A Doença de Hagrid



Mesmo um pouco contra vontade, Harry levantou-se da cama, enquanto lá fora chovia a caldeirões. Tudo parecia estar demasiado calmo para aquele primeiro dia de aulas.


Enquanto punha as meias, Ron aproximou-se já vestido e com um ar bem disposto.


- Tudo bem?-perguntou Ron, enquanto Harry se levantava.- A Professora Mcgonagall mandou entregar esta carta.


- É de quem?!-perguntou Harry, admirado por anão ser a sua própria coruja a entregar-lhe.


- Dos Dursleys.-informou Ron e Harry achou tudo ainda mais estranho. - Eu leio em voz alta, se quiseres.


- Está bem.-disse Harry saindo do dormitório com Ron ao lado.


- Caro sobrinho, queremos dizer-te que já voltamos do hospital e a Ivonne já foi para casa dela. Está tudo bem connosco e gostariamos que pedisses às pessoas que vieram contigo no Hogwarts Express para que ficasses a morar com elas... Gostam muito de ti, Harry...-notou Ron, estupefacto pelos Durlseys serem tão mal educados.


- Não à problema, já me habituei...-respondeu Harry, enquanto passava por Neville.


- Ah, é verdade!-lembrou-se Ron,- Parece que o Neville já fez queixa do que aconteceu ontem à McGonagall. O Malfoy vai quinta-feira para um castigo.


- A sério?- disse Harry, bem-disposto.- Bem feita, ninguém lhe mandou fazer isso!


A trovoada, que no dia anterior se fizera sentir mesmo à noite, dava agora mesmo nas vistas. Lá fora chovia torrencialmente e foi devido a esse facto que pouco depois Harry já estava no salão a tomar o pequeno almoço, juntamente com o Ron e com a Hermione e com o resto dos Gryffindores.


- Ouviste bem, Hermione. O Malfoy vai ser castigado.-disse de novo Harry, enquanto comia.


- Nem parece verdade! Não sei para quê que ele queira a minha mala...


A professora Mcgonagall passou pela mesa deles, distribuindo os horários.


- Ih!Poções duplas nas masmorras!-resmungou Ron, endireitando-se na cadeira de forma a ver melhor.-Primeira aula da semana. É para começar bem...-disse Ron, sem apetite para acabar de comer a sua torrada.


-Depois.-disse Hermione acompanhando com o dedo a lista, a beber um copo de leite.- Encantamentos, também de duas horas.


-Há tarde temos Manuseação... espero que seja interessante. - continuou Harry.


- E por fim...acabaram as aulas! Duas horas mais cedo do que o habitual!-exclamou Ron, levantando os ânimos.- Óptima hora para treinos de Quidditch, não?


- Não sei, depende dos horários dos outros...


- Bons horários?-perguntou Ginny, com um pedaço de papel na mão.- Pelo menos a mim são muito bons! Começamos com História da Magia, depois Poções e por fim Cuidados com as Criaturas mágicas. Absolutamente incríveis, não acham?


- Só faltava Adivinhação para finalizar. Ainda bem que este ano já não temos!


- Ginny!- chamou Luna.- Oh olá! Tiveram umas boas férias?


- Sim.-respondeu Harry.- E tu?


- Também. Não sei se sabiam mas este ano entrou a minha irmã para o primeiro ano. É a Sarah.


- Felicidades para ela...- disse Hermione levantando-se.- Bom, peço imensa desculpa mas daqui a cinco minutos temos Poções...


Sairam pela porta do salão e dirigiram-se às masmorras, o local onde tinham Poções. O sítio que Harry mais detestava em Hogwarts era os calabouços. Naquele dia estava um frio de rachar e as mãos de Harry pareciam que estavam congeladas,como se as tivesse metido dentro do congelador.


Estavam nos calabouços alguns alunos de cada equipa.Curiosamente Crabbe e Goyle estavam sozinhos a um canto e muitos Slytherins lá não estavam, o que animou muito Harry.


- Também vais ter Poções Harry?-perguntou Dean, aproximando-se.


- Sim.- respondeu Harry, enquanto Ron olhava para Dean pensando porque é que a irmã o teria escolhido.- Que profissão queres seguir?


- Desenhador de BD... E vocês?


- Auror.


- E nós também.-disse Hermione.


- Adorava que para ser auror não tivessemos de ter Poções.- comentou Ron.


- E eu também adoraria de não a ter de dar para si.


