Rock this Party!
Rock this party!
- Acho que você esqueceu sua calça, Is. – Disse Violet quando me viu saindo do banheiro.
Eu estava apenas com o vestido da festa, descalça e secava o cabelo com uma toalha. Parei e olhei pra ela sem entender – ou você vai só com essa blusa mesmo?
- Você nunca pensou em trabalhar num circo não? Muito palhacinha você, ein. – Eu tentei dar aquele olhar de desprezo pela piadinha idiota, mas acabei rindo. Não sei se era o clima de festa ou a Violet que sempre me faz rir, mesmo que eu não queira.
Dei um tapa na cabeça dela quando ela passou por mim para chegar até o banheiro e me sentei na cama pra terminar de me arrumar.
Sequei meu cabelo com a toalha e calcei as sandálias. Eram lindas sandálias de tiras de cetim verde-menta salto 12cm. Ia combinar perfeitamente com o meu vestido de cetim prata frente-única e todo larguinho, que era uma gracinha
Já calçada, fui ate o meu malão e peguei o único e enorme brinco de acrílico verde-limão em forma de gota, alguns anéis prateados e minha milagrosa poção para cabelos.
Colequei as bijuterias e fiquei algum tempo tentando fazer meu cabelo ficar apresentável, mas acabei decidindo fazer um rabo de cavalo alto, com a franja de lado.
Mais dez minutos para uma maquiagem decente, um pouco do meu perfume Daise by Marc Jacobs e pronto. Agora só faltava as minhas amadas colegas de quarto perceberem que não iam casar e se arrumarem mais rápido.
Meg já estava pronta a algum tempo e lia distraída Hogwarts, uma História. 572ª edição enquanto nos esperava. Ela estava com um vestido verde-menta de viscolycra apertado ate os quadris e com a saia rodada, com paetês prateados no decote enorme, que até valorizava o seu corpo, mas parecia meio de pobre e de piranha. Usava também uma sandália prateada salto 15 e uma maquiagem meio pesada que fazia o nariz parecer maior.
Não vou dizer que estava um completo desastre, mas ela faria mais sucesso numa esquina.
- Nossa, Is... você tá linda! – Anne tinha acabado de sair do banho.
- Tá achando que ta no dia-da-noiva, meu bem? Você entrou no banho junto comigo e só saiu agora. Eu ein. – nós tínhamos dois banheiros no dormitório.
- Mas eu me arrumei lá mesmo... só falta calçar o sapato...
Relmente, ela já estava arrumada. E muito bem arrumada. O Blackjeans ficava lindo nas suas pernas interminavelmente compridas e os cabelos cor-de-mel caiam em cachos sobre a blusa de seda prata que a fazia parecer com mais curvas do que realmente tinha. A maquiagem fazia os olhos cinzas parecerem ainda maiores e a pele estava impecável. Ela ainda calçou um scarpin verde-perolado salto 10 e colocou um cordão com um pingente enorme de estrela. Ao mesmo tempo sensual e angelical.
Mandou muito bem.
Pouco tempo depois Violet saiu do banheiro também já pronta. Também tinha acertado em cheio ao usar um short de cetim prata, uma blusa verde caída nos ombros e toda aberta nas costas e mules cobertos de cetim prata. Isso a fazia parecer mais alta, mais magra e disfarçava o tamanho dos peitos. Ela ainda conseguiu uma harmonia completa entre o cool, o sexy e o elegante.
Mandou muito bem[2].
Meg largou o livro na cama, se levantou bruscamente e rumou à porta, dizendo, mai-humorada:
- Vocês estão prontas, né? Ótimo. Vamos logo então?
Eu me irritaria com ela se não concordasse plenamente.
Se a gente demorasse mais não ia ter ninguém lá quando a gente chegasse.
Descemos as escadas apressadas. A sala comunal já estava totalmente vazia, o que sinificava que nem Zac e cia. LTDA se incomodaram em nos esperar.
Dane-se.
Sabe o bom de chegar atrasada em uma festa? É que a gente já vai entrar causando.
*
Devo admitir que os sonserinos sabem mesmo fazer uma festa.
Era na maior sala do sexto andar, que ainda foi magicamente aumentada.
O lugar mal parecia pertencer à Hogwarts, com suas paredes de pedras, escura e sombria. Na verdade ao entrar parecíamos ter sidos transportados para algum outro planeta, onde tudo era verde, prata e moderno.
Luzes verdes fluatuavam pelo teto, como pequenos sois, dando um ar fantasmagórico. Haviam pufes verdes ou prateados espalhados pelo chão e ao centro a pista de dança era composta do que parecia ser três placas circulares de aço – duas menores e uma maior no meio – que flutuavam a uns 20 cm do chão.
