Alberto Toothil




    - Deixe-os – disse Harry segurando a Sra. Weasley – eles são adolescentes, vão acabar se entendendo.  


   - Acha mesmo? – perguntou ela desconfiada.


   - Acho – disse passando seu olhar de Rony – conheço muito bem esse tipo de assunto – para Hermione.


   - Mas eu acho...


   - Molly – disse o Sr. Weasley – deixe eles.


   Ela olhou para o marido com a expressão que ia retrucar, mas enfim concordou. Gina se curvou na mesa e comentou baixinho.


   - Por que será que eles brigaram?


   - Ele deve estar com ciúmes dela – disse Luna.


   - Do que? – exclamou Hermione – sempre achei que ela e Ted eram namorados.


   - É o que eu achava também – disse Harry – mas de qualquer forma eles vão acabar se entendendo.


   Pelo resto da noite o rumo da conversa deles seguiram caminhos diferentes. Começaram falando sobre quadribol, sobre o Harpias, que Gina tinha sido a melhor jogadora do século daquele time, depois começaram a discutir sobre o trabalho de Luna, ela contou que agora vive fazendo pesquisa sobre os animais mágicos e que tinha descoberto um lugar na Jordânia onde possivelmente existiria os Narculês.


   - Isso é realmente ótimo – disse Gina gentilmente pra ela.


   - Se tudo der certo o Rolf irá colocar os Narculês na nova edição de Animais Fantásticos e Onde Habitam – contou ela feliz.


   Então a conversa tomou um assunto que Harry ainda não conhecia, sobre o ataque a Xenofílio Lovegood no começo do mês de novembro. Era algo realmente intrigante e misterioso.


   - Mas como eu nunca soube desse ataque? – perguntou Harry.


   - Você estava em Hogwarts – disse Gina.


   - Foi um caos cara – contou Rony – o Ministério ficou uma bagunça quando souberam que estavam atacando a casa do Lovegood.


   - Em todo caso, mandaram aurores para lá – disse Hermione seria – mas eles não obtiveram sucesso, forma derrotados facilmente.


   - Papai tentou lutar – disse Luna – mas... bem – uma lagrima escorreu de seu rosto – ele não conseguiu.


   - Ele... morreu? – perguntou chocado.


   - Morreu – disse ela quase sem voz.


   - Eu lamento... meu pêsames.


   - É muita gentileza sua Harry.


   - Mas quem era, e por que invadiram a casa do Lovegood?


   - Sinceramente, ninguém sabe – disse Hermione.


   - Kingsley acha que eram seguidores do Edgar – contou Rony – eles eram bem forte, abateram os aurores muito fácil.


   - Sorte que você não estava lá Ronyquinho, senão ia virar panqueca – comentou Jorge ao longe.


   - Cale a boca Jorge, sabe que eu sou muito bom auror hoje em dia.


   - Claro que sei, me lembro ainda que você deixou cinco ladrões roubarem minha loja.


   - Fiquem quietos vocês – mandou Hermione irritada com os dois.


   Eles se entreolharam, a Sra. Weasley, Angelina, Audrey e Dominique começaram a tirar os pratos e os talheres da mesa, o Sr. Weasley puxara os outros pequenos, Alvo e compânia, para longe da mesa.


   - Eu realmente sinto muito Luna – disse Harry novamente.


   - Estou superando isso – disse ela.


   O final da ceia de natal foi assim. Luna, Rolf, Lisander e Lorcan foram embora logo depois prometendo fazer mais visitas em breve. Os pequenos, Weasley e Potters, foram se deitar na expectativa de receberem seus presentes na manhã seguinte. Harry e os outros se acomodaram nos quartos que agora estavam super apertados, ele, Gina, Rony e Hermione estavam num só.


   - O que não fazemos para agradar a mamãe não é? – comentou Rony já de pijama no quarto.


   Ele se deitou ao lado da ruiva, deixando os pensamentos vagarem em sua cabeça como uma pluma no ar. Apesar de toda essa época de harmonia e tranqüilidade, no fundo, Harry sabia que isso não iria durar por muito tempo, que Edgar devia estar agindo uma hora dessas, arranjando um plano pra voltar a Avalon e entrar no lago, ou tomar a diretoria da escola. Toda essa tranqüilidade iria acabar em breve, e ele sabia quando, no dia da audiência.


