Destruindo os obstáculos



Capítulo 26:
Destruindo os obstáculos.


A viagem de volta a casa pareceu ter durado muito mais do que a ida. Afinal, como eles estavam casados, fracos, e satisfeitos. Nada melhor do que o aconchego de "sua casa".

Mas finalmente, a porta principal do Largo Grimauld, nº 12, estava a sua frente, aberta. Dylan teve que esperar do lado de fora, até Hermione ter entrado e pedido a Lupim uma utorização. Sorte que ele estava em casa.

- Veja, um novo morador! - disse ele sorrindo

- Obrigado, senhor - respondeu Dylan também sorrindo e correspondendo ao cumprimento com fervor. - Eu agradeço por ter me deixado ficar, é bom ter companhias.

Lupim se endireitou e seu sorriso afroxou um pouco.

- Nossa, como você é parecido...!

- Um tal de Sírius Black, né? Já me falaram isso...

Ele olhou para Harry que assim como os outros "turistas" estavam jogados no sofá.

Remo Lupim pareceu ficar curioso, mas ao olhar também para os garotos esqueceu de Dylan e concentrou-se em outros problemas.

- Vocês estão bem? - pergutnou se aproximando.

- Sim - respondeu Harry. - Foram só... Dementadores...

- Huuuuuuum. Desconfiei. Tomem...

No mesmo instante Lupim tirou uma imensa barra de chocolate do bolso e saiu distribuindo para todos.

- Chocolate? - intrigou-se Dylan ao receber o seu pedaço. - Mas que bela recepção!

Lupim sorriu estendendo um pedaço para Snape, que recusou.

- Vamos, Severo! Não se faça de valentão. Todos nós ficamos fracos com Dementadores...

- Eu não - Snape se levantou, olhando-os com ódio. - Já estou há muito tempo ouvindo coisas inúteis. Vou descansar.

Ignorando completamente o chocolate, Snape se retirou.

Lupim olhou interrogativo para Dylan.

- Liga não, ele deve estar na TPM.

Lupim riu.

- Bom, então sobrou chocolate... Quem vai querer?

- Olha, estão comendo chocolate e ninguém me ofereceu?

Era Ammy, que vinha descendo as escadas. Levava um sorriso no rosto, apesar de seus olhos parecerem bastante vermelhos. Harry teve uma leve impressão de que Malfoy continuava trancado no quarto e ainda não permitira a entrada de ammy lá.

Todos se viraram para a garota.

- Oh, Ammy! - disse Lupim. - Chegou na hora certa. Chocolate?

- Eu quero, obrigada...

Ammy mordeu o chocolate, e nesse momento seus olhos encontraram o de Dylan, que a encarava sem desfarçar, o chocolate a meio caiminho da boca.

- Oh, você é novo aqui? - perguntou ela, corada.

Lupim riu.

- Ammy, esse é Dylan. Dylan, essa é Ammy.

- Ah, muito prazer Dylan.

Ammy estendeu a mão, e se recuperando, Dylan sorriu.

- Oi, Ammy. O prazer é meu, com certeza.

Harry olhou de um para outro.

- Dá pra acreditar que vocês são praticamente primos? - perguntou.

Os dois o encararam assustados.

- Primos? - perguntaram juntos, logo depois se olhando envergonhados e sorrindo.

Harry riu.

- Sim, Ammy é filha de Belatriz, e Dylan de Regulus, logo eles acabam sendo primos.

- Regulus? - repetiu Lupim, perplexo.

- Hum... - Harry havia se esquecido de que ele ainda não sabia. - É, depois explicamos. É uma longa história.

- Bom, obrigado pelo chocolate, Lupim, eu vou subir.

Lançando um olhar envergonhado para Dylan, que a encarava ainda, ela deu as costas, e subiu as escadas novamente, quase correndo.

- Gostou dela, não foi, Dylan? - perguntou Harry sorrindo.

O rapaz dicou alguns segundos ainda encarando o lugar por onde ela sumira, depois se voltou para Harry, aparentemente surpreso.

- O que? Desculpa, você... disse alguma coisa?

Harry e todos os outros riram.

- Não, não disse nada.

Ele se voltou para Lupim e notou que o ex professor estava muito estranho, parecendo ainda mais cansado do que normalmente era.

- Professor?? Tudo bem? - perguntou.

Lupim o encarou, e forçou um sorrisinho.

- Por mais que eu gostaria, Harry, não sou mais seu professor. Poderia passar a me chamar pelo meu nome. O que acha?

