A Herdeira



N/A: Antes de mais nada, desculpem a demora! Quero que saiba que não abandonarei essa fic, afinal, ela ja está terminada no orkut. Só demoro porque eu quase não recebo comentários, e acreditem, isso desanima qualquer autor. Finalmente aprendi a formatar, graças a "Ruiva Potter", uma autora de ótimas fics daqui do site! Valeu ruiva!

E aí? Assistiram o filme? Preparem-se porque esse capítulo é grannndeeeeee!

Bjos e por favor.... vamos fazer uma criança feliz e comentar? Valeu!


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Harry, Rony e Hermione saíram do quarto com algumas malas (que haviam sido transportadas ára o hospital logo após o acidente) e encontraram muitos membros da ordem sorridentes esperando por eles.

- Até que enfim vocês saíram! - esclamou a sra. Weasley sorridente. - Vamos!

Hermione laçou um breve olhar para Harry, antes de responder:

- Ah, sra. Weasley... eu gostaria de passar no quinto andar com os garotos um minutinho. Sabe, estou com um pouco de fome...

- Ah, querida! Coma em casa! Vou preparar um ótimo café da manhã!

- Hãm... - Hermione pensou por uns instantes. - Obrigada sra. Weasley, mas eu já havia recusado o mesmo convite de minha mãe dizendo que ia tomar café aqui quando os meninos chegassem...

A sra. Weasley pareceu decepcionada.

- Ora, vamos, Molly - intrometeu-se o sr. Weasley. - Deixem os garotos... Vamos resolver os assuntos aqui no hospital, os Granger nos deixou o dinheiro para fechar as contas.

Ainda ouviram a sra. Weasley exclamar ao longo do corredor:

- Não vejo sentido em prefirirem tomar café num hospital!

Os garotos se entreolharam.

- Não foi tão difícil assim - comentou Rony.

Hermione suspirou.

- Não gosto de mentir para a sua mãe. Mas... bem, é por uma boa causa.

E lançou-lhes um olhar que Harry interpretou como um: "Ou estamos ferrados".

Chegaram ao 4º andar e puseram-se a observar tudo.

Muitas janelinhas e portas e um corredor infinito que abria para várias outras direções. Harry se lembrava muito bem da última vez que visitara aquele lugar, jamais se esqueceria...

Olharam receosos para a escada que levava ao 5º andar, mas ninguém fez comentários.

- Este é o quarto que está Lockhart - apontou Rony. - A enfermeira não havia dito que era o quarto onde ficava todos os pacientes que sofreram danos permanente.

- Sim, mas tenho certeza que não "quem" estamos procurando.

- Porque?

- Porque ela era descendente de Corvinal, vinda de uma familia rica. Devem ter separado um quarto mais individual para ela.

- E como vamos encontrá-la? Tem alguma idéia?
A pergunta foi Harry quem fez, mas a reposta não saiu da boca de Hermione, e sim, das mãos de Rony. (N/A: ah, não pensem esteira heim?)

Ele apontou para a frente, onde uma placa distante podia informar:

ÁREA RESERVADA
NÃO ENTRE SE NÃO TIVER PERMISSÃO!

- Vamos entrar? - perguntou Rony. Era óbvio que aquela placa não tinha significado algum para ele.

- Vamos - concordou Harry, mexendo nos bolsos.

Hermione mordeu os lábios, mas aceitou quando ele jogou a capa de invisibilidade em cima dos três.

Já não era mais como antes... No seu primeiro ano de Hogwarts, os garotos podiam revestir-se com a capa e andarem tranquilamente pelos corredores da escola em horários probidos, mas agora, era muito difícil conseguirem se expremer debaixo de uma única capa.
Rony, o mais alto, precisou encolher-se o máximo que pode, e ainda não tinham a certeza que seus pés estavam completamente tampados.

Mesmo assim, cruzaram as portas do corredor, o mais silenciosamente que puderam, e olharam porta por porta.

- Essa aqui está trancada - murmurou Rony. - Acho que está vazia.

- Ai, Rony! Isto é meu pé!

- Desculpa... É muito difícil andar com essa capa! Nós três somos muito grandes pra ela!

- Eu sei! Mas vamos fazer o quê? Vamos até aquela porta... AI! De novo!

- Psiu!!

Foi Harry. Ouvira passos. Dois curandeiros passavam por aquele corredor e pararam para conversar há uma curta distância do trio.

Com apenas um olhar, Harry mandou os amigos escutarem a conversa e pararem de brigar, ao que eles obedeceram prontamente apurarando os ouvidos.

- Muito mal, muito mal mesmo... - dizia um dos curandeiros.

- Mas o que aconteceu...? Você que estava lá, foi de repente?

- Foi. Estranho, ela estava se recuperando. Mas desde a queda de você-sabe-quem tem estado nervosa. Já é velha, aquele feitiço a detonou, pediu até para falar com a neta, hoje. Não vai ficar muito tempo viva, escute o que estou lhe dizendo...

- Pena, gostava tanto dela. Era um velha bem simpática, apesar de tudo..

Conversando, os curandeiros foram se afastando. O trio se entreolhou


De quem você acham que eles estavam falando? - perguntou Mione. - Acham que tem possibilidade de ser a... a herdeira?
Harry não respondeu. Mas sim, poderia ser a herdeira, assim como poderia não ser... Havia provavelmente tantas pessoas naquele andar!

- Uma coisa é certa - disse para os amigos. - Temos que andar depressa. Vocês ouviram o que eles falaram sobre essa pessoa? Se ela for a mulher que estamos procurando, não tem muito tempo de vida. Precisamos ser rápidos, antes que seja tarde e não consigamos obter a informação que precisamos.

Os amigos o olharam, espantados, só então ele percebeu quão incensível suas palavras deveriam ter soado. Constrangeu-se, mas os amigos não fizeram comentários.

- Eles vieram daquele corredor - informou Hermione.

- Vamos seguir seus passos - disse Harry, feliz por terem mudado de assunto.

Atravessaram a entrada e chegaram a um corredor diferente, não pela construção, mas pela pintura e pelo reflexo dos fracos raios de sol que entravam por uma janelinha lá no final.

Apertaram os passos, se dirigindo a porta mais próxima.

- Acho que não tem ninguém aqui. Podemos tirar a capa? Estou cansado de ficar trombando com vocês.

- Quem deveria estar cansada era eu, não Ronald? Perdi a conta de quantas vezes você pisou no pé, hoje.

- Querem tirar a capa, tirem - sibilou Harry em tom suplicante. - Mas eu agradeceria se falassem mais baixo.