Snape tinha chegado, de livro na mão, ostentando um sorriso lúgubre e indecifrável. Parecia que tinha ouvido algo que não deveria ter ouvido... Abriu a porta do calabouço e todos sentaram-se.


- Silêncio.-avisou com uma voz fria e gélida.


Não era necessário sequer ter aberto a boca pois ninguém estava a falar.


- Reparo que em turmas de mais de cem alunos, só nove tiveram a coragem de cá meter os pés. Pois bem, quase ninguém conhece a nobre arte da manufactura de poções e a sua utilização diária... Não será necessário dizer que a actualidade despreza muitas disciplinas indubitavelmente úteis. Mas, claro, nem é necessário abranger muito o assunto.


Agora, sugeria que ninguém se atreva a interromper a minha explicação. Pois neste ano começará uma nova época de estudo que os levará a encontrar uma carreira profissional para o futuro. Não é espanto para ninguém que precisarão de estudar bastante e se mostrarem excelentes em Poções. Duvido que alguns débeis mentais deste grupo consigam superar, contudo espero profundamente que esteje errado.


Snape olhou para a turma como se quisesse que o que dizia não se realizasse. Segundos depois, bradou numa voz um pouco mais elevada, como se a turma estivesse a virar a sala de pernars para o ar.


- Os EFBEs realizar-se-ão no próximo ano. Cada um de vocês terá de demostrar o que valem. Pois bem, tirem o exemplar de Poções e Caldeirões e abram na página cinco.


Ouviu-se uma data de folhas a serem viradas rapidamente.


- Como os mais inteligentes poderão ler, existem no total cinco regras chave para a criação de poções. A primeira é óbvia, é necessário ter um caldeirão bem limpo e arranjado, sem restos de poções e com um fundo bem espesso. A segunda, é igualmente muito fácil de entender: o local precisa de estar devidamente equipado para o caso de ocorrer algum acidente ou derramamento de líquidos corrosivos. A seguir, temos a devida protecção do fabricante da poção, como a utilização de luvas, batas e óculos especiais. Claro que aqui não é necessário tal reparo, pois as poções não são tão fortes para ser necessário usar a regra. Temos a seguir, a não ingerição dos ingredientes ou de outros alimentos enquanto se prepara uma poção ou antíduto. A quinta e última regra é a aprovação do estado da poção, quando a terminamos, para termos a certeza de que não consumimos nada perigoso. Fiz-me entender?


Os alunos mexeram-se incomodados nas suas cadeiras.


- É também útil conhecer os materiais e ingredientes para a realização de poções. Em primeiro, é necessário um caldeirão, como é evidente. Para o manter de pé usa-se, como já deviam saber, um tripé e uma rede metálica.-disse Snape, secamente mostrando os objectos.- Um balão de Erlenmeyer, um frasco de aprovação e um tubo de ensaio também são úteis. Por isso, quem tiver curiosidade para conhecer outros, consultem a página seis do vosso manual.


Pois bem, agora que já conhecem. Podem começar a preparar a poção do Crescimento do vosso manual. Esta Poção é bastante complicada, como os mais inteligentes já devem ter reparado. Porém, a sua utilidade é extraordinária. Quero que façam a Poção correctamente. Peguem nos materiais que se encontram no armário e comecem a preparar. Têm exactamente uma hora apartir de agora.


Era uma poção bastante complexa. Os ingredientes tinham nomes estranhos e o próprio modo de realização era complicadíssimo. Contudo Snape , não parecia dar por isso.


Harry, como o resto da turma, dirigiu-se ao armário, e retirou um frasco de Suco Venenoso de Mançanilheira,casca de sorose, rizóide de pteridófitas, uma pena de íbis e magnésio de calcário.


Sentou-se de novo no lugar e começou a fazer a poção. Snape sentou-se na sua cadeira e olhava para os alunos com uma expressão de aborrecimento. Tinha passado quase uma hora, Harry estava suado como o resto da turma. Quando ía colocar o magnésio de calcário, que tivera de andar a lavar em bromo, de cor vermelha-acastanhada que soltava vapores e que Harry teve muito trabalho em não lhe tocar, Snape aproximou-se de Harry. Pelo canto de olho viu o seu vulto a aproximar-se até parar mesmo ao lado dele. Harry sentiu Snape a espreitar sorrateiramente o conteudo da poção de Harry e, parecendo não notar nada de errado seguiu em frente. Harry quase lhe fazia uma careta de tanto alívio.


