O medalhão



Capítulo 15:
O medalhão

Em um lugar muito, muito longe dali, um vulto encapuzado com passos apressados andava desesperadamente por uma rua abandonada, onde tudo o que via parecia lixo e entulhos. AS casas... as que haviam, estavam em ruínas. Contava-se um boato de que começaram a ser demolidas por ordem do propritário, mas este próprio, do nada, o desconhecido rico, dara ordens para pará-lo.

O vulto parou, parecendo em pânico.

"E se eu estiver sendo seguida? Não posso colocá-lo sob este risco.
Mas, eu também estou em perigo agora... Tudo bem, não mais que ele... Será que devo ir? Ora, mas que bobagem... É aqui que quero estar, e... como poderiam estar me seguindo? Eu já dei tantas voltas, já se passaram tanto tempo! É, eu vou em frente.

Chegou na frente de uma casa. Não era a mais acabada, tampouco a mais inteira, também caía aos pedaços. Se houvesse alguém naquela rua, acharia estranho ao ver um ser desconhecido bater numa casa aos pedaços como aquela, e aparentemente abandonada.

Ninguém atendeu, o que era de se esperar, pois a casa deveria estar vazia! Mas ela sabia que sua presença já fora detectada.

- Sou eu - soou a voz de uma garota. - Estou sozinha! Abra!

A porta se destrancou sozinha e ela esgueirou-se para dentro, ligeira como o vento.

- O que quer aqui? - rosnou uma voz fraca e masculina entre as sombras.

Ela se sobressaltou, talvez não pelo susto, mas pelo tom que aquela voz soara. Se virou rapidamente e encontrou quem desejara, talvez não como~desejara.

- Oh! - disse. - Você me parece tão mal apenas a luz da lua!

Fez menção de aproximar-se, mas o outro recuou.

- Você me surpreende - ele disse. - Não havíamos combinado que não viria aqui? Devo crer que me entregou à sua mãe?

- Não seja idiota - ela retrucou, ríspida. - Não te entregaria nunca, estou do seu lado.

Ele soltou uma gargalhada, que não durou muito, devido a falta de forças. Deixou cair-se no sofé esburacado.

- Porque os abandonou?

- Aquilo não é para mim, primo, você sempre soube. Nunca fui nenhuma santa, mas aquilo é demais. Não é para mim - repetiu com pesar.

- Fraca como sempre, prima.

- Chame como quiser - Ela deu de ombros. - Mas me deixe ficar.

- Bom, se estão atrás de você. Não posso me dar ao luxo de deixar que peguem-na. Fique.

- Posso cuidar de você?

Houve uma pausa.

- Não preciso que cuidem de mim - ele respondeu, ríspido.

- Não, claro que não - disse ela suavemente, se aproximando e o encarando nos olhos. - Só quis dizer que vou estar aqui agora. Você não estará mais sozinho, se precisar... de algo.

Ela colocou a mão em seu ombro, e se aproximou um pouco mais.

Então, lenta e surpreendentemente, ele se deixou abraçar, enquanto soluçava...

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- Harry... o que vamos fazer, amanhã? - Soou a voz de Hermione, como se viesse de um lugar muito distante.
- Hum?
Ele mirava as chamas da lareira, onde estavam. Precisavam agir... Mas como? Qual era a solução?
- Harry?
Ele levantou os olhos; o casal o observava ansiosos.
- Estou tentando pensar, mas não chego a conclusão alguma!
Hermione passou os dedos entre os cabelos os deixando ligeiramente bagunçados.
- Não compreendo... Há tantos lugares! Enbaixo da terra... Pode estar em qualquer lugar!
Rony se levantou de repente e foi até a janela. Harry não havia entendido até vê-lo voltar com um exemplar do profeta vespertino.
- Estão anunciando a captura de Nott - disse Rony, de olho no jornal. - E é claro, se vangloriando por ter sido o quarto comensal em apenas dois dias.
- Mais alguma coisa? Alguma morte?
- Não - disse virando a página. - nada de interessante. Apenas um grupo de duendes do gringotes que exigem aumento de salário.
Rony começou a rir.
- O que foi? Porque está rindo?
- Não é nada - respondeu o garoto atirando o jornal para o lado. - É que esses duendes parecem um bando de sacos de batatas com pernas.
- Rony! - censurou Hermione.
- Eu não queria falar! - defendeu-se o garoto. - Você que me perguntou!
- Por falar em Gringotes - cortou Harry. - Temos que ir até lá, meu dinheiro está acabando.
Naquele momento, outra coruja adentrava pelo quarto.
- PArece um pacote - murmurou Hermione quando a coruja pousou.
- E é. O que tem aí dentro, Harry?
HArry apressou-se para abrir o pacote. DEntro, apenas uma chave e um bilhete.
- O que diz aí?
Ele abriu:

COFRE 657

R.A.B

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Narrado por Harry:

Dei um tapa na minha própria cabeça. Agora estava óbvio! Céus, a convivÊncia com Dumpledore deveria ter me ensinado mais!

