Muita Neve e Dois Dedos de Con

Muita Neve e Dois Dedos de Con



Capítulo III – Muita Neve e Dois Dedos de Confusão


 


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Sorte e amor ainda não estão ao meu lado


Eu ainda recuso a ser um cético


Porque eu sei que você ainda poderia corrigir isso


Talvez essa seja minha noite de sorte, noite


 


Estou começando a me apaixonar


Está ficando demais


Não é frequentemente que eu falho


É simplesmente minha sorte


 


(Just my luck – McFly)


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Lily Evans


 


Eu adoro poções. Essa história de combinar ingredientes, quantidades exatas, tantas mexidas pra cá ou pra lá, tempo certo de cozimento... E a parte de estudar cada um dos ingredientes e saber suas utilidades e características me lembra muito a química trouxa e, modéstia a parte, eu sempre fui muito boa nisso também.


 


- Ok, agora é só esperar mais três minutos para adicionar o próximo ingrediente. – comentei feliz observando para o líquido azul céu que borbulhava no caldeirão a minha frente.


 


Olhei para o trabalho de Nick, uma poção era azul petróleo girava a sua frente, estava quase lá. Já Jéssica... Bem, algo que lembrava massa para panquecas (só que amarelo-limão) soltava faíscas roxas com bastante freqüência.


 


- Ah... Nick, acrescenta um pouco de botão-de-prata, vai melhorar a cor. – sugeri – Jeh... Nisso aí nós temos que trabalhar bastante, eu te ajudo em um minuto e meio, ok? – ela me olhou agradecida e eu comecei a preparar as descurainias que ia usar.


 


Estava acabando de acrescentar os últimos ingredientes a poção quando aconteceu: um silvo alto foi enchendo e sala e, no mesmo instante em que olhei para o lado, vi a poção de Jéssica borbulhando perigosamente. Só deu tempo de pular em baixo da mesa e puxar Nicole, que puxou Jéssica e, no segundo seguinte, os gritos anunciaram que o lugar todo estava coberto com a massa amarela-limão.


Quando saímos lentamente de debaixo da mesa, a situação seria realmente cômica, se não fosse tão séria. Todos os alunos estavam cobertos com a poção, que também espirrou nas paredes, no teto, se espalhou pelo chão. Também havia outros caldeirões, vários ingredientes e frascos quebrados no chão, o pessoal deve ter derrubado com o susto.


Descobri em poucos segundos que a poção atingiu, inclusive, o Professor Slughorn, que não estava nada feliz com isso e andava em nossa direção neste exato momento.


 


- Srtª. Evans, o que aconteceu aqui? – perguntou bravo.


- Bom Professor... É que... – eu não sabia exatamente pó ronde começar, muito menos o que dizer.


- A culpa foi minha, Profº. Slughorn. – Jéssica adiantou-se – Isso é a minha... poção. – concluiu envergonhada. Todas as atenções da sala estavam voltadas para ela.


- Srtª. Buttler, tem alguma noção do que acabou de fazer? – perguntou irritado – Pelo jeito a sua mistura é inofensiva, mas se não fosse, teria colocado uma classe inteira em risco por orgulho de não pedir ajuda antes. A senhorita vai ganhar uma detenção para este sábado e são vinte pontos a menos para a Grifinória. – concluiu e se afastou – Estão dispensados.


 


O pessoal foi reunindo as coisas e olhando torto para nós. Em parte, acho que foi só porque éramos as únicas pessoas limpas da sala, coisa que mudou rapidamente para Nicole, que pisou em alguma cosia viscosa no chão, escorregou e se levantou coberta de poção.


 


- Pelo menos não cheira mal. – concluiu Nick após se levantar.


- Vamos sair logo daqui. – disse Jéssica desanimada.


 


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Nicole Carrew


 


Me separei das meninas assim que deixamos a sala de poções e tomei o caminho para o meu dormitório, estava simplesmente coberta de sabe-Merlin-o-que-é-isso. Havia acabado de sair das masmorras quando uma mão tocou meu ombro.


 


- Nicole Carrew? – me virei para olhar e me deparei com um garoto um tanto mais alto que eu, com cabelos lisos e castanhos e olhos da mesma cor, ele não estava muito sujo.


- Eu sim, e você é...?


- Remus Lupin, prazer. – respondeu estendendo a mão.