   O dia em que tudo pode acabar desfavorecendo para eles e a favorecer Edgar. A decisão da Ordem de Merlim pode influenciar, e muito, em tudo que está acontecendo, isso era uma coisa que deixava ele com raiva, nunca perdoaria essa ordem se coisas ruins começassem acontecer, coisas, por exemplo, que aconteciam no tempo que Voldemort era vivo...Voldemort...


   Existe realmente uma maneira de ressuscitar os mortos? Ele realmente não sabia, e o que parece ninguém sabe também, apenas Edgar... mas se existe...como ele sabe?... com esses pensamentos então adormeceu.


   


    - Você está correndo perigo, um grande perigo... – disse uma voz.


   - Eu? – perguntou Harry.


   Ele estava numa floresta, numa floresta muito sombria, estava frio, era noite, não havia ninguém ali, apenas ele...


   - Harry Potter...


   - Quem está ai?


  Ele se virou olhando para os lados procurando de onde vinha à voz, mas não via nada. Sentiu o vento sobrar e bagunçar seus cabelos.


   - Harry – alguém colocou a mão no seu ombro, ele sentiu um arrepio e um susto momentâneo... virou-se...


   - Você! – exclamou tão alto que alguns pássaros levantaram vôo.


   Bem a sua frente estava... mas não podia ser, estava morto... era um sonho? Só podia ser, ele está morto...


   - O que está fazendo aqui, Harry? – perguntou nada menos do que Remo Lupin – você morreu?


   - Lupin! – ele olhou confuso – mas... que você faz no meu sonho?


   - Sonho? – Lupin riu – aqui não é um sonho.


    O bruxo tinha aquela mesma aparência que ele se lembrava, só que parecia mais feliz. Os dois estavam numa floresta escura no meio da noite, não sabia que floresta era.


   - Como assim não é um sonho? – perguntou Harry confuso – é um sonho... não estou aqui, estou... dormindo... onde estou?


   - Aqui é o mundo dos mortos, onde vivemos, não exatamente não é, já que todos que já se foram – disse o homem.


   - Mas eu não morri, estou vivo, não me lembro de ter... morrido.


   - Não morreu? – Lupin o olhou de lado confuso – nunca soube...


   - Ele está perfeitamente bem Remo – disse uma outra voz calma e conhecida.


   Lentamente da floresta, como se estivesse vivo também, com os óculos de meia lua caídos sobre o nariz torto, Alvo Dumbledore caminhava até eles.


   - Noite Dumbledore, não imaginava encontrar você por aqui – cumprimentou Lupin gentilmente.


   - Boa noite Remo, e Harry – cumprimentou Dumbledore.


   - Professor... – ele não sabia porque, mas não conseguia chamar o velho diretor pelo nome.


   - Antes que você me encha de perguntas, eu quero lhe apresentar uma pessoa – se apressou a dizer Dumbledore fazendo sinal para alguém na floresta.


    Um outro homem surgiu, este era tão velho quanto Dumbledore, e se parecia um tanto com ele... não... era igual a ele... era como se fosse um outro Dumbledore, caminhava segurando um cajado...


   - Pelas barbas de Me... – a voz de Lupin morreu por causa da sua admiração pelo homem que apareceu.


   - Harry, este é nada menos que Merlim – disse Dumbledore.


   O queixo dele caiu.


   - Me...Merlim? – repetiu boquiaberto olhando o velho.


   Não podia ser, era um sonho, claro que era “quem manda beber demais Harry...”.


   - Não se espante – disse Merlim, sua voz era rouca – você não está morto, mas também não está vivo.


   - O que está acontecendo então?


   Merlim sacou sua varinha, era branca, com uns detalhes em cinza, e conjurou quatro cadeiras no meio da floresta.


   - Se sentem, por favor – pediu o mago puxando também uma cadeira pra si.


   Harry olhava ele mais confuso do que nunca, Lupin parecia estar petrificado, não conseguia dizer uma palavra, Dumbledore ao contrario, parecia estar se divertindo com isso tudo.


