O Retrato na Parede



N/A: Olá pessoal! Aqui está o capítulo 10! Espero que gostem!

N/T: Também vos deixo ir logo para a leitura. ^^ Dedico só o capítulo à Veela, que betou esta coisa de 40 páginas, mesmo tendo trabalho redobrado; à Frani, que me defende, apoia, ajuda e incentiva sempre e à Paty, que é um amor todos os dias e me compreende e luta e é minha amiga como eu jamais pensei. O mais, é para todos vocês que esperaram e esperaram e continuaram a elogiar e a ficar do meu lado. Cheers!


A Noiva da Serpente

Capítulo 10

O Retrato na Parede




No speech though kind has it, but kinder silence doles,
Unto its mates, by night consoles
By day congratulates

Henry David Thoreau

Nenhuma palavra, por mais bondosa que possa ser,
Consegue ser mais bondosa do que o silêncio pode oferecer,
Entre os seus companheiros, a quem de noite consola
E de dia felicita

Henry David Thoreau



Ginny forçou os seus olhos a se abrirem ao ouvir o chilrear feliz dos pássaros sinalizando o começo dum novo dia. Ela sentou-se devagar, coçando a cabeça levemente. Franziu os olhos quando o sol brilhante invadiu o quarto, fazendo a sua vista doer.

Então ela praguejou.

“Hammilton,” ela gemeu, deitando-se de novo na cama do seu quarto ‘emprestado’, protegendo a face com o braço direito, particularmente os olhos. Num instante, o mordomo-fantasma do Draco flutuou vindo do tecto.

“Chamou, minha Senhora?” Ele perguntou com a sua voz habitual e sem emoção.

“Quantas vezes tenho eu de dizer para não abrires os cortinados?” Ela perguntou por sua vez, afastando os cobertores de veludo vermelho e sentando-se finalmente.

“Eu peço imensas desculpas, minha Senhora, mas o Mestre Draco deu ordens específicas para acordá-la sempre antes do Mestre Malfoy a encontrar neste quarto.” O fantasma respondeu enquanto Ginny saía da cama, ainda fraca das pernas. Calçou as pantufas brancas de veludo, agarrou o seu robe e vestiu-o.

“Sempre a mesma coisa,” ela suspirou enquanto Hammilton preparava em silêncio a bacia de água quente. “Que horas são, Hammilton?” ela perguntou enquanto mergulhava as mãos na água e começava a lavar a cara.

“Sete e um quarto, Senhorita.” O fantasma respondeu, estendendo uma toalha. Ginny aceitou com desagrado.

“Jesus,” Ginny praguejou, secando o rosto. “Mas eles não dormem?” perguntou para ninguém em particular.

“O Mestre Draco, o Mestre Malfoy e a Sra.Malfoy estão lhe esperando para o pequeno-almoço.” Ele respondeu em vez. E com aquilo, flutuou para longe dela, passando suavemente pela parede.

“Que mais é novidade?” Ginny perguntou a si mesma sarcasticamente ao vestir devagar o vestido amarelo que tinha escolhido na noite anterior. Estava quase a colocar os sapatos, quando decidiu se sentar um pouco e fechar os olhos.

Quando é que isto tem fim? Ela perguntou-se. A sua cabeça doía, os seus olhos estavam cerrados e pesados e sentia como se o seu corpo tivesse sido atingido por uma dúzia de Bludgers. Desde o desastre da ‘noite de núpcias’, Ginny desaparatava sempre, usando aquele quarto algures na ala este. O problema era que, mesmo que o quarto de Draco fosse no lado oposto, Ginny ainda não confiava nele. Como resultado, acordava muitas vezes a meio da noite só para ficar alerta caso ele fosse entrar sorrateiramente e tentar ‘fazer alguma coisa’. Aparentemente, depois de duas semanas acordando e sem dormir decentemente, ela tinha descoberto sempre, manhã atrás de manhã, que o Draco não tinha tentado lá ir e que ela tinha tido as 15 manhãs mais horríveis da sua vida.

“Isto está a ficar muito ridículo.” ela pensou enquanto forcava os seus olhos a se abrirem de novo. Levantou-se e calçou os sapatos enquanto procurava na mesinha de cabeceira o seu acessório do cabelo.

“Esta guerra está a ficar bem absurda.” ela pensou. Na verdade, a ‘noite de núpcias’ tinha começado tudo. Lembrava-se perfeitamente, depois de ter marcado ‘dois pontos’ naquela noite, Draco tinha se vingado na manhã seguinte, ordenando aos elfos domésticos que cozinhassem comida bem picante, a coisa que ela mais odiava. Chili, burritos picantes e tudo o que tinha a ver com as palavras ‘quente’ e ‘picante’ tinha sido preparado, fazendo-a quase morrer de fome o dia todo, sem mencionar que tinha acabado com a reserva toda de água da Mansão.

No dia seguinte, Ginny respondeu à medida, acordando cedo, primeiro que ele, sá para cozinhar cérebro, miolos e fígado de vaca. Durante o jantar, ela mesmo o serviu, na frente de Vladimir, dizendo a toda a gente que ela mesmo tinha cozinhado porque era o favorito do seu ‘querido’ marido. E o Draco não teve escolha senão comer sem vomitar. Ginny sabia como Draco odiava comida ‘não sofisticada’. Lembrava-se duma vez, quando ele lhe tinha dito que pessoas que comiam fígado, miolo e derivados não passavam de canibais. Ele desprezava-os completamente. Em particular naquele jantar, ela tinha tido, ao mesmo tempo, a noite mais divertida e revoltante da sua vida, vendo Draco ficar verde a cada dentada e depois ouvi-lo mais tarde vomitar na casa de banho.

No dia seguinte, Draco deu um pontapé no gato dela. Ele odiava-o.

Ela escondeu as suas botas favoritas.

Ele tirou-lhe a sua bolsa de maquilhagem e deu-a a uma empregada em frente do Vladimir, dizendo que a sua ‘querida’ esposa era muito boa e generosa. Ela não pode fazer nada senão forçar um sorriso enquanto a sua escova de jade feita à mão, pentes e espelhos eram dados.

Ela abanou a cabeça. Era um ciclo sem fim e muito imaturo, do qual admitia que já estava a ficar farta. De certeza que o Draco também já estava a ficar cansado, certo? Afinal, ela também estava a fazer a sua vida de casado miserável. Ela ia concordar de certeza com tréguas. Com aquilo, Ginny andou até à porta, pensando o que estaria reservado para ela. Abriu a porta, e deu um passo em frente. De repente, uma voz dirigiu-se a ela.

“Porquê, Virgínia? Que raios estás a fazer dentro desse quarto?”

Virgínia virou-se só para ver a forma grande de Vladimir andando até ela. O seu queixo caiu. “Oh-oh, ele viu-me! O que devo fazer?” Ela pensou frenética. Olhou para ele, sem saber o que dizer. Pensou em voltar a entrar para dentro do quarto, mas isso seria patético.

“Corrige-me se estou errado, mas eu acho que o quarto do Draco é na outra ala?” o homem perguntou suspeitosamente.

Ginny respirou fundo, os seus nervos sobressaltando-se. ”Draco vai me matar se descobrir.” Ou talvez, o que daria o Draco desta vez a outra empregada se ele descobrisse? “B...bem, o que se...se passa...”

“Pequeno-almoCo, Senhor.” Fields disse de repente, aparecendo à frente deles vindo do corredor. A mão direita do Vladimir foi até ao seu peito, enquanto Ginny não sabia se chorava ou ria aliviada. Pela distração, ela podia beijar Fields e tudo!

“Deus do céu, homem!” Vladimir exclamou, as suas sobrancelhas arqueadas com desagrado, esquecendo-se completamente que Fields era um fantasma e nao um ‘homem’. “Vais me dar um ataque de coração!”

“Peço desculpa, Senhor.” Fields disse em tom de perdão. “A Senhora e o jovem Mestre estavam perguntando por si,” ele disse. Depois virou a sua cabeça transparente para Ginny, que estava olhando para o nada. “E por si também, Senhorita.” Ele acrescentou.

“Muito bem,” Vladimir disse ao acenar a mão casualmente, o sinal de estar dispensado. O fantasma flutuou para longe deles. Ele virou-se para Giny e ofereceu o braço. “Vamos, Virgínia?” perguntou com a face iluminada por um sorriso.

Virgínia deu um risinho. “Sim, avô.”

Vladimir acentiu e conduziu-a até à sala de jantar. Eles andaram num silêncio amável, com Vladimir cantarolando alegre e com Ginny sorrindo por nada em particular. Ao chegar à sala de jantar, Draco e Narcisa levantaram-se logo. Pelos vistos, eles estavam quase a comer visto que o pequeno-almoço já estava servido. Ginny mordeu o lábio ao ver os olhos de Draco esbugalhados de choque e confusão. Ela olhou para baixo quando o seu olhar ficou furioso ao vê-la de braço dado com Vladimir.

“Bom dia!” Vladimir saudou ao andar até ao seu lugar. Depois da troca fraca de bons dias, Virgínia foi para o seu lugar ao lado do Draco, enquando ele a ajudava imediatamente.

“O que significa isto?” ele sibilou contra a orelha dela ao dar a Virgínia um beijo sonoro na bochecha. “Bom dia, querida.” Ele disse em voz alta para todos ouvirem.

Ginny deu um risinho. Depois a sua expressão ficou séria. “Não sei. Encontrei-o apenas ali, como que rondando.” Ela sibilou de volta, sem deixar Draco se afastar, como se quisesse outro beijo.

Ele deu-lhe outro. “Estás morta, sabes disso? Agora ele vai perguntar por netos,” ele disse ao se sentar. Ginny virou-se para ele, de olhos esbugalhados.

“Então explique,” Vladimir disse de repente enquanto colocava o guardanapo no pescoço. Olhou para Virgínia severo mas bondoso.

“Explicar... o quê?” Virgínia perguntou, com as suas sobrancelhas arqueadas com confusão. Draco rolou os olhos mentalmente, decidindo ficar em silêncio. Narcisa franziu as sobrancelhas também confusa e virou-se para Ginny.