- Acabou a aula. Coloquem as vossas poções nos frascos para eu analizar.


Harry assim o fez olhando para Ron, que estava a ter graves problemas, pois o sapo do Neville tinha caido para dentro do caldeirão e o Snape ainda não sabia.


Depois da aventura de tirarem o trevor do mei oda poção sem o Snape dar conta, Harry, Ron e Hermione foram a caminho da aula seguinte.


- Por pouco eu e o Neville eramos apanhados!-disse Ron.- Devias ter visto quando o Neville enfiou uma pena para dentro do caldeirão e ela inchou de tal forma! Nem me quero lembrar!


- E como é que puseram o trevor mais pequeno?-perguntou Hermione.


- É o que o Neville gostava de saber...


-Cá para mim ele deveria ir falar com o Hagrid. Ele saberia o que fazer...


- Por falar em Hagrid, vocês já o viram?- perguntou Harry.


- Eu não, e tu Hermione?


- Não...


Um quarto de hora depois estavam em Encantamentos, onde o professor Flitwick, encarrapitado como sempre num monte de livros, tentava equilibrar-se. Devia ser o professor mais pequeno que havia em Hogwarts, pois nem conseguia chegar à mesa de pé.


- Muito bom dia.-disse-lhes o professor.- como já devem ter conhecimento, este ano irão dar início ao estudo que vos conduzirá a uma carreira para o vosso futuro. Vão ter todos que fazer os EFBEs e ter boas notas. Portanto vamos rever alguns feitiços esta manhã, que são bastante úteis na realização de feitiços. Aaa... Mr. Longbottom tem algum problema?-perguntou o professor ao Neville, pois a varinha dele estava a deitar bolhas de ar.- Agite rapidamente a varinha que isso pára logo.- Neville, que certamente estava a tentar diminuir o sapo com a varinha, desistiu.- Pois bem, todos tem os exemplares de o Livro Crucial de Feitiços, grau 6 e abram na página cinco. Em seguida revejam os seguintes feitiços: Silencio, Engorgio, Reducio e Grunnirus no pássaro que todos vocês têm à vossa frente.


À frente de Harry estava um tucano, com um ar bastante maldisposto.


Rapidamente a sala desfez-se em encantamentos, e muitos deles pareciam funcionar. O problema é que funcionavam na coisa errada. O professor Flitwick teve que pedir à Pansy Parkinson para levar o Goyle à Ala Hospitalar pois ele tinha inchado de uma maneira assustadora.


- Este tucano deve ser mudo... Como é que eu ei de saber que ele está a grunhir se ele não imite nenhum som?-comentou Harry à Hermione.


O professor Flitwick, vendo que a sala estava numa confusã, bem os incentivava.


- Então, agite a varinha com mais convicção, Mrs. Zabini.


O problema é que ela agitou com tanta convicção que foi logo acertar no olho do pobre pássaro, que furioso agarrou na varinha dela e atirou pela janela abaixo. O que aconteceu depois disso, ainda está no segredo dos deuses. O professor lá deu autorização para ela ir buscar a varinha e ela só voltou no final da aula.


- ...aponte com mais força, Mr. Thomas, falta-te confiança... Ei, Mr. Crabbe, qual é a sua ideia?-perguntou o professor saindo do lugar e indo tendo com o aluno que tentava enfeitiçar o Seamus Finnigan. Ao lado do Crabbe, o professor parecia estar ao lado de um gigante.- Cinco pontos a menos para os Slytherin.


Crabbe esboçou um ar vingativo, mas o professor virou-lhe as costas.


- Bom, por hoje já está. Para a próxima aula quero que procurem na biblioteca algo sobre os contra-feitiços e tragam.


Harry atirou as coisas para o saco e saiu da sala, bem disposto. Finalmente ia almoçar. Entrou pelo salão que estava quase deserto e sentou-se à mesa.Ron e Hermione também sentaram e cheios de fome, começaram a comer.


-Está uma delícia, ah?-perguntou o Ron, no meio de uma enorme garfada.


- Harry, Harry!


Era Alicia Spinnet, uma das chasers da sua equipa de Quidditch.


- Ouvi dizer que és o novo chefe da equipa. É verdade?


- Sim...


- Bom, era para dizer que eu só vou ficar na equipa mais este ano. P’ró ano já vou sair de Hogwarts...


- Ai é? Está bem.


- Depois diz quando é que vai ser o primeiro treino, Ok?-pediu ela, enquanto Ginny aproximava-se.


