Chega a hora da despedida.



Capítulo cindo:
Chega hora da despedida...


Nos dias que se seguiram o caso da morte em peso da família dos malfoy ainda causava um certo mal estar em Harry, mesmo sem saber explicar porquê, isso o incomodava. Seria possível que estivesse sentindo pena de Draco? Mas os outros já pareciam ter esquecido, ou pelo menos pareciam evitar pronunciar algo referente a esse assunto. Tudo parecia estranhamente normal; nada de mortes curiosas, nada de acidentes catastróficos, nada de enigmas... A propósito, com a morte dos Malfoy e os encontros às escondidas com Gina (que eram muito poucos), Harry havia se esquecido completamente do bilhete enigmático que recebera, cujo paradeiro se encontrava atualmente dobrado dentro sua jeans mais velha, que ele nunca usava se podia evitar. No jantar da véspera do casamento porém...

A sra. Weasley não estava na cozinha naquela hora. Jurava estar sem fome, mas Harry sabia que ela ainda não se curara do choque dos terríveis acontecimentos. Subira as escadas com o pretexto de apanhar algumas roupas para lavar, apesar de todos os outros filhos terem gritado: “lavar roupa agora de noite?”.

Ficaram apenas Harry, Rony, Mione, Gina, e Fred e Jorge que estavam ocupados demais criando novas invenções para sua loja de logros, na cozinha, quando a sra. Weasley soltou um berro e todos deixaram seus pratos caírem no chão, se acotovelando para subirem juntos a escada estreita que levava ao quarto de Rony.

- Mamãe? – chamou Rony que foi o primeiro a entrar no quarto.

- Tudo bem querido, não se preocupe – respondeu a sra. Weasley aparentemente aborrecida e se virando com um envelope pardo na mão. – Eu estava aqui, procurando roupas para lavar quando alguma coisa pula na minha cabeça. Qualquer pessoa se assustaria se uma coisa pulasse na sua cabeça... Mas era apenas uma coruja maluca. Aqui está querido – acrescentou ela para Harry lhe estendendo o envelope – Está endereçado para você.

Harry apanhou a carta.

Se estômago deu uma cambalhota de 360° quando ele reconheu aquela caligrafia garranchada em letras de forma.


- Merlim! - exclamou Harry baixinho.

- O que foi Harry? - perguntou hermione, vendo o olhar de Rony em seguida: - O que foi Rony?

Harry levantou os olhos, a sra. Weasley já tinha saído do quarto, mas fred jorge e Gina continuavam lá.

- Desculpe, hermione, mas esquecemos completamente de te contar...

- O quê? -perguntou Gina, entrando na conversa.

- Com toda a aquela história dos Malfoy, eu me esqueci...

- O quê? - perguntou Hermione, repetindo as mesmas palavras, a mesma expressão e o mesmo tom intimidador de Gina.

Harry olhou nervoso para Fred e Jorge, não gostava da idéia de muitas pessoas saberem da carta, apesar de apenas achar que era uma brincadeira sem perigo algum, alguma coisa lhe dizia que era melhor manter segredo.

- Acho que ele está nos expulsando caro irmão - Fred falou para Jorge.

- Eu também acho isso, admirável companheiro - respondeu Jorge.

- Vamos embora antes que nos expulsem e sejamos obrigados a enfeitiçá-los?

- Claro, digníssimo irmão, ainda temos aquele anel da invisibilidade para terminar de criar.

Os dois se retiraram.

- E então? - perguntou Gina. - De quem é a carta?

- É mesmo, Gina - disse Hermione. - De quem é a carta, Harry?

Harry olhou para Rony que parecia assustado com as expressões nos rostos das garotas.

- Éh... - ele gaguejou. - Eu vou explicar - respondeu por fim.


Depois de ter explicado toda a história e mostrado a carta para Gina e Mione, Harry assistia aos palpites das duas, o envelope ainda fechado seguro em sua mão.

- É claro que isso é uma brincadeira - disse gina. - Acho que vc não deve ligar para isso, Harry.

- Eu acho que não - respondeu Mione que segurava a testa e continuava a encarar o pergaminho. - Acho que a pessoa que te mandou isso quer de alguma forma testar vc... Tem algo importante escrito aqui, e com certeza uma dica de como decifrar este enigma... mas a questão é onde ?

- Que tal o Harry abrir a nova carta? - sugeriu Rony.
- Pra mim é uma perda de tempo - disse Gina.