A música mal chegou a meus ouvidos e eu senti aquilo.
Não, não é isso que você está pensando, mente poluída.
Tô falado daquela sensação de liberdade, de estar acima de tudo e de todos. Aquilo que percorria o meu corpo como uma corrente elétrica e que não me deixava pensar em nada que não fosse dançar.
- Que comece o show.
A gente mal entrou no lugar e as pessoas simplesmente pararam o que estavam fazendo para olhar diretamente par a gente. O volume e o ritmo da música diminuíram e ninguém deu um pio (?) ou ousou se mexer até que as quatro voltarem a andar lado a lado em direção à pista, com passos iguais, como naqueles filmes trouxas americanos de high school.
Ok, não foi bem assim, mas não foi como se passássemos totalmente despecebidas: eu podia sentir alguns rostos se virando para nos olhar. E, quer saber? Eu estava adorando isso.
- Chegou quem estava faltando! Agora a festa começa. – Scorpius vinha andando sorridente em nossa direção, com a taça cheia de alguma coisa verde. Ele estava uma gracinha com o cabelo loiro-platinado penteado cuidadosamente para trás e com aquele engraçado terno verde-limão de gravata rosa-bebê.
Tinha que ser muito homem pra usar uma roupa gay daquelas.
Ou não.
Eu dei um abraço tão escandaloso nele que mal parecia eu. Parecia que um espírito de alguma “miguxéénHa” tinha se apossado do meu corpo.
Eu falei que estava sentindo aquilo,não falei?
Ele retribuiu o abraço e me rodou no ar, dando a quem estivesse passando por perto um boa visão da minha
Também não parecia ele, mas era muito mais efeito da coisa verde do que da música.
- Gooooooordo!!! – Violet gritou e abriu um sorriso dos grandes ao abraçar Scorpius.
Eu ri da ironia do apelido. Scorpius era magro. Bem magro. Muito magro. Até demais pro meu gosto.
E de desnutrição não é, porque ele come feito um porco, mas isso não vem ao caso.
Quando ela finalmente o soltou, não pude deixar de reparar a frieza dele ao retribuir o cumprimento.
- Não sabia que vocês se conheciam. – comentei, para quebrar o repentino gelo.
- É, a gente se conheceu no final do ano passado. – disse Meg, sorrindo pra Scorpius, que pr sua vez respondeu com um sorriso ainda mais frio do que o que lançou a Violet.
A única com quem ele foi relativamente gentil foi Anne, que retribuiu com um sorriso discreto, mas que parecia sincro.
- O que é isso aí que você ta bebendo? – apontei para a taça com a coisa verde. Parecia bom.
- Uma mistura misteriosa de mais de 15 ervas, que contém 70% uma substancia capaz de agir sobre o seu senso de direção e até mesmo sobre o domínio de suas ações. Além de um ingrediente especial, com certas propriedades alucinógenas...
Olhei pra ele com desprezo pela piadinha.
- Absinto?
- A velha Fada-verde... Esperta você.
- Minha mãe tem uma garrafa disso lá em casa.
- Quer? – ele estendeu a taça para mim.
Hesitei um pouco antes de pegá-la com as duas mãos e levá-la lentamente à boca.
A fada-verde tocou meus lábios divinamente. Um sabor amargo e ao mesmo tempo refrescante, que mal tocou minha língua e já pareceu queimar minha boca inteira, evaporando ainda na garganta.
Nunca havia experimentado e nem mesmo imaginado algo tão forte. E tão bom...
Estreguei a taça para Scorpius novamente.
- Não gostou?
- Muito. – ele fez cara de quem não entendia – mas eu não pretendo morrer de cirrose tão cedo. Sou fraca para bebidas, melhor não arriscar e beber algo não tão forte.
- Bom, então se a senhorita me acompanha até o bar... – Ele estendeu o braço e eu enlacei o meu no dele, depois fiz um sinal para as meninas para que me seguissem e andei pela multidão até chegar a um balcão, onde supergato de seus vinte e tantos anos misturava bebidas de todas as cores possíveis, com uma infinidade de outros ingredientes, fazendo malabarismos com a varinha.
Scorpius foi falar com ele e eu e as meninas nos acomodamos nos banquinhos giratórios altos e verdes. Instantes depois ele voltava equilibrando quatro drinks azuis com a varinha. Cada uma de nós pegou um.
Provei o meu, era uma delícia e estava relativamente fraco.
