Ferraduras, discussões e a art

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Capítulo IV – Ferraduras, discussões e a arte de dedurar


 


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Estou arrancando os meus cabelos


Estou rasgando as minhas roupas


Estou tentando manter a calma


Eu sei que dá para ver


Estou olhando para meus pés


Minhas bochechas estão ficando vermelhas


Estou procurando pelas palavras dentro da minha cabeça


 


(Things I’ll Never Say – Avril Lavigne)


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Jéssica Buttler


 


Pelo primeiro contato, eu achei que ele estava de mau-humor por estar em detenção. Da segunda vez que ele me cortou, pensei que era timidez, afinal, nunca o vi falando com muita gente além dos seus amigos, os famosos “Marotos”. Porém, depois da quarta tentativa e um baita gelo, eu finalmente percebi que Sirius Black estava no lugar errado. Ele, definitivamente, deveria estar puxando as carruagens de Hogwarts.


 


- Hey, que horas são? – perguntou de repente. Percebi pelo tom de voz que esta pergunta era só pra puxar conversa.


- A mesma do relógio atrás de você. – respondi seca e sem olhá-lo.


- Ah... É mesmo. – não pareceu se importar. Acho que me enganei.


 


XxXxXxXxXxXxX


 


- Você tem mais dessa coisa aí? – perguntou balançando um frasco de desengordurante vazio diante dos meus olhos.


- Na caixa. – apontei na direção da mesma. Pelo canto do olho, percebi uma quantidade considerável do líquido verde se espalhando pelo chão perto dele.


- Não pode me dar um pouco do seu? – perguntou presunçoso.


- Não. – curta e simples, jamais grossa.


- Custa tanto assim? – perguntou indignado.


- Apenas o preço da primeira impressão. – finalmente o olhei e dei o sorriso mais cínico que tinha.


 


Me lançando um olhar aborrecido, levantou-se, foi até a caixa e, quando voltou, limpava a prateleira com força desnecessária. Que mimado!


 


- Nunca te deram um “não” na sua vida? – perguntei realmente curiosa.


- Não te interessa. – falou em tom de provocação. Cerrei os olhos.


- Ai, minha feridinha. – falei sarcástica. Foi a vez dele de fechar a cara – Poxaaaaaa, você limpa bem as coisas, heim? – comentei dando uma espiada no lado dele do armário.


- Como coisa que eu me importasse. – falou olhando também – Você, no entanto, parece ter nascido pra isso. – completou espiando o meu lado.


- Ao menos eu nasci pra alguma coisa. – respondi.


 


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Nicole Carrew


 


- Oi, David. – falei em tom cínico e amável ao mesmo tempo quando cheguei atrás dos dois.


- Nick!? – ele se assustou quando me ouviu. Eu o olhei séria.


- Bom, acho melhor eu ir andando. Tenham um bom dia, Tremllet, Carrew. – me lançou um olhar desdenhoso antes de sair.


 


Respirei fundo antes de me virar para ele pedindo explicações com o olhar. Por incrível que pareça, ele se mostrou surpreso com a minha reação.


 


- O que foi?


 


Eu simplesmente virei as costas e saí andando apressada.Ele ainda pergunta!


 


- Ok, ok. Me desculpa, eu sei que você não gosta da Kathy, mas nós somos só amigos. – eu não parei de andar, então ele continuou – Olha, Nick, você não pode querer que eu pare de andar com alguém que você nem conhece e já diz que não gosta, eu nunca te pedi algo assim. – parei de repente e olhei para ele.


- Eu não estou te proibindo de nada, David, mas custa não ficar andando sozinho com ela por aí? Sabe, caras com namorada não vão à Hogsmead com outras garotas.


- Nós não íamos à Hogsmead juntos e foi você quem disse que queria ir sozinha, pra começo de conversa. – retrucou.


- Como é que é? Eu só disse que ia ser chato a Lily ficar segurando vela o dia inteiro. Já fizemos isso por amigos seus, caso não lembre.


- Tá. Quer saber? Se você não tem confiança em mim, não vou ficar aqui discutindo com você. Até mais. – foi a vez dele sair andando.


 


Suspirei. Tá legal, eu exagerei.


