A bicada da Fênix




   Apenas eles estavam ali, sozinhos, os dois, olhando para o céu estrelado daquela véspera de natal fria. Não nevava nesse momento, mas o frio era intenso. Ted olhou para seu padrinho confuso, não sabia se ele era a pessoa certa para se abrir.


   - Você tem estado quieto desde de o baile – disse Harry sorrindo sem olhá-lo – por que? O que está lhe incomodando?


   - Estou bem – respondeu o outro.


   - Não, não está – ele olhou para Ted – sei quando algo te perturba, está igual quando descobriu que conseguia mudar a cor do cabelo.


   - Aquilo realmente me apavorou quando eu era pequeno – riu ele – pensei que tinham me lançado alguma maldição ou algo do tipo.


   - Você ficou desesperado – Harry balançou a cabeça – foi engraçado...


   Eles se olharam, riram mais um pouco, depois ficaram quietos olhando para o céu.


   - Quando eu tinha... um padrinho, eu gostava de compartilhar as coisas com ele, mesmo sendo ruins ou boas.


   Ted apenas se acomodou melhor na grama.


   - Você viu alguma coisa estranha, ou sofreu algum ataque? – perguntou olhando-o – todo mundo ta reparando isso, você não está sendo o Ted de antes.


   - Estou bem, só estou pensando na vida – respondeu ele – não se preocupe.


   - HARRY, PODERIA VIR AQUI POR FAVOR, QUERIDO? – a Sra. Weasley tinha aparecido na porta da casa.


   - CLARO – berrou se levantando, antes de caminhar até a casa olhou para seu afilhado – melhore seu animo, qualquer coisa eu estou aqui, pode contar comigo – ele começou andar, mais parou novamente – Victoire está chateada com você, ela disse que você não falou com ela desde de que ela chegou de Hogwarts, vocês brigaram?


   Ted virou o rosto para ele.


   - Não briguei com ninguém – disse.


   - Verdade? – disse sorrindo – mas é estranho você e ela são tão grudados... e não se falaram nada até agora.


   O outro não respondeu, voltou a encarar o céu como se estivesse refletindo sobre algo.


   - HARRY – voltou a chamar a voz alta da Sra. Weasley.


   - Já estou indo!


     Dentro da casa havia uma aglomeração de gente, Weasley para todo o lado. Jorge sentado ao lado de Fred e Tiago conversando sem parar com os garotos, Gina, Hermione e a Sra. Weasley estavam na cozinha, provavelmente preparando alguma cosia gostosa para comer na ceia de Natal. Uma vez ou outra, pequenos vultos de cabelos vermelhos passavam correndo de um lado para o outro, eram os pequenos Weasley, os mais jovens, Louis filho de Gui, irmão mais jovem de Victoire e Dominique, ele se parecia muito com o pai, Lucy filha de Percy, lembrava um tanto a mãe, e Roxanne filha de Jorge, muito parecida com a mãe. Esses pequenos eram mais terríveis do que Tiago e Fred juntos, deixavam a Sra. Weasley uma fera quando estavam juntos.


   Victoire, Dominique, Alvo e Rosa estavam no terceiro andar da casa, no antigo quarto de Rony, o Sr. Weasley estava com eles, e queria mostrar a seus netos um jogo trouxa que ele tinha aprendido com Hermione.


   - É um jogo de cartas – ia dizendo ele – muito engenhoso, é como um Snap Explosivo, só que no estilo trouxa.


   - E como joga? – perguntou Victoire de bruso na cama olhando atentamente o avô que estava sentando no chão com as pernas cruzadas.


   - É bem simples... – e começou a explicar para menina como se jogava, enquanto Alvo acabava de achar o velho jogo de xadrez de Rony.


   - Xadrez de bruxo – comentou Rosa quando o garoto puxou o tabuleiro – raros de encontrar hoje em dia.


   - Sabe jogar?


   - Claro que sei.


   - Vamos apostar um galeão que eu ganho de você?


   - Está me intimidando, Alvo?


   - Eu joguei xadrez de bruxo lá em Hogwarts – contou ele dando as peças pretas para a menina – e ganhei de todo mundo.


