Dias Comuns




  Estavam ali, bem no meio daquela sala azul esquisita do Ministério. Kingsley, Francis e o outro bruxo estavam sentados numas cadeiras e os encararam quando eles saíram do armário.


   - Enfim voltaram! – exclamou Kin se levando na mesma hora – como estão... o que... – o homem parou de falar e começou a analisá-los.


   Harry, com seu corpo grandalhão estava com as roupas tudo suja, uma parte dela no braço estava rasgada devido à corda que tinha apertado ele, Rony estava no mesmo estado. Ted estava com uma parte da roupa rasgada também, o cabelo todo bagunçado, seu rosto estava sujo, havia um pouco de grama verde na boca.


   - Eram impostores – disse Harry ainda meio zangado com aquela mulher ruiva, Morgan – o casal Emeth, não era eles.


   - Não diga bobagens Emilio – riu Francis se levantando também fazendo uma expressão assustada.


   - Não é bobagem – disse uma voz atrás deles.


   Não era exatamente o que ele imaginava, mas Morgan Wilson havia cumprido a promessa dela de segui-los, ela estava ali, bem à frente da porta do armário agora, com suas vestes vermelhas e um sorriso no rosto.


   - Alto! Quem é você? – Francis e o outro bruxo da sala apontaram a varinha para a mulher no mesmo instante.


   - Não se incomodem com as varinhas – Morgan apenas fez um movimento com a mão, e elas saíram voando para trás – perdoe a minha falta de educação – disse para os dois bruxos que ficaram impressionados – Ministro estou aqui para lhe informar a data de sua audiência com a Ordem de Merlim.


   Kingsley arregalou os olhos, Harry o olhou espantado.


   - Que dia será? – perguntou o homem.


   - É... – Morgan fez outro movimento e conjurou um papel – eu Morgan Wilson como sub-chefe da corte internacional da Ordem de Merlim...hum...pulamos essas baboseiras...é...dia vinte e cinco de janeiro.


   - Ah...bom obrigado


   - Avise o Potter que a audiência dele será dia vinte cinco também – disse ela – estou de saída, não posso me demorar aqui, tenho que encontrar Matthew... até breve – a mulher deu uma piscada para Ted antes de virar para o armário, entrar nele e desaparecer.  


   - Essa ordem de merlim, cada vez se intrometendo mais nos assuntos do Ministério – rosnou Francis indo pegar sua varinha no chão.


   - Vocês, venham comigo – Kingsley fez sinal para os três o seguirem.


   Eles saíram da sala de onde estavam deixando os dois bruxos lá dentro resmungando sem parar pela de falta de educação da mulher, e se dirigiram a uma outra sala ali perto, completamente vazia.


   - Então, o que aconteceu, por que estão assim?


   - Foi uma emboscada – começou a contar Ted – o tio Harry e o Rony ficaram para procurar coisas estranhas, enquanto eu e os Emeths íamos pro castelo, só que o casal estuporou eu e a diretora!


   - Parece que o Edgar conseguiu o código – disse Harry – e ele está infiltrado aqui no Ministério...


   - E apareceu um monte de lobisomem, Greyback, e o Edgar em pessoa – disse Rony.


   - E o casal Emeth não eram eles – continuou Harry.


   - Eram Bellatriz e Lucio Malfoy – especificou Rony.


   - Bellatriz? – repetiu Kingsley.


   - Ela mesma.


   - Achei que você tinha destruído a Horcrux dela...


   - Ela deve ter voltado antes de eu destruir a Horcrux.


   - Estamos em uma encrenca maior agora – comentou o Ministro.


   - Maior mesmo! – disse Rony fazendo uma careta – eu os ouvi falarem sobre o regresso de você-sabe-quem.


   - De novo – acrescentou Harry.


   - E o que mais aconteceu?


   - O Edgar amarrou eu e o Harry...


   - Ele disse que ia matar a gente...


   - Então o Greyback foi procurar alguma coisa na floresta...


   - Só que ele acabou achando as Quimeras da Mirabella...


   - Três...


   - Ai começaram a lutar com os bichos...


   - Uns lobisomens morreram...


   - O Edgar conseguiu vencer uma...


   - Foi então que Morgan apareceu bem na hora que o Greyback fugiu...


   - E lutou com o Edgar de igual – começou a dizer Ted também.


   - E então Edgar, Bellatriz e o Lucio fugiram para o armário – disse Harry.


   - E ela não deixou a gente ficar lá, e nos mandou de volta pra cá – terminou Rony.


   - Mas como... o casal Emeth... – começou Kin.


   - Poção troca de corpos – explicou Harry – foram eles que conseguiram fazer a da corte do Ministério aprovar o uso dela, dizem que era parte do plano.


   - Muito esperto.


   - Em todo caso, o que o Edgar queria está no lago de Avalon, foi o lugar onde Greyback foi procurar, e achou as Quimeras.


   - Podia ser em qualquer outro lugar – indagou Rony.


   - Hagrid contou que as Quimeras guardam o lago, então é lago – ele andou até a porta pra sair – o Edgar é muito esperto, provavelmente ele tem um armário do código em algum lugar por ai, acho que foi assim que ele chegou lá na escola... – deu um suspiro – enfim, fiquem de olhos abertos, enquanto eu não me safar da culpa naquela audiência não posso fazer muita coisa.


   - Você não vai receber a culpa – comentou Kingsley – o Marsden é da corte, vai fazer o possível para ajudar a gente.


   - É o que eu espero, a gente se vê, Rony, Ted – ele deu um sorriso pros dois, depois saiu da porta.


   - Ei, espera, vou com você, tenho que checar se está tudo ok com seu corpo – ouviu-se a voz de Rony.


   - Vão me deixar aqui agora – resmungou a voz de Ted quando a porta se abriu atrás de Harry revelando o ruivo correndo atrás dele e o garoto aparecendo logo depois.


 


    Dizer que Alvo tinha ficado triste com a partida de seu pai sem se despedir, foi pouco, ele tinha ficado realmente bravo. Os deveres que estavam lhe atolando lhe deixaram ainda mais irritado. Tiago ao contrario dele não sentiu muito com a partida do pai, pior, conseguiu se meter em uma detenção com a professora McGonagall uma semana depois. Victoire enfim estava ficando com Roran, finalmente, segundo sua irmã Dominique, que não perdia uma oportunidade de falar que o garoto era mil vezes melhor que o Ted. Rosa não tinha gostado nem um pouco da atitude da prima.


   - O Ted sempre te apoiou, imagine como ele vai ficar quando descobrir isso! – dizia ela.


   - Ele é muito criança Rosa, tem que aprender a ficar mais maduro – respondia Victoire.


   Sem sucesso em fazer a prima voltar com Ted, ela voltava a sua rotina de estudos junto com Alvo. Molly estava ficando pirada, estudava o tempo todo, dizia que era por causa dos N.O.M.s, Fred nem se fala, acompanhava Tiago em tudo, se meteu na detenção com McGonagall junto com o primo.