   - Alvo veio pedir minha ajuda esta noite – começou a falar Merlim – disse que precisava falar com você urgentemente.


   - Não íamos conversar através de seu quadro? – perguntou Harry olhando o ex-diretor.


   - Meu quadro em Hogwarts sabe apenas o que ele viu, não conhece nada alem, ao contrario mim, esse que você esta vendo agora – disse Dumbledore.


   - Quer dizer que o senhor tem mais informações que o quadro – disse ele – então me conte, por que não estou vivo nem morto?


   - Você não pertence a esse mundo – respondeu Merlim – você está aqui através de sua alma, ela largou seu corpo no mundo dos vivos para vir aqui.


  - O QUE? – ele ficou chocado e ao mesmo tempo desesperado – mas como... eu não...


   - Fique calmo jovem bruxo – pediu Merlim gentilmente – você não fez nada, fui eu.


   - Você?


   - Dumbledore queria falar com você não? Dei um jeito de trazer sua alma para cá, mas isso é perigoso.


   - Perigoso? Como assim?


   - Você tirou a alma do Harry? – perguntou Lupin que parecia ter criado forças para falar com o mago.


   - Não se altere Remo – pediu Dumbledore – eu mesmo pedi para o mago Merlim me ajudar nisso.


   - Mas você está doido, Dumbledore? Eu lhe respeito muito, mas fazer isso!


   - Sabemos das conseqüências homem, fique calmo – disse Merlim olhando feio para ele.


     Lupin se calou, mas sua cara aterrorizada continuava a mesma.


   - Quais são as conseqüências? – perguntou Harry achando que isso estava ficando grave demais.


   Os dois velhos bruxos barbudos se olharam, então um deles disse.


   - Seu corpo está no mundo dos vivos, sem nada, como uma casca de ovo vazia, mas o que á de grave nisso? Se alguma pessoa locomover seu corpo para mais de vinte metros ao longe do local de onde sua alma saiu, você corre risco mortal de morte. – disse Merlim.


   Ele encarou essa noticia como uma bofetada na cara, na mesma hora já imaginou Gina e os outros tentando acordá-lo...


   - Como eu volto? – perguntou.


   - Você vai voltar assim que conversarmos – disse Dumbledore – não se preocupe, creio que seus familiares estão em sono profundo à uma hora dessas.


   - Nunca se sabe – disse ele – vamos conversar depressa então, por que me chamou, o que tem a me contar?


   - Meu outro eu está fazendo pesquisas através de outros quatros e conseguiu descobrir algo inquietante para você, sobre Avalon – contou Dumbledore.


   - Se fosse só isso, poderia ter me contado através do quadro mesmo não é? Não me colocado em risco de vida...


   - Com toda a certeza poderia – disse o outro sorrindo – mas não teríamos as belas opiniões de Merlim lá.


   - E o que Merlim sabe sobre Avalon?


   - Tudo – disse Merlim.


   - Tudo?


   - Centro Preparatório de Bruxos de Avalon – disse o velho – ou, como é conhecida hoje em dia, Escola de Magia e Bruxaria de Avalon – todos o olhava atentamente – eu sou o criador dessa escola, sei todos os segredos que ela tem, sei tudo que você precisa saber.


   O queixo de Harry caiu de novo, mil perguntas veio em sua cabeça em segundos.


   - Você criou Avalon? O que sabe sobre o lago? – perguntou na mesma hora.


   - O lago... – Merlim fechou os olhos, parecia estar se lembrando de algo... então ele caiu da cadeira, caiu de joelhos com a mão na cabeça e começou a gritar.


   Lupin e Dumbledore se levantaram na mesma hora para ajudar...


   - Não... não FAÇA ISSO – começou a gritar Merlim – NÃO, PARE, EU TE AJUDEI... NÃO FAÇA, NÃOOOO, MOR...


   Ele tirou as mãos da cabeça, cruzou-as em volta do corpo e começou a tremer. Tremia compulsivamente sem parar. Os outros só observavam, se Harry pudesse opinar por algo, ele diria que Merlim estava sentindo medo nesse momento. Dumbledore estava com os olhos arregalados, parecia não acreditar no que via. Lupin também.


