Bem ou mal?



Capítulo 22
Bem ou mal?


Eles ficaram um bom tempo juntos. Harry não conseguia dormir, mas admirava sua bela ruivinha enquanto fazia isso.

Na sua mente, todas as lembranças do que fora aquele dia, o incomodavam, mas pareciam pertencer a um mundo completamente distante, a um momento muito, mas muito longe do que ele havia acabado de viver...

Viu que provavelmente logo amanheceria, e se desvencilhou carinhosamente de Gina.

Se levantou, vestiu-se, e parou um pouco a porta, mirando o corpo da garota, nú, sobre os lençóis...

Estava amanhecendo, tinha que se controlar... Voltou-se e a cobriu, depositando um beijo suave em sua testa. Se retirou do quarto, tentando não fazer nenhum barulho.

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No dia seguinte (ou pelo menos, algumas horas mais tarde) Harry foi acordado com uma forte discussão, que parecia vir da sala principal.

Ainda atordoado com o excesso de sono, piscou os olhos várias vezes e colocou os óculos. Parecia ser de manhãzinha ainda, apesar de que a neblina confundia bastante.

Viu Rony com o ouvido colado na fresta da porta entreaberta.

O garoto elevou o indicados aos láios, pedindo que Harry permanecesse em silêncio, e esse se levantou de mancinho, indo nas pontas dos pés até onde o amigo estava.

Rony se afastou um pouco para que ele também escutasse.

- ... VOCÊ SÓ PODE ESTAR MALUCO! EU AINDA NÃO ACREDITO QUE FEZ ISSO!

Uma pausa...

- NÃO! VOCÊ, LUPIM É MALUCO! E VOCÊ ARTHUR, POR CONCORDAR COM ISSO!

A voz so sr. Weasley soava cansada, mas não tão alta quando a de sua esposa. Apesar de muito difícil, os garotos conseguiram entendê-lo.

- Molly, querida, você não vê que tudo faz sentido? Toda essa situação já demorou demais para ser resolvida, temos a prova de que tudo isso é verdade!

- NÃO VALE A PENA ARRISCARMOS, ARTHUR!

- Isso que você não entendeu, Molly, querida, nós já arriscamos! O Lupim tem arriscado nesses meses todos, e tem funcionado!

- OUTRO GRANDE ERRO! VOCÊS NÃO PERCEBEM NO QUE SE METERAM? O QUE ARRISCARAM? SERÁ QUE NÃO PENSARAM EM TODA A NOSSA SITUAÇÃO E EM TODO O QUE ESTAVA EM JOGO?! E DUMBLEDORE? COMO FICA A ELE NESSA HISTÓRIA TODA?

A voz de Lupim soou firme agora. Não era aos berros como a da sra. Weasley, mas mesmo assim, também podia se ouvir perfeitamente. Harry agradeceu intimamente o fato de terem lançado um bom feitiço no quadro da mãe de Sírius, porque assim evitava um escândalo ainda maior.

- Falaremos sobre isso na reunião hoje a noite, Molly. Até lá, espero que mantenha a descrição garantida no início de nossa... Conversa.

A bruxa bufou tão alto que eles puderam ouvir, antes de fecharem a porta.

Entreolharam-se.

- O que você acha que é? - perguntou Rony, indo se sentar na cama que estava próxima.

Harry deu de ombros.

- Isso é muito estranho... - murmurou ele. - O que pode ser assim tão impossível para a sua mãe?

- Você ouviu Lupim falando de uma reunião? Acha que vamos ser chamados?

- Não sei... Espero que sim. Não é por nada não, mas a coisa parece séria.

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, cada um perdido em seus pensamentos e em suas próprias conclusões.

- Acho melhor descermos para tomar café... - disse Rony.

Harry concordou.

Na cozinha, tentaram fazer de conta que não haviam escutado nada, e o olhar que Hermione lhes deu ao descer para o café pouco tempo depois também confessava que a garota havia escutado, e que permanecer em silêncio era a melhor opção.

