O Quadro




   O vulto deu mais um passo e sumiu dentro da floresta com o garoto. Harry no mesmo momento desceu os degraus correndo com a varinha em uma das mãos. Atravessou o terreno o mais rápido de pode. Será que é o Edgar?  Quem é esse Erlian? Quando estava quase chegando na floresta, uma voz a sua esquerda o chamou.


   - Ohoho é mesmo você Harry? Que gritaria é essa?


   Hagrid tinha acabado de abrir a porta de sua cabana.


   - Oh, Hagrid, avise pro Flitwick para ajudar os professores, eu resolvo o resto – disse, e então voltou a correr.


   Ignorou o outro comentário que o gingante fez e se afundou na floresta. Era tão tenebrosa quando da ultima vez que estivera lá. Os galhos das árvores cobriram o céu em sua cabeça. Ele começou a olhar atentamente para todos os lados a procura do vulto. Não viu nada. Andou mais um pouco cautelosamente checando cada centímetro do local, então viu, a uns trinta metros dele, um vulto com o braço esticado para um outro caído no chão. Ele correu. Correu o mais rápido que podia...


   - Não...por quê? O que eu te fiz... – ia dizendo o garoto no chão se arrastando contra uma árvore.


   - É um mero sangue ruim... inútil...venho querendo fazer isso a muito tempo


   - Não


   - Avada Kedavra – a luz verde saiu da varinha do vulto e acertou em cheio o garoto.


   As veias do braço de Harry se contrariam de raiva ao ver aquilo. Apontou a varinha no mesmo instante e urrou.


   - ESTUPEFAÇA.


   O lampejo cortou o ar ferozmente para cima do vulto. O outro tão rapidamente bloqueou seu feitiço e já lançou vários outros para cima dele.


   - PROTEGO, PROTEGO, PROTEGO...


   O vulto deu uns passo para trás, encarou Harry, sua cabeça estava oculta pelo capuz, seus olhos se contrariam ao ver ele.


   - Você...esta matando os outros aqui – disse Harry se aproximando mais dele.


   Sem esperar resposta investiu mais feitiços contra o vulto. O outro começou a se defender e a revidar. Estavam lutado ferozmente lançando lampejos para todos os lados. O Vulto apareceu na frente de Harry, ele foi rápido e lhe lançou um feitiço Estuporante, errando, o Vulto lhe lançou outro feitiço fazendo-o ser lançado para longe. Harry se levantou, não ia deixar ele escapar.  Novamente o vulto atirou um feitiço contra ele, mas ele foi mais rápido e se esquivou.


   - ESTUPEFAÇA – gritaram os dois ao mesmo tempo.


  Os feitiços se chocaram e fazendo o chão da floresta tremer todo.


   - EXPELLIARMUS – gritou Harry.


   - PROGETO – se defendeu vulto.


   - IMPEDIMENTA – gritou Harry, e o vulto foi lançado para trás, mas rapidamente ele se levantou.


   - CONJUNCTIVITUS – gritou.


   Os olhos de Harry começaram a arder, parecia que haviam pegado fogo. Ele passou a varinha pelos olhos e eles voltaram ao normal


   Ele e o vulto se encararam.


   - AVADA KEDAVRA – urrou o Vulto.


   Harry se abaixou e por centímetros não foi pego pelo lampejo verde que se chocou contra uma árvore.


   - Harry? – a voz de Hagrid aparecera em seus ouvidos no meio da floresta – ele está por ali diretor, venha...


   - NÃO VENHA AQUI HAGRID – berrou Harry.


   - ESTUPEFAÇA – investiu o vulto de novo.


     Harry se defendeu.


   - AVADA KEDAVRA – gritou novamente. Harry desviou.


   - CRUCIO – gritou ele finalmente acertando o vulto. O outro começou a berrar e a se contorcer de dor.


   - Ai está...MEU DEUS!


   Hagrid havia aparecido junto com Flitwick entre umas arvores. O miúdo professor estava com a varinha sacada e arregalou os olhos quando viu o vulto caído no chão se contorcendo. Harry quando os olhou parou a maldição Cruciatus.