“Por que é que eu te vi saindo dum quarto na ala este.” Ele disse ao colocar manteiga na torrada. Deu uma dentada e olhou para ela na expectativa.

“Ala este?” Narcisa perguntou. “Pelo que sei, o quarto de Draco é na ala oeste?” Ela acrescentou. Depois suspirou. “já estou a esquecer coisas?”

“Virgínia?” Vladimir perguntou, ignorando Narcisa.

Virgínia pestanejou depressa, com o coração batendo a uma velocidade enorme. Respirou fundo e olhou para o Draco, que estava ocupado a olhar o seu pequeno-almoço suspeitosamente. Depois ele tocou com o garfo procurando sinais de fígado e miolos, obviamente demasiado ocupado para a ajudar. Quer ele estivesse a ser desagradável e de pouca ajuda de propósito, ela não se importava. Tinha de dar ao Vladimir uma resposta aceitável primeiro. Depois faria Draco pagá-las.

“Bem, Draco... ressona.” Ela disse finalmente. E como aquilo, a desordem instalou-se dentro da sala de jantar.

Draco virou-se para ela em choque.

A expressão de expectativa de Vladimir caiu.

Momentos depois, ele riu-se.

Com vontade.

“Desculpa?” Draco perguntou, olhando para ela horrorizado.

Ginny clareou a garganta e olhou para Vladimir olhos nos olhos. “Ele ressona. Na verdade, ele ressona tão alto que eu... eu não aguento mais.” Ela continuou.

“Eu não ressono coisíssima nenhuma!” Draco disse em voz alta. Vladimir riu-se ainda mais enquanto Narcisa olhava para o Draco depois para Ginny e ainda para o Vladimir rindo-se, com uma expressão que perguntava: do que é que vocês estão a falar?

“Sim, tu ressonas, querido. Desculpa,” Ginny insistiu. Apesar dela não estar a gostar de dizer algo assim, considerando que mais tarde ia pedir tréguas, não tinha outra escolha. “Bem, sempre podias ter dito que estavas repugnada porque tinhas descoberto que ele era gay ou que não conseguia ‘usá-lo’” O cérebro de Ginny convenceu-a. Com aquele pensamento, Ginny segurou os risinhos com dificuldade.

“EU NÃO RESSONO!” Draco pressionou com calma forçada.

“Oh, cala-te rapaz. Tu estás a dormir e a Virgínia está acordada, claro que ela ia saber. Além disso, é só ressonar! Não é o fim do... o fim do...” Vladimir não conseguiu concluir quando outra onda de gargalhadas saiu da sua boca. Ginny olhou para Draco só para reparar nos olhos dele negros de fúria.

“Eu não sabia que ressonavas.” Narcisa falou delicadamente enquanto dava uma dentada na sua torrada. Ela mastigou antes de engolir. “Ressonas mesmo?” Perguntou inocentemente como se nada estivesse mal, como se eles estivessem a falar sobre algo como o tempo ou o último modelo de chávenas de chá ou mobília. Aquilo piorou o estado de espírito de Draco ainda mais.

Ginny franziu as sobracelhas. Criados fantasmas, um avô rico e maluco, uma mãe afectada... não era de admirar que Draco saísse assim! Esta família era completamente anormal!

“É melhor fazeres alguma coisa ao ressonar, rapaz!” Vladimir conseguiu dizer no meio da risada. “A essa velocidade, eu não vou ter bisnetos correndo pela casa,” ele acrescentou ao mexer o seu cafe.

Outra desordem na sala.

Desta vez, era a vez de Draco sorrir para Ginny.

O queixo dela caiu. Fechou a boca imediatamente.

“Virgínia está a ter problemas em ter crianças.” Draco disse desinteressado. Com aquilo, Narcisa e Vladimir pararam e olharam para ela como se o cabelo dela se tivesse tornado azul.

“O que queres dizer?” Vladimir ordenou, o riso morrendo imediatamente. A sua face estava grave, os seus olhos estreitaram-se. Toda a sua expressão tornou-se fria e calculista, como um homem de negócios olhando um bem estragado que lhe tinha sido entregue.

“Não estás doente, pois não Virgínia?” Narcisa perguntou preocupada.

Ginny engoliu com dificuldade. “Dão.. Dão..”

“Claro que Virgínia não está doente,” Draco disse olhando a sua mãe sériamente. “O que eu quis dizer foi que a Virgínia está a ter problemas em ter filhos nesta altura,” ele acrescentou. “Claro, ela disse-me que preferia tomar conta de mim primeiro, antes de cuidar de futuros-bebés.”

“Oh,” Vladimir e Narcisa exclamaram ao mesmo tempo. Vladimir virou então a sua atenção de volta ao seu café enquanto Narcisa barrava manteiga noutra torrada.

“Dão-me licença?” Virgínia perguntou subitamente, levantando-se.

“Claro, Virgínia.” Vladimir disse sem levantar o olhar.

“Para quê?” Narcisa perguntou sem pensar e olhando para ela.

Ginny virou-se e disse também sem pensar. “Para enlouquecer.” E com aquilo, saiu da sala de jantar. Ao ver aquilo, a expressão na face de Draco mudou de presunção para confusão e irritação. Ele pediu também licença e seguiu-a imediatamente.

“O que foi aquilo?” Narcisa perguntou.

Vladimir levantou a cabeça por momentos ao ver a partida do seu neto, antes de dar um gole no seu café. “Raios partam! Juro que ganhava milhões vendendo bilhetes para este show!” Ele pensou divertido.


********


“Virgínia!”

“Desaparece!”

Draco abanou a cabeça e correu atrás dela. Ela estava quase ao pé da entrada quando ele agarrou o braço dela de repente, forçando-a a parar. Virgínia deu um gemido de dor ao arrancar o braço do apertão dele. Draco soltou-a imediatamente.

“Não me toques.” Ginny disse ao massajar o seu braço direito.

A face de Draco suavizou-se ao ver a expressão magoada na face dela. “Devias ter parado quando te chamei.” Ele disse suavemente, o seu tom pedindo desculpas.

“Agora a culpa é minha?” Ginny respondeu acidamente.

Com aquilo, Draco respirou fundo e virou-se. “Desculpa.” Ele murmurou.

“O que é que disseste?” Ginny perguntou, olhando-o.

“Desculpa.” Ele disse de novo, um pouco mais alto.

“O quê?”

“Eu disse DESCULPA!” Draco quase gritou.

Ginny franziu as sobrancelhas. “é assim que tu pedes desculpa?” Ela perguntou com malícia. “Estavas a gritar.”

“Tu és surda.” Ele respondeu.

“Eu não sou surda,” Ginny disse em voz alta. “Por que é que é complicado para ti pedir desculpa? Admitir que erras?” Ela quase gritou.

“Isso não é o assunto aqui.” Draco disse severamente. Ginny olhou-o rigidamente e decidiu não dizer nada. “O que disseste lá dentro foi muito mal criado e inapropriado.” Ela disse finalmente, abanando a cabeça com desagrado.

“Eu admito que foi, mas não vou pedir desculpas.” Ginny disse maldosamente.

“Eu não estou à espera que me peças desculpa, sabes.” Draco disse naturalmente. “Mas por favor, da próxima vez que decidires dizer palavras más, fá-lo quando estivermos sozinhos ou noutro lugar que não seja a sala de jantar durante a refeição.”

A expressão de Ginny suavizou-se um pouco. Olhou para ele e depois suspirou. “Não te incomoda nem um pouco?” Ela perguntou na dúvida.

“Bem, eu estou habituado,” ele respondeu. “Vamos ver,” ele fez uma pausa e olhou para cima pensando, com os dedos no queixo. “Ah sim... tens vindo a dizer todas as coisas más nos últimos dois meses do nosso noivado e duas semanas agora, como marido e mulher.” Ele terminou. Olhou-a e depois de algum tempo, reparando nos olhos castanhos esbugalhados, ele sorriu finalmente.

Ginny franziu as sobrancelhas pensativamente. “Bem, eu também estou habituada, acho eu,” ela disse devagar. “Tens sido um peste miserável nos últimos dois meses, então estamos quites.” Depois ela contorceu as mãos. “Aborrece-te, quero dizer?” Ela perguntou exasperada.

“Bem, depende do que queres dizer com aborrecido.” Draco respondeu sinceramente. “Eu mal te consigo chamar aborrecida, Virgínia, ele pensou. “Há tanto para aprender sobre ti.”

Silêncio.

Ginny olhou para ele e mordeu o lábio. Draco ergueu uma sobrancelha. Depois sorriu entendedor. “Diz lá,” ele disse finalmente.

Ela franziu as sobrancelhas. “O quê?”

“Diz lá, seja o que for!” ele disse confiante. “Prometo que não me vou rir e prometo que vou concordar.”

“Como é que sabes que eu te ia perguntar alguma coisa?” Ela perguntou.

“Os teus olhos dizem tudo,” ele disse abanando a cabeça. “E além disso, esta é a primeira vez que tenho uma conversa normal contigo a começar,” ele acrescentou. Na verdade, Draco estava à espera que Virgínia pedisse tréguas. As últimas duas semanas, ele tinha de admitir, foram doidas. Doidas comparado com aquele tempo em que o seu pai ainda era vivo. Até agora, Draco não tinha conhecido ninguém que o conseguisse enlouquecer sem ser o seu pai e o seu avô.

Então, os olhos de Ginny estreitaram-se suspeitosamente. “Por que é que não ‘pedes’ primeiro?” ela perguntou perspicaz, lendo obviamente a mente de Draco.

“Porque deveria?” Draco respondeu. “Tu começaste esta confusão toda, ao convidar o avô a viver aqui um mês!”

“Eu não comecei nada!” Ginny choramingou indignada. Ela colocou as mãos na cintura e levantou o queixo desafiadoramente. “Diz lá tu!”

