Um final quase feliz



Capítulo dezenove - Um final quase feliz

Depois do dia agradável na companhia de Draco, Hermione acordou ainda no sábado às oito e meia da noite, espreguiçando-se. Vestiu a primeira camiseta de Draco que viu e encaminhou-se para o banheiro. Mirou seu reflexo por vários minutos - parecia um zumbi. Jogou água no rosto e recuperou um pouco da sua coloração. Ao voltar no quarto, o namorado já estava vestido com uma calça folgada de moletom preta, recolhendo as vestes do chão. Parou na porta do banheiro, encostada no batente, fitando o garoto. Draco não percebeu, porque continuou seu trabalho silenciosamente. Virou-se de repente.

Hermione sorriu. Draco fez uma cara surpresa ao vê-la ali.

- Achei que você estivesse saído já - comentou o Loiro enlaçando a cintura dela com os braços - Eu ia ficar muito chateado, sabia?

- Bobinho - Hermione lhe deu um beijo rápido, mais um encontro de lábios e pegou suas roupas - Ah... eu vou indo, então, ok? Depois a gente se fala.

- Certo - Draco sentiu o coração dar um pulo de alegria ao ver que ficaria sozinho - Te procuro mais tarde, tá?

Ela respondeu com um aceno rápido. Draco esperou até a porta ser fechada, e foi passar a chave. Tirou-a da fechadura e sentou na cadeira de madeira rústica da escrivaninha. Puxou uma gaveta, uma pena e o pergaminho incompleto. Nervoso, escreveu as últimas palavras:

... eu vou amanhã cedo, ok?
Evite me mandar corujas, a Hermione está desconfiando.
Não quero que ela saiba de nada, por enquanto.
Draco.


Respirou fundo, sentindo o coração ainda bater forte. Esperou ansioso, Aquiles voltar, e quando isso aconteceu, prendeu a carta na perna da coruja e a mirou levantar vôo. Seria um grande choque para Hermione quando soubesse, então era melhor não se precipitar. Abriu o armário e separou apenas algumas peças de roupas, mas não sabia se iria usá-las. Talvez não desse nem tempo, mas por via das dúvidas... Draco abanou a cabeça. Sentou na ponta da cama e experimentou chorar. Era uma situação séria, não podia abandonar Hermione, mas seria o jeito, o único jeito. Pegou uma mochila velha do armário e enfiou as roupas dentro dela, sentindo o coração apertar.

Consultou o relógio - nove horas. Tinha doze horas para se conformar que iria deixar Hermione por alguns instantes, ou quem sabe dias. E ela não iria saber o que estava acontecendo.

- Vamos lá, Draco, você consegue - disse a si mesmo. Enxugou o rosto, tomou um banho rápido e arrumou o quarto. Preferia não sair de lá. Mas prometera que iria ver Hermione. Vestiu uma roupa qualquer, e foi atrás da namorada.

Encontrou-a conversando muito feliz com a Weasley, na porta da sua sala comunal, e quando a garota fez menção de entrar, chamou. Hermione sorriu.

- Draco, amanhã a gente podia passar o dia juntos! Preciso tanto disso - murmurou a Castanha. Draco sentiu o estômago despencar - Draco?

- Oi meu amor, claro que sim. Seria ótimo.

- Claro. Então... podemos combinar, às nove eu passo no seu quarto, então?

- Ah... um pouquinho mais cedo, talvez? Eu preciso te explicar uma coisa.

- Ok, eu passo então às oito horas.

- Perfeito.

- Mas sobre o que você precisa falar comigo?

- Assunto sério, amanhã eu converso com você.

- Draco, por favor, você está me assustando - disse Hermione, percebendo de repente que não poderia ser coisa boa.

- Olha... eu só quero que você saiba uma coisa - começou o Loiro sentindo os olhos queimarem - Você é, e sempre vai ser o amor da minha vida. E nada, absolutamente nada vai mudar isso. Você precisa me prometer que não esquecerá disso.

Hermione fechou os olhos quando Draco passou a mão no seu rosto.

- Claro. Eu prometo, sim.

Draco saiu de perto dela antes que não se segurasse. Entrou no seu quarto o mais rápido que conseguiu e correu para escrever uma última carta à Hermione. As lágrimas escorriam dos olhos para o pergaminho, mas ele não se importava. Ela precisava saber. Iria esperar Aquiles voltar da viagem um pouco longa e enquanto isso não acontecia, ele se jogou na cama e chorou. Chorou como nunca chorara um dia na vida. Não sabia o que fazer. Deixar Hermione não seria nada fácil. Só que era o único jeito, o menos pior de todas as opções - ele já pensara em vários modos de fazer isso, mas não encontrou nenhum bom. Era horrível a sensação de que talvez ela não o entendesse e a perdesse para sempre. Draco nunca chorara daquele jeito. Tinha uma vida em suas mãos, ela dependia dele.

A pior sensação que ele já sentira. Teve certeza que um dementador o faria lembrar daquele dia, sem dúvida. A maior tristeza, a pior de todas, era inexplicável. É claro que ele voltaria a Hogwarts, mas não sabia quando e se Hermione iria entender. Não explicava nada na carta, exceto que precisaria ir embora por um tempo. E não poder contar era o que mais lhe matava por dentro.




Os minutos pareciam voar só para zombar com a cara dele. Eram exatamente sete horas daquele domingo quando Draco abriu os olhos. Seu estômago parecia dar voltas numa montanha-russa, e quase vomitou quando observou o jardim de sua janela. Hermione estaria ali em uma hora. Tomou um banho, depositou a carta para ela na sua escrivaninha e esperou. Seria um longo dia.

Sete e meia. Andava em círculos. Quinze para as oito. Sentado no chão. Dez para as oito. Sentia os olhos queimarem violentamente. Oito horas. O coração parecia que ia pular fora do corpo. Oito e quinze.

- Draco? - o garoto levou um grande susto com a namorada - Você está aí?

- Ah, sim... - Hermione estava parada do lado de fora do quarto, e ele subitamente percebeu o quão linda ela era. Vestia uma saia branca simples e uma bata roxa, os cabelos soltos em belos cachos - Eu... entra.

Ela mordia o lábio inferior, e quase o rachou no meio ao ver uma mochila velha depositada ao lado da cama dele.

- Você... vai... você vai embora? - questionou, os olhos fixos na mochila e no armário meio aberto - Draco?

- É... sim, mas não... desse jeito - tentou explicar, a voz embargada - Eu vou, eu volto. Mas...

- Certo, e você resolve me avisar no dia?

- Por favor, você precisa entender, Hermione, eu já lhe disse um milhão de vezes que é sério - continuou Draco respirando fundo - Há alguns dias eu recebi uma coruja de um elfo doméstico da minha... - ouviu-se uma batida na janela, Draco concluiu que seria sua coruja, mas espantou-se ao ver...

- Fawkes?! - exclamou Hermione com a voz aguda - Será que você podia me explicar o que está acontecendo, Draco?

- É o sinal de Dumbledore - murmurou o Loiro, jogando a mochila sobre o ombro e apanhou o pergaminho endereçado à Hermione - Leia. Você vai entender - ele mirou os olhos castanhos dela, o medo se espalhando pelo corpo ao pensar que podia ser a última vez que faria aquilo, e lhe beijou levemente nos lábios. Correu pelos corredores, até chegar à sala do diretor.

Passou pela gárgula, e bateu na porta. Era a primeira vez que se encontrava ali, e ouvindo a voz de Dumbledore dizendo “entre” o deixou, de certa forma, mais nervoso ainda. Abriu devagar a porta e se deparou com a sala circular lotada de objetos prateados e delicados. Correu os olhos discretamente pelos quadros de ex-diretores e sentou na cadeira defronte ao atual diretor.

- Tem certeza que está preparado, sr. Malfoy? - iniciou Dumbledore, os olhos azuis faiscando de... pena? - É muito arriscado.

- Tenho, professor. Eu preciso ir - confirmou Draco tentando manter a voz firme.

- Eu entendo seu nervosismo, não fique acanhado - acalmou-o o diretor, apanhando um objeto que parecia uma caneca de prata em um armário - Ainda não é hora, está marcado para as oito e meia.

- Ok.

- Você irá aparecer em frente ao portão - continuou Dumbledore brandamente - Quando quiser voltar, sabe como fazer: utilize o feitiço Portus e irá voltar diretamente para o meu escritório.