- E aí, Malfoy, vai apresentar as amigas, ou vai ficar com todas pra você? – Dois caras se apoximavam da gente, sorrindo.
Não demorei muito a reconhecê-los. Com uma calça jeans clara e uma blusa verde-folha grande demais, estava Daniel Goyle, aquele amigo monitor de Scorpius. Ele nunca foi muito bonito, mas até que hoje tava arrumadinho.
O outro vestia jeans escuro e uma camisa pólo cinza clarinho.
Gato? E como!
Preciso mesmo falar quem era?
- Não será preciso que eu apresente ninguém, acredite. – disse Scorpie, simplesmente.
Eles pareceram entender quando nos viram.
Pode ter sido só impressão minha, mas os dois também lançaram um certo olhar frio a Violet.
- Dan! Ryan! Como vão vocês? – Violet nem percebeu e os cumprimentou calorosamente, dando um abraço em cada um e, pode ter sido mais uma vez uma impressão, se demorando um pouco mais em Ryan Zabini.
O mesmo fez Meg. Anne por sua vez, só deu um sorriso e uma espécie de aceno discreto de onde estava.
Daniel também me cumprimentou de longe.
- E aí, Isabel... – Ryan abriu aquele sorriso gracinha de dentes separados e me deu um beijo no rosto. Eu me arrepiei toda.
- Oi... – disse sem graça.
- Não sabia que vocês eram amigas...
- E nem eu sabia que vocês se conheciam...
Realmente. As meninas nunca falaram sobre Malfoy, Goyle e Zabini... E olha que elas já falaram de Hogwarts inteira.
Engraçado... porque a Violet parecia tão estranhamente tão sem lugar com eles por perto?
- Estão se divertindo? – a voz grave e baixa de Ryan me despertou dos meus devaneios.
- Bom, nós acabamos de chegar... mas a festa tá legal... vocês fizeram um ótimo trabalho.
- Que bom! Você não tem idéia do trabalho que deu.
- Imagino! De onde vocês tiraram esse barman? Ele é ótimo!
- Bom – sorriso misterioso – aí, eu sinto dizer que você já esta querendo saber demais...
- Porque? O que eu poderia fazer com tal informação? – Falei rindo, levando a taça à boca e lambendo os lábios em seguida, da maneira mais sexy possível.
- Não sei, mas eu vi o jeito que ele olha pra você, não te entregaria de bandeja pra ele assim...
Oi?
O jeito que ele olha pra mim?
Olhei discretamente para trás, onde o barman deveria estar ocupado com os drinks. Ele pareceu desviar o olhar apressadamente.
Ou eu só imaginei isso porque o Ryan falou?
AH! Dane-se o garçom!
Você viu o que ele disse?
Que não me entregaria de bandeja
O que
Fala sério, ele até reparou que o cara tava me dando mole :X
Que graciiinha *------------*
Tá que ele definitivamente já estava torto de bêbado, mas eu não ligo nem um pouco...
- Hey! Ryan... O Peter acabou de me chamar la na porta... parece que temos problemas...
Ryan bufou e revirou os olhos.
- Que problemas?
- Não sei... ele só disse que era pra gente ir resolver...
Eu não fazia idéia de quem era Peter, mas devia ser alguém da organização da festa.
Mas que merda! Justamente agora que a gente tava se dando tão bem :~
- Depois a gente conversa , Isabel. – ele deu um daqueles sorrisos gracinhas e saiu meio cambaleando entre as pessoas, atrás de Scorpie.
Sorri, conformada e girei no banquinho até ficar de frente para as meninas, que conversavam sobre a roupa de alguma coitada.
- Que tal parar de falar mal dos outros e ir ao banheiro? – sugeri – Eu definitivamente preciso ver o estado do meu cabelo.
- Ótima idéia! – Violet já desceu do banco e as outras fizeram o mesmo.
Chegamos ao banheiro com dificuldade: alguma bêbada estava sendo arrastada dali enquanto vomitava e desmaiava.
Bota falta de classe nisso.
Era um banheiro espaçoso, que parecia planejado especialmente para ser um banheiro feminino de festas como aquela.
Um balcão de mármore branco com três lavabos ia de uma parede à outra. Vidros de sabonete líquido de pepino e cestos contendo desde batons até absorventes se dispunham entre eles e, na parede oposta, havia um espelho enorme, pendurado a 1,50m do chão e inclinado alguns graus para baixo, de modo que, olhando pelo espelho do balcão, podíamos nos ver de costas. Quer coisa melhor?
Peguei um brilho transparente de um dos cestos e passei, ajeitando meu rabo-de-cavalo logo em seguida. As meninas também se olharam ou retocaram alguma coisa da maquiagem...