Harry sorriu. Não era uma bronca, e sim, um pedido. Uma diferença muito grande entre Lupim e muitos outros professores e ex professores.

- Hum, desculpe. É a força do hábito. POsso tentar... Lupim.

Ele riu.

- Me contentaria com um Remo.

- Ah, claro. Remo.

Era tão estranho!!

- Isso serve para vocês também em garotos! - Lupim disse se dirigindo a Rony e Hermione.

Rony cochila no sofá, mas ao ouvir o lobisomem deu um pulo.

- O quê?

Ele riu.

- Porque não vão descansar? Depois conversamos.

Harry estava curioso, mas resolveu obedecer ao pr... Remo. Afinal, a viagem fora mesmo cansativa.

- Venha, Dylan, vou levá-lo até um dos quartos.

- Obrigado, senhor.

Harry dormiu por horas seguidas. A viagem fora realmente longa e cansativa. Depois que pegaram a horcruxe tiveram que repetir tudo o que fizeram para chegar a ilha, só que ao contrário.

Ele levantou-se bocejando. Percebeu que já deveria ser noite, então lavou o rosto e foi até a cozinha.

Tonks,Lupim, Snape, o casal Weasley, Hermione, Ammy e Dylan já estavam sentados esperando o jantar. Hary se sentou

- Dormiu bem, querido? - a sra. Weasley perguntou.

- Muito, Obrigado, sra. Weasley. - Ele olhou para Lupim, bem na hora que Rony entrava na cozinha completamente descabelado.- Aconteceu alguma coisa enquanto estivemos fora, Remo?

- Bem, aconteceu, Harry. Finalmente Voldemort cansou-se do rumo que as coisas estavam tomando. Não haverá mais ataques, mais destruições e poucas mortes.

Harry ergueu as sobrancelhas.

- Como assim, n...?

- Ele quer algo maior, muito maior! Por isso foi que mexeu a sua varinha para providenciar que todos ficassem avisados.

- Avisados? Como assim? Eu não estou entendendo...

- É simples, Potter - cortou Snape. - O lorde das trevas cansou-se dessa brincadeira de ataques. Ele quer algo definitivo, como uma segunda guerra.

- Segunda guerra?

- Uma segunda guerra - concordou Lupim. - Algo definitivo, concreto.

- E ele revelou isso? - perguntou Harry chocado com tal dignidade. - ele nos deixou avisados?

- Você ainda nãio entendeu, Harry - falou Lupim, balançando a cabeça. - Não é uma guerra como outra qualquer. Não é apenas tempos ruins como os que temos vivido. Ele quer botar um ponto final. Uma última guerra. Uma última batalha...

- E essa guerra...?

- Foi marcado, já é definitiva. Temos duas semanas para nos prepararmos, e é importante ter em mente que acabará até termos o lado vitorioso. Em todos os lugares haverá luta, todos irão lutar. Até mesmo os trouxas que depois daquele episódio em King' Cross não se deixam mais enganar, serão avisados.

- Então... daqui há duas semanas, independentemente de quem ganhar, a guerra acabará?

- Isso.

Harry engoliu em seco. Depois de tanto tempo se preparando, finalmente a guerra chegaria, finalmente estava marcada. Bom, pelo menos ele estava com as horcruxes, ou pelo menos quase todas as horcruxes; ainda faltava uma, e ele precisava se livrar de todas antes de ir atrás da última parte da alma de Voldemort, no corpo do próprio.

Harry se levantou no mesmo instante em que alguém entrava. Os dois acabaram se trombando.

Olhos cinzentos e frios se encararam com olhos verdes e decididos. Era a primeira vez em muito tempo que Malfoy e Harry se viam cara a cara.

Os olhos faiscavam, e Harry sentiu algo estranho.

Certo, odiara Malfoy desde que o conhecera, sempre soube disso. Teve pena, talvez até solidariedade, quando soube da morte dos Malfoy, e quis, no seu íntimo, ajudá-lo.

Mas vê-lo ali, a sua frente, depois de tudo... Era difícil demais resistir ao impulso de buscara sua varinha nos bolsos das vestes e enfeitiça-lo ali mesmo.

- Malfoy – cumprimentou, na voz mais amável que conseguia fazer, apesar de ter a leve impressão de que soara como um resmungo extremamente gélido.

O outro arqueou uma sobrancelha e deu um sorrisinho zombeteiro. Mas, Harry notou, não era como antes, o sorriso era bem mais ralo e a marca de suas olheiras tornava aquela careta que seria motivo de frustração, motivo de piada.

