Guardiãs




   - Levante um pouco mais...isso...agora tente.


   - Rictusempra!


   Escórpio não era lá grande coisas quando a questão era atirar feitiços pela varinha. Ele era muito lerdo, igualzinho seu pai. Harry estava ensinando ele devagar, e descaradamente elogiava o garoto sem parar. Sua idéia era sugerir ao professor Slughorn uma festa, daquelas reuniõezinhas para os alunos favoritos. Ele tinha certeza que se falasse pro professor que seu aluno favorito era o Escórpio, ele o convidaria para a festa. Era uma ótima maneira para conhecer o melhor o garoto.


   - Muito bem, muito bem – disse em tom alto – vocês estão dispensados da aula de hoje, foi ótimo trabalhar com vocês, se continuarem assim vão conseguir se tornar grandes bruxos... dispensados!


   Alguns fizeram uma cara de triste quando ele encerrou a aula, uns ainda estavam caídos no chão sobre efeito da azaração, outros começaram a debochar dos amigos falando que um era melhor que o outro, ele ficou satisfeito. Ficou de olho em todos eles e pode ouvir alguns comentários:


   - Ele é melhor que o prof. Smith...


   - É verdade...


   - Não acho que o Potter seja um biruta...


   - Minha mãe disse que o profeta diário sempre conspira contra ele...


   - Ei pai...


   Alvo correu até ele sorrindo.


   - Como me sai? – perguntou Harry.


   - Foi demais sua aula, muito melhor que a do prof. Smith.


   - É mesmo? Vou levar isso como um elogio...


   - E foi um elogio mesmo – disse Alvo – então pai, você vai estar aqui no dia do jogo?


   - Que jogo?


   - De Quadribol é claro...


   - Ah, vai começar a disputa pela taça de quadribol então?


   - Vai – disse ele – mas eu não posso jogar, sou muito novo ainda, mas Tiago me disse que o time da Grifinória é muito bom.


   - Olha Alvo, sua idade não importa muito, eu com onze anos me tornei apanhador do time com sua idade.


   - Verdade?


   - Claro – disse sorrindo para o filho – enfim, eu fico para assistir o jogo.


   - Legal – disse Alvo entusiasmado – vai ser Grifinória contra Sonserina, queria que o tio Rony estivesse aqui, ele sempre alegra um bom jogo de quadribol.


   - Sonserina? Então com certeza eu não perco esse jogo – riu – é uma pena o Rony não poder estar aqui mesmo, mas ele tem trabalho no Ministério, quem sabe outra hora.


   - É...


   - Agora vai pra sua aula antes que você se atrase, anda...vai, vai...


   - Até depois.


    Alvo saiu correndo da sala e sumiu. O resto do dia foi realmente exaustivo, principalmente quando ele foi dar aula para o sétimo ano. Eles eram muito mais experientes, mas ainda tinham dificuldade em mandar feitiços comuns como o Estuporante, ou o Patrono.


   - Na idade de vocês eu já lutava pra valer contra comensais da morte – rosnava quando um aluno da Sonserina deixou sua própria varinha cair ao fazer o feitiço.  


   - Ah tio, pega leve com eles – disse Victoire.


   - Pelo amor de Deus né, o Slughorn tava certo em dizer que a maioria dos alunos são cabeças duras.


   A aula com o quarto ano mais tarde não foi nada diferente, aula pratica com feitiços de ataques que eles nem conheciam. Mais uma vez escutou comentários de que ele era melhor professor que o Smith.


   Já era noite, ele tinha tomado um belo banho pra relaxar o corpo. Agora caminhava lentamente para o salão principal para a hora do jantar. Desta vez teve o prazer de se dirigir a grande mesa dos professores, avistou Hagrid lhe dando um aceno, e correu para se sentar ao lado dele.


   - Noite, Hagrid – cumprimentou se sentando.


   - Harry! – exclamou o outro – é muito bom revelo.


   - É ótimo ver você também – disse enquanto começava a se servir.


   - É muito triste...


   - O que?


   - Ver os amigos daquele garoto...olha como estão...deprimidos....


   - Ah, sim, mas eles vão superar, isso não é algo para se abater – Harry começou a comer.


   - Perder um amigo assim, de uma hora para outra, deve ser muito ruim – comentou Hagrid.


   - Nós já passamos por isso, e estamos aqui não é?


   - Claro, estamos...


