Me adora e me odeia




   Marsden e Neville foram levados inconscientes para a ala hospitalar de Hogwarts, o ministério chegou em peso a Hogsmeade, foram alertados rapidamente sobre os dementadores.


   - Por Merlim, isso esta passando dos limites – resmungou o Sr. Weasley depois de um tempo quando todo o tumulto tinha acabado.


   - Tiveram muitos feridos? – perguntou Harry encostado num no balcão.


   - Alguns – disse o homem – nada demais... vamos resolver tudo em algumas horas.


   - Conseguimos conte-los um pouco – disse Morgan – nunca tinha visto tantos.


   - Nem eu, isso vai dar um trabalhão pro ministério... o que esses bruxos estão pensando!


   - Por que o Edgar se daria trabalho de mandar dementadores a Hogsmeade? – perguntou Rony.


   - Para mover a atenção do ministério é claro – disse Alberto que estava mais ao fundo onde a luz do lugar não pegava muito em seu rosto.


   - Mas pra que? – Harry disse, encarou Morgan – afinal como Marsden desmaiou com dementadores... vocês da ordem de merlim...


   - O Marsden tem certos problemas com essas criaturas – explicou a mulher – problemas que você não entenderia.


   - Por que não tenta me explicar?


   - Isso não vem muito ao caso Harry – ela olhou para o chão – o pior que não podemos iniciar nossa conversa sem o Marsden.


   - Podemos sim – comentou Alberto no fundo – se estou ciente o suficiente das coisas creio que não devemos nos demorar mais... se vocês querem por um fim nisso vão precisar de minha ajuda.


   - Claro que vamos precisar... não sou burra!


   - Esses bruxos estão mais inteligentes do que nunca, Morgan.


   - Quem é você? – perguntou o Sr. Weasley para Alberto.


   - Não te interessa – retrucou.


   - É um amigo... ele... faz parte da ordem – disse Morgan.


   Ao extremo do três vassouras havia um homem que não parava de lançar olhares para Harry, ele por sua vez começou a olhado pelo canto do olho, estava muito desconfiado daquele homem, fez uma cara de extrema irritação, os outros pediram uma bebida para Rosmerta para relaxem um pouco de suas exaustões, ele passou as bebidas que eles pediram.


   -... arruma essa blusa Rony.


   - Mione, para de mexer!


   - Arruma logo!


   - Ta bom... ta bom... mandona.


   Morgan parecia contrariada, discutia com Alberto os sussurros agora, o bruxo tinha se transformado num homem baixinho e barrigudo. Olhou para Ted que estava sentado numa mesa, reparou no rosto do garoto.


   - Andou brigando?


   - Hã?


   - Seu rosto.


   - Ah... não foi nada... apenas um desentendimento com um amigo... a Madame Pomfrey pode resolver isso rapidinho.


      Harry balançou a cabeça, deu um grande gole no seu copo sentiu o calor do liquido atravessar sua garganta, seu olhar foi mais uma vez atraído para o homem ao extremo, então os olhares se cruzaram, um olhar azul penetrante. Era tão idiotamente óbvio, como era uma criatura distraída, Alberfort. O outro sorriu fazendo um sinal a uma porta da direita.


   “Saia, diga que vai ao banheiro”. Disse uma voz em sua cabeça, muito parecida com de Alberfort.


   “Porquê?”. Respondeu em pensamento.


   “Porque são palavras inúteis... tenho que conversar com você lá dentro”.


   “Não que eu seja uma pessoa desconfiada, mas por que não pode ser aqui perto de todos?”.


   “Tem algo que sua mãe gostaria que você encontrasse aqui”.


   Harry olhou para seu copo, sua mãe?


   - Com licença, vou ao banheiro.


   - Harry, não é boa idéia – gemeu Gina esparramada numa cadeira – pode haver algum escondido por ai.


   - Não se preocupe, minha vida, volto em um segundinho.


   Alguns deram risadinhas, Gina revirou os olhos.


