A tiara de Rawenclaw



Aí pessoal, tivemos dois comentários desde a última a atualização. Eu nem ía atualizar, só entrei para dar uma passadnha, mas em agradecimento aqueles que comentaram, porque foram palavras bastante convincente e importantes, eu resolvi atualizar! Valeu! Mais um capítulo grandinho para vocês!

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- Bom dia - disse Harry, ao encontrar Molly, Lupim, Tonks e Mione à mesa.
- 'dia - responderam todos.
- Acordou cedo, querido - falou a senhora Weasley, enquanto ele se setava.
- É, mas pelo visto não fui o único.
Olhou, animado, para Hermione, enquato esta passava geléia em uma torrada.
A garota olhou-o desconfiada por alguns segundos, talvez tentando descobrir a mudança de um dia para o outro, mas logo, retribuiu o sorriso.
- Vou a biblioteca da região - exclareceu ela. - Gostaria de procurar algumas coisas sobre... os fundadores de Hogwarts.
Harry levantou os olhos do prato de salsichas que Molly acabara de colocar para si. Encarou Hermione e encontrou em seus olhos sua confirmação para o que suspeitava.
- Os fundadores de Hogwarts, querida? - perguntou Molly Weasley. - Mas você não vai sozinha, vai?
- O profº Lupim também quer que eu vá acompanhada - respondeu a garota - Mas não vejo necessidade, é pertinho daqui!
- Melhor não - disse Lupim. - Andar sozinha é muito arriscado, é bom que vá com alguém.
- Eu e Rony iremos com você, Mione - disse Harry.
Mione soriru agradecida, não parecia gostar da idéia de ter um guarda costas seguido-a por onde ía.
- Bom, de qualquer jeito, a Tonks vai acompanhá-los a distância. Tudo bem, meu amor?
- Beleza! - respondeu ela animada.

Mais tarde, os outros moradores da casa foram descendo, inclusve ROny, que após um café da manhã de quase duas horas, aceitou ir com os garotos a biblioteca.
- Mas já não sabemos qual é a Horcruxe? - perguntou ele.
- Sabemos - respondeu Mione, apesar de Harry ter aberto a boca na inútil tentativa de responder. - Só vamos confirmar, não sabemos ainda... Pode haver outras peças que sumiram, e ele escolheu uma depois, nunca se sabe. Aliás, essa foi uma desculpa, precisamos pesquizar muito mais coisas!
- Como...?
- Os passos de Voldemort - continuou Hermione, sem nem ligar para Harry, que abrira a boca novamente, e outra vez, fechou-a com raiva. Talvez se procurarmos em livros sobre bruxos das trevas modernos, consigamos descobrir algo sobre o principal lugar que ele passou. Vai ser difícil, mas precisamos tentar...

É, eles precisavam tentar, e foi o que fizeram durante dias. Pesquizaram, pesquizaram, e pesquizaram. A biblioteca onde foram procurar era comum, pequena trouxa, mas para clientes bruxos, havia uma porta semi-oculta por livros que levava a uma outra sala, com muitas e muitas prateleiras de diversos temas do mundo bruxo.

Ali, ficaram por longas horas durante o dia. Liam, liam, e liam até se cansarem. Mas não estavam encontrando nada.
- Estou cansado - disse Rony, jogando o 20º livro de uma certa tarde para o lado e deixando a cabeça cair em cima dos braços. - Estamos aqui há dias e não encontramos nada de importante.
- Bom, não é bem assim - disse Hermione, bagunçando os cabelos enquanto olhava atentamente para um pequeno livro entitulado: Rastros suspeitos das artes das trevas.

Vimos que os objetos daquela lista que fiz estão muito seguros em um museu bruxo no México. Só temos um ponto para ceder a nossa atenção. É a tiara.

- Praticamente, já sabíamos disso, não é? - Disse Rony com a voz abafada por entre seus braços. - Acho que perdemos tempo procurando algo aqui.

Hermione bateu o livro na mesa, fazendo o garoto quase cair da cadeira e algumas pessoas se virarem.

- Você tem outra idéia? - perguntou.
- N-não, eu nem disse que...
- Ótimo, então acorda e continua procurando.

Rony fechou a cara, enquanto pegava um livro qualquer de cima da mesa e Harry apenas ria. Mas logo os dois e toda a biblioteca voltaram a se assustar.

- AQUI! - berrou Mione. - OLHEM AQUI!