- Potter – respondeu ele arrogante. – As vezes poderia olhar para onde está indo.

Harry bufou.

- Eu não tenho culpa se você apareceu do nada atrás de mim, Malfoy.

- Acredite, Potter, eu não teria a mínima vontade de brincar de bicho-papão com você. Apenas cheguei aqui no momento errado.

- Draco, Harry, já chega – alertou-lhes Lupim. – Draco, porque não se senta conosco?

Draco passou os olhos por todos na mesa, passou muito depressa por Ammy (que estava corada) e se demorou um pouco mais em Dylan, uma ruga de incompreensão surgindo.

A Harry, parecia que uma de suas mãos começara a se mover para a cadeira mais próxima, quando instintivamente seus olhos desceram e encontraram a mão de Dylan sobre a de Ammy.

Tanto ela quando Draco empalideceram quando ela notou para onde ele olhava. Tirou a mão de mancinho, afinal, aquilo fora por acaso enquanto conversavam sobre algumas coisas, nem teria notado se Draco não lhe fizesse esse “favor”.

- Acho que... vou voltar para cima – disse ele, olhando para Lupim.

Ele virou as costas.

- Não quer mesmo jantar, querido?

Malfoy se virou para a sra. Weasley, e a julgar por sua expressão, Harry pensou que ele a trataria mal, porém...

- Não, obrigada, Sra. Weasley. Foi um erro ter descido. Não vou aborrecê-los com mais alguns instantes da minha lamentável... companhia.

E se retirou, lançando um olhar furtivo para Ammy.

- Aí, cara – disse Dylan, dando um tapa no ombro de Snape, que não gostou nem um pouco desse gesto. – Encontramos alguém pra disputar contigo na classificação de mau-humorado! Toma cuidado que ele é bom concorrente, heim?

Empolgado para experimentar a sopa que a Sra. Weasley acabava de lhe servir, Dylan não notou que se não fosse a presença daquelas pessoas, teria virado uma criatura completamente medíocre e nojento.

- O que será que deu nele para querer sair tão depressa? – perguntou Lupim. – Será que foi o Harry?

- Mas eu não fiz nada!– exclamou o garoto aborrecido. – Na verdade, eu acho que eu tenho uma idéia do que aconteceu...

Olhou para Ammy que desviou os olhos e pareceu tomar uma certa distância de Dylan. Este estava concentrado demais em sua sopa para perceber alguma coisa.

- Deve ter sido o assunto – disse Rony – Ele deve ter escutado a conversa e ficado assim...

- Não. A conversa da guerra não foi. Ele já sabia.

- Como? – perguntaram várias vozes.

Dylan desviou a atenção de seu prato.

- Eu contei a ele enquanto estavam fora. Ele precisava saber. Sei lá, se decidir...

- E qual foi a reação dele? – perguntou Harry.

Lupim experimentou sua sopa antes de responder.

- Me surpreendeu – disse por fim. – ele quer lutar. Do nosso lado.

O queixo de Harry caiu e Ammy abriu um imenso sorriso.

- Ele aceitou lutar do nosso lado? – perguntou Rony, perplexo.

- Na verdade... “Aceitou” não seria a palavra certa. Ele se ofereceu. O que é diferente.

Houve um minuto de silêncio, repleto de rostos perplexos.

- Eu acho que vou levar algo para ele comer – falou a Sra. Weasley, arrumando uma bandeja. Mas Harry tivera uma idéia. Se iam lutar do mesmo lado, teriam que começar a se suportar.
- Será que eu poderia levar? – perguntou.

A bruxa olhou assustada para Harry e depois para Lupim, que sorriu.

- Vocês vão ficar inteiros?

Ele riu.

- Prometo que sim.

Ele pegou a bandeja.

- Ah, Remo e Snape. Gostaria de falar com vocês depois do jantar, pode ser?

Os dois concordaram, intrigados. Harry saiu.

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- Entre - resmungou a voz de Draco quando Harry bateu na porta.

Ele respirou profundamente, e entrou.

Malfoy estava deitado na cama com os braços atrás da cabeça, ao ver Harry, se levantou depressa, entre a surpresa e o ódio.

- o que você quer aqui?

- Me pediram pra lhe trazer isso - mentiu Harry, mostrando a bandeja e começando a achar que aquela não fora uma boa idéia.

Draco deu uma olhada no conteúdo da bandeja e tentou fazer uma cara de undiferença, apesar de Harry desconfiar que ele estaria morrendo de fome.