“Não, tu dizes!” Draco disse, com a voz fria. Quando Ginny abanou a cabeça, Draco atirou as mãos ao ar finalmente. “Eu não acredito que estou a agir tão imaturamente sobre isto! E nas últimas duas semanas!” ele disse em voz alta, andando dum lado para o outro à frente dela. Parou e olhou-a. Ao ver o olhar ainda determinado na face dela, ele suspirou derrotado.

“Tréguas, okay?” Ele disse finalmente. “Pronto, já disse! Contente?”

Com aquilo, um sorriso querido substituiu o olhar severo de Ginny. Ao ver aquilo, Draco sentiu que valera a pena pedir tréguas primeiro. Até aquele momento, ele nunca tinha reparado no quão era verdade o que diziam sobre o poder dum sorriso duma mulher. Ele desviou o olhar, e colocou os dedos no cabelo, suspirando cansado.

“Peço desculpa por teres de comer fígado e miolos de vaca.” Ginny disse suavemente.

“Não foi minha intenção dar um pontapé no teu gato.” Draco disse virando a face para ela. “E dar as tuas... escovas.”

Ginny sorriu suavemente enquanto Draco respirava fundo. “E quanto a ter crianças, não precisas de te preocupar. Tenho a certeza que o avô não vai viver para assistir ao dia do nosso... er... divórcio.” Por alguma razão, ele não conseguia dizer a palavra ‘divórcio’. Entendeu que quer quisesse ou não, ia perder aquela mulher depois do casamento.

Aquilo fê-la franzir as sobrancelhas, em parte devido à leve dor que aquelas palavras lhe trouxeram e outra parte por causa de Vladimir. “O que queres dizer?” ela perguntou.

“Ele está a morrer.” Draco respondeu calmamente.

“Ele... ele não pode...” Ginny abanou a cabeça incrédula. “Não, ele não pode estar a morrer. Ele parece tão novo e tão forte. Isso é... isso...”

“Ele é meio vampiro, Virgínia.” Draco interrompeu.

“E depois?”

“Ele não tem vindo a beber sangue humano desde Deus sabe lá quando.” Draco disse, rolando os olhos. “Isso é comida para os como ele. A sua alma vai desfazer-se assim como o seu corpo sem sangue humano.”

“Então por que é que... ele não..?”

“Eu não sei por que é que ele se recusa a beber sangue humano.” Draco disse de repente. “Ele apenas... parou. Eu não tenho a certeza porquê.”

“Então... ele vai morrer?”

“Sim.”

Com aquilo, Ginny não conseguiu impedir de ficar triste e zangada ao mesmo tempo. Triste porque, apesar de Vladimir ter esta tendência estranha para arrancar a cabeça às pessoas com as suas respostas não muito educadas, ele tinha sido sempre simpático para ela. Ele era sempre o perfeito cavalheiro para as senhoras. Ele era como o avô que ela nunca tivera. E depois ficou zangada consigo mesma devido à charada que estavam a fazer, roubando a fortuna de Vladimir.

“Olha, eu falei a sério há pouco.” Draco disse depois de um momento, mudando o assunto do avô de propósito. Ela virou-se para ele. “Vamos só passar o resto deste casamento o mais pacificamente possível, está bem? Deus sabe o quão cansado estou de me vingar e esperar a tua resposta.”

Ginny olhou para ele um pouco, depois deixou escapar um sorriso. “Está bem,” ela disse estendendo a mão. “Tréguas?”

Draco acenou. “Tréguas” ele disse, aceitando a mão. Depois de um momento, largou a mão dela. Um silêncio momentaneo encheu o hall de entrada enquanto Ginny olhava Draco, esperando que ele dissesse alguma coisa.

Os olhos de Draco estavam a olhar para o tecto, com ele assobiando e olhando para nada em particular. Depois, ela entendeu! Tinha feito amizade com Draco Malfoy! Eles tinham, na verdade e pela primeira vez, concordado com algo! Pela primeira vez, eles tinham tido uma conversa normal como marido e mulher! E isso era mesmo... totalmente..! Ela engoliu o riso. Até podia apostar que se o Ron descobrisse aquilo, ele cortaria a cabeça do Draco com um machado e depois amarrava-a com correntes dentro do quarto dela para toda a eternidade.

“Então... o que é que fazemos agora?” Ela perguntou embaraçada. Apenas não estava habituada a ter momentos como aquele com ele. Era desconfortável e surpreendente ao mesmo tempo.

Draco virou-se para ela, dando-lhe um sorriso torto. “Bem, talvez eu te pudesse dar um beijo decente ou algo assim?” Ele perguntou sem um sinal de embaraço. De repente, ele piscou-lhe o olho.

“Existe sequer coisa como um beijo decente do Draco Malfoy?” Ginny perguntou na dúvida, mas mesmo assim, rindo. Os olhos de Draco estreitaram-se. Então, ele andou até ela devagar. Ginny abanou a cabeça e andou para trás. “Tu és demasiado seguro de ti mesmo, não?” Ela perguntou.

“O que o Draco quer, o Draco consegue.” Ele falou em tom indolente, chegando mais perto.

“Oh, eu não diria bem isso.” Ginny respondeu. “Eu sou a prova viva disso.”

“Talvez,” ele disse quando as suas mãos agarraram finalmente o braço dela. Ele puxou a pouco-resistente-Ginny para perto até que pudesse sentir o subir e descer do seu corpo contra o seu.

Eles olharam-se primeiro. Ginny deixou os olhos percorrerem a face dele antes de fixar o olhar no dele, enquanto que Draco olhava-a olhos nos olhos. Então ele sentiu! Ele sentiu de novo! Aquela impressão inexplicável no seu peito! “O que raios foi isto?” Ele encontrou-se de novo a perguntar a si mesmo. Era quente e assustador ao mesmo tempo. E agora, olhando-a directamente, vendo a sua face reflectida nos olhos dele, fê-lo querer fugir a correr e ficar ali, ao mesmo tempo. Baixou a cabeça devagar, com os seus dedos no queixo dela para levantar a face de Ginny. Depois parou. Queria tanto beijá-la mas tinha tanto medo do que aquele beijo lhe iria fazer. Tinha tanta certeza que aquele beijo ia mudar a vida dele para sempre, e agora, ele não estava preparado. Ele não podia...

“Draco, querido, a Ginny está aí?” Narcisa perguntou, aparecendo de repente vinda da sala de jantar. Ao ouvir aquela voz, Ginny e Draco separaram-se relutantemente, o feitiço quebrado. Draco ficou aliviado e desapontado ao mesmo tempo, clareando a garganta ruidosamente.

Narcisa olhou para os dois à sua frente, para as bochechas coradas de Ginny e o silêncio incomum de Draco. Compreendendo tudo, ela arfou suavemente. “Oh céus, eu não incomodei, pois não?” Perguntou.

“Não, mãe.” Draco respondeu, dando um sorriso reconfortante.

“Claro... claro que não.” Ginny também disse, abanando a cabeça.

“Oh, okay.” A outra senhora disse aliviada. Sorriu em direcção a Ginny. “Queria que estivesses pronta em poucos minutos. Vamos sair.”

Ginny franziu as sobrancelhas. “Sair? Onde?” Ela perguntou.

Narcisa olhou para ela como se a mesma tivesse decidido usar um saco de arroz para um baile e estivesse a insistir que estava bem. “Estás a esquecer-te que só faltam duas semanas para o Natal?”

“Hum... não.” Ginny disse.

“A mãe faz sempre as suas compras de Natal nesta altura.” Draco disso ao tirar o relógio do bolso e olhá-lo. “O que me lembra,” ele parou e virou-se para a sua mãe. “Eu vou consigo. Tenho uns assuntos a tratar.”

“Tudo bem, querido.” Narcisa respondeu. Depois deu uma risadinha quando olhou para Ginny. “É tão bom ter um homem bonito connosco para variar. O avô prefere sempre ficar aqui, que é quente e escuro.”

“Muito bem.” Draco disse cordialmente, colocando finalmente o seu relógio dentro do bolso. “Eu vou buscar a carruagem.” E com aquilo, inclinou-se perante Ginny e deu-lhe o mais incomum beijo de despedida que ela já tivera. Beijou-a suavemente no pescoço e foi embora imediatamente, deixando Ginny ali a olhar para ele em confusão e prazer não escondido.

“Eu espero que não te importes se usarmos as carruagens, querida.” Narcisa disse de repente. Então, ela deu o braço a Ginny e começou a guiá-la até à escadaria imponente. “Eu sei que vocês jovens estão habituados a voar de vassouras e aparatar aqui e acolá, mas eu não sou grande voadora e morro de medo de aparatar.” Ela fez uma pausa e respirou fundo. “É por isso que o Draco tem sempre as carruagens prontas para quando saio. Tenho a certeza que ele não se importa da lentidão da viagem.” Ela continuou enquanto elas subiam as escadas calmamente.

“Claro que não.” Ginny disse. Narcisa sorriu.

Ao chegar ao quarto de Narcisa, ela largou o braço de Ginny levemente. Estava para entrar no seu quarto, quando se lembrou de algo de repente. Virou-se para Ginny e franziu as sobrancelhas de leve. “Não trabalhas no mundo trouxa, querida?”

“Sim.” Ginny disse, acenando.

“Bem, então de certeza que não desististe do teu trabalho por causa deste casamento, certo?” Narcisa perguntou esperançosa. “Eu ia odiar isso, de certeza.”

Aquilo fez Ginny sorrir. Ela abanou a cabeça. “Não, não desisti do meu trabalho. E o Draco também não queria. Eu estou só numa pausa, com as férias de Natal e o Ano Novo... Vou volar em finais de Janeiro, com o recomeço das aulas.” Ela respondeu. Bem, era em parte verdade. Apesar de Draco não lhe ter pedido para desistir, ele também não lhe tinha pedido para continuar. Considerando tudo, Ginny concluia mais que Draco não se importava quanto ao que ela queria fazer, o que era bom e mau ao mesmo tempo. Bom porque ela não estava bem habituada à ideia de ter alguém a lhe dizer o que fazer. Mau por causa da ideia do Draco simplesmente não se importar com ela.