   - Frio...frio...lago... – ofegou Merlim – luz verde... lago... Clyddon Eidin... você não pode... não deve... não tem esse poder...


   - Meu velho se acalme – Dumbledore agora decidiu agir.


   - NÃO, SE AFASTE – como se fosse apenas um bruxo qualquer, Merlim ergueu um dos braços e estuporou Dumbledore.


   Lupin sacou a varinha, Harry tentou fazer o mesmo, mas pela má sorte não estava com a dele.


   - Se afaste – pediu Lupin – você não pode morrer, se afaste, você não pertence a esse mundo Harry.


   - Podemos morrer aqui?


   - Se podemos? Claro que podemos, não somos imortais – disse ainda olhando Merlim tremer sem parar.


   - E para onde vamos quando morremos aqui?


   - Os que conseguiram essa façanha não estão mais aqui para nos contar – disse ele – e eu não estou disposto a descobrir, muito menos você.


   - Não, se afaste Lupin! – mandou ele – foram minhas palavras que fizeram isso com ele, você não vai se arriscar por um erro meu de novo.


   - Frio... lago, lago... molhado..., sangue... Clyddon... você não deve.... eu te ajudei... luz verde... não.... eu não posso morrer assim... – continuava a falar sozinho Merlim de joelhos olhando para os lados como se visse algo, com os braços cruzados em volta de seu corpo.


   - Você não pode morrer no mundo dos vivos e aqui numa cajadada só – disse Lupin rindo – se afaste Harry, por favor, este é Merlim, você já viu o que ele é capaz de fazer... trazer uma alma do mundo dos vivos pra cá...francamente...


   - Mas e você... e Dumbledore? – perguntou – vocês não podem...


   - Vamos ficar bem, trate de arranjar um jeito de voltar ao seu corpo, Dumbledore já arriscou demais o trazendo aqui.


   - Não sei como...  


   - Harry... – chamou a voz de Dumbledore no chão.


   - Professor! – exclamou correndo até ele.


   - NÃO FAÇA MOVIEMENTOS BRUSCOS – gritou Lupin olhando o mago que acompanhou com os olhos a movimentação de Harry.


   - Você está bem professor, está ferido? – perguntou se aproximando de Dumbledore.


   - Vou ficar bem eu espero – disse ele – levar um feitiço estuporante diretamente na alma é realmente doloroso, ainda mais vindo de uma pessoa como Merlim.


   - Não é hora para se impressionar com as coisas professor – disse Harry – se levante, vamos ajudar o Mer...


   - Não, você tem que ir, tem que viver para ajudar muito o mundo dos bruxos – disse Dumbledore – nós vamos ficar bem, e Merlim ficara também.


   - Frio... Peverell... você não pode... o Clyddon não te pertence... – dizia o mago no chão tremendo ainda.


  - Harry pegue no meu braço.


   - Mas professor...


   - Pegue!


   Ele segurou o braço de Dumbledore, olhou para Lupin que ainda encarava o outro com a varinha apontada.


   - É uma pena não termos tido tempo o suficiente para conversar – disse.


   - Nos falaremos pelo quadro, dia primeiro...


   - Ah, não será necessário, se você quer respostas, eu descobri uma pessoa que pode lhe entregar – disse Dumbledore.


   - Quem?


   - Volte para o mundo dos vivos, encontre Alberto Toothil – disse ele – a qualquer momento, não sei se será tão agradável...


   - Quem é Alberto? Onde o encontro?


   - Pergunte a Morgan...


   E no instante seguinte ele viu a visão da floresta desaparecer junto com Dumbledore, Lupin e Merlim. Ele começou a sentir uma sensação estranha, como se estivesse voando, de repente sentiu como se tivessem lhe dado um soco bem na boca do estomago, e enfim acordou na Toca de novo, sem ar pelo soco. Sua cabeça doida muito, ele estava suando. Abriu os olhos, estava exausto. Era noite ainda, Gina e os outros dormiam profundamente, agradeceu muito por não terem mexido nele enquanto dormia.