   - Não jogou comigo – disse ela.


   - As brancas jogam primeiro...


   - Sei disso querido – a menina agora arrumava suas peças.


   E enquanto os dois se aprontavam para jogar o Xadrez, Victoire, Dominique e o Sr. Weasley se divertiam com o jogo trouxa.


   - AHA, viu só, ganhei! – exclamou o homem dando um salto do chão.


   - Ah não vô, você está usando magia escondido ai – protestou Dominique indignada.


   - Não me venha com essa, só porque é a terceira vez que eu ganho!


   - O vovô não está roubando Nique – disse Victoire pegando o baralho de novo e começando a embaralhar.


   Lá em baixo, Harry, Gui, Rony e Carlinhos tinham sido os escolhidos para levar a grande mesa pro lado de fora da casa.


   - Mamãe é doida, armar a mesa aqui fora, nesse frio! – disse Rony quando passavam pela porta da Toca com dificuldade.


   - Não seja tolo maninho, podemos dar um jeito nisso – disse Carlinhos agora que estavam lá fora.


   - Podemos usar a magia de escudo em volta da casa, pra prender o ar aqui – comentou Gui olhando para cima na escuridão e analisando o lugar – acho que da certo, que você acha Carlinhos?


   - Da sim, vamos fazer isso – disse o irmão.


   Os dois soltaram a mesa, quase fazendo Harry e Rony derrubá-la, e saíram murmurando feitiços em volta da casa. Ted que ainda estava sentado no jardim os viu.


   - O que estão fazendo? – perguntou caminhando até eles.


   - Trazendo essa mesa aqui pra fora – disse Rony colocando delicadamente a mesa no chão junto com o outro.


   - Vamos comer aqui? – exclamou Ted.


   - Carlinhos e Gui disseram que vão dar um jeito de esquentar o ar – disse Harry agora que os três estavam voltando para dentro da casa para pegar pratos, talheres e copos.


    Jorge agora contava piadas para Tiago e Fred, os três estavam com os olhos cheio de lagrimas de tanto rirem.


   - Na audiência, o ministro falou, “O senhor é acusado de ter partido uma cadeira na cabeça do seu vizinho!” e o acusado respondeu, “ Sim, Ministro! Mas a minha intenção era só de partir a cabeça dele e não a cadeira!” – contava chorando de rir.  


   - Por que vocês não vêm ajudar a gente? – perguntou Rony os olhando de esguelha.


   - Porque estamos ocupados Ronyquinho – retrucou Jorge.


   - Contando piadas!


   - Ora, e quer que eu me ocupe com algo melhor que isso?


   - Nos ajude a por a mesa!


   - Ah, cai fora – Jorge virou a cara ignorando o outro e voltou a sua seqüência de piadas com Tiago e Fred.


   - Por que só nós temos que trabalhar? – resmungou Rony para Harry e Ted, que estava ajudando eles agora.


   - Não é só a gente, Rony, elas – disse Harry apontando para Gina, Hermione e a Sra. Weasley – também estão trabalhando muito.


   - Elas são mulheres, nós homens devíamos estar fazendo outra coisa – disse ele.


   - O que, por exemplo?


   - Sei lá, podíamos jogar quadribol, a tempo que não fazemos isso.


   - Está escuro, e frio.


   - Hora vamos Harry, você nunca disse não a uma partida de quadribol.


   - Mas agora não dá, outra hora, amanhã.


   - Eu topo – disse Ted.


   Os três agora estavam do lado de fora de novo. Por incrível que pareça o ar agora estava quente como se fosse verão, Gui e Carlinhos eram muito bons nisso.


   - GANHEI!


   Rosa havia acabado de dar um belo xeque-mate em Alvo. O garoto estava boquiaberto olhando para o tabuleiro não acreditando no que via.


   - Não espere, eu posso mexer o rei pra cá...


   - Não, você perdeu, não me coloque lá, não está vendo o bispo dela, ele vai me matar – gritou a peça do rei de Alvo.


   - Não acredito – disse ele abaixando a cabeça, a garota começou a rir.