 - PETRIFICO TOTALUS – gritou na mesma hora o vulto acertando-o.


   - FINITE INCANTATEM – disse o professor Flitwick fazendo Harry voltar ao normal.


   - Cadê? – Harry olhou em volta procurando seu adversário.


   O vulto tinha sumido no meio da escuridão da floresta.


   - Aparecium – disse Flitwick apontando a varinha para frente. Mas nada aconteceu – fugiu!


    Harry olhou em volta de novo na esperança de achar ele, mas não achou nada. Então se virou para o garoto caído no chão. Correu até ele, passou a mão pelo seu pescoço, estava gelado, seus olhos arregalados como se tivessem lhe tirado a alma. Era o efeito da maldição da morte. Ele escapou, bem debaixo de seu nariz, por que? O que está havendo?


   - Ele está morto? – exclamou Hagrid vindo até ele percebendo agora o menino.


   - Está – ofegou ele – diretor posso ir ao seu cabinete? – perguntou se levantando.


   - Com toda a certeza, mas pra que? – respondeu Flitwick.


   - Preciso falar com o quadro do Dumbledore – respondeu rápido saindo andando – tirem o garoto daqui.


   - A senha é Tortinhas – gritou Flitwick quando ele já estava longe.  


      Harry atravessou a floresta de volta ao castelo correndo. Quem era aquele bruxo? Essa pergunta não saia de sua cabeça. Subiu as escadas em direção ao saguão de entrada, ele estava vazio agora, os corpos dos quatro professores estuporados estavam na Ala Hospitalar, tinha sido socorridos por outros professores da escola. Ele não se demorou, e saiu caminhando a procura do gárgula que levava a sala do Diretor. Achou.


   - Tortinhas. – disse quando ficou frente a frente com a estátua.


   Uma passagem se abriu e ele entrou. Subiu aquela escada em espiral como muitas vezes já tinha feito, e entrou na sala. Não mudará nada, exceto pelo fato daquele grande passaro vermelho que ele tinha costume de ver em cima da cadeira do diretor não existia mais.


   Harry se adiantou, atravessou a sala e encontrou o que procurava, bem ao fundo, excluído dos outros tantos retratos antigos dos Diretores de Hogwarts, estava o quadro de Dumbledore. Ele dormia profundamente.


   - Professor – chamou Harry olhando o quadro.– professor Dumbledore?


   Achou que o velho diretor não acordaria, porém, levou um susto quando os olhinhos azuis se abriram e se encontraram com os dele.


   - Desculpe professor, precisava falar com o senhor – disse ele.


   - Ah, como vai Harry, eu já estava me perguntando quando você voltaria a me visitar – disse o Dumbledore do quadro sorrindo.


   - Desculpe o incomodo – se apressou a dizer.


   - Não tem problema algum, acredito que esteja realmente em apuros a ponto de me procurar.


   - Sim, senhor...


   - Por que não se senta?


   - Está certo.


   Ele se sentou.


   - O que anda lhe perturbando então? – perguntou Dumbledore como se soubesse tudo que ele tinha a lhe perguntar.


   Decidiu ir direto a questão.


   - O senhor conheceu Edgar Teobot não é? Pode me falar sobre ele? – indagou Harry na mesma hora.


   Dumbledore olhou para cima pensativo, provavelmente tentando se lembrar de quem ele estava falando.


   - Edgar Teobot, sim me lembro dele, grande homem, sacrificou muitas coisas de sua vida para salvar a família.


   - Isso não vem ao caso – disse Harry – hoje em dia ele é o assassino mais procurado no nosso mundo, prendemos ele há dois meses, só que alguém tramou uma fuga pra ele.


   - É lamentável – disse Dumbledore – saber que um homem como Edgar está desfrutando sua vida no lado das trevas.


   - Me fale sobre ele professor.