- Porque saiu de lá debaixo? - perguntou, pondo tudo o que tinha nas mãos em cima de uma mesinha no canto do quarto.

- É claro que eu vou te contar, não é, Potter?

Harry suspirou, parecia mais difícil do que ele supunha.

- Fiquei sabendo que você vai lutar na guerra. Ao nosso lado.

- Uma atitude que não tem absolutamente nada a ver com você, Potter.

- Engana-se. É exatamente por isso que eu estou aqui.

Draco o olhou, intrigado, e ignorando completamente o alimento, sentou-se na cama.

- Então diga logo o que você quer, Potter, porque sinceramente sua companhia não é das melhores.

- Imagino... - murmurou Harry.

- Oque disse?

- Nada. Olha, eu só vou tomar alguns minutos do seu tempo, e eu sei que é muito difícil, mas será que poderíamos tentar manter uma conversa civilizada?

- Acredite, Potter. Eu não sei o que é isso.

- Malfoy... eu só acho que se vamos lutar do mesmo lado, já é hora de acabarmos com essa inimizade imbecil.

Draco começou a rir.

- Você quer ser meu amigo, Potter? - perguntou em tom zombeteiro. - o que você quer? Que marquemos um joguinho de Quadribol juntos, ou que nos sentemos no tapete e joguemos xadrez de bruxo? Ora, me poupe!

- Eu não estou pedindo para sermos amigos, Malfoy, seria impossível depois de tudo, mas apenas que passemos a nos suportar.

- Mas eu não suporto você!

Harry estava começando a ficar impaciente.

- E alguém disse que eu suporto você? Mas analizando que teremos que lutar juntos, do mesmo lado, eu...

- Você o quê? - Draco se aproximou de Harry, os olhos brilhando de raiva. - Já disse que não vou virar sua amiguinha, Potter. O fato de eu estar do mesmo lado que você não significa que eu esteja do seu lado.

- Bom, significa sim - disse Harry sem se intimidar. - A julgar pelo fato de que eu sou o inimigo que Voldemort tanto tenta matar e que sou eu quem deva matá-lo. Se você não está do lado dele, só pode estar do meu.

Instintivamente, Draco levou a mão ao braço quando ouviu o nome de Voldemort, com fúria virou as costas.

Ficaram alguns segundos em silêncio.

- Qual o problema? - perguntou Harry, depois de muito tempo.

Malfoy virou-se para encará-lo, como se ele fosse a criatura mais esquisita do mundo.

- Que problema?

O problema de tentarmos resolver essa situação. Não somos mais aquelas crianças de antes, malfoy, estamos do mesmo lado agora, podemos muito bem agir como adultos civilizados.

Draco deu uma risadinha histérica.

- Adultos civilizados... fala sério, Potter... Eu não suporto você e você não me suporta. Isso não vai mudar. Independente do caminho que tomarmos. Somos inimigos, você sabe muito bem disso.

- Eu sei. A única coisa que eu não sei é porque manter essa situação assim, Afinal, não temos mais porquê sermos inimigos.

- Temos. Eu odeio você e isso é o bastante.

Foi a vez de Harry rir.

- Me odeia... me odeia porquê? O que eu te fiz?

- Tudo, Potter! Tudo!

"Pra começar você recusou a minha amizade logo quando nos conhecemos, quis se mostrar superior, orgulhoso. O garoto por quem todos babavam, todos paparicavam. O suficiente para irritar qualquer um. O famoso Harry Potter! A todos os lugares que íamos ouvíamos o seu nome, tudo que fazíamos éramos comparados com você. Potter isso, Potter aquilo! Qualquer pessoa que crescesse ouvindo o seu nome em todos os lugares como eu, o Potter como o "salvador da pátria", o "garotinho que sobreviveu", qualquer um, Potter, que fosse comparado e pressionado por causa de você, teria criado este mesmo ódio! Você e sua fama insuportável, Potter!"

Draco estava alterado, a julgar pelo seu tom de voz e sua respiração descompassada. Mas Harry não ficava atrás. Então Draco o odiara porque ele era famoso? Apenas por isso? Certo, sempre soube que Draco tinha inveja da fama, mas raciocinando.... não fazia sentido! O que ele queria? Sequer ter conhecido os pais na infância por causa de um bruxo que resolveu matá-lo quando ele ainda nem podia se defender? Quando dependia dos outros para protegê-lo, como sua mãe, que teve que dar a vida por ele? Ser famoso por perder os pais sem nem ao menos conhecê-los e ainda ser praticamente obrigado a seguir um caminho de incertezas e riscos na vida adulta? Será que Draco estava ciente de qual era o valor da fama do "garoto que sobreviveu?"