Os garotos tiraram a capa, e Rony já estava com a mão no trinco quando a última porta abriu rangendo.
Tomado por um impulso e graças a seu reflexo, Harry agarrou Rony e Hermione pela manga das vestes e os puxou para o outro lado de um corredor próximo.

Paralizados e encostados na parede, escutaram apreencívos.

A porta se fechou, e Hermine tremeu com o susto.

- Psiu!

Houve o som de passos, e de uma pessoa chorando.
Uma garota.

Os passos foram se distanciando e Harry achou que era seguro sair detrás da parede. Saiu em tempo de ver um vulto passar para um outro lado.



- Harry! Volte aqui!

- Não há ninguém, podem vir!

- Quem era? - perguntou Rony, saindo de trás da parede.

- Não sei, não deu para ver.

- Essa foi por pouco - murmurou Hermione. - Tínhamos que tomar mais cuidado! Por sua culpa, Rony!

- Minha? - Rony estava indignado. - Por acaso foi eu quem mandou aquela pessoa sair do quarto naquele momento?

- Foi você quem sugeriu que tirássemos a capa! - retrucou a garota ríspida. - Olha, francamente, é melhor sairmos daqui antes que sejamos pegos.

- Mas - protestou Harry. - Temos que conversar com ela antes!

Hermione revirou os olhos.

- Nem sabemos onde ela está! Você quer conversar com ela como?
Harry ia argumentar quando viu que Hermione tinha razão. Contudo... Não podiam perder a opotunidade. Tinham quase certeza de que estavam no lugar certo, era só desobrir em qual quarto.

Sem dizer nada, ele se dirigiu ao quarto mais próximo e espiou por uma janelinha: estava vazio.

- Harry, o quê...?

Foi em direção ao outro, sem dar ouvidos aos protestos de Hermione. A janela estava fechada; abriu a porta: apenas um paciente homem dormindo.

No próximo, uma jovem, no outro, duas senhorar falantes tomavam chá, não teriam mais de 40 anos. Próximo: outro homem. No próximo: outra jovem. No próximo, no próximo, no próximo... A maioria das portas estavam trancadas, mas as janelinhas onde, provavelmente os curandeiros e enfermeiras visualizavam seus pacientes sem importuna-los, estava aberta.

Faltava apenas uma porta.

A porta que abrira quando eles tiraram a capa.

Sem pensar duas vezes, Harry se dirigiu até a porta e tocou o trinco. Rony e Hermione o seguiam sem dizerem nada.

Era sua última esperança... Ele rodou o trinco.

- Mas que Diabos vocês estão fazendo aí?

Harry soltou o trinco rapidamente, como se tivesse acabado de levar um choque. Rony se sobressaltou e Hermione soltou um gritinho.

Um curandeiro com um prancheta e cara de desconfiado se aproxiava deles.

- O que estão fazendo aqui? Essa é uma área reservada!

- Nós... hãm... nós estávamos...

- O que queriam neste quarto?

Uma idéia passou pela cabeça de Harry.

- Só queríamos visitar Beth, soubemos que seu estado piorou.

Era um absurdo, ele sabia. Nenhuma das informações que usou em seu argumento era confirmada. Podia por tudo a perder...

- Beth? - repetiu o curandeiro. - Beth? - Ele olhou para a porta e da porta para os três garotos. - Elizabeth?

- Isso - confirmou Harry.

O curandeiro empertigou-se.
- Vocês por acaso têm a autorização?

Todos olharam para Harry, que não soube o que responder. É... não tinha outra solução, eles se encrencariam.

Num movimento ligeiro, Harry pegou a varinha e exclamou.

- Obliviate!

O curandeiro parou. Seus olhos giraram nas órbitas, mas Harry, Rony, e Mione não ficaram para ver o efeito. Saíram desabalados pelo mesmo corredor onde aquela misteriosa pessoas desaparecera pouco antes. Seus passos ecoando no azulejo super limpo.

Não pararam de correr até chegarem de volta ao terceiro andar, as respirações descompassadas.

- Não sei se fizemos certo em enfeitiçá-lo - disse Hermione sem fôlego.

- Não havia outro jeito... - suspirou Harry, encostando-se na parede. - Iamos nos meter em encrenca... Mas agora já sabemos que é lá mesmo que ela está.

- É mais tem um problema. Como vamos entrar lá?

Harry avistou o sr. Weasle vindo em suas direções.

- Pensaremos num jeito e voltaremos aqui.

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O dia foi tranquilo na casa dos Weasley. A noite eles voltaram para a Sede, por infelicidade de Harry, que não queria nunca sair d'A Toca, por causa de Lupim, que dizia mais uma renião importantíssima e urgente.

Dessa vez, a reunião lotou bem mais do que no outro dia, estavam presentes todos que Harry sabia ser da Ordem e pessoas que eles nunca vira antes, até a professora Mc'Gonagall estava presente. Disse que pela urgência que demonstrou a carta de Lupim ela resolveu deixar a escola (e seus problemas) por algums horas pra frequentar a reunião.

- Obrigado, Minerva - agradeceu Lupim. - É realmente muito importante a sua presença aqui, temos um assunto bastante complicado a tratar.


- Está nos deixando curiosos, Remo - falou Quim Shaclebolt. - Será que já obtivemos a resposta pela qual tão intensamente nos dedicamos?

Lupim suspirou.

- É mais ou menos isso. Tivemos progresso, não minto, mas as coisas estão um pouco comlicadas para o nosso lado.

Uma mulher de aparência ranzina, a mesma que disse na reunião passada que não achava uma boa idéia dar a Malfy uma segunda chance, olhava desconfiada para os garotos, que estavam a ouvir tudo.

- Remo... - começou ela. - Acha mesmo uma boa idéia esses garotos assistirem a nossa reunião?

Harry não gostou do comentário, muito menos do tom que ela usou, mas gostou da resposta de Lupim.

- Ora, minha querida Amélia, se não fosse realmente importante ou se eles não se demonstrassem dignos de estarem aqui, certamente eu não os teria chamado!

A mulher não respondeu, mas não pareceu muito satisfeita com a resposta que tivera.

- E então, Remo? - Começou Moody. - Vai matar a nossa curiosidade, ou não?

- vou, claro. Mas aviso... não são boas notícias.
Algumas pessoas se entreolharam.

- Bom - continuou Lupim, - nós descobrimos onde será o "esperado" massacre de trouxas, e descobrimos algo sobre uma outra batalha que eles pretendem fazer.