“É bom ouvir isso.” Narcisa disse. “Eu acredito firmemente que uma mulher não pode deixar de viver a sua vida só porque está casada.” Depois ela sorriu amargamente. “Não sejas como eu, Virgínia. Será o maior erro da tua vida se deixares o Draco ter completo controlo da tua vida.” Ela acrescentou suave mas firmemente.

“Eu garanto, não tem com que se preocupar,” Ginny disse, sorrindo suavemente. “Mãe.” Ela concluiu por fim. Com aquilo, Narcisa sorriu com prazer e deu-lhe um beijo na bochecha.

“Bem, temos de ir,” ela disse ao abrir a porta. “Encontramo-nos no estábulo.”

“Sim.” Respondeu Ginny. Quando Narcisa desapareceu para dentro do seu quarto, Ginny virou-se e andou rapidamente até à ala este, mantendo um olho atento para Vladimir. Finalmente, depois do caminhar rápido que pareceu durar para sempre, ela chegou ao seu quarto. Estava para abrir a porta, quando sentiu algo peculiar. Parou e virou-se para o corredor estreito à sua direita, o corredor onde tinha visto Vladimir naquela manhã. Depois, esquecendo-se de entrar no seu quarto, andou devagar até ao corredor escuro.

O corredor, ela reparou, ficou escuro e sombrio a cada passo. Ela olhou cautelosamente à sua volta só para ver filas e filas de grandes portas de ambos os lados do corredor, com retratos pendurados ao lado de cada entrada. Ginny engoliu em seco ao sentir os olhos dos quadros seguindo-a. Reparou que eles so estavam interessados em observá-la visto que ela não fazia esforço para falar nem nada. Um arrepio percorreu a coluna de Ginny ao ver que um dos retratos, de pele pálida, mostrou as garras a Ginny. Sem nenhuma dúvida que todos os quadros continham um membro da ascendência da família Malfoy, visto que todos tinham os olhos de Malfoy, afiados e penetrantes. A maioria era loiro e o sangue vampiro corria fortemente em cada face. Existiam mulheres também, sofisticadas e bonitas, apesar da maioria ser homem. “Eu ficaria tão fora de lugar aqui.” Ela pensou ao ver uma mulher de cabelo preto, olhos azuis profundos e lábios de beicinho vermelho. Ela tinha um sinal bonito no lado direito do seu queixo, e olhava directamente para Ginny como se ela fosse uma criança. Ginny reparou nas suas bochechas e o seu generoso peito quase saindo do corpete apertado que ela estava a usar. Não conseguiu deixar de reparar na atracção incomum que cada retrato emanava. De alguma maneira, eles tinham aquela coisa bom-mau que Draco também possuía, tanto os homens como as mulheres. Agora Ginny entendia completamente donde Draco tinha hereditado tudo.

Ela continuou o seu caminho, pesquisando mais a fundo a ala este, sentindo o ar húmido contra a sua pele. Notando a escuridão do corredor a aumentar, tirou a sua varinha e abanou-a silenciosamente, murmurando um fraco ‘lumus’. Nesse instante, luz saiu da ponta da varinha. Então, um choro de surpresa quase fez o coração de Ginny parar. Tremendo com um medo desconhecido, apontou a ponta da varinha para a frente cautelosamente, esperando que algo mortífero aparecesse e a comesse viva. “Em que é que me fui meter?” Ela perguntou a si mesma. “Estúpida, estúpida! Não sabes que a curiosidade matou o gato!” O seu cérebro repreendeu. Ginny virou-se e preparou-se para correr, quando uma voz gentil se fez ouvir no corredor vazio.

“Céus! És tu, Virgínia?”

Ginny ficou ali, congelada. De lábios e mãos a tremer, colocou a varinha acima da sua cabeça e viu o fim do corredor com um retrato pendurado. Então, o medo desapareceu um pouco ao ver a expressão amena da face do homem. Olhou-o por momentos e reparou no seu fino cabelo loiro, tão loiro que parecia enfeites de Natal. Ele tinha olhos cinzentos brilhantes e um nariz aristocrático. Apesar de ele ter um queixo arrogante, Ginny reparou na sombra do sorriso largo que percorria os lábios dele. Julgando pelo colarinho, a camisa branca e o longo casaco vermelho, ela concluiu que aquela pessoa tinha vivido no seculo XVIII. Franziu as sobrancelhas. O retrato fazia-a lembrar fortemente o Draco, mas havia algo diferente, faltava algo. Ginny clareou a garganta suavemente.

“Eu peço desculpa por interromper o seu... er... silêncio. Eu só me perdi... e... agora tenho de ir e...”

O retrato ficou sério. Depois para absoluta surpresa de Ginny, ele sorriu. “Tens medo de mim?” Perguntou, Ginny não deixou de reparar no tom de diversão da voz dele.

“Porquê, claro que não.” Ela forçou-se a responder. Depois franziu as sobrancelhas. “Porque deveria? Afinal de contas, és só um quadro. Não te podes mover.” Ela acrescentou.

“Isso foi muito bom de ouvir.” Ele disse com sarcasmo ameno. Ginny teve de conter uma gargalhada ao ver o quão soava como o Draco. Então o retrato olhou para ela durante um longo tempo que a fez pensar se ele teria morrido. Quando ele decidiu não dizer nada, Ginny encolheu os ombros e estava para começar a andar quando o retrato falou de repente. “Então agora vejo quem esteve a dar ao Draco noites sem dormir.”

Com aquilo, os olhos de Ginny esbugalharam-se. “Des... desculpe?”

“Deves ser a Virgínia,” ele calculou. “Ginny, como ele diz quase sempre, aliás.”

Um sorriso relutante apareceu nos lábios de Ginny. “Quem és?”

“Eu sou Ed... er... Fredrick, Senhorita.” O retrato respondeu com a sua voz mais galante. “Capitão Fredrick Butler Charlesworth III ao vosso dispôr.”

Ginny deu uma risadinha. “Muito prazer, Capitão Charlesworth,” ela respondeu. “Eu sou a Virgínia Wea... er... Malfoy. Virgínia Malfoy.”

“Eu sei,” Fredrick respondeu com uma voz quase enevoada que fez Ginny franzir as sobrancelhas levemente.

“Entao, Fredrick... posso chamá-lo Fredrick?” Ginny comecou.

“Claro Madame,” ele disse. “Tudo o que agradar a Senhorita.”

“Então está bem. Fredrick, por que é que estás aqui sozinho?” Ela perguntou. “Eu reparei que és muito parecido com o meu marido mas... tens a certeza que não são parentes?” Ela perguntou, reparando no último nome do porteiro.

“Eu garanto-lhe, Madame, que o jovem Mestre não é meu parente. As semelhanças de parecença que ele possa ter, é tudo pura coincidência.” Fredrick respondeu. Por um momento, Ginny teve dificuldade em falar com uma coisa imóvel, quanto mais um retrato parado que movia os lábios e os olhos. “Eu fui colocado aqui com um motivo, minha senhora.”

“Motivo? Como um guardião ou..?” Ginny perguntou, lembrando-se do quadro da Fat Lady em Hogwarts.

“Poderíamos dizer que sim.” Fredrick respondeu. “A parede atras de mim não é bem uma parede, minha Senhora.” Ele acrescentou misteriosamente.

Os olhos de Ginny estreitaram-se perspicazmente. “Então deve ser um quarto secreto, estou correcta?” Ela perguntou, com a curiosidade a crescer a cada minuto.

“Atrás de mim ficam os aposentos secretos do jovem Mestre.” O retrato disse.

“Os aposentos secretos do Draco?” Ginny repetiu pensativa. “O que é que queres dizer com aposentos secretos?” Ela perguntou. Depois ficou a perguntar a si mesma se era o quarto que Draco levava as suas conquistas? Tal pensamento fez o seu sangue ferver, aumentando mais do que nunca o desejo de entrar naquele quarto.

“É aqui que o Draco guarda todas as suas coisas importantes.” Fredrick disse. “Pelo menos as importantes para ele. Coisas que só estão destinadas aos olhos dele.”

“Aposto que sim.” Ginny pensou, rangendo os dentes. “Tu não me deixarias entrar nesse quarto, pois não Fredrick?” Ela perguntou docemente.

Daquela vez, os olhos de Fredrick estreitaram-se suspeitosamente. “Porque deveria?” Ele perguntou. Depois sorriu. “Bem, eu deixaria se me desses uma boa resposta porque deveria te deixar entrar.” Ele acrescentou.

“Eu sou a sua mulher.” Ginny disse categoricamente.

“E depois?” Fredrick perguntou delicado. “Até a sua mãe não sabe sobre este quarto secreto. Porque te deixaria entrar?”

Com aquilo, Ginny suspirou derrotada. “Oh, esquece,” ela disse cansada. Sorriu fracamente. “Tenho a certeza que o que o Draco tem aí dentro é muito importante para ele, talvez uma parte dele que não esteja preparado para partilhar com ninguém,” ela murmurou. “E além disso, eu respeito a privacidade dele.”

“Mas queres ver, verdade?” O quadro disse entendedor.

“Sim, quero.” Ela disse sinceramente.

“Porqu~e?”

“Porque... porque eu quero... entendê-lo. Conhecer o verdadeiro Draco e de alguma maneira, tenho esta sensação que vou encontrar as respostas aí dentro, sabes.” Então Ginny abanou a cabeça e riu suavemente. “Oh, olha só para mim, disparatando de novo. Sabes, eu devia só...” Logo ali, Ginny parou. Os seus olhos esbugalharam-se ao ver o retrato balançar aberto, as suas dobradiças fazendo barulho no corredor vazio. Por um momento, Ginny ficou ali como se os seus pés estivessem colados ao chão. Depois apertando as mãos com força, entrou no quarto cautelosamente, com a varinha pronta pra atacar. Quem sabe, se a coisa importante de que falava o retrato não era um monstro de 3 cabeças. Afinal de contas, Draco era um Malfoy e tudo fora do normal era coisa dum Malfoy.

