Cartas



N/A: Eu espero que este capítulo nao desiluda, porque tenho de admitir que esta parte contém muito menos acção D/G *D&G action!* e muito mais Draco POV. Mas vejam pelo lado positivo... ao menos podemos vasculhar dentro da cabeça do Draco... Mas mais virá com o próximo capítulo. Muito obrigada!



N/T: E novamente, eu digo o mesmo! Não pensem, pelo Amor de Deus, que lá por este capítulo ter demorado imenso para actualizar *depois conto porquê* que eu vou deixar de traduzir a Noiva. Não quero mesmo que isso aconteça, e do que depender de mim, não irá acontecer! =)) Bom, quanto à demora... eu peço milhentas desculpas! Mas desta vez, PROMETO que o capítulo cinco sairá em menos de duas semanas... =P Mas gostaria muito continuar a receber os vossos emails, comentários e até críticas... E não se esqueçam... isto é apenas o inicio de tudo... a coisa ainda vai melhorar... *e como melhora! =P*



Mas preciso agradecer a todos aqueles que acompanham a fic, e estão a gostar... eu faço os possíveis para responder a tudo, então deixem o email! =) E um beijinho muito grande para a Veela, a Carlinha, a Luna Pankiston e a Márcia pela ajuda na betagem. Muito obrigada! *e para a Julia também*

Cheers,

Vanilla



p.s.Se o email der muito trabalho, pelo msn são bem vindos!







A Noiva da Serpente





Capítulo 4





Cartas





"O que é que acabou de dizer?" Ron questionou. Ele levantou-se imediatamente e andou para trás e para frente na sala de estar dos Weasley. Para frente e para trás. "Ginny! Isto é algum tipo de brincadeira? Draco Malfoy? Está maluca?"



"Ron..." Hermione começou. Ela olhou, como que pedindo desculpas, para Arthur e Molly Weasley, que estavam sentados ali sem dizer nada. "Ron, o que é que esperavas? Eles estavam namorando, certo? Claro que seria uma questão de tempo antes de ele pedir a mão dela em casamento!" Ela disse. Olhou para Ginny e forçou um sorriso.



"Ah, namorando sim. Quando eu ouvi sobre isso, eu passei um mau bocado para acreditar. E, sabe o que mais? Eu aceitei o fato porque sabia que não iria durar. Desculpa isso, Gin. Mas, agora, casamento?" Ele explodiu. Ele virou-se para os seus pais. "O que é que vocês estão fazendo? A sua única filha vai casar com um besta e..."



"O Draco não é um besta!" Ginny disse, forçando as palavras, especialmente o primeiro nome dele.



"Ele é sim!" Ron respondeu. "Ele não tornou a tua vida em Hogwarts miserável? Oh, pelo o que eu me lembro, não era só a sua vida. A minha vida, a vida do Harry, a vida da Hermione... Então, e o Harry? Aquele estúpido, filho duma..."



"Isso não é muito justo, Ron!" Ginny respondeu.



"Eu quero lá saber!" O seu irmão respondeu cheio de cólera. Ele andou até ela, os seus olhos verdes brilharam com raiva. Ginny engoliu com força ao ver a cólera escrita na face do irmão. Ela não tinha esperado que Ron ficasse assim, tão zangado. "Eu não vou deixar o Malfoy casar com a minha irmã mais nova, e isso é o fim! Se você não me ouve, Ginny, então vou fazer da vida dele um verdadeiro inferno! E eu vou..."



"Ronald Weasly, pare já com isso, agora!" Hermione gritou indignadamente, quando viu o olhar miserável no rosto da Ginny. Ron, ao ouvir a voz zangada da sua esposa, calou-se imediatamente. Hermione suspirou. "Não é preciso berrar, pode acordar a Sylvia. E quanto à Ginny, podia no mínimo ficar contente por ela, certo?"



Os olhos verdes de Ron estreitaram-se. "Oh, não seja hipócrita, Herm. Certamente, isto é um choque para ti também, não é?" Ele disse de uma maneira desagradável.



O maxilar de Hermione caiu. Bem, sim. Tinha mesmo se surpreendido ao saber do repentino noivado com Malfoy. Da mesma maneira que Ron, ela tinha posto de parte o pensamento do namoro dos dois, presumindo que não era nada certo. Mas, agora...