Draco apenas concordou com a cabeça sentindo-se ridiculamente incapaz de falar. Alguns minutos depois, o objeto brilhou fortemente e Dumbledore lhe disse algumas palavras de consolo, antes dele tocar a Chave de Portal. Sentiu um gancho puxando-o pelo umbigo, e rodando muito. A última visão do diretor foi até consoladora, em relação à primeira visão que teve quando caiu no chão.

Sujou-se de folhas secas, sacudindo as vestes. Recolheu a bolsa e a caneca, colocando-a em um local seguro da mochila. O portão grande e preto imponente com um enorme “M” em prata parecia o aguardar. Chutou-o. A mansão Malfoy não era, nem de longe, acolhedora como um lar deveria ser.




Indignada, Hermione resolveu ler a carta. Não era bem uma carta, parecia mais um desabafo. Desenrolou, com as mãos trêmulas, o pergaminho amarelado e sentou na cama.

Hermione,
eu só preciso que você entenda uma coisa.
Eu te amo e isso não vai mudar.
Eu não fui embora por nada relacionado à você.
Juro que eu não queria te deixar, mas foi preciso. Eu recebi uma coruja
há alguns dias da minha mãe, dizendo que estava muito doente, com risco
até de morrer, e queria, de qualquer maneira, me ver, eu não podia deixar ela.
Por isso eu andei estranho, chateado. Me sentia péssimo, um vazio enorme.
Não pude te contar porque ela não queria, e eu respeitei. Pediu que eu te deixasse de fora
até viajar, se não você iria querer vir junto.
, Hermione sorriu lacrimosa, era realmente verdade.
Eu só queria que você soubesse isso depois, para que eu viajasse em paz. Desculpe.
Não quis te fazer sofrer, e se eu fiz isso, não era minha intenção. Se eu errei, era tentando acertar.
Mione, eu amo você acima de tudo, e vou precisar muito de você ainda, se não me rejeitar quando voltar.
Não vou ficar aqui para sempre, volto para Hogwarts assim que eu conseguir.
Fale com Dumbledore, se quiser. Ele pode te confirmar isso.
Com amor,

Draco.


A garota leu e releu a carta umas três vezes, até se dar conta de que havia mais uma cartinha menor junto àquela. Virou a carta, e leu a outra, os olhos molhados.

Eu não sou uma pessoa perfeita
Tem tantas coisas que eu gostaria de fazer, mas não fiz
Mas eu continuo aprendendo
Eu não pretendia fazer aquelas coisas com você
E então eu tenho que dizer antes de ir
Que eu apenas quero que você saiba

Eu encontrei uma razão para mim
Para mudar quem eu costumava ser
Uma razão para começar de novo
E a razão é você...

Eu sinto muito ter te magoado
É algo que eu devo conviver todos os dias
E toda a dor que eu te fiz passar
Eu gostaria de poder retirá-la completamente
E ser aquele que apanha todas as suas lágrimas
É por isso que eu preciso que você escute

Eu encontrei uma razão para mim
Para mudar quem eu costumava ser
Uma razão para começar de novo
E a razão é você...

Eu não sou uma pessoa perfeita
Eu nunca quis fazer aquelas coisas para você
E então eu tenho que dizer antes de ir
Que eu apenas quero que você saiba

Eu encontrei uma razão para mim
Para mudar quem eu costumava ser
Uma razão para começar de novo
E a razão é você...

Eu encontrei uma razão para mostrar
Um lado meu que você não conhecia
Uma razão para tudo que eu faço
E a razão é você.


Sentiu mais uma vez as lágrimas caírem dos olhos. Então todo aquele escândalo que ela fizera tinha sido... ridículo? E, finalmente entendeu o lado do Loiro. Continuava chorando compulsivamente, ele sabia como fazê-la sentir ódio dela mesma, ou era inocente? Apenas aquelas palavras tinham-na feito pensar em tudo que fizera naqueles dias. Apertou a carta nas mãos ao mesmo tempo que sentia os olhos marejados. Largou a carta e o rancor dentro do quarto, e correu apressada para a sala comunal da Grifinória. Por sorte, Jully estava saindo de lá, e lhe poupou o trabalho de entrar.

- Pelo amor de Deus Jully, me ajuda - suplicou a Castanha; Jully a olhou assombrada. Hermione contou o que acabara de ler para a amiga - E eu não sei o que eu faço!

- Calma, Mi - tranqüilizou-a Jully - Não tem nada que você possa fazer, ok? O Malfoy deixou bem claro que iria sozinho.

- Eu sei. Eu sei, Jully, mas o problema... o problema é que eu fui horrível com ele, desconfiei do que ele me disse... mas ele não ligou, compreendeu meu lado, como eu não fiz! - desabafou a outra chorando descontroladamente - Por que eu fiz aquilo?

- Numa dessas, sem saber o que acontecia, qualquer uma faria o mesmo, Hermione. Espere ele voltar, ou então fale com Dumbledore, como o próprio Malfoy disse pra você fazer.

- Larga de ser idiota, isso significa que eu não acredito nele, Jully, por Merlin - retrucou Hermione - Sério, eu acredito nele, não vejo... não vejo necessidade de falar com o Dumbledore.

- Ok, ok. O que acha então... de ir para a Mansão Malfoy?

- Querida - disse Hermione sarcasticamente - EU NÃO SEI ONDE ISSO FICA! COMO EXATAMENTE VOCÊ ESPERA QUE EU VÁ PARA A MANSÃO MALFOY SE EU NÃO SEI AO MENOS ONDE ISSO FICA?!

- Calma, Mione! Você não devia se alterar desse jeito, tem Chave de Portal, fala com o Dumbledore!

- CHEGA, EU... EU PRECISO PENSAR!

- Ah, larga de ser obtusa! Anda logo, vai conversar com o Dumbledore - insistiu Jully. Hermione mordeu o lábio inferior, pensando se deveria falar mesmo com Dumbledore.

- Você acha que eu devia?

- Claro!

- Não... não, eu não posso, isso seria duvidar do Draco... - e, sem mais falar nada, e sem ter o que fazer, Hermione caminhou até seu quarto e se jogou na cama.

Ainda sentia os olhos arderem. Uma sensação de perda tomou conta de seu corpo, seu cérebro pareceu parar de funcionar, os movimentos foram diminuindo, as pálpebras se fecharam. Dormir seria uma ótima idéia... ele já estaria de volta quando acordasse...




Malfoy andou pelo jardim mal-cuidado, folhas secas cobrindo o chão, a ventania produzia um som assustador, embora fosse dia. As rosas murchas pareceram murchar mais ainda quando ele passou. Subiu os degraus que levavam à entrada da casa, e, receoso, bateu três vezes na porta de madeira maciça. Ao ser aberta, deu a impressão de ter sido sozinha, mas, quando olhou para baixo, um minúsculo elfo doméstico observava Draco com curiosidade. Tinha os olhos arregalados, as maiores orelhas que Draco já vira pontudas, e a cor meia suja. Trajava um pano bem ralo imundo como um camisetão, as mãozinhas tão pequenas seguravam a porta aberta.

- A senhora do Sean avisou a ele que o senhor Malfoy viria - disse o elfo com uma voz fininha, os olhos grandes marejados.

- Sean? - repetiu Malfoy, receando que sua voz não fosse sair - Ok... onde está a minha mãe?

O elfo o olhou com algo que lhe pareceu pena, compaixão e fez um aceno curto com a cabeça para cima, e Draco entendeu que Narcisa devia estar lá em seu quarto. Passou pelo elfo, a sala de recepção quase irreconhecível. Não era mais aquela sala bonita, cheia de objetos prateados muito bem trabalhados, as paredes escuras cobertas de quadros dos antigos Malfoys, nem com o tapete verde e preto com uma enorme serpente da Sonserina. Era, agora, uma sala com objetos aparentemente quebrados, o tapete antes verde e preto empoeirado, os quadros sem imagens, as paredes revelando o seu fundo de pedra, e um horrível cheiro de mofo. Draco fez uma cara de nojo, passou por um arco quadrado, onde tinha uma sala grande, sofás puídos colocados estrategicamente perto da lareira, defronte a um quadro também vazio. Avistou a escada circular de pedra, agora sem metade do corrimão. Subiu devagarinho, cerca de dois minutos até novamente chegar ao piso.