   - Saiu alguma coisa no profeta diário, sobre a morte?


   - Não que eu tenha visto, acho que o professor Flitwick abafou um pouco o caso.


   - Sei, é melhor assim – disse Harry – imagine só se soubessem que um aluno morreu, e que eu estava aqui, iam achar que eu o matei só para conseguir mais fama – ele riu.


   - Não diga bobagens, por que você iria querer mais fama?


   - Não sei, mas é o que estão achando não é? – mordeu um grande pedaço de frango – eu tento ajudar, mas sempre acabo na pior.


   - As pessoas não dão valor ao que você faz.


   - Deu para perceber.


   Os dois se silenciaram por uns segundos enquanto comiam mais.


   - Alias, o que veio fazer aqui Harry, da ultima vez que você apareceu por aqui foi para investigar aquele caso das mortes.


   - Eu vim investigar um artefato – contou ele – um artefato que Edgar está atrás.


   - Que tipo de artefato?


   - É um bracelete para ser mais sincero, nada de mais no ponto de vista de muitas pessoas, mas falei com o quadro de Dumbledore ontem à noite, e achamos que esse bracelete possa ser uma horcrux.


   - Horcrux? Que diabos é isso? – Hagrid pareceu confuso, bebeu um pouco de suco num copo que mais parecia um balde.


   - Achei que você soubesse Hagrid – disse Harry o observando – não sei se devo lhe explicar, Horcrux são algo muito secretos, suas informações são sigilosas...


   - Está querendo dizer que não confia em mim então?


   - Não é isso... eu te conheço muito bem Hagrid, confio em você, mas é uma informação muito confidencial para sair dizendo por ai, alem do mais, você não precisa saber o que é exatamente uma...Horcrux...só precisa saber que é algo realmente perigoso.


   - Tudo bem Harry, tudo bem...


   - Que bom que entendeu – disse ele voltando a comer – então venho aqui para pegar o bracelete.


   -Tem idéia de onde está? – perguntou Hagrid.


   - A sim, tenho quase certeza de que está com o Escórpio.


   - Malfoy?


   - Aham, o bracelete era da Bellatriz Lestrange, sua família o herdou, eu e Kingsley achamos que o Escórpio o pegou da casa da avó – contou agora observando a mesa da Grifinória onde Tiago acabara de tacar suco de abóbora em Alvo – o Edgar depois que fugiu recentemente de Azkaban arrombou a casa dos Malfoy procurando o tal bracelete.


   - Eu ouvi falar nisso, saiu nos jornais – disse Hagrid olhando a algazarra na mesa da Grifinória também.


   Alvo havia se levantando revoltado e tinha atirado molho vermelho em Tiago. Os dois se xingaram em alto tom no salão.


   - Em todo caso Hagrid acho que não posso simplesmente agarrar o garoto ai pelos corredores e exigir o bracelete – continuou quando balançou a cabeça de indignação pela atitude de seus filhos – acho que posso fazer ele me emprestar o bracelete, só por alguns minutos, posso liquidar a horcrux nesse tempo.


   - E como pretende fazer isso, Harry?


   - Oho, noite Potter, Hagrid... – Slughorn vinha se aproximando deles com sua pança estufada, sua careca brilhando, e um sorriso muito maroto no rosto.


   - Boa noite professor – cumprimentou Harry gentilmente.


   - Boa noite Horácio.


   Slughorn passou pelos dois, e se sentou ao lado de Harry.


   - Então Hagrid, eu estava pensando em uma daquelas reuniões do professor aqui sabe – disse dando uma leve piscada para o outro.


   - Ah, é uma boa idéia!


   - Do que estão falando? – perguntou Slughorn se intrometendo na conversa.


   - Eu e Hagrid estávamos comentando sobre Escórpio professor – disse ele.


   - Escórpio Malfoy? Ele é um cabeça dura, não tem talento nenhum para poções.


   - Serio? Pois eu achei ele magnífico na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, você precisa ver professor, conseguiu azarar o amigo dele com muita perfeição.


   - Conseguiu é? – perguntou o professor desconfiado.


   - Claro que sim, eu estava comentando com o Hagrid o desempenho dele.


   - Harry acha que você deve convidá-lo a participar do Clube do Slugue – disse Hagrid entendo a estratégia do amigo.


   - Você acha mesmo Potter?