- Então você acha mesmo que eu sou feliz por ter a fama que tenho? Você gostaria de sempre ter alguém lhe parando por onde anda apenas para dar uma olhada numa cicatriz que marca o dia que teria sido o pior da sua vida se você pudesse se lebrar do que aconteceu? Essa idéia lhe agrada, Malfoy?

Ele riu.

- Agora o garoto-que-sobreviveu vai querer dizer que não gosta da fama que tem e que gostaria de ser uma pessoa esquecida pelo mundo e ser apenas um garoto normal? - disse em falsete. - Ah, corta essa Potter! - Acrescentou com raiva.

Harry sentiu-se invadir com tamanha raiva...

- Ora, Malfoy, experimente colocar-se no meu lugar! Você gostaria de ter perdido os pais logo na sua infância e viver anos com pessoas horríveis que sequer haviam contado como você foi parar lá com eles? Depois descobrir que é um bruxo e que o mundo pensa que você é um herói enquanto toda a sua infância foi maltrado por aqueles que confiava ser a sua única família no mundo? E depois? Como você se sentira tendo pessoas te encarando querendo saber como você destruiu uma pessoa que você sequer sabia que existia antes de entrar em um mundo totalmente diferente daquele que você tem vivido desde que se lembra? E ainda... Saber que seu futuro está traçado como ser um assassino ou morrer. É esse o tipo de fama que você gostaria de ter? E adoraria, claro, ser um jogador de quadribol famoso, ou apenas famoso por ter feito algo que eu merecesse mérito. Mas nesse caso, Malfoy, eu preferiria muito mais ter minha família comigo e ter permanecido etranho aos olhos alheios do que ser o "o famoso Harry Potter; aquele que sobreviveu".

Draco o encarou por um momento, talvez porque não tinha argumentos suficientes, ou talvez porque queria apenas confirmar o que Harry dizia com o olhar. Mas o encarou em silêncio.

Desviou os olhos depois de alguns segundos, ainda em silêncio, e virou as costas.

Harry esperou um momento, mas Draco não se virou, tampouco demonstrou querer dizer alguma coisa. Isso seria um bom sinal, ou o contrário?

- E então? - arriscou.

- E então o que?

- Você entendeu? Está disposto a tentar uma boa convivência?

- Eu entendi que quero você fora do meu quarto, Potter. Retire-se.

- Mas...

- Será que você ainda não entendeu, Potter? Eu não quero sua companhia agora! Saía daqui!

Harry ficou parado, encarando as costas de Malfoy, irritado.

Bom, pelo menos ele não disse: Saia daqui porque eu não quero a sua companhia nem agora nem nunca! Ele disse apenas: Saia daqui porque eu não quero a sua companhia agora. E isso era realmente um bom sinal.

Ele se retirou, batendo de leve a porta e indo ao encontro de Lupim e Snape.

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- E então Harry? O que queria falar conosco?

Harry olhou para Lupim. Assim que fechou a porta sentou-se e começou a falar.

- Então... Remo, você sem dúvida alguma notou que eu, Rony e Mione saímos d’A Toca alegando que tínhamos coisas a tratar mas não revelando absolutamente nada, não é? Depois daquele episódio com a Mione no hospital, que também imagino que nunca tenha ficado claro para vocês o que exatamente havia acontecido com ela, viemos para cá e mesmo assim nunca deixamos de ter nossas... como diz a Sra. Weasley: “saídas misteriosas”, e negamos sempre contar qualquer coisa a alguém. Um fato que deve tê-los deixado ainda mais curiosos, foi o barco. Que precisávamos tanto.

- Realmente, Harry, foi uma atitude que nos deixou intrigado – concordou Lupim. – Mas eu imagino que Snape deve saber já que esteve com vocês, não?


Harry corou.

- Na verdade não, pr... Remo. Ele só soube o básico.

- O que significa que não compreendi absolutamente nada da situação – atiçou Snape.

- Bom, se ele prefere usar esse termo... Mas agora eu preciso da ajuda de vocês, e entendo que precisarei contar a verdade.

As sobrancelhas de Snape se ergueram, sem esconder a sua surpresa e curiosidade. Já Lupim não se importou em demonstrar de uma forma óbvia. Como palavras...

- Nos contar? Que verdade? O que você e Dumbledore tanto faziam na escola aquelas vezes e o que vocês três têm feito desde então?

Ele riu com a cara de Harry.