Ginny entrou no quarto e instantâneamente, a luz acendeu-se. Os seus olhos percorreram o espaço à sua volta só para encontrar dúzias de livros numa secretária no centro e uma dúzia de quadros do outro lado do quarto. Havia também um sofá para dois ao pé da lareira. Na outra parede estava um armário de vidro com uma colecção de vinhos caros e champagne. Mesmo com a pequenez do quarto, estava bem mantido. Tinha um ambiente quente e acolhedor.

Ela andou até aos quadros, levantando-os com cuidado. Haviam obras de Picasso, algumas de Vicent Van Gogh, Salvador Dali e muitas mais. Os olhos de Ginny esbugalharam-se de incredulidade! Uma das paixões de Draco incluía pintura? Pinturas e quadros trouxas? Então, ela desviou o olhar para a secretária cheia de livros. Encontrou alguns livros sobre história e mitologia, William Shakespeare... Parece que o Draco é um grande fã de arte. Ela pensou ao examinar uns livros. Estava para voltar aos quadros, quando reparou numa coisa enfiada dentro dum volume grosso à sua frente. Franzindo as sobrancelhas, levantou o livro com cuidado, revelando uma caixa de veludo poeirenta. Segurou-a e abriu-a, encontrando uma corrente dourada com um medalhão oval.

“É lindo,” Ginny disse ao abrir o medalhão com cuidado. Dentro estava uma fotografia duma jovem menina de longo cabelo preto e com os mais expressivos olhos violeta que Ginny jamais vira. Olhou um pouco mais, fechou-o e leu a inscricao atras.

Bianca Anne Fairfax

“Bianca Anne Fairfax?” Ginny perguntou a si mesma, abrindo o medalhão de novo. Olhou para a menina que, tinha a certeza, não tinha mais que nove ou dez anos. Quem era ela, o que fazia dentro do quarto secreto do Draco? Será alguém importante para ele? Era ela uma das suas conquistas? Se sim, porque teria o Draco uma foto dela em criança? Não fazia sentido nenhum!

“Eu acho que a Senhora Malfoy está a chamar por si, Virgínia.” Fredrick chamou de repente, destruindo os pensamentos dela. Com aquilo, Ginny decidiu ficar com a corrente dourada, colocando à volta do pescoço e enfiando por dentro do vestido. Depois, correndo até à saída, Ginny saltou com cuidado enquanto as dobradiças do retraro soavam de novo. “Acredito que a verei mais vezes, Virgínia.” Fredrick disse finalmente, colocando-se no seu lugar habitual na parede, bloqueando a vista dos aposentos secretos.

“Estarei de volta.” Ginny disse ao se apressar em direcção ao seu quarto, sem se importar com as faces pouco amigáveis que a olhavam.


********


“Oh, que dia cansativo!” Narcisa exclamou quando se sentaram no acento confortável. A mãe de Draco ocupou-se dos sacos das compras enquando Ginny se jogava cansada contra o acento de pele, sem se importar com o seu casaco cor-de-azeitona. Suspirou ao olhar o pôr-do-sol pela janela da carruagem. Momentos depois, a corruagem começou a se mover.

Ela nunca tinha esperado que ir às compras com Narcisa fosse aquele pesadelo. A outra mulher arrastou-a praticamente para todo o lado! Primeiro, elas foram à sua costureira, depois a Madam Malkin para comprar algumas vestes e vestidos. Depois foram a uma loja onde compraram rolos e rolos de tecidos sedosos e seda para mais novos vestidos. Mais tarde, foram comprar sapatos, depois os acessórios e as jóias... ela podia continuar! Na verdade, Ginny tinha perdido a conta de quantos galeões tinham gasto naquele dia e por causa daquilo, não podia culpar Draco por pensar que as mulheres só eram boas a gastar dinheiro, nem mais nem menos. Apesar da maioria das coisas que Narcisa comprou serem para Ginny, (parecia que a senhora gostava de gastar dinheiro com ela) Ginny achava comovedor e ao mesmo tempo irritante, porque quando Narcisa fazia compras, não era só ‘comprar’. Incluía fussar aqui e acolá e fazer Ginny experimentar diferentes pares de sapatos e vestidos até que ela já não suportasse mais!

“Virgínia, queres vir comigo?” Narcisa perguntou de repente. Ginny olhou para cima e ficou surpresa ao ver que já tinham parado. Virou-se para Narcisa e arqueou as sobrancelhas.

“Aonde?” Ela perguntou.

“Oh, só à Floreios e Borrões.” Narcisa respondeu enquanto se preparava para descer. Abriu a porta e deixou à vista uma bota. “O pai deu-me uma lista de livros que queria. Parece que a Floreios e Borrões tem novas estreias.”

Ginny sorriu. Finalmente, elas iam fazer verdadeiras compras! Sempre tinha sido uma grande fã de livros. Com aquilo, Narcisa acenou e saltou da carruagem com Ginny logo atrás.

“Ah, boa tarde Sra. Malfoy.” O dono chamado Sr. Gardner cumprimentou quando elas entraram na loja. Quando o homem pousou os olhos em Ginny, ele sorriu amigavelmente. “Vejo que a jovem Sra. Malfoy está aqui de novo.” Ele disse.

Ginny deu um risinho. “Oh, sabe que visito a sua loja sempre primeiro, mesmo quando ainda andava em Hogwarts.” Ela disse.

O Sr. Gardner acenou. “Sim, sim de facto.”

“Eu tenho aqui uma lista de livros que o pai queria comprar.” Narcisa disse delicadamente ao entregar o pergaminho ao senhor. Ele, por sua vez, aceitou o papel e colocou os óculos. “Er... porque não dás uma olhadela primeiro, Virgínia? Podes ler sem pagar, se quiseres.” Ele acrescentou.

“Sabe que faço sempre isso.” Ginny disse, aos risinhos. Então, ela foi até à estante cheia de livros com a etiqueta ‘Novidades’ e começou a inspeccioná-los.

Novos Feitiços para o Novo Millenium por Miranda Goshawk e Amanda Portman

Hogwarts: Uma História, 9ª Edição por Hermione Granger

As sobrancelhas de Ginny ergueram-se quando leu aquilo. Então sempre se tinha aventurado na escrita, a Hermione.

Transfiguração Avançada, 10ª Edicao por Minerva McGonagall

Compreender os Trouxas e Como viver com Eles por Arthur Weasley

Ginny sorriu e sem pensar tirou o livro da estante com a intenção de comprá-lo. O seu pai não lhe tinha dito que o livro já tinha sido lançado. Depois recuando um pouco, retirou outro livro, o de Hermione, e foi direita à caixa de pagamento.

“Ah, vejo que encontrou dois ao seu gosto?” O Sr. Gardner disse ao ver os dois volumos grossos contra o peito de Ginny. Ele colocou a pilha de livros de Narcisa cuidadosamente dentro dum saco e pegou então nos de Ginny.

“Na verdade, é mais uma coisa de familia,” Ginny disse ao procurar no bolso a sua carteira. “Eu odiaria se o meu pai e a minha cunhada não os vissem na minha colecção de livros. Não veria o final.” Ela concluiu rindo.

“Compreender os Trouxas e Como viver com Eles?” Narvisa perguntou pensativamente, olhando para o livro pesado de cabedal.

O Sr. Gardner acenou. “Bela obra, se querem a minha opiniao,” ele disse. “Ainda bem que alguem demonstrou grande e VERDADEIRO interesse pela comunidade não-mágica finalmente e colocando ainda um guia como viver com eles. É bem importante visto que a maioria de nós vive e interage com eles.” Depois ele virou-se para Ginny. “São 168 galeões.”

“168 galeões serão.” Ginny disse ao contar alguns galeões dourados. De alguma maneira, era tão mais fácil gastar dinheiro agora comparado com antes. Bem, era como Draco tinha dito, era o benefício de ser um Malfoy. Mas então, parte daquilo era seu. Não tinha casado com Draco para nada, pois não?

O Sr. Gardner aceitou as moedas douradas que Ginny lhe estendeu com um sorriso. “Obrigada, minha querida. Espero que gostes dos livros!”

“Irei! Obrigada!” Ginny respondeu, levando as suas compras consigo.

Narcisa sorriu. “Obrigada,” ela disse amavelmente ao andar até à saída da loja.

Uma vez cá fora, Ginny virou-se só para ver Draco aparecendo de... Knockturn Alley? Franziu as sobrancelhas e virou-se para Narcisa que estava ocupada a entregar as novas compras ao cocheiro. Aparentemente, Narcisa não tinha reparado que o seu filho estava andando até elas.

“Tiveram um tempo agradável fazendo compras?” Ele perguntou levemente. Depois deu um beijo na boca de Ginny como se fosse o normal a se fazer.

“Oh sim,” a sua mãe disse.

“Sim,” Ginny disse pensativa. Estaria Narcisa consciente que o seu filho frequentava Knockturn Alley como o Lucius? Virou-se para Draco e estava para perguntar o que ele tinha estado a fazer quando repentinamente uma brisa de ar frio passou por ela. Fechou os olhos por momentos e estremeceu. Então ela não viu nada... escuridão... e as imagens desfocadas...

Uma jovem a chorar...

“Não! Pai, por favor não!”

“Sai da frente, rapaz!”

“Pai...”

“Não me obrigues a te magoar de novo!”

Depois um flash de luz verde apareceu...

Um grito aterrorizante...

Uma jovem menina morta...


Virgínia pestanejou e olhou à sua volta. “O que foi aquilo?” Ela perguntou a si mesma ao ver a multidão de novo, ocupada com as compras de Natal. Os seus olhos foram até à loja e ela ficou surpresa por ver claramente o sinal Floreios e Borrões. Engoliu em seco, de coração acelerado contra o peito. “Foi um sonho? Quem eram eles?

“Virgínia!”

Ginny virou-se em direcção à voz, e viu Draco olhando-a com confusão e óbvia preocupação. “Viste aquilo?” Ela perguntou frenética, olhando à sua volta.