Os garotos se viraram rapidamente para cima do livro de Hermione, nem ligando para as outras pessoas que estavam presentes ali, e que agora exclamavam referentes ao barulho de um lugar reservado.

- O que tem, Hermione? O que está escrito aí?

- Prestem atenção: "Uma das atividades mais espantosas dos últimos tempos que foi registrada como uma tragédia bruxa por ter ocorrido de forma tão estranha, é um massacre ocorrido num orfanato trouxa. O local foi semi-destruído e as pessoas mortas. Não houve um único sobrevivente para contar o que exatamente havia acontecido.

A surpresa maior foi que o local, por dentro, ficou intacto, mas parece ter sido amaldiçoado, pois ninguém consegue permanecer lá dentro por mais de 10 minutos. Trouxas e mestiços que se atreveram a entrar, morreram momentos depois.

Toda a região foi interditada, e até hoje as pessoas têm medo de se aproximarem do que antes que era um abrigo a menores desamparados.

Hermione terminou a leitura e olhou para os amigos. Os dois com uma horrível cara de desentendimento.

- O que foi? - ela perguntou. - Vai dizer que vocês ainda não entenderam?

-Não - responderam os dois juntos. - O que haveria para entender? - completou Rony.

Hermione girou os olhos.

- Voldemort morou num orfanato, certo? De acordo com as lembranças de Dumbledore foi o momento mais frustrante de sua vida. Ele passou lá muitos anos que com certeza gostaria de apagar da memória. Com certeza iria querer "dar um jeito" naquele lugar. E nada impede...

- Pera aí! - disse Harry. - Está dizendo que foi Voldemort quem destruiu aquele orfanato?

Ela acenou afirmativamente.

- Mas não está dizendo que foi ele aí, está?

- Lógico que não - rosnou a garota. - Vocês não ouviram que ninguém sabe o que aconteceu? Não houve testemunhas, nem sabiam dizer se era ou não um ato de um bruxo...

- Não sei - disse Harry. - Existem tantos orfanatos no mundo! Tantos bruxos capazes de fazer algo tão terrível quato esse ataque. E Voldemort iria mesmo querer guardar sua horcruxe no orfanato trouxa onde ele foi tão infeliz?

- Harry, você está analizando a situação pelo ângulo errado - Mione parecia tão anciosa quanto arry. - Voldemort não quer guardar sua alma onde ele foi feliz, mas sim, nunm lugar onde ele teve história. Foi lá que ele descobriu que era um bruxo, e se estivermos certos, foi lá também que ele destruiu várias pessoas que julgava culpados por ter sido criado sem pais. E outra, de acordo com a data do livro, isso aconteceu há uns 19 anos e meio, mais ou menos, na mesma data que ele conseguiu a tiara.

Rony se aprumou na cadeira, as sobrancelhas franzidas.

- Será, Mione? É uma, a nossa chance, entre centenas! Como sabermos que este orfanato é o que você-sabe-quem esteve na infância?

- Harry viu na penseira. Ele reconheceria, não reconheceria?
A garota olhou para Harry, ansiosa.

- Bom acho que sim, não sei... Aí tem o endereço?

- Sim! Está aqui! Ótimo então! - Ela sorriu radiante. - Pelo menos já temos uma pista...

- Espere, Mione - disse Harry, quando a amiga se levantou para guardar o livro. - Ainda temos um problema.

- E qual seria?

- Você se esqueceu de que o lugar está amaldiçoado? Como vamos entrar lá?

Hermione mordeu os lábio e deixou-se cair na cadeira segundos depois.

- É, tinha me esquecido.

Harry e Rony se entreolharam.

- E agora? - perguntaram juntos.

Ela ficou alguns instantes em silêncio. Parecia que encarava os próprio cérebro para enxergar suas informações.

- Esperem um pouco - respondeu ela finalmente, se levantando e sumindo por trás de uma prateleira.


Voltou 45 minutos depois e encontrou os garotos dormindo em cima dos livros.

- Acordem! - siilou ela, cutucando as costelas dos garotos. - Vamos! Aqui não é lugar para dormir!

- Hum? - resmungou Harry, levantando a cabeça de cima dos braços e desentortando os óculos tortos para enxergar Hermione. - Onde você estava?

- Enquanto vocês dormiam? - retrucou ela com um pouco de raiva. - Bom, fui procurar uma maneira de entrar mesmo com a maldição.

- E encontrou uma? - perguntou Harry, acordando definitivamente.