   - Os banheiros são ali do lado do balcão – apontou Rony.


   Harry agradeceu e se levantou. Obviamente não estava indo na direção do banheiro, mas ninguém parecia reparar nisso, estavam mais entretidos em escutar o que o Sr. Weasley estava contando, andou olhando firme Alberfort... passou pela porta.


   Parou no corredor, escutou o crack da aparatação, o bruxo apareceu a suas costas, não se virou.


   - Então, o que quer comigo? – disse.


   - Digamos que certos eventos que aconteceram, estavam longe das conjecturas de meu irmão – disse entrando numa sala rusticamente decorada. Nunca imaginara salas assim no três vassouras.


   - E? – perguntou parando no meio do aposento.


   - Existe uma série de elementos que digamos – o bruxo se apoiou em uma estante – que meu irmão nunca levou em conta.


   - Como? – tentou se manter impassível, o que ele queria afinal?


   - Como os poderes que agem independentemente no começo dessa guerra, os poderes que agem ás sombras, as coisas ocultas que nem todos podemos classificar como boas ou más, esse é o erro de Alvo – disse sério – acreditar no bem pelo bem, no mal pelo simples motivo do mal.


   - Dumbledore não era tão ignorante – disse olhando o outro nos olhos – ele acreditava na bondade, que há coisas boas que devem ser preservadas, mas ele sabia que havia bem e mal em tudo!


   - Ele ignora coisas que podem ser usadas, porque as acha "erradas", há poderes que meu irmão tinha e nunca usou, por achar que não deve, alguns bruxos das trevas não tem essa mania, usa todos os artifícios Potter, e você mais do que ninguém sabe disso.


   - E o que minha mãe tem com isso?


   - Devia ter perguntado a certa bruxa – ele sorriu – achei que já tinham conversado o suficiente, você devia ter perguntado a Morgan.


   - Morgan? – perguntou surpreso.


   - Alice Longbotton e Beatriz Lovegood seriam boas fontes, apesar de uma estar morta.


   - As mães de Luna e Neville?


   - Houve uma época que esses quatro espíritos livres não tinham medo do mal, uma desistiu, outra aprendeu, outra pagou o preço e só uma dominou o poder.


   - Pare de falar em enigmas Alberfort, eu não tenho paciência... – disse irritado – do que você está falando? O que está insinuando, que elas praticavam magia negra? Cuidado com que vai dizer!


   Alberfort o encarou, a frieza e o poder dos olhos era impressionante, nesse momento.


   - Soube no momento que o conheci – disse e apontou-lhe o rosto – os olhos são espelhos da alma Potter, você pode ter o rosto de seu pai, uma pessoa arruaceira, mas tem a alma de sua mãe, e ela, como as amigas, eram grandes bruxas, que não tinham medo, não tinham limites, e sim, dependendo do que você considerar magia negra, era o que as quatro fizeram de melhor – ele levantou a mão quando Harry tentou protestar – mas magia negra, é magia Potter, o que faz essa diferença? O olhar dos outros? Eu sei, paguei por isso – riu amargo – ah, eu só estava atrás do saber, não do poder, essa é a diferença, saber e poder.


   - Saber é poder – disse.


   - Mas poder de que e para quê? – ele disse num meio sorriso – me responda Potter, o seu poder... caso Riddle volte, e você enfrentar ele novamente, vai ter coragem de matá-lo? Ah, Potter, não faça essa cara, aquela profecia foi feita no meu bar, eu a escutei inteira. E fiz o favor de jogar meia dúzia de bruxos pra fora quando o idiota do meu irmão percebeu o que aquela insana estava predizendo.


   - Sabe que não sou assassino.


   - Por isso mesmo... primeiramente eu achava a idéia do lord das trevas retornar da morte absurda, afinal você liquidou os sete pedaços da alma dele...


   - Liquidei...


   - Mas você não o matou...


   - Perdão?