“Aquilo o qu~e?” Draco perguntou de testa franzida.

Ginny virou-se para ele, surpreendida. “Não viste aquilo?”

“O quê?” Ele repetiu já impaciente.

“Fui a única a ver aquilo?” Ela perguntou a si mesma, ao ver a confusão de Draco e o desconcerto de Narcisa. Então abanou a cabeça. “Não, não é nada.” Respondeu finalmente.

“Estás bem, Virgínia?” Narcisa perguntou, indo com a sua mão imediatamente à testa dela. “Parece que estás estonteada.”

“Sim, estou bem,” Ginny respondeu fracamente. “Só... um pouco cansada, acho.”

“Então tens de descansar e esperar por nós na carruagem,” Narcisa disse jovialmente, pensando obviamente que a ‘tontura’ de Ginny era um sinal de gravidez. “Eu tenho mais um recado para fazer e iria pedir para me acompanhares mas...”

“Vem,” Draco disse ao pegar no braço dela gentilmente e guiá-la até à carruagem, com Narcisa seguindo-os. Ginny deu o seu melhor para não cambalear, porque de facto estava a se sentir cansada, esgotada.

Ao chegar à carruagem, Draco abriu a porta, levantou-a facilmente e colocou-a dentro. “Eu vou a Gringotts num instante para depositar algo no teu cofre mas volto logo. Tens a certeza que ficas bem?” Ele perguntou, a sua cara sem emoção contra o céu já a escurecer. Quando Ginny acenou, Draco saiu da carruagem e fechou a porta levemente.

Uma vez sozinha, Ginny fechou os olhos. As suas mãos foram logo para o peito, onde sentiu o mendalhão frio contra os dedos. Quase imediatamente, outra rajada de vento frio soprou contra ela...

“Avada Kedavra!”

“Bianca!”

Longo cabelo preto... um par de olhos violeta olhando-a sem vida...

Uma gargalhada cruel...

“Nada de fraquezas, rapaz!”

Silêncio.

Depois uma bofetada.

A cabeça loira do rapaz foi jogada para trás, sangue nos lábios dele.

“Eu disse nada de fraquezas, entendeste?”

Silêncio

Outra bofetada.

“Responde-me, rapaz!”

“Sim, pai.”


Então Ginny sentiu o movimento das rodas da carruagem. O seu cérebro finalmente se concentrou, e ela ouviu os gritos das pessoas na sua direcção.

Olhou para a rua com curiosidade e deu um grito sobressaltado quando viu o rio escuro por baixo dela; a carruagem nessa direcção, as suas duas rodas de trás rolando no ar! Gritou aterrorizada quando a carruagem se inclinou para trás, a pedra que segurava as duas rodas tinha cedido, caindo pedrinhas nas águas sombrias por baixo dela. Olhou para fora e viu apenas os cavalos à frente. Nada de cocheiro.

“Virgínia!” Draco gritou quando viu a carruagem pendurada na ponte. “Virgínia!”

Ginny ouviu-o. “Draco!” Ela também gritou, andando até à janela. Devido áquilo, a carruagem estremeceu de novo. Ela gritou.

Draco cerrou os dentes. “Virgínia! Não te mexas!” Gritou mais uma vez enquanto lutava contra a cerrada multidão frenética. “Tira a tua varinha! A tua varinha, Virgínia!”

Com aquilo, Virgínia procurou freneticamente no seu bolso. Então, sentiu a rocha por baixo ceder, fazendo a carruagem ficar ainda mais inclinada. Gritou de terror quando a porta se abriu, os sacos das compras caindo um a um.

“Draco!” Ela chorou, agarrando ambas as mãos na abertura da outra janela, aguentando a sua vida, esquecendo-se da varinha.

“Aguenta!” Ela ouviu-o gritar. “Wingardium...”

Logo ali, o seu aperto fraquejou, e com um último grito aterrorizado, ela caiu nas águas fundas e frias, com a carruagem caindo logo atrás dela.


********


“Sabotada?”

Ginny franziu a testa ao ouvir a voz alta de Draco. Forçou os olhos a se abrirem só para se ver na cama dele, sentindo-se quente e confortável; vendo também Draco andando para trás e para a frente, falando com o serviçal do estábulo. Vladimir e Narcisa estavam ali sentados lado a lado, sem dizer nada. “Então eu caí no rio.” ela pensou. Então voltou a fechar os olhos e fingiu que ainda dormia.

“Aparentemente alguém alterou a carruagem, Senhor.” O responsável pelas mesmas respondeu timidamente.

“Quem é que sequer pensava sabotar Virgínia? Não faz sentido nenhum.” Narcisa disse de repente enquanto Draco se jogava cansado no sofá em frente ao fogo. “Provavelmente foi a carruagem. Elas estão velhas e de qualquer maneira...”

“Elas foram alteradas.” Vladimir disse calmamente. Narcisa parou de imediato e virou-se para ele. “Eu verifiquei os estragos e vi as traves de madeira ligando os cavalos à carruagem serradas. Serradas o suficiente para causar um acidente, mas não o suficiente para se reparar à primeira vista.”

“O cocheiro disse que alguém colocou os cavalos a correr, provavelmente atiraram uma pedra, e antes que ele notasse, a primeira trave tinha-se partido em dois. Ele tentou acalmar os cavalos, mas tudo estava já impossível de controlar.” O encarregado disse sem tirar os olhos do rosto do Draco. “Por fim, as traves bateram violentamente contra a pedra da ponte, a outra trave também se partindo, soltanto os cavalos juntamente com o cocheiro.”

“Então não foi usada magia.” Draco disse pensativamente.

“Foi um acidente, simples como isso.” Narcisa disse.

Draco virou-se para ela, nada convencido, enquanto que Vladimir continuava a perguntar mais questões ao encarregado. Depois ele virou-se para eles, disse algo sobre querer falar com o cocheiro pessoalmente e foi embora com o outro homem.

“Eu não vejo por que é que alguém quereria sabotar Virgínia,” Narcisa repetiu cansada. “Ela é uma boa rapariga e eu não acho que tenha inimigos...” Parou ao ouvir um suave miau ecoar no quarto. Narcisa olhou para baixo, vendo o gato de Ginny sair de debaixo da cama. Pegou-o gentilmente e afagou-o de leve. “Ouve, Virgínia precisa descansar e acho que tu também. Vou para os meus aposentos por um pouco, está bem?”

Quando Draco acenou, Narcisa saiu do quarto silenciosamente levando o gato consigo. Uma vez sozinhos, Draco suspirou cansado e levou os dedos às têmporas. Após alguns minutos de um silêncio enervante, ele olhou para a figura de Ginny ‘dormindo’.

Olhou-a por um pouco mais antes de cobri-la com os cobertores até ao queixo. “Descansa,” foi tudo o que ele disse antes de se virar e sair do quarto.

Ao sentir que o Draco já se tinha ido embora, os olhos de Ginny abriram-se imediatamente. Depois ao se lembrar das visões, saltou da cama, agarrou o robe e foi até à ala este. Ela tinha uma ideia onde estaria o Draco numa altura como aquela. Na verdade, estava só há espera da altura perfeita para lhe perguntar sobre o que ela tinha encontrado no seu ‘outro’ quarto.

Então, parou ao chegar perto to retrato.

“Fredrick,” ela sussurrou.

“Claro, Madame,” ele disse e abriu-se imediatamente. Ginny agradeceu-lhe suavemente e entrou dentro do quarto só para encontrar Draco de costas para ela, sentado no sofá ao pé do fogo com um copo de vinho na mão.

“Como é que encontraste isto?” Ele perguntou sem se virar para olhar para ela. A ‘porta’ do quarto fechou-se logo.

“Quem é a Bianca Fairfax?”

Com aquilo, Draco virou-se para ela. “Como é que sabes sobre ela?” Ele perguntou, os seus olhos estreitando-se furiosos ao ouvir o nome depois de catorze anos, um nome já há muito esquecido.

“Quem é a Bianca Fairfax?” Ginny perguntou de novo, desta vez firmemente.

“Como é que sabes sobre ela?” Draco quase gritou.

Como resposta, Ginny andou até ele e deixou o medalhão no colo dele. Os olhos de Draco esbugalharam-se ao ver a familiar corrente dourada ali, contrastando com o preto das suas calcas.

“Quem é a Bianca Fairfax?” Ginny perguntou mais uma vez.

Com aquilo, Draco pegou no medalhão e jogou-o para o lado. “Não te diz respeito!” Ele rosnou zangado, levantando e se afastando dela.

“Diz-me respeito sim!” ela respondeu. “Pela última vez, quem é a Bianca Fairfax e o que é que ela tem a ver contigo?” Ela gritou andando até ele.

“Porque é que te devia dizer?” Draco rosnou, os seus olhos tornando-se frios e cruéis.

O lábio inferior de Ginny tremeu. “Eu... eu estou a ter visões. Estou a ver coisas.” Ela respondeu, o seu corpo sendo abanado por um medo desconhecido. “Eu... vi-a morta... eu... eu vi-te...”

Os olhos de Draco esbugalharam-se. Ele virou-se para ela angustiado. “Tu viste-me?”

“S... sim,” ela disse ao apertar o robe contra si. “No princípio senti um vento frio, depois vi-te e... e... uma menina, aquela do medalhão...” ela levou as mãos ao rosto. “Foi terrível, o teu pai... o teu...”

“Agora sabes tudo,” ele disse de repente, a sua voz gelada. Virou-se contra ela e bebeu o que tinha no copo. “Sai.”

Ginny olhou para cima. “Não,” ela disse com firmeza. “Vais-me contar tudo sobre ela e vais-me contar agora!” ela quase gritou.

“Pronto!” Draco gritou também, olhando com a face fria de fúria. “Queres saber tudo? Queres saber como o meu pai matou o único amigo que tinha? Queres saber como o meu pai mandou aquele jacto horrível de luz verde contra o corpo dela, tirando a vida da rapariga que eu tanto gostava...”

“Draco, eu...”