- Eu estava pensando... A gente tinha que combinar uma coisa – disse Violet, meio vagamente.
- O que? – perguntei.
- Assim, a festa tá bombando e o risco de uma se perder da outra e acabar sobrando é bem grande...
- É verdade...- concordou Anne, enquanto retocava a maquiagem azul. A gente tinha que combinar um ponto de encontro ou algo parecido...
- Ou talvez seja melhor só combinar de não nos separarmos, mesmo se alguém estiver beijando o cara mais gato da festa. A gente simplesmente espera e permanece juntas...
- Isso, Violet! – concordei com ela. Tentar se encontrar em algum lugar toda hora iria ser muito mais complicado - Então vamos combinar uma coisa... ninguém pode sobrar!
Elas sorriram e as quatros demos as mãos, no maior estilo “as quatro mosqueteiras”, faltando apenas gritar “uma por todas e todas por uma”.
Saindo do banheiro, percebi uma certa movimentação na entrada, que não era muito longe dali.
Será que o problema que o Scorpie falou tava tão incontrolável assim?
Ninguém precisou falar nada, as quatro simplesmente saímos juntas e apressadamente até onde as pessoas se aglomeravam.
Empurrei um ou outro até ver o que causava a confusão:
Do lado de fora, barrados por algum feitiço, Al, James Potter, Hugo Weasley, Frank Longbottom, John Thomas e algumas meninas que eu não conseguia ver o suficiente para reconhecer, tentavam entrar na festa das cobras com extravagantes roupas vermelhas e douradas.
Dei uma gargalhada gostosa enquanto revirava os olhos.
Aquele era o tipo de piadinha que eu esperaria daqueles meninos tão... Infantilmente competitivos (?).
Empurrei mais algumas pessoas até chegar a Scorpie, ainda rindo.
- Então este é o problema?
- Exatamente.
- Ah! Qual é, Malfoy... não vejo nada de errado nas nossas roupas... – protestou James com voz de quem faz piada. Ele estava especialmente gostoso hoje, com uma camiseta meio colada vermelha e uma blusa social em um dourado bem clarinho aberta por cima – Pelo menos eu não pareço um chuchu de terno. – Os outros grifinórios caíram na gargalhada. Seria um piadinha totalmente sem graça se Scorpie não estivesse realmente com uma roupa tão.. peculiar.
Eu segurei um pouco o riso, para não o chatear e me dirigi a ele o mais sério que consegui:
- Relaxa, Scorpie, eles já estão totalmente bêbados. Deve ter rolado aquela pré na torre da grifinória.
Ele fez uma cara que queria dizer : “não to nem aí pra isso” antes de se voltar aos meninos:
- Eu sou repetir mais uma vez, já que o cérebro limitado não lhes permite entender de primeira – falava como se estivesse explicando alguma coisa pra uma criança de 3 anos – O convite dizia: traje verde ou prata. Vocês não estão de acordo, portanto, não entram.
- Para de show, Malfoy! Você já tá chamando bastante atenção com esse terno, não precisa de ficar barrando a gente!
Aquela voz era de Al. Olhei para ele e não contive o riso.
O que ele estava falando de Scorpius?
Ele mesmo não estava muito diferente com aquele terno vermelho-sangue berrante, combinado com uma camisa preta e varias grossas correntes de ouro. Parecia mais um cafetão.
Se Scorpie era um chuchu, ele era o tomate...
Ou talvez um morango... um morango bem gostoso.
- Cala a boca, Al... deixa que eu resolvo isso. – sentenciei - Scorpie, não vale a pena... qual é, é só uma roupa! E além do que eles pagaram pra entrar...
- Mas, Is... o convite dise claramente: traje verde ou prata.. afinal, é a tradição da festa da sonserina! Será que você não percebe que eles só querem provocar?
- Percebo! E percebo também que você tá sendo um idiota aceitando provocação! E nem adianta me olhar com essa cara, porque eu tô certa... Fala sério, Scorpius, você vai mesmo se deixar estressar com coisas bobas e estragar sua noite? Você tá fazendo exatamente o que eles querem! – eu disse de modo que só ele pudesse me ouvir, mas fui firme o suficiente para ele não demorar muito para ceder.
Ele pensou mais um pouco, suspirou e disse, por fim:
- Tudo bem então. Mas que fique claro que é só em consideração a você, Is.
- Ah, não! – Interveio Ryan. Os grifinórios, que já entravam reviraram os olhos, já impacientes – eu imponho uma condição.
- Diga...
Ele chegou perto dos meus ouvidos e disse:
- Você tem que dar uma volta comigo.