   - Sei que isso é um segredo absoluto seu, e que você gostaria que continuasse sendo segredo... claro... não vou negar um pedido seu... recentemente descobri que você sobreviveu a um outra avada kedavra do Lord das trevas.


   - Como você... – Alberfort o calou.


   - Hagrid...


   Maldição, Hagrid era um fofoqueiro de primeira mesmo.


   - Sei por que você voltou... voltou porque o Lord tinha seu sangue no corpo dele, o que o fazia mais ou menos como uma horcrux sua.


   - E dai?


   - E daí? – exclamou Alberfort – não parou pra pensar? Você não morreu porque ele tinha seu sangue no corpo... ele era você... mas não parou pra pensar que o caso possa se inverter, você tem o sangue que ele usava no corpo... uma parte dele...


   - A horcrux dele que estava no meu corpo foi morta...


   - Não estou falando disso, estou dizendo que como você... ele pode voltar... porque você tem o sangue dele no corpo também... ele poderia fazer a mesma coisa que você.


   - Vendo por esse ângulo...


   - Mas por que ele não voltou Potter?


   - Não sei, por quê?


   - Porque a alma dele era má, diferente da sua... não tinha como salvar ela daquele lugar...


   - Que lugar?


   - Do lugar onde você foi parar quando morreu é claro... você provavelmente chegou lá com todo o seu corpo... ficou semi-morto, o Lord das trevas provavelmente é apenas um pedaço de carne que mal consegue se mover.


   - Acha que é por isso que ele não volta?


   - Provavelmente...mas saiba... nada... NADA... nesse mundo pode trazer os mortos de volta a vida. O que aqueles bruxos das trevas estão querendo fazer é resgatar o único suspiro do Lord das trevas daquele lugar... do lugar que liga os dois mundos... o Edgar sabe muito bem disso... por isso quer pegar os objetos, os treze objetos, é uma maneira de dar um empurrãozinho no Lord deles.


   - Você parece estar bem informado – riu – como sabe tanta coisa?


   - Livros às vezes são fontes de informações valiosas.


   - Não sou de ler muito.


   - Poderia começar qualquer hora.


   - Claro... – riu de novo – agora me diz o que minha mãe queria que eu encontrasse aqui?


   - Calma Potter, chegaremos lá... você não me respondeu aquela pergunta ainda, quero saber, antes de lhe passar o poder.


   - Saber o que? E me passar que poder?


   - Você vai ter coragem de arrancar e destruir uma alma quando chegar à hora? É o que você tem que fazer quando ele voltar, arrancar e destruir a alma de Riddle, ou ele sempre vai poder retornar, você sabe muito bem, que se minha teoria estiver certa do seu sangue e do dele, sempre haverá essa possibilidade... aquela profecia ainda não acabou... nenhum dos dois venceu... acredite Potter, profecias podem demorar décadas para se realizarem.


   - Por que você acha que agora vou ter a chance de realizá-la? A profecia não diz que eu vencerei, posso acabar sendo morto.


   - Não finja uma humildade que não tem – o outro disse irritado – eu vi o que você fez aqui, vi o que você fazia quando era jovem, vi como resistiu aquela jinki, como destruiu ela com Akasha. O poder flui nessas veias, assim como fluía na sua mãe, ela era terrível garoto, não que muitos a vissem assim... terrível. Você pode destruir algumas quadras num impulso, imagine esse poder focado, esse poder concentrado, domado.


   - É isso que você está oferecendo, poder pra vencer o Voldemort que retornar? A que preço Alberfort?


   - Não, não estou oferecendo esse poder, ele é seu, estou oferecendo o poder de dominá-lo, se você aprender a arte do Potere Dominatore, você tem o livro, mas nunca leu, não é, não é muito de ler? – riu.


   - Tenho um livro com esse nome, ganhei de aniversario, é em latim não sei ler, também nunca soube quem me mandou o livro, mas na carta dizia que era importante, que era pra eu ler... como sabe que ele está nas minhas mãos?


