Segredos da Ordem de Merlim



 



  Na primeira manhã em Hogwarts, Alvo acordou muito cedo. Estava sonolento ainda quando decidiu se arrumar. Colocou suas vestes, arrumou seu cabelo, colocou todos os livros na sua mochila, pegou penas e pergaminhos, estava tudo pronto para seu primeiro dia de estudo.


   Os outros alunos do primeiro ano ainda dormiam. Alvo não havia conversado com quase nenhum deles direito. Deu mais uma espiada para trás, para ver se não havia esquecido alguma coisa, depois rumou escada a baixo. Chegando lá viu que não tinha sido o único a acordar cedo. Ao canto da sala comunal estavam Tiago e seu primo Fred (filho de Jorge), aos cochichos com uma grande caixa escondida ao lado deles.


   - ...vamos vender esse mais caro – dizia Fred a Tiago – vale uns três galeões cada!


   - Está certo...está certo... e as Vomitilias? – perguntava o outro.


   - O mesmo preço que vendemos ontem – disse Fred remexendo a grande caixa.


   - PRODUTOS WEASLEY DE NOVO!


   Uma voz feminina berrou atrás de Alvo. Sua outra prima, Molly Weasley (filha de Percy) vinha descendo as escadas e acabara de ver os outros dois.


   - Ah nem vem Molly – resmungou Fred se atirando na frente da caixa.


   - Sabe que não é permitido! – disse ela agora que estava frente a frente com ele.


   - Não precisa bancar a certinha só porque se tornou monitora – disse Tiago indignado também.


   Molly abriu a boca para retrucar, mas não falou nada. Apenas apontou o dedo para cara deles e se virou saindo da sala comunal.


   - Por que toda essa gritaria? – Rosa apareceu das escadas toda arrumada também.


   - O Tiago e o Fred estão vendendo coisas da loja do tio Jorge – contou Alvo.


   Rosa olhou os dois. Eles haviam voltado à discussão sobre os preços das coisas que iam vender.


   - Vamos tomar café então? – perguntou Rosa.


   - Vamos.


   Os dois saíram em direção do quadro da sala comunal e atravessaram o retrato. Alvo estava fascinado com o castelo. Nunca estivera em um lugar tão magnífico em sua vida. Havia retratos para todos os lados na escadaria que andavam e falavam. As gigantescas escadas mudavam de lugar magicamente o tempo todo.


   - Vamos logo Alvo – disse Rosa tirando ele de transe.


   Os dois começaram a descer as escadas para chegar ao salão principal. Um barulho de latas caindo soou num corredor que eles passavam e ao mesmo tempo um Poltergeist passou voando em cima deles.


   - VOCÊ ME PAGA PIRRAÇA! VAI LAMENTAR O DIA EM QUE APARECEU NESSE CASTELO – ouviu-se a voz do Zelador Argo Filch.


   Eles apertaram o passo rapidamente, e em alguns segundos já estavam no saguão de entrara que levaria ao salão principal. Os dois já estavam quase na porta quando deram de encontro com Roran.


   - Bom dia – disse o garoto na mesma hora.


   - Bom dia. – responderam os dois.


   - Eu estava procurando a Victoire, vocês viram ela por ai? – perguntou espiando as escadas atrás deles.


   - Ela já estava descendo para tomar café da manhã quando eu saí do dormitório – disse Rosa.


   Alvo ficou encarando Roran. Não sabia se tinha sido algum efeito no trem, mas o garoto parecia mais pálido do que antes.


   - Você está bem? – perguntou Alvo.


   - O que? – Roran encarou-o nos olhos – estou ótimo, só tive um pequeno problema com Vomitilias.


   - Vomitilias? – exclamou Rosa.


   - Eu comprei algumas com aquele Weasley ontem – contou Roran – sabe, para usar em alguma emergência, eu estava testando agora pouco o estoque que comprei.


   - Emergências de que tipo? – perguntou Alvo.


   - Normalmente para me livrar professor Slughorn – ele deu mais uma olhada nas escadarias na esperança de ver Victoire.