- Outra batalha? - alguém perguntou. - Que história é essa?
- Sim, outra batalha... Ele ficou furioso quando a escola se reabriu, e é lá que ele vai agir mais uma vez...
- Não!
- Não pode ser!
- De novo não...
Harry ficou estático. Uma batalha em Hogwarts? A primeira coisa que passou por sua cabeça foi Gina. Estava correndo perigo...
- Quando vai ser isso?
- Aí está o problema, não sabemos. Teremos que deixar mais algumas pessoas de plantão lá, e invertarmos uma forma fácil para nos comunicarmos e aparecermos lá se o ataque começar.
- Hermione sabe de uma coisa que pode ajudar - Harry falou. A amiga corou e o olhou, repreendendo-o por chamar a atenção para a sua presença.
- Sério, Hermione? - perguntou Lupim, enquanto todos dirigiam seus olhares para a garota.
- Bom... - começou ela, tímida. - No nosso quinto ano, criamos um meio de nos comunicarmos... É através de galeões falsos. Há um para cada um, e quando quiserem avisar alguém de alguma coisa, ele esquentará.
- Excelente! - exclamaram algumas pessoas!
- Realmente..
- Tem certeza de que isso funciona? - perguntou a mulher chamada Amélia. - Afinal, foi feito pora dolescentes, não sei se é uma idéia muito confiável...
Tanto Lupim, quanto Harry e Hermione abriram a boca para argumentar, mas Rony foi o primeiro.
- É claro que funciona! Funcionou com a gente não funcionou? Os comensais também usaram essa forma para entrar na escola no ano passado. Além disse, ninguém está obrigando vocês a aceitarem isso. Se tiver uma idéia melhor pode expô-la para nós.

A mulher corou furiosamente. A sra. Weasley fez uma cara de quem colocaria o filho de castigo se ainda pudesse fazer algo por ele, mas ele era maior, e isso pareceu tê-la feito ficar de boa fechada.
Hermione olhou perplexa para Rony, e Lupim ficou esperando a resposta de Amélia. Alguns trocaram risinhos e piscaram para o ruivo. Pelo visto, aquela mulher era bem impopular.
- Bom.. - começou ela. - Se os comensais usaram, quero dizer... é confiável... Deve ser... bom, mesmo.
- Ótimo, então! - disse Lupim animado. - Se ninguém tem mais nada a reclamar será esse mesmo o meio de nos comunicarmos. Aqui está tudo o que se deve fazer... - Lupim tirou algumas folhas de pergaminho do bolso e magicamente escreveu algumas palavras, distribuindo para agumas pessoas do grupo.
- Mas, Remo... - disse Tonks, ao receber uma das folhas. - E os Dursley? Eu não posso deixá-los sozinhos... Se você me escolheu para ficar de plantão em Hogwarts, como ficará a segurança deles?

- Não se preocupe, Ninfa, mandaremos outras pessoas para ficarem lá. - O importate agora é a segurança dos alunos.
- Isso é um absurdo - disse baixinho a professora Minerva. Só então Harry percebeu que ela tinha os olhos vermelhos e que sra. Weasley a abraçava. - O que eles vão ganhar com isso? Quero dizer, não há mais nada em Hogwarts que possa interessá-los! Dumbledore...! Dumbledore já não está mais lá, não ha porquê acabar com a felicidade de crianças que não têm nada a ver com isso!
Ninguem soube o que dizer. A sra. Weasley deu alguns tapinhas no ombro da professora e esta, enxugou os olhos em um lenço.
- Professora? - perguntou Harry.
A bruxa o encarou, e o mesmo fizeram muitas pessoas ali presentes.
- Não se preocupe... muito. Com mebros da Ordem presentes ali eles não poderam fazer um estrago tão grande como da outra vez, nessa estamos todos preparados e temos uma forma de recrutar os outros que não estão lá. Além disso, Greyback está preso, tenho certeza de que se não estivesse ele iria até lá, mas já é um perigo a menos.
- O Harry está certo, Minerva - disse Lupim. - Saber que não necessitamos nos preocupar com Greyback a essa altura da campeonato já é um alívio. - Ele estremeceu. - E quanto a Hogwarts, eu não sei o que eles pretendem, mas sabemos muito bem que nem sempre os comensais e VOldemort têm algum motivo para fazer uma maldade, talvez a intenção deles é puro divertimento, ver-nos sofrendo e lutando com todas as forças enquanto eles se divertem a nossas custas...

A voz de Lupim foi sumindo conforme sua amargura se tornava mais intensa. Houve alguns segundos de silêncio, onde cada um daquela reunião se perdeu em seus próprios pensamentos. Até que, finalmente, o lobisomem os acordou.

- Bom - disse ele. - Quero que vocês vão hoje mesmo para a escola e patrulhem todas as entradas existente. Minerva... Aquele armário...?

- Destruído - informou a professora com a voz já um pouco mais firme.

- Ok. Então está tudo certo. Revezem-se e Hermione providenciará para mim aqueles galeões falsos, tudo bem?

A garota confirmou com um sorriso.

- Bom, agora vamos às "boas" notícias. O Massacre... Será feito em Londres, na estação de King Cross.

Harry já havia se adaptado com os gritos e exclamações que aquelas pessoas soltavam sempre que ouviam uma notícia como essa, mas nada o impedia de se assutar cada vez que alguém sentado próximo a ele soltava um desses gritos.


- Sim, sim, será na estação - A voz de Lupim sobrepôs a voz dos outros que falavam sem parar, indignados. - E isso será feito no dia em que ela estiver lotada, é claro. Será quando entram as férias, duas ou mais semanas antes do natal, ou da páscoa. Acredito que seja em dezembro, porque está mais perto, lógico.

- E o que vamos fazer, Remo?

- Avisar o ministério, lógico. Não sei se terá escapatoria, esse poderá ser o fim de dois mundos, e a união de um muito maior. Não sei se terá como impedir, só não sei como os trouxas vão se comportar frente a um ataque de magia.

Moody, sentado há algumas cadeiras de Harry, exclamou algo como:

- Típico..!

E outros:

- É o fim...

- A reunião está encerrada. Por favor, aqueles que ficaram de fazer o plantão em Hogwarts, aguardem que Hermione irá providenciar os galeões.

Hermione se levantou e saiu com Lupim. Houve um grande barulho de cadeiras sendo arrastadas e aos poucos, as pessoas foram saindo, conversando e comentando sobre a reunião. Harry e Rony, os únicos que sobraram sentados se entreolharam.

Não foi preciso palavras para expressarem o que pensavam.