Seu quarto ainda era no mesmo lugar, ao lado do banheiro. Procurou o de sua mãe - o maior e mais imponente. Caminhou pelo corredor comprido, e abriu a porta. Reprimiu uma exclamação de horror. O quarto estava mais sujo que toda a casa, com restos de comida ao chão, o tapete rasgado, a cômoda cheia de gavetas abertas vazias, roupas jogadas por todos os lados, e a cama de dossel verde escuro empoeirada, a madeira gasta. Narcisa se encontrava no meio de roupas e sapatos, embaixo de um lençol fino e rasgado, dormia calmamente. Draco depositou sua mochila no chão, e sentou na cama ao lado da mãe. Afastou uma mecha de cabelo loiro bem sujo e mal-cortado, antigamente, sempre muito bem penteado e claro. O rosto mais magro que nunca, mais fino e pontudo que jamais vira. Os olhos dela se abriram, revelando uma íris acizentada triste e parcialmente sem brilho.

- Filho - murmurou Narcisa, a voz rouca. Draco tentou sorrir, mas não conseguiu -, eu sabia que você ia vir. Está bem?

- S-sim - mentiu Draco, na verdade, sentia-se absolutamente mal ao ver a mãe naquele estado - Eu vim assim que Dumbledore conseguiu uma C...

- Estou feliz só de estar aqui - ela segurou a mão de Draco entre suas, que percebeu, estavam mais frias que de costume - Eu precisava te ver mais uma vez, Draco.

- Você... ainda vai me ver muito, mãe - disse o garoto, não tendo muita certeza daquilo. Narcisa sorriu amargamente.

- Não, filho, eu sei que minha hora já está chegando - Narcisa fungou - Eu estava doente há muito tempo, sabe... não procurei tratamento, eu preciso ir.

- Não diga bobagens, mãe - repreendeu-a Draco.

- Eu só queria ficar ao seu lado uma última vez, filho. E sabe – Narcisa deu um sorriso largo -, eu estou muito feliz pelo seu namoro com a garota Granger. Ela me pareceu muito gentil.

Draco não respondeu, sentia-se incapaz de pronunciar alguma coisa. Pairou um silêncio mórbido no quarto, quebrado por um suspiro longo da mulher deitada na cama.

- Você se lembra daquela coisinha que você me leu um dia?

- Ahn?

[N/A: essa parte, quem escreveu foi a Flaah, que tinha um “poeminha” lindo aqui, e ela quis me ajudar, que eu tava chorando igual uma condenada nessa parte, ok? então essa parte tá peerfeita por causa da Flah que me ajudou aqui :D]

- Uma vez... há muitos anos, você nem em Hogwarts estava, mas leu uma frase linda pra mim - Narcisa pela primeira vez teve um brilho nos olhos de felicidade. Sorriu meigamente - Eu ainda me lembro... você veio chorando me dizendo que queria me falar uma coisa, e pediu pra eu viver para sempre - ela suspirou mais uma vez.

- Continuo sem lembrar - mentiu Draco de novo. Lembrava muito bem daquele dia, mas sabia que não consegueria dizer aquilo de novo.

- Lembra, sim - insistiu Narcisa. Sentou na cama, encostando as costas no travesseiro - Eu sei que você lembra, Draco.

- Tá bem, eu lembro - assumiu o Loiro, limpando uma lágrima que escorreu dos seus olhos.

- Você sabe que essa será a última vez que poderá recorrer à mim, não sabe?

- Não, não sei. Eu não quero que seja a última vez, mãe, por favor...

- Sempre terá uma última vez para tudo, querido - falou Narcisa sabiamente. Draco sentiu o queixo tremer, e uma ardência na garganta - Assim como tudo tem a primeira vez.

- Não podia ser diferente?

- É a vida, meu amor... não é como nós queremos, é como deve ser - tornou ela, e Draco já não reprimia nenhuma lágrima - Ah... não chore, querido, ainda temos alguns minutos juntos.

- Eu não quero só alguns minutos! - replicou Draco levantando o rosto molhado - Nós podemos ir ao St. Mungus!

- Não - disse Narcisa com firmeza -, eu não quero cura.

- Mas e eu? Como eu fico?

- Você supera.


- Supero? - repetiu Draco incrédulo - É tão fácil, não é, superar isso!

- Eu consegui superar a morte do seu pai - Narcisa engasgou-se e tossiu violentamente. Draco a olhou assustado, mas ela voltou a falar - Eu achei que nunca iria conseguir, não foi tão difícil assim.

- Mãe...

- Filho, não tem como impedir a vontade da natureza. E ela quer que eu vá agora - Narcisa tossiu mais uma vez, Draco apertou sua mão contra a dela - Eu só precisava de você me dizer aquilo mais uma vez...

- Eu não consigo - admitiu Draco, no que Narcisa falhou e deu uma leve fechada de olhos.

- Por favor, filho...

Draco deixou mais lágrimas escorrerem dos seus olhos para seu colo, Narcisa fechou mais uma vez os olhos e os abriu novamente.

- “Se um dia um homem já feito e realizado, sentires que a terra cede a teus pés, que tuas obras se desmoronaram, que não há ninguém à tua volta para estender a mão, passa pela tua mocidade, volta à tua infância e balbucia entre lágrimas e esperanças...” - disse Narcisa lentamente, no entanto sem sorrir, olhando-o com firmeza - O resto eu não lembro, filho...

- Não me faça falar... eu não consigo...

- Vai deixar sua mãe... sua mãe ir embora sem atender o meu último pedido, Draco?

- “... a última palavra que sempre te restará na alma...” - terminou Draco, assistindo a Narcisa sorrir, fechando os olhos gradualmente - “...mãe”.

- Você... ainda quer que eu viva para sempre? - perguntou Narcisa, a voz fraca.

- Claro que eu quero, mãe - Draco disse, sentindo o estômago despencar.

- Sinto muito... não vai ser possível, filho - disse a mãe, abrindo os olhos com extrema dificuldade - Só queria que você soubesse, que uma coisa vai ser pra sempre. O meu amor por você.

- Mãe... - repetiu Draco pela terceira vez naquela manhã - Por favor...

Narcisa deixou escapar uma exclamação de dor ao se ajeitar na cama.

- Será que... que você vai lembrar de mim? - perguntou ela.

- Lógico - concordou Draco sentindo que não teria jeito de fazê-la desistir da idéia de realmente morrer - Vou lembrar de você como lembro de trocar de roupa.

- Então vai lembrar bastante - sorriu Narcisa - Eu sinto muito por não ter te conhecido o suficiente, filho... me desculpe.

- Eu te amo, mãe - sussurrou Draco, em tempo de Narcisa ouvir, e sorrir.

- Sempre, meu filho.

E, dizendo essas últimas palavras, sua cabeça caiu para o lado, os olhos ficaram semi-cerrados. Draco estava com a cabeça baixada, mas sentiu as mãos da mulher ficarem mais geladas e sem cor. Levantou o rosto... e desejou nunca ter feito isso. Só confirmou o que ele receava. Fechou os olhos dela por completo, e a abraçou pela cintura. Chorava como criança, mas tinha um motivo. Nunca quis perder a mãe, nunca tinha dado total valor à mulher maravilhosa que ela era, e felizmente conseguira dizer o que queria antes dela partir. Fungou alto, cobriu a mãe com o lençol e a ajeitou melhor na cama. Pôs um cobertor por cima, se caso ela sentisse frio... Jogou a mochila sobre o ombro, fechou as cortinas, deixando o quarto escuro para ela poder dormir tranqüilamente, mesmo ele sabendo que não acordaria nunca mais.




Hermione acordou quando seu relógio despertou. Ainda eram duas da tarde, e nada de Draco voltar. Sentou na cama um pouco zonza para pôr os pensamentos em seus devidos lugares. “Certo... ele disse que iria para a Mansão... não disse quando voltaria, porque a mãe corre risco de morrer... e eu corro risco de ficar louca”, pensou, olhando alguma coisa interessantíssima na sua escrivaninha. Decidiu, então, que tomaria um banho quente para relaxar na sua banheira, na esperança de que Draco voltasse o mais rápido possível.

Abriu a cômoda, escolheu uma roupa bem confortável, uma toalha branca, e tudo parecia estar girando. A água da banheira estava maravilhosa, quente e relaxante como previra. Ficou um bom tempo ali, ruminando suas idéias. Mergulhou uma vez para molhar os cabelos e tornou a sentar, a cabeça apoiada no mármore da banheira. Mirava o teto. Qual era a graça de um teto alvo? Mudou a direção para a pia. Qual era a graça do lampião que iluminava o local? Odiando-se por estar pensando em coisas absurdas e sem nexo algum, totalmente incoerentes, voltou a mergulhar, desta vez ficando mais tempo. Considerou seriamente a idéia de se afogar, mas, visto que tinha apenas dezesseis anos, e uma vida muito longa pela frente, saiu debaixo d’água com um pouco de falta de ar.

