Bad news, Is



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Capítulo VI
Bad news, Is




- Você viu ela?

- Vi sim! Ela era maravilhosa.. nunca vi ninguém dançar daquele jeito.

- Eu juro que ela brilhava como um patrono... Será que existem patronos em forma humana?

- Não sei se alguém reparou, mas ela flutuava a uns 20 cm do chão...

- Parecia mais uma fada, só que muito maior...

- As vezes foi só alguém que usou um bom feitiço de confusão em todos da festa que olhassem para ela... quer dizer, ela não pode ser real né? Né?






Aquela tal da rainha prateada já estava acabando com o pouco de paciência que eu tinha. Quer dizer, todo mundo só fala nela desde a festa de anteontem, já ta ficando um pé no saco. Aposto que essa rainha já deve estar de volta a seu reino prateado, rodeada de fadas e patronos que brilham e podem flutuar tanto quanto ela
PELO AMOR DE DEUS, até que ponto esse povo pode chegar?

- Is! Is! – lá vem. Senhor, será que é pedir muito passar o domingo em paz no meu quarto lendo aqueles livros trouxas que meu pai me deu de presente? Será que eu preciso mesmo ter alguém no meu pé 24h por dia?

- Oi? – fiz de tudo para manter a calma.
Pois é, não estou no meu melhor humor hoje, obrigada.

Eram Anne e Violet que se sentavam na beirada da minha cama e esfregavam alguma coisa na minha cara para que eu pudesse ler.

- Dá só uma olhada nisso.

Peguei o papel, desconfiada.
Ah! Eu devia imaginar...

Se tratava da primeira edição do nosso querido jornal, que está mais para revista de fofoca, The Hoggy. Ele surgiu quando eu estava no 3º ano e a partir daí não parou mais.
Eu não sei quem está por trás disso, mas é uma pessoa definitivamente bem informada. Quer dizer, ela sabe de quase tudo que acontece em Hogwarts, em especial com a pequena elite – pessoas como Al, Scorpie, Ryan, Justin, e as vadias da Longbottom e da Smith. Eles nunca escapam de comentários por vezes maldosos e sempre sarcásticos da redatora. E eu sempre me diverti muito com isso.

Mas enfim, pelo titula da matéria, isso explica por que tanto se fala nessa tal menina de prata. É engraçado como o povo aumenta as coisas... olha só, ninguém ao menos sabe quem é ela... só se sabe que estava com um vestido prata, uma sandália verde-menta e...

OMFG!

Olhei para as meninas incrédula.

- Que porra é essa?

Elas se entreolharam

- Viu, falei que ela ainda não sabia. – disse Anne à Violet.

- Vocês não acham mesmo que sou eu né? Quer dizer, devia ter mais umas 10 meninas com vestido prata e sandália verde-menta lá... fica difícil variar quando só se pode usar verde e prata...

- Mas não foram muitas meninas que abriram espaço entre as pessoas enquanto estavam dançando... – eu me calei. O comentário de Violet fazia sentido.
Quer dizer, mais ou menos.
Eu não podia ser essa menina. Eu sou bem baixinha, gorda não tão magra, meu rosto não é perfeito nem de longe e meu cabelo menos. Alem disso, ate onde eu sei, eu não costumo sair flutuando por aí e o único brilho intenso que eu tenho é aquele da Dior que meu pai comprou pra mim quando veio à Londres no verão.
Mas pensando por outro lado, eu estava com um salto enorme, um vestido que não marcava meu corpo, uma maquiagem razoável e a minha poção milagrosa para os cabelos. Tirando o exagero de brilhar ou flutuar, eu até podia ser essa menina. Talvez.

- Bom, que seja. Isso não quer dizer nada. – devolvi meio bruscamente o jornal e comecei a procurar a página do meu livro que por acaso as minhas amadas amigas me tinham feito perder. - Como está escrito aqui, ninguém sabe quem é a “Silver Queen” e, por mim, vai ficar por isso mesmo.

- Como assim vai ficar por isso mesmo? – Violet ria, como se estivesse ouvindo a pior besteira da sua vida - Milhares de meninas em Hogwarts dariam tudo pra ser você agora. E afinal, que mal há em ser uma rainha? As pessoas vão comentar de você, vão querer fazer as coisas que você faz, vão fazer tudo o que você pedir. Esse vai ser o seu castelo.

Fechei meu livro de novo e o joguei de lado.