- O que foi, Harry? - perguntou Rony.
Hermione também parecia compreender, mas ele, após aquela breve apresentação de incrível audácia e inteligência, parecia ter recuperado a burrice. (N/A; ah, parece maldade essa minha forma de expressar, não parece?)
- Rony... embaixo da terra...como não pensamos nisso antes? Você não sabia que os cofres do gringotes ficam a uma distância imensa do solo?
- Mas Harry, como Voldemort vai guardar uma horcruxe no banco? - perguntou Hermine.
Fiz um gesto impaciente com as mãos.
- Ora... esta pista foi de R.A.B, não? É no cofre dele que está a horcruxe! O medalhão que ele pegou! E essa - Apontei para a chave que viera no envelope. - é a chave desse cofre.
- E porque ele te daria a chave?
- Uai... para que pegasse a Horcruxe!
- Mas, Harry... Pensa! Se ele descobriu tudo, porque ele mesmo não a destruiu? Isso está ficando estranho... Como ele sabe que você está atrás?

Não quis escutar, mas a verdade é que Rony tinha uma certa razão. Era realmente muito estranho tudo isso, mas eu ainda considerava a idéia de que ele poderia apenas ter acompanhado os jornais que diziam que eu e Dumbledore tínhamos uma aproximidade maior do que aluno e diretor, e assim, desconfiou que por "ser o eleito" ele teria me contado algo do que sabia.
- Vamos ao cofre, amanhã. Iamos lá de qualquer forma mesmo, não custa dar uma olhada.

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Como combinado, os garotos já estavam no Beco Diagonal na manhã seguinte.
Como sempre, depois do retorno de Lorde Voldemort, pouquíssimas pessoas estava presentes, e as que estavam passavam correndo, como se esperassem um ataque a qualquer momento.
Estava um lugar deplorável, de dar pena mesmo. Harry, que antes se encantara tanto com aquele belo lugar que exalava magia de cada centímetro, chegou a pensar com saudades daquele tempo, onde ele pisou pela primeira vez naquele chão. Havia muitas lojas fechadas com táboas, muitos vendedores desanimados a espera de um cliente, e esses, eram pouquíssimos.

Encontraram algumas pessoas conhecidas lá. Harry estava se surpreendendo, afinal, havia tão poucas pessoas naquele lugar, e bem no dia que eles resolveram aparecer encontravam pessoas conhecidas? Mas então, ele se lembrou de que faltavam apenas uma semana para a volta as aulas em Hogwarts. Sua carta ficara na casa dos Weasley, e ele mal se lembrara disso. Era estranho... sempre esperava aflito pela volta as aulas, e agora, ele mal se lembrava de que essas aulas estavam para começar e ele não estaria presente. Também, não seria mais a mesma coisa, Hogwarts nunca mais seria a mesma sem Dumbledore...
Tentando afastar esse pensamento do seu coração, Harry apontou para Gringotes, e os três apertaram o passoa naquela direção.

A velha sensação de andar naquele carrinho para os cofres invadiu a mente de Harry, e ele se lembrou da primeira vez que entrou ali... com Hagrid. Afinal, o que estava acontecendo com ele? Porque
Diabos de repente, começara a lembrar de toda a sua vida?

O carrinho desceu, desceu, desceu, desceu... não parecia ter fim. Era muito fundo... até que... parou.

- Cofre 657 - anunciou um duende, que estava com eles no carrinho.
- Obrigada. - agradeceu Harry.

Ele se aproximou com a chave na mão. Hesitou, mas decidiu-se por abrir, afinal já estava ali, não estava? O que poderia acontecer? Ele não encontrar a horcruxe e ver que tudo não passara de uma brincadeira sem graça?

Tomando coragem, rodou a chave.
A primeira coisa que viu ao abrir a porta foi um cofre escuro, vazio, e empoeirado.
- Há quanto tempo esse cofre não é aberto?
- Há uns 17 anos - respondeu o duende prontamente.