- Prazer, Remus. Eu posso te ajudar em alguma coisa? – perguntei simpática.


- Pode sim, nós somos parceiros no trabalho que o Slughorn passou.


- É? Ahhh, é. É sim, acabei de lembrar. – sorri para ele – Então, Lemus...


- É Remus. – corrigiu.


- Remus. Nos falamos depois porque agora eu preciso trocar de roupa, ok? Tchau e bom dia pra você. – e saí sem esperar resposta. Garoto simpático esse tal de Femus, mas tem um nome esquisito...


 


XxXxXxXxXxXxXxX


 


- Ótimo, não vou poder ir a Hogsmead. – Jéssica ainda estava de mau-humor na hora do almoço. Estávamos as três na mesa da Corvinal.


- A culpa foi minha, Jeh, eu devia ter te ajudado logo. – disse Lily.


- Não, você fez certo, estava tomando conta do seu trabalho. Eu é que sou um desastre natural. – cara, ela estava realmente infeliz.


- Mas, não vai fazer diferença pra você passar ou não, certo? – perguntei – Não é isso que vai fazer de qualquer jeito.


- É, mas... – começou, mas calou-se logo após.


- Você vai ter que enfrentar sua mãe algum dia, ou vai ter que se curvar a tudo que ela quer. – disse Lily.


- Apoio completamente. – falei empolgada e acabei derrubando o saleiro diante de mim – Santo Merlin!


- O que foi? – Jéssica perguntou assustada.


- Isso dá azar! – falei aterrorizada. Lily me olhou cética – Mas eu resolvo em um segundo. – completei pegando o saleiro e jogando um pouco de sal por cima do ombro esquerdo.


 


Ou, pelo menos, era isso que eu pretendia, mas o saleiro escorregou da minha mão, saiu voando e...


 


-AII!


- Ai, me desculpa! – falei me virando para ver quem tinha sido o alvo.


- Mas o que diabos foi isso!? – eu fui acertar logo quem?


- Desculpa, Semus. É que eu precisei jogar sal por cima do ombro e o saleiro escorregou da minha mão... – tentei explicar.


- É Rem... Jogar sal por cima do ombro? – perguntou sem entender.


- É. É que eu derrubei sal na mesa, então ia dar azar se eu não fizesse isso. – expliquei melhor.


- Mas isso não é de verdade, só uma superstição boba. – argumentou.


- Isso é o que você acha, não é? – pisquei para ele – Ah... Pode me devolver o saleiro? – e voltei a conversar com as meninas depois que ele me entregou o objeto.


 


Sinceramente, já estou cansada dessas pessoas de mente fechada que não aceitam a visão dos outros sobre o mundo. São tão chatas e sérias.


 


- Oh droga. – falou Lily.


- O que foi? – perguntei interessada.


- Jéssica não vai à Hogsmead. – respondeu.


- Não. Jura? – Jeh ainda estava mal-humorada.


- Não. É que isso significa que eu vou segurar vela sozinha. – falou Lily triste.


- Ah... – é injusto! Ela sabe que eu sempre fico com pena – Tudo bem, eu posso falar com o David, sua chantagista emocional!


 


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Lily Evans


 


A semana passou bem rápido. Na verdade, acho que o tempo está passando bem rápido este ano. Nick tentou me pressionar dizendo que David ficou irritado por eles não irem juntos, mas isso não cola comigo porque eu sei muito bem como ser inconveniente e não me incomodar com esse tipo de coisa.


 


No dia da visita à Hogsmead, Jéssica e eu levantamos cedo e com humores um pouco parecidos: o dela estava péssimo e o meu razoável. Tudo isso culpa de quem?


 


Minha.


 


É isso mesmo. A culpa é completamente minha porque eu sou burra o suficiente para recusar um convite do cara que eu gosto. Fazer o que, né? Não adianta chorar sobre a poção derramada. Aliás, melhor não falar em poção perto de certa pessoa...


 


Encontramos Nick quando estávamos no terceiro andar e seguimos juntas para o grande salão. A animação das pessoas com o passeio pareceu piorar o humor de Jéssica.


 


Quando nos despedimos dela e seguimos para os jardins, Nick viu David conversando com a Butcher e me pediu... Não, ela não pediu, ela resmungou que me encontrava no Três Vassouras e saiu na direção dos dois. Ai, ninguém merece.