- Bom, primeiramente não existem milhares de meninas em Hogwarts. Na verdade não devem passar de quinhentas. Segundo, eu não sou como essas garotas, pra mim tem coisa mais importante do que reinar, como por exemplo minha privacidade; o que nos leva a terceira questão: pra que raios eu iria querer estar sempre sujeita a fofocas, com todo mundo dando opinião na minha vida? Sinceramente, já tem gente demais querendo cuidar de mim, não preciso de Hogwarts inteira pra isso. Prefiro continuar anônima e ser apenas mais uma leitora do The Hoggy, que se diverte lendo sobre a vida dos outros, a ser uma matéria. – respirei um pouco. Tinha falado tudo sem uma única pausa. – Além do mais... – diminui meu tom de voz – até parece que eles iam gostar de saber que a “Silver Queen” sou eu...

- Você tem razão, Is – Disse Anne, compreensiva – eu e a V. faríamos a mesma coisa no seu lugar... é só engraçado esse povo falando tanto... ainda mais porque a gente sabe o que eles não sabem: que a rainha que eles tanto procuram não tá nem aí pra essa merda

Eu ri e tratei logo de mudar de assunto... esse já tá tinha dado o que tinha que dar.

- Agora, já que vocês começaram com esse assunto de festa... Anne, tem como a senhora me dizer quem é o menino que andou pegando lá?

As duas riram alto.
Tô pior que corno. Sempre a última a saber.

- O nome dele é William. William Brandt, mais conhecido como Will.

- Nunca ouvi falar. Casa?

- Grifinória.

- Ano?

- Sétimo.

- Anda com..?

- Sei lá, Is! Vai querer também o número da identidade do garoto? Eu só fiquei com ele ontem... não sei muitas coisas sobre ele.

- Me conta o que você sabe então!

- Nem pra mim ela contou ainda... – disse Violet – E olha que eu já insisti.

- Mas você também não me contou como foi com o Weasley!

- Calma, gente. – interferi – Anne, conta você primeiro quem é esse menino... depois a Violet conta do Weasley, certo?

Violet riu e concordou. Anne ainda revirou os olhos antes de começar a falar:

- Aaah.. ele é uma graça! – os olhos dela brilhavam. Você acredita em amor a primeira vista? – É bonito, inteligente, engraçado... beija beeeeeeeem

- Ai-meu-Deus... gamou! – ri, fazendo com que ela tacasse uma almofada em mim.

- Aaaah! Também não é assim, vai?

- Não? Esta escrito na sua cara, Anne! Alias nem sei porque você está negando tanto... é tão bonitinho esses amores inesperados...

- Também acho! - Violet abraçava uma almofada como uma criança ouvindo um conto de fadas – aposto que isso vai acabar dando em namoro...

Anne deu um risinho meio triste, que eu não entendi a princípio.

- Não... isso provavelmente não...

- COMO ASSIM NÃO? – indaguei como se fosse a coisa mais absurda do mundo.

- Aaah... ele vai se mudar depois do Natal... para outro país... ai ele não vai mais estudar em Hogwarts....

- Que outro país? Explica isso direito.

- Para a Bulgária. A família toda vai se mudar para lá... não entendi muito bem porque... mas ai ele vai terminar o sétimo ano em Durmstrang... e provavelmente não vai voltar para a Inglaterra... só em férias, ou coisas assim...

Gelei.
Só de falar naquele país minha mente foi transportada a uma outra época.
Sabe Dejà vu?

Flashback

- VOCE FICOU COM GARY FINNIGAN?

Revirei os olhos

- Porque você não fala mais alto, S.? Parece que os vizinhos da outra rua não conseguiram ouvir a novidade...

Sara deu uma gargalhada gostosa. Ela sempre se divertia com meu constante mau humor. Principalmente quando ela sabia que por dentro eu estava explodindo de felicidade.

- Mas me fala como foi então – ela abraçava uma de suas almofadas coloridas e sorria com os olhos brilhando, como se ouvisse a mais linda história de amor

- Ah... foi muito bom – eu não pude evitar sorrir. Só a lembrança dele fazia com que aquela Is rabugenta fosse substituída por outra do tipo bem fofinha (leia-se chatinha, pegajosa e meio retardada). – Ele é uma gracinha... sabe acho que nunca ninguém me tratou tão bem... E aquele beijo deeeele... PELO AMOR DE DEEEUS *-------------*

Sarah riu jogando os cabelos loiros para trás. Ela sabia o que eu estava sentindo. E era aquilo que muitos chamam de “amor a primeira vista”.