   - Tenho absoluta certeza que ele tem talento, pode não ser muito bom em poções, mas ele foi muito bem na minha aula.


   - Um aluno da Sonserina recebendo um elogio de você Potter, isso é realmente incrível...


   - Não vá achar que eu estou começando a gostar da Sonserina – riu Harry – apenas elogiei o aluno.


   - Está certo, talvez eu inclua-lo para a lista.


   - Eu ficaria muito satisfeito.


   - Já posso considerar que você confirma a presença então? – perguntou Slughorn entusiasmado.


   - Claro professor – nunca imaginou que um dia ia dizer isso.


   - Se você também puder ir, Hagrid, é um bom acompanhante para bebidas sabe.


   - Pode contar comigo – disse Hagrid satisfeito.


   - Está certo então professor – disse Harry terminando seu jantar – me mande uma carta assim que fizer os preparativos sim? Eu vou dormir, estou realmente exausto, até mais para vocês.


 


    Era como ele tinha imaginado, Zacharias Smith ainda estava na Ala Hospitalar uma semana depois, era incrível alguém ficar desmaiado tanto tempo por receber um feitiço estuporante.


   - Ele parece estar morto sabe, quase nunca acorda – contou Madame Pomfrey quando ele foi lhe fazer uma visita.


   Harry apostaria dez galeões que Zacharias estava tomando algum tipo de poção do Morto-vivo para se safar do trabalho, contudo ele até que estava gostando em tomar a posição de professor por mais uma longa semana. Gina havia lhe mandando uma carta no domingo dizendo que estava morrendo de saudades, e contando que um aluno estava se destacando nos cursos de aurores. Kingsley enviou uma outra dizendo que não estava havendo nada estranho no mundo mágico, nenhum desaparecimento, estava tudo em perfeitas condições. Rony também mandou uma xingando o novo chefe do departamento por ser muito rígido. “Ele me manda fazer coisas sem parar, e ainda me proibiu de ir ver a Mione, estou realmente irritado com ele, acho que vou acabar estuporando ele qualquer hora”. Ted enviou uma também. Nela dizia para ele perguntar a Victoire se Roran estava bem com os furúnculos.


   A semana seguinte passou voando, ele conheceu alguns alunos novos de outros anos, e outras casas, e descobriu que nem todos iam com a cara dele. Uns se recusaram a ter aula com um biruta como ele e simplesmente se retiraram de sala. “Menos vinte pontos para Sonserina” disse quando um aluno do sexto ano saiu mal humorado da sala. Agora via por que Snape adorava tirar pontos da casa que não gostava. O jogo de Quadribol que Alvo havia citado tinha sido marcado para o sábado, dia nove de novembro, Grifinória e Sonserina, primeiro jogo da temporada. Harry não pode deixar de notar a excitação que os alunos tinham ao acordarem no sábado, dia da partida. Uns e outros não paravam de comentar o assunto. Por um momento ele sentiu vontade de agarrar uma vassoura e ir para o campo pegar o pomo de ouro, era uma das melhores sensações do mundo, porém, agora ele só podia ser um expectador.


   Quando estava quase na hora do jogo, ele encontrou Hagrid a caminho do estádio, atrás dele estava um bando de Grifinórios que não paravam de falar.


   - Nós vamos ganhar, eu estou dizendo – falava Tiago sem parar.


   - Vai ser uma partira dura, o Roran vai jogar – disse Victoire – e agora não temos um apanhador tão bom quanto o Ted sabe.


   - Pro inferno o Roran – resmungou Fred ao lado dela – nosso time não vai deixar nenhum artilheiro acabar com a gente.


   - Parece que Davis vai colocar o Brye e Egan para marcar individualmente o Roran – contou Dominique quando todos eles chegaram no estádio.


   - Meu deus, eu acho que eles deviam focar mais no pomo de ouro – disse Molly.


   - Marcação sempre é bom – comentou Harry agora que eles estavam subindo para as arquibancadas.


   Chegaram. Ele e Hagrid se enfiaram no meio de vários alunos que estavam pintados de vermelho e laranja gritando sem parar, “Vai, vai Grifinória”. Do lado oposto à torcida da Sonserina rugia sem parar em seu tom verde e prata.


   - Que tal uma aposta Fred? – perguntou Tiago.


   - Manda então – disse o garoto.


   - Aposto que o Roran não vai marcar mais de setenta pontos na gente!