Não, abra, Harry. - disse Mione. - Abra sim

Harry obedeceu, e abriu. Lá, errado novamente, estava o seu nome e uma nova mensagem incompreensível:


Harry Potte

cAnsYguiu A mYu YnigmO dYcifTOT?
HAis VAu, Aurto dico lhy dOT
SAu Olguým quY vAc^Y nuncO cAnPYcYu
mOs quY HYTguntO cAnsROntYmYntY quYm sAu Yu.

- Só isso? - perguntou Hermione desapontada. - Não tem nenhuma dica, nenhum rascunho, nada em nossa língua?

- Bom - disse Harry passando o pedaço de pergaminho para Rony. - Na nossa língua mesmo só tem o meu nome.

- E errado como sempre - riu-se Rony. - Harry Potte... hauahauhau... ele só deve ser analfabeto... fala sério!

- Harry Potte? - perguntou Hermione arrancando o pedaço de pergaminho das mãos de Rony. - Na outra carta também estava assim?

- Estava - respondeu Harry. - Porquê? Vc acha que consegue desvendar este enigma?

Hermione não respondeu, apenas continuou desapontada olhando para o pergaminho.

- Alguma dica esta pessoa deve estar nos dando - murmurou por fim - Não entregaria isso a toa para você, Harry.

- E se for estrangeiro? - arriscou Rony. - Isso explicaria não saber escrever o nome do Harry direito.

- Pode ser... - murmurou em resposta. - Mas acho que é uma espécie de código... mas como decifrá-lo?

- Acho melhor irmos dormir - disse Gina. - Amanhã temos que acordar cedo para o casamento. Vamos Hermione? Deixa essa carta pra lá.

Hermione permaneceu uns minutos calada antes de responder, ainda encarando o pergaminho.

- OK, vamos. Mas Harry, será que eu posso ficar com essas duas cartas?

- Claro - respondeu Harry que no íntimo concordava com Rony de que era apenas uma brincadeira e não via utilidade nenhuma no papel.

As duas se retiraram. Harry e Rony se entreolharam.

- Você acha que Hermione vai conseguir desvendar aquele enigma? - Harry perguntou.

- Sinceramente - respondeu Rony. - Acho que aquilo nem tem uma tradução, acho que só deve ser apelidinhos ou algo parecido, alguém querendo fazer uma brincadeira. Se não for o Fred e o Jorge...

- O que? Você acha que eles...?
- Não sei. É só uma idéia.

Na manhã do dia seguinte uma perfeita desordem e bagunça estava tomando conta dos Weasley.

Pessoas davam encontrões nas escadas com meias de diferentes cores nas mãos, entravam nos quartos errados, escovando os dentes, comendo torradas e tentando falar ao mesmo tempo... A sra Weasley? Coitada... Sobrou tudo para ela:

- Mãe, cadê meu sapato?
- Molly, querida, cadê minha gravata?
- Mamãe, não quero vestir isso! Não tinha um azul?
- Cadê meu traje a rigor, mamãe?
- E se a Fleur me deixar plantado no altar?

Até que ela perdeu a paciência...

- O seu sapato deve estar embaixo da cama, Fred, como sempre. Arthur, você já está com ela no seu pescoço. Gina, não reclame, essa cor combina muito bem com seus olhos. Rony, seu traje está na lavanderia, e é claro que a Fleur não vai te deixar plantado no altar, Gui, agora por favor ME DEIXEM ME ARRUMAR EM PAZ!
- Mamãe, onde está minha meia?

As dez horas da manhã, começou o casamento. Gina estava linda em seu vestidinho marrom claro, e Harry suspeitava que ela havia feito alguma coisa para que ficasse diferente do de Gabrielle, que sem dúvida alguma, era beeem mais infantil.

Gui parecia desesperado e prestes a ter um ataque dos nervos lá em cima. Estava muito charmoso com suas vestes azuis, apesar das cicatrizes daquele incidente do ano passado.

A sra weasley pareceu finalmente ter conseguido se arrumar, pois também estava muito bonita em seu vestido roxo escuro, que a emagreceu bastante. Hermione havia novamente alisado o cabelo e estava dentro de um lindo vestido vermelho e discreto, que parecia atrair completamente a atenção de Rony.

Mas ninguém, como já era de se esperar, ficara tão lindo quanto Fleur.

Ela estava encantadora.

Sempre foi normal nas histórias de todas as noivas que elas eram as responsáveis por chamar a atenção dos convidados, mas Harry tinha certeza de que nunca nenhuma noiva havia tido uma entrada tão radiante como a dela. Realmente, ele tinha que reconhecer, ela estava completamente deslumbrante.

Demorou um pouco para que o padre conseguisse elevar a voz o suficiente para despertar todos os convidados (todos, no sentido de todos dos sexo masculino . Mas quando finalmente as atenções se viraram para o ofendido vigário, o casamento se seguiu.