- Bom, sim e não - respondeu ela, abrindo um novo livro em cima da mesa. - Aqui tem uma poção perfeita. É a poção da imunidade.

- Poção do quê?

- Imunidade. Vai te deixar imune à qualquer tipo de maldição, como se uma proteção fosse criada no seu corpo por determinado tempo, só não funciona contra as maldições imperdoáveis.

- Parece uma boa - dise Rony empolgado. - Então vamos comprar essa poção, tomá-la e ir atrás do orfanato.

- Não seja burro, Rony. Poções como essa não são vendidas na lojinha da esquina. Acho que não iremos encontrá-la em lugar algum, têm igredientes dificílimos de encontrar. Veja, vai até pêlo de unicórnio!

- Mas... então...

- Teremos que fazer essa poção. - respondeu Harry, com um leve quê de preocupação na voz. - Mas onde vamos arrumar isso?

- Hãm... eu tenho um palpite.

- E qual é?

- Bom, Harry... Será que você... Não conseguiria chegar no... Professor Slughorn...

É... anta! Já era pra ter descofiado disso antes neh? Dãããn!!

- ... e pedir a ele?

Harry engoliu em seco. Enfrentar o professor de novo? Apesar de que... Deveria ser mais fácil agora.

- Vou ter que inventar uma boa desculpa, Mione.

- A gente te ajuda - respondeu a garota. Talvez até possamos contar a ele que precisamos da poção, é só não contarmos o porquê.

- ok, vamos tentar.

Os garotos apareceram em Hogwarts no dia seguinte, com a permissão da Profª Minerva McGonagall. Horácio ficara realmente muito feliz com a presença do trio, disse que sentia a falta da genialidade de Harry nas suas aulas, e os convidou para uma festinha de comemoração.
- Não, obrigado, professor, mas temos muitas coisas para fazermos agora. Gostaríamos mesmo de sua boa vontade para um favor.
- Um favor? - repetira o bruxo, ainda sorrindo satisfeito com a presença dos três bruxinhos em seu escritório. - O quê eu, apenas um velho viciado em abacaxis caramelizados e professor de poções poderia fazer para o grande Harry Potter?
Harry sentiu-se corar com o comentário, mas controlou-se.
- Professor, estamos com dificuldade para preparar uma poção, principalmente para arrumar os igredientes, que são muito raros e complicados.
- Hum... eu devia ter desconfiado! Porque três jovens viriam até meu escritório se não fosse para pedir um favor sobre aquilo que eu mais sei fazer?
Ele riu.
- Quais são estes ingredientes? - perguntou.
Hermione lhe passou uma folhinha.
- Céus! Quanta coisa complicada! - exclamou ele, passando os olhos pela lista. - Não estariam, por acaso tentando fazer uma poção da imunidade, estariam?
Os garotos se entreolharam.
- Desculpem, mas eu não vou poder ajudar - disse ele, devolvendo a lista e olhando-os preocupado. - São responsabilidades que eu não quero assumir, essa poção é muito complexa e perigosa caso seja feita da maneira errada. Não estou dispoto a assumir culpa nenhuma se um de você morressem ao digerí-la.
Rony arregalou os olhos e se virou para Hermione, tentando descobrir se ela sabia que eles poderiam morrer ao tomar a poção, afinal, a idéia havia sido dela.
Mas ela não se abalou.
- Hum... é importante professor. Precisamos dessa poção. Temos que tomá-la de uma forma ou de outra. Não seria mais fácil com a sua ajuda?