   - Edgar é filho de Antonio e Marieta Teobot, estudou em Hogwarts mais ou menos na mesma época que Tom Riddle, era um grande bruxo, fazia feitos com a varinha que muitos tinham inveja, se tornou membro da Ordem de Merlim, segunda classe, aos trinta e cinco anos, teve uma reviravolta na vida quando Voldemort seqüestrou sua família, ele teve que se unir à causa para salvar a ela. Tentou voltar para nosso lado depois da primeira queda de Voldemort, mas muitos o tratavam como traidor e não o aceitaram de volta, queriam lhe mandar para Azkaban, eu nunca concordei com isso é claro, um homem nobre como ele servir a Voldemort para salvar a família e ser julgado como traidor, é uma pena mesmo. Pena também que eu não tenha conseguido ajudá-lo quando ele mais precisou.


   - Sim, o Sr. Weasley já me contou isso, mas eu quero saber como ele gostava de agir, como ele pensava antes, o que ele fez depois que Voldemort matou meus pais.


   - É um assunto meio inquietante esse, mas, pelo que eu soube, ele começou a viver sozinho nas ruas, roubando às vezes, mas nunca matou nenhum bruxo, não era uma ameaça a nós bruxos.


   - Bom, vejo que hoje em dia ele mudou muito então, ele anda matando e roubando, tentou roubar até Gringotes.


   - Ele tentou roubar Gringotes? – repetiu Dumbledore surpreso – acredito que foi ai que o prenderam, estou certo?


   - É, sim.


   - Não imagino o que um bruxo como Edgar queira em Gringotes, o que ele tentou roubar, Harry?


   - Um bracelete, que pertenceu a Bellatriz Lestrange, não sei o que ele faz, o senhor conhece alguma coisa sobre...


   - Lamento não poder ajudar, mas não conheço nenhum tipo de bracelete com grandes poderes mágicos – se apressou a responder Dumbledore.


   - Não esperava que soubesse professor, eu e Kin acreditamos que o Edgar não está mais agindo sozinho – disse Harry – acreditamos que ele está formando um exercito de bruxos às escondidas, para dominar a comunidade bruxa ou o Ministério, já tomaram conta dos Dementadores, e causaram uma grande fuga em Azkaban.


   - Realmente parece que o grande homem que eu conheci já não é o mesmo hoje em dia – falou Dumbledore fitando ele por cima dos seus óculos de meia lua – mas não vejo nada que empeça que você o capture, afinal, para quem causou a queda de Lord Voldemort aos dezessete anos de idade, isso não deve ser nenhum trabalho.


   - É claro professor, mas temos um problema, se o Edgar estiver formando um exercito mesmo eu não vou poder fazer nada sozinho.


   - Você tem toda a razão, mas, pelo que sei, Kingsley é o atual Ministro da Magia não estou certo? Ele pode lhe ajudar nisso.


   - Poderia, mas seria acusado de estar me ajudando – disse Harry balançando a cabeça. – a questão é que estamos em apuros professor, eu estou em apuros, a Ordem de Merlim está colocando todos os bruxos contra mim, já me expulsaram do Ministério, e querem me prender, me acusando de ter ajudado os bruxos na fuga em Azkaban... eu estava lá pra interrogar o Edgar – se apressou a dizer quando Dumbledore fez uma expressão confusa – enfim professor, os bruxos fugiram quando eu estava lá, mas vimos o traidor, era um funcionário que estava de guarda na ilha, aposto que faz parte de amigos do Edgar, mas o chefe da Ordem não acreditou em mim, alias, talvez ele tenha acreditado, mas quer me ver fora do jogo por ter debochado da Ordem dele, ele acredita que eu possa mudar o modo de pensar dos bruxos sobre a Ordem. O que eu estou tentando dizer é que não só eu posso ser preso por causa disso, como o Kin, então qualquer movimento em falso, e nós paramos atrás das grades de Azkaban.


   - Ah, Glover Wildsmith então deus as caras – disse Dumbledore surpreso – Harry, vocês não podem se intimidar com esse bruxo, apesar dele ser muito influente na Ordem de Merlim, e no Ministério, ele nada pode contra o conselho.


   - Que conselho? – perguntou Harry interessado.


   - O conselho da Ordem é claro – explicou Dumbledore.


   - Mas de que adiantaria, se tirassem o Glover do poder, ia entrar outro igualzinho, o Sr. Weasley me contou que os bruxos de lá não fazem nada da vida, não se importam em combater bruxos das trevas, desde de que estejam ganhando galeões.


