei que nós somos um casal perfeito. -disse Harry a Mandy entrando na conversa. –Oi, Gina! Mandy eu preciso ter uma conversa séria com você? –Harry olhou para a capa de Gina. –Onde você arrumou essa capa da Sonserina? –ele perguntou.
Mandy olhou para Gina que ruborizou, então deu um beijo em Harry:
-Vamos indo! Tudo bem para você Gina?
-Claro! Eu vou ao dormitório e já desço, podem ir andando. –ela respondeu aliviada subindo as escadas correndo.
Ela chegou no dormitório e olhou-se no espelho:
-Ai, essa foi por pouco!Nunca uma Weasley e um Malfoy darão certo. Decididamente ela pirou. –ela disse. –Pare de pensar nele, sua idiota!
-Você não pode controlar seus pensamentos e muito menos seu coração. Essa é uma batalha perdida, querida. –o espelhou falou sabiamente a Gina.
-Não é não!!! –ela respondeu furiosa.

A caminho do salão principal.

-Eu quero oficializar o nosso relacionamento. Quer namorar comigo? –Harry perguntou.
-Eu aceito, é claro!
Os dois se beijaram no meio do corredor e os muitos alunos que passavam observavam a cena. Quando finalmente se separaram:
-De quem era e onde a Gina arranjou aquela capa da Sonserina com que estava? Ela não está ficando ou namorando alguém da Sonserina, está?
-Não, ela não está.
-Então de onde vem a capa? Só os alunos de Sonserina tem a capa da casa deles.
Mandy foi dando voltas no assunto, mas cada vez mais Harry a colocava contra a parede. Então ela foi obrigada a contar a Harry (tirando os detalhes de Draco querer ficar com Gina, é claro).
-A Gina não deveria ter saído da torre da Grifinória à noite e o que é pior estar na companhia do Malfoy.
-Não se preocupe Harry, o Draco nunca faria mal a ela. Confie em mim!
-Eu confio. Mas e aquele tremor foi estranho sem dúvida nenhuma. Na nossa torre também foi sentido. Acordou-me e também o Simas, o Rony e o Dino. Só o Neville continuou roncando. Mas e essa tal sombra como era?
-A Gina só disse que era enorme se dava para ver da Torre de Astronomia.
-É, nós precisamos descobrir o que era. Podemos perguntar a Hagrid na hora do almoço.

11:50 h nos jardins.

-Ainda faltam 10 minutos para a Mandy, o Harry, o Rony e a Hermione chegarem. –falava Gina ao vento enquanto andava. –Ai, e aquele meu caldeirão? Que desastre! Eu fui tão burra. Como pude derretê-lo? Agora não sei consertá-lo. Se eu soubesse de alguém que sabe consertar.
-Se você quiser eu posso consertar. –disse Draco saindo detrás de uma árvore.
-O que faz por aqui? Ficou me seguindo, foi? –perguntou ela surpresa, já que não esperava encontrá-lo ali.
-Eu estava te procurando, você está com a minha capa.
-Ah, é mesmo. Eu havia esquecido, mas aqui está ela. Obrigado. –disse ela estendendo a capa que acabara de tirar da bolsa.
-Hum...É sério, eu posso consertar. Você quer?
-Ah, é? E o que você vai pedir em troca? Eu sei que você não dá ponto sem nó.
-Eu te quero, e você sabe disso. Mas em curto prazo aceito sua amizade
-Está bem, eu vou aceitar a sua ajuda. –Draco sorriu –Ah, mas nem perca tempo tendo ilusões. É porque eu realmente preciso. Só que tem que ser depois, porque daqui a pouco eu vou visitar o Hagrid, para perguntar sobre aquela sombra que nós vimos ontem.
-Posso ir junto?
-Hum...Não vai dar, eu não vou sozinha.
-Tá...Então eu te procuro depois do almoço, certo? Eu sei que hoje nesse horário você também tá livre.
-Hum-hum. Ei, como é que você sabe? Não tem o direito de bisbilhotar os meus horários.
-É que ser monitor e ter certos contatos tem as suas vantagens. –disse ele piscando para ela.
-Depois do almoço, então.
-Ah não, lá vem os seus amiguinhos. É melhor eu ir andando antes que nos vejam. Até mais, meu amor. –disse acariciando o rosto de Gina.
“Eu não sou seu amor!!!” Gina pensou indignada.
-Tchau! –respondeu a contragosto por estar com o coração disparado. –Você não pode se apaixonar por aquele canalha aproveitador. –reclamou o observando ao longe.

Na cabana de Hagrid.

-Faz tempo que vocês não vem aqui. Mas no caso da Mandy é a primeira vez. –disse Hagrid servindo chá e biscoitos que eles tiveram o cuidado de recusar, a culinária de Hagrid era meio (totalmente) não recomendável.
-Nós temos andado ocupados. –Harry justificou.
-Fiquei sabendo que você e a Mione finalmente estão namorando, parabéns a vocês por deixarem de ser lerdos e se tocarem. –disse a Rony e Mione que ficaram um pouco vermelhos.
-É verdade Hagrid. Mas tem alguém que anda não contando os seus rolos. –Mione falou olhando e apontando significativamente para Harry.
-É assim, é? Então eu falo que eu e a Mandy também estamos namorando.
-Eu quero ser a madrinha do casamento. –Gina provocou.
-Gina! Ninguém falou em casamento. –Mandy falou corando.
-Hagrid, um dos motivos para estarmos aqui é que queremos saber sobre o tremor de ontem à noite. –Harry se fez ouvir. –Você sabe o que aconteceu?
Os olhos de besouro negro de Hagrid se arregalaram.
-Não era ninguém...Digo, não era nada.
-Então não era o que e sim quem. –deduziu Mandy perspicazmente. –Ora Hagrid, você pode confiar em nós.
-Está bem. Era a minha mãe e ela disse que assim como os outros gigantes ela se uniu a você-sabe-quem e eu não poderei mais vê-la. –Hagrid balbuciou em tom triste.
-Hagrid isso é difícil. Mas veja o lado bom, você está do lado certo e vai mostrar isso a ela. Pode contar conosco, Dumbledore e todos os bruxos da Ordem. –consolou-o Gina.
-Ahn...Isso explica a sombra gigantesca, já que a sua mãe é a giganta Fridwulfa. Mas e tremor? –perguntou Rony.
-Quando eu disse que nunca me aliaria a você-sabe-quem, ela saiu correndo e levou um tombo, tropeçou em umas 4 ou 5 árvores.
-Agora eu entendo. –disse Hermione. –Se você quiser desabafar pode contar conosco Hagrid. Né gente?
-É claro. –disseram Harry, Rony, Mandy e Gina em uníssono.
-Obrigado, vocês são ótimos amigos.

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