Harry olhou mais atentamente. Não havia nada ali.
- Ah, vamos... - disse enfurecido pensando ter caído em uma armadilha.
- Espere! - gritou Hermione segurando-o pelo braço. - Tem alguma coisa ali...

Havia mesmo. Algo como uma caixinha de chumbo, bem no canto do cofre.

Harry se aproximou, mas Hermione já havia entrado e pego a caixa.
- Hermione... você não sabe o que tem aí... Não pegue assim, pode estar amaldiçoado!
Hermione riu.
- Ora, Harry... Qualquer maldição que seja não ultrapassa uma caixa de chumbo.

E Hermione abriu-a.


Aconteceu de repente... Quando abriu, houve algo como um Flash, e ela caiu no chão, desmaiada.

- Hermione! - Rony correu até ela. A caixa caiu no chão com estrépito, e o medalhão escorregou. Sem dúvida, aquele era o medalhão legítimo, Harry reconheceu-o na mesma hora.
- O que houve com ela? - Rony perguntou olhando para Harry. - Essa droga aí! Ela não pode ter...? Pode?
- Com licença - disse o duende eficiente, surgindo por trás das pernas do garoto. Ele se abaixou para examiná-la. - Ela está viva. Precisa ser levada para o St. Mungus. Me ajudem aqui.
Eles conjuraram macas e cordas, pois Gringotes tinha feitiços anti-aparatação.
Harry, agindo depressa, recolheu o medalhão novamente para dentro da caixa, tomando cuidado para não tocá-lo, e guardou-a no bolso.
- Vamos.
Enquanto o carrinho subia velozmente e eles se dirigiam até o St. Mungus, Harry tentava chegar a uma conclusão.
A maldição daquele medalhão era tão forte que sem nem mesmo roçar a pele de Mione, já a enfeitiçara o suficiente para deixá-la inconsciente, mas quando se tornou visível caindo da caixa, já não causou mais o mesmo efeito. Claro... Estava óbvio demais... Aquela caixa permanecera fechada durante longos anos... O feitiço, seja ele qual fosse, ficara concentrado durante todo aquele tempo ali dentro. Quando Hermione o abriu foi como se uma exlosão ocorresse e ela foi atingida. O medalhão caiu mas não causou o mesmo efeito, afinal já havia explodido praticamente na cara de Hermione e não estava com o mesmo poder. Tudo isso, HArry concluiu mais uma vez, graças ao material de chumbo que impedira o medalhão de contaminar o seu redor. O que precisava saber agora, era quais seriam as consequências e os efeitos daquela maldição.

Hermione foi levada ao 3º andar do Hospital St. Mungus. Os Granger foram chamados, os Weasley avisados e o dia todo foi repleto de pessoas aparatando e perguntas repetitivas do tipo: "Como vocês estão?", "O que aconteceu exatamente?", "Ela está bem?".
Só no final da noite que as visitas foram permitidas. Harry, acompanhado por um ROny caladão, Gina, os Granger e o sr. e a sra. Weasley, entraram.



Hermione ainda estava inconsciente. Tinha uma aparência estranha, pálida... pálida demais; marcas levemente arroxeadas ao redor dos olhos e dos lábios.

- Porque essas marcas? - perguntou Rony, se sentando na cadeira mais próxima a cama da garota. - E porque essa coloração pálida?

- De acordo com o que me contaram - começou o curandeiro que estava presente. - Esse objeto continha uma maldição que ficou armazenada nessa caixa de chumbo. Foi sorte que não o tocou, seria morte imediata.

- E porque ela ficou assim? - perguntou a sra. Granger.

- Bom... o feitiço funcionou como se fosse um gás. Imagino que ela deva tê-lo aspirado e ele contaminou os seus pulmões, por isso o desmaio. Essas marcas é devido a falta de ar também e a poção que ela está sendo obrigada a tomar por soro a todo o momento. A maldição (apesar de não ter tocado o objeto) se alastraria e passaria dos pulmões a outros orgãos, mas ela chegou aqui a tempo, e tomou uma poção bastante complexa.

Ele se virou para Harry.

- Vocês que estavam presentes... Tomaram já uma dose da poção, não?

Harry afirmou. Assim que souberam o que tinha atingido Mione, os curandeiros exigiram que todos que estavam presentes na hora do acidente também tomassem a poção.

- Será necessário tomar outra dose, se puderem subir até o 5º andar e...

- Eu não vou - exclamou Rony. - Vou ficar aqui até o horário de visitas acabar.