- Tá namorando! Tá namorando! Tá namorando!

Acertei uma almofada em cheio na cabeça dela, fazendo com que ela parasse de gritar.

- Retardada... – ela me mostrou a língua e eu revirei os olhos antes de continuar – É lógico que não... quer dizer... ele vai se mudar ... como eu ia namorar alguém prestes a ir morar na Bulgária?

- Bulgária? E o que ele vai fazer lá?

- Não sei... só sei que vai toda a família... Mas enfim, ele vai sair de Hogwarts... vai terminar os estudos em Durmstrang.

- Ammm entendo... Mas escuta o que eu to te falando... se ele pedir para namorar com você você vai namorar ele com certeza. Eu te conheo, Is... você é do tipo que gosta de aproveitar o momento e odeia se arrepender de não ter feito alguma coisa... E pelo jeito... parece que você vai acabar gostando mesmo dele...

- Vira essa boca pra lá, menina. Imagina se eu namoro com ele... Como vai ser depois que ele for?

- Ah, isso eu já não sei... Mas você sabe que eu costumo acertar essas coisas...

- Pior que eu sei, S. E é isso que me assusta.


Fim do flashback

É... Ela sempre acerta.
Dois dias depois eu já estava namorando com ele.
Acho que não preciso recontar o que aconteceu depois...


- Você não acha, Is?

- Oi? Acho o que mesmo?

Anne e Violet riram como sempre da minha distração.

- Eu falei pra Anne que ela tem que parar de ser boba e investir nele... quando ele for embora, aí já é outra história... – Anne sorria meio incrédula enquanto Violet falava. E eu sabia muito bem o que ela devia estar sentindo. – Afinal, sempre pode valer a pena, não pode?

Olhei para Anne, que parecia se importar muito com a minha opinião. Eu já tinha comentado com elas sobre Gary.

O que eu poderia dizer?
“Fica longe desse menino antes que você se apaixone!” ?
“Quando ele for embora ele vai sumir da sua vida. ”?
“Relacionamento à distancia é uma merda” ?

- É, sempre pode valer a pena. – sorri

Afinal, cada caso é um caso.

*

- Você não vai mesmo almoçar? – Violet me perguntou já na porta do dormitório. Eu ainda estava sentada na minha cama, folheando meu livro.

- Não... relaxa, depois eu como qualquer coisa...

- Olha lá ein... Depois a gente se fala então – ela disse antes de mandar um beijo no ar e sair.

Eu ainda acenei e voltei à minha leitura.

Não que eu estivesse mesmo lendo alguma coisa.
Aquela história da Anne tinha tirado toda a minha concentração.
Como se tudo que eu sentia pelo Gary de repente tivesse voltado à tona. Me deu até uma certa nostalgia lembrar disso tudo.
Quer dizer, antes ele era o namorado mais fofo do mundo e tal... mas depois que ele foi ele sumiu totalmente da minha vida... e quando a gente ficou no verão foi tão... sem sentimentos...
Pior que agora eu não sei se eu realmente ainda sinto alguma coisa por ele ou se eu só estou carente, porque faz muito tempo que eu não fico apaixonada de verdade por ninguém.

Is! Iiiiis!

JESUS AMADO!
Será que agora além de confusa eu to ficando maluca?
Eu juro que eu estou ouvido vozes

PORRA, ISABEL, SERÁ QUE DÁ PRA VOCÊ ME RESPONDER? Eu sei que você tá ai!

É impressão minha ou a voz vem de dentro do meu malão?

Joguei o livro de qualquer jeito para o lado e engatinhei até a beirada da cama. Puxei o malão de lá de baixo e abri o pequeno bolsinho de fora.
Lá dentro, cuidadosamente enrolado num lenço branco, aquele pequeno pedaço de espelho emoldurado gritava sem parar.

- Que que você quer, Potter? – brinquei enquanto desembrulhava o espelho.

Ainda pude ver os olhos verdes se revirando.

- Finalmente. Pensei ate que você tinha perdido isso ou sei lá...

- Lógico que eu não ia perder! Eu não sou uma retardada.

- Mas é distraída... quantas coisas você já perdeu só nesse ano? – o pior é que ele estava certo. Eu já ate tinha perdido a conta.

- Mas nenhuma delas era tão importante quanto isso aqui... – me defendi.