Segui sozinha para o vilarejo. Apesar do frio e de ser muito estranho nevar tão cedo, era uma bela manhã.


 


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Jéssica Buttler


 


À medida que o castelo esvaziava, meu humor começava a melhorar. Decidi ir logo para as masmorras antes que ficasse tarde. Se ficar de detenção é ruim, imagina chegar atrasada para uma, o Slughorn ia querer arrancar minha cabeça.


O professor já me esperava na porta de sua sala. Eu não disse nada, ele apenas me apontou a maior das salas de poções e disse que eu deveria lhe entregar a varinha, entrar lá e organizar o armário dos estudantes.


 Merlin, o armário dos estudantes! Isso é nojento, o pessoal não está nem aí com o que coloca lá dentro, é sempre fedido e desarrumado... Bem, quem manda ser uma toupeira na área de poções, não é?


 Entrei na sala e me deparei com um garoto moreno de costas, ele observava o armário. Deve ser o monitor da detenção.


 


- Bom dia. – cumprimentei. Quem sabe se ele não é um garoto simpático o suficiente pra me ajudar, não é?


- Oi. – falou sem olhar para trás. Ok, ele não é simpático.


- Eu sou Jéssica Buttler. – falei me aproximando para ver seu rosto – E você é... Sirius Black!? – disse surpresa.


- Acertou. – disse de forma fria.


- O que está fazendo aqui? – perguntei sem entender. Ele não pode ser meu supervisor.


- Não que seja exatamente da sua conta, mas estou cumprindo detenção. – terminou e se adiantou para o armário.


 


Definitivamente, ele não é um garoto simpático.


 


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Lily Evans


 


Com um pouco de dificuldade fui abrindo caminho pela neve e olha que legal: eu era a ÚNICA pessoa que estava indo para Hogsmead SOZINHA.


 Não. Na verdade, não era a única. Havia um garoto andando a minha frente que também estava sozinho...


 EI! Eu conheço aquele andar e os cabelos despenteados... E eu conheço aquele casaco também... É o James!


 Mas o que James Potter está fazendo indo SOZINHO para Hogsmead? Mesmo quando não tem um encontro, ele sempre tem os amigos e...


 E se eu fosse até lá?


 Fui me aproximando rapidamente. Eu poderia arrumar uma desculpa qualquer para falar com ele e, de repente, se ele não tivesse mais ninguém para encontrar em Hogsmead, nós poderíamos passar a tarde juntos.


 Ok, ok. Já parei de sonhar tão alto.


 Já havia quase decidido o que ia dizer para puxar assunto quando ouvi que ele estava falando algo, como se estivesse conversando com alguém. O problema é: não há ninguém (a não ser eu, claro) aqui perto. Merlin, o James é esquizofrênico!


 


- Lá pelo meio dia, eu acho. Rabicho vai me ajudar. – ele disse. Rabicho? – E não se preocupe, eu vou te relatar todos os detalhes... Hogsmead vai tremer este ano. Boa sorte, cara.


 


Tá legal...  Isso foi muito. Muito. Mas muito estranho mesmo. Que tipo de pessoa fala sozinha por aí, ele é louco ou tem algum distúrbio? Ai Merlin! E se ele tiver alguma doença mental degenerativa que nos impeça de ter um feliz para sempre? Ou nós poderíamos acabar como Christian e Satine, que um morre quando finalmente conseguem ficar juntos!


 Não. É sério, agora eu paro com isso. Vou me acalmar, esquecer essa história maluca de ir atrás dele e seguir meu caminho para o Três Vassouras como combinei com a Nick.


 


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Onde exatamente se meteu a Nicole? Ahhh, por que alguém se daria ao trabalho de me informar? Afinal, se o mundo conspira contra mim, minhas amigas não fariam diferente. Um bom começo é ela me deixar aqui plantada por... Bem, dez minutos. Mas é muito tempo quanto se está sozinha confabulando sobre o final catastrófico do seu relacionamento que ainda não começou. Tenho que arrumar algo para me distrair.


 Olha lá, é o Longbottom e está sozinho numa mesa. Tadinho... Ele parece precisar de companhia... E se não estiver precisando, vai passar a precisar agora.


 Ah, antes que eu esqueça. Ele é um garoto não muito alto, com cabelos pretos e ondulados e olhos castanho escuro. Estuda na Grifinória, mas não sei muita coisa sobre ele porque ele costuma ser muito tímido.