Harry nunca havia assistido a um casamento de bruxos antes. Na verdade ele mal assistira a um casamento de verdade, pelo menos, não se lembrava de nenhum. Os Dursley nunca o levavam à festas, insistiam em deixá-lo conhecendo as histórias do tio Alfredo, o Ermelindo, o Vanzorico, o zezé e o rabanete de-rabo-fofo (N/A: Bah, sem criatividade eu sei). Mas ele nunca se queixou, a família Dursley era realmente insuportável.

A festa durou até altas horas da madrugada, na casa da Sra. Weasley. Não era muito diferente das festas dos trouxas: os homens ficavam sentados bebendo e conversando sabe-se-lá-o-que, enquanto as mulheres fofocavam alegremente na cozinha e os jovens se acabavam de dançar nas pistas.
Havia apenas três adolescentes sentados em uma mesa afastada, as cabeças coladas, compartilhando e revendo seus planos de viagem.

- Amanhã, assim que todos acordarem, poderemos nos despedir e partir direto para Godric's Hollow - Dizia Harry. - Já disse a vocês que sinto que tenho de ir para lá antes de qualquer outra coisa?
- Sim, Harry - disse Hermione - e nós ja dissemos que vamos a onde vc for. Mas e depois? Vamos para onde?
Harry ficou em silêncio. Para onde iriam?
- De acordo com as memórias de Dumbledore, precisamos agora ir atrás da taça de Helga Lufa-Lufa. É praticamente a única que temos a certeza de que é uma Horcruxe.
- Mas Harry - começou Rony. - Como vamos saber onde ela está? Há tantos lugares...

- Isso não é tão difícil - disse Hermione, ao que todos lançaram olhares espantados. - Verdade! - ela continuou. - Não é tão difícil. É só seguirmos os passos de Voldemort. Se o medalhão estava na caverna onde ele visitou quando era pequeno, a Nagini anda sempre com ele, e o diário estava com um servo, podemos adivinhar que encontraremos uma Horcruxe em um lugar por onde ele passou e deixou alguma história.

- Mas... - interrompeu Rony - Onde seria este lugar?
Hermione mordeu os lábios e demorou para responder.

- Acho que... que é melhor não dizer ainda. Eu tenho um palpite, mas não sei se é certo, e se não for...

Ela foi interrompida pela chegada de Gina, que parecia completamente irritada por alguma coisa.

- Eu não agüento, não agüento, não agüento mais!!
- O que foi? - perguntaram todos.
- Estão me fazendo tirar mil e uma fotos! E ela me faz sempre fazer pose de criancinha. A Gabrielle é um amor, é sério, mas eu não agüento mais fingir que sou sua bonequinha de pano para ela ficar brincando comigo!
- Relaxa, Gina - disse Rony. - Já são onze da noite! As pessoas estão indo embora já, agora ninguém vai ficar te amolando.
- É, Gina - concordou Hermione. - O Rony tem razão porque vc não vai dançar um pouco com o Harry pra relaxar um pouquinho?
- Dançar? - Harry se engasgou.
- É, Harry - concordou Rony pisando em seu pé. - Você não estava dizendo agora pouco que queria dançar com a Gina, mas que não a achava? Então, aí está ela.

Harry olhou para GIna que parecia bem mais feliz.

- Você estava mesmo querendo me chamar para dançar Harry? - ela perguntou.
- É.. ai... claro. - ele respondeu ao sentir mais um pisão particularmente fino no seu pé. Suspeitava que agora o pisão fora de Hermione. - Vamos? - Acrescentou.
- Claro!

A música os embalava num ritmo lento e aconchegante. Harry passou os braços na cintura de Gina e a enlaçou, um pouco hesitante, preocupado com o que os outros que não conheciam nada de seu romance com a caçula dos Weasley pensaria, mas ele não conseguia desviar os olhos daquela ruivinha, e sentiu um arrepio engraçado na nuca quando a garota passou os braços em volta do seu pescoço.

Olhou ao redor, Havia muitas pessoas nas pistas, alguns franceses completamente desconhecidos. Ninguém parecia prestar atenção neles. Olhou mais calmo para Gina, e notou que algo estava errado...

- O que foi, Gina? - Ele perguntou.
- Hãm... nada - ela mentiu.
Harry sorriu.
- Já lhe disse que vc nunca consegue mentir para mim?

Ela também sorriu, um sorrisinho forçado que logo foi umidecido por uma única lágrima que escorreu dos seus olhos, e que ela tentou rapidamente esconder, desviando o olhar.