"Mãe, Pai." Ginny disse suavemente, virando-se para seus pais. "Por favor, digam alguma coisa."



Arthur Weasly suspirou e tirou os óculos. Ele esfregou a ponta do seu nariz de modo cansado, como ele costumava fazer quando estava sob pressão no Ministério. Molly Weasly olhou para o seu marido interrogativamente.



"As intenções dele são boas?" Ele perguntou finalmente.



Ginny pensou sobre o beijo partilhado na noite em que ele `propôs casamento´, a maneira como ele a varreu com o olhar... "Sim, as intenções dele são boas." Ela pronunciou constrangidamente, sentindo-se terrivelmente doente.



"Isto não tem nada a ver com o orfanato estar com problemas financeiros?" O seu pai perguntou.



"Não." Ginny mentiu. Ela odiava mentir, especialmente para os seus pais. Mas, ela não podia contar-lhes sobre o acordo que tinha feito com o Draco. "Mesmo que ele queira ajudar com o orfanato, a fortuna Malfoy não é suficiente para sobrevivermos. Bem, é suficiente, mas ele quer que nós comamos três vezes por dia também, sabes?" Ela acrescentou, agora estava verdadeiramente pronta para fazer bluff.



"Esqueceu que ele desapareceu durante a guerra?" Ron intrometeu-se. "Apenas como Voldemort! Pelo que sabemos, ele desapareceu só para estudar Artes Negras em algum lugar, hum... negro. Ele pode estar planejando ser o próximo Voldemort, e estar apenas procurando por uma uma rainha, ou algo assim, sabe? Para ele dar descendência ao seu mal. Não se esqueça que você é uma presa fácil para ele. Ser exposta às Artes das Trevas, numa idade muito nova fez certamente..." Ele parou por um momento, respirando com dificuldade. "Por tudo o que sabemos, você pode estar sob a... a Maldição Imperius. Sim, é isso e..."



"Ron, não seja estúpido." Ginny proferiu cheia de cólera. "Draco desapareceu porque ele não queria participar em nada que tivesse a ver com o seu pai, e isso incluía o Lord das Trevas. E, eu não estou sob nenhuma maldição! Isso é não é nada, senão lixo!" Ela respondeu na defesa de Draco. Quase a fez doente pensar que estava mesmo defendendo-o na frente da sua família.



"Ele te faz feliz?" O seu pai perguntou seriamente.



Ginny pôs o seu melhor sorriso Eu-Estou-Apaixonada-Por-Ele. "Sim, ele me ama. Eu... eu estou tão apaixonada por ele. Ele vai ser um bom marido." Ela respondeu, sentindo agora o mau humor subindo pela garganta. Ela engoliu com força.



Com aquilo, Arthur Weasley levantou-se. "Sendo assim, eu não posso fazer nada." Disse resignado.



"Mas que foda..." Ron gritou.



"Ronald Weasley, eu não vou tolerar essa linguagem na minha casa!" A sua mãe ameaçou-o. -"Principalmente na frente do seu pai." Ela acrescentou, pondo a sua larga estrutura fora do sofá.



Mas, em vez de pedir desculpa, Ron sentou-se e amuou, enquanto sua mulher olhou para ele com muita desaprovação. A face da Ginny animou-se. "Quer dizer que aprova?" Ela perguntou.



"Traga-o aqui em quinze dias, e nós veremos." Foi a única resposta do seu pai. Depois dando um suspiro cansado ele disse. "Boa noite, vou me retirar."



"Boa noite." Disseram Hermione e Ginny. Ron olhou carrancudo.



Já Molly Weasley beijou Hermione e depois Ginny. "É melhor que mande uma coruja ao resto dos seus irmãos, querida." Ela disse. "E seja delicada sobre isso." Ela acrescentou. Ela tinha uma desagradável impressão que este casamento traria apenas desastre. Ela podia bem imaginar a reação do Fred e do Jorge...e a do Gui e do Carlinhos e do Percy... Ela fechou os olhos por um momento pensando sobre o caos que isto iria trazer.



"Eu vou." Ginny disse alegremente. "Boa noite, mãe."



"Boa noite, queridas." A sua mãe disse antes de seguir o pai deles para o quarto.



