Velhos Tempos



Capítulo quinze - Velhos Tempos


O queixo de Hermione caiu. “É meu? Oh, claro, me belisco e vejo que... AAH, eu estou acordada... droga, isso doeu...”

- Como?

- É seu, querida - a vendedora olhou mais uma vez para fora da loja, Hermione seguiu seu olhar, vendo apenas vários alunos passeando pela vila - Veja... o bilhete diz que é para a srta. Granger.

- Como sabe que sou eu?

- Isso não vem ao caso - Hermione reparou que, os detalhes do decote do vestido, eram parecidíssimos com os do conjunto que ganhara de Draco. Não imaginou, porém, que isso tinha certa ligação. A mulher estendeu a caixa com o vestido à ela - Vamos, experimente!

Hermione suspirou, olhando sonhadora para o vestido. Jully e Gina sorriram, pois sabiam exatamente o que estava acontecendo. A Castanha entrou no vestiário e colocou o vestido. O que mais lhe surpreendeu, foi que serviu e caiu-lhe como uma pluma. Era um pouco rodado na barra, o que o fazia levitar se rodasse demais. Apesar disso, não seria possível ver mais do que a metade de suas coxas. Como esperado, ia até os joelhos, um pouco abaixo, mas, mesmo assim, achou lindo. O decote não era vulgar, nem comportado demais. O que a frente não tinha de decote, as costas tinha. As costas ficavam à mostra até a metade, em um V perfeito. As alcinhas realçavam seus ombros e braços delicados, e a fita de crepe lhe valorizava a cintura fina, dando-lhe um ar de garota decidida e fatal, ao mesmo tempo que uma garota incrivelmente tímida, o que não deixava de ser. Não podia se dizer que era tímida por demais, não. Ela tinha uma timidez que encatava os garotos, e isso era o que mais lhe chamava a atenção, sem deixar de ser ousada, da sua forma, mas ousada. Hermione torceu a boca quando pensou em como o vestido poderia ser dela, se não tinha encomendado, e na lista de materiais não tinha aparecido nada como “vestes à rigor” ou “vestes formais”. Suspirou. Talvez não devesse usá-lo. Pegou, nas vestes, o conjunto que Draco lhe dera. O colar, apesar de ser inteiro cravejado de diamantes, tinha no fundo, algo que se assemelhava à ela: delicadeza. Passou em torno do pescoço e sentiu-o queimar quando fechou, como se fossem as mãos de Draco. Uma gota de cristal pequena pendia até o meio do seu colo, nada chamativo, apenas... por mais que fosse valioso, simples. Os brincos tinham o mesmo ar delicado, não muito compridos, inteiros cravejados por diamantes e uma pequena gota no final. Tudo combinou perfeitamente, já que o decote frontal do vestido tinha alguns detalhes parecidos com as gotas de cristal. Brilhantes, pequenos e delicados. Fez um penteado improvisado nos cabelos, prendendo-os com um grampo. Sacudiu a cabeça ao pensar que talvez deveria não aceitar o vestido... mas tudo era tão perfeito!

- Mione? - ela ouviu a voz de Gina do outro lado do vestiário - Nos deixe ver como ficou!

Hermione, num ato rápido, tirou os brincos e o colar, saindo em seguida do vestiário, esquecendo do cabelo improvisado. Jully a olhou de cima em baixo, totalmente pasma. Gina não pareceu querer segurar o queixo que caiu vários metros [N/A: a Lah adora colocar que o queixo dos outros cai né? nem parece um maxilar! huahuahua]. A Castanha sentia-se confortável, a atendente a olhou.

- Vai ficar com ele?

- CLARO que vai! - disse Gina subitamente, não dando oportunidade da amiga dizer “não acho boa idéia” - Quanto é?

- Bom, srta., o vestido é um presente... resumindo, já está pago - Hermione franziu o cenho. Será que tinham lançado uma maldição no vestido?

- Quem? - perguntou.

- Olha... pede aqui, que não seja revelado, mas posso lhe garantir que ficará surpresa - Hermione resolveu não discutir.

- Bom... se não estiver amaldiçoado...

- Garanto que não - Jully sorriu - Eu garanto, Mione, se não puder confiar em mim...

-... em quem mais posso confiar? - completou a amiga sorrindo radiante - Ótimo, fico com o vestido!

Jully experimentou mais uma vez seu vestido. Era preto, simples, até os joelhos, decotado na frente e atrás trançado em X. Tinha um cinto preto que usaria abaixo da cintura, uma tachinha pequena na lateral, muito discreta. Gina optara por um vermelho-vivo, não tinha decote na frente, embora atrás parecesse um pouco com o de Hermione. Chegava até os joelhos, como os das outras meninas, e frente-única, as alças se encontrando atrás do pescoço, onde se dava um nó, deixando uma tira da alça pendida nas costas. Era também bem simples, mas lindo.

Os sapatos ficaram por último, os quais Gina escolheu um dourado, da cor de seu conjunto de brincos, Jully um prateado de salto médio, e Hermione um outro também prateado, o salto um pouco mais alto que o da outra. Tudo estava comprado, e, de imaginar que teria de encontrar Draco depois, desanimou. Levantou do banco da loja, e saiu com as amigas. Draco a esperava logo na porta, encostado na parede, os braços e pernas cruzados.

- Granger! Cleese, Weasley - cumprimentou as outras com um aceno rápido de cabeça, agarrando a mão de Hermione e saindo com ela - Escolheu um vestido bem bonito?

- Não, escolheram para mim - respondeu sarcástica, em parte, verdade - Chegou uma encomenda para mim, alguém muito perfeito adivinhou meu gosto e me mandou um vestido lindo. Sabe? Combina com o conjunto que me deu!

- Sério? Que bom!

Hermione sorriu.

- Quer ver como fica?

- O vestido?! - perguntou, lembrando e repreendendo-se por isso, do que Blaise dissera, “dá azar ver a noiva antes do casamento”.

- Não, o conjunto - ela disse naturalmente, empurrando uma sacola de roupa na mão dele, a outra com o sapato e tirando a caixa preta das vestes. Recolheu as sacolas - Coloca para mim?

Draco assentiu, um pouco acanhado, mas colocou. Hermione teve a mesma sensação que da outra vez. O Loiro a olhou, sabendo que ficaria mesmo como imaginou: lindo.

- Está bonito - elogiou, sob um sorriso dela - Imagino que o vestido seja bonito também, você tem bom gosto, Granger.

- Você acha? - Hermione perguntou espantada, mas sorriu em seguida - É, eu acho que você adivinhou que eu gosto de coisas assim - ela apontou para o colcar no seu pescoço -, como sabia?

- Porque eu te conheço... agora vamos?

- NÃO, é cedo... eer... digo...

- Tudo bem, onde quer ir? - Draco a cortou, vendo a garota corar furiosamente - No Madame Puddifoot?

- Malfoy, esse lugar é um lugar para casais, e nós não somos um... - protestou a garota, mesmo assim, sendo arrastada até o café.

- E ninguém precisa saber disso - Draco escolheu uma mesa ao fundo, provavelmente a mais distante das outras. Pediu dois cafés pequenos, sob o olhar atento de Hermione - Que foi?