   - Você só pode estar brincando, claro que ele marca setenta fácil Tiago, não seja tolo, vai perder o dinheiro...


   - Sei, você está com medo de apostar isso sim...


   - Ta certo então, mas não venha choramingar se perder...


   - Dois galeões!


   - Fechado.


   - Esses dois – ouviu-se a voz de Rosa em desapontamento.


   - Não se preocupe com eles Rosa...olha, já vai começar! – disse Alvo.


   - Os jogadores da Grifinória são bons, Hagrid? – perguntou Harry quanto apareceram quatorze pessoas com suas vassouras no campo.


   - É um dos melhores, mas claro, não se comparada ao daquela época de Olívio e vocês – respondeu Hagrid pegando um binóculo – mas o time da Sonserina também é ótimo.


   - Vamos dar inicio a primeira partida de quadribol do ano – ouviu-se a voz de garoto que estava no lugar do locutor ao lado da professora Minerva – o jogo de hoje Sonserina contra Grifinória, que é um dos melhores times que já existiu em Hogwarts...a desculpe professora.


   “Vamos chamar o time da Grifinória, Davis, Stuart, Lency, Vitor, Brye, Egan e Vivian”.


   Harry viu os jogadores vermelhos e laranjas subirem nas vassoura e darem um impulso. Eles sobrevoaram o estádio.


   “E agora o time da Sonserina, Roran, Peter, Roger, Allan, Logan, Nick e Érika”.


   Sete vassouras com jogadores de camisa verde e prata entraram no campo. Madame Hooh que estava parada no meio do campo levantou vôo também, os outros que estavam nos ares formaram um circulo em volta dela.


   - Capitães, apertem as mãos – disse ela.


   Davis se aproximou de Roran, e os dois apertaram as mãos. Madame Hooh soltou os balaços e o pomo de ouro, depois pegou a goles.


   - Eu quero um jogo limpo! – disse, e então lançou a goles no ar.


   “A goles é lançada... e começa o jogo, Lency toma a posse da goles, eu nunca achei que ele tinha talento para quadribol, mas depois do que vimos nos treinamentos, descobrimos que ele não só uma sabe tudo...”


   - WILLAN! – gritou a profª McGonagall – É PARA VOCÊ NARRAR O JOGO, NÃO FALAR DOS JOGADORES.


   “Certo desculpa professora, Lency com a posse da goles, ele passa para Davis, que passa para Stuart, Lency de novo, Davis, Stuart, Lency,  Davis de volta, Stuart, Lency, ele desvia de um balaço atirado pelo batedor Nick, está se aproximando as balizaz eee.... GOL DE LENCY!”


   Harry deu um soco no ar. A torcida de Grifinória urrou de alegria.


   “Roran toma a posse da goles, passa para Roger, não Peter agora, Roran de novo, Roger, Peter, Roran...ah...escapou de ser desarmado, eeeee. GOL DE RORAN!”


  Desapontamento para o lado deles.


  “Lency com a goles, Davis, Stuart, Lency, Davis de novo, Stuart... não Roran recupera a posse da goles, Peter, Roger, Roran de volta, Peter, ele se aproxima de Vitor eeeee. GOL DE PETER!!!”


   Vinte a dez para a Sonserina, a torcida verde cantava sem parar do outro lado do estádio.


    “Lency, Davis, Stuart, que trio esse! Lency de novo, Davis, Stuart, Lency, Davis, ele vai marcar em Allan e... GOL DE DAVIS!”.


  Vinte a vinte, Harry observava a apanhadora da Grifinória, nenhum sinal do pomo pelo jeito, pensou.


  “Roran com a posse de novo, tomara que acertem um balaço nele”.


   Victoire soltou um muxoxo.


  “Roger com a goles, ele se aproxima de Vitor...”


   Enquanto Roger se aproximava de Vitor, a metade do estádio que estava de verde cantava sem parar, “Roger, Roger, Roger...”.


    “ Ele vai marcar eeeeeee....”


  Roger virou a vassoura para cima e arremessou a goles com todas as forças na baliza da direita. Harry observou Vitor virar a vassoura e agarrar a goles. A multidão aplaudiu.


Vitor fez uma defesa esplendida mesmo, porém, em dez minutos de jogo, o placar era Cento e setenta para Sonserina contra, setenta da Grifinória.