   Será que ele tinha ido mesmo ao mundo dos mortos? Será que não tinha sido apenas um sonho? Quem era Alberto Toothil? “Ele lhe entregará as respostas”. “Onde o encontro?”, “Pergunte a Morgan”, as palavras ficaram se repetindo em sua cabeça sem parar. Ele ainda não sabia se tinha sido um sonho, mas se foi, tinha sido o sonho mais real de sua vida. Ele adormeceu novamente com a cabeça doida ainda pensando em Alberto Toothil.


 


   Os últimos dias na Toca foram realmente divertido. Gui, Carlinhos, Sr. Weasley, Fleur, Percy e Audrey tiveram que voltar ao trabalho alguns dias depois. Rony, Hermione, Gina, Ted e Jorge não. Tinham conseguido prolongar a estadia na casa por mais uma semana, e Harry, como prometido a seu amigo, aceitou a participar de uma partida de quadribol na toca.


   De um lado ele era o apanhador, na artilharia Gina e Alvo, Tiago era o batedor, e a jovem Molly era a goleira. No outro time Ted era o apanhador, na artilharia Rosa e Victoire, Jorge era o batedor e Rony o goleiro. Hermione e Dominique se apressaram a dizer que apenas assistiriam ao jogo.


    Bolas enfeitiçadas e o jogo começou. Foi uma das partidas mais engraçadas do século. Jorge acertou um balaço muito forte em Gina que a fez desabar da vassoura. A mulher ficou uma fera e ameaçou lançar azarações no irmão. Ted era realmente bom, não exatamente, ele usava seu poder de metamorfomago para conseguir uma vantagem sobre Harry. Como sempre a família Weasley continuava contribuindo muito bem para jogadores de quadribol, até mesmo Rosa que ele achou que seguiria a mãe e não jogaria quadribol era uma boa jogadora. No final, depois de muita discussão, muita ameaça de lançarem feitiços de azarações, o jogo terminou com uma excelente captura de Harry, que conseguiu receber vários aplausos por isso.


   - Você não perde o jeito mesmo hein, continua sendo tão bom quanto antes – comentou Rony quando estavam voltando para a casa com as vassouras nas costas.


   Ele não tinha contado a Rony, nem a Ted, nem a ninguém sobre seu sonho com o mundo dos mortos, acreditava que isso podia causar pânico aos amigos, e, além disso, ele nem sabia se o que vira no sonho era realmente verdade.


   Ted e Victoire apesar de jogarem no mesmo time aquele dia não se falavam, estavam mais afastados do que nunca, o que preocupava muito a Sra. Weasley, mas ele sabia que no final os dois iam acabar se entendendo, de um jeito ou outro, tinha tido experiência o suficiente com Rony e Hermione para saber muito bem disso.


   Enfim o dia de voltar para Hogwarts chegou, e para alegria de Rony, ele não ia precisar levar os outros de carro para a estação de King’cross.


   - Finalmente você concordou comigo não Mionezinha? Vamos aparatar! – disse ele naquele dia.


   - Ninguém vai aparar Ronald – disse ela seria – sabe que não podemos nos revelar aos trouxas.


   - Sugere que vamos como então? – perguntou Harry.


   - Nôitibus é claro.


   - Nôitibus! – exclamaram os dois ao mesmo tempo.


   - Vocês não vão ter que dirigir pelo menos – disse Gina rindo aprontando Alvo e Tiago para a ida.


   Eles não conseguiram convencer as duas de usarem a aparatação para chegar à estação, então derrotados, saíram junto com Alvo, Tiago, Fred, Dominique, Molly e Victoire para a estradinha mais perto da Toca.


   Mais perto era apelido, pois eles andaram por umas duas horas até chegarem numa estrada aparentemente deserta. Rony estendeu a varinha com a mão e com um brilho repentino um ônibus roxo berrante de três andares, apareceu à frente deles. Harry não sabia ainda exatamente quantos Nôitibus existiam no mundo bruxo, mas por incrível que pareça o cobrador que apareceu a porta do ônibus era um velho conhecido.


   - Bem vindo ao Nôitibus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos. Meu nome é Stanislau Shunpike, e serei seu condutor hoje...


   - Nós já conhecemos o ônibus – disse Rony mal humorado subindo.


   - Lalau! – exclamou Harry.