   Apesar de toda essa tensão na cabeça deles, uma coisa os alegrava. Era dezembro, um dos meses mais esperados por todos os alunos em Hogwarts, afinal, estavam próximos do Natal, alguns iam voltar para casa dos pais nesse meio tempo de folga, outros ficariam na escola. O humor deles com essa época estava oscilando, mas melhorou consideravelmente quando Victoire lhes mostrou um papel, onde havia dúzias deles, pendurados por todos os quadros de avisos.


"Tradicionalíssimo”.
"BAILE DE INVERNO".
Esquente seu par!


Comemorando mais 100 anos de Hogsmeade!
Deflagração de fogos especiais à meia noite!


Animação: As Esquisitonas, Corujas Raivosas e Dragões Errantes!


Patrocinado por Três Vassouras, Zonko´s e Dedosdemel.
Traje a rigor


 


   - Baile de inverno, em Hogsmeade? – repetiu Rosa aquele dia na sala comunal.


   - É uma boa oportunidade pra você abrir os olhos para os garotos de Hogwarts – disse Dominique ao lado dela.


   - Mas...não – a menina olhou para os lado mais vermelha do que a cabeleira do pai, e saiu para o fundo da sala comunal se enfiando atrás de um livro.


   - Olhe só Tiago, com fogos especiais! – disse Fred espantado.


   - Maneiro! – disse Tiago – mas olhe, tem que levar um par.


   - Um par? – Alvo estava atrás deles lendo o aviso também.


   - Claro maninho, não tem quem convidar? – riu.


   - Eu tenho sim – disse aborrecido.


   - Não gostei desse traje a rigor – comentou Fred franzindo a testa – nem temos traje a rigor, como é que vamos?


   - Não diga bobagens – Victoire havia aparecido do lado deles – seu pai vai lhe mandar um traje a rigor.


   - Então tudo bem.


   A festa em Hogsmeade não seria apenas comemorada pelos os alunos de Hogwarts, nos bares, beco diagonal, no ministério, o recado do baile de inverno tinha sido colocado por todos os lados.


   - Só fazem uma festa dessa a cada cem anos! – disse Gina animada a Harry quando chegou em casa naquele dia – eu soube que após a meia noite vai haver fogos! E a festa vai continuar até o amanhecer, é uma tradição! 

   - Preparada pra ir comigo? – ele sorriu indo abraçá-la.

   - Quero ver você me acompanhar a noite toda!

   Ele tinha certeza que depois de tudo que passara, uma noite de maratona festeira não seria nada, até se lembrar que nunca tinha dançado decentemente, sentiu uma agulhada de pânico.


"Há algo de podre na Ordem...".


   Uma voz invadiu sua cabeça.


"Há algo de podre na Ordem...".


  Mas o que é isso...


   "Há algo de podre na Ordem...".


   Ele fechou os olhos desejando que isso parasse, Gina o despertou.

   - Vou pedir os ingressos – disse o olhando.

   - Ingressos?

   Ela riu, despenteou os cabelos dele.

   -Você vive nas nuvens, Harry! Os ingressos do baile!

   Ele ficou corado.

   -Não – ele falou rapidamente – deixe que eu vou comprar...

   -Há! – ela riu – se depender da sua memória não vamos ir...

   -Vamos sim – ele se lembrou de algo, uma idéia repentina... – pode deixar que amanhã eu lhe mostro esses ingressos.
Os olhos dela cintilaram. 

   - É uma promessa? Eu vou cobrar, hein! – ela se virou – vou dar uma olhada na Lílian, e temos que mandar trajes a rigor para o Tiago e o Alvo, os alunos de Hogwarts vão também!


   Na mesma noite, após deixar Gina para os lados da sua casa, dizendo que ia dar uma passada no beco diagonal, e ia mesmo, ele se dirigiu à loja Gemialidades. Tinha uma coisa em mente, um baile? Como podia haver um baile nas circunstancias atuais? Isso não importava pra ele, queria apenas deixar Gina o mais feliz possível.

   - E aí, quanto tempo Harry! – disse Jorge sorridente atrás do balcão, Lino Jordan também estava lá, tinha voltado para ajudar o Jorge desde daquele furto.

   - Como vão, está tudo o.k com por aqui? – perguntou cumprimentando eles.


   - Na maior paz possível – riu o ruivo – a que devo sua visita?


   - Vocês fazem parte da organização do baile de inverno não fazem?

   Jorge e Lino se olharam, riram, se olharam de novo, riram mais...

   - Estávamos esperando você... – riu Lino – imaginávamos que iria falar com a gente depois que soubesse do baile.

   - Preciso de quatro ingressos pra amanhã! – ele cortou as risadas.

   - Quatro? – disse Lino – Harry... você vai levar três garotas?

   - Hum... a Gina sabe disso? – falou Jorge maldosamente.

   - Deixem de ser babacas... é o seguinte...

   Os dois não só aprovaram o plano dele como lhe entregaram ali, na hora, os ingressos e acabaram lhe dando outras idéias. Depois de sair da loja, sua primeira idéia foi passar na Floreiros e Borrões para comprar um livro, ele estava decidido convencer Rony e Hermione a irem no baile também, não só isso, queria se desculpar de Hermione, não falava com ela há tanto tempo, queria pedir as opiniões espertas que ela sempre tinha. Calmamente ele aparatou do lado da casa dos dois após sair do beco.  

   - Não tem desculpa! – ouviu-se a voz Hermione – eu vou mandar uma carta amanhã mesmo para a Profa Minerva!

   - Mas eles nem fizeram nada ainda... – disse a voz de Rony.


   Harry se aproximou da porta meio intrigado, e tocou a campainha.


   - Atenda, por favor, Rony, vou lá em cima ver o Hugo.


   Ele esperou uns três segundos até a porta se abrir e revelar seu amigo.


   - Harry! – exclamou.


   - Incomodo?


   - Claro que não, entre – disse saindo da frente para ele passar.


   Ele entrou. A casa de Rony era muito bem decorada, as paredes eram pintadas de amarelo bem escuro, o chão trazia um tapete peludo, havia varias poltronas do lado de uma lareira, uma mesa ao fundo, era tudo iluminado por uma luz amarela, lembrava um tanto a sala comunal da Grifinória.  

   - O que faz aqui cara? – perguntou o amigo mandando ele se sentar numa poltrona.


   - Uma visita é claro, é meio chato ficar só em casa sabe, tenho que sair às vezes – respondeu ele – falei para a Gina que eu ia dar uma passada no Beco Diagonal.


   - Fazer o que lá... aconteceu alguma...


   - Não, está tudo bem, fui só fazer umas comprinhas – Harry tirou o livro que havia comprado na floreiros e borrões – olhe isso... um livro sobre animagos.


   - Animagos! – exclamou o outro pegando o livro da mão dele.


   - É um presente pra você e Hermione, antecipado de Natal...


   - Harry, mas esse livro custa uma fortuna...


   - Não diga isso – ele balançou a cabeça – não importa quanto custa, que importa é a amizade de vocês.


   - Obrigado então.


   - Espero velos no baile – ele levantou.


   - Que baile, o de Hogsmeade?