O banho só terminou uma hora e meia depois, sem fazer nada além de mergulhar na banheira e sentir a água aquecida tomar conta do seu corpo, relaxando cada partícula deste. Vestiu a roupa, e foi até o quarto de Draco. Apanhou a carta que ele escrevera. Leu mais uma vez, procurando qualquer indício em qual ele falava quando voltaria, mas não tinha nada. E se Dumbledore soubesse? Considerando essa hipótese se Draco não voltasse até o fim do dia, caminhou até os jardins, onde poderia sentar na grama fresca e contemplar coisas que teriam graça - diferente do seu banheiro -, o lago, passarinhos, árvores... “Completamente idiota”, com esse pensamento na cabeça, sentou debaixo de uma árvore.

Não deu cinco minutos, e avistou uma cascata de cabelos ruivos vindo em sua direção.

- Hermione Jane Granger, pode me explicar que diabos está acontecendo?! - exigiu Gina, as mãos nos quadris, lembrando irresistivelmente a sra. Weasley ralhando com os gêmeos - A Jully me falou que você não está bem, muito mal porque o Malfoy foi embora.

- É... ele teve que ir, né - disse Hermione surpresa que ainda tinha cordas vocais funcionando corretamente - É mãe, sempre em primeiro lugar...

- Olhe, ela também me contou da carta. Eu acho que se você confia nele, não precisa falar com o Dumbledore, Mione - falou Gina, e Hermione agradeceu, sorrindo por ter alguém que pensava como ela.

- Ãa... Gina, o Draco não disse quando volta... e se o Dumbledore souber? - propôs Hermione, um pouco tímida, já que sabia como a amiga pensava.

- Não acho que Dumbledore saiba, se nem o próprio Malfoy sabe - disse Gina sabiamente, no que Hermione concordou.

- O que será que a mãe dele tem de tão grave? - questionou Hermione, sabendo que agora, não era um truque da Parkinson como da última vez, e, com esse pensamento horrível, e desejando que fosse uma brincadeira, enterrou o rosto nas mãos, ao mesmo tempo que Gina a abraçava pelos ombros.




Draco saiu do quarto de Narcisa sem saber o que fazer. Providenciar tudo para um funeral decente? Falar imediatamente com Dumbledore, voltar a Hogwarts? “Tá fora de cogitação”, pensou desanimado, descendo a escada circular. Iria, antes de tudo, providenciar seu funeral, depois falaria com Dumbledore... chegou à porta da cozinha, onde tinha apenas Sean, o elfo doméstico, preparando um sanduíche na pia suja.

Sem dizer absolutamente nada, o elfo depositou o prato e um copo com suco na mesa e se retirou, deixando Draco mais uma vez sozinho. Comeu o lanche desacreditando no que acabara de acontecer. O silêncio da casa, exceto pelo farfalhar das árvores estava mais funesto que o quarto de sua mãe, sem vida, sem som. Sentiu falta de Hogwarts. Sentiu falta de Hermione. O que ela estaria, nesse momento pensando dele? E se - aqui ele quase capotou da cadeira com a hipótese - ela não tivesse lido a carta, tamanha sua raiva? E simplesmente abanou a cabeça.

Depois de comer o sanduíche, Draco recolheu sua mochila, e saiu pela porta, dando uma última olhada na janela que dava para o quarto de Narcisa. As cortinas o impediam de ver seu interior, mas ele sabia o que tinha lá dentro - o corpo de sua mãe adormecido sob as cobertas num sono perpétuo, do qual ela não sonharia, não sorriria e não acordaria. Fechou a porta com um estrondo, sem dar atenção ao gato preto que pulou no telhado. Pisou nas folhas secas, sem olhar para trás. Abriu o portão lentamente, fechou-o, sem antes pegar a caneca que serviria como Chave de Portal, e caminhou pela estrada que iria levá-lo a Londres.

A cidade era a mesma. A mesma aparência antiga, os mesmos ônibus duplos, as mesmas construções históricas. Queria chegar n’O Beco Diagonal, mas como a caneca servia apenas para Hogwarts, precisou ir andando. Entre uma loja e outra, entrou num pequeno beco sujo e mal-cheiroso, bateu no tijolo com a varinha, e eles se afastaram, revelando o Beco Diagonal. Procurou logo de cara qualquer lugar que dissesse “Funerais”, ou “Enterros bruxos”, e até “Uma caixa pra o defunto”. Qualquer coisa que lhe desse uma pista, de onde teria um local confiável que providenciasse um funeral para Narcisa. E, finalmente o viu - uma casinha escura, que passava despercebida, entre uma loja de vassouras e uma de caldeirões. Era tudo simples, sujo, fétido. Não parecia muito confiável, mas era o único.

- Com licença - pediu, e um homem barbudo, branco como mármore e de expressões duras, olhou-o entediado - Eu queria... ãa... minha mãe, ela... bem, ela faleceu e...

- Tá, garoto, diga logo o que quer - disse o velho, rabugento.

- Vocês... providenciam funerais? - perguntou Draco incerto. Aquele local não lhe parecia muito convidativo...

- Se você não leu a placa, diz apenas “caixões” - retrucou o homem - Siga-me, tenho vários modelos.

Estranhando o fato de escolher um “modelo” de caixão, Draco o seguiu. Preferia que o próprio velho escolhesse um, nem que fosse feio, mas era... por mais horrível que fosse, era para um morto. No caso, morta. Entraram em uma câmara, uma luz fraca pendia no teto, mas nem sinal de caixões.

- Você está correndo perigo - disse a voz do homem. Draco sobressaltou-se, olhando-o estupefato.

- O quê?

- É, garoto, perigo. Esse lugar... não vende caixões - explicou o velho, mas na verdade, só complicou mais a cabeça do garoto - Esse lugar mata as pessoas, as escravizam, como elfos domésticos, como bichos.

- Escute, minha mãe morreu há minutos, e eu preciso...

- Não... eu sou um deles - continuou o homem - Draco Malfoy, sim?

- Olha aqui, seu velho idiota, eu não sei como me conhece, mas se puder deixar de falar merd...

- Eu conheci seu pai, garoto - rugiu o homem, olhando-o com firmeza - Um bruxo extraordinário, no entanto um Comensal. Ele, com a ajuda do dono disso aqui, construíram essa joça em que estamos, uma câmara de tortura. Eles traziam sangue-ruins para cá, os torturavam e os matavam, isso antes mesmo de se unirem à Você-Sabe-Quem. Seu pai foi um covarde, Malfoy. E até hoje esse local funciona como local de tortura, mas depois que Lucius foi morto... - o homem deu um longo suspiro -, o dono daqui continua torturando nascidos trouxas, e eu sou um.

- Você está querendo dizer... que meu pai além de Comensal, torturava as pessoas... por prazer?

- É. Exatamente isso, Malfoy - afirmou ele, sem tirar os olhos de Draco - Eu sou encarregado de recolher sangue-ruins, trazê-los aqui e... o dono que não se identifica, os tortura. Eu não lhe prendo, você é um sangue-puro mas devia sair daqui. Soube, dias depois da morte de Lucius, que sua mulher descobriu isso, essa coisa aqui - ele fez um gesto abrangendo a câmara -, e adoeceu. Ninguém percebeu, e quando ela descobriu a doença era tarde demais. Desgosto, depressão. É, sua mãe morreu disso, garoto. E ela sabia muito bem.

- Ela... ela morreu porque meu pai torturava os trouxas? - indagou Draco. Sabia que seu pai não era flor que se cheirasse, mas chegar a esse ponto só por vontade...

- Foi, ela me confidenciou isso, a Narcisa. Virou uma grande amiga minha, e me pediu que se você um dia viesse aqui, depois de sua morte, eu deveria lhe contar. Você merecia saber, dizia ela sempre. “O Draco é um filho muito digno, quando eu me for, te garanto que o primeiro lugar que irá vir é aqui”, ela falava.

- Certo... - disse Draco com a voz fraca - E... isso tudo tem algum mistério?

- Não, nenhum - rosnou o velho - Eu sou um trabalhador trouxa, se não consigo nenhum para ele torturar, eu sou torturado, mas isso já é muito antigo, esse ritual. Eu já me acostumei com a Maldição Cruciatus, garoto. Sem mistérios, conheço bem o dono desse lugar, mesmo sem dizer seu nome. É minha sina, meu fardo é esse. Sinto-me extremamente sujo ao recolher trouxas...