  “Ele vai chegar em Vitor...ah, belo balaço Brye! Lency com a posse da goles”


   Hagrid ao seu lado levantou uma bandeira bem grande – PARA FRENTE GRIFINÓRIA – no meio da torcida.


  “.... GOL DE STUART!”


   A garota da Grifinória ainda procurava o pomo que não tinha dado nenhum sinal de vida até agora.  Ela começou a sobrevoar as balizaz de Vitor, a apanhadora da Sonserina a seguiu.


 “... Roran, Roger, Peter, Roran de novo, Roger, Peter, Roran... eee... GOL DE RORAN!


  Aplausos soaram no estádio todo.


   - Esse time da Sonserina é bom mesmo – comentou ele com Hagrid.


   - É o melhor de todos os tempos na minha opinião – disse o gigante quando uma vassoura passou rente a sua cabeça.


   - Duvido que batessem aquele velho time da Grifinória – disse rindo quando viu Davis marcar.


    “... Roran, Roger, Peter, Roran, Roger de novo, Peter... um balaço acertou ele! Lency pega a goles, Davis, Stuart, Lency, Davis ...ah... Roran recupera a goles, Roger, Roran de novo, Peter..... GOL DE PETER!”


   O Time da Grifinória rapidamente pegou a goles e saiu jogando.


“... Lency com a goles, Roran vem para cima dele, Lency começa a subir”.


 O garoto tentou passar por cima de Roran e deixou a goles cair exatamente em cima Stuart que rapidamente passou para Lency de novo, deixando Roran abobado...


  “... que jogada! Esplendido! Lency, Davis agora, Stuart, Lency de volta....... GOL DE LENCY!!!!!!!!!


   O tempo foi passando e os gols saindo sem parar, a Sonserina liderava com muita facilidade, a equipe deles tinha um ótimo entrosamento. Já havia passado quase uma hora de jogo quando o placar marcava trezentos e dez a cento e setenta para Sonserina, e então se ouviu um “ooooh” da multidão.


  “... A apanhadora da Sonserina vai pegar o pomo!”.


   Harry viu Vivian virar a vassoura e ver Érika com a mão esticada, e o pequeno pomo logo a sua frente. Ela começou a voar em direção do pomo o mais rápido possível, varias pessoas faziam “ooooh”. Logo a cantoria da Grifinória começou para incentivar ela.


 “Vivian está se aproximando do pomo, mas Érika está mais perto, ela vai pegar...”.


  Ela estava cada vez mais perto, só que a apanhadora da Sonserina já estava com a mão estendida bem em cima do pomo, era só fechar os dedos, então furiosamente uma bola a acertou em cheio no peito e fez ela sair de rumo e cambalear para o lado. Egan havia atirado um balaço nela.


  - Vai garota pega o pomo! – gritou Egan.


  - Vai! – urrou Harry também da arquibancada.


    Vivian cortava o ar ferozmente cada vez mais perto da bolinha dourada, “Aaaah” fazia a multidão. Faltava um pouco, o pomo estava a poucos centímetros do seu dedo. Ela estava se aproximando até que...


“... GOL DE RORAN!...”


...ela pegou.


  “VIVIAN PEGOU O POMO DE OURO! A PARTIDA ACABOU, EMPATADA!”.


   Vaias enormes vieram do lado da Sonserina. Comemoração veio do lado da Grifinória. Com o pomo em mãos o placar marcava exatos para cada lado, trezentos e vinte.


   - Ela pegou, ela pegou! – disse Harry dando vários socos no ar.


   - Viva! – gritou Hagrid balançando os braços.


   - Pode pagar Tiago – disse Fred estendendo a mão – falei que Roran marcaria mais de setenta gols...


   - E dai, na próxima eu ganho – resmungou ele.


   Mesmo sem vencer, a torcida da Grifinória foi comemorar o empate na sala Comunal, Harry fez questão de ir escondido até a cozinha, em compânia de Tiago e Fred que insistiram muito em ir, para trazerem umas guloseimas e umas cervejas amanteigadas.


   Resumo da festa, ele parecia um garoto de dezessete anos no meio daquela garotada, os mais velhos bebiam sem parar cerveja amanteigadas, e vinhos que tinham trazido da cozinha, os menores bebiam sucos e comiam sem parar cantando, no fim até a professora Mcgonagall apareceu para comemorar um pouquinho, antes de mandar todos irem dormir porque já era uma da manhã.