- Ah, que seja! Mas e então, você não ta afim de dar uma volta agora?

- Bom, por mim tudo bem... não to fazendo nada mesmo...

- Bom, então desce aí... já to na porta do seu salão comunal te esperando.

- Tá bom, só um segundo.

Guardei cuidadosamente o espelho de volta na pequena repartição do malão que, por sua vez, acabou ficando jogado de qualquer jeito m cima da cama.
Fui até o espelho, prendi meu cabelo num rabo de cavalo e passei um brilho labial que deixava minha boca bem vermelha e me fazia parecer a própria Branca de Neve.
Troquei a blusa de pijama que estava usando por uma camiseta preta, vesti um short branco , calcei meus tênis correndo, usando a varinha para amarrar os cadarços e peguei um casaquinho de moletom azul-bebê que eu tinha deixado em cima de uma cadeira no dia anterior, colocando enquanto andava para fora do quarto.

Desci as escadas em cinco segundos e finalmente cheguei ao corredor ofegante, onde Al já me esperava com cara de impaciente.

- Pensei que você não vinha mais. Já tava até indo embora. – Esqueci de dizer como ele estava gostoso com um moletom preto por cima da bermuda branca e azul e com um cordão de prata de playboyzinho que fazia ele parecer muito mais agressivo do que realmente era.

- Duvido. – respondi, rindo, enquanto tava o um beijo demorado na bochecha dele.

- E aí, majestade, como vossa alteza está?

- Majestade? Do que você tá falando, babyboy?

- Você está ficando famosa, Isabel. Já e até manchete do The Hoggy...

Dei uma gargalhada irônica.
Essa história já tava me irritando seriamente.

- Olha quem fala.

- Você não quer falar sobre isso né? – ele passou o braço sobre meus ombros e nós começamos a caminhar em direção às escadas.

- Não.

- Tá parei.

- Não, peraí... Já que você tocou no assunto... Aquela sua parte lá na matéria.. que falava que você estava aos beijos com a Longbottom...

- É mentira.

- Mentira, Al? Eu realmente não acreditaria se eu não tivesse visto com os meus próprios olhos.

- Você viu? – ele pareceu realmente surpreso. Como se a festa inteira não tivesse visto

- Não só eu né, Al. Até parece que isso não ia acabar vazando...

- É... se eu não tivesse tão bêbado eu teria pensado nisso...

- E teria pensado também que não foi lá uma atitude tão legal ficar com a ex do seu irmão.

É, é isso mesmo quer você leu.
Por mais que pareça estranho, James Potter, um dos caras mais gatos de toda Hogwarts (e também um dos mais galinhas), teve um caso com minha ninfetinha preferida, Alice Longbottom.
Pode se dizer que foi um namoro curto, que terminou por um motivo desconhecido a todos e com um James muito chateado.
Há quem diga que ele nutre algum sentimento por ela até hoje... Bom, se isso for verdade, o Al tá numa situação bastante chata.

Ele abaixou a cabeça.

- Po, mas ele não pareceu importar realmente... quer dizer, ela já tava me dando mole desde quando a gente começou a beber lá no salão comunal da Grifinória.

- Mas você sabe muito bem que o seu irmão nunca ia falar que tinha ficado chateado com essa história...

Ele suspirou, concordando.

- Mas isso que é o difícil. Ele pode tanto estar chateado ou não, eu nunca vou saber.

- Só tem um jeito de saber. Você já conversou com o James sobre isso?

- Ainda não – ele falou ainda de cabeça baixa – Na verdade eu tenho evitado ele a semana toda... – olhei para ele com a minha melhor cara de reprovação – tá bom, tá bom... eu vou dar um jeito nessa situação.

Houve um certo silêncio depois disso. Não aquele silêncio constrangedor de quem procura desesperadamente um assunto idiota qualquer só pra ter alguma coisa pra falar. Era um silêncio cúmplice, de amigos que entendem que o outro precisa de um tempo pra refletir consigo mesmo sobre seus atos.

Nós já havíamos descido as escadas e estávamos próximos ao Salão Principal. O cheiro de comida fez meu estômago revirar e me lembrei de que eu não tinha comido nada de manhã.
Al provavelmente já tinha almoçado, então eu nem me incomodei em chamar ele pra me fazer companhia.
Quando passamos pela mesa da corvinal, eu o abracei, deu outro beijo demorado na sua bochecha e falei no seu ouvido:

- Você é um bom menino, Al. E o James sabe tanto disso quanto eu, pode ficar tranqüilo.