- Sta Granger, tem noção da resposabilidade a que me aplicaria se lhes desse dicas de como fazer essa poção da forma correta, e vocês acabassem se confundindo com alguma ordem e errassem em alguma coisa?
- Sei, mas isso SE nós errarmos, e...
- E? Sabe também quais são as chances de vocês acertarem uma poção dessas?
- Eu sei que é complicado, professor, mas precisamos dela, teremos que tentar.
O bruxo ficou olhando-os por algum tempo. "Garotinho teimosos" pensava; "essa juventude de hoje!"
- Posso fazer o seguinte, então. Têem certeza de que ela é tão importante assim para vocês? Não tem outra saída?
- Absolutamente nenhuma - respondeu Hermione.
- Olha, eu não posso permitir que vocês, jovens sem nenhum aprendizado mais ousado em poções, tentem preparar algo como essa poção para uso próprio. Seria culpa minha se algo desse errado. Porém, como sei que vocês não desistirão dessa idéia, eu irei prepará-la para vocês.
- O quê?
- Jura?
- Obrigada, Professor!
- Sim, sim, mas já vou logo avisando: cobrarei pelo trabalho! Que idéia maluca! Preparar uma poção da imunidade sem nenhuma experiência...
Os três se etreolharam, com sorrisinhos. Teriam que pagar, e provavelmente não seria pouco, mas acabaram ganhando mais do que procuraram: íam conseguir os ingredientes, a poção pronta, e corretamente preparada.
- Obrigado novamente, professor - agradeceu Harry. - Depois então, nós acertamos o preço com o senhor. Quando podemos vir buscá-la?
- Quem?
- A poção - respondeu Harry, surpreso pela pergunta.
- Ah, sim. Daqui uns... vejamos, 50 dias?
Rony se engasgou com a própria saliva.
- Tudo isso? - exclamou, perplexo.
- Ora, é o tempo que se demora para preparar essa poção. Ainda não tinham conferido o tempo de cozinhamento?
Os garotos olharam para Hermione, que bateu na testa.
- Me esqueci! - disse.
- Vão querer assim mesmo?
Todos olharam para Harry.
- Bom... temos outra alternativa? - perguntou este para os amigos.

E assim, ficou combinado. Eles buscariam a poção e o pagaria depois de 50 dias.

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Outubro se foi, com a mesma rapidez com que chegou novembro. Os garotos se viam impacientes por notícias de Horácio e a poção. Até que um dia, particularmente gelado graças a neve espessa que insistia em cair por todos os cantos, os garotos acordaram e já tiveram uma boa notícia.

Era um sábado. Os garotos acabavam de acordar e descer as escadas quando a sra. Weasley os chamou.
- Harry, querido, o professor Slughorn está ali na sala querendo falar com você. (N/a: sei que só entra na sede aqueles que são da ordem e coisa e tal, mas considerem o professor Slughorn como um membro não oficial da ordem, que os ajuda quando pode).

Ele se levantou tão depressa que derrubou a cadeira.
- Harry, calma! - disse Hermione também se levantando. - Ele não vai fugir!
- Eu vou com vocês - falou Rony, milagrosamente deixando a torrada amanteigada de lado e também se levantando.
- Ei! O que é isso? - exclamou a sra. Weasley espantada. - Por acaso ele veio dizer que vocês ganharam na loteria e eu não fiquei sabendo?
- Claro que não, mamãe - disse Rony, dando-lhe um beijo na testa. - A gente já volta.
- Mas... e seu café?
- Depois!
- Deve ser realmente importante - comentou a sra. Wasley para os outros na cozinha. - Pra ele sair correndo e nem querer tomar café.

Sim, Horácio Slugohrn havia trazido a poção, prontinha e com todas as instruções de uso. Cobrou 59 galeões, ao que mesmo com os protestos de Rony, não diminuiu o preço. Harry aceitou mesmo assim, sabia que era acima do valor que realmente teria os gastos de uma poção da imunidade, e que seu cofre estaria esvaziando muito rapidamente para alguém que não teria condições de ter um emprego agora, mas não tinha jeito. Se ele ficasse preocupado em não gastar dinheiro, talvez fosse morto por Voldemort e seu dinheiro continuaria intacto. Valeria a pena isso?

- Está com endereço aí, Mione?
- Sim, está aqui.
- O Rony está com a dose certa da poção? Tem certeza?
- Sim, Harry, eu medi muito bem. Agora, por favor, quanto a isso...
- Não adianta, Hermione - cortou Harry, sério. os três estavam parados em um lugar perto da sede, onde seria mais fácil desaparatar. Harry e Rony com cálices nas mãos, prontos para tomarem e desaparatarem até o orfanato.

Harry, com o apoio de Rony, fez Hermione prometer que não iria até lá. Se a maldição afetava principalmente os trouxas, aqueles que haviam nascido trouxas poderiam ser ainda mais afetados do que o normal, mesmo com a poção da imunidade, eles não sabiam quais seriam os efeitos da maldição, não podiam arriscar a vida de Hermione.

- Isso não é justo! - exclamou ela. - Eu preciso ajudar vocês! Talvez vocês precisam de mim lá!

- Hermione, não é uma questão de ser justo... É que não podemos correr este risco. É melhor você ficar, sim? Podemos nos virar lá sem sua ajuda por um dia, agora já pensou se alguma coisa lhe acontece lá?

Hermione não aceitou fácil, mas resolveu não discutir também. No fundo ela também temia.