   - Eu vejo – sorriu – não, não sou vidente, não se preocupe, eu vejo coisas que acontecem ou aconteceram, eu vejo porque meu destino é prover, é abrir portas, eu sou o porteiro... sabe Potter... tenho quase certeza que o livro foi lhe mandado pela pessoa que fez aquela profecia.


   - A Trelawney?


   - Provavelmente te mandou sem saber... deve ter pressentido que você faria algo de bom com ele.


   - Você sabe ler o livro?


   - Não, ninguém poderia lê-lo assim, simplesmente, ele está muito bem protegido, atrai os seus, repele os que não são dignos, por isso vocês foram atraídos para ele, só alguns o leram, meu irmão não foi um deles, e eu sei ler ao contrário do que ele diz... Ridlle tentou e desistiu, não compreendeu, mas sua mãe... ela dominou esse poder, ela leu.


   - ELA LEU? VOLDEMORT TENTOU LER! Bom... deve ser muito bom então, até Voldemort tentou ler... MAS COMO ELA LEU, MINHA MÃE? – disse alto – eu sei que ela leu o livro, mas como ela fez isso, ela sabia ler latim...


   - Não é uma questão de linguagem, e sim de magia.


   Se olharam por um instante.


   - Você pode me dizer como ler o livro... e para que ele vai me servir afinal? A que preço?


   - Você é obcecado por punição – Alberfort se virou andando devagar – você realmente crê que só se atinge coisas por sofrimento? Acha que tudo que você tem a fazer... tem que haver alguma coisa ruim em troca... não... nem sempre... sabe que não sou igual a meu irmão... que para tentar matar o Lord das trevas você tinha que morrer... estou lhe dando oportunidade apenas, sem nada em troca, você não acredita no prazer da vida?


   - Não – disse sério – não fui criado assim nessas circunstancias.


   - Tenho pena de você – disse o bruxo sumindo por um corredor – você foi forçado a andar nas sombras da vida. Abra os olhos, há sol pra iluminar as coisas... não existe uma lua negra pra sempre.


   - Lua negra? – disse indo em direção ao corredor.


   - Lua negra é o período onde as trevas agem, o período onde criaturas como você abrem as portas.


   - Criaturas como eu?


   - Você devia ter perguntado que portas – disse o outro distante.


   - Você está me confundindo! – disse irritado no limiar do corredor.


   Harry virou as costas e voltou à sala, tentado sair, correr e não voltar. Entendera pouco ou o outro estava brincando com sua paciência? Sabia que Morgan estudara as artes negras, mas sua mãe? E a mãe de Neville? Mas explicaria como ela se defendera melhor da loucura... e a mãe da Luna... sentiu no ar, se virou com a mão erguida.


   - O que está fazendo? – perguntou quando um lampejo vermelho veio cortando o ar na direção dele, automaticamente ele abriu os dedos da mão como se tivesse certeza que ia parar a magia.


   A azaração se chocou com uma barreira vermelha erguida por sua vontade, mas o outro apenas baixou a varinha e sorriu.


   - Achei que estava distraído Potter...por que não usou a varinha?


   - Não achei necessário. – disse, mas na verdade nem ele mesmo sabia porque.


   - Você é um Mago – riu – isso faz sentido.


   - Que sentido? – perguntou baixando a mão, cansado, isso era exaustivo.


   - Sua mãe não quer que você encontre nada aqui, foram apenas palavras para eu puxasse você pra cá, use isso – disse estendendo um marca páginas de tecido grosso e vermelho – a chave do livro. Ponha dentro dele e deixe embaixo de seu travesseiro, o Potere só pode ser lido no mundo dos sonhos.


   - Não posso ler normalmente... tenho que dormir em cima dele? – perguntou surpreso.


   - É.


   - Isso não faz sentido – coçou a cabeça.


   - Mas cuidado – o outro ignorou sua afirmação – o mundo dos sonhos é instável, pode haver interferências, se sua alma se perder do corpo as conseqüências serão severas.