*

É incrível como o tempo passa rápido em Hogwarts, principalmente quando todos os professores resolvem passar simultaneamente toneladas de lições de casas, treinamento de feitiços e redações quilométricas para serem entregues com o prazo de no máximo dois dias.

Não que eu realmente perca meu tempo fazendo tudo isso.

Já estávamos na sexta-feira e a semana tinha sido tão tranqüila e sem novidades que parecia ontem mesmo que eu estava Mas claro que não foi uma semana totalmente sem acontecimentos. Poder contar nos dedos as coisas mais significativas que aconteceram não significa que elas simplesmente não aconteceram.

1- Anne continua irritantemente feliz com o tal Brandt. Conheci ele na terça-feira a noite, quando estava tendo uma ronda encontrei os dois dando uns amassos no corredor. Ela pareceu bem assustada com a minha cara séria quando eu disse que iria “comunicar aos meus superiores” quando aquilo se repetisse.

2- O Weasley continua irritantemente apaixonado por Violet, mas dessa vez ele assumiu, o que significa que eu não posso mais chantageá-lo. É uma pena, mas é realmente engraçado ver a cara de desprezo que ela faz a cada bilhete de amor acompanhado por uma rosa vermelha que aparece misteriosamente na sua cama.

3- As pessoas continuam irritantemente comentando sobre a “Silver Queen”, vulgo eu. Quer pior? Algumas até chegam a me perguntar se eu não estava vestida como ela naquela festa. Talvez meu disfarce não tenha sido tão bom assim.

4- Meg anda hilariamente irritada com o fato de que bebeu até não se lembrar mais do que fez na festa (como pergar o Zac, por exemplo). Bom, talvez ela não tivesse tão irritada assim se eu e as meninas não tivéssemos aumentado um pouco sem querer a história quando contamos pra ele tudo que aconteceu.

5- Eu e o Potter estamos cada dia mais próximos e eu meio que percebi o quanto eu sentia falta disso. Não que eu vá falar isso pra ele.

E agora eu estou aqui, sozinha no quarto, finalmente com um tempinho pra voltar à minha leitura-deleite e rezando pra que não venha algum indivíduo com uma grande notícia que atrapalhe minha concentração.

 Creed - With Arms Wide Open


- Is... você ta aí? – Anne empurrou a porta do dormitório delicadamente e falou com uma voz ainda mais suave... – eu queria conversar sobre uma parada meio séria com você...

Nota metal: Controlar meus pensamentos, principalmente quando eu não quero que eles virem realidade.

Levantei a cabeça e arqueei uma sobrancelha, curiosa.

- Sabe aquele seu ex? Gary Finnigan...

Gary? O que Anne poderia ter pra falar sobre ele? Ela nem conhecia ele.

- Que que tem?

- Eu não sei se tinha comentado... Mas o Will conhece ele desde pequeno, sabe... – ela caminhou ate minha cama e se sentou ao meu lado, enquanto eu colocava o livro sobre a cama.

Aé.. ela tinha comentado sobre isso.
Parece que os pais deles eram bem amigos e foram transferidos juntos para a Bulgária por Gringots, onde ambos trabalham.

- Sei...

- Então... eu comentei com ele... sobre você e Gary... sobre o namoro de vocês para ser mais específica. – impressão minha ou ela tá me enrolando?

- Anne, sem querer ser indelicada, mas dá pra ir direto ao ponto?

Ela suspirou.

- Vou tentar ser mais direta.... Bom, eu tava falando que você namorou ele um tempo antes de ele se mudar... e que você gostava muito dele... aí o Will falou que ele já falou muito sobre você... aí eu perguntei o que e ele responde: “po, Anne... falou mal...” Ele não me disse logo de cara o que foi, mas ao longo da semana ele foi soltando.

Me ajeitei na cama com os olhos arregalados.
Eu estava ouvindo direito?

- Aaah.. eu não sei dizer bem... mas basicamente ele falou que o Gary disse que você era muito chata, que não largava do pé dele e que ele só namorou com você porque faltava pouco tempo pra ele se mudar e ele sabia que você ia acabar transando com ele, o que acabou acontecendo...

- VOCÊ TA DE BRINCADEIRA COM A MINHA CARA. – Anne levou um susto com meu grito.

Eu não queria falar assim com ela, afinal ela não tinha feito nada comigo.
Mas eu tava tão desorientada com toda aquela informação...