   - Esse professor Slughorn é...ruim? – perguntou Rosa preocupada.


   - Ah não, ele é um ótimo professor. Mas ele não para de me chamar para as festinhas particulares dele do Clube do Slugue – Roran deu um aceno para as escadarias para seu amigo Erlian que havia aparecido – e as vomitilias me tiram de cena.


   - O que é Clube do Slugue? – perguntou Rosa interessada – acho que minha mãe me contou alguma coisa sobre isso.


   Erlian havia chegado até eles.


   - O Clube do Slugue é um grupo dos alunos favoritos do professor Slughorn – explicou Roran – os melhores... ah...olha a Vic ali... até mais garotos.


   Roran saiu em disparada para a escada aonde uma menina vinda balançando seus cabelos ruivos atraindo olhares de todos. Alvo balançou a cabeça ao ver aquilo, depois puxou Rosa para entrarem no grande salão.


   Mal tinham começado a comer, quando uma nuvem preta de corujas entraram voando sobre a cabeça dos alunos. Umas derrubando pertences esquecidos a uns alunos, outras derrubando profetas diários, outras derrubando cartas dos pais.


   - Olha, recebi nosso horário – disse Rosa abrindo uma carta.


   - O que vamos ter hoje? – perguntou Alvo enfiando cereais na boca.


   - Poção, defesa contra as artes das trevas, e aula de vôo – disse a menina passando os olhos nos horários.


   - Legal.


   - Ora vejam só, igualzinho ao pai.


   Uma voz ecoou nos ouvidos deles. Os dois viraram a cabeça e viram um homem enorme ao lado deles. Sua grande juba cobria todo seu rosto.


   - Hagrid – exclamou Rosa.


   Rosa e Alvo já conheciam Hagrid a um longo tempo. Ele já foi convidado para participar do aniversario deles varias vezes.


   - Estava me perguntando quando teria oportunidade de ver vocês – disse Hagrid feliz – o que estão achando de Hogwarts?


   Alvo parou de comer.


   - É incrível, é igual papai sempre me contou!


   - Seu pai conhecia Hogwarts como a palma das mãos dele – comentou Hagrid puxando um lenço do bolso – sinto falta dele sabe, do Rony e da Hermione também. Sempre tomavam chá comigo, eram brincalhões, quase sempre se metiam em encrencas. – Hagrid assoou o nariz – é uma pena eles terem crescido.


   - Nós vamos te visitar, Hagrid. – disse Rosa dando tapinhas nas costas do gigante.


   - Sei que vão – Hagrid guardou o lenço no bolso – eu tenho que trabalhar agora, não se metam em encrenca - dizendo isso saiu em direção da mesa dos professores.


   As cinco para as nove, Alvo e Rosa rumaram para a masmorra do castelo para terem sua primeira aula de poções. O alvoroço em torno da porta das masmorras era enorme. Eles dividiriam a aula com os alunos da Sonserina. Quando enfim os dois conseguiram entrar na sala, rumaram para uma mesa ao centro da sala. Os alunos se calaram na mesma hora que um homem barrigudo apareceu. Horácio Slughorn. O professor estava mais careca do que nunca, a pança dele tinha aumentado, seu rosto agora estava mais envelhecido do que antes.


   - Ora, ora, ora – disse Slughorn – alunos do primeiro ano sejam bem vindos. Eu sou Horácio Slughorn, professor de poções.


   Ele se calou por um instante na esperança de alguém fazer algum comentário.


   - Bom – disse finalmente – apanhem seus caldeirões e os kits de poções, não esqueçam é claro de do manual de Estudos avançados no preparo de poções.


   Um estardalhaço ecoou na sala quando vários alunos começaram a remexer suas mochilas tirando caldeirões e kits de poções.


   - Ora muito bem – disse Slughorn quando todos já tinham feito o que ele pediu – quero que observem esse caldeirão aqui.


   O professor apontou para um caldeirão que estava sobre a mesa dele borbulhando. Tinha uma cor verde.