- Ei! - Harry chamou se surpreendendo com a lágrima e segurando em seu queixo para que ela o olhasse. - O que está havendo? Porque está chorando?
- Não estou chorando... foi só...
- O quê? Não é a velha história do cisco, é?

Gina sorriu novamente e encarou Harry tão profundamente que o intimidou.

- Estou cansada de ser tratada como uma criancinha - ela sussurrou baixinho. - Não tenho mais dez anos de idade, já tenho quase 16 anos. Porque as pessoas me tratam assim? Eu por acaso ajo como uma criancinha mimada?
- Claro que não! -respondeu Harry, surpreso com a pergunta.

Ela o continuou encarando.

- Você não me considera uma criancinha, considera?
- Claro que não! - repetiu Harry, sem saber o que dizer.

Ela desviou o olhar, ele provavelmente não a convenceu.


- Gina - Harry chamou, percebendo sua falha. - As pessoas só te tratam como criancinha, porque vc é a mais nova da família, a caçula, a preferida, entende? Ninguém realmente acredita que você é uma criança. Você não se parece nada com uma. - ele brincou.

Mas outra lágrima escorria dos olhos de Gina...

- Tudo bem - ela respondeu. - Mas você já vai embora amanhã, não vai?
- Vou - respondeu ele, sem hesitar. Não adiantaria mentir, tinha que ser sincero com Gina. - Temos que ir o mais depressa possível, depois do que aconteceu com Malfoy...

Ele se calou, não conseguia tocar nesse assunto.

Gina passou os dedos pela face do garoto... ainda embalados no ritmo daquela dança, lenta, romântica, envolvente...
- Eu confio em você - ela sussurrou. - Tudo dará certo. Vai dar certo.

E antes que ele pudesse dizer alguma coisa, percebeu os lábios de Gina se aproximarem dele, e sem raciocinar, apressou aquela aproximação.

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[N/a: Bem, como vocês já sabem, narração em negrito pertence ao Harry, e em itálico pertence a Gina, ok?]

Nunca achei que Gina se importava de ser chamada de criança... quer dizer, absolutamente ninguém gosta de ser chamado de criança, mas é que eu sempre considerei essa forma de tratamento das pessoas uma forma carinhosa de se referirem a Gina... Essa idéia de ser a caçula, de ser a menor, a "baixinha" e tal... Acho que é porque eu nunca tive uma família como essa para me dar apelidos carinhosos desses... Mas então, pensando... Deveria ser por isso que ela ficara tão chateada, não exatamente por ter falado o que falei, mas por ter tocado em seu ponto fraco, que era o fato das pessoas não acreditarem muito em sua capacidade apenas por seu tamanho e idade, ou apenas por ser a mais nova de uma família imensa. Mas notei também que esse não era o principal problema. Era minha partida...

- Eu confio em você - Ela havia me dito. - Tudo dará certo. Vai dar certo.

E então, notei me oferecia os lábios e os aproximava de mim. Não resiste, como nunca resistia à Gina, e sem pensar duas vezes, adiantei a aproximação.
A música parecia nos embalar a tal ponto que até o nosso delicado beijo parecia seguir o seu ritmo. Até que me toquei...


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- Gina! - Harry murmurou ao se afastar da garota e olhar para para os lados.
- O que foi?
- Poderiam nos ver...
- E o que tem isso?
- O que tem isso? - Harry repetiu perplexo. - Gina, é melhor que ninguém saiba de nós, é melhor para...
- Ah! Harry! - Reclamou Gina enfurecida. - Não é aquela velha história de segurança de novo, é?
Harry pensou por um instante.
- Não - respondeu. - Embora...
- Então o que é? Está preocupado que minha família te acuse de acédio a menor ou por aproveitar de crianças inocentes?

Harry não pôde deixar de rir com o argumento de Gina, o que pareceu diminuir a tensão entre os dois e os nervos de Gina.

- Será que é tão difícil pra você entender - começou Harry, voltando a ficar sério. - que se alguma coisa acontecer com você, eu não me perdoaria nunca?

Gina parou de dançar, e encarou Harry, com uma expressão intensa.

Ele se preparou. Alguma coisa aquela bela ruiva estava para dizer, e pela sua expressão, não seria algo realmente bom.

Mas então, surpreendentemente, milagrosamente, Gina sorriu.

Sem dizer absolutamente nada, ela se afastou, segurou em sua mão e o comandou para fora da pista.