Com os três sozinhos, Hermione clareou a garganta. Virando-se para Ginny, ela sorriu bondosamente. "Então, Gin, isto é tão..." Ela fez uma pausa, as suas sobrancelhas enrugavam-se enquanto ela pensava. Ginny virou-se para ela interrogativamente. "Tão... inesperado." Ela continuou. "E... e... maravilhoso, sério!" Ela acrescentou de modo pouco convincente.



Ron bufou de indignação. "Isto é uma estupidez, eu vou para a cama." Ele declarou resmungando. Ele levantou-se e de uma maneira zangada foi para o seu quarto que ele dividia com a sua família. Ao ouvir a pancada zangada da porta, Hermione virou-se para Ginny como pedindo desculpas.



" Tens de desculpá-lo, Gin." Ela começou atirando o seu longo cabelo castanho para trás dos ombros. " Sabes como o Malfoy era para ele."



Ginny abanou a cabeça. "Não, está tudo bem. Eu entendo." Ela disse. "Eu só não esperava que ele reagisse daquela maneira." Ela acrescentou. Respirou fundo e começou a entrelaçar o seu cabelo desinteressadamente, olhando distraída para nada.



"Oh, sabes como é o teu irmão."- Hermione disse numa voz cansada. "Desde que nós começamos a namorar que ele tem esta maluca noção que tu e o Harry deviam ficar juntos. Ele foi mesmo o primeiro, ou o único, a reclamar quando o Harry lhe disse que iria casar com a Cho."



Ginny apenas sorriu fracamente como resposta. Ele não era o único que tinha reclamado, ela pensou. Mordeu o lábio e olhou para o lado. Há muito que ela queria contar a Hermione o seu segredo. Mas então, se ela contasse...Ela abanou a cabeça. Não, ela não podia fazer isso de maneira nenhuma. As crianças estavam dependendo dela. E, o que é que Hermione ia pensar dela? Além disso, ela nunca pediu ajuda de verdade a Hermione.



Nunca foi seu hábito procurar Hermione, ou seu irmão, ou Harry, para coisa nenhuma. Mesmo durante os seus anos em Hogwarts. Essa foi a única razão porque ela se meteu em encrencas no seu primeiro ano. Mas, então, ninguém podia mesmo culpá-la. Harry, Ron e Hermione tinham aquele círculo fechado, que incluía só eles três. Na verdade, era tão fechado que até mesmo ela não conseguia penetrá-lo. E isso a fez sentir tão sozinha e deixada de lado. Apesar de Hermione lhe perguntar de vez em quando sobre coisas e, assim, mesmo com as suas tentativas para fazê-la sentir-se confortável e bem-vinda, mesmo assim, Ginny ainda se sentia tão sozinha. Crescendo com seis irmãos, nenhum deles a levando a sério...Era mesmo difícil fazer amigos. Para todo o mundo em Hogwarts, ela era apenas a Ginny, a irmã caçula do Ron. Alguém que eles tinham de proteger. Alguém que eles tinham de estragar com mimos. Quase todos na torre da Grifinória cuidaram dela, porque ela era APENAS a Ginny. E não a Virgínia.



"Um nuque pelos seus pensamentos."



Ginny ao ouvir a repentina voz de Hermione, virou-se para ela. "O quê?" Ela perguntou com as sobrancelhas franzidas. "Estavas dizendo alguma coisa?"



"Hum, não, mas tu, ao contrário, estavas pensando em alguma coisa." Ela respondeu sorrindo. "Importa de partilhar?"



Ginny sorriu fracamente. "Eu só estava pensando no que o Ron disse." Ela respondeu. "Foi mesmo chocante? Quer dizer, eu e o D-Draco?"



Hermione enrugou os lábios ao pensar desesperadamente na sua resposta. Ginny olhou para ela ansiosamente. Depois de um momento, ela falou. "Até mesmo eu fiquei desconcertada com a tua decisão repentina de casar com ele, Gin, para te dizer honestamente."- Ela respondeu cuidadosamente. -"Com todo o devido respeito, Malfoy era um idiota miserável para ti e para todo o mundo, e vocês dois estão namorando apenas há um mês. Apenas um mês, Ginny!"



"Eu sei." Ela disse, acenando com a cabeça.



"Então, por que tão precipitado?" Hermione lançou de súbito. "Não podem esperar pelo menos dois ou três anos?"



"Eu..." Ginny começou procurando por uma resposta. "Eu não posso. Nós não podemos."