   - Isso é muita grosseria da sua parte Harry – disse seu ex-diretor se aconchegando melhor na poltrona de seu quadro – nem todos os bruxos da Ordem são inúteis que não fazem nada, contudo devo admitir que a maioria é, e Glover é um deles, são poucos os que se salvam. Para sua sorte, se Wildsmith saísse do poder, o bruxo que entraria em seu lugar, se não estou enganado é claro, pois já passou tanto tempo...seria...hum... uma bruxa na verdade – disse Dumbledore coçando a cabeça dando uma risada –  muito talentosa se quer saber, e bondosa, era magnífica, confesso que quando fiz parte do conselho votei nela para chefe da Ordem.


   - Quem é?


   - Morgan Wilson – respondeu ele – ela faz parte do pouco grupo de bruxos que estaria disposto a ajudá-lo Harry.


   - Se existe mesmo esses poucos bruxos bons lá, por que nunca os chamou para ajudar a enfrentar Voldemort?


   - Já previa que iria me perguntar isso – disse Dumbledore – a maioria desses bruxos são do exterior e não vivem parados em um lugar só, estão dispostos a aperfeiçoar o conhecimento deles – explicou – é claro, não é tão fácil assim encontrá-los quando não se faz mais parte da Ordem de Merlim não estou certo – ele deu uma risada para Harry – e como não tínhamos muito tempo a perder, dei ordens a alguns membros da Ordem da Fênix de procurá-los por mim, e lhes entregar uma mensagem de ajuda, porém, acho que desistiram de procurá-los depois de minha morte, eles poderiam ter sido de grande ajuda, mas por sorte você estava lá, para vencer Voldemort.


   - Entendo – disse Harry pensativo – mas como eu posso convocar esse conselho, quero dizer, é difícil encontrá-los não é?


   - Essa é uma parte fácil, você disse que Glover está te acusando de crime não é? – Harry concordou – acredito que haverá um julgamento onde decidirão se irão te prender ou não, estou certo?


   - É, eu vou ter que depor em defesa, mas não sei quando é ainda...


   - Ai está sua chance então, afinal quem está te acusando de crime é Glover Wildsmith, então a Ordem de Merlim em pessoa, você vai participar de julgamento no tribunal da Ordem, com membros da ordem te julgando, Morgan é a vice-chefe e provavelmente estará lá, aproveite para dar uma palavrinha com ela sobre seus problemas, ela vai te ajudar.


   - Acha que ela me ajudaria, mesmo quando a maioria das pessoas acredita que eu causei a fuga? – perguntou ele.


   - Talvez não, contudo, eu acho que posso ajudar você nisso – disse Dumbledore – caso ela recuse ajudá-lo, mande-a a esse cabinete de Hogwarts, fale pra ela que eu desejo vela, posso explicar seu problema, e com toda certeza, acho que você conseguirá se livrar de Glover, e caçar seus bruxos das trevas em paz.


   - Está certo, mas e se esse julgamento demorar? O Edgar não vai esperar para começar a agir, ele tem muitos planos na cabeça.


   - Enquanto você não consegue provar sua inocência, acho que você deve ficar perto de quem acredita em você, convoque a ordem da fênix se necessário.


   - Está certo professor – disse Harry agora pensando em outra coisa para perguntar – eu queria perguntar mais uma coisa, o senhor por acaso já participou de um Legilimens onde você vê duas mentes ao mesmo tempo, querendo lhe mostrar lembranças respectivamente?


   - Podem existir momentos que duas lembranças do individuo queiram se projetar ao mesmo instante...


   - Não é exatamente isso, eu invadi a mente de Edgar uma vez, e não era só a lembrança dele que eu via, havia também a lembrança de uma mulher.


   Dumbledore olhou para Harry encarando ele pensativo. Ficou em silencio por um minuto.


   - Esse é um caso inquietante, só ocorre quando existem duas mentes num corpo – disse finalmente.


   - Me explique melhor – pediu Harry.


   - Casos de duas mentes em um corpo são extremamentes raros, normalmente quando acontece, o bruxo original dono do corpo, carrega consigo um bruxo das trevas que está semimorto.