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Devo confessar que odeio quando as pessoas se referem a mim como se eu fosse uma criancinha. Esta é a pior parte de ser a mais nova de uma imensa família onde a grande maioria são homens.
E o Harry... sei que ele me ama, que ele me quer, que não me vê como uma criança quando está comigo, mas sei que muitas vezes o seu tratamento exagerado de auto-proteção é porque uma parte dele ainda me vê como a "irmã caçula do seu melhor amigo", e eu estava disposta a mudar isso.
Tentei encará-lo por um momento, afim de ver uma fraqueza em seus olhos, um deslize no seu amor, ou em suas palavras... Mas eu sabia que ele estava sendo sincero, e confesso, estar bastante preocupada com a possibilidade de não voltar a vê-lo depois daquela noite; em silêncio, arrastei-o para fora da pista...


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Saímos sem nada dizer; confesso que estava curioso com esse ato de Gina, tão de repente. Para onde será que ela estava me levando? E... estávamos andando de mãos dadas, mas nem me importei. As pessoa mal nos olharam.
- Gina, para onde...?
- Psiu!
Foi só o que obtive de resposta, então me calei. Estava até achando engraçado tudo aquilo, até que notei que estávamos nos afastando demais da pista iluminada, e continuávamos a nos afastar das pessoas e da festa. Ainda sim, permaneci calado. Foi quando olhei para trás para ver o quão longe estávamos que me topei com Gina, que havia parado.

- Harry - disse ela de repente, a voz tensa. - Você vai que horas, amanhã?

Tentei encarar os olhos de Gina naquela escuridão, e senti algo apertar cruelmente o meu coração quando os encontrei e pensei no que seria depois que essa noite acabasse e o dia viesse.
- De manhã - respondi. - Logo de manhã, bem cedinho.

Gina abaixou a cabeça, e pensei que estivesse chorando, mas quando ela a ergueu novamente não havia lágrimas, apenas um rosto bonito e uma expressão decidida.

- Eu prefiro não estar presente - ela falou.
Já sabia disso. Era melhor, não ia aguentar vê-la pouco antes de sair. Concordava inteiramente com essa sugestão.
- Tudo bem - exclamei bem baixinho e com a voz rouca.

Ela virou as costas novamente e continuou a me puxar.
- Gina, agora é sério... para onde você está me levando?
- Já estamos chegando - ela me respondeu.
- Mas nos afastamos muito, nem dá mais para ver o pessoal daq...
Me calei. O que vi me fez calar. Entendi exatamente a onde Gina estava me levando e adorei a idéia.

Parecia um jardim. Incrível! Era um jardim, mas era um jardim mágico e ... tão diferente! Tão belo! Havia uma pequena cachoeira que caía magicamente de algum ponto igualmete mágico em um pequeno lago de água cristalinas... Era circular e completamente fechado por árvores e flores lindas, vermelhas, rosas, azuis, amarelas e brancas. Era fracamente iluminado pelo reflexo da lua na água.

Olhei para Gina que fechou algo atrás de nós assim que passamos. Parecia uma porta, feita de folhas e flores.
- Gostou? - ela me perguntou.
- É... incrível! - exclamei.
- A Tonks que fez para mim. É segredo nosso. Só eu e ela sabemos, agora você também.
Ela sorriu, e então, após nos olharmos por alguns instantes, segurou em minha mão e me conduziu, não sabia para onde... Estava ocupado demais admirando a ruivinha encantadora que me fascinava e surpreendia.

Ela se encostou em uma árvore próxima e me puxou para perto dela. Apoiei os braços na árvore tentando não pressioná-la e a encarei. Tinha a expressão mais marota do mundo quando sorriu, segurou em minhas vestes e me puxou, encostando nossos corpos, e me beijou, antes que pudesse dizer alguma coisa sobre aquele gesto.


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Harry estava se surpreendendo com Gina, não era legal ficarem ali, sozinhos, na casa de Gina. Tudo bem, ela dizia que ninguém sabia da existência daquele lugar, talvez apenas ela, Tonks, e agora ele. Mas... alguém poderia tê-los seguidos, ou... sei lá, será que era mesmo seguro? Mas Afastar-se de Gina tempo suficiente para lhe falar alguma coisa parecia impossível naquele momento, pois ela não parecia querer soltá-lo, e no íntimo, nem ele queria se afastar.

Correspondeu ao beijo de Gina ainda com as mãos apoiadas na árvore atrás dela, e sentiu as mãos da garota pressionadas levemente em suas costas, como se temessem que ele fosse fugir de repente, mas a força que ela fazia não era suficiente para prendê-lo, ele sabia que não conseguia se afastar porque não queria, era bem mais forte do que ela e se afastaria sem problema. A força que o prendia era outra: vinda do seu amor, da saudade que sabia que sentiria, do medo de perdê-la, e do seu desejo...