 


   Na manha seguinte Harry não podia acordar de outra maneira. Uma tremenda dor de cabeça de tanto comemorar com os outros na sala. Ele ainda estava exausto quando decidiu caminhar para o Salão Principal naquele dia. Como não era de se esperar, a mesa da Grifinória estava quase completamente vazia, pelo grande relógio ele viu que já haviam passado do meio dia. “Dormi tanto assim?” Pensou. Mal tinha entrado no salão para ir em direção da grande mesa quando uma pequena aluna da Lufa-Lufa correu até ele e puxou suas vestes.


   - Professor, me pediram para lhe entregar isso – disse ela lhe enfiando um bilhete nas mãos.


   - Obrigado – disse pegando o bilhete, e a menina saiu correndo corada.


   Ele abriu, e viu, era um convite para uma das festas particulares de Slughorn, no sábado dia dezesseis.


   - Eu também recebi uma – contou Rosa quando estava ele, Alvo, Tiago, Fred e Victoire na casa de Hagrid tomando um chá naquela tarde.


   - Grande coisa – disse Tiago com a cara amarrada – ninguém aqui precisa ter um professor puxa saco no pé da gente.


   - Pare de ser invejoso Tiago! – disse ela irritada.


   - Não estou com inveja, eu e Fred temos planos melhores para sábado.


   - É verdade. – disse o outro.


   - Queria ter recebido um desse também – comentou Alvo no ouvido de Victoire.


   - Quem sabe mais pra frente né? Eu comecei a receber o meu há dois anos atrás, é legal sabe, tem muitas pessoas legais lá – disse Victoire sonhadoramente.


   -...acha que ele chamou o garoto? – perguntava Harry a Hagrid que nem estava prestando atenção na conversa dos garotos.


   - Acredito que sim não é? Aquele professor leva sua opinião muito a serio – disse Hagrid.


   - Ótimo – disse virando a xícara de chá.


   - Hagrid, e aquele Hipogrifo, está vivo ainda? – perguntou Victoire.


   - Que Hipogrifo? – perguntou Harry interessado – o Bicuço?


      - É o Bicuço – confirmou o gigante – está a flor da idade se quer saber, acho que ele não passa desse ano.


   - Incrível, achei que ele já tinha...morrido.


   - Não diga bobagens tio.


   - Aqui tem Hipogrifo? – perguntou Rosa interessada. Os garotos tinham começado um jogo de Snap explosivo.


   - Tem sim Rosa, você vai velos no terceiro ano – disse Hagrid feliz – é Harry, o Bicuço continua ai, mas bem mal, ele ficou ainda mais triste quando me viu alimentando as Quimeras.


   - Quimeras? – exclamou se engastando com um biscoito. – tem Quimeras aqui?


   - Tem, na floresta proibida é claro – disse Hagrid.


   - Isso não é perigoso? – perguntaram Rosa e Victoire ao mesmo tempo.


   - Perigoso é sim, Quimeras chegam a ser mais terríveis que os Dragões – Harry fez uma careta, nunca pensou em um bicho pior que um Dragão – mas sabe, só vieram pra cá para serem bem tratadas, receber cuidado especial, acho que antes mesmo do natal elas já vão ser mandas para Avalon de novo...


   - Avalon? – perguntou Harry.


   - É, Madame Mirabella as trouxe aqui na quarta feira – contou ele.


   - E para que ela quer Quimeras na escola dela? – perguntou.


   - Pra guardar o...


   - Hagrid?


    Uma cabeça havia aparecido na lareira da casa de Hagrid. Era de uma mulher, Harry não a conhecia, mas ela estava com uma expressão de muito mau humor ao chamar pelo gigante.


   - Precisamos conversar – disse a cabeça em chamas – em particular.


   Hagrid olhou para os lados, sua expressão ficou preocupada de uma hora para outra, ele se levantou.


   - Desculpem ter que retirar vocês assim, mas tenho que resolver uns assuntos – disse ele – nós nos falamos outra hora.


   - Você ainda me deve uma explicação – disse Harry pouco antes de sair.


   Hagrid deu uma piscadela de leve pra ele, e fechou a porta. Os seis saíram andando em direção do castelo num final de domingo esplendido. Quimeras em Avalon? Pra que? O que elas estão guardando? Hagrid está me escondendo alguma coisa, mas eu vou descobrir.

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