O curandeiro não fez objeção. Ninguém teve coragem de falar nada dado a veemência na voz do garoto.

- Eu posso subir e trazer para ele. - disse Harry. O doutor concordou, e Harry saiu.

Ainda bem que não ocorreu nada de mais grave. Não posso nem pensar... Se mais alguém importante para mim morresse, de um jeito ou de outro por minha causa, acho que eu não suportaria...

Perdido em seus pensamentos, Harry nem olhava por onde ía. Acabou dando um encontrão com alguém na escada.

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Oh! Desculpa - pediu envergonhado, oferecendo a mão para a pessoa, que caíra com a pancada.

- Tudo bem, não foi nada, Obrigada. - disse ela, aceitando a mão oferecida e erguendo os olhos.

Ambos congelaram.

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- Ah! Oi, Harry - disse ela jogando as medeixas negras para trás e o encarando.
- Oi. Quanto tempo, Chô.
- Pois é... O que tem feito?

Harry abriu os braços em sinal de despreocupação, como quem diz: "Andado por aí".
Chô riu.
- E você? Conseguiu terminar Hogwarts, não é?
- É - respondeu Chô. - Acho que tive sorte. Agora estou trabalhando como Assistente de curandeira.
Harry notou pela primeria vez que ela usava um uniforme ver e um crachá esctiro:

Chang, Chô
Assistente de curandeira

- Nossa! Parabéns!
- Obrigada.
- Mas você trabalha muito, heim? Já é tarde...
- Não, na verdade faz umas três horas que meu turno acabou. Estive visitando minha avó, aqui, no 4º andar, ela está internada aqui há tanto tempo, tadinha. Aliás, preciso ir...
- Hum, Ok.
Houve um silêncio constrangido.
- Bom... tchau - disse Chô.
- Tchau. Até mais.

Harry continuou subindo as escadas. Chegou ao quinto andar, comprou as poções e resolveu sentar-se um pouco em algumas mesinhas onde serviam chá.

Tomou a poção estremecendo (o gosto era horrível), pediu uma xícara de chá, e continuou refletindo.

Finalmente uma Horcruxe. Agora era só destruí-la e correr atrás das outras. O anel já estava destruído, o diário também; tinha o medalhão sob seu poder; a sétima parte estava no corpo de Voldemort. Se uma fosse a cobra, como dissera Dumbledore, faltavam duas Horcruxes. Um objeto de corvinal, Lufa-Lufa, ou grifinória. Sua pista era ir atrás de um desses três.

Quando estava na metade do chá, alguém pôs a mão em seu ombro, o assustando.

- Harry?
Harry se virou, já reconhecendo aquela voz.
- Como vai? - perguntou Lupim.
- Ótimo - mentiu Harry.
Lupim sorriu.
- Harry, Harry, você precisa melhorar a sua oclumência. Posso me sentar?
- Claro.
- Então, está se mexendo bastante esse ano, não está?
Harry ergueu os olhos.

- Hãm?
- Bom, você já saiu da casa de seus tios, já saiu da casa dos Weasley, agora está voltando com Hermione inconsciente. Tudo isso em um pouco menos de um mês!
Harry sorriu.
- Não é assim tão fácil... Estaria até progredindo se não acontecessem o que aconteceu com Hermione.
Lupim o encarou por alguns segundos.
- Ela vai ficar boa - disse. - Vai demorar um pouco para ganhar alta, mas vai ficar boa.
Ficaram alguns segundos em silêncio.
- Harry... Tem planos para os próximos dias?
O garoto arqueou as sobrancelhas.
- Tinha, mas com Hermione assim... porque?
- Não sei se já soube, mas me encarregaram de ficar responsável pela Ordem depois... Bom, nos períodos de Lua cheia, Moody é quem fica no meu lugar. Gostaria que você passasse um tempo lá, vai ser muito útil.
Harry ficou calado, não sabia se devia mesmo aceitar.
- Você poderia ficar enquanto Hermione não sai daqui. Seja o que for que você tem a fazer de qualquer jeito, não fará sem ela, fará?

É... isso fazia sentido.

- De qualquer maneira - continuou Lupim. - A casa é sua mesmo. Estamos ainda lá, você sabe como entrar.

Lupim se levantou.

- Apareça por lá, vai ser bom para todos.

Lupim estendeu a mão que Harry apertou.

Não sabia... é claro que ele adoraria ficar com o pessoal da ordem, mas voltar para aquela casa... ele não sabia...



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