   - Alguém sabe que poção é essa?


   A mão de Rosa se levantou momentaneamente, um gesto que Hermione repetiu varias vezes nessa sala quando estudava em Hogwarts.


   - Sim? – perguntou o prof. Slughorn olhando-a.


   - É Poção Wiggenweld – respondeu a menina.


   - Oho! – exclamou o professor – saberia me dizer o que ela faz?


   - Essa poção tem o poder de restaurar as forças de uma pessoa que esta demasiada fraca por estar doente, por ter se machucado ou simplesmente por estar muito cansado. – respondeu a menina.


   - Oho! – exclamou de novo – excelente, dez pontos para Grifinória...


   - Muito bem – sussurrou Alvo.


   -... o que eu quero nessa aula é simples – disse o prof. Slughorn – eu quero que preparem uma poção do Amortentia para mim. O aluno que a fizer melhor, ganha de presente, um frasco com essa poção aqui – ele apontou para a poção Wiggenweld. – podem começar!


   Houve muito barulho quando os alunos arrastaram seus objetos e puxaram seus caldeirões para perto. O silencio era total na sala, a concentração de cada aluno era evidente. Alvo estava fazendo exatamente o que o livro mandava.


   No final da aula sua poção estava em um tom marrom, com cheiro de rosas. Slughorn agora passava de aluno em aluno verificando o caldeirão de cada um. Alvo viu ele fazer uma careta de desapontamento quando passou no caldeirão do pequeno Escórpio. Por fim chegou à mesa onde ele estava com Rosa. O professor olhou seu caldeirão, e inspirou o ar que saia dele.


   - Oho, está quase no ponto essa – comentou feliz, depois passou direto para o caldeirão de Rosa – ah! – a poção dela tinha um brilho perolado e subia momentaneamente um pequeno vapor em espiral. – aqui está a vencedora!


   Os olhares dos alunos passaram direto para o rosto de Rosa. A garota ficou vermelha, Alvo lançou um sorriso para ela.


   - Uma poção Amortentia perfeita – disse Slughorn feliz – ora muito bem, posso saber seu nome?


   - Rosa Weasley, senhor.


   - Weasley é? – disse Slughorn – filha de qual Weasley?


   - Rony.


   - Ah... Rony Weasley – exclamou o professor – sim, me lembro dele, era um cabeça dura em poções...    


   - Papai sempre disse que minha mamãe era boa em poções.


   - E sua mãe é...


   - Hermione.


   - Hermione Granger! – exclamou novamente – uma excepcional aluna, era excelente preparadora de poções sim... aposto que você herdou a inteligência dela. - Slughorn tirou um frasco de suas vestes e entregou a Rosa. – estão todos dispensados.


   Mais um alvoroço soou na sala das masmorras quando os alunos começaram a guardar suas coisas de volta nas mochilas. Alvo e Rosa agora tinham uma hora livre, depois almoço. Ele já estava quase saindo da sala quando o professor fez um comentário.


   - Você é muito parecido com seu pai garoto.


   Alvo olhou para trás meio desordenado.


   - Sei...


   - Muito parecido mesmo.


   Alvo apenas lançou um sorriso e saiu da sala com Rosa. A menina se despistou dele para ir a biblioteca estudar. Ele, porém, não estava com a mínima vontade de se enfiar atrás de livros como ela, então decidiu ir ao salão principal.


   Quando estava quase chegando em seu destino, Alvo se esbarrou em alguma coisa. Ele olhou para os lados para ver o que era, mas não achou nada. De repente a cabeça de um Tiago surgiu no ar flutuando.


   - Toma cuidado por onde anda – reclamou a cabeça de Tiago.


   No mesmo instante a cabeça de um Fred surgiu também ao lado de Tiago.


   - Fala ai Alvo – disse Fred.


   - O que vocês estão fazendo? – perguntou.


   - Estamos dando uma volta – respondeu Tiago.


   - Para onde? – perguntou ele desconfiado.


   - Vamos lá em baixo colocar umas coisas no suco de abóbora do professor Slughorn – contou Fred.