Não podia ser verdade... não mesmo... Gary era o namorado perfeito. Ele nunca falaria isso... não podia falar....

Eu tinha levantado... andava pelo quarto de um lado para o outro olhando para Anne desesperadamente e esperando que ela começasse a rir e gritasse: HAHAHA Pegadinha do Malandro.

Mas ela continuava sentada, me olhando com uma cara de pena que parecia que meus pais tinham morrido... ou então que eu tivesse acabado de descobrir que o cara que eu gostava era um babaca.

- Olha... Não era pra eu te contar... mas não da pra esconder isso de você...

Eu me sentei ao pé da cama, abracei os joelhos e afundei a cabeça entre os braços Eu já podia sentir lagrimas quentes molhando meus olhos.

- Tudo bem, Anne... muito obrigada... por me contar...

Ela se ajoelhou na minha frente, levantou minha cabeça e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

- Olha... eu só queria te pedir uma coisa... não comenta nada com o Gary... sabe, o Will ficaria muito bravo se descobrisse que eu te contei, até porque o Gary vai ser o único amigo dele quando ele se mudar para lá... e, bom, eu não queria ficar mal com ele... eu realmente estou gostando dele...

- Tudo bem eu... eu não vou falar nada... – minha voz estava embargada... eu ia começar a chorar a qualquer momento.

- O que você vai fazer agora?

- Eu não sei... eu só queria ficar um pouco sozinha....

Ela sorriu e murmurou um “tudo bem” antes de caminhar para foro do quarto.

Mal eu ouvi a porta se batendo e as lágrimas caíram livremente sobre o meu rosto...
Mas eu não podia ficar ali parada, sem fazer nada...
Eu podia não saber o que fazer, mas eu sabia quem me falaria isso.

Me virei e puxei o malão de baixo da cama, abrindo o compartimento do espelho. O desembrulhei do lenço branco e falei com o resto das minhas forças:

- S, você tá me ouvindo?

Silêncio.
O olho que brilhava refletido ainda era o meu, castanho, e não o azul de Sarah.

- SARAH! ME REPONDE! – eu sacudi o espelho como se fosse adiantar alguma coisa... ela tinha que me responder... eu precisava dela. – SAAAAARAAAAH

Eu já ia desistindo... abaixei o espelho e suspirei fundo, tentando conter ao máximo o meu choro.

Bom, se isso era verdade... se ele tinha mesmo falado tudo isso... então eu não podia chorar por ele.

Ele era muito mais babaca do que eu poderia sequer sonhar... Quer dizer, além de falar aquilo tudo de mim ele ainda inventou que eu transei com ele... e isso nem chegou perto de acontecer...
Bom, talvez tenha chegado, mas isso não importa agora.

E o Al... ele devia saber de tudo... ele era muito amigo do Gary...
Ele sabia de tudo e não me contou!
Ele simplesmente deixou eu cair na lábia do coleguinha, sem nem me avisar que eu poderia sair muito mais machucada do que eu imaginava...

- Oi? Oi? Is, você tá aí ainda? – suspirei novamente, mas agora de alívio... finalmente ela tinha me escutado.

- To sim... – minha voz ainda não saia direito... eu ainda não tinha conseguido para de chorar.

- Que que aconteceu? Você andou chorando?

- S, você não faz idéia do que eu acabei de descobrir...

Eu contei pra ela tudo que Anne havia falado... ela ouviu tudo em silêncio. Eu podia ver os olhos azuis atentos, como se se concentrasse para não perder nenhuma palavra.

- Eu não acredito que ele disse isso. – ela disse, finalmente, quando eu acabei de falar.

- Você nem imagina o que eu tô sentindo agora... é raiva, frustração, decepção.. tudo misturado.. eu nem sei explicar... Não tava escrito na cara dele que ele era um babaca... e eu caí direitinho! Fui só uma diversãozinha pré-Bulgária... Por isso ele sumiu da minha vida tão fácil!

- Calma, Is.. não adianta você ficar assim agora...

- E VOCÊ QUER QUE EU FIQUE COMO? – gritei. Porque será que eu sempre saio como dramática?

Eu estava novamente andando de um lado para o outro do quarto, com o espelho na mão.

Agora eu não chorava mais.
Um sentimento muito maior tomou conta de cada centímetro de mim.
Ódio.

E o mais engraçado, é que desse ódio, só a menor parte era do Gary...