- Harry... - começou Lupim, parecia mais velho e mais cansado do que nunca. - Hoje a noite faremos uma reunião - Ele ergueu a voz, quando a sra. Weasley bateu a panela com força na pia, - Gostaria que você, Rony e Mione estivessem presentes.


- Ah, claro, professor - respondeu Harry. - Mas a reunião e sobre o quê?

Lupim parecia estar analizando até onde poderia responder.

- Bom, é sobre um assunto que vocês precisam saber, e entender, claro.

Os garotos se entreolharam.

- Hum... é muito sério, professor? - perguntou Hermione.

O lobisomem balançou a cabeça de um lado para o outro.

- É, é sim. Mas vocês vão entender tudo quando a noite chegar. Agora preciso ir, tenho de resolver umas coisas até a noite.

Ele se levantou, lançando um olhar preocupado para as costas da bruxa, que ainda insistia em fazer o máximo de barulho possível.

Sacudiu a cabeça, como quem estava prestes a fazer alguma coisa, mas desistiu. O trio, que tinha ouvido a discussão entendiam muito bem o que estava acontecendo.

Nem precisaram combinar nada: terminaram o café rapidinho e logo estavam subindo correndo as escadas, para chegar em um lugar reservado onde poderiam conversar sobre tudo.

Hermione foi a última a entrar, e fechou a porta logo atrás de si, virando-se e encarando os amigos.

- Vocês ouviram? - perguntaram todos ao mesmo tempo.

sorriram e Hermione acenou afirmativamente com a cabeça.

- Como poderia não ouvir? Acho que eles acordaram a casa inteira!

- Mas do que eles poderiam estar falando? - perguntou Rony. - Quero dizer, pelo que entendi Lupim havia feito uma coisa arriscada.

- Sim, eu também entendi isso - ela concordou acenando com a cabeça. - Mas o que não entendi, é o quê Lupim teria feito que arriscasse algo como a Ordem, ou um de nós.

- Também não imagino - murmurou Harry. - Lupim não faz o tipo de pessoa que arriscaria alguém ou algo tão importante quanto a Ordem. Seja o que for, ele deve ter tido belas razões.

Os três ficaram em silêncio, cada um com os olhos perdidos em algum ponto.

- Depois dessa reunião - começou Hermione de repente, assustando os garotos. - nós já vamos atrás da horcruxe? Quer dizer, pelo menos vamos atrás de um barco?

- Estive pensando - disse Harry, coçando a cabeça. - Será que não podíamos ir de outra forma? Os testrálios no ano retrasado foi uma boa...

- Não, Harry - respondeu Hermione sem pestanejar. - Como você nos imagina voanda naquelas... coisas, daqui até o centro do oceano atlântico?

- Mas...

- Harry... você tem que entender que não vai dar certo isso. Não tem como voarmos daqui até lá! É um absurdo! Deve demorar dias!!

Harry se desanimou. Estivera formulando essa idéia desde que viram a lembrança, e a repassou várias vezes mentalmente para que não tivesse erro algum. Agora, simplesmente Hermione acabava com sua esperança, afinal... Onde iriam arrumar um barco?

- Não sei a onde arrumaremos um barco... - disse, sua desesperança misurada com sua irritação.

- Bom, hoje terá uma reunião com a Ordem, certo? É só perguntarmos se alguém teria um... Impossível que tantos bruxos (a maioria aurores do ministério que teêm um bom emprego e consequentemente, muito dinheiro) não tenham um barco. Não custa perguntar...

Harry achou pouco provável que alguém simplesmente tivesse um barco guardado em algum lugar. Principalmente condirando que aurores do ministério não tinham tempo para passeios de barco...

Mesmo assim, permaneceu calado, e apenas confirmou a cabeça, mostrando que tinha entendido.

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Harry batia os pés no chão com impaciência. Ao seu lado, as unahs de Hermione riscando a mesa de reuião o irritava, mas não tanto quanto a demora de Lupim, que ainda não chegara e auguçava a sua curiosidade.