 


- David! David, volta aqui. – pedi, mas é lógico que ele não voltaria – Ok, eu exagerei, me desculpa! – falei indo atrás dele.


- Agora é assim.


- Pára de fazer charme. – revirei os olhos.


 


David apenas parou de andar ao me ouvir, como ele não disse nada, virei as costas pensando no quão infantil estava sendo aquela discussão.


 Eu não vou ceder. Claro que não! Ele está errado, ele que tem que pedir desculpas.


 


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Peter Pettgrew


 


Missão cumprida. Pontas estava me esperando numa clareira próxima à casa dos gritos para voltarmos à Hogwarts o mais depressa possível, o plano havia sido um sucesso. Sem suspeitas. Ao menos, era isso que eu pensava.


 


- James Potter. – ouvi alguém falar num canto próximo.


 


Droga, Evans! Ela estava parada junto à professora McGonagall , que a olhava muito séria. Espero que ela não acredite.


 


- Srtª. Evans, é uma acusação grave a que está fazendo. – considerou a professora – Me acompanhe até o castelo, vamos resolver este problema.


 


Droga! Tava tudo perfeito até a senhorita dedo-duro achar de abrir a boca! Ahh, o Pontas não vai gostar nada disso...


 Com este último pensamento, saí correndo até onde havíamos combinado. Ele vai encontrar uma saída. Sei que vai.


 


XxXxXxXxXxXxX


 


- Pontas? – chamei sussurrando quando cheguei ao local combinado – Pontas? Você tá aí? É urgente!


- Bem aqui. – respondeu tirando a capa e se levantando. Estava sentado em uma pedra pouco antes.


- Você tem que fazer alguma. Foi a Evans, ela sabia. Sabia que fomos nós. – falei quase entrando em pânico.


- Rabicho, Rabicho. Em primeiro lugar, se acalma que eu não tô entendendo nada. – falou calmamente. Estava com um ótimo humor – Isso. Agora respira... E repete o que você falou.


- Ok. – falei tentando me acalmar – De alguma maneira a Evans sabia que estávamos envolvidos no “incidente” do dragão. Bom, na verdade, não nós. – falei pensando melhor – Afinal, ela só acusou você.


- O QUÊ!? – exclamou.


- É. – confirmei – De alguma maneira ela sabia sobre você e foi correndo contar a McGonagall. Cara, estamos encrencados! – olhei para ele esperando ver aquela expressão despreocupada de quem já tinha um plano em mente, mas Pontas estava apenas... Inexpressivo – Pontas?


- Aquela... Filha de uma mãe... Eu a livrei de um super ataque de bolas de neve e é assim que ela me retribui!? – agora ele está resmungando coisas sem sentido... Legal, resolveu ficar esclerosado logo agora.


- Cadê o Aluado? – acabei de dar falta dele.


- Já foi pra Hogwarts. – respondeu sem me dar atenção – Ia atrás de alguém, eu acho. – fez uma pequena pausa e começou andar para lá e para cá resmungado coisas que eu não entendia.


- Hey! Dá pra prestar atenção aqui? Temos uma professora furiosa e uma dedo-duro para enfrentar! – ele pareceu despertar.


- Vamos para Hogwarts, depressa. – falou desdobrando a capa.


- O que você pretende fazer? – perguntei entrando embaixo dela.


- Ainda não sei, mas tem que ser rápido.


 


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Jéssica Buttler


 


- Tá me chamando de inútil? – Black perguntou me olhando irritado.


- Se assim você entendeu... – dei de ombros.


- Olha aqui, garota, você não me conhece, então não fala do que não entende. Eu estava tentando ser gentil, mas acho você não gosta. – falou aborrecido e voltou a limpar a prateleira.


- Uhh, deu até medo agora. – falei revirando os olhos – Se isso foi gentil, não consigo imaginar o grosseiro.


- Ah, cala a boca, vai. – pediu impaciente.


 - Sabe, eu normalmente ficaria horas tagarelando qualquer coisa sem parar só por que você me mandou calar, mas por que eu me daria esse trabalho por você? – perguntei olhando para ele.


 


Achei que ele fosse revidar ou fazer qualquer outra coisa, mas nunca o que realmente aconteceu.