   - Semimorto?


   - Acredito que você se lembre do professor Quirrel, ele carregava Voldemort em sua cabeça, era sua outra mente. – explicou Dumbledore.


   - Então o senhor acha que existe um semimorto em Edgar?


   - Se realmente ocorreu isso o que você disse Harry, é lamentável, mas é provável que exista sim.


   Harry na mesma hora estralou os dedos em um triunfo. Edgar tem duas mentes, carrega um semi morto consigo, provavelmente seja uma mulher por causa da outra visão que ele teve.


   - Acho que sei quem é que está com ele professor – disse se levantando – ele estava tentando roubar o cofre a pedido do semimorto, dizia que não tinha encontrado o que era dela, mas pra ela não se preocupar porque ele encontraria, e ele estava no cofre da Bellatriz, é isso, ela é o semimorto no corpo dele!


   Dumbledore sorriu para ele.


   - É uma boa hipótese – disse o ex-diretor.


   - Então não é ele que quer o bracelete – começou a falar Harry para si mesmo andando pela sala – é ela, deve ter alguma coisa muito importante nele, afinal, até a casa dos Malfoy eles arrombaram...por isso ele não matou ninguém, são parentes da Bellatriz...mas o que será que tem no bracelete...


   - Infelizmente Harry – disse Dumbledore no quadro chamando sua atenção – se eu puder dar um palpite, eu posso estar enganado é claro, mas, o bracelete, talvez seja uma Horcrux feita pela Sra. Lestrange.  


   - Você acha? – perguntou ele fitando seus olhos no quadro com uma expressão de horror.


   - Se não for, pelo menos uma ela teria de ter, para ficar semimorta – disse ele calmamente. – se eu tivesse uma Horcrux eu ficaria muito preocupado em saber que a perdi, por isso acredito que o bracelete seja uma.


   - É como somar dois, mais dois, agora acho também que o bracelete seja uma Horcrux – disse ele voltando a andar – então tenho que pegá-la antes de Edgar e destruí-la o mais rápido possível.


   - Então aqui damos inicio a mais uma caçada a Horcrux – disse Dumbledore sorrindo como se estivesse se divertindo.


   - Não professor, eu acho que sei onde está o bracelete, acredito que ele esteja como filho de Malfoy, Escórpio, que estuda aqui na escola, vou pegar dele, o bracelete.


   - Você acabaria com Lestrange se fizesse isso, liquidaria ela de vez – disse Dumbledore.


   - É isso que vou fazer então – Harry voltou a encarar o quadro – o professor Flitwick já lhe contou sobre os ataques que estão ocorrendo aqui na escola?


   - Já mencionou.


   - O senhor tem idéia de quem esteja por trás disso, algum, bruxo das trevas, ou algo do tipo?


   - Tenho muitas idéias, uma mais improvável do que a outra, mas se fosse para escolher uma, eu acreditaria que o responsável pelos ataques está na escola, afinal, é impossível entrar aqui em Hogwarts sem que ninguém saiba antes, ou desfaça o feitiço de proteção, então sugiro que abram os olhos, o responsável pelos ataques provavelmente vive junto com vocês aqui dentro.


   - Você acha mesmo, que o assassino estaria na escola?


   - Tenho quase certeza Harry.


   - Por que então ele estaria matando os alunos?


   - Isso é uma questão dele, e se você quiser descobrir, tem de capturá-lo.


   - Vou ficar de olhos abertos então – disse Harry confiante – não vou deixar ele matar mais ninguém, alias eu quase peguei ele hoje professor, na floresta proibida, ele fugiu.


   - Veja todo mundo, faça isso discretamente se possível – aconselhou Dumbledore.


   - Vou fazer – disse agora pensativo de novo – então, outra coisa me perturba, o que o Edgar falou para mim quando lutamos em Azkaban, ele disse algo sobre trazer Voldemort de volta.


   - Não existe maneira de...


   - Trazer alguém da morte, eu sei, Hermione não perde tempo em me lembrar isso.