- Olá! Tudo bem Alicia?


- Olha Ginny.-disse Harry.- Tu vais querer ocupar o novo lugar de chaser, da equipa?


- Sim! Sempre quis ser...


- Pronto eu epois decido o dia da reunião.


- Ok! Bom apetite!


Por volta das treze horas, dirigiram-se à sala da Manuseação. Era bastante grande e tinha mesas para cada um. Harry sentou-se numa e olhou em volta. Alguns colegas seus já estavam lá, juntamente com alguns colegas dos Ravenclaw. O professor ainda não tinha chegado. Harry tirou o seu exemplar A Arte de Bem Manusear e a varinha.


Ouviu-se uma porta a fechar e uma professora entrou. Era bastante bonita. Tinha um enorme vestido violeta, decorado com florzinhas e rendas azuis. Tinha um colar de pérolas e uns brincos enormes.


-Boas tardes.- saudou-os a professora, com uma voz doce- Chamo-me Helena Edison, mas prefiro que me tratem por professora Helena. Sou professora de Manuseação, uma arte que poucos tem.-Hermione olhou atentamente para a professora, como se disse-se: veremos!.


A professora sentou-se delicadamente na cadeira de madeira, onde tinha sido colocada uma almofada e esclareceu docemente:


-Manuseação requers alguma concentração, juntamente com prática. Irão aprenders como fazer magia sem utilizars a famosa varinha.-disse a professora, enquanto chiava nos s o que fazia Harry ficar irritado.- Portanto, podem guardar as varinhas. Hoje não vão aprenders algum encantamento, mas vamos falars sobre a nossa preciosa mão.-e abriu a mão.- Como alguns já devem ters aprendido em Artes Divinatórias-Hermione bufou-, a quiromância lê as linhas da mão. Já estudaram certamente os nomes, salvo erro?


Todos acenaram com a cabeça.


-Portanto, procurem as linhas 2, 3, 4 e 5 na vossa mão esquerda.


Harry olhou para a mão que estava bastante vermelha de carregar o saco. Era aparentemente normal, e Harry fingiu procurar as linhas, pois não sabia quais eram. Parvati e Lavender estavam excitadíssimas e Neville olhava para a mão bastante desorientado, virando-a de frente e de trás sem saber o que fazer.


- Vejo algumas dificuldades.-comentou a professora com aquela péssima xiadela na boca.- Prestem agora muita atenção.


Bateu palmas três vezes com as mãos e imediatamente apareceu no quadro a palma de uma mão com a respectiva legenda.


- Prestem atenção, vá lá meninos! Pronto, aqui podem vers um polegar . Um pouco longe do polegar, por baixo, está uma grande linha curva. Essa linha é o 2. Depois, mesmo pors cima está uma linha também curva perpendicular. É o 3, que está cruzado ao meio por uma linha recta chamada 4. Por fim, no início do dedo indicadors está outra linha que acaba por de baixo do mindinho. Se olharem bem estas linhas em conjunto formam um M, que a maior parte dos feiticeiros possui. Aqui, todos devem o ter, penso eu.


Harry olhou para a sua mão. Não, ele não tinha...


-Professora, pode vir cá?-pediu Harry. Não era o único que estava com dúvidas.


-Diga.-perguntou a professora Helena aproximando-se.


-Não tenho esse tal M?


A professora sorriu e entortou-lhe a mão para a direita. Afinal tinha, só não prestou demasiada atenção.


-Calculo que saiba o que é uma M, não é verdade?-retorquiu a professora a sorrir.


Era mesmo bonita a sorrir. A professora devia ter uns vinte anos.


- Muito bem... Agora que terminamos, quero que se lembrem que na próxima aula, falaremos sobre os feitiços simples e complexos. Até lá!


Já estava terminado o primeiro dia de aulas. Harry, Ron e Hermione resolveram ir até à cabana do Hagrid . Já há muito tempo que não o viam, e queriam saber se ele lá estava, pois afinal nem o tinham visto no salão nobre. Por tanto dez minutos mais tarde, lá estavam eles a bater à porta.


- O Hagrid está lá dentro!-exclamou Hermione, vendo o Hagrid a espreitar sorrateiramente pela janela e a afastar-se logo.


Ouviram uns latidos do Fang e de seguida Hagrid veio abrir a porta.


-Entrem.-disse-lhes Hagrid, com uma voz anasalada.


- Oque te aconteceu Hagrid?-perguntou Harry.


- Entrem, eu explico.