Olhou no relógio e soltou o ar, com um barulho que causaria repreendimento em todos, mas felizmente uma meia dúzia de bruxos fizeram a mesma coisa ao mesmo tempo.

- Já estamos aqui há mais de meia hora e nada! - reclamou uma bruxa com olhos de coruja, grandes, amarelados e intimidadores.

- Francamente, onde Remo se meteu? - perguntou Tonks que também parecia curiosa e aborrecida.

- DEsculpem a demora...

Todos se viraram para a porta.

Lupim entrava, parecendo mais cansado do que nunca, trazendo uma capa de viagem em cima do ombro e parecendo um pouco molhado. NInguém entendeu muito bem o porquê, já que apesar do frio não chovia. Porém não perguntaram nada, apenas ficaram em silêncio esperando o motivo da reunião "tão importante".

O Lobisomem se demorou um pouco a porta, enquanto passava os olhos por todos os presentes, com ar desolado. Mas logo se afastou, deixando a vista uma nova pessoa que entrava logo atrás...


A primeira atitude de Harry foi esfregar os olhos e piscar várias vezes. Vendo que não estava enganado, deu um pulo, ficando em pé e derrubando a cadeira.

Muitas outras pessoas fizeram o mesmo, exceto, talvez, Hermione, que permaneceu sentada, de olhos esbugalhados e queixo caído, mirando a porta.

Lupim teve que voltar a sua posição inicial, a frente da "visita" para que nenhuma das varinas repentinamente preparadas acertasse o seu alvo.

- Esperem! Esperem! Ele está comigo!

- O quê? - disseram várias pessoas. Harry bonquiabriu-se.

- Por favor, sentem-se - pediu Arthur, tentando ôr em ordem a bagunça repentina. - Nós vamos explicar! Se deixarem, claro, assim não terá condições.

Eles contnuaram de pé, desconfiados.

- Por favor! - Está tudo sob controle! Guardem estas varinhas!

Alguns abaixaram as mãos, mas não guardaram as varinhas, tampouco se sentaram.

- O que siginifica isso, Arthur? - rosnou um dos presentes, parecendo assustado, confuso, e enfurecido.

- Explicaremos - disse o ruivo, cansado. - Mas para isso vocês precisam se acalmar, e por favor, guardar essas varinhas.

Lentamente, todos foram se sentando, e guardando as varinhas.

Apenas Harry continuou em pé.

- Professor.. - começou estarrecido, olhando para Lupim. - Pelo amor de Merlim - continuou lentamente. - O que está acontecendo?

- Harry, sente-se, por favor. Iremos conversar sobre isso agora.

Mas ele não se sentou. Desviou o olhar para aquele que estava atrás do lobisomem, e algo dentro dele queimou de ódio.

- Harry, sente-se.

Ele aina não se mexeu, mas dois pares de mão o puxaram para baixo, e ele se viu obrigado a sentar em instantes.

Lupim ainda permaneceu parado, olhando um por um com um olhar desconfiado, mas vendo que todos guardavam as varinhas, ele se afastou lentamente, deixando visível a última pessoa que Harry gostaria de ver, não apenas naquele momento, mas em todos da sua vida.

- O que está acontecendo, professor? - perguntou Hermione, finalmente se recompondo.

Ele apenas suspirou.

- Antes de mais nada, Hermione, eu preciso que todos vocês prestem muita atenção na história que Snape tem para contar.

- Ah, com certeza... - bufou Moody com sarcasmo. - Deve ser uma história muito interessante...

Snape estava pálido, muito mais do que antes. Seus cabelos normalmente gordurosos pareciam opacos e sem vida, bem uns 7 centímetros maior do que da última vez que Harry o viu, no ataque em Hogwarts.

Parecia cansado e acabado, apesar de que ainda conseguia manter aquele brilho horrível e cínico em seu olhar. E foi esse o olhar que ele dirigiu a Moody naquele momento.