- Ok, vão, então! Mas cuidado!

Deu um abraço em cada um.

- Principalmente você, Harry. Você também é mestiço.

- ok, pode deixar, eu me cuido. - Ele se virou para Rony. - Pronto?
- Pronto - o garoto respondeu, virando o cálice com a poção.

Uma sensação estranha invadiu o corpo de Harry quando ele imitou o gesto do amigo e virou o cálice com a poção goela abaixo. Como se uma proteção mágica o tivesse revestido.

- Quanto tempo temos? - perguntou.
- Três horas - respondeu Hermione, ainda de cara fechada.
- ok, então temos que ir, não podemos perder tempo.
Ele estendeu a mão para Hermione, afim de pegar o endereço que ela lhe entregou meio relutante.
- Desculpe, Mione - disse Harry, comovido pelo olhar da amiga. - Mas eu espero que você compreenda... Corre mais riscos do que qualquer um de nós.

Sem forças para responder, ela apenas afirmou com a cabeça.

- Você compreende, não compreende? - pergutou Rony.
- Claro, vocês estão certos - respondeu, com a voz um pouco fraca. - precisam ir. Boa sorte.
Com um último olhar, como se quisessem a confirmação de que a garota iria ficar bem, eles desaparataram.

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- Tem certeza de que estamos no lugar certo? - Rony perguntou, ao conferir o endereço na mão de Harry.
- Tenho, está certo.

Ele ergueu os olhos. Se deparou com a imagem surpreendentemente estranha do local onde fora um orfanato. Estava com as paredes de fora sujas, repletas de teias de aranha em todos os cantos; as portas e janelas pregadas em um ângulo estranho, como se estivessem presas por mágica.
"Mas... pensando melhor, até que isso não seria impossível."
- Reconhece?
- Não - disse Harry sinceramente. - Se reconhecer, seria apenas a parte de dentro.
- Então vamos entrar.
- É, vamos.

Harry ergueu a varinha e apondou para a fechadura da porta.
- Alohomora!
A porta se abriu, e os garotos prenderam a respiração antes de entrar. Apenas com um olhar de encorajamento um para o outro, entraram. Harry na frente.

Reconheceu. Talvez não pela aparência apenas, até porquê os anos que se passaram tornaram o lugar diferente. Mas reconheceu.

Sentiram, no momento em que entraram, um arrepio subir por suas espinhas e um enfraquecimento momentâneo tomar conta. Mas logo foram se adaptando.

- Sentiu isso? - perguntou Rony, com uma careta horrível.
- A maldição - respondeu Harry.
- Foi sorte termos tomado a poção.
- Sorte foi Hermione não ter vindo - retrucou Harry, andando sem rumo para algum lugar da casa.
- Para onde estamos indo? - perguntou Rony, que o acompanhava.
- Boa pergunta - respondeu Harry.

Depois de subirem as escadas, chegaram em frente à uma porta, que Harry não hesitou em abrir, reconhecendo o quarto onde Tom Riddle e seus "colegas" de quarto dormiam.

- Não tem nada aqui - disse Rony. - Vamos descer.
- Espere! - Harry segurou o braço do amigo.
- O que foi? - perguntou este curioso.
- Você não está vendo? - perguntou. - Estamos no lugar certo!
- Hãm?
- Vamos procurar.

Rony ficou parado, encarando-o feito besta.
- Procurar o quê?
- Ora, Rony - Harry o encarou, como se não acreditasse no que ouvia. - Procurar a Horcruxe! Esse é o lugar mais provável! Sei que está aqui! Tome cuidado para não tocar em objetos suspeitos.
- Ob...? - Rony ia argumentar, mas resolveu permanecer calado.

Não havia muita coisa ali dentro. As paredes estavam pretas, como se aquele cômodo um dia tivesse pegado fogo. Não havia móveis; apenas alguns restos de madeira; um cheiro de mofo terrível, e a metade de um guarda-roupa.

- Era esse o guarda-roupa? - Rony perguntou.
Harry parou de mexer no que andara mexendo e olhou para o objeto.
- Sim - disse, se aproximando e o nalizando de perto. - É esse sim. O mesmo que eu vi na penseira.

- Esquisito...

Harry se virou para o amigo.
- O quê é esquisito?

- Estar só essa metade destruída, e essa intacta.

Ele apontou para os lados pelo qual se dirigira, e Harry se apoximou para abrir a porta do lado que estava inteiro.