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Era um lugar incrível...
Muitas árvores e muitos pássaros... Uma pequena cachoeira caía em um riozinho de águas cristalinas. Via-se até as rochas exóticas no fundo, brancas e lisas... Algumas de cores diferentes e impossíveis para rochas. Mas existia.

Harry passeava por entre essas árvores e o aroma de rosas invadiam sua narinas como se fossem presentes do céu. Uma paz... uma paz profunda pareceu se aninhar dentro do seu coração quando ele aspirou aquele perfume, tão profundamente que sentiu seus pulmões arderem em resposta. Ele avistou a cachoeira, e se sentou na margem do rio com os pés dentro da água. Estava fria, gostosa... dava vontade de mergulhar, mas ao invés disso, Harry afundou a mão esquerda dentro da água e "pegou" um punhado dela jogando na palma da mão direita e sentido sua frescura deliciosa. Repetiu esses gestos por várias vezes... Uma, duas, três, até que algo diferente aconteceu: No momento em que a água tocou sua mão, ela ardeu; intensamente que sua exclamação de dor se misturou com a do susto. Mas ela não parou de arder, não havia mais água, mas ela ainda ardia. O que estava acontecendo?

As imagens ao seu redor começaram a se dissolver, escurecer. Foi então que ele abriu os olhos. Estava deitado em sua cama improvisada na sede da Ordem, onde não havia cachoeira, não havia pássaros, muito menos a chance de uma profunda paz. Demorou para perceber que a queimação em sua mão ainda não parara, e quando isto ocorreu, imediatamente seus olhos correram até ela.

Sendo ou não efeito do sono e da tontura que tinha por ter acabado de acordar, Harry não entendeu quando percebeu que apertava um galeão na mão esquerda, apenas compreendeu realmente a gravidade da situação, quando um berro no andar de baixo o fez cair da cama.
Irritado agora por não estar mais apenas com a palma da mão ardendo, mas com a cabeça latejando no lugar onde bateu, ele entendeu o significado das palavras que berravam em algum lugar da casa.

- O ATAQUE COMEÇOU! ACORDEM! RECEBOS O SINAL! HOGWARTS ESTÁ SENDO ATACADA!


Foi realmente uma sorte que algumas pessoas da ordem estivessem presentes naquela noite. Como a reunião já terminara um pouco tarde e ainda ficaram conversando um bom tempo, muitos daqueles que não receberam a ordem de patrulhar Hogwarts ou de cumprir qualquer outra ordem para aquela noite aceitaram passar a noite ali. Isso fez com que todos recebessem mais rápido a notícia do ataque em Hogwarts, e imediatamente, já estava todos de pé, aparatando em Hogsmeade e voando até a escola.

Quando Harry, já curado da dor de cabeça, desceu e se preparou para ir, houve uma pequena briga na Sede.

- O que você está fazendo, Harry? - perguntou a Sra. Weasley.

Harry pensou não ter ouvio a pergunta direito.

- Hãm? Estou indo para Hog...

- De forma alguma, você vai ficar aqui! Isso é para os Aurores e membros da Ordem. Amélia já foi até o ministério para avisar. Se tiver alguém lá a essa hora da madrugada. não é?

Ela estava bem nervosa, provavelmente o pensamento dela se dirigia até o mesmo lugar que o pensamento de Harry: Gina.

- Desculpa, sra. Weasley, mas eu não vou deixar vocês sozinhos, eu vou até lá.

Rony apareceu vestido e com o rosto inchado.

- Acabei de ver a moeda. Vamos?

- O quê? De forma alguma! Já disse que vocês não vão!

Já não restava quase ninguém lá, Harry estava começando a se desesperar. Precisam ir, não sabiam em quantos estavam os comensais e quantos receberam o sinal, a Ordem poderia estar precisando de ajuda!

Hermione apareceu correndo, já com a varinha em punho, e com uma expressão extremamente amedrontada.

- O que vocês estão fazendo aqui ainda? Vamos logo!

- Ora, vocês só podem estar malucos! Não acham realmente que vão até lá lutar com bruxo adultos! Vocês vão ficar aqui!

Hermione a olhou espantada. Porque a sra. Weasley os tratavam como crianças se naquele exato momento sua ajuda porderia significar tanto para Hogwarts?

- Desculpe, sra. Weasley, mas não vamos ficar aqui enquanto Howarts é atacada. Nossa ajuda pode não significar grande coisa, mas é melhor do que nada.

- Harry, eu não quis dizer...

- Tudo bem, sra. Wealey. Lamento, mas nós vamos até lá.

A voz de Harry era tão firme e tão decidida que a sra. Weasley não encontrou forças para relutar, sozinha.
Apenas com um olhar na direção dos amigos, Harry confirmou sua partida.

Os três deram meia volta para se dirigirem a um lugar adequado para aparatar, quando um ruído vindo da lareira lhes chamou a atenção.

A cara preocupada do sr. Weasley apareceu entre as chamas.

- Eles estão em muitos... precisamos... ajuda...

- Arthur? O que está acontecendo?

Os garotos e a sra. Weasley se aproximaram até a lareira.

- O que houve?

- Muitos comensais... estamos em poucos... menoria... a lareira da Minerva...liberada... pó de flú...

- Ok - disse Harry. - Já estamos indo.

Ele se virou para a sra. Weasley, ao mesmo tempo que a cabeça do Sr. Weasley desaparecia da lareira.

- Tem pó de flú aqui?


Trêmula, a mão dela se levantou e apontou para um vasinho ao lado da lareira.

Imediatamente, Harry pegou um punhado do pó de flú e jogou-o na lareira, entrando logo em seguida.

- Chamem ajuda. Nem todos devem ter recebido o sinal.

A bruxa fez um sinal de entendimento com a cabeça, e se retirou, totalmente diferente do que estava quando o garoto anunciou que iria até a escola. Foi a última imagem que ele viu, antes de gritar: Hogwarts! e ir parar, logo em seguida, na lareira da professora de Transfiguração.

Ele saiu de dentro das chamas, espalhando cinzas para todos os lados. Estava silencioso. Onde estaria ocorrendo a batalha?

Rony apareceu ao seu lado, repleto de cinzas também, com a varinha preparada.

- Hermione está vindo. - disse ele.

Mal terminou de dizer e Hermione apareceu.

- Onde estão eles? - perguntou, ao sair de dentro das chamas.

- Não sei. Devem estar longe daqui, pelo silêncio. Vamos procurar.

Fiquem preparados.