   - Não sei jogar é? Tem que aprender muito ainda Alvinho – disse ela se levantando – me deve um galeão!


    - Que tal uma melhor de três? – sugeriu ele tirando uma moeda de ouro do bolso e entregando a ela.


   - Você adora perder dinheiro não é – disse se sentando – mas eu topo.


   - Não vá achando que vou te dar chance dessa vez.


   - Não preciso que você me de chance!


   - GANHEI, GANHEI, GANHEI! – Dominique levantara do chão dando saltos de alegria quando viu que finalmente havia conseguido derrotar Victoire e o Sr. Weasley – vocês não são de nada! Viram só! Peguei o jeito desse jogo, vai ser uma vitória atrás da outra agora.


   - Não diga besteiras Nique – disse Victorie embaralhando o baralho de novo.


    Uma hora depois, quando era quase meia noite, Percy, Angelina, Audrey, Fleur, Hugo, Lílian e Molly apareçam na casa, eles tinham ido ao Beco diagonal comprar mais presentes, e para a surpresa de todos, eles trouxeram junto com eles uma visita inesperada. Luna, com seu marido Rolf, e seus dois filhos Lorcan de dez anos e Lisander de oito.


   - Luna! – exclamou Gina na mesa hora que viu a menina loira indo correndo abraçá-la – eu estava com tantas saudades de você... quanto tempo... onde esteve? Não nos vimos no baile... a Luna! – ela apertava a mulher sem parar.


   - É bom ver você também – disse ela meio sufocada pelos abraços da ruiva.


   - Ah, venha, a Mione está ali também – ela puxou a bruxa para a cozinha – venha também Angelina, Audrey? – e as quatro desapareceram.


   - Noite Rolf – cumprimentou Harry que estava de pé junto a Rony, Gui, Carlinhos e Ted.


   - Noite Potter – cumprimentou o homem – e... Weasleys.


   - Noite.


   - Onde está o papai, Rony? – perguntou Percy.


   - Acho que está lá em cima com a Rosa e os outros – disse ele observando Fleur correr até Gui e o abraçá-lo.


   - Preciso falar com ele – Percy fez sinal para Hugo, Lílian e Molly o seguirem – venham, os outros estão lá em cima, venham também vocês – disse fazendo sinal para os filhos de Luna.


   Então todos eles subiram escada acima e desapareceram. Fleur agora estava indo para o lado de fora da casa junto com Gui. Harry caminhou um pouco ali na sala.


   - Como vão coisas no Ministério Rolf, muito trabalho? – perguntou.


   - Um pouco sabe – respondeu ele.


   - Sente-se – pediu Rony.


   - Obrigado – disse se sentando.


   - Ouvi dizer que o Ministério teve alguns problemas com Quimeras no fim do mês passado – comentou Carlinhos.


   Harry, Rony e Ted se entreolharam.


   - Tivemos sim, criação de Quimeras ilegais na escola de Avalon – contou Rolf – devo dizer que o Ministro vai se dar muito mal por isso.


   - Por isso o que? – perguntou Harry interessado.


   - Bom, desde aquela missão dos aurores no fim de novembro, o Ministro sabia da existência das Quimeras – o homem se arrumou um pouco no sofá e baixou a voz – e bem, ele não havia contado a ninguém e o Glover da Ordem de Merlim descobriu que ele estava tentando abafar o caso, um ponto a menos para o Ministro.


   - Como ele descobriu?


   - Deve ter seus meios não é? – riu Rolf – aposto que ele tem uns espiões no Ministério.


   - A ordem está cada vez mais intervindo no nosso mundo – comentou Carlinhos colocando a mão no queixo – antigamente não era assim, não sei o que está dando neles, antes não faziam nada.


   - Vai ver querem mostrar serviço – chutou Rony.


   - Se eles realmente não trabalhavam antes, pode até ser – concordou Carlinhos.


   - Tenho quase certeza de que o cargo do ministro vai cair no dia da audiência – disse Rolf.


   - Acha mesmo? – perguntou Harry secamente – então deve achar que eu vou ser mandado para a prisão também.