- Harry, não sei se...
- Psiu! Só quero ver...

Ele abriu a porta, mas não aconteceu nada.

Francamente, Harry se pegou pensando. - No que eu estava pensando? Que Voldemort ia pular daquela porta assim que eu a abrisse? O que poderia conter em um humilde guarda-roupa que valesse a pena pra mim?

Foi como se a casa lesse seus pensamentos e lhe respondesse imediatamente.

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Dois gritos ecoaram daquele lugar, quando o chão ao pés de Harry e Rony se abriu, e os engolliu.

Foi com um baque ensurdecedor que eles aterrisaram, depois de longos segundos caíndo pelo nada.

Harry, sentindo-se completamente dolorido e pensando ter quebrado uma costela, se virou para o lado onde imaginara encontrar Rony.

- Você está aí, Rony? Está bem? - perguntou, sentido a escuridão segar-lhe os olhos.

- Acho que sim - veio a voz do amigo daquela lado.

Um ruído fez com que se paralizassem.

- Ouviu isso? - sibilou Rony.

Sim, Harry havia ouvido. Mas sinceramente, preferia não tê-lo feito.

- Você não acha que são...?

O ruído aumentou, cada vez mais perto.

- Harry, tem alguma coisa subindo em cima de mim...!

- Não se mexa! - Harry sussurrou tentando não se apavorar mais do que já estava apavorado, e já sabendo do que se tratava e tendo uma idéia.

Ele se concentrou no ruído conhecido que se aproximava, apertou os olhos e imaginou qual seria a cena se as luzes tivessem acesas...

- Parem! - sibilou, e concentrado, pôde perceber que ao invés de palavras em inglês o que saiu foram uma porção de sibílos confusos e incompreencíveis.

Percebeu que os ruídos pararam.

- Vão embora!- exclamou, naquele mesmo idioma ofídio.

Os ruídos voltaram, mas agora pareciam se afastar. Escutou Rony gemer dolorosamente do seu lado.

- Você está bem Rony? - perguntou, tentando encontrar a mão do amigo ao seu lado. Encontrou o braço: suando frio.

- Lumus! - exclamou, e uma luminosidade fraca os iluminou.

Pôde ver dezenas de cobras, de vários tamanhos e cores diferente se afastando. Se virou para Rony com um arrepio subindo por sua espinha e chegando até a nuca.

- Rony? Está bem?

Rony o encarou, parecendo um pouco desnorteado.

- Eu acho que sim...

Mas Harry viu que ele apertava a perna um pouco abaixo do joelho com força, e uma onda de pânico se apossou dele.

- Rony, você não foi... não foi picado, foi?

Rony não respondeu.

- Me deixa ver.

- Não, Harry, eu estou bem... É melhor... melhor irmos atrás da horcruxe...

- Rony, tira a mão daí, me deixa...

- Harry, estamos perdendo tempo, é...

- Tira a mão, Ronald!

Harry afastou as mãos do amigo com força. Viu dois furinhos um pouco abaixo do joelho e um pouco de sangue escorrendo por eles. A marca óbvia de uma picada de cobra.

- Rony! Você foi picado e ainda queria esconder isso de mim? Vamos embora agora! Precisamos encontrar um jeito de sair daqui!

- Não, Harry! Já estamos aqui! Você precisa encontrar a horcruxe!

- Isso não é mais importante! Tenho que levá-lo embora!

- É claro que é mais importante, Harry! Se você me levar embora eu posso até não morrer agora, mas morrerei porque Voldemort ganhou o poder total e você não conseguiu destruir suas horcruxes! Vá procurá-la, Harry, eu acho que não vou conseguir andar direito, mas você tem que ir!

Harry ficou uns minutos em silêncio, surpreso pela coragem de Rony dizendo aquelas coisa. É claro que tudo fazia sentido, mas ele não podia simplesmente deixá-lo ali! Tinha que pegar a horcruxe que estaria em algum lugar por ali. Mas também tinha que dar um jeito de ajudar Rony. E se aquela cobra tivesse um veneno letal?

Decidindo-se, Harry apondou a varinha para a perna de Rony, e esta endureceu magicamente.

- O que você fez? - perguntou Rony de olhos arregalados.

- Paralizei sua perna. Vai impedir que o veneno daquela cobra se alastre pelo seu sangue. Não sei se a poção encobre venenos de animais também. Acho melhor irmos depressa. Temos apenas uma hora e meia. Você consegue andar?