- É que... - ela segurou-se para não dizer o que estava prestes a dizer. “Você fica tão lindo desse jeito...” -... eu estava só te olhando.

Draco sorriu, e agradeceu pela garçonete ter trazido os cafés, e Hermione voltou sua atenção à ela, ou então iria vê-lo corar um pouco nas bochechas. Não falaram nada mais depois disso, apenas terminaram de tomar o café em silêncio, seus olhares se cruzando em alguns momentos. Hermione engasgou com o café, quando Draco olhava para ela sorrindo de um jeito muito estranho. Foi o único diálogo na mesa:

- Fiz alguma coisa errada? - Hermione perguntou, fitando-o com um olhar cortante.

- Não - respondeu seco, ainda sorrindo daquele jeito - Só estou imaginando você no baile...

- Desculpe?

- É, acho que vai ser engraçado eu dançar com você...

- Escuta aqui, se você está insinuando que...

- Não estou insinuando absolutamente nada, porque eu sei que você não dá vexame e sabe se comportar, apenas acho engraçado dançarmos juntos.

Hermione bufou. Draco apenas sorriu de novo, sabendo que não era por aquilo que anteriormente tinha sorrido... sim, estava tudo dando certo como imaginou, e isso lhe dava uma alegria inexplicável.

Depois que ele pagou os dois cafés, saíram do bar e cada um foi se encontrar com seus amigos. Jully e Gina não se espantaram quando os viram saindo do Madame Puddifoot.

- Imaginamos que vocês iam lá - disse Jully marotamente, sorrindo - Será que nesse baile rola algo?

- Claro que não... eu acho - Hermione riu com o próprio pensamento, e, quando o relógio anunciou quatro e meia, os alunos foram em grupos para os coches.

O passeio não tinha sido tão mal assim, fora até bom demais... bom demais pra ser verdade. O lugar mais indicado depois disso era seu quarto, provar novamente o vestido... mas resolveu que iria ficar com as amigas, o fim de tarde não pedia cama, muito menos roupas formais. Foram passear nos jardins da escola, animadas, conversando sobre o baile. Gina disse que podia fazer a maquiagem das meninas, arrumar o cabelo delas, já que sua mãe lhe mandara pelo correio-coruja do dia anterior, um pacote com várias revistas bruxas sobre penteados, maquiagens... Hermione se animou apenas por isso, seria bem melhor que a festa do começo de ano, melhor que a festa com o Jack, melhor que tudo... ia ser perfeito. Não iria ficar bêbada, a noite prometia ser bem animadora sem bebidas.


×~..*×

O dia do baile se aproximava velozmente, faltando apenas quatro dias. Os garotos entediados, as garotas animadíssimas. As aulas passaram a ser interessantes, tudo pareceu ficar mais proveitoso com a proximidade da festa. Na terça de manhã, Hermione e Jully estavam na sala de Transfiguração, concentradas na tarefa passada por Minerva, quando esta chegou na mesa delas e chamou pela Castanha. Hermione se assustou, o que poderia ter feito?! A vice-diretora e a garota caminharam pelos corredores, até chegarem na sala de História da Magia. Hermione esticou o pescoço, e entendeu que a velha queria Draco. Os monitores-chefes... Draco, a contragosto e com a mesma cara de nojo que sempre fazia ao ver Minerva, levantou da sua carteira e se dirigiu às outras duas.

Foram para a sala dela, um pouco receosos de que ela tivesse alguma reclamação dos turnos de monitoria deles, já que sempre saiam brigas, tapas, e até mesmo gritaria no meio dos corredores. Apreensivos, sentaram-se nas cadeiras defronte à mesa de Minerva e aguardaram-na começar o discurso.

- Muito bem. Estou ciente das discussões constantes de ambos - ela disse severa, Hermione congelou na cadeira -, e não quero perder o meu curto e precioso tempo com duas crianças de 16 anos. Primeiro: esse baile será o maior que Hogwarts já viu. Mesmo que o Baile de Inverno tenha sido espetacular, nem ele vai conseguir passar o de sábado. Segundo: eu não quero saber de brigas entre vocês. Entrem, dancem, saiam e não falem nada! Entra mudo e sai calado. Um ditado trouxa que eu adoro, portanto, sendo este o maior baile, não quero nem saber quem provocou primeiro, NÃO discutam!

- Professora... - Draco tinha a voz entediada, mole - será que não há um jeito de... reverter isso?

- NÃO, sr. Malfoy. A decisão foi justa, existem apenas vocês de monitores-chefes, e travaríamos uma guerra para decidir entre os monitores qual deles iriam abrir o baile, portanto, acho que vocês são competentes e adolescentes confiáveis - “Oh, claro que somos! O Malfoy é um completo galinha, e eu uma completa bruxa! Huahuahua, entenda como quiser...” - Poderá ser difícil se aturarem, porém, não quero nada de brigas.

- Mas...

- Sem “mas”, srta. Granger! Eu achei que pelo menos a srta. não iria me contradizer! - falou Minerva, parecendo aborrecida.

- Como não iria contradizer uma decisão tão... tão... precipitada?! - replicou a monitora-chefe, calmamente, mas demosntrando sua indignação - Não achei sensato da sua parte nos nomear para abrir esse baile, sendo que a senhora sabe exatamente que não nos damos bem!

- Srta. Granger, calada! - Hermione corou, abaixando a cabeça em seguida. Draco deu uma risadinha desdenhosa, mas a aluna foi a única quem ouviu. Minerva levantou-se, as mãos apoiadas na mesa de madeira - Eu não os escolhi à toa, sei muito bem do caso de vocês no começo do ano letivo!

- Olha, professora, isso foi passado, e nada mais do que uma coisa... ridícula - protestou Hermione, sem perceber que o rosto do garoto ao seu lado empalidecera - Depois que passamos essa fase, a senhora viu exatamente COMO ainda nos amamos, não é? - disse irônica, mas a velha pareceu não entender a ironia.

- Sério?! Que graça, então vai ficar tudo mais fácil... vejam, vocês podem dar um beijo romântico quando a porta se abrir - “Sua velha caduca, não delira!” -, entrarem daquele jeito assim... romântico, dançarem uma dança romântica e... - “ROMÂNTICO! Grr, eu odeio essa palavra!” -... nossa, vai ser lindo... no final vocês podem dar outro beijo romântico, o sr. Malfoy poderia também deixá-la escorregar em seus braços e...

- Professora, desculpe-me a maneira de falar, mas isso é muito idiota - Minerva abriu os olhos, até então fechados, como se estivesse imaginando, sonhadora, a cena dos dois no salão, dançando feito dois pé-de-valsa que sabiam dançar como ninguém - Nós nos odiamos, isso não será possível.

- Duvido que os srs. não consigam dar ao menos um beijinho romântico...

- Professora... isso não vai dar certo, vai ser careta demais! - Hermione disse, a voz um tanto aguda. Draco sorriu, vendo a cara de Minerva inchar, avermelhando-se - Desculpe.

- Tudo bem... esqueçam os beijos, mas eu quero muito que essa dança seja romântica. Com movimentos leves, rodopiadas, levantamentos...

- Desculpe, mas não me peça para levantar essa gorda!