   - Contudo, se existe um meio, eu não conheço, e nem ninguém aqui conhece, seria um grande feito dele, caso conseguisse. – Harry entendeu que Dumbledore no fundo acreditava como ele, que podia ter um pingo de verdade nesse assunto.


   - Bom outra coisa, Edgar estava querendo ir para a escola de Avalon também, mandou cartas ao Ministério pedindo, e sonhei também com voz dele em minha cabeça falando de lá


   Dumbledore ficou serio com essa pergunta. Ele se contraiu no quadro encarando Harry.


   - Avalon? – repetiu.


   - Aham, tem algo de especial lá?


   - Não existe nada lá Harry, é apenas uma escola de magia e bruxaria.


   Harry riu, viu nos olhos de Dumbledore que ele não estava sendo cem por cento sincero.


   - Ele não iria ir para lá à toa professor. – disse.


   - Você está totalmente certo – disse Dumbledore rindo também. – se existe algo inquietante lá, que chama tanto a atenção dele, você tem que descobrir.


   - Não existem meios dele ir para lá, a não ser pelo Ministério não é? – perguntou Harry.


   - Provavelmente não, Madame Mirabella mantém a escola muita bem escondida – disse o ex-diretor.


   - Mirabella é diretora da escola?


   - Sim.


   - Então, fico mais tranqüilo quanto a esse assunto, Edgar não vai conseguir ir para lá antes de passar pelo Ministério, e enquanto Kin for o Ministro eu saberei se ele conseguiu – Harry olhou para Dumbledore – então, acho que não tenho mais perguntas, o que acha que devo fazer primeiro professor?


   - Primeiramente eu pegaria o bracelete, e se ele realmente está aqui em Hogwarts, está seguro por enquanto, contudo, acho que ele não estaria nada protegido se estiver fora daqui.


   - Escórpio tem apenas onze anos professor, não pode sair de Hogwarts.


   - Está correto, mas no natal, talvez ele saia daqui, seria uma ótima oportunidade não? – disse Dumbledore.


   - Entendo, devo pegar o bracelete antes do natal...


   Harry parou de falar. A porta do cabinete se abriu, e um professor Flitwick entrou, estava exausto, ele supôs que o outro foi avisar os alunos da morte do garoto na floresta.


   - Ah, ainda está aqui Harry – disse ele – boa noite Alvo.


   - Boa noite Filius – cumprimentou Dumbledore sorrindo. – eu e Harry estamos participando de uma longa conversa bem animadora.


   - Lamento interrompê-los – disse Flitwick.


   - Nós já terminamos – se apressou a dizer Harry quando o miúdo professor já estava saindo novamente – vamos preparar um funeral ao garoto? – perguntou.


   - Ah sim, avisamos os alunos das casas do incidente, a maioria ficou muito horrorizada, principalmente seus amigos mais íntimos, lamentável mesmo – disse Flitwick vindo até Harry.


   - Ele não pôde fazer nada – disse Harry – eu estava lá, ele não pôde esboçar reação alguma.


   Os dois ficaram em silencio, até Dumbledore voltar a falar.


   - Acredito que já não é tarde não – disse – afinal, todos nós temos de descansar um pouco, já que terminamos nossa conversa, acho que já posso ir dormir, estou certo Harry?


   - Ah – exclamou ele agora percebendo – sim claro.


   Dumbledore sorriu para ele e o miúdo professor, em seguida saiu andando para a direita do quadro, e sumiu. Harry olhou em volta, estava pensando agora como poderia pegar o bracelete de Escórpio, poderia pegar a força é claro, mas faria isso em ultimo método. Pensou, e pensou. Decidiu que iria persuadir o garoto. Mas como faria isso?


   - Já sei! – exclamou.


   Flitwick o olhou confuso. Harry olhou em volta do cabinete a procura de uma pessoa que tinha o dom de ser adorado por um aluno da Sonserina, procurou, procurou, mas não achou.


   - Onde está...


   Então percebeu, o Quadro de Snape não estava entre os diretores da escola. Que ultraje pensou consigo mesmo. Era a maior falta de consideração.


   - ONDE ESTÁ O QUADRO DE SNAPE? – berrou ele ao professor Flitwick que se sobressaltou – QUERO FALAR COM O SNAPE.

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