Lupim viu algumas pessoas levarem as mão até os bolsos, provavelmente até a varinha, e se adiantou.

- Sem ameaças, por favor. Espero que todos aqui prestem atenção em toda a história antes de agirem por algum impulso idiota. Creio que todos teêm maturidade suficiente para isso.

Emburradas e murmurando palavras sem sentido, os que haviam tirado suas varinhas já a guardavam novamente.

- Será que alguém pode m...

- Já explicarei, Harry.

A voz de Lupim não soou para Harry como soou para os outros bruxos, parecia bem mais simpático e paciente com ele.

O rapaz cruzou os braços.

- Sente-se, Snape - pediu Lupim, afastando uma cadeira para que ele se sentasse.

O antigo professor de poções lançou-lhe um olhar do tipo: "Você não pode me dar ordens. Dessa vez vou me sentar, mas na próxima será amaldiçoado".

E se sentou.

- Bom... - continuou Lupim, parecendo um pouco preocupado. - Temos que esplicar algumas coisas para vocês...

Todos permaneceram calados, esperando a continuação. Alguns soltaram o ar, aborrecidos.

- Vocês me perguntaram, em nossa última reunião que era o nosso espião... Bom, aqui está ele.

Não foi a reação que ele esperava. Ao invés de vários "quê?" ou "você ficou maluco?", os bruxos continuaram o encarando, de braços cruzados.

Apenas Hermione pareceu entender no mesmo instante.

- Isso... Não está falando sério, está, professor?

- Estou, Hermione. É o Snape quem tem passado as informações que nos ajudaram até agora.

Ouviram uma risada.

- Ora, Lupim! Como assim "ele tem nos passado as informações..."? Não está querendo que acreditemos que ele está do nosso lado, não é?

- Na verdade, foi esse o motivo da reunião, Jack. - respondeu ele.

- Hãm? - fez o tal de Jack, aconpanhado em coro por muitas outras pessoas. - Só pode estar de brincadeira...

- Ele não brincaria com uma coisa assim - interrompeu Harry, ao que todos o olharam surpresos, inclusive Lupim e Snape. - Pra mim é algo mais puxado para um Imperius, ou ele enlouqueceu de vez.

Não acreditava realmente nessa hipótese, disse sem controlar sua raiva, mas algumas pessoas pareceram levar a sério.

Lupim sorriu bondosamente.

- Não, Harry, não enlouqueci. Nem fui enfeitiçado com um Imperius, até onde eu me lembre. Snape realmente tem me passado as informações que nos ajudaram a chegar em King'Cross, em Hogwarts e etc...

- Isso é impossível! Porque ele faria isso depois de todo aquele episódio no ano passado?!!

- Snape mostrou aquela vez de que lado ele realmente estava - completou outra pessoa.

- Não! - disse Lupim firmamente. - Severo está e sempre esteve do nosso lado. Eu também duvidei depois da morte de Dumbledore, mas descobri a verdade pouco tempo depois. Talvez tenha sido por isso que Dumbledore me pediu para que ficasse responsável pela Ordem depois de sua morte, porque ele sabia que eu acreditaria, e descobriria a verdade.

- O que está dizendo, Remo? - perguntou Tonks, que parecia pasma. - Vocês mal se suportavam! Como é que Dumbledore sabia que você acreditaria nele? Era a última pessoa, depois de Harry, claro, que depositaria sua confiança em Snape novamente.

- Não é bem assim, Tonks. Eu e Severo não nos dávamos bem na adolescência, não somos amigos até hoje, mas eu ainda sou muito agradecido pela poção que ele fazia para mim quando dava aulas em Hogwarts. Poderia me envenenar, alterar a poção, fazer qualquer outra coisa, mas não... Enfim. Não que isso tenha me feito confiar e esquecer as intrigas do passado com Severo, mas me fez parar para refletir um pouco.

"Quando tudo aquilo aconteceu, assim como vocês eu fiquei morrendo de ódio. Achei como todos que Dumbledore havia se enganado tolamente com Snape, tanto que acabou sendo morto, pelas mãos do próprio."