Eu fiz cara de quem pensava seriamente no caso.
Não que eu me importasse em ceder a essa condição.
Mas um pouco de doce é sempre bom.
- Po... eu e minhas amigas combinamos de não nos separarmos...
- Ou isso ou nada feito!
Suspirei como quem diz “já que eu não tenho escolha...” e ele sorriu, desfazendo o feitiço que barrava a entrada em seguida.
James foi o primeiro a entrar e me deu um beijo na bochecha como agradecimento. Eu não sabia se ficava sem ar pela proximidade com um cara tão gato ou pela carinha de impaciente de Ryan.
Logo depois passaram Thomas e Longbottom, o primeiro com uma camisa social vermelha e gravata dourada e o segundo com camisa dourada e gravata vermelha. Eles se limitaram a sorrisos agradecidos.
Al veio em seguida e me deu um abraço de urso e um beijo na bochecha. Sua irmãzinha insuportável, com um vestido dourado balonê tomara-que-caia e a loira aguada Alice Longbottom , com um vestido vermelho igual, deram um sorrisinho indiscretamente falso e enlaçaram seus braços no dele, uma de cada lado, fazendo com que ele se parecesse mais ainda com um cafetão.
Finalmente, usando um vestido preto rodado até os joelhos, de quem estava claramente dividida entre o bom senso de ir com a roupa exigida e a piadinha dos amigos, entou Rose Weasley, que me deu um tímido e simpático “obrigada”.
Ué... é impressão minha ou rolou um olhar entre ela e Scorpius?
Não! Isso seria “Romeu e Julieta” demais pro meu gosto!
- E então? – ele me ofereceu o braço. Eu enlacei o meu no dele e olhei para trás: as meninas pareciam muito entretidas em algum assunto... elas não ligariam se eu sumisse por alguns minutos né?
Né?
*
- Chega de falar de mim. – Decretou. Estávamos no bar há alguns minutos e durante todo o tempo eu o enchi de perguntas sobre toda sua vida. Virou (mais) uma dose de rum antes de completar. – Me fala um pouco sobre você agora.
- Sobre mim? – ri, jogando a cabeça para trás, enquanto brincava com o guarda-sol que enfeitava minha bebida. – Acredite, não há nada de tão interessante que você vá querer saber... continue falando sobre você... tenho certeza que ainda não disse tudo...
- Não? Você já sabe que meu nome todo é Ryan Blaise Zabini, que eu tenho 18 anos, sou louco por quadribol, principalmente pelo Falmouth Falcons, e sou batedor e agora capitão do time da Sonserina... Sabe que minha mãe se chama Pansy e queria que eu seguisse a carreira do meu pai no ministério, mesmo eu insistindo que eu prefiro medibruxaria... o que mais você poderia querer saber?
- Tá certo. Você venceu! Bom... eu não sei bem o que dizer sobre mim... vamos ver... tenho 16 anos, até gosto de quadribol, mas só para assistir... – demos uma risadinha quase ao mesmo tempo e eu continuei – torço pelas Harpias, mas não sou fanática... Minha mãe se chama Christinne e para ela desde que eu escolha uma carreira já esta bom, já que cada dia eu penso numa coisa diferente... apesar de que ultimamente eu tenho pensado seriamente em medibruxaria e até me inscrevi apenas nas matérias necessárias para isso... – respirei um pouco antes de concluir – Tá bom, ou tem mais alguma coisa que você gostaria de saber?
Ele sorriu daquele jeito que só ele sabia e falou:
- Na verdade tem sim... – ergui as sobrancelhas – Eu gostaria de saber se você gostaria de sair um dia desses comigo...
Se eu gostaria?
Seria uma honra completa, babe.
- Bom, eu vou ter que olhar na minha agenda... devo avisar que eu sou uma pessoa realmente muito requisitada. – brinquei.
Ele riu , abaixou a cabeça e disse, meio sem graça:
- Eu queria te encontrar mais vezes... tipo quando eu não tiver tão bêbado.. porque assim... eu não queria que você fosse como qualquer uma... – me olhou nos olhos - porque eu sei que você não é qualquer uma...
Ta. Por essa eu não esperava.
Não a parte de estar bêbado, porque estava tão na cara que esse era o motivo de ele ficar todo sorridente o tempo todo...
Mas é que eu não imaginava que ele ia querer alguma coisa comigo a mais do que uma ficada numa festa como essa...
Ele é um fofo mesmo! *----*
- Isabel!
Sabe quando tudo está tão maravilhoso que não seria real se não tivesse alguma coisa pra estragar?
Pois é.