- Eu não sei. Me ajude aqui...

Com um pouco de esforço e ajuda, Rony se pôs de pé. Outra luz se fez na cabeça de Harry e ele conjurou duas muletas.
- Acho que assim facilitará - disse, entregando a Rony os objetos conjurados.
- Obrigado - o garoto agradeceu, acendendo a sua varinha também e olhando ao redor. - Que lugar sinistro...

Harry também olhou. Era um corredor estreito, úmido, com ninhos de cobras por cada canto. Harry viu algumas delas paradas e olhando-os, inofensivas.

- Fiquem onde estão- sibilou, por segurança.
Elas se esconderam entre as sombras.

- Bom, vamos virar ali na frente - Harry apontou, vendo que Rony o olhava estranhamente, e se imaginou como seria assitir a uma pessoa falar com animais.

O corredor parecia uma rampa, que os guiava cada vez para mais baixo.

Andaram por longos minutos e nada. O caminho parecia não ter fim.

- Será que isso leva a algum lugar? - Rony perguntou ofegante, enquanto tentava andar depressa com a perna paralizada.

- Tem que levar - repondeu Harry. Sentia-se culpado pelo estado de Rony, e não parava de lembrar de que tinham muito pouco tempo para o efeito da poção terminar.

- Harry! Está vendo aquilo?

- Aquilo onde?

- Lá!

Harry olhou, ancioso. Lá no fundo do túnel parecia haver uma luz azulada.
- Consegue ir mais depressa? - perguntou Harry, enquanto consultava o relógio. Faltavam 45 minutos.

- Tentar eu tento...

15 minutos depois a luz estava próxima o suficiente para verem que vinha do reflexo de uma linda jóia, com safiras e diamantes. Estava dentro da mesma caixa de veludo que Harry viu na lembrança de Elizabeth. Aberta, como se estivesse numa exposição pronta para ser admirada, e sua luz era magicamente ampliada pelo teto de cristais a cima dela.

- UAU! - Rony exclamou. - Vamos pegá-la.

Harry segurou Rony pelas vestes quando ele fez mensão de se aproximar da jóia. Apenas cinco metros e um degrau os separava da jóia.

- O que foi? - Rony perguntou.


Está muito fácil - foi o que ele respondeu.

Rony compreendeu. Até agora só haviam tido dois obstáculos: como chegar até o túneo e se livrar das cobras, impossível ser apenas isso o que Voldemort escolhera para ser a proteção de uma parte de sua alma.

- Como vamos pegá-la então?

Harry pegou uma pedra no chão e a jogou perto da horcruxe. No mesmo momento o chão se dissolveu, deixando a horcruxe flutuando no ar, e a pedra acabou sendo disputada pelas centenas de criaturas que haviam há metros de profundidade daquele buraco.

Reconheceram no mesmo instante como sendo Kappas. Criaturas que rastejavam e viviam na água. (N/a: Já deu pra entender que havia vários metros de água suja também, não deu?)

- Merlim... - ofegou Rony. - Se a gente cair aí...
- Não cairemos - respondeu Harry, desejando profusamente que não. - Não quero nem pensar do que seria de nós...

Os Kappas começaram a pular, tentando inultimente alcançar a superfície e chegar até os garotos.

- E agora? - perguntou Rony. - Não é possível chegarmos até a horcruxe sem caímos antes!

- Não vamos cair - afirmou Harry, olhando por toda direção do poço onde estavam os Kappas. - Voldemort iria querer deixar uma forma viável para que pegasse sua horcruxe quando sentisse falta dela.

- Harry! O que está fazendo?

A voz de Rony soara chocada, mas Harry não ligou. Continuou fazendo o que estava fazendo, o que o havia feito exclamar exasperado daquele jeito:

Ele estava andando bem rente as alterais do poço onde estava os Kappas com um dos pés, e o outro tirava frequentemente para colocar além do chão firme, e deixá-lo mais a vista das criaturas no fundo.

- Harry, você vai cair, pára de ser louco!

- Não vou cair - respondeu Harry, sem ter esta certeza.

Ele continou circulando as laterais, na intenção de dar uma volta completa. Cada vez que seu pé ficava vísivel para os Kappas, um deles pulava e tentava pegá-lo, mas Harry era mais rápido, e tirava logo em seguida, até que uma hora seu pé pareceu bater em algo firme, mesmo sendo invisível.

- Eu sabia! - exclamou ele, satisfeito. - Veja! Tenho certeza agora de que aqui há uma passarela para chegarmos até a horcruxe!