- Sinto muito - disse Draco sinceramente, nunca achara nada tão mesquinho e covarde quanto isso - Lamento.

- Se quiser um lugar para... sabe, sua mãe... realmente lamento, ela era absolutamente... maravilhosa. Uma pessoa muito boa - foi a primeira vez que o homem falou algo sem rugir, simplesmente com suavidade, quase um sussurro - Sinto muito.

Draco contraiu os lábios, tentando sorrir, mas não conseguiu. Virou as costas e foi embora, a fim de voltar a Hogwarts. Dumbledore com certeza iria saber como fazer com Narcisa. Apanhou a caneca dentro da mochila quando já estava longe da suposta loja de caixões, deu um toque com a varinha e murmurou “Portus”. No mesmo minuto a caneca brilhou, fez um barulhinho mínimo de algo chacoalhando dentro dela. O brilho parou, e imediatamente Draco sentiu um puxão violento dentro do umbigo, as cores se embaralhando à sua frente, tudo girando muito rápido... caiu de bruços em um tapete levemente empoeirado, tossindo um pouco. Sentou-se para tomar impulso para levantar.

Encontrou Dumbledore sentado em sua escrivaninha, as pontas dos dedos juntas, como se esperasse Draco naquele exato minuto.

- Sinto muito, Draco - disse o diretor com calma, e, como se tivesse adivinhado os pensamentos dele, acrescentou - Eu faço questão de providenciar os funerais.

Draco nada disse, entendendo que deveria sair do escritório, depositou a caneca na mesa do diretor, sorrindo bem fraco. Saiu de lá com os olhos, boca e garganta secos, incapaz de pensar. Tentou mentalizar Hermione, seu rosto delicados, os olhos castanhos... mas nem isso conseguiu. Desceu pela gárgula, em direção ao sexto andar, pensava que Hermione estava lá no quarto.

- Hermione? - chamou, batendo uma vez na porta. Sentiu um frio na barriga; e se ela não conversasse nunca mais com ele? - Por favor, eu precis...

- Ela não está aí - disse uma voz conhecida - Eu a vi descendo para os jardins, a Gina está com ela.

- Obrigado, Jully - agradeceu, e Jully lhe respondeu com um leve sorriso e um breve aceno com a cabeça. Draco largou a mochila ali mesmo na frente do quarto, correndo para tentar chegar o mais rápido nos jardins.

Desceu as escadas pulando três degraus por vez, e quando chegou no térreo, avistou-a. Sentada embaixo de uma árvore, a Weasley abraçando-a pelos ombros. Seu coração apertou. Apoiou as mãos nos joelhos, procurando por ar, antes de falar com Hermione. Quando levantou a cabeça, percebeu que a Weasley tinha o visto, e cochichou alguma coisa com a garota sentada, a cabeça enterrada nas mãos.




Hermione balançava o corpo, por soluços. Gina apertava seus ombros cada vez que ela soluçava, demonstrando a força da sua amizade.

- S-será q-que ele volt-ta hoj-je? - perguntou Hermione com a voz abafada, Gina não soube responder, por isso, deu um sorriso fraco, sabendo que Hermione não o veria.

- Fica calma, amiga, ele disse que volta quando der, certo? - encorajou-a Gina - Confie em mim, ele vai voltar o mais rápido que ele puder.

Gina levantou o rosto, e, ao fazer isso, viu uma cabeleira louro-platinada lá na frente, perto dos pilares, observando-as atentamente. Deu um grande sorriso.

- Mione, olha lá na frente - disse no ouvido da amiga. Hermione enxugou os olhos, e levantou o rosto. Seu queixo caiu consideravelmente.

- DRACO! - berrou, levantando-se de um pulo e correndo em direção a ele. Draco abriu os braços e a abraçou com tanta força, que por um momento esqueceu-se de como era reconfortante senti-la em seus braços - Você quase me matou, seu idiota! - reclamou, batendo os punhos no peito do Loiro - Por que você me deixou só com aquelas cartas e... ah, Draco!

- Eu ‘tô aqui... - murmurou ele, quando ela parou de batê-lo e o abraçou - Tô bem, Mione.

- O que você foi fazer? Quase me matou! Eu fiquei horas chorando, imaginando onde você estaria, o que... - e, sem mais esperar, beijou-o. Draco retribuiu o beijo, sentindo que não conseguiria viver sem aquilo um bom tempo - Ah... Draco, me conta, você disse que iria voltar, mas quando desse...

- Eu não podia explicar muito, achei melhor só dizer o básico. Até porque não tem mais o que explicar - acrescentou, no entanto, sem chorar - Você falou com o Dumbl...?

- Não! Eu iria falar se você não voltasse até o fim do dia... - disse Hermione, olhando-o nos olhos - Por que voltou tão cedo?

- Ah... se importa de falarmos disso depois? - perguntou Draco, queria se preparar ainda para falar do assunto. Sentiu Hermione hesitar, mas, completou - Por favor?

A garota deu um sorriso meigo, acariciando o rosto dele.

- Claro. Quando você quiser - Hermione, de certa forma, já sabia o que acontecera. Draco nunca negava falar sobre um assunto, exceto quando era algo muito sério, ou, muito triste - Eu fico feliz que esteja bem, Draco. Muito feliz.

Draco abraçou-a novamente, para impedi-la de ver uma única lágrima, que enxugou com as costas da mão discretamente. Esperou a namorada dizer a Gina que iria passear com ele, e saíram de mãos dadas pelo castelo. Hermione sugeriu que fossem ao quarto, já que parecia que Draco ia falar da sua ida à Mansão Malfoy. Não falou nada pelo caminho, ficaram em silêncio. O Loiro travava uma batalha contra si mesmo dentro do peito, para não chorar mais do que já tinha chorado. Poderia fazer isso, em paz, quando estivesse apenas com Hermione.

Os corredores lhe pareceram absolutamente compridos. Só desejava chegar no dormitório, para poder desabafar com a namorada, a única pessoa que o fazia sentir-se bem quando achava isso não ser possível. Como de costume, o corredor do terceiro andar estava vazio, os alunos ainda receavam-no devido ao ano em que havia o cachorro de três-cabeças, mesmo que ele não existisse mais. Ali, Draco não agüentou. As lágrimas vieram antes que ele pudesse se preparar, e, Mione, sem perguntar nada, abraçou-o com força, conduzindo-o ao sexto andar. Alguns alunos, curiosos, olharam o Loiro chorar, embora ficassem em silêncio. Sabia, no dia seguinte, todos já saberiam...

Finalmente, o quarto de Hermione. Ela o achou melhor, era mais arrumado. Entrou, trancando a porta ao passar e amparou Draco até a cama, onde ele abraçou-a com força e chorou. O perfume dela o fazia acalmar-se, embora aquilo fosse um pouco difícil. Hermione deitou a cabeça dele no seu colo, acariciando os fios loiros carinhosamente, passando toda sua lealdade e amor que ela sabia que Draco precisava, e entendeu que ele queria chorar, e isso estava reprimido há horas. Deixou-o chorar. Não parou um segundo de lhe acariciar os cabelos, mesmo que achasse isso ridículo. Quando ele finalmente se acalmou, Hermione o fez levantar de seu colo.

- Eu preciso saber, Draco - disse com simplicidade - Você não pode guardar isso para sempre, por favor, como foi?

- Ela... ela me disse que sabia que eu iria vê-la - começou Draco, a voz ligeiramente embargada -, e que estava feliz por eu estar namorando com você - Hermione sorriu lacrimosa - Depois... me disse que queria que eu dissesse uma frase, que eu tinha lhe dito quando era pequeno, mas eu não seria capaz. Ela disse também, que assim como ela superou a morte do meu pai, eu superaria a dela...

Draco contou por partes, até o momento em que fechou os olhos da mãe e, nesse momento, Hermione, que julgara não poder chorar para dar forças ao namorado, não tinha se agüentado e estava chorando. Eram lágrimas silenciosas, porque não tinha motivo algum de fazer um escândalo. Precisava se manter firme, para Draco permanecer firme.

O Loiro finalmente chegou a parte do velho trouxa. Hermione pareceu muitíssimo interessada no assunto.

- Então os sangue-ruins como eu estão correndo perigo, Draco! - exclamou, ao final da história - Sua mãe... morreu de desgosto, segundo esse homem, e ele ainda pratica isso?