A cara da Hermione ficou séria. "Há algum problema, Ginny?" Ela perguntou cautelosamente. "Se há, sabes que podes sempre me contar." Ela acrescentou.



Ginny olhou para ela por um momento e depois abanou a cabeça. "Nós apenas não podemos esperar, eu suponho."- Ela respondeu com pouca firmeza.



Hermione sobressaltou-se. "Não estás grávida, estás?" Ela perguntou, os seus olhos castanhos, grandes e redondos.



"Não, claro que não!" Ginny gritou. "Hermione!"



"Desculpa-me, desculpa-me." Hermione disse rapidamente. "Então, por que a cara deprimida?"



Ginny encolheu os ombros. "Nervosismos do casamento, eu suponho?" Ela respondeu forçando uma gargalhada. Bem, era verdade! Além disso, o pensamento de casar com o Malfoy causava-lhe náuseas, fazia-a ansiosa, triste e preocupada. Era também o nervosismo do casamento que a fazia menos feliz, o que era muito, muito incomum numa futura-noiva. "Tiveste isto, quando estavas para casar com o Ron?" Ela perguntou, mudando o assunto.



"Para quem você fala." Hermione disse, rolando os olhos. "Eu era uma ruína de nervos! Principalmente com a minha família! Você sabe que eles são trouxas, certo? Mas, então, o Ron foi capaz de...Você sabe." Ela abanou a cabeça e riu por entre os dentes. "Ron, na verdade cortejou a minha família inteira!"



"Sério?" Ginny disse fracamente. Iria o Draco cortejar a sua família, se ele soubesse o que estava se passando? Ela viu-se perguntando a si mesma. Ela admitiu que não havia dúvida de que Draco podia conquistar a sua família, exceto o Ron, claro. Draco podia ser charmoso quando queria. Quando Draco queria, Draco conseguia... Isso era fato provado. Ginny viu-se a acreditar que a frase acertava nele. A noite em que ele pediu-a em casamento era uma prova disso. "Então, como é que o Ron cortejou a tua família, Herm?" Ela perguntou sem energia.



Ao ouvir o nome do Ron, Hermione irradiou alegria enquanto uma risadinha escapava dos seus lábios. "Sabes que os meus pais são dentistas, certo?" Ela disse ardentemente. Ginny acenou com a cabeça e sorriu fracamente. "Bem, para conquistá-los, Ron... hum... Oh Deus, eu não devia estar te contando isto... mas..." Ela parou e riu.



Ginny franziu as sobrancelhas ao ver a face dela de felicidade. Imediatamente a inveja passou por ela. Em toda a sua vida ela nunca tinha sido feliz. Ela era bondosa, gentil e amável, mas por que ela nunca tinha sido feliz? Uma futura-noiva devia estar feliz, certo? Só se casa uma vez...Bem, tecnicamente falando, não só uma vez, já que há o divórcio, mas...Este será o seu primeiro casamento. Por que é que ela se sentia como se fosse um funeral que estaria vindo, e não o dia do seu casamento? Apenas não era justo!



Hermione clareou a garganta. "Desculpa...Ok?" Ela começou a ficar séria. "Na verdade, Ron fez o feitiço dos dentes-balançando em si mesmo e fez os meus pais arranjá-los para ele, só para ganhar alguns 'pontos'."- Ela disse, dando risadinhas de novo. "A única coisa foi que o Ron fez um erro qualquer e antes que ele percebesse, todos os seus dentes caíram!" Ela riu.



Os olhos de Ginny esbugalharam-se. "O quê?" Ela exclamou. "Eu nunca soube disso!" Ela gritou enquanto um risinho escapou dos seus lábios. Ela podia mesmo imaginar o Ron sem dentes. A figura a fez rir. Sim, era um momento típico do Ron. "Sabea como alguma coisa tem de correr mal, quando o Ron faz feitiços." Ela não resistiu a acrescentar.



"Sim, e ele fez-me prometer não contar para ninguém, ou ele não casava comigo." Hermione respondeu. "Mas, então, agora que já estamos casados e tudo, eu não vejo a razão de esconder isto de ti." Ela acrescentou.



"Então, o que é que ele fez?" Ginny perguntou curiosa.