- Bom, Harry, pode ser que nem todos ligariam um fato ao outro, mas eu conheço você muito bem para saber que uma coisa tem ligação com a outra.

Ele acenou com a cabeça afirmativamente.

- Sim, você está certo. Eu me reunia com Dumbledore porque ele passou a me contar coisas sobre o passado de Voldemort. Nós fizemos algumas decobertas... Bom, ele me passou grande parte do que eu sei, e descobrimos algumas coias juntos. Como por exemplo, a história das horcruxes.

Snape se aprumou na cadeira. Enquanto Lupim franzia as sobrancelhas.

- Horcruxes? Espere, eu já ouvi falar...

- Horcruxe é uma parte da alma divida em objeto – interrompeu Snape. – Garantindo assim a imortalidade do ser. Enquanto uma parte da alma ainda está aqui na Terra, intacta, a pessoa não pode morrer. – Ele se virou para Harry.- Será que você está querendo dizer o que eu penso que está dizendo, Potter? O Lorde das Trevas realmente possui uma horcruxe?

- Não – respondeu Harry, fazendo Snape estranhar. – Ele não possui uma horcruxe. Mas sete.

Nem mesmo Snape dessa vez conseguiu conter sua surpresa. E Lupim ficou pálido.

- Ele fez sete horcruxes? Quer dizer, ele dividiu a própria alma em sete partes?

- Bom, na verdade seria seis. Uma está no corpo dele. A verdade é que aquela famosa “profecia” de qual todos falavam há algum tempo, dizia exatamente que sou eu aquele que deve destruir Voldemort. Por isso, Dumbledore quis compartilhar o que sabia comigo.

- E vocês estiveram...?

- Caçando as Horcruxes nesse tempo todo. Inclusive, no dia em que ele... Dumbledore... – Harry tentou, mas não conseguiu deixar de olhar para Snape no momento em que se referia a morte do professor. – Bom, nós estivemos num lugar procurando uma das horcruxes.

- Mas, Harry... E essas horcruxes? Precisam ser destruídas antes da guerra!

Harry sorriu.

- Eu sei, Remo. E é exatamente isso que eu preciso que façam. Me ajudar a destruir as horcruxe.

- Mas onde elas estão? – perguntou Snape, e pelo seu tom, Harry se sentiu extremamente bem em poder dizer o que disse em seguida.

- Comigo. Era isso que eu, Rony e Mione estávamos fazendo. A notícia da guerra veio numa hora muito boa. Já conseguimos todas.

- Todas?

- Bom, além da parte do corpo de Voldemort. E... falta a Nagini também.

- Nagini? – perguntou Lupim.

- É a cobra de estimação de Voldemort. Dumbledore tinha uma certeza de que Voldemort a havia transfomado como uma de suas horcruxe.

- Ele usou uma cobra para depositar parte da sua alma? – disse Lupim, indignado.

- Agora eu entendo... – murmurou Snape.

Os dois se viraram para o bruxo.

- Entende o quê, Severo?
Snape ergueu os olhos para Lupim, contrariado.

- Antes de abandoná-los... Poucos dias antes do ataque na estação, o Lorde das Trevas se comportou de maneira muito estranha com um dos seus... seguidores.

- Que maneira foi essa e porquê?

- Bom, digamos que dois imbecis desastrados e embriagados acabaram se divertindo um pouco ao beber mais do que deviam e resolveram brincar de duelar. Um deles, não deve ter gostado de perder e simplesmente resolveu atirar um Avada Kedavra no outro. O problema é que ele estava tão bêbado que errou o alvo, acertando nessa famosa cobra de estimação do Lorde.

- O quê! – fez Harry surpreso. Não contara com isso. – Então a cobra foi destruída?
- Bom, ela está morta, se é isso o que você quer dizer.

Algo na voz de Snape fez Harry duvidar.

- Espera... Ela está morta, mas pode não estar destruída?
- Potter, você por acaso sabe como se destrói uma Horcruxe?
- Não – respondeu com um pouco de sarcasmo. – Na verdade eu chamei vocês aqui exatamente para isso. Preciso destruir as Horcruxes, mas não sei como.
- Uma horcruxe, Potter, é uma invenção de nível altamente das trevas. Você nunca conhecerá algum nobre que possuirá esse artefato.
- Sim, isso eu já sei, mas...
- Da mesma forma – cortou ele. – Aquele que possuir horcruxes, já têm que praticar atos maléficos como matar, mas não pára por aí. O poder que normalmente ele vai usar para proteger uma horcruxe, além de ser um feitiço também das trevas, para se destruir uma, só com um feitiço, ou um poder, igual àquele que a protegia.