- Não ele, o chefe dele - corrigiu Draco - Eu pensei em falar isso ao Dumbledore, mas ainda não tinha condições - ele fungou - Podemos falar com ele.

- Claro! Claro, são muitos os nascidos trouxas nesse mundo, amor, não pode continuar - protestou Hermione, o sangue subindo à cabeça - Sem dúvida vamos falar com o Dumbledore.

- Eu acabei com esse preconceito - afirmou Draco sob o olhar de Hermione - Não foi só com você, Hermione, mas com todos. Eu não quero ser como meu pai, quero ser diferente, quero ser melhor. Não sinto orgulho do pai que eu tinha. E por isso, sinto necessidade de ser diferente, e estou do seu lado para defender trouxas, sangue-ruins, e mestiços, seja lá o que for.

Hermione sorriu radiante, depositou um beijo na testa de Draco, e o puxou para deitar com ela. Dormiram abraçados, precisavam daquela força que trocavam quando estavam juntos.




A segunda-feira pareceu amanhecer de acordo com os ânimos de Draco e Hermione - escura, nublada. Apesar de estarem mais fortalecidos que o dia anterior, ainda estavam abalados. Draco, por ter perdido a mãe, e Hermione por ver o namorado naquele estado. Depois que o garoto foi para seu próprio quarto tomar banho, ela chamou Gina e Jully para conversarem.

As amigas chegaram logo que ela chamou, prontas a ouvi-la. Hermione contou tudo que sabia, tudo que Draco lhe contara. Jully disse que, no fundo já desconfiava, devido à carta, mas Gina pareceu ter levado uma bofetada na cara. Se recusou terminantemente em acreditar na parte do velho que recolhia trouxas para seu chefe torturar, e só relaxou quando Hermione garantiu que falariam com Dumbledore assim que possível.

Elas cortaram o assunto de imediato quando Draco entrou no quarto, fingindo estarem interessadas no Natal d’A Toca. O garoto as cumprimentou, e quando elas saíram para deixá-lo a sós com Hermione, perguntou:

- Você falou pra elas, não falou?

Hermione mordeu o lábio inferior.

- Ah, elas são minhas amigas, Draco - justificou ela, olhando o Loiro sacudir os cabelos molhados - Eu falei, sim.

- Que bom - disse ele, sorrindo - Você precsa desabafar, e comigo não dá - Draco suspirou, e completou - Vamos tomar café?

Hermione concordou, e, agarrando a mão dele, saíram para tomar café. Draco iria sentar na mesa da Grifinória, porque Blaise estava lá com Jully.

Blaise parecia já saber do que acontecera, quando olhou para Draco e lhe sorriu compreensivo, voltando sua atenção para o mingau.

- Bom dia, Harry, Rony - disse Hermione sentando-se. Draco apenas fez um breve aceno com a cabeça.

O café da manhã correu muito bem, sem discussões à mesa, já que Draco ficara silencioso todo o tempo, o que chamou a atenção dos demais para ele. Ao fim do café, Hermione descobriu que teria aula de Herbologia com a Lufa-Lufa, e teria de deixar Draco.

- Amor... a gente se fala no almoço, ok? - falou a Castanha, depois de dar um beijo de leve nos lábios dele - Eu não posso te levar na bagagem.

Draco sorriu, e assistiu Hermione sair do Salão, para acompanhar Blaise e os outros Sonserinos na aula de História da Magia.

Hermione saiu do Salão ao lado de Harry e Rony, o antigo trio. Jully ficara para trás, com Gina, e disse que iria para a aula depois.

- Coitado do Draco - comentou Hermione no caminho. Harry a olhou inquisidor - A mãe dele morreu ontem... ele teve que sair às pressas para a Mansão, que a mãe mandou uma carta dizendo que estava doente.

A garota resumiu a história, sem entrar em detalhes, mas o suficiente para Harry e Rony se mancarem e não curtirem com a cara de Draco. A aula de Herbologia foi a mais entediante de muitas, eles foram obrigados a plantar uma semente que daria origem à uma planta carnívora, e que mordia toda vez que iriam jogar terra em cima. A Profª Sprout, no entanto, elogiou bem a turma, dizendo que tinham ido muito bem e que continuariam na próxima aula. Saíram de Herbologia e tinham um tempo livre antes de História da Magia com a Cornival, mais uma aula sem a Sonserina.

Hermione aproveitou para adiantar os deveres de Poções e um resumo sucinto de Herbologia sobre como plantar aquela maldita semente. Terminou antes de Harry e Rony, e, quando Jully finalmente chegou à sala, pediu emprestado o dever da amiga, que lhe emprestou a contragosto. Pensava em Draco, em como ele estaria se sentindo agora.

Espantando isso da cabeça, rumou com Harry, Rony e Jully para a próxima aula. Uma aula de História da Magia sempre era entediante, mas essa estava demais. Hermione só não dormiu pelos cutucões nas costelas que Jully lhe dava a cada quinze minutos. Ansiava para a aula depois do almoço - Trato das Criaturas Mágicas com a Sonserina, e depois Poções, também com a Sonserina.

O sinal soou muito tarde na opinião dos alunos. Foram todos para o Salão Principal almoçarem, famintos. Hermione e Jully esperaram os namorados na porta.

- Oi, meu amor - Draco abraçando Hermione por trás.

- Draco! Eu pensei que tinha sumido - disse Hermione virando-se para encará-lo - Como foram suas aulas?

- Normais - respondeu o Loiro - Vamos ficar juntos agora?

- Sim, as aulas são todas com a Sonserina - Mione sorriu. Draco retribuiu - Você melhorou?

- É... digamos que sim.

Foram até a mesa da Grifinória, onde estavam Rony, Luna, Harry e Gina. Nenhum dos colegas falou muito com Malfoy, só Blaise quando chegou à mesa com Jully.

- Draco! - exclamou o amigo, dando um tapinha nas costas do Loiro, que engasgou com um pedaço da carne - Opa, desculpe!

Hermione riu com Jully. Os outros continuaram seu almoço em silêncio, talvez porque Hermione lhes pressionara tanto a não falarem com Malfoy que estavam até com medo. Ao contrário deles, Jully, Blaise, Draco e Mione conversavam sobre coisas idiotas, professores chatos e matérias inúteis. Luna olhava para o namorado sonhadora, que tinha a cabeça baixada para o prato; Gina e Harry se entreolhavam às vezes, mas quase nunca mantinham a boca sem comida, desculpa para não falarem absolutamente uma frase.

Tirando esses fatos, fora uma manhã um tanto entediada. Hermione e Draco ficaram juntos nas próximas aulas, um pouquinho isolados dos outros.


A notícia de que Narcisa Malfoy falecera chegou aos ouvidos dos alunos muito rápido. Todos os dias tinha sempre aqueles incovenientes que perguntavam, inclusive a Draco, se era verdade e como tinha sido. Mas isso foi só até Dumbledore pôr ordem na escola, onde os alunos que insistissem no assunto seriam mandandos temporariamente para casa. Collin Creevey tirou várias fotos de Draco em momentos em que ficava mais quieto, e algumas delas saíram n’O Profeta Diário. Draco ficou dias sem aparecer nas aulas.

O fim de novembro se aproximou com tal velocidade, que ninguém percebeu. Certa manhã, quando Hermione acordava, Draco apareceu no seu dormitório. Não que isso não fosse normal, afinal ele sempre aparecia no quarto dela, mas dessa vez, chegou muito cedo, horário em que a Castanha estava acordando e que ele estaria dormindo.

- Hermione? - ela ouviu, de longe, batidas na porta - Hermione?

A garota abriu os olhos pregados e olhou o relógio - seis horas. Foi até o banheiro lavar o rosto, ao som de Draco do lado de fora.

- Vai logo, Hermione! - falou ele, do outro lado da parede - Hermione!

- AAAI, já vou! - berrou do banheiro, enxugando o rosto. Vestiu um robe branco e abriu a porta - Oi, Draco.

- Parabéns, amor! - exclamou Draco, conjurando um lindo buquê de rosas vermelhas.

Hermione pegou o ramalhete um pouco confusa.

- Parabéns? - repetiu, olhando-o intrigada. Então, lembrando-se subitamente por quê do parabéns, deu um berro e pulou no pescoço dele - Ah, Draco, eu me esqueci, eu estava com sono, mas... ah, eu te amo, te amo, te amo, mil vezes te amo, meu amor!

Draco sorriu, levantando-a alguns centímetros do chão.