   - Papai disse pra você usar essa capa só...


   - Em caso de emergência – completou Tiago girando os olhos – mas papai não está aqui está? E não vá soltar a língua por ai Alvo, se não vamos lhe lançar uma azaração.


   Tiago e Fred desapareceram de volta sob a capa deixando Alvo parado sozinho.  Ele balançou a cabeça pela imaturidade de seu irmão, depois virou-se e entrou no salão principal. Havia alguns alunos sentados nas mesas estudando. Ao longe ele conseguiu avistar sua prima Victoire e a irmã mais nova dela Dominique, tão bonita quanto outra. Alvo se aproximou delas lentamente.


   - Alô – disse ele quando se sentou ao lado delas.


   - E ai primo, como você ta? – perguntou Dominique.


   Está, diferente da irmã, tinha os cabelos louros, no entanto, chamava tanto a atenção dos garotos da escola quando a outra. Ela estava no quarto ano em Hogwarts.


   - Estou bem, e você?


   - Ótima.


   - Cadê a Rosa? – perguntou Victoire que estava enfiada atrás de um jornal.


   - Foi à biblioteca – respondeu Alvo se esquivando de um apertão nas bochechas que Dominique ia lhe dar.


   - Ei – exclamou Victoire jogando o jornal na mesa e apontando com o dedo para uma foto – parece que o ministério enfim capturou Edgar Teobot, olha, dizem que nossos tios estavam lá.


   Alvo se ergueu para ver a noticia que a prima estava mostrando. Havia uma grande foto em preto e branco em cima da pagina, onde o Ministro da Magia Kingsley acenava segurando a corrente do seu novo prisioneiro.


 


MINISTÉRIO VENCE EDGAR


 


   Depois de um longo período de busca ao Bruxo das Trevas Edgar Teobot, considerado pela comunidade bruxa, um homem de alto risco para a sociedade, tendo cometido vários crimes como furtos, uso indevido de magia em trouxas inocentes e até mesmo a morte de bruxos.


  Edgar Teobot fez seu ultimo ato na tarde de primeiro de Setembro, onde aparentemente arrombou o cofre de Bellatriz Lestrange. Os duendes agiram com cautela, e na mesma hora avisaram ao Ministério da Magia que tal bruxo estava em Gringotes.


   O Ministro da Magia, Kingsley Shacklebolt, e o Chefe do Departamento dos Aurores, Harry Potter participaram da captura no notável bruxo.


   “Devo dizer que não conseguiríamos nada se não fosse pela eficiência dos contra feitiços de uma bruxa que estava com a gente, Hermione Granger Weasley” disse o Ministro “foi uma captura difícil, tivemos ajuda de vários aurores, devo dizer especialmente um nome que me surpreendeu muito, Ted Remo Lupin, um jovem que estava cursando aulas de auror no Ministério, ele ajudou muito salvando a vida do Sr.Potter, mas por fim, tudo saiu bem”.


  Edgar Teobot foi condenado à prisão perpétua em Azkaban, onde estará sob vigia 24h (vinte a quatro horas) por dia.  


 


   Terminando a leitura, Alvo olhou para as duas garotas.


   - Mas o que será que deu na cabeça dele – começou a dizer Dominique. – roubar Gringotes!


   - É a mesma coisa que se entregar ao Ministério – comentou Victoire – e olhe Nique – ela indicou para a irmã um nome no jornal – o Ted estava lá, e ajudou!


   - Já estava na hora dele servir para alguma coisa não é? – disse Dominique.


   - O que quer dizer? – indagou Victoire.


   - Ele não faz nada da vida não é, fica só por ai...


   - Ah... sim claro... ele é um bobalhão – disse a outra.


   Mas Alvo não pode deixar de perceber que ela não tirava os olhos do nome “Ted Lupin”


CRACK


  Um estalo soou do lado deles e um Elfo Domestico havia aparatado bem ali. Varias pessoas que estavam no salão momentaneamente viraram suas cabeças para o Elfo curiosas.