 Ele fixou seus olhos em mim. Um olhar profundo e penetrante que eu não conseguia desviar. Não estava irritado, na verdade, eu não saberia jamais dizer o que ele estava pensando por aquele olhar.


 Não sei se foram segundos, minutos ou horas que nós passamos só nos olhando. Foi apenas o tempo necessário para que eu percebesse cada detalhe da íris azul acinzentada de efeito hipnotizante.


 


- Espero que os senhores já tenham acabado. – Slughorn entrou na sala me dando um belo susto – Bom... Srtª. Buttler, vejo que fez um ótimo trabalho, está dispensada. Mas aonde pensa que vai, Sr. Black? – Black estava se levantando.


- Embora? – ele perguntou com o tom de “óbvio”.


- Ainda não, meu caro, a sua parte do armário está um horror, só sairá desta sala quando acabar. – e, dizendo isso, me acompanhou até a porta – Até a próxima aula Srtª. Buttler, sei que pode ser boa se esforçando um pouco mais. – acrescentou com um sorriso, fechou a porta e tomou o caminho de sua sala.


 


Eu fiquei, por um tempo, apenas ali parada, pensando no que havia acontecido. Que bobagem, não foi nada demais. Foi a última coisa que pensei antes de tomar o caminho para a biblioteca.


 


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Nicole Carrew


 


 - Ok, me desculpa! – falamos os dois ao mesmo tempo.


 


Nos olhamos surpresos durante alguns segundos e sorrimos um para o outro antes de nos abraçarmos.


 


- Hey, quer ir à Hogsmead? – ele perguntou com um daqueles sorrisos que eu amo.


- Adoraria. – respondi esquecendo completamente o motivo da discussão e também que havia certa ruiva me esperando num bar.


 


Estava pronta para um ótimo passeio no vilarejo bruxo, mas não encontramos exatamente o que esperávamos quando chegamos lá. O lugar estava pandemônio sem tamanho, com direito a gente correndo e gritando para todos lados e tudo mais que se possa imaginar.


 


- Mas o que diabos está acontecendo por aqui? – perguntei.


- Não tenho a mín... – não cheguei a ouvir o resto da frase porque uma “onda” particularmente grande de pessoas nos separou.


- David! David! – chamava tentando localizá-lo, mas a confusão estava grande demais.


 


Quando o fluxo de pessoas diminuiu um pouco, David havia sumido. Ótimo! Era tudo o que eu precisava... Pensei antes de sair a procura de um lugar para sentar, não ia adiantar muita coisa ficar chamando por ele no meio de tanto barulho.


 Encontrei um banquinho três empurrões e um pisão no pé depois. Estava sentada apreciando o caos e me perguntado o motivo de todo aquele tumulto quando avistei os conhecidos cabelos loiros não muito longe de mim.


 


- David! – gritei me levantando de um salto.


 


Quer dizer, levantando e caindo de bunda no chão logo em seguida. Minha luva ficou presa, só Merlin sabe como, no banco.


 


- David! – gritei outra vez rezando para que ele me ouvisse, mas minhas preces não foram atendidas, então comecei a puxar a luva, que parecia não querer se mover – Vamos lá... Luva idiota... – resmunguei.


 


Não deu certo. Banco imbecil! Olhei para trás, ele estava se afastando. Respirei fundo. Agora vai sair!


Puxei com toda força que tinha e mais alguma que encontrei empurrando o banco com os pés. Resultado?


Oh, sim, a luva saiu (pelo menos a maior parte dela) e... Ah é, eu também saí. Voando. Meu “vôo” foi interrompido por alguém que ficou momentaneamente sem ar por causa do golpe. E alguém que também perdeu o equilíbrio e caiu por baixo de mim.


Me virei ainda em cima do indivíduo, de modo a ficar de frente para ele.


 


- Oi... Você está bem? – perguntei sorrindo amarelo. Ele me olhou incrédulo.


- Qual é o seu problema? – perguntou irritado


- Desculpa, Ronald. É que eu...


- É Remus! Por Merlin! – falou impaciente.


- Tá, Remus. – repeti revirando os olhos – Desculpa, é que eu...


- Não. Não precisa falar.  – falou fazendo um gesto com as mãos para que eu parasse – Deixa que eu adivinhe... Você pisou numa rachadura, acertei? E pra não dar azar tem que se jogar em cima de alguém. – falou irônico.