   - Não é bem isso, o Ministro tem estado dando muitos furos – disse ele – em deixar um bruxo interrogar Edgar quando ele estava preso, em deixar a escola de Avalon quase ser invadida por bruxos das trevas, em querer esconder o fato de Mirabella ter Quimeras na escola com todos aqueles alunos lá...


   - Mirabella também vai ser punida por causa das Quimeras? – interrompeu Ted que até então estava quieto.


   - Claro, não? Criação ilegal é crime – disse Rolf – ela vai perder o cargo de diretora.


   Ted olhou diretamente para Harry e Rony, e os dois entenderam.


   - Mas se ela sair do cargo de diretora, quem vai substituí-la? – perguntou Harry.


   - Eu é que sei?


 


  - Ganhei de novo!


   Pela terceira vez seguida, Rosa fechara Alvo com um belo xeque-mate. Ela era muito boa no xadrez, provavelmente tinha herdado os genes do pai para esse jogo. O outro estava de cara amarrada, não tinha ganhado nenhuma vez da menina. Victoire, Dominique agora jogavam o jogo de cartas trouxa com Lorcan, Lisander, Hugo, Lílian e Molly. O Sr. Weasley e Percy tinham saído do quarto para resolver um assunto de trabalho.


    Enfim, quando já era quase meia noite, a Sra. Weasley com todas as mulheres da casa começaram a levar comidas e bebidas para a grande mesa do lado de fora. Estava bem agradável lá, parecia que estavam em pleno verão.


   A família toda começou a se reunir na grande mesa que mais parecia com aquelas do salão principal de Hogwarts, para comemorar a chegada do Natal. Luna e Rolf haviam concordado em ficar ali e passar com eles esse bom momento. Na mesa quando estavam todos postados confortavelmente, o Sr. Weasley pegou uma taça e ergueu ela bem alto.


   - Feliz Natal a todos! – disse.


   - Feliz Natal! – repetiram o coral de vozes.


   E então eles começaram a se servir. Havia todo o tipo de comida, as mulheres tinham preparado um bom cardápio para a ceia de natal. Rony e Ted pareciam uns dragões comendo, como se não comessem há dias eles começaram a devorar tudo que tinha pela frente, o mesmo fazia o pequeno Fred e Tiago.


   - Cara isso está delicioso – elogiou Rony – foi você quem fez Mionezinha?


   - Todas nós é claro – disse ela feliz.


   - Vocês são feras mesmo quando o assunto é fazer comida – comentou Ted.


   - É bem melhor que a comida dos elfos de Hogwarts – comentou Fred, mas ele não devia dito isso, na mesma hora sua tia lhe lançou um olhar ameaçador.


   Rony percebendo isso fez sinal para Ted ao seu lado, se levantar e ir para outro lugar. 


   - Fique sabendo Fred que os elfos da escola trabalham muito bem por não receberem salário algum – disse Hermione secamente.


   - Salário? – repetiu o garoto – são elfos oras, não precisam de salário.


   - É isso que você pensa? Quem te ensinou isso, seu pai? – ela olhou para Jorge.


   O mesmo deu uma disfarçada e começou a fingir que conversava com Carlinhos. Harry não querendo presenciar uma discussão sobre elfos domésticos, sobre a F.A.L.E, que Hermione ainda apoiava rigorosamente, decidiu se juntar a Ted e Rony. Mal tinha se levantado quando sentiu um puxão em suas vestes, era Tiago.


   - Pai...pai... eu tenho uma coisa pra te conta que aconteceu na escola – disse ele – um aluno falando com um fantasma na floresta negra...


   - Legal Tiago, porque não vai dar uma espiada em Lílian pra mim – disse Harry sem dar atenção ao garoto.


   Ele estava mais interessado em conversar com Rony e Ted sobre Avalon, coisa que não tinha feito ainda porque estava perto demais de Rolf.


   - Mas pai... – disse o garoto quando ele se afastou – a Lílian ta ali.


   - Desistiu também? – perguntou Rony – Hermione continua obcecada por elfos, eu queria ter um sabe, mas ela disse que teríamos que pagar salário pra ele, e nem morto eu pagaria.