   - Filho de Harry Potter – o Elfo vez uma reverencia.


   - O que você ta fazendo aqui Mostro? – perguntou Alvo corando com os olhares que vinham dele para o Elfo.


   - Harry Potter mandou Mostro dar uma olhada em seu filho, Monstro está obedecendo.


   - Ta legal Mostro, fala pro papai que eu estou bem – disse depressa – e diz pra ele que eu fui pra Grifinória.


   Monstro fez outra reverencia, e no segundo seguinte havia aparatado. Alvo deu um suspiro, depois se virou de volta para a mesa.


   - Ei Nique olha, o que será que está havendo? – Victoire chamara a atenção de sua irmã novamente, Alvo virou a cabeça também para olhar.


   Na entrada do grande salão, um Hagrid apareceu vindo andando com passos rápidos e uma cara aterrorizada. O gigante se dirigiu até a mesa do centro do salão onde o Diretor Flitwick estava. Hagrid parou na frente do pequeno professor e os dois começaram a conversar apressados.


   - O que será que houve? – perguntou Alvo.


   - Não sei, mas coisa boa não foi – disse Victoire olhando.


   No minuto seguinte, Hagrid estava saindo do salão apressado. O professor Flitwick vez um gesto com a varinha sobre seu cálice, que no instante seguinte tinha se transformado em uma coruja viva.


   - Ei!


   Uma voz soou atrás deles. Era Rosa, sua rosto emitia uma expressão de irritação. Ao chegar depositou seus livros na mesa ferozmente.


   - Aconteceu alguma coisa? – perguntou Alvo desviando seu olhar para ela.


   - Aquele garoto da Sonserina – disse ela irritada olhando para seus livros ameaçadoramente – Maboy...Malfoy...não sei o nome dele.


   - O que ele fez?


   - Ele apareceu lá na biblioteca – contou ela – e começou a me chamar de sabe tudo.


   - Ah... não ligue para isso – disse Victoire que aparentemente ouviu o comentário da garota – isso é inveja sabe.


   Rosa, porém, não respondeu nada, apenas abriu um dos livros que havia jogado a sua frente. Alvo voltou a olhar o professor Flitwick, que no exato momento colocava uma carta nas patas da coruja. No mesmo momento a coruja levantou vôo e deu um mergulho rasante no salão principal, saindo pela janela. Alvo ficou contemplando o pontinho preto da coruja até ela sumir.


   - Rosa, tire seus livros daí de cima – disse Dominique quando Alvo voltou seus pensamentos a mesa – já está quase na hora do almoço, vai acontecer o maior estrago em seus livros se a comida aparecer em cima deles...


   A coruja lançada pelo professor Flitwick acabara de sair dos terrenos de Hogwarts e cortava no ar calmamente. Sua viajem foi lenta e sem presa. Quando a luz do dia já estava se escondendo atrás das montanhas no fim de tarde, a coruja deu um mergulho em direção de uma casinha torta. A casa foi ficando cada vez maior, até que ela atravessou a janela e passou voando sobre as pessoas que lá estavam deixando cair uma carta bem em cima de Harry Potter.


 


    Harry não se demorou, pegou-a e a abriu.


   - Algum problema? – perguntou Rony ao seu lado esticando o pescoço para ler também.


   - É de Hogwarts – disse Harry em tom alto e todos na casa viraram os olhares para ele – encontraram um bando de Centauros... mortos.


   - Mortos! – exclamaram Rony, Hermione, Gina e a Sra. Weasley ao mesmo tempo.


   - Sim, Hagrid os encontrou hoje – disse ele lendo a carta ainda – querem que o Ministério vá para lá checar o assunto imediatamente.


   - Por que não fazem isso eles mesmos? – perguntou Rony.


   - Bom, não foi exatamente em Hogwarts, os Centauros foram encontrados em uma área fora da escola – disse Harry.