Os três saíram da sala, andando lentamente e com os ouvidos atentos para qualquer tipo de ruído.

Ficaram andando assim por alguns segundos, o único som que havia era o de seus passos. Até que..
- Esperem!
Harry sentiu a mão de Hermione bloqueando sua passagem, se virou para olhá-la e se assutou ao ver a expressão atemorizada que tinha em seu rosto.

- O que foi?- perguntou Rony.
Harry seguiu os olhos de Hermione e viu que no outro corredor uma sombra se aproximava, prestes a cruzar o caminho com eles.
A um sinal positivo, os três ergueram as varinhas e ficaram preparados.
A pessoa estava cada vez mais próxima, e eles puderam perceber com clareza que tombava para todos os lados. A mão de Harry tremia enquanto empunhava a varinha, mas ele, apesar disso, a mantinha firme.

Estava chegando...

Muito próximo...

Harry se preparou, pensando em um feiiço útil... Se decidiu pelo estupefaça...

Faltava pouco agora, pode escutar Hermione prendendo a respiração...

Foi a vez dele prender a respiração. O vulto cruzou o corredor e apareceu imediatamente na frente deles. Era Quim.

O susto maior, foi o seu estado. Havia cortes por todo o seu rosto e corpo. Suas vestes estavam enxarcadas de sangue, seria muito difícil que algum pedaço de tecido estivesse seco. Por alguns instantes os garotos ficaram parados, sem saberem o que fazer. O bruxo também os encarou, mas logo em seguida suas forças pareceram ter chegado aos seus limites, e ele caiu no chão.
Despertando de seu torpor e náuseas que começavam a lhe dar pelo forte cheiro de sangue, Harry percebeu Hermione correr até o homem, e a acompanhou, seguido por Rony.
Harry já sabia qual era o feitiço que havia feito aquele estrago, e também suspeitava quem o havia lançado. Só podia ser...
Um onda de raiva sem tamanha invadiu seu coração, que ele só se obrigou a afastá-la para ouvir as palavras incompreencíveis que Quim tentava dizer...
- Ele... ele está aqui... Atrás... Potter...Tentei avisar... Não consigo... fraco... cuidado...S-n... s-na...
A cabeça dele pendeu para o lado, os olhos abertos.
- Ele não está...?
- Morto - confirmou Harry, com um suspiro.

Aquela sensação horrível voltou a tomar conta dele.
Se levantou.
- Harry, a onde você vai? Não podemos deixá-lo aqui!
Ele se virou, viu que a amiga tinha lágrimas nos olhos.
- Levem-no para a sala da Mc'Gonagall. Depois desçam para ajudar. Preciso ir, a Ordem deve estar perdendo.
E ele começou a correr, de olho em tudo o que via e de ouvidos apurados para tudo o que escutava.
Não soube quanto tempo ficou correndo, até que escutou algo que o fez parar imediatamente. Era risos... risos que tentavam abafar gritos de dor... e eram gritos horríveis. Ele reconheceu naquele momento quem estava rindo, e (com uma pontada dolorosa em seu coração) pensou também que já sabia de quem eram os berros e o que estava causando esta reação.
- Ora, vamos lá, lobinho, reaja. Assim parece um pouco difícil para você conseguir defender a morte de seu amiguinho, não é?
Os gritos continuavam... Em pânico, Harry tentou chegar até eles. Virou o corredor e encontrou Lupim se contorcendo no chão e Belatriz, com a varinha apontada em sua direção. Ela ergueu os olhos depressa ao ver o garoto, e o feitiço cessou, assim como os gritos.
Harry apontou a varinha para a bruxa e gritou: "expiliarmus", mas ela desviou, e sem aviso e o surpreendendo, começou a correr, ao invés de lutar.
Enquanto corria na direção de Lupim para vê-lo como estava, escutou-a gritar, apesar de não entender o significado das palavras.

- Ele está aqui! O plano funcionou!
- Professor...
- Harry... - Lupim não conseguia falar direito, ficara muito tempo sob a maldição. - Eu vou ficar bem... vá embora... estão atrás de você...
- O quê?
- Querem pegar você, Harry... não devia ter vindo... vá embora...
- Eu não vou embora - disse Harry firme, tentando colocar o professor sentado. - Vim ajudar vocês...
Harry agora tentava carregar Lupim até a sala de aula mais próxima.
- Eu vou ficar bem, é melhor ir...
- Fique aqui, professor, eu vou lá embaixo, é bom que não o achem aqui.

- Harry... Harry, não vá...
Mas ele não o escutou, colocou a capa de invisibilidade que trouxera sobre o professor, e continuou a correr.

Já podia escutar a gritaria que vinha do andar de baixo. Começou a correr desesperadamente e se confundiu com os gritos que vinham do andar de cima. Se estava certo, os comensais já haviam se espalhado por toda a escola!

A escada para o andar de baixo estava mais próxima, então Harry decidiu-se por ela. Desceu pulando uns quatro degrais ao mesmo tempo; virou o corredor a esquerda e já pode ver vultos duelando no outro corredor. A gritaria perfurando cada vez mais os seus tímpanos.

- O que está acontecendo?
- Aquele é o Potter?
- Harry!

Harry parou derrapando, virou-se para trás e um segundo depois já estava correndo na direção oposta. Alguns alunos da Grifinória estavam descendo as escadas e se aproximando, desconfiados, do local do duelo.

Tentando não gritar para não chamar a atenção dos comensais, fez sinal de silêncio com uma das mãos e com a outra pediu para que parassem.

- Voltem! Não... Não deixem que desçam! Se tranquem na torre! Rápido! - ele tentada dizer, enquanto empurrava uns terceiristas para de volta a escada.

- Harry?

Ele estacou.

Gina e Neville estavam no alto da escada. Ele parecendo animado com a presença do amigo e ela, já desconfiada de que algo estava acontecendo.

- Gina... Volte para a torre! Não deixe ninguém sair de lá! Iremos avisar quando tudo ficar bem!

Enquanto falava, Harry continuava empurrando os espantados garotos. Entre eles Simas Finigan e Colley Creevey.

- Subam depressa! Não há tempo para explicar! Gina... - ele olhou suplicante para a garota. - Por favor, não deixe ninguém sair!
Volte para a torre e mantenha todos lá dentro!

Gina confirmou com a cabeça, assutada, e Harry voltou a correr na direção dos duelos.

Os vultos pareciam mais próximos agora. Será que a intenção era mesmo essa? Se espalhar o suficiente para confundi-los e tornar mais difícil a luta?