   - O que você sabe sobre isso, da alma sair do corpo... tive uma experiência assim com Lupin, Dumbledore e Mer...


   - Quase nada.


   - Você poderia dizer mais sobre minha mãe e...


   - Já fiz minha parte, boa sorte com o livro, vai ajudar em breve – Alberfort cortou a conversa – melhor voltar ou chamará muita atenção.


   - Como a mãe de Luna morreu?


   - Fale com ela, ela dirá se achar certo.


   - Certo, obrigado então – disse se virando.


   - Não agradeça, era minha obrigação, o mínimo que eu podia fazer para ajudar na futura guerra, leia e domine seu poder, você tem muito, ande mais com Morgan ela pode te ensinar coisas incríveis, em breve você terá momentos difíceis. Talvez conversemos de novo, venha me visitar no meu bar.


   Virou-se.


   - Ou talvez não, se prefere aqui – disse o bruxo antes de desaparatar.


   Harry seguiu em frente enfiando o marca páginas no bolso interno da veste e saindo pela cortina de rolhas, para o ambiente normal do bar. Alberfort falou muito, e tinha colocado muitas coisas na sua cabeça. Sim, era verdade, ele tinha ganhado um livro chamado Potere Dominatore, a pessoa que mandou pra ele não se identificou, mas escreveu na carta dizendo que seria muito útil pra vida dele no futuro, fazia um pouco de sentido aquelas palavras agora pelo menos, e sua mãe tinha lido...


   Alberfort quer que ele leia porque vai ajudá-lo quando Voldemort voltar, mas e se Voldemort não voltar? Ele não ia precisar ler o livro... não poderiam destruir um dos treze objetos de Merlim e impedir pra sempre esse “empurrãozinho” na alma? Harry não sabia se era possível destruir... alias nem sabia como era esses objetos... e foi por isso que a reunião no três vassouras foi marcada, para discutir os objetos e não falar de livros em latim ou do Voldemort.


   Não teve paciência para comentar com ninguém a conversa que tivera com Alberfort a pouco, principalmente por alguns motivos certos. Um: Hermione iria adorar saber que Alberfort lhe ensinou a ler o livro, dois: Não tinha gostado nem um pouco em saber que sua mãe sabia artes das trevas, três: A idéia de que a profecia não tinha sido cumprida era algo muito grave e irritante, ele faz sua própria vida, não uma profecia! Quatro: Alberfort acha que ele tem poderes espetaculares que podem ser dominados, isso com certeza ele não tinha.


  Enfiou um gole de uísque garganta abaixo observando que Rony estava adormecendo sob o olhar preocupado de Hermione... teria que falar com ela, do livro... ia ter que pedir as opiniões inteligentes dela. Gina segurou seu braço.


   - Você está bem? Voltou com uma cara.


   - Estou um pouco cansado – sorriu, lembrando de perguntar a Morgan se usar akasha sempre consumia tanta energia assim – ou será que bebi demais?


   Gina fez uma careta.


   - Vamos? Ou teremos que carregar o Rony.


   - Não vão me carregar não! – protestou o ruivo abrindo os olhos avermelhados de modo contrariado – estou ótimo, com um pouco de sono.


   - Harry – Morgan o chamou.


   Ele levantou, chegou até ela, que estava perto de Alberto.


   - Vou resumir as coisas pra você – disse Alberto direto – quer impedir a regressão do Lord das Trevas? Então temos que pegar os objetos.


   - Podemos destruí-los?


   - Não sei nunca tentei, mas é provável que não.


   - Então como vamos pegá-los?


   - Do mesmo jeito que eu... mas... devo dizer que não é algo fácil...


   - Claro que não é algo fácil, você foi o único – disse Morgan.


   - Sim claro, o segredo é entrar no lago, não sozinho, duas pessoas são o suficiente, passar pelos desafios de Morgana que é o perigo – ele baixou a cabeça – na verdade é algo inevitável... quando fui para lá... fui com meu irmão... e bem... ele morreu entendem... morrer é um dos desafios... aceitamos achando que conseguiríamos escapar...