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Como eu o amava... Era um sentimento tão belo, tão forte, a ponto de fazer o que estava fazendo naquele momento... Até então ele estava me correspondendo, apesar de eu ter percebido que hesitara no começo. Mas ele logo cedeu... Só não entendi o que aconteceu logo em seguida, quando ele se afastou tão abruptadamente de mim que me assustei. Parecia um daqueles meus pesadelos em que estava com ele, e de repente Voldemort aparecia e o tirava de mim.
O susto foi tão grande que abri os olhos e olharia em volta para saber se ele estava lá, se não o tivesse visto há poucos metros de mim, me olhando com um olhar incompreencível.
- O que foi? - perguntei ainda sem entender o motivo pelo qual ele havia se afastado.


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- Gina - Harry disse - Acho que é melhor voltarmos para a festa...
- Por que?
- Porque não é legal... ficarmos aqui...sozinhos.
Gina sorriu, entendendo exatamente a onde ele queria chegar.
- Você vai embora amanhã, Harry - ela disse, a voz um pouco fraca demais - Estamos apenas... tendo uma despedida decente. Fica um pouco comigo aqui... Por favor?

Harry a encarou. A cada instante seu medo de nunca mais a ver aumentava, assim como o seu amor por aquela ruivinha que um dia ele salvara a vida.

- Pedindo desse jeito, como eu poderia recusar?

Gina sorriu e se aproximou novamente dele. Ao invés de puxá-lo, como fez da outra vez, o empurrou e ele deixou-se levar, até sentir suas costas baterem suavemente em uma das árvores. A situação se invertera, e Gina não teve a mesma hesitação ao aproximar os seus corpos.

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Rony e Hermione estavam parados, sentados no chão em um lugar um pouco afastado e mal iluminado, e encostados em uma árvore observando um moreno e uma ruiva saírem rapidamente da pista de dança e sumirem pelos jardins dos Weasleys.

- Onde será que eles vão? - perguntou Rony, seguindo-os com os olhos.
- Provavelmente namorar um pouco - respondeu Hermione com ar de quem não está nem aí, mas logo em seguida olhando de relance para ver a reação de Rony.
Incrivelmente, um incrivelmente realmente muito incrível, o garoto não parecia querer argumentar, voltou os olhos para frente, encarando seus próprios pensamentos.
- O quê? - perguntou Hermione estranhando a reação do ruivo.
- O quê... o quê? - repetiu Rony, ainda com os olhos em outra direção.
- Você não vai dizer nada? Não vai achar ruim, não vai reclamar, não vai querer ir atrás da sua irmã?
Rony se virou, franzindo as sobrancelhas.
- Você acha que vou ser assim tão ruim e incompreensível??
- Claro que não, Rony, eu só...
Mas Rony virou o rosto novamente, com uma expressão nada agradável.
- Rony - Hermione chamou resolvendo mudar de tática. - Por favor... não vamos brigar agora... Foi um erro meu ter dito isso, desculpe...
- Tudo bem - ele respondeu se virando para ela. - Esquece, sei que você tem razão em estranhar, eu sempre tive muito ciúmes da minha irmã. Mas é que... Eu acho que os dois merecem ficar juntos e sozinhos por algum tempo, já que amanhã... - Ele hesitou. - Mas, também tenho coisas mais interessantes para fazer do que ficar correndo atrás da minha irmã...
- Que tipo de coisa? - perguntou Hermione com um sorrisinho.
- Ficar aqui com você, por exemplo.

E ele pegou em sua mão. Os olhos se encaravam por longos instantes, apenas com a luz da luz e o reflexo da festa para iluminá-los.

- Acho melhor nos tratarmos apenas como amigos nessa viagem, sabe, para não constranger o Harry. Como vc mesma havia dito.
- É eu concordo - disse Hermione, com uma voz tão estranha que fez Rony lhe perguntar:

- Por que está assim, Mione?

Hermione ficou em silêncio por alguns segundos, depois, meio que sem aviso, se aninhou nos braços do garoto, como quem pede consolo.

Ele, desajeitado e estranhando a cena, afagou os cabelos dela.
- O que foi? - repetiu, sussurrando.
Ela ergueu um pouco a cabeça para encará-lo.
- Estou com medo - respondeu no mesmo tom. - Você não está?
Rony não respondeu.

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Narrado por Rony

Era verdade. Eu estava com medo. O que ia acontecer nessa busca a Horcruxes? O que iria acontecer em Godric's Hollow? Ninguém sabia, nem mesmo o Harry. Nem mesmo aquele-que-não-deve-ser-nomeado; ninguém.
Mesmo, talvez, sem saber exatamente o que fazia, apertei mais o abraço. E acabei, assim, respondendo a pergunta de Hermione, mesmo sendo involuntariamente.