   - Elfos às vezes podem ser terríveis – comentou Ted – os que não tem dono é claro.


   - Queria que um dia um elfo atasse ela, pra ela perceber que eles não são como bichinho de pelúcia – comentou o ruivo.


   Harry riu.


   - Deixe eles discutirem – disse – vamos aproveitar que estamos aqui sem ninguém para nos interromper, então, vocês também não acharam muito estranho o fato de que Mirabella poder ser demitida do cargo de Avalon?


   - Estranho é pouco – disse Ted na mesma hora – é obvio.


   - Sabe o que eu acho cara – disse Rony olhando para Harry – to achando que o Glover tem algo com o Edgar, quero dizer, tudo que ele faz beneficia o Edgar!


   - Tem razão, ele conseguiu me tirar do ministério e isso ajudou muito Edgar, e agora se Mirabella sair do cargo de diretora...


   - Glover pode mandar colocar algum espião em Avalon, a mando de Edgar – disse Rony ficando horrorizado.


   - Exatamente – disse Harry estralando os dedos – se isso acontecesse à escola ficaria totalmente desprotegida.


   - E os bruxos das trevas poderiam ir lá facilmente para pegar o que queriam – disse Ted.


   - Temos que impedir isso, se existe algo de bom lá, isso é mal pra gente, e agora que não existem Quimeras de guarda no lago... – Harry balançou a cabeça com raiva – eles conhecem uma maneira de trazer Voldemort de volta... temos que impedir isso.


   - Mas como? Estamos em desvantagem – disse Rony.


   - Só existe uma chance – disse ele olhando o amigo – a audiência, temos que dar um jeito de Mirabella não ser expulsa.


   - E Kin também não – disse o outro – senão teremos um bruxo das trevas no cargo do Ministro também.


   - Isso é mal, isso é mal – disse Harry andando de um lado para o outro.


   Na grande mesa, gargalhadas não paravam de soar.


   - Mirabella não pode perder o cargo, nem o Kin, e eu não posso ser preso – começou a mentalizar – o Matthew Marsden vai me ajudar, mas só ele? Que isso vai adiantar, preciso falar com ele.


   - Tem a Morgan – disse Ted – ela pode te ajudar também.


   - Claro que não, ela parece não gostar muito do Ministério também.


   - Harry, não lembra o que ela disse lá no ministério? – perguntou Rony – disse que iria falar com esse tal Matthew...


   - Acha que ele falou alguma coisa pra ela? – perguntou olhando o amigo.


   - Parece que você confia nele não é? Você e Kin, sempre falam dele, acho que ele pode ter falado com ela sim.


   - Talvez... AI!


   Uma dor tremenda veio de seu ombro, ele havia entrado em chamas, Rony e Ted arregalaram os olhos, mas as chamas mudaram e formaram um passaro, não um passaro qualquer, um conhecido, uma fênix. Ela estava sentada em seu ombro.


   - Fênix? – exclamou Rony olhando-a admirado.


   - Você é Fawkes? – perguntou Harry ainda sentindo uma pequena dor no ombro por causa das chamas.


   A fênix deu uma leve bicada em sua orelha em concordância, e ele sentiu um calor tremendo com isso. Sentiu felicidade, sentiu uma coisa dentro de si que era inexplicável, como se ele pudesse fazer tudo nesse momento, como se todas as coisas tivessem se resolvido, foi algo parecido com a poção Felix Felicis. Fawkes estendeu uma das patas onde tinha uma carta.


   - O que é? – pegou abrindo a carta.


 


   Harry Potter

  Estou repassando a mensagem de uma pessoa. Encontre-me no meu cabinete em Hogwarts no primeiro dia de Janeiro. Dumbledore apareceu no quadro dizendo querer falar com você. Dia primeiro, às oito horas da noite, não se atrase, use a rede de pó de flu.
Feliz natal
Atenciosamente
Filius Flitwick


 


PS: Essa é a fênix de Dumbledore, ele mesmo a chamou através do quadro, incrível não? Não podem interceptar cartas mandadas por fênix.