   - Ah não, não vamos sacrificar ninguém – disse Harry.


   - Não se preocupe com isso agora Potter... conheço uma maneira de passar sem morrer, vou ajudar vocês dois.


   - Há como passar sem morrer?


   - Com certeza... conheço os desafios agora, vai ser moleza – sorriu – lá teremos que pegar onze objetos.


   - Onze? – Harry olhou para Morgan – não eram treze?


   - Alberto tirou a espada de Excalibur – disse a bruxa – parece que está bem segura na casa de Marsden.


   - Então restariam doze...


   - Sim, vocês se lembram da História dos Três Irmãos contida no livro Contos de Beedle, o Bardo? Dos objetos que foram dados pela Morte como prémio a três irmãos que conseguiram, através da magia, fazer a travessia de um rio onde ninguém jamais sobrevivera. Os três objetos eram a Varinha das Varinhas, a Pedra da Ressurreição e o Manto de Invisibilidade, isso é um dos desafios do lago de Merlim... descobri isso através daquela sacerdotisa que vive por lá... descobri a verdade sobre o conto de Beedle e sobre as Relíquias da Morte que Alvo Dumbledore sempre falava. Merlim era o sacerdote naquela época, ficou contrariado ao ver que os três jovens tinham passado pelos seus desafios e lhes ofereceu prêmios... ai está a questão... a pedra da ressurreição é um dos treze objetos e o que parece está perdida por ai. – Alberto riu – sem ela não poderão trazer o Lord das trevas de volta... a não ser que Morgana tenha mais fragmentos da pedra com ela.


   - Perdida ela não está – Harry sorriu – Dumbledore a tinha... e acho que sei onde encontrá-la.


   - Não sei se isso é uma ótima noticia – o bruxo se contraiu – onde ela está?


   - Eu a joguei na floresta proibida de Hogwarts quando era garoto... era muito fundo... meio impossível de achar.


   - Temos que achar e destruí-la se possível!


   - Está bem.


   - Então temos que pegar onze objetos no lago? – repetiu Morgan – um está com nós, outro na floresta proibida de Hogwarts.


   - Exato, em todo caso se não destruirmos nenhum objeto, podemos acabar com o corpo do lord das trevas... soube que guardaram o corpo dele estou certo.


   - Sim, num lugar meio isolado – disse Harry.


   - Os objetos podem trazer a vida de volta, como pode extingui-las de vez.


   - Ótimo, vamos acabar com qualquer possibilidade de Voldemort voltar.


   - Está decidido então, vocês dois vão comigo ao lago, os outros vão ter que ficar atentos com qualquer movimentação do inimigo, qualquer detalhe pode ser crucial.


   - Quando vamos então? – Harry perguntou animado.


   - Não tenha tanta ansiedade Potter, precisamos tomar uma poção antes de entrar no lago.


   - Ótimo, vamos tomar – Alberto riu.


   - Já disse, sem ansiedade, a poção é complexa, vai demorar um pouco pra ficar pronta.


   - Quanto tempo?


   - Dois meses mais ou menos.


   - DOIS MESES!


   - Ah não ser que vocês queiram morrer lá dentro?


   - O.k, dois meses.


   - Por isso nesse tempo, atenção acima de tudo no inimigo – sorriu – não se preocupe Potter, o Lord das trevas não vai voltar a te incomodar, vai dar tudo certo.


   - Vá fazer essa maldita poção de uma vez – disse Morgan – quanto antes minimizarmos as possibilidades do inimigo melhor.


   - Entrarei em contado em breve – e num estalo Alberto aparatou.


   Harry olhou para Morgan.


   - Acha que vamos conseguir? Aquela profecia...


   - Você disse que não acreditava nela, então não acredite agora, você pode se machucar por dentro – Morgan sorriu – e dois meses não é muita coisa... podemos aperfeiçoar seu akasha enquanto isso... venha Harry, vamos avisar os outros sobre o que temos que fazer.