Empunhou a varinha e virou o corredor: a primeira coisa que viu foi Tonks e um comensal de costas para si. A bruxa arregalou os olhos ao vê-lo, e antes que o comensal pudesse se virar...

- Estupefaça! - berrou Harry.

O comensal caiu de costas, e ele olhou em volta. Tonks agora duelava com um outro comensal que Harry não conhecia. Viu oo sr. Weasley encurralado, tentando lutar com dois comensais ao mesmo tempo; estava com uma coloração meio pálida e parecia que alguns furúnculos brotavam em seu corpo. Se dirigiu até lá.


- Expiliarmus! - berrou para o comensal mais próximo. A varinha da bruxa formou um arco no ar e caiu aos pés de outros que duelavam.

No movimento da luta, acabaram pisando e a varinha se partiu.

A comensal soltou um urro de raiva. O outro se virou para duelar com Harry, que estava preparado.

- Cruc...

- Protejo! Exp...

- Protejo! Tarant...

Harry bloqueou. Do canto dos olhos viu o sr. Weasley escorregar até o chão.

- Sect..

Harry senntiu como se seu corpo estivesse sendo prenssado contra a parede, mas desviou antes que o feitiço fosse completamente pronunciado.

A bruxa sem varinha correu para fugir, mas Moody, que tinha um profundo corte no rosto a enfeitiçou e ela ficou inerte no chão, completamente amarrada.

- Impedimeta!

O raio passou raspando na orelha de Harry, e ele a sentiu esquentar.

- Precisa melhorar sua pontaria - zombou ele. - Ponto pra mim.

Frustrado, o comensal atirou outro feitiço, tão rápido que Harry nem teve tempo de desviar, mas nem foi necessário, pois o raio passou a dois metros dele e foi atingir o comensal que lutava com um auror, atrás deles.

- o quê...?

Harry riu com desdém.

- Não entendi - zombou. - Esse foi ponto pra mim ou pra você?

- Ora, seu...!

Do nada, um feitiço veio a cabeça de Harry, e ele o lançou no adverssário. Imediatamente ele começou a engasgar e brotaram espumas cor-de-rosa em sua bca. Harrry notou no mesmo instante a semelhança com o seu pai, e sentiu-se orgulhoso por isso.

Aproveitou o momento e gritou:

- Accio Varinha!

Olhou para os lados e viu que um outro comensal também errava bizarramente sua pontaria. Surpreendeu-se. Exceto por um feitiço para confundir, ninguém erraria daquela form...
Olhou novamente para os lados. Avistou o que imaginaria que avistaria em algum lugar: Um dos gêmeos (Harry não sabia se Fred ou Jorge) Estava com a varinha apontada para aquele comensal e murmurava alguma coisa. O outro, se aproximava cautelosamente so sr. Weasley e o reanimou com algo que lhe pareceu um doce de suas invenções. As feridas foram se fechando, e o bruxo logo estava de pé, pronto para um novo duelo.

Harry continuou olhando ao redor, se tivesse alguém precisando de ajuda ele não poderia ficar ali parado.

Todos estavam em duelo. esceto uns quatro aurores que Harry imaginou estarem "apena" (esperava ele) inconscientes, e uns seis ou sete comensais amarrados.

Correu, atirando alguns feitiços sempre que um comensal se voltava para ele. Não parou para ver o efeito; o falso galeão queimava em seu bolso e, pelo visto, não era ninguém daquele andar.

Voltou pelo caminho que fizera para chegar até ali. Virou o corredor, subiu as escadas e, pronto. O barulho de baixo não mais se fazia ouvir, tudo estava silencioso. Seguiu em frente, começando a se preocupar. A luta teria acabado? Por quê? Por que o silêcio? Mas se havia acabado por que o chamaram ?

Virou um novo corredor, que pelas suas contas o levaria até a escada para o andar de cima.

Errou. O corredor não o levaria até as escadas. Na verdade, não o levaria a lugar algum. Foi pôr os pés naquele chão frio, ao dobrar o corredor, que uma fraqueza tomou conta de si, e ele perdeu completamente os sentidos. Não pôde nem perceber uma mão pesada segurá-lo pelo colarim das vestes e arrastá-lo para uma sala de aula vazia.

Ou quase.

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- O Lorde das Trevas sempre tem razão!

- Sempre. Agora cale-se. Vamos esperar ele acordar.

- Cale-se? Que autoridade você pensa que tem sobre mim para mandar-me calar?

Alguém suspirou.

- A autoridade que o Lorde das Trevas me deu, Lestrange. Agora poderia deixar suas amarguras de uma comensal desamparada de lado para tentarmos resolvermos este assuto? Ou você quer fracassar pela... Vejamos... Terceira missão para o Lorde?

A fala que se seguiu soou furiosa, e estridente.

- Eu não fracassei! Não foi culpa minha! O erro foi dele! Não fez o que eu havia mandado! E quanto a você, Snape, não tem nada que me repreender! O Lorde está tão furioso com você quanto comigo, se não estiver mais!
Snape a fuzilou com os olhos, e dessa vez, sua tão costumeira calma havia se dissolvido.

- Já disse que não tenho nada a ver com isso, Belatriz, quantas vezes terei que repetir isso a você e ao Lorde?

Belatriz riu.

- Então você assume, não é? O Lorde não acredita mais tão intensamente em você, não é?

- O que você queria? Você mesma testemunhou a ele que eu e Narcisa fizemos um voto pérpetuo. Mas garanto-lhe que ele já fez tudo o que podia, e viu que eu não lhe escondo nada.

- Você tem meios de esconder-se através de falsas lembranças e pensamentos, Snape. Você fez o voto! Alguma coisa deve ter feito, se não já devia ter morrido.

- O voto cancelou-se com a morte de Narcisa, Belatriz - retomou Snape, e agora, decididamente havia irritação em sua voz. - Francamente, os anos que passou ao lado dos dementadores em Azkaban danificou tanto assim o seu cérebro a ponto de esquecer-se disso?

Belatriz abriu a boca para responder, mas voltou a fechá-la. Harry, depois de vozes incompreencíveis terem soado na sua cabeça e ele começar a ouvir e decifrar todas as palavras, abriu os olhos.