- PIOR AINDA É O POTTER!

- Que que ele com isso?

- QUE QUE ELE TEM COM ISSO? COMO ELE FOI CAPAZ DE ESCONDER ISSO DE MIM?

- As vezes o Albus não sabia, Is... você mesma falou, não tava escrito na cara dele que ele era um babaca.

- Lógico que sabia! LÓ-GI-CO! Eles eram super amigos... não tinha como não saber, S! ELE SIMPLESMENTE ACHOU QUE A DIVERSÃO DELE ERA MUITO MAIS IMPORTANTE DO QUE EU... QUE ERA ENGRAÇADO ME VER SOFRER NA MÃO DO AMIGUINHO DELE ...

- IS! – agora era ela quem gritava. – PRIMEIRO: PARA DE GRITAR E DE CHORAR! – eu parei, meio assustada e limpei discretamente uma lágrima com as costas da minha mão que estava livre. – segundo: eu já disse: não adianta ficar assim agora! Tenta parar de pensar nisso e arrumar alguma coisa pra fazer que deixe sua cabeça um pouco mais no lugar... Eu não vou conseguir conversar com você nesse estado...

Ela tinha razão. Como sempre.
Eu respirei fundo, passei a mão n olho para limpar o provável rímel borrado e entortei a boca na tentativa de um sorriso.

- Tudo bem. Eu já sei exatamente o que fazer pra “colocar minha cabeça no lugar”.

Sem me despedir, eu joguei o espelho de qualquer jeito dentro do malão e fui para a frente do espelho.

Eu estava mais ou menos apresentável com a calça skinny jeans e a blusa branca larguinha e caída nos ombros.
Só precisava de ajeitar o cabelo num coque, retocar o pó compacto, passar de novo o rímel e ,voilà, já estava mais do que pronta par procurar quem eu queria.
*

- Eu recebi seu bilhete falando que era urgente... o que aconteceu?

Eu estava distraidamente olhando pela janela daquela sala de aula vazia quando ouvi a porta se abrindo.
Me virei e pude ver Justin entrando e fechando a porta cuidadosamente atrás de si.
Dei um meio sorriso com muito esforço e caminhei até a mesa do professor, que ficava encostada em uma parede, e me sentei lá, balançando as pernas como uma criança pequena demais para alcançar o chão.
Mirando o meus próprios pés, eu fazia com que o cabelo soltasse do coque e tampasse parte do meu rosto, como uma cortina.

Ele caminhou até a minha frente e levantou minha cabeça, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Seu rosto ta todo inchado e vermelho... tá na cara que você andou chorando... não vai mesmo me dizer o que aconteceu?

Eu revirei meus olhos.

Ele nunca tinha sido de muito assunto... sempre ia direto pros finalmentes...
Porque justo hoje ele resolveu dar uma de psicólogo?

Não satsfeito, segurou no meu rosto, olhou nos meus olhos e falou:

- Se aconteceu alguma coisa pode falar... eu to aqui pra ajudar, você sabe.

Acontece que eu o que eu quero de você é outro tipo de ajuda, baby

- Eu não vou falar nada sobre isso. – eu estava muito séria. Só assim ele ia entender que eu tava falando sério. – Agora, se for possível, cala a boca e me beija logo.

Óbivio que eu não esperei que ele fizesse isso.
Até porque ele ficou tão surpreso com o que eu falei, e com o jeito que eu falei, que ficou sem reação nenhuma.

Daí eu tive que...
Vocês sabem...
Agarrar ele.

Eu beijava com raiva.
Puxava ele para cada vez mais perto. Apertava, arranhava, mordia, sugava.
Tinha decidido canalizar todo o meu ódio, toda minha frustração, todo meu desapontamento naquele beijo.

Era como se eu tivesse provando pra mim mesma que eu não precisava de Gary Finningan. Que ainda haviam os que me queriam. Que eu sou muito mais do que ele poderia merecer.
E, principalmente, que se ele ainda estivesse aqui, eu poderia muito bem o ter traído com o Justin.

É eu poderia, se não estivesse tão estupidamente apaixonada por ele.

QUE OOOOOODIO!

O pior é que, a cada minuto que passa, eu sentia muito mais ódio não só dele, como do Potter e principalmente de mim mesma.

E por mais que eu me esforçasse para me distrair com outras coisas isso não ia passar tão cedo...
Acho que eu que eu mais precisava era de dormir e, por algum milagre, esquecer disso tudo.