    - Ah, vamos comemorar todos juntos, como nós velhos tempos, temos que dar uma relaxa não?


    - Mas eu nem...


   - Tem mais um presente na capa.


   Harry apenas apontou para o livro rindo. Rony abriu e olhou os ingressos, ficou vermelho, olhou para ele.
   - Vocês deviam discutir menos sabe – disse caminhando até a porta.

    -Ah... bem... valeu Harry.


   Rony estava vermelho, mas sorria, Harry deu mais uma risada e puxou mais dois papéis da sua veste.

   - Esses aqui são presentes meus e de seu irmão Jorge, pra você não fazer feio segundo ele – estendeu a mão.

   - Caraca! Ida e volta nas carruagens particulares... legal! – ele olhou para Harry – isso é... UAU! Eu nunca vou poder te pagar...

    -Ah!...Vai sim – disse com veemência.

   Rony ficou sério e o olhou, sabia que haveria um preço.

    -Você vai dar um jeito de me ajudar... – disse Harry baixando a voz – a... bem... aprender... a ... dançar.
   Rony o olhou, e começou a rir.

   - Ei!  – disse Harry.

   -Isso é fácil... – disse o outro animado.

   Harry ficou aliviado, aquilo era um assunto que lhe perturbava mais que Edgar.


   Ao chegar na hora do almoço do outro dia se sentiu melhor do que jamais se sentira após comer e depois mais ainda quando passou uns certos ingressos a uma Gina surpresa:


    - Já... mas... você já tinha comprado não é?

    - Na verdade não... – ele sorriu – mas eu prometi, eu cumpro minhas promessas.


  Mais uma semana e seria o baile. E a ansiedade não era apenas nos adultos, em Hogwarts não se falava em outro assunto. Tiago e Alvo receberam seus trajes a rigor pouco tempo depois mandado pela mãe.


   - Olhe só como você está Alvo - disse observando o irmão experimentar – só falta arranjar um par agora!


   - Eu vou com a Rosa – respondeu o outro na mesma hora.


   - Não vale ir com prima!


   - Pare de falar besteiras Tiago, ela não quer ir com nenhum garoto metido a besta – explicou Alvo se olhando no espelho – e não tem nada demais ir com ela.


   Aos poucos os jovens iam se firmando com seus pares. Fred convidou uma menina do terceiro ano, loira, ele adorava ela e ficou satisfeito quando ela aceitou seu convite.


   - Está vendo como se faz? – caçoou ele de Tiago.


   Victoire iria com Roran, os dois estavam mais do que ansiosos, segundo Rosa, a prima iria parecer uma princesa com o vestido que ela ia. Dominique convidou um garoto forte e bonito da Corvinal, jogador de quadribol, ela estava satisfeita com seu par. A jovem Molly iria com um garoto que a convidou aos gritos no salão principal, por sorte nessa hora não havia muita gente lá.


   Harry ainda não se sentia seguro para dançar com Gina, mas Rony chegou com a solução no final de semana, junto com Fleur Delacour, que obrigou Gui a participar (os dois tinham vindo da França para passar o natal na casa dos Weasley e acabaram decidindo ir ao Baile de Hogsmeade também), os dois deram um curso de dança expresso para eles, tinha virado meio que bagunça quando Jorge apareceu e se juntou a eles naquele dia na Toca.
 
   - Então é isso! – Jorge riu cruzando os braços – Harry Potter não sabe dançar!

   -É sério, não ria! – disse ele.

   Já tinham tirado um monte com a cara dele, quando souberam que ele é que tinha pedido ajuda.

   - Mas você já dançou varias vezes, em Hogwarts mesmo... 

   -Mas foi a Parvati que conduziu...


   - I quandi casartes com Ginny – falou Fleur.


   - Foi um desastre!

   Nova rodada de risadas.
   - Suponho então que é uma regra para os apanhadores... – falou Rony.

   - Como?

   - Lembra do Krum? Hermione disse que ele também não sabia dançar... – ele riu satisfeito – pelo menos eu sei dançar!


   - O Gui jogou algumas vezes como apanhador quando estudava lá – contou Jorge – antes do Carlinhos é claro.

   - Muito engraçado vocês – disse irritado.

   - Bon – dizia Fleur olhando para Gui – pelo mens, tu non pisas no meu pé mais – ela sorriu.

   Rony e Fleur eram bons de dança, bons mesmo, Gui cedeu Fleur para que Harry treinasse, e Rony depois de uns ajustes falou.

   - Viu, você nem precisava se preocupar, ritmo você tem...

   -Só é mei trravadu – disse Fleur – mas non pisou no meu pé nenhum vez!

   - Harry sempre aprende depressa em caso de extrema necessidade – disse Jorge sentado.

   - Então eu não vou dar vexame?

   - Com certeza não... – disse Gui – você dança bem melhor que eu.

   - Bom, acho que vou ficar mais aliviado – ele disse inseguro.


   Um pouco mais de treino ele se sentiu suficientemente confiante para conduzir uma dança mais agitada


   - Ta ótimo! Acho que nem precisa mais de treino – disse Rony sentado no gramado observando.

   - Ta bom Harry! – elogiou Jorge que ainda não parava de rir dele.

   - Poxa... vocês dos aprrendem deprressa – disse Fleur para ele e Gui.

   Menos um peso em sua consciência, ele voltou a ficar confiante para a maratona festeira com Gina. Ela parecia radiante com a festa, isso que não imaginava a metade do que fora planejado.


   Dizer que a semana passou rápido foi pouco, parecia que voara, ele lembrou de como o tempo se apressara quando estava no torneio tribruxo, de segunda ele se via na quarta. Agora ele se viu na sexta, dia do baile, todos tinham concordado em se reunir na toca antes de aparatarem perto de Hogsmeade, Harry, Rony, Ted (que tinha convidado uma auror do Ministério, Ana), Gui, Percy, Jorge, Carlinhos, todos estavam ali, esperando as mulheres se arrumarem, Gina prometera uma surpresa, e ele ficou ansioso para ver, Rony estava mais contente por ter um traje decente para esse baile.

    Estava bem frio, nevava levemente, mas havia poucas nuvens e uma imensa lua no céu. Gui parecia um noivo com aquela veste preta, com os cabelos repartidos, Rony vestiu suas vestes novas orgulhosamente, vestes de um azul escuro forte, que caíra muito bem nele, Harry vestiu a sua verde, mas olhou com desagrado para o espelho, o amigo perguntou.

   - Que foi?

   - Esse maldito cabelo...

   - Ah! –exclamou.

   - Bom, não importa, deixa assim mesmo, mas...os óculos... queria me livrar deles.. – disse tirando-os.

   - Mas tem jeito pra isso – disse Carlinhos ao lado dele.

   Ele se virou pondo os óculos para ver o outro, Carlinhos pegou algo em suas vestes que estavam jogadas ao lado da ex-cama de Rony, eram duas folhas.

   - Você é míope, não é?

   Harry confirmou.

   - Quantos graus? – ele perguntou esfregando as folhas na mão.

   - Cinco e alguma coisa. – ele balbuciou ao ver a alegria de Carlinhos.