- Não me peça para ser levantada por esses braços fracos! E eu não sou gorda - replicou a garota, olhando assassinamente para o Loiro.

- Meus braços são musculosos, definidos e todas as garotas adoram apertá-lo... você não seria a única a querer, mas ele merece coisa melhor, sinto muito.

- E a minha cintura fina não iria querer ser segurada por essas mãozinhas de mulherzinha que você tem aí.

- Escute aqui...

- CHEGA VOCÊS DOIS! - Minerva estava a ponto de atirar o vaso de flores que tinha na mão direita no meio da parede atrás dos monitores-chefes - ESTOU VENDO QUE FOI UMA PÉSSIMA IDÉIA ESCOLHER OS DOIS PARA ESSE BAILE - Hermione e Draco prenderam a respiração, ansiosos. Esperavam que a mulher dissesse que não iriam mais abrir coisa nenhuma... -, MAS MANTENHO MINHA DECISÃO!

Hermione fechou os olhos, não querendo acreditar. Minerva os dispensou em seguida, várias mechas saindo do meio do bolo de seu coque, os olhos miúdos, as narinas prestes a cuspir fogo. Draco não conseguia parar de rir, sem mesmo saber a razão daquilo. Faltou pouco para que Hermione lhe desferisse um tapa no rosto, e graças ao almoço isso não aconteceu. A garota ouviu o sinal, correndo ao máximo para não se descontrolar. Jully aguardava na mesa, entediada. Gina ao seu lado bocejando, Harry dormindo com o prato afastado e Rony... bem, Rony comendo. Hermione sentou ao lado da Ruiva, servindo-se. Ela quase atirou longe o seu garfo quando escapou da sua mão.

- Você está bem? - perguntou Harry, levantando os olhos. Tinha uma cara inconfundível de sono. Hermione o fuzilou com o olhar - Ok - e abaixou de novo a cabeça para dormir.

- Apenas estressada - Hermione bufou - O QUE VOCÊS ESTÃO OLHANDO, PIRRALHOS?! - gritou para um grupo de garotos loirinhos do outro lado do salão, que a olhavam espantados. Parte do salão voltou os olhos para Hermione, que, furiosa com a situação, levantou do banco e saiu de lá - Idiotas! Quem eles pensam que são para simplesmente me olharem com aquela cara do tipo “olha, a CDF tá estressadinha”! Ora, vão todos para a p... AAAAAH, QUEM É VOCÊ SEU IMPRESTÁVEEEEL?!

Hermione deu um encontrão com alguém no meio do caminho para a sala comunal da Grifinória. Draco a olhou indiferente, como se o “imprestável” tivesse sido um engano.

- Ah, é você - murmurou ela desapontada. “É sério, seria bom se eu trombasse com um gatão, né... se bem que o Malfoy É um gatão, mas já peguei... huahuahua, eu sou MÁÁÁ!”.

- Claro, esperou que fosse quem? Merlim de calções de banho? - Draco ironizou, vendo a irritação aparente da garota - Oh, é verdade, queria que fosse o Príncipe Encantado? Não sou encantado, mas um príncipe, ah, eu sou!

- Não seja ridículo - retrucou ela, vendo, finalmente, que a camisa de Draco antes inteira abotoada, estava aberta até o quinto botão - Ah... err... hum, bom eu... aaahn...

- Que foi, Granger?

- É que você... você... você está... tão... ah, Malfoy, vá se danar!

- EI, ESPERA! - chamou, antes que pudesse se conter. Hermione parou, como se uma corda tivesse a puxado para trás - Você está nervosa hoje?

- Não, imagina! Estou super calma, não está vendo? Pareço até a calmaria em pessoa - Hermione fez uma cara falsamente tranqüila, depois, sendo substituída pela habitual cara irritada - Não vê que eu estou mais nervosa que qualquer mortal nesse mundo?!

- O que seria capaz de te acalmar? - Draco perguntou, percebendo que Hermione empalidecera - Ah, então quer dizer que precisa de...

- Nada. Eu não preciso de nada, preciso só de... - “Você, seu demente loiro!” - descanso... minha cama.

- Pois é, sua cama é no andar de baixo, Granger, nós estamos no sétimo - o Sonserino riu - Ok...

- “Ok” o quê, sua coisa ambulante?! - Hermione se aproximou dele um tanto nervosa, vendo-o secá-la da cabeça aos pés - Você realmente acha que preciso dormir, é? Você realmente acha que eu preciso do meu quarto, é? Pois então, você errou! Sabe do que eu preciso? - A garota não iria se calar, pretendia falar tudo aquilo que estava na sua garganta entalado há semanas - Preciso de uma coisa que me faça sair do chão, de alguém que me faça pensar apenas nele, alguém que me tire do mundinho medíocre que eu vivo, que me faça sonhar com coisas que eu nunca imaginei. Eu preciso de alguém que me deixe sem ar, sem chão, sem nada... completamente fora do que é a realidade, alguém que... que não me deixa escolher, ele escolhe por mim. E sempre, sempre ele acerta. Você imagina que esse alguém não existe, sim, eu também pensava isso, claro que pensava. Mas eu achei que eu pensava a verdade, e na verdade, esse alguém existe - Hermione já não conseguia controlar algumas lágrimas que corriam dos seus olhos, e seu tom de voz aumentava. Draco a fitava sério, nunca imaginara que ela um dia deixaria de ser tão orgulhosa ao ponto de fazer aquilo... - E é alguém tão improvável, tão... é tão inexplicável que acabou se tornando pelo o que eu vivo, MESMO sabendo que não sinta a mesma coisa, ou que não saiba de que eu estou falando. E se por algum acaso AINDA NÃO PERCEBEU que esse alguém é você, Malfoy, eu juro que não vou tentar ser mais direta, porque... porque... não é possível ser mais direta que isso.

Draco sorriu... sorriu daquele jeito, só para piorar as coisas. Hermione enxugou as poucas, mas grossas lágrimas que tinham escorrido dos olhos e continuou observando o Loiro. Draco chegou mais perto, Hermione foi recuando até ficar com as costas encostadas nas paredes frias.

- Não, eu acho que é possível você ser mais direta que isso, sim, Granger - Draco apoiou as mãos na parede, impendindo que Hermione pudesse tentar sair dali - Você apenas não quer ser.

- Ah, é? E como você sugere que eu...

- Você não precisa falar. Você precisa mostrar.

Hermione não soube mais o que fazer. A respiração já estava descompassada, os rostos a centímetros de se tocarem... seria naquele momento que ela simplesmente mostraria o que precisava ser mostrado... aproximou mais seu rosto do de Draco, mas, em vez de seguir caminho reto, desviou para a direção do ouvido dele.

- Apenas eu? - ela disse baixinho, o suficiente para Draco sentir seu corpo inteiro arrepiar-se, as pernas amolecerem... - Acho que a culpa não é inteiramente minha - Hermione segurou as mãos de Draco e as tirou da parede. O Loiro não impediu, deixou que ela o fizesse.