- Vamos - disse a ela. - Não se preocupe com isso, tudo dará certo.
- Tomara - ela sussurrou. - Mas não sei... isso é tão arriscado. Estamos nos metendo numa coisa em que nossas chances de vidas são realmente poucas.
- Bobagem - eu retruquei. - Não se preocupe, estaremos fazendo uma coisa que poucos fariam. Creio que se existissem mais pessoas dispostas a enfrentarem o perigo como nós, tudo isso não aconteceria hoje. Lembre-se sempre que podemos estar iniciando um processo que garantirá as vidas de muitas pessoas inocentes. O risco vale a pena.

Hermione me encarou:

- Concordo. Você me convenceu - respondeu sorrindo. - Agora... Como essa é a nossa despedida como casal, podemos...
- Aproveitar - completei, procurando seus lábios.

Nos beijamos; um beijo suave e apaixonado. "me convenceu" ela disse. Mas será que eu mesmo estava convencido de tudo aquilo? Acho que antes de ter tentado convencê-la, precisava ter me convencido. Tomara que eu esteja certo...


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Eu tentava, mas não conseguia me controlar. Tinha medo... Muito medo de perdê-lo, o cara que amei toda a minha vida, desde quando o conheci. Acho que isso ajudou para que aquele momento em que estávamos juntos fosse maravilhosamente perfeito. Exceto, talvez, pela hesitação do Harry, que parecia não querer corresponder aos meus calorosos gestos afetivos.

- Harry tem alguma coisa errada com você? - perguntei.
- Não. Porquê?
- Você parece que está... hãm... me rejeitando...
- Eu? - Harry se espantou. - Rejeitando você? Nunca... nem se minha cabeça não estivesse funcionando direito.
- Então está tudo bem? - perguntei. - Mesmo?
- Claro - ele me respondeu. Depois hesitou. - É só que... me preocupo...
- Com o quê?
- É que você está... hãm... fogosa hoje...
Sorri com a cara que ele fez.
- Fora isso?
- Nada. Fora isso está tudo bem.
- Então tá...

E dizendo isso me afastei. Ele, como previa, estranhou.
- O que foi? Eu não disse que estava tudo bem?
- Disse - respondi com uma cara inocente.
- E então?
- E então... o quê? - A cara dele estava realmente hilária.
- Não estou te entendendo, Gina...

Não me segurei, comecei a rir...
- Você não disse que eu estava fogosa demais hoje? -perguntei.
- Sim, mas você disse...
- Vamos apagar um pouco o meu fogo - continuei, cortando-o. - Fecha os olhos.
- Hãm?
- Fecha os olhos - repeti, cada vez achando mais graça. - Por favor.
Ele fechou.
- E não olha!
- Ok!
- Não é pra olhar, heim?!
- Ok, já disse que não vou olhar.

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O que Gina estava aprontando? Essa era a pergunta que não saía de minha cabeça. Primeiro me agarrava como nunca havia feito antes, depois se afastava e dizia que estava tudo bem, depois me mandava fechar os olhos e... O que era aquilo? Parecia água... Não me contive, abri os olhos... Não a vi em lugar algum, olhei ao redor e jogado, lá estava.... o seu vestido?

- Gina, o que...?
Continuei procurando-a em todos os lugares, até que a vi... e vocês sabem onde ela estava? Se lembram daquele som de água? Isso mesmo, exatamente o que você está pensando... Aquela louquinha tirou a roupa e pulou na água!! Maluca...
- Gina! - exclamei envergonhado, imaginando se ela estaria realmente nua embaixo d'água, mas percebi em seus ombros uma fina alcinha preta, provavelmente um sutiã ou algo assim, menos mal...
- Porque você não entra? - Ela perguntou com um sorriso extremamente simpático perto de meu constrangimento.
- O que?
- É, entra aí!
- Você só pode estar maluca... - murmurei, me abaixando e medindo a temperatura da água... nossa! Gina estava certa! A água estava uma delícia mesmo!

E então... Tcharannnn... Sabem o que aquela maluca fez?? Sim senhores, aproveitou este momento de distração e me puxou para a água! Fala sério!!!

- Meu Deus, você só pode estar maluca! O que deu em você, hoje? Está doente?

Gina riu.

- Claro que não! Vamos, tire essa roupa toda, você vai acabar afundando com esse monte de pano embarcado!

Não quis assumir, mas era verdade. Estava muito pesado com toda aquela roupa. Ranquei a capa e a camisa... só.