Harry coçou a cabeça, bagunçando ainda mais os cabelos.

- Então... espere. Para destruir uma horcruxe é necessário usar o mesmo feitiço que a protegia?
- Mais ou menos isso, Potter. Não é exatamente usar o feitiço que a protegia, mas usar algo sobre o feitiço que a protegia.
- Diga Harry – começou Lupim. – Quais são as Horcruxe e o que as protegia quando vocês a pegaram?
Harry pensou por alguns instantes.
- Bom, temos o Diário de Riddle, que eu mesmo destruí mesmo sem saber no meu segundo ano...
- Você o destruiu? Com quê?
- Com o veneno do próprio Basilisco. É, faz sentido... Afinal o diário era sobre o Basilisco, contava como abrir a câmara secreta.
- E você o destruiu... – murmurou Snape. – Há mais algum destruído?
- Bom, há. O Anel de Servolo. Foi destruído por Dumbledore, mas não sei como.
- Ah, sim. Aquela velha história da mão.
- Há agora o medalhão de Sonserina, a taça de Lufa-Lufa, a Tiara de Corvinal – continuou Harry, contando nos dedos. – E a cobra, porque a sétima parte está no corpo de Voldemort.

- Ah, sim. Essa cobra. Você tem certeza de que ela é...?
- Foi o que Dumbledore disse.
- Bom, então... Analizemos. O que protegia a cobra?
- Isso é muito fácil. Nagini estava sempre sobre a proteção do próprio Voldemort, e dos comensais.
- Se isso estiver certo, Harry, ela realmente foi destruída. Pois foi morta das mãos de um próprio comensal.

Harry concordou, com um curiosidade.

- Snape. O que aconteceu com o comensal que a matou?
Uma sombra perpassou os seus olhos e Harry teve medo da resposta.

- Acho que você não vai mesmo querer saber a resposta, Potter. Digo apenas que foi... Uma cena muito incômoda de se presenciar.
- Certo.

Houve alguns segundos de silêncio.

- O que protegia as horcruxe, Harry?
- Bem... eu não sei direito. O medalhão era protegido por Inferis, e uma poção que deixou Dumbledore estranho. Fraco e confuso.

Enqunto falava, Harry vestiu suas luvas e retirou de uma bolsa a um canto os objetos que estavam com ele, depositando-os em cima da mesinha de centro.

- Na Tiara, apenas o que havia era um feitiço que se aproximassem-se muito, o chão desaparacia.

- O que havia lá embaixo? – perguntou Lupim, curioso.

- Kappas. Dezenas deles.

- Humm... continue, Harry. E a taça de Lufa-lufa?

- A taça... Protegida por Dementadores. Já a poção que estava em volta, eu não sei...

- Eu imagino saber o que seja – disse Snape com uma ponta de ironia.- O Medalhão, Potter, a julgar pelo que você me contou, pode ser destruído de duas formas.

- Quais?

- Ou você pode destruí-la de acordo com a poção que Dumbledore tomou, que imagino ser uma mistura de veneno maldito de uma jibóia existente no sul da África com um feitiço para confundir. Ou pode simplesmente usar um feitiço que funcionaria com Inferis. Porque não experimenta um dos dois?

Harry olhou para Lupim, que acenou com a cabeça, e ele concordou. Pegou a varinha, ficando de pé enquanto os outros dois se afastavam, e apontou para o medalhão.

- Incendius.

O objeto pegou fogo. Pareceu apenas brilhar enquanto era contornado com o brilho amarelado por um momento, mas depois de segundos, explodiu, e um grito lastimável pôde ser ouvido pelos três.

- Acho que funcionou – comentou Lupim, ainda encarando as cinzas que desapareciam magicamente.
Harry engoliu em seco.

- É... é o que parece. E as outras?
- A dos Kappas? Essa é com você, Lupim.
- Kappas... criaturas das trevas que sobrevivem nas águas... Você se lembra de como as destruímos, Harry?

Harry se voltou para o objeto.

- Sei que precisamos tirá-los da onde estão. Lugares secos e limpos são fatais.
- Isso. Um poder que faz tudo isso?
- Ahh...
Lupim riu.
- Não é tão difícil... – tirou um vidrinho do palito e o entregou a Harry, que levou as narinas e reconheceu o cheiro.
Olhou para Lupim, curioso e sorrindo.
- Desinfetante trouxa?
- Porque não tenta?

Ainda sorrindo, Harry se aproximou do objeto e despejou algumas gotinhas em cima da Tiara.