- Ora... não é que o garotinho Potter acordou?
Snape se virou, detendo os olhos escuros e firos em Harry.
Aquela sensação de raiva, ância, ódio, voltou a tomar conta de Harry, e ele teria pulado no pescoço daquele traidor naquele momento e estrangulado-o se não tivesse notado que estava amarrado, tanto em braços e pernas, quanto mãos, pés e todo o corpo.
Ainda estava tonto, mas sabia ue quem estava naquela sala, além de Snape era Belatriz. Ficou em dúvida entre qual queria matar primeiro.
Snape fez uma expressão esquisita, uma careta que seria até engraçada se não estivesse num rosto tão repugnante! Harry conhecia aquela expressão muito bem para saber que era a tentativa de um sorriso. Um sorriso cínico e repleto de desdém.

Snape abriu a boca, enfurecido, pronto pa- Veja... A bela-adormecida acordou!

Se feitiços fossem lançados pelos olhos, Snape, coitado, se transfiguraria numa espéie de Gnomo, com a pança maior do que a de Horácio Slughorn e seus caramelos cristalizados, os cabelos desgrenhados e verdes de um sereiano, com um olho igual ao de Moody e o outro igual ao de Sibila Trelawney por detrás daqueles óculos esquisitões, girando como um frango assado sobre uma fogueira acesa e rodeada por canibais com pratos e garfos preparados nas mãos.

(N/A: Deu pra entender a intensidade da coisa neh?)

Ufa... foi uma cena tão gostosa de se imaginar...

- O que está pensando, Potter? No mundo cor-de-rosa?
Harry encarou aquele rosto que tanto odiava.
- Nem imagina o quanto - falou, saboreando cada sílaba.


Os olhos de Snape faíscaram.

- Arrogante como sempre, Potter.

- Cínico como sempre, Snape.

Snape abriu a boca, enfurecido, pronto para corrigir Harry da forma tão vulgar que pronunciou seu sobrenome, mas deve ter lembrado que não tinha mais poder para exigir algo assim, pois fechou-a, contrariado.

- Vejo que esses meses só aperfeiçoaam sua semelhança com seu pai, Potter. Cada dia que se passa sua arrogância e criancice vão se tornando uma cópia dele.

Harry riu baixinho.

- Seus velhos elogios não me comovem mais, Snape - falou. - Arranje outros.

Belatriz entrou na conversa.

- Ora, a criança não quer brincar? Que triste... Bom, senão nos resta outra saída, então, vamos ao que interessa. Snape?

Snape se adiantou com um vidrinho nas mãos.

- Abra a boca, Potter.

Harry o encarou, a boca completamente fechada. Aquilo seria Veritasserum?

- Abra a boca, Potter, ou nós a abriremos para você.

Harry continuou de boca fechada.

- Ora, me dê esse vidro aqui!

Belatriz arrancou o vidro da mão de Snape, e abrinco a força a boca de Harry, jogou o líquido que continha ali dentro.

Ele engasgou, tentando não engolir o líquido que escorria por sua garganta, mas não deu.

- Pronto, Belatriz - disse Snape, se sentando em uma das carteiras. - Ele é todo seu. Questione-o.

Belatriz se voltou para Harry, os olhos faíscando.
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Narrado por Harry:


Tentei, mas não consegui impedir que me forçassem a tomar aquela poção, que provavelmente seria Veritasserum. Eu não podia tomá-la, revelaria tudo: as Horcruxes, a sede da ordem da Fenix, seus membros... Tudo! Foi nesse momento que senti a moeda ardendo de novo. Quem estaria precisando de ajuda?

Belatriz olhou para mim, seus olhos faíscando.

- Então, Potter - disse ela. - Vamos começar... por Godric's Hollow. O que você estava fazendo la?

Continuei encarando-a. Na verdade, não estava com a mínima vontade de responder.

- E então? VAmos tentar de novo. O Lorde das TRevas acredita que você e seus amiguinhos estão armando alguma cosa, Potter, e ele quer saber o que é. Fomos atrás de você, mas aquela velha nojenta da pensão os deixou escapar. É claro, quando este interrogatório terminar, você irá embora conosco, não se preocupe. Agora, responda, Potter! O-quê-você-fazia-em-Godric's-Hololow?
Então Voldemort continuava me seguindo? Precisava tomar mais cuidado, então. Agora... Sério mesmo! Qual era o efeito da poção? Eu não estava sentindo nada, e muito menos estava com vontade de responder alguma coisa. Mas... para evitar uma dose definitiva, respondi alguma coisa.

- Fui visitar o túmulo dos meus pais.

Ela me encarou, impaciente.

- Será possível? Potter, o intrometido e arrogante fazer alguma coisa sem uma segunda intenção?

- Afinal - falei sem me controlar - O que há em Godric's Hollow que Voldemort tanto teme que eu encontre?

Belatriz estremeceu dos pés a cabeça.

- Insolente! - berrou com a voz estridente. - Como se atreve... pronunciar...

Ela empunhou a varinha na minha direção, e pela primeira vez, cheguei a temer o efeito de minhas palavras.

Snape, até o momento sentado na carteira atrás dela com um sorriso entortando os lábios, se levantou, empalidecendo.

- O que pensa que está fazendo? - grunhiu, segurando o pulso que Belatriz empunhava a vainha.

- Eu odeio esse garoto! Ele tem que morrer! O Lorde vai nos agradecer por isso! Você verá...

- Largue esta varinha, Belatriz, Largue...!
A porta se abriu com um estrondo, e por entre ela
vários membros da Ordem apareceram.

Por uma fração de segundos todos pararam. Os comensais surpresos pelo aparecimento repentino, e os membros da ordem supresos pela cena que viram: Harry amarrado, Belatriz com a varinha apontada em sua direção e Snape segurando seu pulso, tentando afastá-la da direção do garoto.


Em seguida, meia dúzia de feitiços foram pronunciados da porta, e dois "CRAQUES" vieram do lugar de onde estam os comensais. "Estavam", porque não estavam mais. Desaparataram.

- O quê? - perguntou Hermione, perplexa, ainda encarando o lugar onde estiveram os comensai. - Como eles desaparataram? Não se pode desaparatar nos terrenos de Hogwarts!

- Não até hoje - disse a professora Minerva. Ela tinha os cabelos um pouco soltos do seu coque sempre tão rigidamente arrumado. - Mas eu liberei a escola dos feitiços depois que começamos a perder. Achei que facilitaria para a ajuda chegar...

- E facilitou, Minerva - disse Moody, colocando uma mão sobre o ombro da professora, em um geso solidário. - Os membros do ministério vieram até aqui aparatando, enão, não teriam chegado a tempo.

Rony se adiantou para ajudar Harry.

- O que aconteceu? - pergutou ele. - Os comensais? A luta?

- Vencemos - disse Tonks. - A maioria dos comensais foram pegos e o pessoal do ministério os levou, alguns conseguiram fugir quando viram que se podia aparatar.