Snape fechou ainda mais a cara, ao ouvir a última frase, e seu rosto já cansado pareceu se contorcer com o esforço de continuar impassível.

- Mas - continuou Lupim, - Com o tempo eu comecei a me perguntar, o porquê Dumbledore confiaria tanto em Snape, se não tivesse uma prova absoluta de sua honestidade.

"E a reposta veio. Tão simples e tão óbvia. Me surpreendi por ter demorado tanto a encontrá-la, e também com o fato de ninguém ter conseguido descobrir isso antes."

- E o que foi? - perguntou a sra. Weasley, que até o momento parecia extremamente vermelha e nervosa, pronta para explodir a qualquer momento.

- Bom, o que Harry havia me dito não parecia fazer sentido. A história de que Snape ouvira parte da profecia, denunciara os Potter e estava arrependido. Quero dizer, foi uma atitude nobre, mas não era motivo para alguém confiar em outra pessoa. Por isso formulei minhas próprias hipóteses e cheguei a uma conclusão impossível de ser confirmada. Mas Severo apareceu, contando-me toda a verdade, e tudo se cofirmava com aquilo que pensara. Fazia sentido.

- E como sabe que ele disse a verdade? Isso não prova nada, professor - falou Rony.

Houve alguns murmúrios de aprovação.

- Não, não prova, mas você não acha mesmo que eu deixaria isso do jeito que estava, acha? Eu disse a Severo que só acreditaria se ele me deixasse ver cada detalhe do que andou acontecendo.

- Ver?

- Isso. Usei a Legilimência, e assisti a cada momento, cada situação passada por Snape, com Voldemort e Dumbledore.

- E isso bastou para você? Mesmo sabendo que Snape é um ótimo oclumente? - perguntou uma mulher esquisita, no centro da mesa.

- Claro. A oclumência é útil para se esconder os pensamentos, e não formular novas lembranças. É claro que ele poderia alterá-las, mas levaria muito tempo para que conseguisse alterar todas. Mesmo assim, talvez o trabalho poderia não ficar tão bem feito.

Harry lembrou-se da lembrança do professor Slugorhn, mas afastou o pensamento para voltar a prestar atenção.

- Eu descobri que o motivo da confiança em Snape era mais do que justa... Dumbledore só o aceitou de volta porque ele tinha uma garantia de que não voltaria a nos trair. Essa garantia, foi o Voto Perpétuo.

Arthur teve que pedir silêncio novamente, pois o barulho de murmúrios e conversas paralelas voltou a sobrepôr o círculo da Ordem.

- Por favor, escutem! Ainda há muitas coisas para serem faladas!

Harry estava frustrado; Frustrado pela presença de Snape, o assassino de Dumbledore; Frustrado por Lupim o estar defendendo; Frustrado pela explicação maluca fazer sentido...

Mesmo assim, não podia deixar de prestar atenção ao que era falado.

- Que tipo de Voto, Remo? - Tonks perguntou, num tom intencionalmente casual.

- Quando Severo procurou Dumbledore e contou estar arrependido por ter denunciado a Voldemort parte da profecia, e assim, responsável por certa porcentagem na morte... de Tiago e Lílian.

Lupim evitou os olhos de Harry ao dizer isso.

"Então, para ter a certeza de que poderia confiar plenamente nele, e ao mesmo tempo lhe dando o pior castigo que poderia receber: Fez Snape prometer que por arrependimento protegeria o filho daqueles que ele entregou, a qualquer custo, por toda a vida."

O queixo de Harry caiu, e a mão que segurava firmamente a varinha dentro do bolso escorregou.

- O quê? - murmurou baixinho.

- Pois é, Potter - falou snape, a arrogância de sempre. - tenho carregado este fardo há anos.

Harry não deu bola, continuou olhando para Lupim, esperando que ele repetisse.

- Mas... Remo - começou a sra. Weasley. - o fato de... Snape ter feito um voto perpétuo e ter sido obrigado a defender Harry, não significa que ele esteja completamente do nosso lado.