   - Deita – disse o outro – isso é uma planta chamada olho-de-águia, cura várias coisas...  – Harry deitou sem óculos – mas tem um efeito bom com miopia, não cura, mas... cinco minutos devem bastar – disse pondo uma das folhas em cada olho de dele.

   Uns seis minutos depois Carlinhos tirou as folhas e limpou o excesso de seiva com um paninho úmido, Harry abriu os olhos e... via perfeitamente!

   - Ei! – ele olhou em volta – legal! Eu posso ver!

   - O efeito dura em média dois dias, acho que só vai precisar dos óculos na segunda.de manhã – disse Carlinhos.

   - Cara, você é fera mesmo – comentou Rony batendo nas costas do irmão – a Gina vai adorar isso Harry.


   - Elas já estão prontas?


   - Que nada, sabe como mulher é...


   Ele ficou mais tranqüilo.


   - Eu pago a primeira rodada de bebida hoje em sua homenagem Carlinhos! – disse se levantando e metendo uma palmada nas costas dele também.

   Desceram após conferirem ingressos e os comprovantes das carruagens, eram carruagens especiais chiques para um casal, quem não pode pagar ou perdeu a chance iria, mas a pé, ou em carruagens comuns, já que nenhum bruxo poderia aparatar diretamente em Hogsmeade (poderia causar uma bagunça, segundo o Ministério). Eles ficaram lá em baixo, sob olhares da Sra. Weasley.


   - Como era bom quando eu e Arthur tínhamos a idade de vocês – comentou ela ao pé da mesa sorrindo para todos.


   - Mãe, você pode ir – disse Percy ao lado dela.


   - Ah não, não temos mais idade pra isso – disse o Sr. Weasley do outro lado – preferimos ficar aqui mesmo, com a Lílian e o Hugo.


   - Se vocês quiserem ir, a gente pode deixar eles com a minha avó – disse Ted.


   - Não se preocupe – disse a Sra. Weasley agradecendo.


    Então, de uma vez só, começaram a surgir mulheres da escadaria da toca. Fleur, Audrey, Ana, Angelina, Rebeca (namorada de Carlinhos), uma mais linda que a outra, Hermione apareceu estava maravilhosa, seu vestido era bonito, vermelho suave, mas ele ficou com os olhos presos em Gina, ela usava uma tiara com brilhantes nos seus cabelos presos e caindo nos ombros, um vestido longo e fluído de um negro brilhante com um decote que ele teve que se esforçar para tirar os olhos, no colo apenas um colar de brilhantes também, e longas luvas negras, usava uma estola de pele negra por causa do frio.

   - Senhoritas. – disse Rony.

   Hermione o olhou com admiração, deram as mãos.

   - Gina... você está... maravilhosa – ele sorriu.

   - E os óculos? – ela perguntou.

   - Hoje eu não preciso deles, Carlinhos deu um jeito. O que achou?

   Ela se aproximou de seu ouvido e disse suavemente.

   - Você é lindo de qualquer jeito, mas eu gostei.


   - Vamos então? – perguntou Ted olhando as horas.


   - Vamos – disseram todos ao mesmo tempo.


   Antes de aparatarem puderam ouvir a voz da Sra. Weasley falando “Juízo vocês”. Haviam aparecido perto da estação de Hogsmeade. O grupo de amigos começou a caminhar em direção de uma aglomeração de carruagens que havia ao longe. Harry largou a mão de Gina e abraçou-a pela cintura, só para andar mais perto dela.

   Ao longe viu Draco Malfoy, com sua mulher Atória, e com prazer, ele deu um cutucão em Rony, e os dois viram a expressão de Malfoy quando eles se dirigiram para o lado onde se tomava as carruagens pagas. Haviam dois encarregados de organizar a fila para essas carruagens, mas quando um deles os viram, Lino Jordan, Harry acenou e ele os conduziu a frente.

*Primeira parte do plano "A melhor noite das nossas vidas": Carruagens de luxo.

   Ele, Jorge e Lino planejaram aquilo, três carruagens um pouco maiores apareceram, na frente ao invés dos belos cavalos que puxavam as outras, essas eram puxados por belos e grandes cavalos Bretões brancos, lindos imponentes.

   - Uau – exclamou Angelina.

   - Que lindo – disse Hermione.

   - Quem são os sortudos que vão nessas? – perguntou Gina.

   - Adivinhem – disse Rony.

   Os condutores os deixaram passar sob o burburinho dos outros, as garotas estava maravilhadas.

   - Princesa – disse Jorge ao abrir a primeira e ajudar uma Angelina encantada a entrar.

   Rony e Hermione entraram na segunda. Harry conduziu Gina a terceira e se deu ao luxo de olhar para trás para ver a cara de Malfoy na fila para tomar uma das outras... sorriu e ajudou Gina a entrar na terceira e eles foram andando suavemente.

   - Harry... isso é lindo – falou ela olhando a carruagem toda estofada de veludo, quentinha e confortável.

   - Gostou?

   - Eu amei, querido – ela disse abraçando-o, ele estava no céu. 

   Mas esse céu teria que esperar a volta chegaram a Hogsmeade, a rua principal fora fechada, se via as luzes encantadas que formavam em arcos entre os prédios um teto, ao se aproximarem da entrada, novamente foram conduzidos ao lado da fila após um aceno de Harry.

*Segunda parte do plano "a melhor noite das nossas vidas": Os melhores lugares.

   Foram conduzidos para dentro sem esperar lá fora, e o lugar estava vários graus mais quente e confortável, por causa das luzes, no outro lado, oposto a entrada havia um palco, e havia três níveis na rua, no meio para dança, um degrau acima haviam mesas espalhadas e no segundo algumas mesas maiores, mas mais espaçadas, dava pra dançar ali se quisessem, as mesas eram numeradas, eles foram conduzidos à mesa número três, a um era reservada a autoridades e a dois aos organizadores, era a segunda mesa do lado direito acima, ao lado da dos organizadores, onde os Jorge e Lino se sentariam. Os poucos casais que já haviam entrado lhes lançaram olhares com no mínimo inveja, quando subiram a parte mais alta.


   - Vamos ficar aqui? – perguntou Hermione.

    Rony a olhou abobalhada.

   - Não gostou?

   - Claro que gostei! – ela sorriu e beijou-o no rosto – Bobo!

   - É bem pertinho do palco! – vibrou Gina – isso é um sonho, Harry? – perguntou abraçando-o.


   - Se é, eu estou sonhando com você.

   O lugar demorou um pouco para encher e Harry aproveitou para pagar a prometida rodada em homenagem a Carlinhos pouco tempo depois. As Canecas de Cerveja amanteigada foram erguidas, ele falou.

   - Essa é em homenagem a Carlinhos


   - Meu irmão... -completou Rony.

   - O mestre em curas...

   Eles brindaram, quando o lugar estava cheio e havia conversa por toda parte houve um pequeno discurso de abertura das comemorações, que Harry não ouviu, pois estava ocupado beijando a Gina.

   As Esquisitonas subiram ao palco com suas vestes rasgadas, Gina pareceu magicamente desperta, quando falou os outros olharam por causa da empolgação dela.