- O que foi? – Justin pareceu ainda mais surpreso quando eu empurrei para longe de mim.

Talvez pelo fato de que ele já estava sem blusa e a minha já estava na cabeça...

Desci da mesa e me recompus o melhor que pude.

- Eu só... Ah! Esquece! – eu disse antes de bater a porta e sair pelo corredor, deixando um Justin muito mais que confuso pra trás.






Andava sem prestar atenção nenhuma no caminho e pouco me importando com as pessoas que me xingavam por serem empurradas.
O que eu queria era chegar o mais rápido o possível no dormitório.


- Isabel? Você tá com muita pressa mesmo ou eu posso falar com você um minuto.

Eu me virei assustada e já preparando a minha varinha para azarar quem quer que fosse que tivesse segurando o meu braço e me impedindo de andar.

Mas é lógico que eu não fiz isso quando descobri quem era.

- Ryan? Que susto que você me deu! – eu sorri, rezando para que a essa altura minha cara já tivesse desinchada e branca como sempre.

- Ah! Desculpa.. mas é que eu não sei se conseguiria te parar de uma forma mais sutil.. você tava tão distraída... – ele sorriu meio sem graça.
Ai, Senhor, não faz isso comigo *---*

- Não,não foi nada!Tá tudo bem. Er...você disse que queria falar comigo...

- Ah! Então... ééé... eu não sei se você lembra, mas você ta me devendo uma saída...

- Hum... acho que lembro – como se eu pudesse esquecer

Ele sorriu de novo. Agora aquele mesmo sorriso tímido e safado que me derretia toda...

- Bom, não sei se você sabe, mas essa semana tem uma visita à Hogsmead... Eu tava pensando.. será que você não gostaria de ir comigo?

Eu ainda demorei pra codificar o que ele estava dizendo.
Eu não podia estar ouvindo certo...
Ou podia?

- Como é que é?

- Ah.. eu vou entender se você não quiser... quer dizer, eu passei a festa toda conversando bêbado com você e....

- Não, não, peraí! – eu coloquei o dedo indicador na poça dele, como se pedisse pra ele se calar.. (vi isso uma vez num filme e sempre quis fazer igual *-*) – Eu adoraria...

Ele sorria radiante agora... como se isso importasse realmente pra ele...
Quase não dava pra acreditar que era real...

- Bom, então tá combinado... a gente se encontra antes de saírem as carruagens, no salão principal.

- Certo... – eu sorria bobamente

- Bom, agora eu que tenho que ir... até mais, Isabel... – ele disse antes de me dar um beijo na bochecha e começar a caminhar.

Eu fiquei ali parada que nem uma retardada olhando ate ele virar um corredor.

Bom, parece que eu não ia mais dormir agora...

Talvez a vida não fosse tão bandida quanto eu pensei a horas atrás....






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N/A:

Sabe aquele velhos ditado: "quem é vivo sempre aparece"?
Então, boa notícia pra vocês (espero) : eu não morri!

O que aconteceu foi o seguinte: Além de ULTRA atolada, esse capítulo foi super difícil de escrever :S
Eu acho que já escrevi isso em N/A's anteriores, mas repitindo, essa fic é quase uma auto-biografia.. esse capítulo, em especial, exigiu qeu eu lembrasse de coisas a muito esquecidas... ou nem tanto assim...
Mas enfim, não me batam, proque no fim eu sempre acabo postando!

Bom, aproveitando o espaço (?) eu queria fazer uma merchandising que, alías, eu vou fazer agora em todos os capítulos qeu eu postar.
Seguinte:

FICS QUE VOCÊS DEVEM LER


Palas Atenas, de Rafael Kaleray:
Você já imaginou Minerva McGonnagal jovem?
Ele ja.
E não só isso: ainda inseriu esse fato tão pouco "imaginável" numa história linda e cheeeeia de mistério.
Uma ótima fic, muito bem escrita.
http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=30731


My Boys, de Sofia Blaine:
P.O's, quadrados amorosos, amizades ameçadas, ciúmes e muito romance *---*
Essa garota arrasa, eu juro
http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=31930


A vida e as Maluquices de Lílian Potter, de Nandinha
Para os que adoooram os filhos de Harry e Gina tanto quanto eu.
E também para os que gostam de ótimas cenas de ação e drama.. essa aí nasceu pra escrever isso.
http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=30569



Bueno... eso és tudo
besitos, muchachos
:*
I.M.

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