"Bem, eventualmente os meus pais viram o que se tinha passado. Foi quando ele estava sentado na cadeira do meu pai, com a boca aberta, pronto para arranjá-los, e de repente os seus dentes caíram. Eu acho que eles ficaram com pena dele. E a imagem foi mesmo, mesmo divertida." Hermione respondeu, abanando a cabeça. "Eu fiz- depois uma poção de crescimento para os dentes, claro."



Ginny riu-se. "Vocês eram um grupo maluco, certo?" Ela perguntou finalmente.



Os olhos de Hermione embaciaram-se. "Sim, eu posso dizer que nós éramos." Ela disse. "Ron, Harry e eu, era mesmo divertido."



Os olhos da Ginny olharam para baixo. "Pois era." Ela respondeu tristemente pensando nos seus aborrecidos dias em Hogwarts. Depois abanou a cabeça. "Então, Herm? O que é que estás fazendo aqui? Eu pensei que estavas na Irlanda com o Harry?" Ela perguntou.



"Oh isso. Bem, não foi bem a minha decisão de ir à Irlanda, mas o Ron insistiu que nós fôssemos lá ver o Harry jogar." Ela bufou. "Humph! Pelo o que eu sei era só aquele estúpido Chudley Cannons...Eu realmente não os percebo, Quadribol e tudo isso." Depois, ela pôs a mão na boca e virou-se para Ginny como pedindo desculpas. "Desculpa Gin, eu sei que tu jogaste Quadribol e isso, mas não foi o que eu quis dizer. Ela disse rapidamente.



"Não, eu percebi o que querias dizer." Ginny respondeu, abanando a cabeça.



"Contudo, fez-me pensar..." Hermione começou. " Era uma boa artilheira em Hogwarts, então, por que não tentaste Quadribol profissional, depois da graduação?" Ela perguntou.



Ginny cerrou os lábios e franziu as sobrancelhas. "Eu acho que eu apenas não sou capaz de jogar verdadeiro quidditch, é tudo." Ela disse, levantando-se finalmente, depois esticando-se e bocejando, o seu cabelo vermelho agora em desordem. "Eu acho que vou para a cama." Disse, a voz abafada.



"Onde é que vais dormir?" Hermione perguntou, levantando-se também.



"No meu antigo quarto, é claro." Ginny respondeu, subindo as escadas. Quando ela chegou à sua porta azul-bebê, Hermione pôs gentilmente a mão no ombro dela. Ginny parou e virou-se para ela, interrogativamente.



"Então, e sobre o Harry?" Ela perguntou suavemente. "Vocês têm namorado, certo?"



Ginny franziu as sobrancelhas com a repentina pergunta. "Bem, eu vou ter que lhe contar,é claro." Ela respondeu cuidadosamente. "Mas ele...Ele tem de lidar com isso, não é?"



"Ele não tem outra escolha." Hermione respondeu equilibradamente. Ginny olhou para o lado. Depois de um momento, Hermione clareou a garganta.



"Sabes que podes sempre falar comigo sobre qualquer coisa, Gin." Ela disse levemente. "Apenas não hesite em me contar quaisquer problemas que possa ter, está bem?" Ela acrescentou suavemente.



Ginny sorriu. "Eu vou. Obrigada." Ela respondeu. "Boa noite."



Hermione acenou com a cabeça. "Boa noite."



E com aquilo, Ginny abriu a porta e entrou. Hermione deu-lhe um último sorriso antes de desaparecer para o seu quarto. Fechando a porta, Ginny respirou fundo e começou a andar até à sua pequena escravininha.



"Pronta para um pequeno passeio noturno, Athena?" Ela perguntou à sua coruja enquanto juntava ativamente pergaminho, tinta e pena. Ela olhou para cima e sorriu ao ouvir o suave arrulho de concordância da sua coruja branca como neve. "Muito bem, então!" Ela disse, sentando-se. Ela abriu o pergaminho e mergulhou a pena no tinteiro. Franzindo as sobrancelhas com concentração, ela começou a escrever a carta.







O meu pai disse sim. Esteja aqui em quinze dias.







Ginny pousou a pena e releu a sua curta carta para o seu "noivo". Encolhendo os ombros, ela pôs levemente a insígnia da sua família, uma única rosa vermelha, e começou a dobrá-la habilidosamente e com cuidado. Virando-se para Athena, ela levantou-se.