“Queres saber como ela gritou por ajuda, implorou pela sua vida? Foi assim!” Draco gritou na cara dela. Ginny respirou fundo.

“Draco, por favor...”

“Queres saber como eu me senti vendo, com os meus olhos, a única pessoa importante na minha vida caída ali, sem vida?”

“Draco, pára!” Ginny gritou.

Com aquilo, Draco parou e olhou-a, os seus olhos cinzentos ficando sem expressão. Depois sem uma palavra, jogou-se no sofá, com o corpo a tremer. Ginny foi ter com ele logo, e abraçou-o.

“Não me toques,” ele murmurou mas sem fazer nenhum esforço para se contorcer dos braços dela. “Não me toques. Eu não preciso da tua pena.”

“Eu peço desculpa, Draco.” Ginny disse suavemente, sem o largar.

“Eu perdi-a,” ele disse, a sua voz tremendo de remorso e dor ao mesmo tempo. “Eu apenas... eu apenas fiquei lá e não fiz nada. Eu vi-a... Eu vi-a...”

“Shh... já acabou.” Ginny disse com voz calmante ao afagar levemente o cabelo de Draco, o seu coração indo todo para ele. Agora entendia por completo por que é que o Draco era a pessoa que era. Ele tinha medo de se aproximar das pessoas com medo de as perder. Ele não aguentaria a dor uma segunda vez. De alguma maneira, vê-lo assim magoou-a. Parecia tão vulnerável e frágil. Fechou os olhos e beijou a cabeça dele levemente, esperando desesperada que a dor acabasse, esperando que fosse embora.

“Ela morreu porque eu não fiz nada,” Draco disse. “Eu não fiz merda nenhuma!” Ele gritou de repente.

“É tudo passado, Draco,” ela disse, largando-o finalmente. Para sua surpresa, não viu nenhuma lágrima no olhar, apesar dele estar a tremer violentamente, cheio de raiva. “O passado faz aquilo que és hoje... e não devia sobrecarregar-te de nenhuma maneira,” ela acrescentou suavemente.

“O passado repete-se.” Ele pensou sombriamente ao se lembrar o quão aterrorizante tinha sido há pouco. Quando foi a Bianca, ele não tinha feito nada para a proteger e agora com Virgínia, ele tinha ficado lá, sem fazer nada de novo. Olhou-a, desesperado por lhe pedir perdão, para lhe dizer quanto medo tinha sentido, o quão preocupado tinha ficado, mas nada saiu dos seus lábios. Até áquele incidente, ele nunca tinha compreendido o quanto Virgínia significava para ele. Ela era a única que o fazia sorrir genuinamente, e que ao mesmo tempo o fazia tão zangado. Ela era a única que tinha descoberto o verdadeiro Draco. Sem querer, Virgínia tinha se tornado sua amiga, a sua única amiga. “Então diz-lhe!” O seu cérebro sibilou. “Nunca vais entender.” Ele disse em vez, olhando para o lado.

“Não, és tu quem não entende nada!” Ginny disse em voz alta. Levantou-se e começou a andar para a frente a para trás, diante dele. “Achas que a Bianca está feliz por te ver assim? A se atormentar por causa dela?”

Silêncio.

“Tu pensas sempre que és uma má pessoa, Draco, mas a verdade é que nao és! Faz só um favor a ti mesmo e a todos e só por uma vez deixas de te culpar? Pelo amor de Deus! Não foi culpa tua! Não a mataste! Foi o teu pai! Ele devia ser aquele a sofrer e não tu!”

Com aquilo, Draco olhou-a, completamente surpreso com o discurso dela. Ginny suspirou e ajoelhou-se à frente dele, colocando o queixo no topo do joelho dele, olhando-o. Contra o fogo, Draco reparou no quão bonita ela era. Sem uma palvra, ele percorreu com os dedos o cabelo dela, olhando a sua face como se a estivesse vendo pela primeira vez.

“Eu posso não entender a dor que sentiste, Draco,” ela murmurou quando os dedos dele acariciaram a face dela. A mão de Ginny tocou a mão dele. “Mas eu sei uma coisa. Tu não és uma pessoa má só por causa disso e... e ninguém te odeia por causa disso também. Na verdade, ninguém te odeia, então pára de te odiar.”

“O Potter odeia-me,” Draco disse quieto. “O teu irmão, Granger...”

Ginny abanou a cabeça. “Não, eles não te odeiam,” ela negou. “Eles só estão zangados e de certeza que não os podes culpar, certo?”

Com aquilo, Draco sorriu torto. “Yeah, certo,” ele disse sarcasticamente, rolando os olhos. Depois ele sorriu sem humor. “Tu odeias-me.”

Ginny olhou-o por momentos. Depois, sorriu. “Ok, vamos corrigir isso, sim?” Ela disse virando-se para ele. “Eu sempre achei que te odiava, mas depois percebi que na verdade não te odeio.” Olhou-o com olhar sentido. “Para dizer a verdade, foi só a tua voz que ouvi claramente contra os gritos da multidão há pouco. Eras tu e só tu, e naquele momento senti que tinha de te ver. Foi esquisito, e foi quando entendi que não te odiava depois destes anos todos. Bem, apesar de tu teres essa estranha capacidade para me aborrecer de vez em quando...”

Draco riu. “Tenho, não é?” Ele perguntou.

“Sim,” Ginny disse. Depois esticou-se e tocou o rosto dele. Draco fechou os olhos, saboreando o movimento gentil dos dedos dela, inclinando a face ao toque. Ela engoliu em seco e respirou fundo. “Posso... posso te beijar?” Ela perguntou. Depois sem esperar resposta, Ginny levantou-se e selou os lábios nos dele.

Ao sentir os lábios dela nos seus, Draco puxou-a para si, sentando-a no seu colo, beijando-a como se não houvesse amanhã. Beijou-a nos olhos, no nariz, nas bochechas... por todo o lado... ele não se importava mais! As suas mãos foram até ao laço do robe, abrindo-o para revelar o suave tecido da camisa de noite.

Ginny arfou ao sentir as mãos dele no seu peito, acariciando-o. Atirou a cabeça para trás e Draco começou a beliscar o pescoço dela. Estava a se sentir tão quente e estonteada ao mesmo tempo que todo o tipo de emoções choveram duma vez. Puxou-o contra si, mais perto, afagando gentilmente o cabelo dele. “Faz amor comigo, Draco.” Ela sussurrou contra a orelha dele.

Com aquilo, Draco levantou-a com facilidade e deitou-a no sofá. Olhou-a por momentos. Ela estava olhando-o também, os seus olhos brilhavam de desejo, o fogo e a sua cor laranja brincando na pele dela, completando o cheiro doce dos seus cabelos vermelhos. Ela nunca tinha estado tão linda... linda de morrer... Então, ele sentiu aquele calor incomum no seu peito... e sentiu-se aterrorizado. “Nao posso fazer isto. Isto é tudo novo para mim, não consigo...”

“Draco?”

Ele sorriu, inclinou-se e fez algo que nunca tinha feito com mulher alguma antes. Beijou-a levemente na testa e tapou o corpo dela com o robe. Depois sem uma palavra, levantou-se e deixou-a ali, olhando-o com uma expressão dolorosa e confusa na face.




“O que raios foi aquilo?” O seu corpo gritou enquanto Draco fechava a porta atrás de si. Ele inclinou-se contra a porta, respirando com dificuldade.

“Não sei. Não entendo mais nada.” O seu cérebro disse. As mãos foram até ao rosto. “Não acredito que estou a me sentir todo lixado por causa disto. Por causa dela.”

“Então pára de ser um medricas e diz-lhe o que sentes.”


Com aquilo, Draco baixou as mãos. “Dizer-lhe o que sinto?” Ele perguntou a si mesmo. “Mas o que é que sinto?” Abanou a cabeça e jogou-se na cama, sem nem se importar a acender a luz excepto o fogo, que dava uma luz escassa. Estava agora completamente consciente que o que tinha sentido há pouco não eram mais só hormonas, era outra coisa, algo que transcendia tudo, algo que o fazia aterrorizado. Estava assustado porque não conseguia compreender o sentimento, não conseguia entender...

“Eu assustei-te?”

Draco rebolou só para ver Ginny ali de pé ao pé da ‘porta’ do seu quarto. Olhou-o, a sua expressão incompreensível. Draco virou-se contra ela sem dizer nada.

“Porque é que não olhas para mim, Draco?” Ginny perguntou andando até ele. “Não te agrado de maneira nenhuma?” Ela disse numa voz magoada.

“Não, não é isso,” Draco disse rapidamente. “É só que...”

“Eu sei que não sou como a Blaise ou... ou...”

Desta vez, Draco virou-se para ela. “Nunca, nunca mais te compares com aquela mulher, ouviste?” Ele repreendeu. Ginny olhou para baixo e mordeu o lábio, tentando com forca não chorar. A face de Draco suavizou-se. “Porque tu és muito mais que aquilo, como uma vez disseste.”

E assim, Draco puxou-a imediatamente para ele, abraçando-a. O que raios tinha ele pensado antes? Só vendo-a assim, sentindo o corpo dela contra o seu e ouvindo o suspiro dela foi suficiente para o convencer que nada importava mais, não era uma questão se tudo estava certo ou errado... era tudo sobre ela, Virgínia. Nada mais importava senão ela...

Então, ele levantou a face dela devagar e colocou os seus lábios nos dela, dando-lhe um beijo lento e sensual, um beijo como que a ensinar, sentindo-a primeiro. Quando sentiu a resposta dela, ele aprofundou-o, provocando a boca dela com a sua língua, até que um suave gemido escapou dos lábios dela. Aproveitando a oportunidade, Draco brincou com a língua na boca dela, provando-a.

“Draco,” ela gemeu perdidamente ao sentir as mãos dele desamarrando o robe. As mãos dela foram automaticamente para a camisa dele, levantando-a e percorrendo o seu peito. Draco estremeceu ao sentir os movimentos de borboleta que os dedos dela lhe causavam. Levantando os braços para se livrar da camisa, ele continuou a beijá-la, desabotoando a camisa de noite dela.