 Levantei-me e fui me sentar na mesa em que o Longbottom estava. Ele se assustou um pouco com a minha chegada repentina, mas quem disse que eu me importo com isso?


 


- Bom dia, Longbottom. – falei sorridente. Eu sempre sorrio feito uma louca quando estou inquieta.


- Bom dia, Evans. – respondeu me olhando desconfiado.


- E aí, como é que você está? Eu estou ótima. Você viu que somos parceiros no trabalho de poções? Quando você acha que podemos começar as pesquisas? Sabe, eu andei pensando e tive umas idéias excelentes, pelo menos, do meu ponto de vista. Depois eu te conto tudo pra ver se você concorda, ok? – disse sem fazer pausas para respirar. É, eu também desembesto a falar quando estou assim – Ai, fala alguma coisa, parece até que você está me ignorando e, se você quer saber, isso não é educado, uma vez que nós vamos ser parceiros durante um longo período de tempo.


- Terminou? – perguntou inseguro.


- O quê? – perguntei sem entender.


- De falar, quem sabe assim eu posso te responder alguma coisa. – respondeu me olhando assustado.


- Ahhh. – fiquei um pouco envergonhada na hora – É, terminei sim.


- Eu estou bem, obrigada por perguntar. Sim, eu vi que seremos parceiros, podemos começar as pesquisas quando você achar melhor e seria bastante conveniente que você me contasse suas idéias depois, eu estou um pouco ocupado agora. – falou lentamente. Será que ele acha que eu sou algum tipo de retardada?


- Ocupado? Com o quê? Você tá só sentado aqui há um tempão. – protestei.


- Eu estou... Olha, eu não acho realmente que seja da sua conta. – ele estava se irritando.


- Nossa, mas você é grosso heim? – reclamei – Eu só disse que não estou vendo nada de útil que você esteja fazendo por aqui, nem bebendo você está! – ele me olhou irritado e pediu um whisky de fogo. Não sabia que ele era de maior.


- Satisfeita agora? – perguntou irônico.


- Você deveria estar bebendo algo tão forte? – perguntei sem realmente estar interessada.


- Você não tem nada mais pra fazer? – perguntou desesperado.


- Não. – respondi e sorri mais ainda – Maaaas, você ainda não me disse com o que estava ocupado. – ele fechou os olhos como quem pede paciência e olhou para o lado.


- Tem razão, eu não estava fazendo nada útil. – respondeu tomando um gole da bebida que havia acabado de chegar.


- Mas disse que estava ocupado. – retruquei.


- Eu estava a fim de ficar sozinho. – disse ainda sem me olhar.


- Por quê? – agora sim eu estava interessada.


- Para medir possibilidades. – comecei a procurar o que ele olhava de tão interessante no canto esquerdo do bar.


- E chegou a alguma conclusão? – perguntei curiosíssima.


- Sim. Não vale a pena arriscar. – falou com um tom ressentido e se levantou me deixando sozinha outra vez.


 


Não entendi essa. A única coisa que vi de interessante foi o Stark chegar na mesa onde a Lafferty estava sentada com Ariane e passar uma senhora cantada na Alice. Será que o...? Não, não... Ele não estaria apaixonado pela Lafferty, estaria?


 Com o excesso de informação na cabeça, resolvi sair para dar uma volta e procurar a senhorita Carrew, porém, mudei de idéia quando me cobraram por um whisky de fogo que eu não bebi e resolvi caçar o Longbottom.


 Assim que saí do bar, notei que havia algo estranho acontecendo devido a movimentação exagerada no fim da rua.


 Começou com uma correria básica e, em poucos segundos, a rua apertada se transformou num pandemônio. Gente corria e gritava para todos os lados, e havia neve. Muita neve sendo atirada não sei de onde, mas eu estou tentando descobrir.


 Com uma dificuldade extremamente grande, fui na direção em que a confusão se iniciara. Não demorei muito a descobrir qual a causa: alguém enfeitiçara uma dragão feito de neve (tornado-o enorme e animado) e este agora jogava jatos de neve para todos os lados.


 Eu daria qualquer coisa para ter visto a minha cara nessa hora. Porque devia estar simplesmente ridícula, afinal, o que eu podia fazer numa situação como essa, se não ficar boquiaberta no meio da rua?


 


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