   -Ah, agora vamos ver querido! – ela levantou e o puxou – maratona de dança!

   Rony lhe deu uma olhada bem significativa que ele pode entender como "agora entendo o motivo de sua preocupação".

   Ela praticamente o arrastou até o meio da multidão, foram cinco músicas seguidas quando eles concordaram em dar um tempo, e subiram até a mesa, só então perceberam que na mesa logo abaixo estava Malfoy e Atória com uns amigos deles, Pansy, Goyle, Blásio Zabini... eles se encararam e quando sentaram, Harry deu um aceno com a cabeça para Rony que viu a cara do outro ao perceber onde eles estavam. Ted e Carlinhos vieram até eles pouco tempo depois. Nova rodada de brindes dessa vez ele foi rápido.

   - Essa não pode deixar de ser em homenagem ao Rony e a Mione! – disse Harry erguendo o copo.

   - O casal mais cabeça dura de todos! – riu Carlinhos.


   - Pessoas e tanto – disse Ted.


   - Os mais apaixonados do Ministério – disse Jorge.

   - E esses dois amigos, que eu tanto gosto e que tanta dor de cabeça me dão! Um Brinde! – ele encarou Hermione, não tinham se falado ainda, mas ela entendeu que tinha sido um pedido de desculpas pelas brigas passadas.


   Ele mal começou a beber olhando a cara de Rony para Carlinhos e Gina o puxou de novo.

   -Ah! Eu gosto dessa música! Vamos! Vamos!

   Mas dessa vez todos eles desceram, o lugar estava realmente lotado, no meio da multidão eles conseguiram encontraram Simas Finnigan com Lilá Brown ambos embasbacados quando viram de onde vinham, de relance pode ver Hermione agarrar o braço de Rony e amarrar a cara, os dois vieram até eles para cumprimentá-los e abraçá-los, mas Gina nem deu chance dele ver os amigos, não perdoou, se meteu no meio da multidão e dançou, ele se sentia leve, era bom dançar com ela, em uma música mais lenta ela encostou a cabeça no ombro dele e disse.

   -É tão bom dançar com você...

   Ele a apertou nos braços, podia ficar ali pra sempre e não se cansaria.


 


   Mais abaixo, Alvo estava com Rosa e os outros alunos de Hogwarts. Eles estavam abobalhados com tanta gente, havia bruxos de todos os lugares, altos baixos, cabeludos.


   - A Vic contou que essa festa seria bastante agitada, mas nunca pensei que fosse tão assim! – gritou ela no ouvido dele.


   - Será que nossos pais estão por ai?


   - Acho que sim – disse ela olhando em volta – vamos ter sorte se encontrarmos eles... venha...vamos com os outros ali na mesa.


    A mesa deles estava situada do lado oposto da de Harry, e com a multidão dançando sem parar, era quase impossível chegar até ali.


   - Onde está o Fred? – perguntou Alvo quando se sentou com a outra na mesa.


   Victoire, Roran, Dominique e o par dela estavam na mesa.


   - Foi dar uns pega naquela menina – contou Dominique satisfeita passando os braços pelo pescoço do seu par.


   - O Fred? Nosso Fred? – perguntou Victoire espantada.


   - Claro, ele já é grandinho não Vic? Vamos dançar – a garota se levantou puxando seu par.


   - Tiago passou aqui agora pouco, disse que encontrou o tio Jorge – contou Victoire que estava abraçada com Roran.


   - Verdade? – exclamou Alvo.


   - Verdade – ela e o outro se levantaram – se cuidem vocês, nós vamos dar uma volta – e saíram se enfiando no meio de todos também.


   - Imagine se ela encontra o Ted ai – comentou Rosa olhando-os ainda.


   - Não duvido que se esbarrem sabe.


    As Esquisitonas se retiraram, e Harry e Gina subiram para se sentar, Hermione estava lá em cima sozinha, com uma cara um tanto irritada.

   - Que fôlego hein? – disse ela os observando.

   - Já cansou? – perguntou Gina rindo – eu avisei que seria uma maratona!

   - Mas estamos só na metade, não é anjo? – disse Harry.


    Hermione os olhou, ele esquecera, ela nunca o tinha ouvido chamar Gina de anjo, começara por brincadeira quando eram mais jovens, porque ela o chamava assim, e ambos haviam se acostumado.

   - Bom se esses são os anjos... nem quero ver os diabos –  disse Jorge se aproximando da mesa e se sentando.

   Lino Jordan, agora que enfim estava na festa, chegou também e sentou-se à mesa deles. Outros dois chegaram um minuto depois e pagaram mais uma rodada de bebida, estavam com sede, mas Harry foi surpreendido pelo que, percebeu, foi combinado por Rony e Carlinhos.

   - Agora sim! Esse brinde é em homenagem ao Harry! – disse Carlinhos.

   - Um amigo com quem pude contar sempre nos apertos, tanto para me tirar quanto me por neles! – disse Rony.

   - Harry Potter! Um filha-da-mãe podre de rico, famoso, nosso sócio e que queremos muito bem – falou Jorge com todos os trejeitos típicos de puxa-saquismo.

   - Doido varrido, que já escapou da morte uma pá de vezes e ainda por cima com essa cara de sonso se casou com uma das mais belas mulheres que poderíamos imaginar! – disse Lino.

   Hermione riu maldosamente e falou alto, outras mesas puderam escutar.

   - VIVA AO CASAL DE ANJOS! 

    A mesa começou a aplaudir e rir, Gina segurou forte no seu braço quando ele começou a beber e disse.

   - Beleza, agora vão pegar no nosso pé com essa de anjos!

   Ele quase cuspiu a cerveja quando riu. Todas as luzes acima se apagaram magicamente, a multidão de pessoas olhou para cima, só viam a neve que chegava a um ponto e sumia, a rua tinha sido enfeitiçada... então começou a queima de fogos, um mais lindo do que o outro, a maioria fabricação da loja Gemialidades, dragões, fadas, luzes correntes, e muitos outros.

   - Exclusividade de Gemialidades Weasley – disse Jorge quando acabou a queima que levara bem uns quarenta minutos.
   As Corujas Raivosas entraram no palco, era um grupo de músicas mais agitadas e pesadas, a cantora conhecia a loja de Jorge, quando eles, no ano anterior, foram fazer a organização dos efeitos para elas, ele pediu para ela um favor, e comentara que ela topara, Gina adorava o conjunto, era a melhor banda de musica segundo ela, se levantou.

   -Vamos dançar...

   Ele se levantou, mas a abraçou e a virou pro palco.

   - Espera...

*Terceira parte do plano "a melhor noite das nossas vidas”: Dedicatória.

   - O quê? – ela perguntou


   - Shiii! – ele fez no ouvido dela para ela parar de falar e ficar quieta.

   Estavam assim ela de pé olhando o grupo se aprontar e ele abraçando ela por trás. O som começou e então a cantora falou.