   Um barulho soou na parede. O relógio dos Weasley que tinha o nome de toda a família: Arthur Weasley, Molly Weasley, Gui, Carlinhos, Percy, Fred (o ponteiro dele não era mais marrom, desde de sua morte sua cor havia mudado para cinza e estava sempre parado em “Super Feliz”), Jorge, Rony e Gina. O ponteiro do Sr. Weasley havia mudado de “trabalho”, para “Há Caminho”. No segundo seguinte um craque soou do lado de fora da casa e o ponteiro mudou para “Em Casa”.


   Curiosamente, ao lado desse relógio, havia um outro, igualzinho, mas os nomes as pessoas eram outras: Victoire (na escola), Molly (na escola), Dominique (na escola), Fred (na escola), Tiago (na escola), Alvo (na escola), Rosa (na escola), Lucy (em casa), Lílian (super feliz), Hugo (super feliz), Louis (em casa), Roxanne (em casa). O relógio dos seus netos.


   - Conseguimos Molly, descobrimos – disse o Sr. Weasley quando entrou na casa dando um aceno com a cabeça para todos.


   - Descobriram o que, Arthur? – perguntou a Sra. Weasley começando a servir torradas para Harry, Rony, Hermione e Gina.


   - A função de um patinho de borracha – respondeu ele animado.


   Harry olhou Hermione confuso. Os dois se seguraram para não cair na risada.


   - Parece que o patinho de borracha foi à fonte, na qual os trouxas inventaram as bóias – disse o Sr. Weasley se servindo de uma panqueca na mesa – reparamos que ele não afunda, é engenhoso!


   - Meus parabéns – disse a Sra. Weasley.


    Harry guardou a carta de Hogwarts nas vestes, e decidiu participar de uma divertida conversa sobre os patos de borracha com o Sr. Weasley. Uma vez ou outra os ponteiros do relógio Weasley mudavam. Tudo estava bem na conversa, até uma outra coruja entrar na cozinha voando e deixar cair uma outra carta no colo dele.


  - Essas corujas não param de te perseguir – comentou Rony quando Harry abriu a carta.


 


Caro Sr. Potter


   Chegou ao nosso conhecimento que o senhor contribuiu mais uma vez para nossa a sociedade bruxa...


 


   - Ah, era só o que faltava – disse Harry sob o olhar de todos.


 


   ...executando a captura do notável assassino Edgar Teobot...


 


   - Não capturei ele sozinho.


 


    ...se apressamos a lhe oferecer novamente o titulo da Ordem de Merlim Terceira classe por serviços prestados a comunidade bruxa...


 


   - Não mesmo – rosnou para a carta.


 


...onde poderá participar de missões muito mais elevadas e elegantes para um bruxo do seu nível...


 


   - Como se eu quisesse...


 


...em todo caso, esperamos que você aceite nossa proposta


Atenciosamente


Chefe da Ordem de Merlim, primeira Classe


 


   - O que era? – perguntou Hermione a sua frente.


   - Estão me convidando novamente para ganhar o titulo da Ordem de Merlim.


   - Mas isso é magnífico cara – disse Rony indignado – por que você não aceita de uma vez?


   - Por que? Oras, onde estavam os bruxos da Ordem de Merlim quando combatemos Voldemort no passado? Estavam escondidos? Ou acharam que acabar com a ameaçada dele era um trabalho muito simples para eles – disse Harry irritado – não vou fazer parte de uma Sociedade de Bruxos que só tem nome.


   Todos na cozinha ficaram em silencio por uns instantes. Harry momentaneamente teve impressão de ter visto o ponteiro do relógio de Victoire sair de “Na Escola” para “Perigo Mortal”, e em seguida voltar para “Na escola”. Ele balançou a cabeça confuso.


   - Eu faria a mesma coisa que você Harry – disse o Sr. Weasley finalmente – Dumbledore fazia parte dessa Ordem, mas ele sempre agiu sozinho, e desde de que eles o expulsaram de lá por acharem que você-sabe-quem não havia voltado, Dumbledore recusou todos os convites que eles fizeram.


   - Ele estava certo! – se apressou a dizer Harry.