 


   Eles lhes contaram tudo então, Harry não estava nem um pouco afim de voltar ao ministério e enfrentar uma rotina de trabalho monótona por dois meses, enquanto pensava que Rony, Ted e Jorge estariam em Hogwarts. Não mesmo, conseguiu convencer o Sr. Weasley e Morgan que seria mais seguro se ele, Hermione e Gina também patrulhassem o castelo, pelo menos fugiriam do trabalho chato do ministério, no final os outros dois concordaram, Harry também estava disposto a achar novamente a pedra da ressurreição para Alberto.  Entrar no castelo e sentir aquele calor e segurança era maravilhoso, era ótimo imaginar passar dois meses ali com os amigos e até mesmo perto dos filhos, sem nada pra fazer direito, só fazer a guarda, Lílian e Hugo estavam seguros com a Sra. Weasley. Ele se afastou dos amigos:


   - Aonde vai? – perguntou Rony quando ele seguiu em frente.


   - A ala hospitalar.


   - Por quê? – perguntou Hermione.


   - Vou ver Neville... e o Marsden.


   - Vou com você – disse Gina.


   - Também vou – disse Ted.


   Madame Pomfrey estava cuidando de cerca de trinta e alguns alunos, e agradeceu ajuda para picar o chocolate, de longe não houvera danos sérios aos que estavam em Hogsmeade, só algumas garotas que estavam fora e não puderam se esconder que estavam em choque, mas não tinham sido atacadas, Gina se postou ao lado da cama de Neville que estava bem, Marsden tinha companhia de algumas garotas da sonserina, arrolhando em volta de sua cama, principalmente quartanistas entupindo-o de chocolate, provavelmente o bruxo estava fazendo visitas freqüentes em Hogwarts, para ser mimado assim por garotas. Assim que Neville e Ted, agora sem as manchas da briga no rosto, foram liberados eles voltaram a se reunir com os outros no salão principal, meio vazio a essa hora da noite.


   Ted conseguiu encontrar Victoire saindo de um banheiro no segundo andar, conseguiu convencê-la a deixá-lo acompanhar ela até a sala comunal. Estava voltando com a garota para a sala comunal, ela tinha contado que rompera com Roran depois daquela briga, ele ficou satisfeito, ela ainda contou que o garoto tinha sumido com uma tal de Flavia, algo imperdoável e ele é que não ia reclamar, estava muito animado em ter um tempo a dois quando ela... há muito tempo que não tinha isso, mas ela começou a reclamar de Roran, que era monitor-chefe e não devia estar saindo a essas horas da noite do castelo com uma garota e outras coisas, o que a um ponto do caminho o irritou.


   - Se você continuar falando do Roran e da tal Flavia vou ficar desconfiado...


   - De que? – ela perguntou interessada.


   - De que você não esqueceu ele não.. – disse a olhando nos olhos – você ainda gosta dele Vic?


   -Ted! Não tem nada a ver!– ela disse o puxando – ele é monitor, não pode ficar vagando por aí.


   - Isso é importante? Não prefere mesmo que ele saia com a Flavia pra gente ficar um pouco sozinho? Como nos velhos tempos – a garota corou – não sei Vic, parece que você não aceitou minhas desculpas, que esta querendo me evitar, você me evitou o ano inteiro...


   - Não evitei não!


   - Não? – não sabia porque, mas precisava saber, ciúme? – você me evitou sim, não sei o que eu te fiz esse ano, você começou a ser fria comigo...


   Foi um cala boca, quando ela o beijou, desses que faz a pessoa esquecer o que estava falando, coisa que ela conseguia fazer, e provavelmente só ela conseguia... brincadeirinha perigosa, mas boa, no meio do caminho para a torre, num canto escuro do corredor, bom agora ela não estava evitando...


   - Ei... ei ... ei! – ela se afastou.


   - Que foi?