   No momento seguinte a dor em seu ombro voltou. Fawkes pegara fogo novamente e sumira. A Sra. Weasley ao longe deu um grito.


   - PAREM DE BRINCAR COM FOGO VOCÊS.


   - O que diz a carta? – perguntou Rony interessado.


   - Dumbledore quer me ver – disse.


   - Dumbledore está morto!


   - Tem um quadro dele na escola na qual posso falar com ele – explicou Harry.


   - Tinha me esquecido.


   - O que acha que ele quer? – perguntou Ted.


   - Não sei – disse o padrinho – mas sei que estou com fome, vamos comer?


   - Desde que não estejam tendo discussões sobre elfos – disse Rony.


    E os três voltaram à mesa, pela sorte deles não estavam discutindo nada sobre elfos, Hermione provavelmente ganhara a discussão, pois ela estava com um sorriso no rosto conversando alegremente com Luna.


   - Me lembro de ter visto a Lilá sim – dizia Luna a ela.


   - Ela se juntou a nós – contou Hermione – aquela vaca, ainda deu em cima do Rony, só faltou chamar ele de Uon-uon – Angelina e Gina que estavam ali perto riram.


   - Ela não me chamou de Uon-uon, chamou? – perguntou Rony preocupado.


   - Você enche a cara e agora não se lembra? – riu Harry.


   - A cala a boca Harry.


    Ted começou a sentir inveja da conversa deles. Deviam ter se divertido muito naquele baile. Sentiu remórcio de si mesmo por ter se excluído de todos e perdido de ver Rony bêbado.


   - E você, e você? Nem sabia dançar!


   - Cala boca Rony!


    Ele caminhou até uma parte da mesa onde tinha uma jarra de suco de abóbora para pegar um pouco para si...


   - Ei!


   Sem olhar para onde andava só atento a conversa de Rony e Harry, Ted se esbarrou em Victoire, a garota o olhou intrigada.


   - Está vivo ainda é? – disse ela o analisando.


   - Estou – respondeu sem olhá-la passando por ela.


   - Nossa, por que esse mau humor todo?


   - Não estou de mau humor – disse colocando suco de abóbora em seu copo.


   - Pare com isso Ted, é por causa daquelas cartas... olha... eu estava brincando quando disse que ia me afas...


   - Porque não se afasta de uma vez?


   A garota o olhou como se tivesse levado uma bofetada na cara.


   - É o que vou fazer mesmo seu grosso – disse ela – olha Ted, eu consigo te suportar, eu agüento tudo que você faz, mas você tem dado muita mancada, furúnculos? Coitado do Erlian, ele está morto agora sabia! E o Roran? Nunca fez nada pra você, brincadeira infantil...


   - Foi uma brincadeira...


   - Não, tudo bem... mas depois aquelas cartas que você começou a mandar, querendo fazer eu brigar com ele...


   - Eu não confio nele Vic, ele é da Sonserina...


   - E daí?


   - Já viu alguém da sonserina ser gentil? Nunca passou na sua cabeça que ele possa estar fingindo...


   - Essa é a coisa mais absurda que você podia dizer, eu conheço ele há sete anos, SETE, pare ser infantil Ted!


   - Não estou sendo infantil, só realista.


   - Não vou perder um amigo porque você quer...


   - Acho que ele é mais do que um amigo – disse secamente.


   Ela não respondeu.


   - Está sendo idiota Vic!


   - VOCÊ ESTÁ SENDO IDIOTA – gritou ela.


   A maioria dos que estavam na mesa viraram seus olhos para eles.


   - VOCÊ... VOCÊ... NÃO FALE MAIS COMIGO... NUNCA MAIS... NÃO OLHE MAIS PARA MIM... ME ESQUEÇA! – ela se virou ardendo de raiva correndo para dentro da casa.


   - NÃO PRECISA PEDIR DUAS VEZES – gritou ele em resposta. 


   - Mas o que está acontecendo aqui? – a Sra. Weasley veio correndo até ele confusa.


   - Nada Sra. Weasley – disse pegando seu copo – feliz natal – e saiu caminhando para longe.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.