   - Com certeza estava – disse o Sr. Weasley. Todos na mesa começaram a olhar para ele para escutar cada palavra que ele tinha a dizer – mas sabe, a Ordem de Merlim é formada por um grupo de bruxos extremamente talentosos em magia. Ninguém de bom senso se aventuraria a desafiá-los, seria como desafiar vários Dumbledore para um confronto.


  “Mas em todo caso tem uma baixa. Essa Ordem, não se da muito com o Ministério, eles são isolados e quase sempre recusam a ajudar. Um desperdício se quer saber minha opinião, bruxos daqueles calibres passarem a vida em casa apenas recebendo galões e mais galões por serviços prestados a comunidade Bruxa”.


   - Mas então a Ordem de Merlim não serve pra nada? – perguntou Hermione.


   - Não – respondeu o Sr. Weasley – é apenas um titulo ganho a bruxos que fizeram grande feito, e depois que o ganham não trabalham mais.


   - Por quê essa ordem nunca combateu Voldemort? – perguntou Harry.


   - A maioria dos bruxos da Ordem não quer mais saber de lutas, e duelos com bruxos, querem que o Ministério resolva tudo, contudo na primeira guerra alguns até aceitaram a ajudar, mas ouve baixas – o Sr. Weasley vez uma pausa esperando algum comentário, mas como nenhum veio, ele continuou – alguns membros lutaram junto com o Ministério, Dumbledore os forçou é claro, mas ai que está o perigo, você-sabe-quem conseguiu trazer alguns deles para seu lado, lhes oferecendo conforto eterno se o ajudassem.


    “Isso era uma coisa de alto risco, você-sabe-quem sozinho era uma ameaça assustadora, e com membros da Ordem de Merlim ao lado dele era quase... invencível! Por sorte com a queda de você-sabe-quem, revoltados com tal traição, os outros membros da Ordem de Merlim capturaram os traidores e os mandaram para a prisão”.


   - Azkaban? – perguntou Harry.


   - Não, Azkaban não seguraria bruxos daquele porte – disse o Sr. Weasley – os mandaram para a prisão de Salem, que eles mesmo criaram.


  Hermione soltou um grito de exclamação.


   - E...aonde fica essa prisão? – perguntou Harry.


   - É uma prisão isolada sabe, e secreta – acrescentou – fica nas geleiras do Alasca, em uma ilha isolada.


   - Os mandaram para lá então, mas eles não podem...escapar?


   - Barbas de Merlim, ouvi dizer que é difícil entrar naquela prisão para fazer visitas – exclamou o Sr. Weasley – fugir então, está fora de questão.


   Todos ficaram em silencio total novamente. Harry olhou para o relógio de novo, tudo estava normal, o ponteiro de Victoire, nem nenhum outro voltara à marca “perigo mortal”.


   - Por isso mesmo concordo que você recuse esse convite Harry – falou finalmente o Sr. Weasley – é uma perda de tempo.


   - Sr. Weasley – disse Hermione timidamente – o senhor não acha que Azkaban...seja um lugar meio...não seguro para mandar Edgar...quero dizer, não tem mais dementadores lá e tudo mais...


   - Não seja tola – disse o homem – não mandaram ele para Azkaban.


   - Mas saiu no jornal – contestou Gina.


   - Claro que saiu no jornal, não podiam sair por ai anunciando a existência da prisão de Salem não é? – disse o Sr. Weasley – disseram que o mandaram para Azkaban, mas não foi para lá não, Kingsley convenceu a Ordem de Merlim a ceder um lugar especial a Edgar em Salem.


   - E eles aceitaram, sem questionar? – disse Harry surpreso.


   - Claro que sim...afinal – o Sr. Weasley vez uma pausa – o Edgar era membro da Ordem antigamente, e eles não suportam traidores.


   Harry, Rony, Hermione e Gina ficaram boquiabertos.


   - Edgar, era da Ordem de Merlim? – repetiu Harry.


   - Sim, segunda classe – ele olhou para os outros – vocês não sabem muito sobre Edgar não é?

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.