- Harry - Gina disse entre risos. - Está com vergonha do quê? Pode tirar a calça... Ela é bem mais pesada do que a camisa, e você sabe disso muito bem.

Como Gina conseguia me intimidar tanto, heim? Ainda não achando uma boa idéia, tirei a calça... e para tentar aliviar a situação, fiz uma brincadeira:

- Parece que nem a água apagou seu fogo, Gina.

Ela sorriu.

- Acho que não mesmo. - respondeu.

Fiz um montinho de água (N/A: Ops, montinho de água? Eu só conheço montinho de neve, montinho de areia, de água eu nunca ouvi falar, mas deu pra entender neh?) e taquei nela, delicadamente, como se deve tratar uma dama, é claro. Ela revidou, e foi bem na minha cara!! Merlim, acho que engoli um litro de água agora!

Pronto; tudo foi o suficiente para fazermos uma guerrinha agora. Aff... Parecíamos duas crianças naquelas picininhas de 15 cm, sabe? Mas até que tava divertido... Embora a graça tenha acabado depois de algum tempo, e ficamos nos encarando... incrivelmente, tristes...

Nosso sorriso se desfez... Gina fez uma pergunta que eu não conhecia a respota.

- Você vai voltar, não vai?

Permaneci em silêncio.

- Claro - respondi sem convicção.

- Por favor, Harry - Gina implorou. - Promete que vai voltar... Por mim.

Eu a encarei. Não queria que ficasse triste, estávamos tão bem agora pouco.

- Vamos, Gina - tentei animá-la, indo em sua direção e pegando em seus braços. - O que houve com a Gina fogosa que rancou a roupa e mergulhou no lago numa noite não muito quente na frente do namorado?

Ela sorriu. Pelo menos a fiz sorrir..

- Eu pedi pra você fechar os olhos - ela respondeu.
- É.. pediu - respondi me fazendo de pensativo. - Mas vai negar que estava fogosa, hoje?
Ela me olhou, uma expressão estranhamente mau intencionada.
- Não nego - respondeu com um sorriso maroto. - Mas você não estava gostando...
- Quem disse??? Eu apenas estranhei... Mas prefiro muito mais aquela Gina fogosa do que uma Gina triste.
- Prefere, é?

Percebi que falara demais. O que ela pensaria agora? Será que chegaria a pensar que eu não me importava com seus problemas, tristezas ou dificuldades? Ou será que entenderia que eu apenas não queria vê-lo sofrendo? Droga, preciso tomar mais cuidado com as minhas palavras!

Mas aquele sorriso continuava a enfeitar os lábios de Gina, ainda mais amplo do que anteriormente.
- Que bom - ela disse, me surpreendendo. - Achei que você não estava gostando.

Ela jogou os braços no meu pescoço e ficou massageando minha nuca e acariciando meus cabelos.

- As vezes você me faz agir estranhamente.
- Eu? - retruquei indignado. - O que eu fiz pra isso?

Ela ficou um minuto em silêncio.

- Tem razão, a culpa não é sua - respondeu colando seu corpo ao meu.

Uma longa pausa... e então:

- Acho que eu te amo demais. - disse.

Suas palavras foram tão profundas que me senti sem reação. Seus olhos... Tinham um brilho intenso e um sentimento complexo e visível. Me emocionaram.
Sem saber o que fazer e ainda levado pela emoção a abracei, bem forte, aspirando o perfume que vinha de sua pele molhada, afim de levá-lo comigo, a onde quer que eu estivesse.


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O tempo parou para nós dois naquele momento. Perdi a conta de quantos minutos teríamos ficado ali, abraçados, e deixando que a saudade antecipada nos tomasse conta. Aquilo sim poderia ser chamado de magia.
Havia amor, havia desejo, havia tristeza... Mas o que rolava ali era um sentimento mais forte, inexplicável...


<><><><><><><><><><><><><><><><>

Harry afastou o seu rosto alguns centímetros, olhou profundamente nos olhos de Gina, e sem dizer palavra alguma, se aproximou...

Os lábios de Gina estavam entreabertos, receptivos, provavelmente anciosos para mais um passeio pela boca de Harry. E o beijo aconteceu... A princípio, suavemente, como se aqueles corações nunca tivessem se aproximado... Como se aqueles lábios ávidos e apaixonados nunca tivessem se unido. Depois, calorosamente; envolvente; como se nunca mais pudessem voltar a estabelecer este contato...




N/a:Hoje, dia 05/08/07, temos mais um capítulo alterado e muito bem formatado! Espero que tenha ajudado...

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