   O bruxo agora estava mais velho, não tinha mais as espinhas no rosto, parecia normal...


   - Harry Potter? – perguntou Lalau o observando – pelas barbas de Merlim, é você mesmo, entre logo...


    O bruxo começou os ajudar a carregar os malões para dentro do Nôitibus, não havia nenhum bruxo a bordo, nem nenhuma cama, provavelmente porque as camas só apareciam no ônibus quando estava de noite.


   - Para onde vamos Potter? – perguntou quando estava tirando ticket para cada um deles.


   - Para Londres, na estação de King’Cross.


   - Estudantes de Hogwarts então – disse Lalau olhando para os outros atrás dele – são cinco galeões e três sicles para vocês.


   Harry pagou para tomo mundo.


   - É melhor se sentarem – advertiu o condutor dando dois socos no vidro – manda ver Ernesto.


    Um baque soou debaixo do Nôitibus, e no instante seguinte ele se sentiu achatado contra o banco, atirado para trás pela velocidade do ônibus. Ele se endireitou, Lalau o observava atentamente.


   - O que anda fazendo da vida Potter, soube que foi despedido do seu emprego do Ministério – perguntou o bruxo.


   - Ele não foi demitido – se apressou a dizer Rony quando viu Alvo e os outros olharem Harry confuso – foi apenas afastado, coisa temporária.


   - Vocês não contaram por que o tio Harry foi afastado do Ministério – comentou Victoire achatada num banco.


   - Eu vi que estão pegando no pé dele – comentou Molly também – quase toda semana sai alguma coisa no profeta.


   - Mas vocês não precisam ler as bobeiras que o profeta diário diz – indagou Rony – sabe que esse jornal só escreve besteiras.


   - Verdade – disse Harry.


   - Eu não acredito muito neles também – confessou Lalau.


   A Nôitibus fez uma curva fechada e todos foram lançados contra a janela. O resto da viajem foi realmente desconfortável, porém, muito mais rápida que a viajem de carro. Eles haviam pegado o Nôitibus às seis horas da manha, e chegaram em King’cross as dez e meia, o Expresso de Hogwarts saia as onze horas da manhã.


   Depois de uma longa despedida, os jovens estudantes embarcaram no grande trem deixando ele e Rony para trás. Lentamente o trem foi sumindo e novamente ele se sentiu como se tivesse sido roubado, e desapareceu na curva deixado-os novamente sozinhos.


 


   O bruxo estava sentando numa poltrona olhando para a lareira. Estava sozinho em silencio. Era dia, contudo o aposento estava escuro, a única fonte de luz era da chama da lareira. Ele estava com a mão no queixo, meio curvado, pensativo. A porta do aposento se abriu e uma mulher entrou.


   - Então? – perguntou.


   - Falamos com o Bartok – disse a mulher – ele tem um plano.


   - É um bom plano?


   - Com certeza – disse ela – Potter não terá escolha, irá cair como um rato numa ratoeira.


   - Isso é ótimo – disse o bruxo – diga a Bartok que eu quero encontrá-lo o mais rápido possível, temos que discutir esse plano.


   - E Avalon? – perguntou a mulher – não podemos desistir, não podemos jogar todas as nossas fichas naquele... garoto!


   - Ele é talentoso, e alem disso... ele confia muito no Bartok.


   - Eu sei Edgar, mas quanto antes...


   - Não precisa ter presa Bella, vamos ser cautelosos, não vamos cometer os mesmos erros de antes.


   - Claro que não – disse ela.


   - Temos que confiar um pouco nos nossos aliados vamos ver o que Bartok pode fazer – disse ele – e vamos esperar noticias de Glover também, podem ser boas.


   - Está bem, vou esperar.


   Edgar ficou quieto olhando para as chamas ainda pensativo, depois se levantou sorridente olhando para Bellatriz.


   - Estamos quase lá – ele conjurou uma pequena mesa com dois copos e uma garrafa no centro – conhaque?


   - Claro.


   Ele serviu dois copos, depois pegou um para ele e estendeu um para ela.


   - Vamos brindar ao Lord das Trevas – disse o bruxo.


   - Ao Lord!


   Brindaram e beberam, felizes, rindo sem parar de seus futuros planos.

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