- Como não, Molly? - perguntou Lupim. - Harry atualmente é o pior inimigo de Voldemort. Não há como snape estar do lado de Voldemort se tem a obrigação de proteger Harry.

- Mas Dumbledore morreu - falou Harry, sem se conformar. - O voto acabou, se rompeu.

- Contudo, Snape me procurou mesmo assim e tem nos ajudado desde então. Não há o que questionar.

- E Dumbledore - falou Harry ainda mais alto. Sempre culpara Snape, sempre odiara Snape, e não seria agora que isso iria mudar. Não seria agora que alguém o convenceria da inocência daquele homem. - Dumbledore morreu! Esse covarde o matou!

Snape se levantou depressa. Uma fúria, um sofrimento, algo inexplicável estava estampado em seu rosto. Harry também sentia ódio, também estava furioso, e estava pronta para descontar tudo isso no ser a sua frente.

Todos pareceram congelar, olhando, atônitos para os dois bruxos.

- Não... me chame... de covarde...! - Snape exclamou entre dentes.

- E você é o que? - perguntou Harry tão alterado que sua voz soava estranhamente estridente. - Matou com suas próprias mãos o único que confiou em você, o único que te deu uma oortunidade!

- Harry... - Lupim tentou interromper, dando um passo para a frente.

- Não fale do que não sabe, Potter! - berrou Snape.

- Não sei? Eu estava lá! Eu vi! Eu vi você o matando!

Até a respiração de todos pareceu congelar naquele instante.

Até mesmo Lupim, parou com um pé a frente, como se estivesse se preparando para andar mais um pouco, mas parara assistindo a discussão.

Snape baixou a varinha lentamente, lívido.

- É bem típico da sua parte sair culpando a todos, Potter. Você não sabe quais foram os meus motivos, não conhece a situação. É simples demais botar a culpa em qualquer outra pessoa quando as coisas não acontecem do jeito que você quer!

- O que é? Vai querer dizer que não o matou agora? Ou que o Snape que eu vi atirando o Avada Kedavra em Dumbledore era um outro comensal disfarçando? - Harry soltou uma risada alta e falsa. - Não sei onde quer chegar com esse seu jogo, Snape. Assuma de uma vez! VO-CÊ-O- MA-TOU!

- EU NÃO... - Snape calou-se, e diminuiu o tom de voz, tentando não perder seu implacável controle. - Eu não queria matá-lo... - completou num sibilo.

Harry não disse nada, apenas ficou encarando-o. Não acreditava, claro, mas alguma coisa nos traços do seu antigo professor o fazia se calar.


- Sei que essa sua cabecinha é difícil de entender, Potter, mas as vezes você poderia passar a usar o seu cérebro e analisar a situação.

Harry ergueu as sobrancelhas, fingindo-se de surpreso, mas profundamente irritado.

- Usar o meu cérebro? E o que tenho para analisar?

- Você acha mesmo que eu mataria Dumbledore e viria até aqui depois para tentar convencê-los de que sempre estive do lado dele? Acha que eu me arriscaria assim sabendo que aqui teria grande parte dos bruxos do mundo todo que estão procurando por mim? Faria tudo isso... sem motivos nenhum? Eu não seria burro o suficiente para isso, Potter, talvez você sim, mas eu não. Vim até aqui porque tenho um motivo, e esse motivo é a minha honestidade.

Harry riu com ironia.

- O que ninguém aqui parece se lembrar, é de em um voto perpétuo, se inclue absolutamente tudo! Dumbledore me pediu para que defendesse Potter a todo custo, que nunca deixasse o Lorde das trevas se aproximar dele, e que permanece fiel a ordem da fenix. Isso incluía até mesmo matá-lo, se fosse necessário. Ele soube do meu voto com Narcisa, e decidiu que se fosse necessário, eu realmente o mataria, mas nunca abandonaria a ordem, e permaneceria com minha farça.