Harry tirou o pé do solo confiável, enquanto colocava seu peso naquele que parecia flutuar.

- Há algum firmamento aí?

- Sim. Invisível.

- Qual grossura?

Apoiando novamente o outro pé na margem visível, Harry arrastou o pé até ele ameaçar escorregar.

- Uns 13 centímetros.

Rony engoliu em seco. O mesmo fez Harry.

- E como você pretende passar aí, Harry? A menos que você seja um bom equilibrista não vai conseguir chegar até lá!

Harry apoiou novamente o pé, se preparando.

- Não tem outro jeito. Eu vou.

Prendendo a respiração, ele ergueu o pé que ainda permanecia no chão firme, e o colocou na passarela, a frente do outro. Era mais difícil sem poder enxergar onde pisava.

Rony já não tinha mais voz. Olhava Harry com a boca aberta, os dedos cruzados.

Harry foi caminhando, sentindo cada vez mais seu coração acelerado e o suor escorrer de sua testa.

- Mais um pouquinho, só mais um pouquinho...

Tentou não olhar para baixo. Não queria ver... Esticou o braço na direção da tiara, as mãos já revestidas com luvas de couro de dragão. Concentrou-se apenas no objeto há mílimetros de distância...

Seus dedos se fecharam ao redor do objeto ao mesmo tempo em que o relógio apitava anunciando que faltava 5 minutos para o fim do efeito da poção.


Harry nunca soube como conseguiu voltar correndo por aquela passarela tão estreita em questão de segundos, mas foi o que ele fez. Guardou depressa o objeto dentro do bolso e empurrou Rony para que andassem depressa.

- Harry, não vou conseguir! - exclamou Rony. Faltavam quatro minutos agora.

- É claro que consegue! Vamos!

- Não dá!

Harry conferiu o relógio. Era impossível que conseguissem sair daquele lugar há tempo!

- Desculpa, Harry - pediu Rony, parando. Não dá mais...

Harry também parou, o encarando, tentando fazer sua mente trabalhar, mas não achava nenhuma solução e aquilo o estava deseperando!

E então, ele ouviu algo... Não! Não seria possível... seria? Mas...! Ele não estava sonhando, muito menos delirando!

Era um canto... Um canto conhecido... O canto de uma fenix.

Da fênix.

Fawkes.

- Como...?

A voz de Rony se perdeu quando o pássaro se aproximou. Era mesmo Fawkes, e ela vinha tão bela quando da última vez que Harry a viu.

Parou no ombro do garoto. Faltavam dois minutos.

- Como ela cehgou até aqui? - A voz de Rony finalmente saiu.

- Boa pergunta - respondeu Harry. A um aceno da varinha as perna de Rony voltaram a ficar iguais.

- O que você está fazendo?

Fawkes se aproximou do ferimento do garoto, e depositou ali duas grandes lágrimas. Suas lágrimas curativas.

Harry sorriu, enquanto Rony permanecia sem palavras.

- Fawkes, pode nos levar lá pra cima?

O pássaro piou suavemente, como se concordasse.

- Vem, Rony. Acorda!

Rony parou de olhar abobado para a perna curada, e viu Harry segurando na longa cauda da ave. Se aproximou e também se posicionou, enquanto esta levantava vôo.

Sairam do lugar bem a tempo. Trancaram novamente a porta e aparataram para casa.

"Menos uma..."

Ae, espero que tenham gostado, próxima atualização... Sei lá, quando tiver comentários novos?? Vocês viram que eu não faço questão de um número de comentários, eu só quero saber se tem agluém acompanhando... Ah, um trechinho do que vocês teram no próximo capítulo:

- "O Barman do cabeça de Javali? - perguntou Rony, perplexo. - O que ele pode ter de importante nessa lembrança?

- Teremos que ver - falou Harry. - Vamos até Hogsmeade hoje mesmo. Já tenho um plano, cheguem mais."

"Ela não aguentava mais, e sabia que ele também não.

Abriu a bolsa que levava sempre consigo e contou as poucas moedas que ali haviam. Daria pra quebrar um galho pelo menos."

"Harry se perguntou onde imaginava tê-lo visto, porque lhe parecia estranhamente familiar. Enquanto se perguntava isso, o rapaz, notando ser observado ergueu os olhos e o encarou. Tinha olhos escuros e cabelos tão negros quanto o seu. "


É isso... valeu aí!!

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