Hermione subiu as mãos até o antebraço dele. Draco a olhou com firmeza, tentando parecer seguro, e não querendo deixar transparecer que tinha quase desmontado no chão ao toque da Castanha, mas isso estava parecendo incrivelmente difícil. Hermione sorriu de lado, ao mesmo tempo, subindo um pouco mais as mãos para o bíceps, cravando suas unhas levemente ali, deixando algumas marcas pouco visíveis. Draco controlou-se o máximo que pôde para simplesmente não fazer uma loucura, fato que se acontecesse, não seria nada bom... mas o problema era que o cérebro dele parecia não raciocinar como sempre fazia perfeitamente bem. O perfume de Hermione devia ter alguma substância incrementada, poção do amor, talvez? Porque ao senti-lo, já sabia que estaria completamente do jeito que estava... do jeito que ela gostava de vê-lo: vulnerável.

Draco nem percebera, mas suas mãos estavam repousadas na cintura de Hermione, e esta pareceu não se importar com aquilo. O que mais o impulsionou a fazer o que tinha feito, foi o sorriso que ela deu para ele, como se fosse uma permissão. Draco inclinou a cabeça devagar, fazendo o possível para encontrar os lábios de Hermione o mais rápido que conseguiu. Aquilo foi mais do que paixão, muito mais do que o desejo de ambos que estava escondido dentro de si há várias semanas. E, por mais que pudessem querer justificar, não tinha sido apenas um impulso.

Hermione sentiu seus lábios serem tomados pelos de Draco de uma forma rápida e desesperada, como se ansiasse por aquilo há um bom tempo, o que não deixava de ser verdade. Hermione permitiu ser beijada daquela forma, pois simplesmente queria que acontecesse. Sentiu as mãos de Draco apertarem sua cintura com mais força, quando ela correspondeu ao beijo com o mesmo desejo, passando-lhe as mesmas sensações. Hermione permaneceu com as mãos no bíceps bem definido do garoto, apertando-o conforme o beijo se aprofundava. Continuava encostada na parede fria, mas o calor do corpo de Draco parecia amenizar absolutamente tudo. Nada mais importava, o local onde estavam, os sentimentos de ódio, raiva, rancor, as provocações... tudo aquilo se evaporava quando estavam juntos.

Um misto de sentimentos e sensações se passavam com aquele beijo. E aquela mistura de paixão com ódio era tão gostosa... parecia que simplesmente os faziam perder a cabeça, sem poder achá-la tão cedo. A diferença entre eles era visível, e isso era o mais interessante, porque era justamente o que os fazia se aproximarem, se beijarem, se abraçarem, se tocarem. Draco sentia apenas com Hermione. Hermione sentia apenas com Draco.

Há semanas, tinham jurado se odiar. Tinham dito “eu te odeio” tantas vezes, e a facilidade com que isso sumia com um beijo daqueles, era impressionante. Hermione subiu as mãos para os ombros largos de Draco, sentindo-o mais uma vez, segurar sua cintura mais fortemente, gesto o qual, lhe passou uma segurança inexplicável, ao mesmo tempo que percebeu que poderia aprofundar mais o beijo, se é que fosse algo possível. Draco queria enscostá-la mais na parede para que ele pudesse eliminar todo e qualquer espaço que existisse entre eles, poder ter mais contato com a pele macia dela... e isso estava lhe saindo tão difícil... talvez fosse porque não havia espaço para ser eliminado. Estavam tão unidos que alguém, de longe, podia jurar que eram apenas uma pessoa, mas não. Eram duas pessoas, com os mesmos sentimentos, com as mesmas incertezas e as mesmas certezas.

Draco passeava as mãos pelas costas de Hermione, enquanto esta segurava seus ombros com as unhas cravadas neles, sem ao menos perceber isso. Ela tentava, a todo custo, trazê-lo para mais perto, e ele sabia disso. Uma de duas mãos subiu até a nuca dela, por baixo dos cabelos, deixando a sensação de que ali tinha uma chapa quente em vez da mão do Loiro. Hermione, levada por essa sensação, apertou mais um pouco o ombro de Draco, que não pôde deixar de fazer o mesmo, mas na cintura dela.

Hermione parou o beijo após um longo tempo, apenas por receio de parar de respirar. Ambos estavam ofegantes, mas como se algo que esperassem tivesse acontecido - e era exatamente isso.

- Eu achei que nunca mais fosse acontecer isso - confessou Draco sorrindo, as testas ainda encostadas, incapazes de se desgrudarem -, mas parece que estava enganado.

- Um pouquinho - Hermione sorriu, dando mais um beijo nele, dessa vez rápido, mas o suficiente para a respiração deles voltar a ficar curta - Eu só quero que chegue sábado.

- E acha que é a única? - perguntou ele nervoso, com medo de que aquilo tivesse sido apenas uma ilusão, e ele estivesse a metros de distância de Hermione, brigando com ela - Será que eu realmente odeio você?

- Olha... eu não sei você, mas eu não te odeio. Não tanto quanto antes - ela sorriu, mas em seguida completou - Ou melhor, não mais.

- É bom ouvir isso.

Hermione soltou, finalmente os ombros de Draco, apenas para descer as mãos em direção às dele. Draco tinha soltado a sua cintura e nuca, permitindo que ela segurasse em suas mãos.

- Elas sempre fazem isso?

- Como?

- Elas... parecem que me queimam quando você me toca - Hermione disse, mirando nos olhos acinzentados dele.

- Engraçado que você faz o mesmo comigo - respondeu Draco sério. Era verdade, as mãos dela pareciam ter fogo quando o tocavam, e ele gostava disso, assim como ela - Vai ver elas são... duas chapas, não?

- Não... acho que não, porque ninguém nunca me disse que eu fazia isso.

- Nem eu - Draco deu um sorriso e foi em direção ao pescoço de Hermione.

A garota tinha as mãos de Draco entrelaçadas com as suas, e apertou-as quando sentiu-o distribuir beijos na região do pescoço, fazendo um caminho que, para ela era longo, até os lábios entreabertos da Castanha. Hermione largou imediatamente as mãos dele e as levou até o pescoço, arranhando de leve a sua nuca. Draco tinha uma das mãos na barriga de Hermione, e com a outra, puxava-a para mais perto pela cintura. Era sempre assim: nunca se sabia quem comandava o beijo. Pareciam travar uma luta para ver quem era que mandava, só que parecia tão difícil... o que sentiam quando se beijavam ocultavam qualquer coisa que estivessem pensando.

Draco nunca tinha parado de raciocinar com garota alguma, e Hermione era a única que fazia aquilo. As ações dele passavam de racionais para irracionais, e poderia ser capaz de fazer qualquer coisa que ela pedisse, porque, naqueles momentos, o pedido dela era uma ordem que devia ser devida e rapidamente cumprida. Hermione desceu uma das mãos para o braço de Draco, que ela já tinha percebido, era o local que ele mais gostava que ela apertasse, tocasse e que cravasse suas unhas ali mesmo durante o beijo. Draco, impulsionado por isso, ergueu Hermione alguns centímetros do chão, e ela simplesmente apertou os músculos bem definidos do braço do garoto.

Find me here,
And speak to me
I want to feel you
I need to hear you
You are the light
That's leading me to the place
Where I find peace... again


- Ainda está tão irritada assim? - Draco interrompeu o beijo, deixando Hermione um tanto desconcertada.