   - Quem disse que podia...


   - Vic... não seja...


   - Ah, Ted, no corredor não...


   - Estamos a dois passos da sala comunal, quer continuar lá, ou prefere outro lugar?


   - Vou fingir que você não disse isso.


   - Por quê?


   Ela virou as costas e o deixou sozinho, “isso não ta acontecendo... não está... o que deu nela?”.


   - Vic! Espere!


   Ela estava na outra ponta do corredor.


   - Ô Vic espera!


   Ela não esperou, ele correu.


   - Ei! Não me vira as costas assim! O que foi que eu fiz?


   - Você é um grosso! – ela disse – um grande idiota!


   - Dá pra me explicar o motivo desse ataque, achei que estávamos bem?


   - Ah, faça o favor Ted! – ela disse e se virou para o retrato – Flores de Outono.


   - Claro minha querida – disse a mulher gorda.


   - Como assim, o que eu fiz? Pode me...


   O retrato bateu antes que ele pudesse entrar.


   - Ei... porquê, até a senhora?


   - Vou dizer uma coisinha rapaz... as garotas são assim mesmo, dê um tempo.


   - Dar um tempo... já dei quase um ano!


   - Ela está com medo de você.


   - Medo de mim?


   - É garotas são assim...quando os garotos... bem...


   - Ótimo, agora me deixe entrar e “falar” com ela!


   - A senha...


   - Flores de Outono.


   - Lembre-se, dê um tempo – disse a mulher gorda abrindo a passagem.


   - Já dei tempo o suficiente, não estou disposto a perder ela pra outro garoto, de novo.


   Ele entrou, mas a sala estava vazia.


   -Talvez eu possa não ter tanto tempo assim Vic... – disse olhando para o dormitório feminino.


   Sentou-se em frente à lareira, agora um ou outro grupo começou a aparecer, logo a sala voltou a ficar cheia de alunos que vinham do salão e se preparavam para fazer as lições. Foram e vieram, o tempo foi passando e nada de Victoire descer, já era bem tarde quando o pequeno Fred apareceu com uma maldita cara de felicidade, é porque nesse ponto da noite o humor de Ted tinha ido para o inferno já que ela nem tinha descido, nem gritara lá de cima mesmo o que ele tinha feito de errado...


   - Hum – Fred sentou com uma cara de deboche – ta fazendo o que aqui dentro? Algo errado?


   - Não... imagina.


   - Imagino que tem sim, porque você está aqui olhando abobado para o dormitório?


   - Fazendo a segurança de vocês.


   - Está esperando que tipo... sua namorada desça? Para irem num lugar mais discreto... – continuou provocando – soube que ela terminou com o Roran.


   - Ah, não... ela não é minha namorada, não tem nada ver... Roran.


   - Que foi? Brigaram? – adivinhou o garoto.


   - Não... nem deu tempo – confessou.


   - Ih, vocês dois vão longe, ela ainda está chateada com aquela coisa do natal?


   - Não, na verdade eu nem sei mais o que chateia a Victoire, caramba de garota complicada, me adora, me odeia, me evita o ano todo! Vá entender!


   - Mas sério Ted, o que aconteceu, deve ter um motivo pra ela ter brigado...


   - Sei lá a gente tava... sabe, numa boa, no corredor, aí ela endoidou! Ficou fula comigo!


   - Você não avançou um pouco?


   - Depende do que você define como avançar Fred, levando em consideração a visão de quem?


   - A dela é claro, não foi ela que ficou brava contigo?


   - Vou dizer que se ela achou que eu estava avançando é cinismo da parte dela, ela já fez muito mais...


   - Vocês dois são um casal que eu não entendo – Fred balançou a cabeça.


   Aquela cara de felicidade realmente estava deixando Ted pra lá de irritado, além do mais tinha aquela coisa dela falar do Roran um monte, será que eles já... tipo... não, não pode ter acontecido isso, era até ruim imaginar isso, pensou colocando a mão na cabeça.

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