   - Antes de começarmos, eu quero dizer que vamos dedicar esse show, a essa festa maravilhosa, mas também a uma grande fã nossa: Gina Potter. A primeira música especialmente escolhida pelo seu anjo da guarda... e que anjo! – ela sorriu na direção deles, Gina ficou mais vermelha que um pimentão – vamos agitar!

  Ela se virou para ele, estava quase chorando.

   -Você... você fez...

   Não terminou a frase, apenas se atirou nos braços dele e foi o melhor beijo que poderia ter dado na vida, escutou Jorge comemorando com Lino, ainda se beijavam quando o ruivo comentou.


   - Pelo visto é maratona de beijo também.

   Eles se separaram rindo, ele chamou-a para dançar, e dançaram, e muito.


   - Vocês tomaram uma poção fortalecedora ontem? – perguntou Rony quando eles voltaram à mesa. 

   Hermione parecia muito cansada, Gina cutucou-o e acenou para frente, Rony e Hermione também olharam, então ele olhou na mesa da organização, para sua surpresa estava ali bebendo o casal mais estranho que eles já tinham tido a coragem de imaginar, conversando normalmente. Hagrid e Olímpia Máxime.

   - Eles fazem um casal bonito – falou Gina.

   - Hagrid e a grandalhona? – disse Rony olhando para trás – Nunquinha.

   - Por que não? – perguntou a irmã.

   - Porque não.


   - Olha, o outro grupo ta indo tocar, Dragões Errantes, vamos Rony – Hermione se levantou puxando ele.


   - Calma...


   - Vamos um pouco lá fora? – perguntou Harry ao ouvido de Gina, ela concordou.


    Levantaram-se, Hermione olhou para eles.

   - Vocês vão embora?

   - E perder a saideira? – Gina falou assombrada – eu mato ele – ela balançou o braço de Harry – vamos ali, a gente já volta.

   - Cara, ela é um perigo tão grande quanto o Edgar! – cochichou Rony no seu ouvido.

    Quando chegaram lá fora, tudo estava mais calmo, o frio ali era um pouco mais intenso, os dois caminharam para um tipo de jardim que tinham improvisado para os casais. Gina parecia elétrica e passou pela cabeça dele que ela tivesse mesmo tomado uma poção para fortalecer, ele estava bem disposto, pois estava acostumado a varar noites e fazer esforço, os dois se sentaram ao lado de uma arvore olhando para o céu, ela apoiando as costas em seu peito e puxou a mão dele, viu as cicatrizes deixadas pelos castigos de Umbridge quando ele era mais jovem, aquelas linhas brancas e falhas, felizmente não dava mais para entender a frase, mas Gina passou a mão por elas, Harry as olhava com desagrado, mas ela começou a falar.

   - Uma lua – traçou a cicatriz com o dedo – estrelas e um cometa... – ela se desgrudou e o olhou atenta.

   Lentamente e meio trêmula estendeu a mão e traçou a cicatriz em sua testa.

   - Você é um mapa do céu.

   - Seus olhos são o céu Gina – ele passou a mão no rosto dela e sorriu. 

   Os olhos dela tremeram.

   - Eu gosto de ver você sorrir assim feliz... você sorri tão pouco.

   Ele a abraçou e beijou, quando se afastou e ela abriu os olhos disse, sabendo que vinha do próprio coração.

   -Fique comigo Gina, eu sempre sorrirei para você.

   -Você sente esse poder? – ela disse colando o rosto no dele. – que está na nossa volta agora?

   Ele sentia, estavam quentes, sentia a respiração dela no mesmo ritmo da dele.

   - O que é esse poder? – ele abraçou-a mais forte.

   - É amor – ela o olhou nos olhos – eu amo você.

   -E eu amo você, Gina, amo pra sempre, amo de verdade – ele a puxou mais perto e a beijou, não desejando mais se separar dela.


   Ted pensou olhando Fleur rodopiar conduzida por Gui, alguns pares acompanhavam os casais que deixavam o lugar, ele viu Jorge e Angelina falando animado com a vocalista das Corujas Raivosas numa mesa ao longe, na verdade mais do que animados. Nem sinal de Rony, Hermione, Harry ou Gina... deviam ter ido a algum lugar namorar... ele ficou ali vendo os empolgados em aproveitar a festa... Ana havia sumido a um bom tempo, deixa-o ali sozinho, a mais ela ia se ver com ele. Nem viu o tempo passar, ainda olhando os pares mais alegres e amorosos dançando... O vocalista dos Dragões Errantes se animou em abandonar o vocal e dançar com uma garota, provavelmente estudante de Hogwarts. Ele se levantou, nesse momento não estava em um clima bom para ver casais, saiu para o jardim, já devia ser uma da manhã, ele caminhou devagar olhando os jardins, olhando o céu, sim era uma noite para lembrar, estavam no fim do ano. Mal percebeu que tinha entrado em um falso labirinto de cedros em meio ao jardim, mas percebeu que estava a um passo de interromper um casal em pleno beijo, ia sair quando estacou talvez pela primeira vez atingido pelo que via, inicialmente ficou com dúvida, talvez tivesse se enganado, mas não, seu olhar tremeu, ele ergueu a cabeça, olhos arregalados boca aberta, foi quando mil pensamentos diferentes e conflitantes passaram pela cabeça e entraram em choque com o que o coração tentava dizer. Ele desviou o olhar e baixou a cabeça, dentes cerrados para sufocar algo que crescia em seu peito, saiu como ia fazer antes, mas sabia que tinha algo errado com aquilo...                                                                                                                                   


O que eu queria afinal? Pra quê isso? Porque ta doendo.
Ela disse que ia se afastar...
Mas não tanto...
Mas você mandou ela para aquele lugar...
Exatamente......”
.         


Mas a visão de Victoire e Roran juntos estava o martelando na cabeça... tão juntos... as mãos dele em torno dela... segurando-a com força...


Mas você não tem nada a ver com isso... que droga...
Então por quê ta doendo?
Mas... eu... vim com a Ana...
Mas está doendo...”.


   Ela estava ali com ele no jardim... ele era mais calmo, mais seguro, ela estava com as mãos no peito dele, eles estavam se beijando...


Quem você pensa que é para ter ciúmes de alguém que você deixou pra trás?
Mas eu nem sei se é ciúmes... se é amizade... se é orgulho...
Além do mais, depois do que eu fiz... nem mereço chegar perto dela...
Você ainda a ama.
Não...
ENTÂO PORQUÊ TÁ DOENDO?


   Ele parou em frente a um chafariz... sentou de costas para a água... olhando o chão, completamente confuso...
“O que estou fazendo comigo mesmo?” Pensou apoiando a cabeça nas mãos.

   - O que você está fazendo aqui?

   Ele olhou para frente, largada num banco com a mesma expressão de dor e confusão estava Luna Lovegood, uma amiga de infância de seu padrinho... ela segurava um bouquet nas mãos...

   - Eu... eu não sei... e você? – respondeu perdidamente.

   - Eu... – ela olhou para o bouquet – esperando o Rolf...

   Olharam-se por um instante...

   - O que houve, Luna?

   Ela desviou o olhar dos lírios rosto banhado de lágrimas...