Entraram.Viram alguns frascos de xaropes e medicamentos em cima da mesa e esperaram que Hagrid entrasse. Harry até já se tinha esquecido como Fang, o cão dele, era violento quando atirava-se às pessoas contentíssimo por terem vindo. A casa do Hagrid tinha uma única divisão, da qual juntava o quarto, a sala e a cozinha toda no mesmo sítio. A cama era enorme e estava coberta com o que parecia ser um cobertor feito a partir de pele de toupeira. Presuntos e faisões pendiam do tecto e moviam-se à menor aragem. Hagrid sentou-se numa cadeira que devia ser bastante forte, pois com aquele peso todo, não havia uma cadeira que aguentasse!


-Sentem-se -pediu Hagrid debruçando a cabeça na sua mão esquerda e com a mão direita abria uma caixa de medicamentos.


-O que te aconteceu?-perguntou logo Harry.


Hagrid arrancou o pacote que embalava os medicamentos e por uns segundos pareceu pensar.


-Aaa, estou doente, se é isso que querias saber.-e assouou o nariz a um enorme lenço, do tamanho de uma toalha de mesa.


-Doente?-perguntou Ron.-Mas é alguma coisa grave?


-Err... não.


-Então porque é que trouxeram para cá um novo guarda dos campos?


-Porque... o Dumbledore assim o... pediu - disse Hagrid, atabalhoadamente.- Com’é que correu o primeiro dia de aulas?


-Correu bem... Mas o que é que tens?


-Pronto, acho qu’o Dumbledore, não se vai importar se eu vos contar.


Hagrid tirou um medicamento e colocou-o num copo de água.


- Bom, mesmo no começo das férias, tudo corria bem. O Dumbledore foi passar férias à França, onde eu também devia ter... aaa... estado cá, pois como sabem, não posso ir para férias. -Hagrid bebeu água.- Mas’a viagem ná lhe correu lá muito bem.


-O que aconteceu?


-Deixem-me falar! O Dumbledore, com’é obvio, teve que se passar por Muggle e andar nos transportes deles. Houve um desses transportes, um tal’avião, onde o Dumbledore partiu. Em principio devia ter ido para a França, mas onde foi calhar foi ao Egipto.


-Ao Egipto?


-Sim. Dumbledore, não teve outro remédio, a não ser dormir na escola d’Al-Sorceria, onde o director deles, o Kão,aaa...


-O Khán Ramsés?


-Sim, esse! O Ramsés quis vir à nossa escola. Dumbledore não estava com muita vontade de o deixar, mas por fim cedeu.


-Porquê?


-Não sei. Só sei que quando fui buscar o Dumbledore e o Ramsés à estação de Hogsmeade, apanhei um resfriado e constipei-me.


-Mas estás muito pior. Isso não é só uma constipação!-disse-lhe Ron.


-Pois... Se calhar apanhei a gripe do Ramsés quando veio jantar à minha casa... Ele é bem simpático. Pôs a mesa, os pratos e as talheres, até se ofereceu para fazer a comida. Mas até foi bom pois eu e o Dumbledore queriamos falar uma coisa importante. Quando o Ramsés foi lá para fora buscar água para a sopa, entreguei ao Dumbledore as r... Já falei demais! Sou um linguarudo!-resmungou Hagrid.-’Tão, contem lá com’é que foram as aulas?


-Foram boas.-disse-lhe Hermione.-Mas qual é exactamente a doença que tens?


-Er...


- Tu tens gripes de doxização?!


-Aaa... com’é que sabes?


-Diz aqui no pacote.-disse Hermione, mostrando um pacote de papel onde se podia ler: 200 ml. Antídoto de Gripes de Doxização- Para desenvenenar-se e escrito à mão via-se: Tomar de oito em oito horas...


-Tu estás envenenado!-disse-lhe Harry.


-Nã! Iss’é só uma maneira de dizer.


-Como é que apanhas-te esta doença?-perguntou Hermione, aínda a olhar para a caixa.


-Já vos disse.-Hagrid estava a preparar-se para espirrar, mas apertou o nariz com força e deteve-se.-Apanhei uma constipação. Bom, acho que já está na hora de irem. É melhor vocês aproveitarem agora esta tarde, num é? Aínda por cima hoje ainda têm muito tempo, deviam estar a...a...Atchim!-Hagrid pegou logo num lenço, todo embrulhado e assuou o nariz.-’Bora, eu tenho que ir dar uma olhadela às abóboras.

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