“Ginny...” Ele respirou ao colocar beijos molhados contra o pescoço nú, enquando que ela tacteava o cinto dele. Um sorriso apareceu nos lábios dele ao ouvir o suspiro impaciente, por ainda estar ocupada com as calças dele. Pegou nas mãos dela, os olhos descaindo por um momento para o peito um pouco revelado na camisa de noite.

“Eu tenho... eu tenho que te dizer uma coisa primeiro.” Ginny disse ficando com a face escarlate. Baixou os olhos e mordeu o lábio inferior. “Eu... eu nunca fiz isto antes e...”

Os olhos de Draco esbugalharam-se. “És virgem?” Ele perguntou em voz alta, espantado.

Ginny olhou para cima. “É uma coisa má?” Ela perguntou timidamente, sentindo-se de repente toda tímida.

Draco abanou a cabeça. “Não, não claro que não.” Ele disse rapidamente. Abraçou-a para a sossegar. Meu deus do céu! Não esperava que ela ainda fosse virgem! Havia uma loucura sobre reprodução hoje em dia e considerando o facto de que ele não trazia mulheres para o seu quarto, quanto mais uma virgem ali! Na verdade, não era de todo seu hábito trazer mulheres ao seu quarto, porque ele sempre o tinha considerado um lugar sagrado, especial. Mas agora, fazê-lo com Virgínia ali...

“Vamos devagar, está bem?” Ele disse beijando-a na testa. Impressionou-o. Desde quando é que ele se importava com alguém senão si mesmo, quanto mais o prazer de alguém senão o seu?

“Okay.” Ginny guinchou.

Então Draco tirou devagar a camisa de noite e as calcinhas, revelando a forma do corpo dela à sua frente. Deixou os seus olhos percorrerem a face dela, depois o peito, firmes e não demasiado pequenos nem demasiado grandes. A sua mão acariciou gentilmente um mamilo. De verdade, o corpo dela era feito para o prazer. O que raios estaria a pensar o estúpido do Potter?

Ela respirou fundo.

Draco levantou-a e colocou-a na cama. Depois levantando-se também, livrou-se das calças, jogando-as para um monte no chão. Ginny virou-se timidamente quando Draco se juntou a ela na cama, ambos vestidos apenas pela noite. Ele olhou-a por um momento, vendo a sua cintura fina dando lugar às ancas curvilíneas. Tal como tinha esperado, ela era toda rosa e branco.

“Eu juro, Virgínia, que nunca faria algo com intenção de te magoar,” ele murmurou, beijando os ombros de leve.

Ginny virou-se e encarou-o. “Eu sei,” ela murmurou de volta. Draco então colocou o corpo por cima do dela, olhando antes de celar as duas bocas, procurando logo a língua dela. Quando sentiu a sua resposta tímida e estranha, ele gemeu de prazer. Ela sabia a doce e a pureza ao mesmo tempo.

Ginny arfou quando sentiu as mãos dele acariciando-a. As arfadas tornaram-se gemidos quando sentiu por fim os lábios dele no seu peito, chupando-a com ternura, os dentes mordiscando um mamilo levemente. Ela gemeu e arqueou o corpo contra o dele. “Oh céus, Draco,” ela sussurrou quando o sentiu ir para o outro.

Ao ouvir os gemidos urgentes, Draco beijou-a de novo e desta vez os lábios dela abriram-se logo, enquando os dedos exploravam a pele macia do peito dele.

Vendo o olhar de desejo húmido e sentir a suavidade dela por baixo dele estava levando o corpo dele para uma paixão escaldante. Mas lembrando-se do quão tenra ela era, forçou-se a ir devagar.

Baixando a cabeça, ele percorreu com os lábios até ao estômago dela. Quando chegou à pele suave do abdómen, percorreu-a com a língua, saboreando-a. Foi recompensado de imediato por um suspiro de prazer como se a respiração ficasse entalada. Quando ele foi mais para baixo, ela embrulhou os seus dedos no cabelo dele, puxando Draco para perto de si, chamando o nome dele com rouquidão.

“Draco, por favor... não...” Mas os seus protestos morreram ao sentir os lábios nela, saboreando-a e beijando-a.

Draco sorriu mentalmente ao ver o olhar de doce tormento na face dela; os olhos semi-fechados, os lábios entreabertos. O seu desejo aumentou ainda mais ao ouvir outro conjunto de arfadas e gemidos. Aquele era o sinal de encorajamento que ele tinha esperado.

Levando o seu tempo, Draco explorou cada centímetro do corpo dela, lambendo e beijando-a por todo o lado, ensinando-a a gostar do seu toque e a tocá-lo como resposta. Pela altura em que o fogo ardia em baixo lume, Draco colocou-se no meio das pernas dela e olhou-a nos olhos.

“Estás pronta, Virgínia?” Ele perguntou ao beijar o nariz gentilmente.

“Sim,” Ginny respondeu.

Com aquilo, ele beijou-a e começou a penetrá-la devagar.

“Estás bem?” Draco perguntou sem fôlego ao senti-la tão apertada e quente à sua volta. Tão apertada e quente que levou todo o seu controlo para não a possuir duma vez. Cerrou os dentes, controlando-se.

“S... sim,” ela respondeu. Quando Draco continuou, um gritinho escapou dos lábios dela.

De imediato, ele parou, acalmou e sossegou-a. Para sua surpresa, ele sentia a dor dela, como se tudo o que a tocasse, também o tocasse. Momentos depois, Ginny mexeu os lábios com os dele e Draco possuiu-a por completo.

Então ele começou a se mover devagar, saindo quase todo só para depois voltar a entrar. Quando o desconforto dela desapareceu, Ginny mostrou a urgência para ele ir mais depressa, embrulhando as pernas à volta dele.

“Por favor... oh... por favor...” ela murmurou contra o corpo dele, ao senti-lo a entrar mais depressa no íntimo de si. Ela puxou-o para mais perto, movendo o corpo no mesmo ritmo sensual e rápido dele. Depois, como se fosse para sempre, Ginny chamou o nome dele ao atingir o limite.

Quando Draco sentiu os espasmos dela, perdeu-se. O seu corpo respondeu, ele libertou a sua alma dentro dela, gemendo o nome dela e silenciado-a com um beijo.

Então eles ali ficaram em silêncio, o fogo já se apagando, sentindo a respiração um do outro. Um momento depois, Draco saiu de cima dela, mas puxou-a para perto de si. Ginny rolou para os seus braços com vontade, entrelaçando as pernas com as dele, ambos os corpos pesados. Ela colocou a cabeça no peito dele e começou a lhe dar beijinhos de leve. Fechando os olhos por momentos, ela respirou fundo. O quarto cheirava a carvalho, luxúria, vinho e Draco; e pondo tudo junto era o melhor cheiro para os seus sentidos. Sentiu que conseguia viver naquele cheiro e nunca se fartar.

“Isso foi inexperado,” ela disse, tocando com os lábios no peito dele com cada palavra. Com aquilo, Draco riu-se.

“É só isso que tens para me dizer?” Ele perguntou olhando para ela.

Ginny encolheu os ombros e Draco puxou os cobertores à volta deles. “Eu gostei da maneira como soubeste contra mim.”

“Eu gostei da maneira como soubeste contra mim,” ele também disse, olhando-a carinhosamente. Nunca se tinha sentido assim com nenhuma mulher antes. Para ele, o que tinham feito não era só sexo, era algo mais profundo, algo especial. Era como levar algo dela e deixar algo seu em troca.

Fora mesmo surpreendente. Ele não sabia que era capaz de ser gentil. Na verdade, ele preferia a coisa ‘dura’ quando ‘o’ fazia antes. Não queria carinho e Blaise dava sempre o que ele queria. Mas agora, até tinha medo se não a agradava! Agora, ele entendia por completo a diferença entre fazer sexo e fazer amor. Virgínia fê-lo entender. E só fosse para perguntar, ele preferia fazer amor. O pensamento assustou-o naquele momento, mas não se importou. Nada importava agora excepto ela e a suavidade dela contra ele.

Ginny sorriu. Nunca tinha experimentado tamanho prazer. Agora o seu corpo estava exausto mas quente ao mesmo tempo. Franziu a testa mentalmente. O que raios tinha andado a pensar? Não deixar o Draco fazer aquilo mais cedo? Se ela ao mesmo tivesse sabido o quão... bom e prazeroso era... Então, ela sentiu Draco respirar fundo. Olhou-o e viu-o bocejar. Depois sem se dar conta do olhar divertido que ela mostrou, Draco beijou-lhe a testa e fechou os olhos.

“Draco?” Ela chamou suavemente.

Draco forçou os olhos a se abrirem. “Sim?” Ele perguntou.

“Boa noite.”

“Hum... boa noite.” Ele murmurou de volta, fechando os olhos de novo e dando-lhe um pequeno apertão no braço.

Com aquilo, Ginny fechou os olhos por fim, sentindo o sono chegar.

No silêncio da noite, os primeiros flocos de neve caíram gentilmente do céu.

Fim do Capitulo 10



Próximo Capitulo: Cerveja de Manteiga e Olhos Violeta





N/A: Okay, já não era sem tempo que parava de vos provocar.. ^^ Digam-me por favor o que acharam.. E esta foi a minha primeira cena melosa de Harry Potter que eu escrevi, e não sei faze-la como deve de ser. Eu queria algo bonito... heh! ^^ Muito obrigada!

N/T: Espero que tenham gostado.. e espero que agora tenham a certeza que vou continuar a traduzir a Noiva, quer queiram, quer não queiram. Qualquer coisa, façam-no atraves de review, email, msn.. Estou aberta a ouvir quem quiser me bater ou quem quiser ver a tonelada de capas da Noiva. Estou aberta a qualquer coisa, resumindo. Não sei quando vou publicar novo capitulo, espero não demorar tanto, mas não depende só de mim. Mesmo assim, quem quiser ser avisado é só pedir. Volto um dia destes.
Cheers,
Vanilla*

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