   - Não vale a pena lutar ás vezes... 

   - Não vale?

   - Achei que talvez desistir fosse uma forma de lutar...

   - Desistir?

   - Nada pode ser conquistado a força...

   Ele olhou para o céu.

   - Nem merecido sem cuidado...

   Ele voltou a olhá-la.

   - Depois de tanto tempo... eu acho que estou desistindo...

   Ted a olhou, entendeu. Havia saído nos jornais que a casa de Xenofílio Lovegood tinha sido invadida por bruxos, ele tentou lutar, mas acabara morto, o que ela segurava devia ser rosas para o pai dela.  

   - Mas... – ia começando a dizer o garoto.

   - Não se pode forçar o que não existe... ele não está mais aqui...

   - Se acalme...Luna... não é o fim do mundo.


“Onde está seu marido nessas horas?” pensou irritado.


    Ela havia começado a falar dela, mas ele só via ele, os dois afundados nas próprias dores... sem poder consolar um ao outro e desejando consolo de pessoas que não estavam mais com eles... desejando pessoas que não queriam ferir.


   - Pelo amor de deus né Lilá? – Hermione e Rony estavam de volta de uma nova gigantesca mesa no alto, agora havia menos bruxos na festa, já era bem tarde.


   Eles tinham encontrado um grupo de amigos das antigas. Alicia Spinnet, Ana Abbott (casada com Neville), Neville, Zacharias, Vitor Krum (Rony não gostou nada), Hagrid, Olímpia, Padma e Parvati Patil, Olívio Wood, Ludo Bagman, Katie Bell e Dino Thomas. Todos tinham juntado varias mesas e formado uma só, enorme.


   Hermione não estava gostando nem um pouco de Lilá, ela estava sentada perto de Rony e estava cheia de intimidades com o bruxo.


   - Mas porque virou auror, você poderia ter se tornado um bom jogador de quadribol – dizia ela a um Rony que estava vermelho de bêbado.


   - Sei que tenho múltiplos talentos Lilá, é muito bom ver alguém que reconhecesse isso – disse ele virando um copo.


   - A Hermione não reconhece seus talentos? – perguntou ela olhando indignada a outra.


   - Claro que reconheço, ele é meu marido não seu, e ele tem que ser auror sim!


   - Nossa, por que essa braveza? – perguntou Lilá tentando intimidar.


   - Não estou brava – Hermione passou o braço entorno do outro.


   - Que foi Mione? – perguntou rabugento.


   - Vamos sair daqui querido, vamos deixar eles ai – disse ela em seu ouvido levemente – os Dragões Errantes vão embora daqui a pouco – a outra mão dela encontrou seu peito.


   - Vamos...vamos sim...vamos mostrar que não é só o Harry que dança – disse ele levantando junto com ela.


   - Aonde vão? – perguntou Lilá interessada.


   - Te interessa? – cortou Hermione lascando um beijo e tanto no outro.


   Lilá fez uma careta de raiva, quando os dois saíram para o meio do povo, antes de sumirem ainda deu para se ouvir Rony mais perdido do que nunca “Ei Onde está o Harry, e a Gina? Aquele safado!...”.


      E a festa rolou, e eles desejaram que ela nunca acabasse, porque estava muito bom, rever os amigos, estar naquele clima de paz. Harry e Gina voltaram muito tempo depois e encontraram todos ali, conversaram sem parar. Hermione e Rony voltaram um tempo depois, agora ao invéz de Lilá dar em cima de Rony, Vitor começara a dar em cima de Hermione, mas ele não teve a mesma sorte do que a outra, porque apesar do ruivo estar um pouco bêbado, ele não era idiota.


   - Eu poderia dançar com você, Hermy-on?


   - Você vai dançar com sua avó – rosnou Rony lhe metendo um soco.


   - Ei vão com calma ai! – Hagrid teve que se levantar para parar a briga.


   - Afinal, cadê aquele seu afilhado Harry? – perguntou Parvati observando o gigante agarrar Rony pela camisa, enquanto, Dino, Simas e Olívio tentavam segurar Vitor.


   - Não sei, deve estar por ai – respondeu ele.


   - Soube que a Luna também tava aqui – disse Gina – onde está ela?


   - Ela saiu com o Rolf há algum tempo. – respondeu Padma.


   - Pena.


   Como prometido, tinha sido a melhor festa da vida com Gina, já era bem tarde e eles estavam realmente cansados quando finalmente era hora de ir embora. Rony estava deitado no colo de Hermione dormindo enquanto ela acariciava seus cabelos sorrindo. Ted tinha aparecido pouco tempo depois, estava com uma cara triste, mas ele não quis comentar porque.


   - O que é bom dura pouco não é? – comentou Gina em seu ouvido.


   - Que venha o natal – disse ele encostando seu rosto no dela.


 


      O dia seguinte em Hogwarts foi um desastre, era sábado, e a maioria os alunos haviam acordado depois das duas horas da tarde. A maioria estava com olheiras, outros reclamavam de dor de cabeça.


   - Mas foi uma festa e tanto – comentou Dominique atirada num sofá na sala comunal.


   - Aquela banda Coruja raivosas é demais! – comentou Tiago que estava envolvido por travesseiros.


   - Melhor foi os fogos – disse Fred – meu pai mesmo que os fez, demais não?


   - Foram bons – disse Rosa descendo do dormitório das meninas com um malão enorme.


   - Por que o malão? – perguntou Dominique a observando.


   - Ora, amanha vamos pra casa, férias de natal... esqueceram?


   - É mesmo! – exclamaram os outros três que estavam ali.


   O ultimo dia na escola foi só para se recuperarem da chamada ressaca, no domingo os que iam passar o Natal na casa dos pais já estavam enfiados no expresso de Hogwarts, a maioria na cabine deles dormia profundamente. Chegaram à estação de King’s Cross quando já era de noite, e eles puderam ver que não apenas eles estavam de ressacas, mas seus pais também. Victoire e Dominique se despediram e saíram da estação junto com Gui e Fleur. Molly correu até Percy e Penélope e eles saíram para um lado oposto. Alvo e Tiago correram também, mas não encontram nem Harry nem Gina, onde estavam?


   - Olha meu pai ali – Rosa apontou para o ruivo que estava ao longe sorrindo – e o Vô Weasley! 


   - Vô Weasley? – repetiram Tiago e Alvo.


   O Sr. Weasley era adorado por todos os seus netos. Os três caminharam até os dois Weasley.


   - Vô Weasley, toca aqui! – Tiago correu até ele e fizeram um tipo de aperto de mão secreto.


   - Onde está meu pai? – perguntou Alvo.


   - Ele não vem – disse Rony abraçando Rosa – viemos buscar vocês dois.


   - Por que ele não vem? – perguntou Tiago.


   - Te explicamos no caminho, vamos indo – o Sr. Weasley parecia mais empolgado do que o normal.


   - O senhor está bem? – perguntou Rosa quando estavam caminhando para fora da estação com os malões e as gaiolas das corujas.


   - Estou ótimo melhor impossível – disse ele – afinal, o Rony aceitou me trazer de carro trouxa, é fascinante.