- Uma atitude digina de Dumbledore... - rosnou Moody, e algumas pessoas concordaram.

- A intenção de Dumbledore quando soube que Draco realmente precisaria cumprir a missão que dera o Lorde, era que eu também o protegesse, e garatisse que ele ficasse a salvo, mantendo ainda sim, minha farça e podendo continuar ajudando a ordem.

- O que ele tem feito até agora - completou Lupim. - Obrigada por sua explicação, Severo. Entendeu agora, Harry?

Mas Harry já estava saindo pela porta, transtornado e fazendo o máxico de barulho que conseguia fazer.

O motivo?

Não queria acreditar em tudo o que fora falado, não queria acreditar na inocência de Snape, tampouco aceitar falar nesse tom casual sobre a morte de seu diretor...

Harry chegou até o quarto de Sírius e se estirou na cama.

- Nossa, quem mau humor! - murmurou o padrinho do quadro, andando por todos os retratos até chegar mais perto do afilhado. - O que aconteceu?

- Nada... - murmurou Harry, baixinho.

- Ah, tá... E meu nome é Regulus Alexander Black. Desembucha logo! O que aconteceu?

Apenas uma palavra saiu da boca de Harry.

- Snape...

- Hãm? - repetiu Sírius. - Você disse Snape? Severo Snape? Aquele ranhoso esquisito?

Ele balançou a cabeça afirmativamente.

Sírius bonqueabriu-se.

- Mas... o que ele...


toc toc toc

Alguém bateu na porta.

- Harry?

A maçaneta girou e a cabeça de Lupim apareceu.

- Posso entrar?

- Huhum - respondeu Harry, sem se virar.

Houve uma batida suave, que significava que a porta se fechara. Em seguida, passos.

- Você está bem?

- Huhum - repetiu Harry.

Silêncio.

- Nem todos acreditaram na história de Snape - continuou o lobisomem, passando os olhos pelo quarto. - Querem uma prova.

Seus olhos se deteram no quadro de Sírius, que o observava de olhos arregaados, e seu queixo caiu, literalmente.

- Almofadinhas! - exclamou, olhando de Harry para Sírius e de Sírius para Harry (ou seria o contrário? )

- Aluado? - perguntou o outro.

Lupim começou a rir.

então é isso o que você tem feito todas as vezes que se tranca nesse quarto, Harry? Eu não sabia que ainda existia um quadro seu nessa casa, Almofadinhas.

Sírius apontou para seu quadro original.

- Feitiço de cola permanente, Aluado - respondeu ele orgulhoso. - Lancei antes de ir embora, queria que ela sempre se lembrasse de mim.

Os dois riram.

- Mas você 'ta velho, heim? - zombou sírius. - Não estamos em lua cheia, estamos?

- Não - respondeu Remo. - Graças a Merlim. Ainda estou me recuperando da última.

- E como é essa história de Snape? O que ele fez a Harry?

Lupim suspirou, parecendo lembrar o porque estava ali e se voltou para Harry.

- Contamos com você, Harry, para provarmos e tirarmos nossas dúvidas sobre a inocência de Snape.

Harry arqueou as sobrancelhas.

- Eu? - perguntou incrédulo.

- Ainda pelo fato de que eu possa estar agindo sob a maldição Imperius - respondeu Lupim com um sorrisinho. - Querem uma outra pessoas para confirmarem as lembranças de Snape, e como você se tornou um bom Legilimens...

- Mas porque eu? - Harry perguntou. - Há tantas pessoas na Ordem!

- Você é a pessoa menos provável de defender Snape, Harry. Qualquer um sabe disso, ou pelo menos ficaram sabendo hoje.

Harry sentiu o rosto queimar, mas Lupim apenas piscou e continuou.

- Na sua palavra irão acreditar, e é bom você ver com seus próprios olhos. O que acha?

Ele pensou por um instante. Era fato que se ele saísse porta a fora dizendo que Snape era inocente todos iriam acreditar. Ele, Harry Potter, defendendo o homem que todos sabiam que ele odiava, seria realmente um fato único. Mas será que ele estava preparado para ver a verdade? Porém... outro pensamento surgiu...