"Dê isto ao Draco, querida." Ela sussurrou enquanto amarrava a carta à perna esquerda da sua coruja. "E sê rápida. Ainda tens mais cartas para entregar." Ela acrescentou, sua coruja pousada no seu ombro enquanto ela abria a janela. Athena deu-lhe uma última bicada afetuosa antes de entrar no céu negro.



Ginny então voltou à sua escrivaninha para acabar com o resto das cartas.











Draco andou silenciosamente até à mansão naquela noite. Ele apertou a capa à sua volta ao sentir a brisa noturna passar por ele. Abanou a cabeça ao se lembrar do seu recente encontro com a Blaise.



Como ele tinha esperado, Blaise não tinha aceitado as notícias bondosamente. Quando ele lhe contou da proposta, Ginny e do casamento, Blaise teve um terrível ataque de cólera que quase fez todo o estado Zabini ter um colapso. Blaise podia ser terrível se ela quisesse, e Draco teve de usar um feitiço de proteção apenas para impedi-la de o arranhar. A conversa foi de mal a pior quando o assunto da sua parceira de casamento veio a tona. Blaise ordenou saber o porquê de Draco escolher Ginny em vez dela, e Draco contou sem sentimentos, com uma cara séria o que o seu avô tinha dito. Com aquilo, a morena ficou histérica, chorando, cheia de soluços e gritando ao mesmo tempo. Até mesmo o fato que ele e Ginny iam acabar por se divorciar, não a fez parar. Foi só uma questão de tempo até que ele foi capaz de acalmá-la dizendo-lhe charmosos e doces nadas e passando eventualmente três horas completas na cama dela.



Mas, então, isso o fez pensar. Ele tinha se aborrecido DELIBERADAMENTE com Blaise. Pela primeira vez na sua vida ele tinha se aborrecido deliberadamente com Blaise e não tinha se arrependido. Até mesmo o sexo que eles tinham tido, não pareceu certo, ao contrário de antes. Ele estava surpreendentemente sem vontade, apesar de que normalmente ele estaria. Blaise era uma belíssima mulher, sim. Na opinião de Draco, Blaise era dada como um animal sensual. Ela tinha cabelo negro comprido, olhos penetrantes e aqueles lábios vermelhos salientes que fazem qualquer homem babar... Considerando bem as coisas, Blaise era uma mulher com o corpo todo, com todas as curvas nos lugares certos, voluptuosa e perigosamente sensual. Mas, pela primeira vez na sua vida, ele achou-a muito, muito... aborrecida.



Draco abanou a cabeça enquanto o seu mordomo fantasma lhe abria a porta. O problema era que, Blaise, com o seu vasto conhecimento e proeza sexual, Blaise, que sabia como agradar qualquer homem que quisesse, aborrecia-o como nunca. O que era incômodo nisto, também, era o fato que ele não conseguia deixar de pensar numa certa ruiva inocente, até mesmo quando ele estava passando aquelas três horas completas com a Blaise.



Ele abanou a cabeça e andou até o seu quarto. Era só sexo "enfadonho" e mais nada, ele assegurou-se. Ele teve a certeza que era capaz de não sentir nada mais que isso. Para ele, a palavra "amor" era... bom, era apenas lixo. O seu pai nunca amou a sua mãe, e a sua mãe, sem dúvida nunca amou o seu pai, então qual a diferença que o "amor" iria lhe fazer? A sua mãe só tivera respeito pelo seu pai, não amor. Ele estremeceu com a palavra. Amor. Tal palavra não existia mais. Foi uma palavra nunca usada, nunca pronunciada na casa Malfoy. Mesmo que ele sentisse pela sua mãe, o que era normal, considerando o fato que ele era o seu filho e que era o seu dever natural, na verdade ele não pensava que era capaz de sentir isso por mais ninguém. Eles eram meros brinquedos, fantoches, usados para propagar o grupo de descendência que iria continuar com o nome da família e herdar a antiquada fortuna da família. Nunca era sobre amor.



Draco, então, entrou no seu quarto, pondo de lado firmemente os pensamentos sobre a sua "noiva". Ele estava para desabotoar a sua capa quando reparou numa coruja branca como neve empoleirada no topo da sua escrivaninha, esperando pacientemente por ele. Franzindo as sobrancelhas ele andou até ela e inspecionou a pata esquerda.