- Que bom que eu te encontrei... – Meg nem pediu licença. Já sentou do meu lado, bebeu um pouco da minha bebida, que estava sobre o balcão e deu um sorrisinho amarelo para Ryan – Bom, a gente tinha combinado de não deixar ninguém sobrar né... então, depois que você sumiu, a Anne conheceu um garoto... acho que o nome dele é Will.. algo assim.. e eles devem estar se pegando por ai... não passou nem cinco minutos e a Violet sumiu com o Weasley... acabou que eu fiquei sozinha...
- Ammm....
- Bom, meninas... – peraí, porque ele já estava se levantando? - acho que eu já vou andando entao.. vou ver se o pessoal ainda precisa de mim pra alguma coisa – Nãããão se váááá :~
- Tudo bem. A gente se vê. – respondi, fingindo não me importar muito.
Ele apenas sorriu antes de sumir em direção à pista de dança.
Ótimo.
Eu queria mesmo trocar a companhia do Ryan
Mas tudo bem... acho que deve ter alguma maneira de superar isso.
Algo como encher a cara e dar mole pro barman?
Rodei no banco e apoiei meus braços sobre o balcão.
- Dois cosmopolitans, por favor... ou melhor... duas doses duplas de whisky de fogo>. – Pedi numa voz um tanto sexy, mordendo o canto dos lábios em seguida.
É.. vamos esquentar isso aqui.
- Então, Richards... parece que o combinado não deu certo... a gente sobrou – Eu disse enquanto entregava a taça pra ela.
Ela maneou com a cabeça e sorriu, levando a taça a boca logo em seguida e bebendo tudo em um só gole.
Eu iria mais devagar se fosse você, querida
*
Eu ainda estava enrolando com o meu whisky de fogo ainda pela metade enquanto fingia prestar atenção nos podres que Meg contava de metade de Hogwarts. Ela já estava na quinta dose e não parecia disposta a parar.
Não que eu não gostasse de fofoca, mas eu prefiro as que vêm de fontes seguras.
- Que merda! – ela soltou com a voz alta e esguiniçada de bêbada – Só faltava isso pra estragar minha noite...
Eu devo ter feito uma cara confusa, porque ela me indicou com a cabeça sobre o que ela estava falando.
A poucos metros dali, um casal se destacava na multidão.
E não era só pelas roupas vermelhas e douradas num mar verde e prata.
Eu conhecia, e muito bem, aqueles cabelos negros de longe.
Exatamente o que você está pensando.
Al estava se atracando com Alice Longbottom em uma parede e, se eu não soubesse que ele não seria capaz disso
Não querendo exagerar, mas não dava pra saber onde começava um e terminava o outro.
Realmente não era nada legal ver algo desse jeito quando se ficou sozinha, apenas acompanhada pelas amigas, uma festa inteira.
Mas não é motivo pra estragar a noite de alguém.
Ou é?
- Que que tem?
- Eu não sei como dizer isso...
- Abre a boca e fala ué – brinquei – anda logo!
- Bom... é que eu... – ela virou o resto de whisky de fogo da taça – eu sou completamente apaixonada por Albus Potter.
Oi?
Eu estava mesmo ouvindo aquilo?
- Sério?
- Infelizmente. Eu sei que a gente nem nunca se falou direito e tal.. mas não sei o que acontece comigo, só sei que realmente gosto dele.
:O:O:O:O
Gente, essa história de “bebida entra, verdade sai” tá me saindo melhor que um bilhete premiado da megasena.
Quem diria, Megan, que eu poderia descobrir um segredinho que te deixaria nas minhas mãos...
- Isso é realmente muito... Uau... eu jamais poderia imaginar!
- Você e amiga dele não é?
- Bom, pode se dizer que sim.
- Mas você não vai contar nada, vai? – o olhar de bêbada dela estava suplicante. Daria até pena se não fosse tão impossível sentir pena dela.
- Não, pode ficar tranquila. - pelo menos por enquanto (6)
Ela sorriu, virou um resto de whisky da taça, acenou para alguém atrás de mim e se virou para o barman, provavelmente para pedir mais uma dose. Ela não faz idéia de como vai estar amanhã...
- E aí, gatas... – me virei para ver quem era. Zac vinha com uma camisa verde-clara e uma calça de um jeans meio cinza. O cabelo castanho claro estava cuidadosamente desalinhado com gel.
Estava uma gracinha.
Como sempre.
Ele me deu um beijo na bochecha e em seguida foi cumprimentar Meg que sorria debilmente com a taça quase transbordando na mão.
- E aí, curtindo a festa?