- Parece que você simplesmente me acalmou - Hermione respondeu, voltando ao seu estado normal de lucidez - A gente perdeu tanto tempo...

- Sim, perdemos... muito tempo, mas agora não podemos desistir...

- Desistir de quê? - perguntou a Castanha confusa, mas sabendo do que ele estava falando perfeitamente bem.

- De nós.

You are the strength
That keeps me walking
You are the hope
That keeps me trusting
You are the life
To my soul
You are my purpose
You're everything

- Eu nunca desisti de nós, Draco - Hermione sorriu, vendo que Draco retribuiu - Oh, Merlim, essa terça-feira está me saindo melhor que eu imaginei. Sem nada para fazer, apenas eu e você...

- É, se bem que temos sim coisas a fazer, mas... - Draco deu o típico sorriso malicioso, mas logo o retirou do rosto. Hermione estava tão simples... só que isso apenas a deixava mais linda que o normal... Aqueles olhos cor-de-mel, a boca bem desenhada... tudo parecia combinar com ela, mas só com ela.

- O que você está olhando? - perguntou Hermione corando um pouco - Draco?

- Você. Estou olhando você.

- E por quê? - tornou a Castanha.

- Porque eu não consigo parar de te olhar, Hermione - Draco assumiu para ela e para ele mesmo. Há tempos queria dizer aquilo para a garota, e não tinha tido o momento oportuno. Hermione não corou, estava incrivelmente séria - Você é a coisa mais linda que já me aconteceu na vida.

Draco percebeu que os olhos de Hermione marejaram um pouco. Ela acariciou a nuca dele, visto que tinha as mãos repousadas ali ainda. Draco fechou os olhos ao toque da Castanha, aproveitando o máximo que podia. Hermione encostou a cabeça no peito dele, abraçando-o como nunca tinha feito antes. Draco retribuiu, o rosto na curva do pescoço dela, fazendo com que a garota sentisse a respiração tranqüila do Loiro.

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be any better than this


- Draco... - chamou Hermione de repente, depois de um longo tempo abraçada à ele. A voz estava abafada, por estar com os lábios praticamente encostados na camisa branca dele.

- Hum? - respondeu, beijando de leve a curva de seu pescoço, o que lhe proporcionou um arrepio incontrolável - O que foi, Hermione?

Ela desencostou-se do peito de Draco e o olhou com firmeza nos olhos.

- Você lembra que me disse... aquela coisa de que eu não devia duvidar do que um Malfoy diz... tudo aquilo, você lembra? - ela perguntou um pouco nervosa.

- Lembro - Draco fez uma cara de confusão, e perguntou em seguida - Por quê?

- Porque eu queria saber o que você queria dizer com aquilo - respondeu ela, engolindo em seco, receosa de que estivesse sendo direta demais. Porém, a única coisa que Draco fez foi lhe dar um selinho e dizer:

- Ah, não, será que eu vou ter que falar mesmo?

- Bom, dependendo do que você for falar, eu acho que não precis...

Draco a interrompeu com o dedo indicador. Hermione calou-se no mesmo minuto, não desviando o olhar do dele.

- Mas eu acho que precisa - discordou ele, sorrindo.

Hermione não podia falar, portanto, apenas lançou-lhe um olhar inquisidor. Pairou um silêncio mortal no corredor, estava vazio, exceto pelos dois.

- Eu... - Draco disse devagar, dando um beijo em Hermione - te... - dessa vez, beijou o pescoço dela, que arrepiou-se sem saber o que fazer - amo.

Draco retirou o dedo dos lábios de Hermione, que permitiu-se um sorriso fraco. Não tinha ouvido aquilo, não podia ter ouvido dele.

- Draco, eu... o que foi que você disse?

- Eu amo você - respondeu novamente, sem querer deixar os olhos brilharem, mas foi impossível. Hermione tinha uma expressão incrédula ao mesmo tempo que emocionada. Draco tinha ensaiado por quanto tempo para dizer aquilo... - Eu te disse.

- V-você não falou tão... diretamente assim, Draco.

- Eu prefiro assim - Draco depositou um beijo na testa de Hermione, e, quando ousou sair de perto dela, chamou-o.

- DRACO! - Hermione correu até ele, parando quando estavam a dois centímetros de distância - Eu não sei se eu sou capaz de dizer isso como você... mas...

- Eu sei - sorriu de lado, Hermione pareceu sentir-se mais segura.

- Sabia que você é tudo que eu preciso? Tudo que eu quero? - perguntou, no que Draco sorriu novamente - Pensando melhor eu sei fazer isso, sim. Eu te amo, Draco.

Ele ia dizer alguma coisa, talvez algo surpreso, mas foi interrompido por um grupo de alunos baixinhos do primeiro ano que passaram entre os dois. Hermione fez uma cara de indiferença, e, quando eles passaram, aproximou-se novamente de Draco.

- Eu ia dizer... - começou ele, sendo outra vez interrompido, dessa vez por Harry e Gina que subiam abraçados até a sala comunal da Grifinória.

- MIONE! - gritou Gina, não se dando conta do tamanho da vela que segurava - Nós te procuramos por todos os lugares, o que você está fazendo aqui? Com ele? - e apontou, descaradamente, para Draco.

- Gi, deixa os dois em paz! - murmurou Harry, piscando um olho para a amiga, que riu - Vamos, eu tenho que te mostrar uma coisa.

- Não, mas ela me disse que não gost...

Harry não viu outro jeito de calar a namorada que não fosse beijá-la, empurrando ela em direção ao quadro da Mulher Gorda, que, percebendo a situação do “casal” deixou-os passar sem a senha. Hermione esperou que o quadro voltasse a fechar para questionar mais uma vez.

- Você ia dizer...?

- Que você é a única pessoa que eu já falei isso.

- Eu sei - Hermione repetiu a frase de Draco, fazendo-o sorrir nervoso.

- E é porque você é a única pessoa que eu tenho certeza que eu amo desse jeito.

- Draco, sabe que às vezes eu acho que você é um poeta? - brincou a Castanha.

- É, e eu às vezes acho que não sou eu quando te falo essas coisas tão... caretas - Draco corou de leve, fato que Hermione achou fofo.

- Aposto que daqui a uma semana vamos estar falando que tudo isso foi idiota, foi mentira - disse Hermione mudando de assunto, sentindo-se um pouco desapontada. Draco virou o rosto, não queria que acontecesse de novo.

- Se a gente não nos enganar...

- A gente não... eu - admitiu Hermione, uma lágrima escapando dos seus olhos - Eu que comecei com isso, não foi culpa nossa.

- Mas eu não tentei ter você de volta, Hermione - Draco sabia que era verdade, embora soubesse, também, que tinha sofrido um bocado - A culpa é nossa, sim.

Hermione enxugou outra lágrima.

- Draco, eu não quero te perder outra vez... - choramingou Hermione.

- Você nunca me perdeu, Hermione. Eu sempre estive aqui. Sempre estive por você.

You calm the storms
And you give me rest
You hold me in your hands
You won't let me fall
You steal my heart
And you take my breath away
Would you take me in
Take me deeper, now


- E é por isso que eu não quero - Hermione deu um beijo rápido em Draco e saiu de perto dele, antes que ficasse mais sério.