"Uma carta para mim?" Ele viu-se perguntar. Então, ele deu à coruja um doce antes de pôr de lado os pesados cortinados da janela aberta e deixar a coruja ir. Depois se sentando em sua cama, ele desembrulhou a carta e começou a ler o seu conteúdo.



"Hammilton!" Ele chamou de repente. Instantaneamente o criado fantasma flutuou vindo do teto.



"Sim, Sr. Draco?" O fantasma perguntou, flutuando em sua frente.



"Tenha as minhas vestes familiares prontas daqui a quinze dias, mas não inclua as vestes formais e tudo." Ele instruiu. Depois ele parou e olhou para o seu mordomo esperando.



"Eu vou pedir a mão em casamento a uma senhora, Hammilton." Ele acrescentou neutramente, como se fosse normal conversar com os criados sobre tal coisas. Ele estava agora procurando minuciosamente nas suas gavetas por pena e pergaminho, quando ouviu a resposta monótona e sem emoção de Hammilton: "Muito bem, Sr. Draco."



"É tudo." Ele disse, mandando embora o seu criado particular. Então o fantasma acenou com a sua cabeça transparente e flutuou para fora do quarto. Draco sentou-se e começou a escrever cartas: uma para o seu avô e outra para Gringgots.



Ele tinha de resolver isso cedo. Ele tinha um grande dia à sua frente. Amanhã, ele iria visitar Virgínia em seu escritório.











"Acha que é sensato deixar Ginny casar com aquele Malfoy, Arthur?" Molly perguntou ao puxar os lençóis para cima de si, naquela mesma noite. Ela chegou para o lado para dar mais espaço ao seu marido.



"Ginny é uma menina crescida agora, Molly." Arthur respondeu cansado tirando os seus óculos. "E, além disso, o que mais é novidade? Não é a história se repetindo?" Ele respondeu, puxando também os lençóis.



"Bem, sim, mas por que é que eu não me sinto confortável sobre isso?" Ela disse teimosamente. "Gerações passadas e todo esse lixo! Eu não acredito numa única palavra disso!" Ela disse com desprezo.



Arthur fechou os olhos e pousou a cabeça confortavelmente na almofada. "Seja o que for que diga, Molly. Mas, não se esqueça que levou quatro ou cinco gerações da sua família... porquê, até você... não foi você que esteve envolvida com Lucius Malfoy? Eu não chamaria apenas coincidências."



Com aquilo, Molly deu um cansado e deprimido suspiro. "Eu acho que tens razão, mas então Ginny é... Ginny é a minha bebê. Alguma coisa não está certa. Eu só..."



"Quantas vezes é que tenho de dizer, que Ginny já não é mais um bebê?" Arthur murmurou estafadamente. "Pelo Amor de Deus! Ela já tem o seu próprio apartamento, o seu próprio trabalho e tudo! E, além disso, as coisas acontecem por uma razão, Molly. Não esqueça disso."



"Mas, por que a Ginny?" Molly respondeu de volta. "Porque não eu? Ou a minha mãe? Ou a minha avó Eloise?" Então ela ficou em silêncio, sentindo a tranqüilidade na casa. Ela fechou os olhos. "Sabe muito bem que é natural eu ficar preocupada. Eu sou a sua mãe. E, eu só estou com este pressentimento engraçado, é mesmo estranho, porquê, depois de todos estes anos, um Weasley e um Malfoy irem finalmente..." Ela parou por um momento ao ouvir o suave barulho de ressonar ao seu lado. Apertando os dentes, ela abriu os olhos e tocou nas costelas do marido.



"Arthur?" Ela disse zangada. "Arthur Weasley!" Arthur ressonou suavemente de novo como resposta. Molly então decidiu desistir e fechou os olhos de novo.



O sua bebê ia finalmente casar e o melhor que ela podia fazer era ficar feliz por ela. Molly não podia impedir de pensar que tudo era estranho, tudo estava indo depressa demais. Com aquele pensamento, ansiedade e medo pela sua filha dominaram-na.



"Por favor, mãe, avó!" Ela rezou silenciosamente. "Protejam Ginny do mal."



E com aquela prece, ela adormeceu finalmente enquanto jurava matar todos os Malfoys, principalmente Draco, se alguma coisa má acontecesse à sua Ginny.





Fim do Capítulo 4







Próximo Capítulo: ~A Discussão de História

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