- Digamos que poderia estar melhor...
- Porque? Eu estou adorando... – ele não parecia olhar pra mim.
Olhava fixamente para Meg.
Ou para a bebida dela.
Ou para a bebida pingando no decote dela.
- Você deveria sair e curtir mais... ao invés de ficar aqui no bar... eu te conheço, Is, você está doida pra dançar...
- E quanto à Megan? – perguntei levantando uma das sobrancelhas. Como se eu não já soubesse a resposta.
- Eu cuido bem dela. – ele sorriu, passando o braço pelos ombros da menina e recebendo um beijo dela na bochecha.
Ri, virei o resto do whisky do meu copo e falei:
- É, eu sei que vai.
Me virei e comecei a andar em direção à pista de dança, empurrando quem estivesse na frente. Ainda virei a tempo de ver Meg e Zac se beijando. Um casal adorável, devo dizer. Se ela não tivesse tão bêbada e não fosse se arrepender amanhã, of course.
- Iiiiiiiis!!!! – Mal cheguei pista do meio, a “placa de aço” maior, e dei de cara com Anne e Violet, ambas com o rosto rosado de dançar até morrer. Depois de me berrar elas correram até mim.
- Onde você tava, menina? A gente te procurou por toda parte...
- Eu fui dar uma volta com o Ryan, pra ele se convencer a deixar o Al e os amigos dele entrarem... depois a Meg me encontrou falou que vocês já tinham se arranjado... aí a gente ficou la no bar, enchendo a cara...
- Mas cadê ela então?
- Digamos que ela já arrumou uma ocupação por lá... – elas riram – aí eu resolvi vir dançar...
- Fez muito bem! – disse Anne com uma voz incrivelmente feliz – Isso aqui tá muito bom!
- Vamo lá!
Elas me puxaram para o centro e começaram a dançar. Eu apenas batia os pés e balançava preguiçosa e timidamente de um lado para o outro. Ainda não tinha uma motivação.
Mas isso não duraria muito tempo.
- Desculpa... – eu disse sem nem mesmo olhar para quem eu tinha esbarrado.
- Sem pro... – ele ia se virando para mim enquanto falava – Isabel! Você por aqui!!!
Sorri radiante. Justin estava lá na minha frente, mais gostoso do que nunca com a camisa social cinza aberta, deixando seus músculos a mostra. Nhamnhamnham
Tiesto Featuring Christian Burns - In The Dark (Dirty South Remix)
- Justin! E aí, como você ta?
- Agora bem melhor. – ri e sacudi a cabeça como quem diz “você não muda mesmo” – Nosa... – ele pegou na minha mão e meio que deu um impulso para que eu desse uma volta em torno de mim mesma – você está linda.
Ri ainda mais. Não e que eu estivesse achando graça, estava apenas lisonjeada.
Apesar de que engraçado seria se a namorada dele aparecesse por aqui.
- Amor! Quem bom que eu te encontrei eu estava te procurando e... quem é essa menina? – dito e feito. Mary Smith chegava, com ar de nenhum amigo.
Acho que eu tenho que controlar melhor meus pensamentos, eu pareço prever as coisas!
- Isabel McCoy, o desprazer é todo seu. – sorri, cínica. A loira oxigenada sorriu, cínica, de volta, sem se dar ao trabalho de se apresentar. Como se fizesse diferente pra mim.
- O que você tava fazendo aqui? – ela brigava com ele. Ele não parecia se importar. Apenas sorria idiotamente e balançava a cabea. Provavelmente bêbado demais pra discutir. – Vamo embora.. você já não tá em condições de ficar em festa nenhuma!
Antes de ser arrastado pela namorada festa afora, ele ainda conseguiu me dizer:
- Não se iniba, mostre do que você é capaz.
Não entendi num primeiro momento. Será que ele tava falando pra eu cair na porrada com a menina?
Olhei meio confusa para eles e ela ainda olhava para mim, como se fosse pular no meu pescoço.
Não.. eu poderia muito bem falar: “Não adianta ficar me olhando de cara feia, querida, não é minha culpa se seu namorado é um galinha” Mas no fim, eu preferi revirar os olhos e voltar a dançar... Sabe, eu ainda tenho muito o que me divertir para perder tempo me estressando
Voltei a me mexer devagar, com uma musica quase no fim.
A poucos metros dali, mesmo já quase sem som algum, Anne e Violet dançavam freneticamente. Uma cena realmente engraçada, mas pelo menos elas estavam se divertindo pra caramba
Foi ai que eu entendi o que Justin queria dizer.
Tava na hora de mostrar do que eu sou capaz.