- Sabe... - começou ele, depois de um longo beijo - Esse um mês com você foi perfeito, Mione.

- Eu nem acredito que faz só um mês - disse Hermione, sentando no colo de Draco, que acabara de desabar na cama - Parece que faz um ano.

- Também acho. Se formos ver... fazem meses que estamos nessa coisa - concordou o Loiro - Desde que voltamos de férias.

- Praticamente isso...

Draco beijou Hermione, deitando-a na cama.

- Hum, senhor Malfoy - alertou Hermione - Estamos assim há meia hora...

- E isso é pouco tempo pra mim - brincou Draco - Poxa, Hermione, as aulas são só em uma hora, vai...

- Draco...

- Ah, por favor... - Hermione suspirou, sabendo muito bem que se ele continuasse não resistiria. E ele também sabia disso - Vai, Hermione...

- Não, não - disse ela, reunindo todo seu bom senso - Draco, pelo amor de Deus, são seis e meia da manhã! Anda, levanta... à noite comemoramos com um jantarzinho, sei lá, mas agora...

- Sério? - seu rosto se iluminou com um sorrisinho malicioso. Hermione fez uma careta - Então eu vou cobrar!

- Tá, tá, agora vai.

Draco arqueou uma das sobrancelhas.

- Tem certeza?

- Não muita. Mas é melhor você ir, antes que eu tenha certeza que eu quero que você fique - concluiu ela sensatamente, empurrando-a até a porta - Tchau - deu-lhe um rápido beijo e fechou a porta - Ai, que namorado lindo!





A comemoração do um mês de namoro dos dois fora bem animada, com direito à um jantar especial, uma cama muito confortável e muito Firewhisky. Agora o que mais era motivo de excitação era o Natal. Draco ficaria sozinho em Hogwarts, enquanto Hermione iria para a Toca. A garota ficou um tantinho indecisa quanto à isso, mas Blaise lhe garantiu que ficaria junto com o amigo na escola.

As horas voavam. A primeira aula começava e, quando viam, já tinha terminado o dia. Gina sugeriu que Mione levasse Draco para a Toca também, mas, não achando sensato, ela recusou. Sabia que os Weasleys e Malfoys não batiam, e, mesmo quando existia apenas Draco na família, seria com certeza motivo de caras feias.

Hermione procurava passar a maior parte do tempo junto com Draco, e não o viu em nenhuma aula quando deu um mês da morte de sua mãe.

- Draco? - estava batendo na porta do quarto dele, às sete da noite - Draco, sou eu.

Ouviu alguns barulhos dentro do quarto. A porta foi aberta por um Loiro sonolento com olhos inchados e cabelos desgrenhados.

- Ah, Draco... - gemeu ela, abraçando-o - Eu imaginei que estaria aqui.

Draco não retribuiu o abraço, parecia incapacitado.

- Eu estou ok - respondeu, seco - Muito bem.

- Te garanto que não está - retrucou ela.

- Hermione...

- Nem vem falar que precisa ficar sozinho porque eu te conheço e sei que não quer ficar sozinho agora - ela replicou. Draco fez uma cara de indiferença e deitou na cama.

- Se quiser, fica aí.

- Olha aqui, tudo bem, eu entendo que é difícil, mas eu não tenho obrigação de ficar sendo mal-tratada por você, Draco! - exclamou ela, arremessando a bolsa longe.

- Eu não pedi pra você vir! - berrou ele, levantando-se da cama furioso - Eu pedi?

- Não, mas...

- Então se não quiser me ouvir falar desse jeito dá o fora, Hermione! - tornou ele mais furioso ainda, apontando para a porta.

- Draco! Eu não tenho culpa de você ter perdido sua mãe, não mereço ser trat...

- Se você não sair daqui, eu juro que...

- Que o quê? - desafiou. Era sempre assim, ele ficava nervoso, ela baixava a cabeça e o deixava com a última palavra. Mas não dessa vez - Vai me bater? Ou vai terminar tudo comigo?

- Eu não sou covarde, mas terminar um namoro eu sei que não é covardia! - gritou em resposta.

- Então vai, termina logo! - retrucou ela, firme - Quero ver se você tem toda essa coragem...

- CHEGA! VOCÊ JÁ CONSEGUIU ME...

- CALA A BOCA! - berrou Hermione. Draco calou-se - CALA A BOCA, E LARGA DE SER ESTÚPIDO, DRACO! VOCÊ ESTÁ SENDO ABISSALMENTE INFANTIL!

- E VOCÊ PAGANDO DE DONA DA VERDADE!

- VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE...

Ouviu-se um estrondo. Draco atirara um vaso na porta atrás de Hermione, que não sabia se a intenção dele era acertá-la ou era realmente a parede.

- Draco... como você... - murmurou ela, a voz finalmente fraca - Você quis me acertar, foi isso?

- Não, eu quis que você calasse a boca - justificou - Ou então eu ia realmente terminar com você.

- Era mais fácil ter falado do que... do que ter quase me acertado com um vaso!

- Eu não consigo... - e, inesperadamente, ele caiu na cama, o corpo balançando. Hermione percebeu que estava chorando.

- Draco - chamou, sem obter resposta - Ah, Draco...

Ela se aproximou e o abraçou pelos ombros.

- Chora... faz bem - Draco passou os braços pela cintura dela, apertando-a com força, como se quisesse transmitir algum sentimento que não fosse tristeza - Shh...

Hermione ficou um bom tempo acariciando os cabelos de Draco, esperando-o se acalmar.

- Agora me fala - disse, depois que ele sentou-se na cama, desolado - Por que foi que você fez isso? Não era mais simples dizer que não me queria aqui?

- Eu tentei, mas você insistiu - Draco fechou os olhos - Eu sou um idiota.

- Não, não é - Hermione suspirou - Você é apenas um pouco descontrolado quando quer.

- Eu não escolho ser assim - replicou Draco - Eu não consigo mudar meu jeito de ser.

- Consegue, sim. É só querer.

- E acha que eu não queria ser mais... mais carinhoso, ou não sei o quê mais?

- Você é o sonho de qualquer garota, Draco.

- Qualquer garota vírgula. Qualquer garota que precisa ficar com alguém, porque eu acho que para namorar, ninguém me vê como opção - falou, amargurado.

- Eu vejo - respondeu ela com simplicidade - Você é o cara da minha vida, Draco. Ninguém muda isso, ok?

Draco sorriu.

- Me desculpa? - pediu, abrindo os olhos - Por favor?

- Eu te desculpei antes de você dizer tudo aquilo - respondeu ela sorrindo. Draco abraçou-a novamente, enfiando o rosto na curva do seu pescoço.

- Eu amo você - sussurrou ao pé do ouvido de Hermione - Nunca quis magoar você, desculpe.

Hermione simplesmente sorriu. Podiam dizer o que quiser, mas Draco Malfoy sempre tivera o amor escondido em algum lugar do seu coração, e ela, conseguira achá-lo.

Sabia que era mais feliz do que imaginou ser, e que a sua vida não seria a mesma se ele não tivesse aparecido e a tivesse colorido tão bem. Nem Rony, nem Harry, nem Jack, nem ninguém iria conseguir fazê-la tão feliz como Draco. Mesmo que ele fosse um pouco grosso com algumas pessoas, quem não tem um defeito que não se conserta?

E ele... Draco não imaginara nunca em anos-luz que Hermione fosse a mulher da sua vida, e que ela fosse capaz de mudá-lo tanto em tão pouco tempo. Como já dissera, a razão de ter mostrado seu outro lado, de fazer tudo que fizera nesse tempo, era simplesmente ela. Ela, que mudara seu jeito de ver o mundo, que mudara sua vida, que conseguiu ter feito tão feliz, como ninguém nunca iria conseguir. Finalmente, sabia, que nada iria separá-los.

Às vezes, na nossa vida, encontramos pessoas que nem imaginamos amar. Às vezes a vida nos surpreende e mistura os sentimentos. Descobrimos que nem sempre aquilo que era óbvio, era o certo. Descobrimos que nada é impossível de se conquistar. Descobrimos que o que muitas vezes queremos, não é o melhor. E, principalmente, aquilo que se demora para conquistar, é o que mais irá durar.

Sentir saudade dos tempos de briga e raiva? Sim, Draco e Hermione sentiam. Por quê? Porque “olhar para trás e ver que a saudade, é a melhor prova de que tudo valeu a pena”. E eles tinham certeza, de que sem aquelas brigas, nada teria valido a pena.