Hermione entrou na sala comunal, deixando um Draco atordoado do lado de fora. Ainda não sabia como tinha reunido toda aquela coragem e dito “eu amo você” com todas as palavras, todas as letras (N/A: esse “todas as palavras, todas as letras” eu adaptei do livro Da Matéria Dos Sonhos). Tinha realmente dito aquilo ou fora imaginação?

Draco Lucius Malfoy dizendo “eu amo você” para, na sua antiga linguagem, uma sangue-ruim. Naquele ano tinha acontecido uma reviravolta na sua vida. Conhecera Hermione melhor, beijara ela numa festa, depois no outro dia, tentando dizer a si mesmo que fazia parte da farsa, mas, na verdade, era porque tinha gostado de beijá-la, mais tarde estavam fingindo namoro e se tratando como tais, tinham brigado, terminado o trato e voltado... realmente aquilo tinha sido rápido demais em dois meses. Estavam ainda em outubro, e isso era bom. Significava que poderiam ficar um tempão juntos ainda... e como sua mãe reagiria? Ela, com certeza, iria aceitar, pois Hermione era a nora que qualquer mãe quer ter. Draco sorriu com esse pensamento. Eles nem estavam juntos!

Isso, porém, era um mero detalhe. Na mente de Draco Malfoy, aquilo ia mudar. Talvez não demorasse, ou demorasse. Semanas. Meses. Anos. Mas mudaria. Hermione era apenas a sua Hermione, a princesa que ele sempre quis para morar no seu castelo. Tudo tinha começado com atração física, ou melhor, com o ódio. E naquela festa eles tinham se beijado, e depois de novo e de novo... e ela conquistara o que ele, até então, não sabia que tinha - seu coração. Era impressionante o modo o qual ela o beijava, como o tocava... simplesmente o deixava louco com as mãos apertando-lhe os braços, com as unhas arranhando sua nuca... Hermione conseguia tirá-lo do chão só com o sorriso dela. Tão tímida, mas tão decidida... Realmente, Draco não via a hora daquele baile chegar.

×~..*×

Hermione entrou na sala comunal apressada, encontrando Harry e Gina na maior melação no sofá defronte à lareira. Rolou os olhos, e iria subir as escadas, se não fosse uma Ruiva teimosa e insistente a chamando novamente:

- Mione! - Gina saiu do abraço de Harry, correndo até a amiga - Me conta, o que você estava fazendo com aquele mau caráter lá fora?

- Gina, querida... hoje o dia está tão lindo, por que não vai dar uma volta com o Harry? - sugeriu Hermione esperançosa, mas Gina não gostou muito da idéia.

- Não senhora, você vai me contar tudinho, o passeio pode esperar!

- Isso é uma loonga história!

- Não inventa, Hermione! Essa coisa de “loonga” história não cola, não - rebateu Gina aparentemente irritada - Vai, conta!

- Ok! Eu estava beijando ele quando você apareceu, pronto, falei! - despejou Hermione, no que Gina arregalou os olhos.

- Uau, e desde quando isso é “loonga” história? - perguntou a Ruiva brincando - Ok, e aí?

- E aí? E aí o quê, criatura?!

- O que aconteceu depois? Não houve diálogo?

- Claro que sim, Gininha - ironizou Hermione a olhando, já estressando-se de novo.

- E?

- E O QUÊÊÊÊ?!

- QUE FOI QUE ELE TE FALOU?

- Ele me falou... escuta aqui, se essa história vazar, Gina, eu juro que te mato! - Hermione disse entre dentes, Gina fez um sinal com a cabeça concordando, ansiosa para saber o que ele tinha dito para Hermione - Que me ama. Foi só isso!

- FOI SÓ ISSO? CARAMBA, O CARA DIZ QUE TE AMA E FOI S...

- Cala a boca, Ginevra! - pediu Hermione suplicante, cobrindo a boca da Ruiva com a mão - Eu falei pra você não deixar isso vazar!

- Uhum - murmurou Gina, Hermione retirou a mão da boca dela - Mas ele disse diretamente ou não?

- É, foi um “eu te amo” e outro “eu amo você”. Quer mais direto que isso?! - sussurrou a Castanha rindo do próprio comentário. Estava começando a falar mais ou menos igual ao Loiro.

- Nossa... isso foi realmente direto - concordou Gina pensativa - E vamos subir, que a gente ainda tá no meio da escada!

Hermione subiu as escadas para o antigo dormitório seguida por Gina, que teve de convencer Harry a deixá-la ir. O dormitório continuava com as mesmas camas, mesmas cortinas, mesmas janelas, mesma aparência. Gina sentou numa cama, defronte à Hermione.

- Então?! - indagou a amiga. Hermione rolou os olhos.

- Foi isso, uai. O que mais pode ter acontecio? Além de eu ter falado que também amo ele, e vice-versa - Hermione completou sorrindo - Bom, Gi, foi a coisa mais normal do mundo entre... amigos?

- Huahuahuahua, você chama isso de amizade, é? - debochou Gina rindo - Ótimo, vocês ficam lá fora dando uns amassos, falando “oh, eu te amo” e isso é amizade? Ah, Mione, conta outra, vai!

- Gina! Ok, isso é normal entre pessoas... indecisas como nós dois. Isso, indecisas é a palavra certa... - Hermione olhou séria para Gina - E essa história, Ginevra Weasley, NÃO SAI das portas desse quarto, ok?

- Tá... e a Ju?

- A Ju... tá, a Ju tá ok - Hermione concordou, achando que seria mancada ela não deixar a outra melhor amiga saber do beijo - Mas porque é a Jully, senão, você não ia abrir a boca.

- O Harry sabia, Mione... ele disse que eu ‘tava de vela quando a gente entrou aqui - Gina disse marota. Hermione ergueu uma sobrancelha, mas, lembrando-se de que tinha conversado sobre isso com o Moreno, acabou concordando em que ele e Rony soubessem. Sabia que logo a história iria vazar, não adiantava nada ela tentar esconder isso.

Gina desceu para a sala comunal alguns minutos depois, Harry a esperava entediado. Hermione foi logo atrás, passando pelo retrato da Mulher Gorda ao mesmo tempo que lançava um olhar cortante à Ruiva. Hermione deu mais uma última olhada no corredor, esperando que talvez Draco estivesse ali por perto. Vendo que não, desceu as escadas para o seu dormitório, a fim de buscar seu material para a aula de Herbologia. Girou a maçaneta da porta, e a empurrou. Pareceu-lhe estranhamente pesada, já que permanecia um pouquinho nas nuves.

- Oh! - exclamou ao ver a melhor coisa do mundo deitada na sua cama - Draco Lucius Malfoy!

Draco levantou a cabeça do travesseiro de Hermione e lhe olhou com certa irritação.

- Que foi? - perguntou sorrindo malicioso - Não quer vir deitar comigo, Mione?

- Olha... tudo bem que a gente não se odeia mais, só que isso não significa que eu vá deitar aí com você - disse Hermione com a voz embargada, arrumando alguns livros para levar à estufa - E o que você está olhando?!