O líquido pareceu causar o mesmo efeito que ácido sulfúrico. Borbulhou, penetrou, e aos poucos, o objeto foi derretendo.

Desapareceu no instante em que ouviam outro daquele lamento. Um arrepio subiu pela espinha de Harry.

- E agora? A taça?
- Bom, esse ninguém melhor do que você, Harry.

O rapaz se virou sem entender. Lupim sorria.

- Hum... – fez, compreendendo. – Mas como...?
- Acho que um reducto bastará. É claro, se você fizer a outra parte também. A principal.

- Certo – respondeu Harry, apontando a varinha para a taça, e se concentrando em um pensamento feliz. Era difícil. A idéia da guerra, da luta final, de perder pessoas que ele tanto amam não o deixavam agir.

- Reducto! – afirmou, sem muita segurança.

Nada a conteceu.

- Tente de novo, Harry – murmurou o Lobisomem suavemente. – Concentre-se bem.

Harry tentou se concentrar melhor. Pensou em seus pais, em Gina... Sim, era ela que sempre surgia em sua mente quando ele precisava de um pensamento feliz. Será que seria porque os últimos momentos mais felizes de sua vida tem sido ao lado dela?

- Reducto!

Todos tiveram que se abaixar. O objeto explodiu para todos os lados, quebrando um vidro da janela e batendo em muitas paredes.

Com outro daquele som terrível, ele desapareceu completamente.

Uns cinco minutos de silêncio foram precisos para as batidas do seu coração voltarem ao ritmo normal. Quando aconteceu, ele se virou para os dois bruxos mais velhos.

- Então... a cobra. Está realmente destruída? Porque se um comensal que era um dos que deveriam protegê-la a destruiu...
- Sim, provavelmente isso bastou.
- Certo.

Mais um minuto de silêncio.
- Bom, obrigado pela ajuda. Agora não temos mais obstáculos, podemos ir para a guerra e lutarmos como iguais. – Respirou fundo. – Eu gostaria que isso ficasse por aqui. Os únicos que sabiam sobre as Horcruxe, era Dumbledore, eu, Rony, Hermione, e agora vocês dois. Não é uma idéia muito agradável que alguém saiba o que sabemos sobre Voldemort e fizemos com seis sétimos de sua alma.
- Não se preocupe, Harry, é claro que não sairá daqui. Você está bem?
- Estou – respondeu ele de imediatado, limpando uma gota de suor da testa. – Eu vou me deitar, estou um pouco cansado. Com licença e obrigado novamente.

Harry se retirou. Não jantara, mas perdera a fome.

Ele se deitou na cama e suspirou.
Agora aguerra estava marcada, não havia outra saída, não havia outro caminho, não havia outra solução.

Os empecílios?
Destruídos.
Obstáculos?
Mais nenhum.

Muitos comensais presos, mitos comensais mortos, seu inimigo vulnerável, como um igual. Agora era só encarar, e decretar a guerra...

♥______________________________________________________♥

Pessoal, desculpem a demora, mas eu toh com dó de acabaar a fic...

XD

Gosto tanto dela!!

Mas então, não sou muito fã desse captíulo, mas a-d-o-r-o a briga do draco com Harry!!

XD

Digam o que acharam! Please!!

Próximo capítulo...

"Mas com a mesma velocidade que se juntaram, se separaram, e Rony deu a volta na mesa, se inclinando para sussurrar no ouvido de uma espantada Hermione.
- Vem comigo?
E mesmo sem receber resposta, segurou a mão da garota e a puxou, correndo escaa a cima."

"- Você o ama? – perguntou.
Ela desviou os olhos.
- Ama ou não?
Vendo que seria impossível escapar, voltou a encará-lo, e respondeu por fim.
- Mais do que qualquer coisa no mundo.
Foi a vez de Dylan desviar o olhar, tempo suficiente para ganhar coragem e dizer o que precisava dizer."


"- Draco...
Ele apoiou as mãos na cabeceira da cama e permaneceu de costas, a cabeça baixa.
- Você... está bem?
Um soluço que ele tentou reprimir sem suceso lhe informou que não."

"- Eh, você não vai dizer nada, não é? Certo... Bem... Se você me desculpou, eu quero dizer que... Depois daquele dia, eu... Eu senti muito a sua falta e comecei... A pensar. Acho que... Eu também... Também...

Ele soltou o ar e fechou os olhos.

- Eu também amo você, Ammy. – respondeu suavemente."

♥______♥

Bem, é isso... até mais!!



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