Uma nova música começava.
E devo acrescentar: eu simplesmente amava aquele música.
Comecei batendo os pés no lugar, mechendo os quadris primeiramente devagar. O começo era meio lento, mas o ritmo ia aumentando aos poucos.
Levei os braços para cima do corpo e fechei os olhos.
Like the world around you is breaking
And it feels
Like there's no one else around you
And it's quiet
There's a silence in the darkness
And it sounds
Like the carnival is over
A musica estava cada vez mais rápida. Eu rebolava e batia os pés compassadamente e com certa força no chão. Além do qudril e das pernas, os ombros, os braços, a cabeça, a barriga, tudo estava se movendo em sincronia total.
Eu sabia que estava sendo olhada. Um espaço se abria a minha volta.
Bom mesmo. Porque aquela pista já era minha.
And You will be there
And we'll meet each other in the dark
And You will see
And I'll see it too
'Cause we'll be together in the dark
O refrão se aproximava. Eu só estava esperando a pausa clássica de frações de segundos que antecedia a batida mais forte.
Era agora.
Don't worry
I'll be only the one
Deixei que música tomasse totallmente conta do meu corpo. Já não era eu que me movia. Até meu coração parecia ter o compasso das batidas.
Pra mim, não há quase nada no mundo que seja melhor que dançar
In the crowded empty spaces
And you stare
At the emptiness around you
You wanna go
To the city and the bright lights
Get away
From the sinners that surround you
A cada vez que por poucos segundos a musica ficava mais lenda eu rebolava devagar, passando a mão pelo corpo. Fechava os olhos e mordia os lábios. Eu sabia que não poderia estar mais sexy. Nas poucas vezes que meus olhos se abriam eu podia ver o ar de surpresa na cara de cada um que me olhava. Eu até via uns rostos que eu lembrava vagamente, mas não conseguia reconhecer ninguém.
And you will be there
We'll find each other in the dark
And you will see
And I'll see you too
'Cause we'll be together in the dark
O calor estava começando a me fazer suar seriamente. Soltei meu rabo-de-cavalo e o prendi meu cabelo num coque, para que a nuca ficasse livre. Não necessariamente para não suar. Eu gostava do meu pescoço. Queria, sim, mostrá-lo.
Then it's coming for me
'Cause I will be there
'Cause we need each other in the dark
And if it terrifies you
Then it terrifies me
'Cause I will be there
So we've got each other in the dark
O vestido prateado voava a cada movimento. Do jeito que ele era curto todo mundo já devia estar até cansado de ver minha bunda, mas eu não estava ligando nem um pouco. Muito pelo contrário.
Don't worry
I'll be only the one
Algumas das pequenas luzes em forma de “sóis” se juntaram ao meu redor, formando uma espécie de aura verde. Como se eu precisasse de mais alguma coisa para brilhar.
Don't worry
I'll be only the one
A musica havia acabado. Uma mais lenta começou.
Eu parei e abri os olhos, como se despertasse de um sonho.
Algumas pessoas ainda me olhavam. Outras começavam a se virar e a dançar.
De algum lugar surgiram Anne e Violet. Elas vinham correndo, com um sorriso incrédulo na cara. Eu puxei elas para longe dali, em direção a uma das pistas menores.
Violet foi a primeira a se manifestar:
– Me diz uma coisa... Onde você aprendeu a dançar desse jeito?
Eu demorei um pouco pra responder. Não conseguia parar de sorrir. Isso tudo me causava uma sensação inexplicável de bem-estar.
- Não aprendi. Isso já nasceu comigo.
E, se você quer saber, eu só estava começando.
Afinal, a noite é uma criança.
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N/A: Primeiramente, vamos conter os avadas ok? É, eu dei MESMO uma sumida, mas é que eu ando tããão sem tempo que não tava conseguindo terminar de escrever nuuunca:~ sem falar que esse cap e enooorme e eu não queria dividir ><
Devo já deixar avisado que o proximo também pode demorar pra sair, mas vou fazer o ossivel pra ser pelo menos mais rapido que esse (:
Mas enfim, se ainda existe alguém que lê essa fic, está aí o capítulo e espero que gostem, porque deu bastante trabalho pra fazer :x
Ah! A partir de agora os agradecimentos eu vou deixar num capitulo à parte, para não ficar muito cheio isso aqui. Porque? Porque graças a vocês tenho cada vez mais comentários a responder *-----------*
Muito obrigada meeesmo, em especial à Nessynháah Girl (pelos 101 comentarios) e à Lyla Garbo (por ser minha fonte de inspiração)
So.. that’s all, folks
XOXO
I.M
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