Draco sorriu e deixou a cabeça cair novamente no travesseiro macio dela que, por algum motivo (devia ser porque ela dormia com a cabeça deitada nele), tinha o perfume que ele gostava. E, é óbvio, que o deixava sem chão.

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be any better than this


- Você arrumar seus livros - Draco respondeu com a voz abafada pelo tecido do travesseiro - Acho que não ficou sabendo.

- Sabendo? Do que eu deveria estar sabendo? - perguntou ela, olhando-o intrigada.

- Que a Profa. Sprout não vai dar aula hoje.

- Sério? E por que não? - Hermione largou os livros na escrivaninha, sentando na cadeira.

- Porque... porque ela... ela está doente, na enfermaria! - disse Draco rapidamente, observando Hermione sentada na cadeira - Isso é desconfortável, Mione!

- O quê? - perguntou incrédula - Eu sentar aqui? Não, imagina! É super confortável. Se não tivesse ALGUÉM NA MINHA CAMA, eu sentaria nela.

- Ora, mas esse alguém realmente acha ruim você sentar na cama... - Draco lançou o famoso olhar “sedutor Malfoy”, no que Hermione reprimiu um sorriso - Então...

Hermione desviou o olhar, ou iria mesmo sentar na cama. Draco, dado por vencido, voltou a deitar, sabendo que logo a Castanha sentaria do lado dele.

Estava só esperando... mas ela parecia decidida a ficar naquela cadeira. Draco murmurou algo como “larga de ser quadrada”, antes de puxá-la pela mão e a fazer cair na cama.

- Ai! Seu louco! - exclamou Hermione, caindo na cama a dois milímetros do Loiro - Quem você pensa que é para...

- Shh - fez Draco no pé do ouvido dela, que arrepiou-se sem nem se dar conta disso - Você ainda não percebeu, né?

- O q-que eu deveria perceber? - Hermione condenou à si própria para a morte por dar uma gaguejada aparente justamente na frente de Draco, que agorava roçava os lábios no pescoço dela, sem beijar, nada. E isso era o que mais matava Hermione - Hein?

No fundo, ela estava com medo da resposta, mas queria ouvi-la. Talvez ela acordasse...

Cause you're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
You're everything, everything


- Eu quero você - respondeu Draco quando sua boca se encontrava agora, no colo de Hermione - E não importa mais nada.

Hermione sentiu como se tivesse levado um choque contínuo com a resposta. As mãos de Draco seguravam a cintura dela, não com força, mas o suficiente para não deixá-la levantar da cama. Logo, ele fez um caminho com a mão direita até as costas arqueadas de Hermione, que fizera isso sem perceber, como se pedisse que ele não parasse. Ela achou uma maldade que Draco fizesse aquilo com as mãos lentamente, não podendo reprimir que saísse um som estranho da sua boca, e foi a chave para Draco puxar Hermione com a mão para mais perto de si.

A garota segurava a nuca de Draco, para que ele não tirasse seus lábios do seu colo, mesmo que estivesse, ainda, sem beijá-la. Hermione não queria mais que ele ficasse só naquilo, porque estava a torturando.

- Draco... - Hermione chamou-o, sentindo o Loiro arrepiar com a voz rouca dela - Será que você vai continuar me matando? - brincou, sabendo que a voz tinha tremido um bocado.

Em resposta, Draco puxou-a para mais perto ainda, subindo os lábios para o ouvido dela.

- Claro que sim - E voltou o caminho para o colo de Hermione, que já não conseguia mais controlar a respiração.

Estava com tudo descompassado. Respiração, batimentos cardíacos e pensamentos. O cérebro inteligente de Hermione Jane Granger devia ter ido dar uma volta por aí, enquanto deixava seu corpo e sensações lá. Draco continuava apenas roçando os lábios no pescoço dela, que, indo no mesmo jogo, acabou sentando de vez sobre as pernas que Draco. O Loiro percebeu o movimento, e tentou aproximá-la mais pela coxa, o que foi impossível.

Draco queria ver até onde a garota agüentava, mas ele próprio não estava, já que ela não parava de murmurar o nome dele, arranhando sua nuca. Era o que sempre tinha sonhado... e não sabia se continuava ou não. Cansado de toda essa coisa sem propósito, beijou Hermione inesperadamente, embora, sem saber, a Castanha tinha no mesmo momento, pensando em fazer a mesma coisa.

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be any better than this


As já conhecidas sensações que sentiam quando se beijavam vieram à tona, estimulando-os como se não fossem para parar. Draco beijava Hermione ao mesmo tempo carinhoso e exigente, e ela conseguia retribuir isso no mesmo ritmo. Era algo um tanto chocante para quem visse a cena. Hermione sentada no colo de Draco, que tinha uma mão segurando a sua coxa e a outra nas costas, e a Castanha bagunçando os cabelos dele, enquanto apertava o bíceps esquerdo dele, onde já sabia que ele era sensível. Se conheciam há tantos anos, e agora estavam se conhecendo mais ainda. Era tudo muito novo para ambos. Draco, é lógico, tinha ido mais longe do que aquilo, só que Hermione era diferente. Ele sabia muito bem que seria a única garota com qual ele iria demorar tanto com aquilo.

O coração de Draco batia descompassado contra o de Hermione. A garota nunca tinha feito antes, nada parecido, e parecia que não seria mais tarde... ou então não seria naquele momento. Draco ia abrindo o primeiro botão da blusa de Hermione, quando esta, juntando todo o bom senso e coragem que ainda tinha reservado, e afastou Draco.

- Draco... eu não acho que... - Hermione virou o rosto, quando sentiu-o queimar.

- Tudo bem - Draco sorriu -, eu me... empolguei, entende? - ele passou a mão no rosto de Hermione, e depois lhe deu mais um beijo.

- Me desculpe...

- Por quê? Você não tem que pedir desculpas de nada, ok? Eu já te falei que te amo, e por isso vou respeitar sua vontade - Draco não assimilou o que tinha acabado de dizer, e quando assimilou percebeu que não falara exatamente o que queria. Falara melhor que imaginou. Deu um sorriso, um pouco desapontado, mas sabia que não deveria passar daquilo. Como ele mesmo disse, ia respeitá-la.

- Eu... estou um tanto envergonhada, Draco... - confessou Hermione sentindo uma lágrima rolar pelo seu rosto.

Draco a puxou para um abraço carinhoso, Hermione se aninhou, passando os braços pelas costas dele.

- Eu não sei por quê. Você não precisa ficar envergonhada, Mione.

- Mas... é que eu não sei por que eu não quero agora, se eu sei que é você que eu quero. Deu pra entender alguma coisa?

- Não - Draco sorriu - Fica tranqüila Só quero que me prometa que quando achar a hora, me avisa.

Hermione deitou a cabeça no peito de Draco e ficou ali. Sentia-se segura, protegida, tudo o que não sentia há muito tempo. “Quem diria... Draco Malfoy sendo carinhoso, gentil... ele realmente mudou, então.”.

×~..*×

- ANDA LOGO, HERMIONE! - Gina bateu na porta do banheiro pela terceira vez naquela noite. O relógio já marcava seis e meia, e Hermione era a única que tinha tomado banho.