- Mas, professor, Snape vai permitir que eu simplesmente invada a sua mente para confirmar todas essas lembranças?

- Na verdade, ele não ficou muito feliz com isso. Mas como foi a condição de todos, ela acabou cedendo.

Harry apenas balançou a cabeça, em sinal de entendimento.

- E então, Harry? Você aceitará, não aceitará?

Ele não respondeu imediatamente. Olhou para o retrato de Sírius que parecia concentrado para entender a situação, mas que acenou, o encorajando, e ele aceitou.

Seria bom, na verdade. Nunca ia se conformar se não visse com seus próprios olhos tudo que havia acontecido.

Talvez nem assim se conformaria...

Ao sair do quarto com Lupim, para voltar até onde todos estavam, se pegou novamente pensando...


Será que estava pronto para ver a verdade?

<><><>

Ele estivera certo.

Não estava preparado.

Duas horas depois de invadir a mente de Snape, mais vários pares de lembranças que ele presenciou, acabou por confirmar as palavras dos antigos professores.

Vira que realmente, Snape e Dumbledore fizeram um voto perpétuo, onde além de fazer prometer que defenderia o "garoto Potter", Dumbledore o fez garantir de que se fosse preciso, ele até se viraria contra o próprio diretor para garantir com certeza a proteção dele. A sua proteção.

Isso o fez lembrar da noite em que foram atrás do medalhão. Dumbledore não lhe dissera que se fosse preciso, teria até que abandoná-lo, mas o obedeceria?

Ele não se sentira o pior ser do mundo ao ter que obrigar o querido diretor a tomar aquela poção verde, quando o próprio negava insistentemente?

Fora isso, vira também o momento em que Snape assistiu a Harry quase sendo derrubado da vassoura, e pôde até sentir o que ele sentira naquele momento; Não dó, mas medo. Medo de não conseguir cumprir com o que prometera, medo da falha.

Viu imagens apavorantes que mostravam momentos de reuniões entre comensais da morte, com Voldemort, e sem Voldemort. Coisas horríveis, olhares que davam arrepios; Assistiu ao voto perpétuo entre ele e Narcisa, vários momentos em que Voldemort exigia explicações sobre certos gestos e atos, sobre ajudas e apoios a ordem, etc, etc, etc.

Descobriu também, que naquele dia em Hogwarts, a poção Veritasserum fora alterada secretamente por ele, quando Belatriz o interrogou. E quando viu que ela estava disposta a matá-lo, tirou um pequeno galeão do bolso e o esfregou, antes de impedí-la.

A moeda, que ele sabia ser o código da Ordem, fora retirada do bolso de Quim, quando este foi morto, não por Snape, como ele pôde ver, mas por Belatriz.

Todas as explicações estavam lá, e todas foram dolorosas de assistir.

Embora... a pior parte foi confessar isso aos membros que aguardavam, inquietos, sua resposta.


♥=====♥

N/a: Então gente, acho que devo desculpas aqueles que acompanham a fic e que frequentemente visitam a página para saber se tem ou não atualizações, mas confesso que fiquei um pouco sem estímulo, já que o número de comentários foram lastimaveis... Quero dizer, agradeço aos dois (2?) que deixaram suas opiniões e nada foi feito por vingança, o problema foi que como parecia que ninguém estava lendo a fic, eu não achava um motivo para continuar postando, por isso, please, comentem sim? Façam uma autora feliz, e eu espero não demorar muito dessa vez. Ajudem aí!!!

bjos

Ah... E uma explicação: Quando escrevi a fic eu nem tinha uma idéia sobre o snape ser do bem ou do mal... Sinceramente eu não sabia o que colocar... reescrevi essa cena milhares de vezes por causa disso, e resoolvi colocá-lo de bonzinho porque me amarro nele... hauihaiuhaiuhai


bjãoooooooo



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