- Para a sua informação, – comecei irritada – não é isso que se deve fazer quando se pisa em uma rachadura. E depois, eu prendi minha luva naquele banco. E, – pus meu indicador com um furo na luva diante de seus olhos – foi assim – balancei o dedo – que eu “me joguei” em cima de você. Grosso!


- Ah... – ele parecia um tanto envergonhado agora, mas não fiquei com pena.


- Ham-ham. – uma tosse foi ouvida atrás de nós, que ainda estávamos deitados no chão, um sobre o outro. Nos viramos para olhar quem era – Estou interrompendo alguma coisa?


- David!? – exclamei surpresa – Eu estava tentando te encontrar! – disse tentando me levantar depressa e pisoteando, sem querer, a mão de Reynold, que fez questão de reclamar – Desculpe. – falei virando rosto para ele por dois segundinhos.


- Não parecia... – falou olhando para o garoto atrás de mim – Dia, Lupin.


- Dia, Tremllet. – respondeu o Reginald pouco a vontade, ainda deitado no chão.


- Vamos, Nick, temos que conversar. – David falou sério e foi me conduzindo para longe do local.


 


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Lily Evans


 


A professora Minerva andava em passos rápidos pelos corredores frios e desertos de Hogwarts. Eu me arrependia mais do que tinha feito a cada milésimo de segundo que continuava viva. Maldita mania de ser impulsiva! Tinha que pensar em algo rápido, mas o eco daqueles passos anunciando o fim do meu tempo me impedia de pensar em qualquer coisa.


Entenda, eu não podia deixar que o pobre Longbottom levasse a culpa por tudo, não foi por querer! Eu me arrependi no segundo seguinte, só que já era tarde demais... Não, agora não é hora de lamentar. Tenho que pensar em algo... RÁPIDO!


 


- Sente-se, por favor, Srtª. Evans. – pediu a professora com calma dirigindo-se ao seu lugar, do outro lado da mesa – Então, conte-me o que sabe. – pediu depois de se acomodar.


- Eu... Bem... Eu... – mas o que é que eu estava pensando quando fiz aquilo? – Eu vi... Ouvi... – resmungava.


- Srtª. Evans, acalme-se primeiro. Sei que a Srtª. deve estar com medo do que pensarão por ter entregue os malfeitores, mas, se estiver certa, estará livrando um inocente de sérias conseqüências das quais não é merecedor. – ela fez uma pausa e me analisou atentamente – Vamos, organize seus pensamentos e conte-me tudo, está fazendo a coisa certa.


 


Tá ok, ela estava certa. Mas o que eu ia dizer? Que ouvi James falando sozinho sobre Hogsmead tremer? Ela não iria acreditar. E eu também não queria culpá-lo por tudo... Ai, vou ter que improvisar.


 


XxXxXxXxXxXxX


 


- Ok, então os está me dizendo que os Senhores Potter, Black, Lupin e Pettgrew armaram tudo aquele caos no vilarejo ontem na biblioteca e a Senhorita escutou tudo por trás de uma estante? – perguntou a professora.


- Eu acho que sim. – falei meio sem conseguir acreditar no que tinha acabado de fazer. Cara, eles vão me matar!


- Professora McGonagall! – James entrou de repente na sala.


- Senhor Potter, era justamente o Senhor que eu ia começar a procurar... – falou a professora se levantando – Aliás, deve saber onde estão os Senhores Black, Lupin e Pettgrew. – ele me olhou mais do que incrédulo, havia profundo desprezo naquele olhar, que eu logo desviei.


- Não. Se a Senhora se refere ao acontecido hoje em Hogsmead, fiz tudo sozinho. – disse com a voz firme.


 




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N/A: Oi genteee!!! Eu gostaria de pedir desculpas pela demora da fic. Eu estive realmente muito ocupada ano passado e não deu pra escrever muita coisa. Mas agora já tem bastante e eu vou postando aos poucos, tá? Muito obrigado pela paciência. Marry, muito obrigada pelas capas, eu amei! Elas são muito lindas *_____* e eu quase chorei de emoção quando vi (eu sou tão manteiga derretida... kkkkkk). Bom postar com mais frequência agora, tá?




Beijooos,




Lizzie.

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