A garota deixara, pela primeira vez, Jully e Gina tomarem banho no seu banheiro particular, mas ela já estava lá dentro há mais de quarenta minutos. Tinha terminado o banho, estava passando seu creme hidratante e prendendo o cabelo em mini-coques no topo da cabeça. Era o sábado do baile, todas estavam ansiosas. Hermione terminou de passar o creme no corpo e saiu enrolada na toalha. Gina entrou apressada no banheiro e as duas outras a ouviram ligar apressada o chuveiro.

- Caramba, eu estava terminando! - exclamou Hermione rindo - Jully, você acha que vai ficar feio assim meu cabelo?

- Nesses coquinhos?! - perguntou a outra espantada.

- Não, sua mongol. Eu vou soltar eles depois, né? - Hermione se olhou no espelho. A visão dos mini-coques era, no mínimo, cômica - Eu li isso numa revista trouxa da minha mãe. Depois que soltar o cabelo fica enrolado.

- Uau... deve ficar lindo! - Jully mirou o próprio vestido estendido na cama - Ai, Mione, eu ‘tô tão nervosa!

- Calma, Ju... Eu que não posso me atrasar, ok? - Hermione lembrou que iria abrir o baile com Draco, e se perguntou se toda aquela melação entre eles não seria apenas para facilitar a convivência no baile, e depois iriam se distanciar de novo... esse pensamento fez com que Hermione ficasse séria de uma hora para outra.

- Que foi, Mi?

- Nada... eu estava só pensando... bom, deixa eu ver... cadê o MEU vestido? - Hermione abriu a última gaveta da cômoda e pegou a caixa do vestido, e lá no fundo uma caixinha preta onde estava o presente que ganhara de Draco - Jully, pega aquele estojo ali pra mim - A amiga entregou-lhe um pequeno estojo de maquiagem. Hermione tinha que estar pronta até oito horas em ponto, hora em que Draco a esperaria na frente do salão principal.

Alguns minutos depois, Gina saiu do banho enrolada na toalha, os cabelos soltos. Jully entrou, deixando as duas no quarto.

- Nossa, cada maquiagem linda! - exclamou a Ruiva examinando o estojo encantada - Ai, Mione, eu não sei que cor vai combinar com meu vestido...

- É, Gina, vai ser difícil escolher... - Hermione, de repente teve uma idéia, vendo que a amiga desanimara. Vermelho iria se confundir com o cabelo dela... - Calma... que cor você vai querer?

- Como?

- A cor, qual?

- Não sei, verde? - sugeriu a Ruiva, no que Hermione bateu, confiante, a varinha no vestido. Gina gemeu do lado dela - H-E-R-M-I-O-N-E!

A Castanha já imaginou o que viria a seguir...

- ISSO FICOU LINDOO! - gritou Gina, abraçando Hermione - Caramba, como você consegue?!

- Foi um feitiço que eu li... e as sandálias?

- Não sei, prata? - Hermione imediatamente fez com que a sandália de Gina passasse para a cor prata, como as suas - E o meu conjunto... ele é dourado e...

- Relaxa, eu te empresto um - A Castanha apanhou um conjunto que ganhara de sua mãe prateado, e voltou a se arrumar.

Pelo menos tinha feito algo bom naquela noite... e talvez fizesse algo mais. Hermione começou a se arrumar, já que o relógio marcava sete e quinze. A maquiagem deixou por último, passando uma sombra lilás esfumaçada, um gloss claro e lápis preto para destacar os olhos. Os cabelos ela prendeu de um lado com uma presilha discreta e deixou o outro lado solto, a franja caindo ligeiramente no rosto. Jully alisou-os, e prendeu em um coque descontraído, dando uma aparência mais leve ao rosto dela. Gina com certeza ficara melhor com o vestido verde, que realçava seus olhos.

Com exceção de Hermione, as outras subiram para a sala comunal, Gina para buscar Harry e Jully para acompanhá-la. Depois, a garota iria se encontrar com Blaise na entrada do salão principal, como quase todas as outras garotas. Parvati e Lilá lhe fariam companhia, para que ela não ficasse segurando vela.

Hermione deu uma última olhada no espelho do quarto. Fez alguns retoques finais na maquiagem. Estava muito bonita, isso ela deveria assumir. As mãos estavam livres, sem bolsas, echarpe, ou qualquer outra coisa, exceto por um anel de prata na mão direita. O conjunto que Draco lhe dera, pela terceira vez, provocara a sensação de queimação. Respirou fundo e olhou no relógio - 19h56min. Deveria ir. Desceu as escadas sozinha, arrancando olhares de todas as pessoas que passavam ao seu lado. Hermione deu um sorriso discreto ao ver Draco ao pé da escada, como nas festas, a única diferença era que estava mais parecendo o Baile de Inverno.

Começou a descer as escadas em silêncio, tentando por tudo não bater muito o salto para não chamar a atenção. Draco estava em um smoking preto como de costume, sapatos sociais e o cabelo levemente bagunçado. Como ela amava aqueles cabelos! Afastou esses pensamentos ao perceber que tinha parado no meio da escada para admirá-lo. Continuou descendo, vendo o paraíso na sua frente. Draco mantinha as mãos nos bolsos, encostado na parede. Não pareceu notar Hermione, até que viu um par de sandálias prateadas abaixo dos seus olhos. Conforme subia o olhar, sua boca se abria de espanto. Ela estava absolutamente deslumbrante.

Cause you're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
You're everything, everything


×~..*×

N/A: ooi amores !

uaaau, postei a prévia ontem e já tô com cap hjê *-*

queriaa agradecer em primeiro lugar à vceis:

DrBlack

JuH FeLtoN

Kary Love

Lily Black. ♥ ×)~

Leti

Teresa

Glaau.

*snowqueen*

Anna-Chan Otaku

NaH Potter Malfoy


entãao amores, o que achaaram do cap ? =D

eeu ia demorar MUITOO pra postar, mas eu num agueentei oks ?

me perdoem oO’

AAALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O CAP


a música do Lifehouse (You And Me), foi usada em algumas falas do Draco e da Mione, ok?
a outra música (Everythin) eu fiz alguns ajustes na letra, como diminuição do refrão, e taal...

a original tá aki: http://letras.terra.com.br/lifehouse/22814/
e a tradução é essa: http://letras.terra.com.br/lifehouse/72329/

espero que comentem oks ?
esse cap foi rápido né ? nem uma semana *-*

o cap 16 talvez demoore mais, pqe eu voou viajaar pra RP, visitaar minha famiiilia láa !
e de lá vô pra praaaia (uhuuL*), e volto antes do nataal, pqe eu vou passar aqui meesmo com os amiigos :D

láa pelo dia 15 eu tô de voolta... enquanto isso, eu vô mandando as partes do cap pra Flaah e ela posta pra vces se eu num voltar :D

geente, tô indo !

precisoo urgentemente tomar baanho pra sair com o amoor *-*

beejo queridáas ! até o prox post, e desculpa qualquer erro... depois a Flah vai betar pra mim :DD

AMO VOCÊES!


ps.: desculpem o capítulo de 14 paags... eu num tava muitoo bem pra escreveer, tá ? :D mas pessoalmente eu gosteei !

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