Continua no Epílogo.


N/A: DEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUS AMAAAAAAAAAAADO, HÁ QUAAANTAS SEMANAS EU NÃO ESCREVO UMA N/A!

:D



geeente, tô de voolta com o ÚLTIMO CAP DA FIC !
aaai, eu chorei TAANTO escrevendo ele... pensando “poxa, eu acabei”! porque a fic acaba aquii, o epílogo é pqe eu num ia aguentar terminar no 19° cap !

HUAUAHUAHUAHUA*
aiii, achei que esse cap foi o MAIS LIINDO de todos, e o que eu maiis gostei !
não por ser o ultimo, mas pelo contexto dele... gostei PRAA caramba de ter escrito ele, e axo que valeu a pena as semanas ausente do F&B, até pqe ele ficou fora de ar um tempo e eu num pude explicar minha ausência !

maas amoores, vceiis não fazem ideia do tanto que eu me emocionei com esse cap, com as cenas D/Hr e a parte com a mãe dele.... aaaff ¬¬’ quase morri quando escrevia... a Flaah me ajudou MUITO nessa parte, inclusive aquele texto ela que me arranjou.... :D foii emocionante escrever o final da fic, o ultimo paragrafo.... caara, axo que valeu pela fic inteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeira! essa frase eu axeii porque uma amiga que me passou da net!

bom, mas antes de mais NAADA, preciso responder os comentários que amei toodos !
muiito obrigada pelos votos de melhora pra miinha mamyys e GRAAÇAS a Deus ela já ta beem =)

Comentários!

JuH FeLtoN: aai amoor da minha LIIFE ! fiquei tão feliiz com os seus comentáriios enquanto eu fiquei foora ! nossa, eu sentia incentivo ao leer seus comentários, JuH ! e pooor favor, me descuulpa por não ter lido o cap 19 ainda da tua fic, eu não tive tempo de NAADA ! tive que correr com esse cap, e agoora que eu vou começar o epilogo e o prologo da ooutra fic Oo’ oobrigada por naao ter me abandonado *-* amoo vce JuH, valeeeu pela força! beeeijo :*

Gabih Potter Granger!*: aah, queriida, eu já fico MEEGA feliz que tenhaa viindo aqui na MdP pra comentaar ! eeeu te descuulpo, afinal eu que fiquei um tempãao ausente daqui, to morrendo de vergoonha ! seu comentário tmb me incentivou muitoo pra terminar esse cap aqui, que axo que foi o mais fofo, não por ser o ultimo *-* espeero de coração qe vce goste, pqe se eu não agradar vce, EU ME MAATO ! heuehuehueu, assim que der, JUURO que passo na DL pra comentar ok? adoroo³ beeeijão :*

Lily Black. ♥ ×)~: subriiiiiiiiiiiiiiiiiinha ! aaamor, muitoo obrigada pelos comentáarios, ameei de paixãao ! vce simplesmeente foi a melhoor ! HEuheUhUEhuEe, caraamba, eu num li sua fic ainda, to me sentindo muitoo culpada por não ter lido aiinda “// mas eu juro, foi falta de tempo, de criatividade, de coragem, de tudoo ! eu fiquei atolada essa semana, a musica combino cmg “to ficando atoladinha, to ficando atoladinhaa”, HEuheuheuhUe ! seerio, desculpa, mas eu prometo, juro de pé juntoo que eu passo na sua quando eu puder ok? eu to postando o cap correndo que eu to com um sono do caramba, madruguei escrevendo o 19° ! :D amo vcc; beeijo ;*

Glau :D: aai, glau, que boom que vce num me abandonoou tmb ! :D aah, brigadãao por ter torciido pela minha mamys, a coisa foi séria aqii Oo’ tive que cuidar dela uma semana, até ela ficar 100% ok pronta pra outra :D aii que eu vim escrever o cap 19, dar explicações e postar a previa pra vceiis :D e aii, gostoou do cap? espeero que sim, fiiz com tanto cariinho ! madruguei escrevendo ele Oo’ seeerio! eu preciso ler tua fic né xuxu? aah, me perdoooa por ter demorado tanto pra att e pra ler sua fic, mas eu to postando o cap correndo, e vou ler sua fic o maiis rapido possivel, que alem de tudo to comendo as unhas de ansiedade *-* amo vce glaau ♥

Melissa: concoordo, meel, a fic ficariia sem graça sem as brigas delees ! mas obrigada priincipalmente por ter ficado cmg enquanto eu dexei ela em hiatus *-* espero que o tempo tenha valido a pena e que vce tenha gostado desse cap, ok? adooro vce, comenta ok? e aii, gostoou do misteerio? euheuhEUhuue, axeei que ficou legaal, num sei se vce vai gostar, espero que sim :DD beeeijos :**

Anna Otaku: mudoou de nome de novoo? hEhUEuehuEE, anna, valeeu por me ajudar pra hospedar a imagem da nova fiic! quando eu começar ela te mando a foto e vce hospeda pra eeu? :D fiqueei meega feliz com teu comentário... digo, DOIIS gigaantes comentários ! HuheuheuhueHUHUEHUE, fiquei feliz mesmo, adoreei saber que vce gostou tanto do cap ! eu tenho que ler sua fic tmb né? as duuas, que eu fiquei auseente e num pude leer, descuulpa! como eu to prometendo pra toodas, eu vou ler a sua assim que eu puder ok? vou dedicar um dia pra ler todas as fiics viu ! eueuehue, adoro vce ! beijaaço *:

Kary Malfoy: heheuehueuhe, rolou as escadas kary? Oo’ aaaff ¬¬’ um mees sem eu att, descuulpa ! :D mas espero que goste desse cap como gostou do penultimo ok? eeu fiz ele com muitoo custo ! ehuehuehueuhe, beeeijos :**

*snowqueen*: aai, outra que eu preciso leer a fic :D desculpa, snow, eu preciso ler a sua, que essa minha ausencia me deixou desatualizada sobre as fiics ! obrigada pela força, ok? a prox fic vai demorar pra sair, que eu preciso dar um tempo pra mim née poxa ! ehueheu, beeijo :*

Aninhaa xD: nãao, o Kevin num apareceu maiis ! aah, espero que goste do cap aquii ! beeijo :**


AAAFF ¬¬’ canseei amoures :D

boom, deixa eu falar sobre a nova fic !
seguinte: eu vou terminar a MdP, e começar a nova fic... mas bem de leve, só o trailler e personagens, que aii eu vou demorar um tempo pra começar a escrever os caps meesmo, sabe? é que eu realmente preciso de tempo pra mim, pra familia, amigas, namoraado, e fica dificiil ! então eu vo da um tempo da net, enquanto o pc fica no conseerto, depois vai formata, mas só quando eu terminar essa fic aqui, que aii eu já acabei e nao corre risco de perder nada !

então estamos combinados ?
aah, só pra constar: eu respondo os comentários de acordo com o ultimo que a pessoa me deixou ok? :D pra quem escreve fics: eu promeeto ler todas assim que tiver um tempo, e quando eu puder, que eu continuo atolada de coisas pra fazer *-* espero que me entendam, ok?

o epilogo tá sem data pra saiir, mas em todo caso, ele vai ser só um complemento, a fic TERMINA AQUI, nesse cap !
o epilogo é anos depois, como ficou a vida deles, sabe... :D mas a fic no geral termina aqui... se alguem tive alguma pergunta sobre o que aconteceu com algum personaagem, fala no comentario que eu respondo no epilogo ok? depois vai ter um especial, que eu vo coloca da onde surgiu os sobrenomes bizarros e as musicas da fic, mas é bem mais pra frente !
bom queriidos, eu fico por aquii !
como sempre, pra não perder a tradição, cap tá seem revisão e deve ter erros de portugues, não propositais, mas algumas palavras com letra a mais que eu num so analfabeta né !

HEUHEUEHHE*

é isso ! FLAAAH, valeeu por tudo na fic ! ela me ajudou muiito, ok? :D
ela mandoou beijos pra toodas vceiis e diisse que adora todas !

então é isso !
não é a ultima N/A, tem a do epilogo ainda :D
espero que sintam minha falta, HUEHuehueheUE*
pelo menos pra alguns eu so importantii !

BEEEIJO NA BUNDAA !
diigo...
BEEIJO NA BOCHEECHA !

AMO VCEIIS ! ♥

e o cap é dediicado a todas as pessoas que passaram por aquii, que leram, que comentaram, que não comentaram... enfim, a todos que marcaram presença aqui ;)

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