   - É um carro normal pai – resmungou Rony.


   Eles chegaram perto do carro do ruivo. Os três se adiantaram e entraram dentro dele. Rony abriu o porta-malas e o Sr. Weasley ajudou-o a pôr as gaiola e os malões. Observou os dois se olharem.


   - Por que será que eles não vieram? – perguntou Alvo a Tiago.


   Então Rony entrou, e manobrou o carro, o pai dele sentado ao lado dele se virou e sorriu.
   - E aí como vocês estão? – ele olhou para as janelas e com um movimento com a varinha fez elas se abrirem – está abafado aqui.


   - Está frio – resmungou Rosa fechando a janela. 

   - Não faça isso – disse Rony contrariado – os trouxas podem ver.

   - Nenhum trouxa vai reparar, e se reparar é porque você está correndo.

   - Ele tem razão – disse Rosa – ouvi dizer que o limite...

   - Eu sei dirigir – cortou a filha – aliás, é por isso que eu estou aqui, sua mãe me obrigou a buscar vocês de carro, porque não aparatamos... é muito mais rápido.

   - Se acalme Rony – disse o Sr. Weasley ainda feliz –  não precisa repetir a história, todo mundo já sabe.

   Alvo olhou os dois fascinado, era a coisa mais irreal que presenciara, Rony olhava de esguelha para seu próprio pai desconfiado de alguma coisa, mas ele voltara a se virar sorrindo.

   - E aí, como está Hogwarts?

   Ele reparou que Rony balançara a cabeça, visivelmente.

   - Como sempre – respondeu Tiago.


   - Estão nos atolando de lições – disse Rosa.


   - Muitas mesmo – acrescentou Alvo.

   Sr. Weasley os encarou um pouco e se virou pra frente, então como que tomado de uma curiosidade infantil ao ver o aparelho de som disse.

   - Vamos escutar música de trouxas!

   - Ah! Não de novo! – atalhou Rony – esse botão não! 

   Sr. Weasley parara com o dedo no botão. Pareceu assustado e então riu.
   - É! É esse que apertei antes, que faz o carro desaparecer! Tinha esquecido! 

   - Eu disse pra não mexer pai, o Ministério vai acabar comigo... – disse Rony preocupado.

   - Ah, eles não vão falar nada não – disse apertando o botão ao lado, uma música alta irrompeu pelo carro quase deixando todos surdos.
   -...disse Não! – Rony apertou o botão e olhou o furioso.

   O bruxo ficou constrangido, mas ainda olhava o painel com olhos de criança, era típico do Sr. Weasley. Rony agora parecia realmente zangado, Alvo desviou o olhar para fora, e resolveu ficar quieto.

   - Para onde vamos? – perguntou Tiago curioso após um bom tempo, já meio chateado da viagem.

   - Para a Toca... – respondeu o Sr. Weasley agora abrindo e fechando o vidro do carro manualmente sem parar..

   - Para a Toca? – repetiram os três juntos.

   - Vamos reunir a família lá, como todos os anos – contou o avô – todo mundo vai estar lá, por isso mesmo o pai de vocês não veio.

   - Mamãe e Gui deram um jeito de deixar a casa maior, vamos todos dormir lá – disse Rony sem tirar os olhos da rua.

   - Eu não apertei esse aqui ainda – disse o Sr. Weasley apertando um outro botão.


   Alvo queria cair na gargalhada, Rony parecia querer sumir do carro, ele imaginou como deveria ter sido a viagem de ida. O Sr. Weasley estava inquieto e se virou de novo ao ver que Rony podia largar o volante e agarrar seu pescoço se voltasse a apertar algum botão.

   O resto da viagem se arrastou por um longo tempo, e eles se encostaram uns nos outros para descansar. Rony fazia o carro voar, devia ser mágica, ou eles já teriam batido no carro de algum trouxa, a velocidade lembrava o noitibus, que uma vez viajara junto com seu pai. Alvo ficou sonolento, continuava a ver as coisas passando, não viu mais nada, estava tudo escuro. Escuro como a noite mais negra, não havia nada a sua volta, ele estava imerso em escuridão, sentia algo próximo dele, se virou, ao longe havia um contorno, algo grande, era... um cão, grande como um urso.

   - Mas?

   Ele viu o cachorro erguer-se e olhar atrás dele, se virou.

   - Hogwarts...

   Ele se virou de novo, mas cachorro não estava mais ali. Hogwarts também sumira... o que era isso? Sentiu algo ao seu lado, havia alguém no chão, alguém caído no chão, chorando, soluçando, mas quando deu um passo na direção da pessoa viu uma estranha luz brilhar por trás de si e se virou apreensivo, uma leve luz verde, e tudo ficou gelado, então ele caia, estava caindo, caindo e então parou, estava voando, sentia a movimentação era como se estivesse montado em uma vassoura, mas mais leve, ele sentiu como se atravessasse uma nuvem, água agarrando no seu cabelo, então a claridade de um amanhecer o atingiu com a surpresa de ver o que montava, montava um dragão... um imenso dragão que o levava para Hogwarts, Hagrid sorria quando o dragão se preparava para pousar na floresta.

   - Você trouxe de volta! Trouxe de volta pra casa!

   - Hagrid?

   Mas da floresta veio um guincho horrendo e Alvo caiu do Dragão e quando se levantou encarou, gritou.

   - O que foi isso? – perguntou o Sr. Weasley assustado olhando-o

   Alvo acordara ainda no carro, com a mão apertando a cabeça

   - Pesadelos? – perguntou Rosa carinhosamente ao se lado...

   - É... – disse ainda confuso...

   Ficaram em silêncio, então Alvo percebeu que amanhecia e que ali a frente estava A Toca. Na porta estavam a Sra Weasley, ao lado sua mãe Gina, elas acenavam.


    Harry e os outros tinham decidido passar a semana do natal na Toca, passar literalmente, pois eles improvisaram quartos para reunir todo mundo ali, Rony, Gina, Hermione, Gui, Carlinhos, Fleur, Percy, Audrey e, Alvo, Tiago, Rosa, Hugo, Lílian, Jorge, Fred, Angelina, Molly, Dominique, Victoire, todos os outros filhos que ainda eram jovens e Ted, iriam fazer um natal inesquecível.


   Na véspera eles estavam tendo trabalho em dobro, as mulheres ajudavam a Sra. Weasley a limpar o lugar, arrumar as mesas, colocar decorações, fazer a ceia, enquanto os homens iam junto com o Sr. Weasley arrumar uma arvore de natal imensa para trazer para a casa, outros foram ao beco diagonal comprar presentes, estavam numa paz tremenda, era a melhor época do ano para Harry, não precisava se preocupar com nada, ele não queria se preocupar com nada, esquecera completamente aquele Edgar.


   Mais à noite quando estavam se preparando para comemorar o natal, ele, nos jardins frios da Sra. Weasley, encontrou Ted sozinho sentando no gramado olhando para o céu, e ele perguntou a seu afilhado algo que estava lhe perturbando a dias.


   - Você está bem? – perguntou se sentando ao lado dele. 

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