- E lá em cima? Havia luta lá também, não havia?

- Sim - respondeu Rony. - Depois que... Levamos o corpo de Quim para a sala da professora, saímos, e como não sabíamos onde vocês estavam tomamos o caminho de cima. quando chegamos os comensais já estavam perdendo, mas resistiam. Senti a moeda arder mas naquele momento estava me esquivando de um Avada Kedavra, e não pude descer.
- Eu não - disse Mione. - eu tentei ajudar, mas todos estavam dando conta do recado, então desci , fui quando vi você enfraquecer num corredor e Snape carrega-lo até uma sala de aula vazia. Desconfiei na hora que ali deveria haver uma espécie de gás, pois Snape usava uma máscara, então tomei outro caminho e fui pedir ajuda.

- Antes que a Granger nos encontrasse, a moeda ardeu de novo, e isso facilitou o nosso encontro - explicou Moody.

- Mas teve um grande intervalo entre um chamado e outro - argumentou Harry. - Hermione ainda não os havia encontrado?

Ele olhou para a amiga.

- Tive um contratempo com um comensal bem chtinho no caminho. - explicou ela.

- Bom, mas seja como for - disse Tonks - nós não saberíamos que você estava corendo perigo senão nos ouvisse, Harry. Foi bom ter se lembrado da moeda.

Harry franziu as sobrancelhas.

- Mas não fui eu. Eu não usei a moeda em nenhuma das duas vezes!
Todos se entreolharam.

- Quem foi então?

- Ei! - disse Tonks. - Onde Remo foi parar?

Harry sentiu o coração acelerar.

- Ele está bem - disse. - Mas deve estar precisando de ajuda. Encontrei Belatriz o torturando.

Ele explicou a Tonks onde o avia deixado e contou sobre a capa de invisibilidade. Ela se retirou, acompanhada por Moody e mais dois aurores.

Restaram apenas Harry, Rony, Mione, A profª Minerva, o sr. Weasley, e os gêmeos.

- Parece que alguém perdeu uma moeda - disse Fred se abaixando e recolhendo uma moeda de baixo da carteira, onde minutos antes, Snape se encontrava sentado.

- Espere... - disse Hermione tomando a moeda da mão do gêmeo - Esse é um dos galeões encantados!

- Tem certeza? - perguntou Harry se aproximando.

- Claro! Segure.

Harry segurou a moeda, enquanto Mione procurava algo nas vestes.

Ela tirou um galeão idêntico aquele do bolso e o esfregou. No mesmo instante, o que Harry segurava começou a queimar em sua mão.
- Estranho - murmurou Harry.
- Todos estão com suas moedas?
- Eu não recebi uma, cara - disse Fred.
- Nem eu - completou Jorge.
- A minha também - disse a Profª Minerva.
- Está com a sua, Harry? - perguntou o sr. Weasley.
- Sim - respondeu sem confirmar, nem precisava, pois o lugar onde a moeda estava no seu bolso, queimava.
- Bom, todos que estavam aqui tinham uma, pois foi assim que receberam o aviso.
- Estranho - repetiu Harry, as sobrancelhas franzidas. - Quem estaria sem? Só se for...
- O que está acontecendo? Um novo ataque? Cadê os comensais? Cadê?
Moody entrou desabalado na sala, acompanhado pelos outros aurores que desceram para ver Lupim. Estavam todos ofegantes.
- A moeda... - ele ofegou. - O que houve? Quem chamou?
Todos se entreolharam, em seguida, desviaram os olhos para a moeda nas mãos de Mione.
Ela corou.
- Desculpem... eu... me esqueci.
Harry caiu na risada, gesto que foi imitado por todos daquela sala, exceto os recém-chegados, que aidna estavam ofegantes.
- E a TOnks? - perguntou o sr. Weasley. - Encontraram o Remo? Ele está bem?
- Sim... - Moody suspirou uma última vez, e retomou, com a voz bem mais firme. - sim, ele está bem, mas a maldição o enfraqueceu bastante, ainda tem alguns efeitos colaterais como tremedeira e falta de consciência por alguns instantes. Tonks já aparatou com ele para a sede.
- Ótimo - disse a professora. - Então eu acho melhor vocês irem também, eu tenho que desbloquear os feitiços anti-aparatação...
- Ah... professora?
- Sim, Potter?
- Será que nós poderíamos ... hãm... Aproveitar a nossa presença aqui e visitar a torre da Grifinória?
A professora o encarou por um momento. O mesmo fizeram Rony e Hermione no primeiro instante, mas depois também se voltaram para a bruxa, anciosos.
- Claro, Potter - respondeu ela, incrivelmente, sorrindo. - Vocês devem estar com saudades da escola. Podem durmir aqui até de manhã se quiserem, depois eu libero a rede de pó-de-flú para vocês voltarem.
Harry olhou para o Sr. Weasley.
- Tudo ok...?
- Claro. Avisarei lá. Podem ir.

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Depois de terem pegado a senha com a diretora, os garotos subiram até torre da Grifinória.

- Frescor de pinho. - murmurou Rony para o quadro da mulher gorda. Mas ela não girou.

- É verdade? - perguntou ela. - É o verdade o que os quadros estão dizendo? Houve guerra lá embaixo?

- Frescor de pinho - repetiu Hermione.

- O quê? Estão mentindo não estão? Ora, onde já se viu, comensais da morte em Hogwarts! Era só o que faltava para detonarem a escola de vez, eu não sei o...

- FRESCOR DE PINHO! - berrou Harry. E o quadro girou.

A sua primeira impressão foi de que não havia ninguém na sala comunal naquele momento, mas aos poucos algumas cabeças foram se ocultando por detrás de algumas poltronas, e alguém retirou um enorme sofá do lugar, revelando algumas pessoas sentadas no chão.
Gina entre elas.

- Vocês estão bem? - perguntou Harry.

Bastou isso para que todos começassem a falar ao mesmo tempo.

- O que aconteceu?

- Porquê não podíamos descer?

- O quê era aquela gritaria?

- Os quadros falavam algo sobre um ataque. Isso é verdade?

- Harry! - chamou Gina, mas alto do que deveria. Isso fez com que todos se calassem.

- Será que você poderia explicar? Isso é, se todo mundo calar a boca, não é?

Ninguém disse nada.

- E então, Harry?

Harry inspirou profundamente, vendo que não poderia mentir, explicou toda a situação, sempre tentando narrar de um jeito que não fizesse as pessoas entrarem em pânico, claro.

No fim, todos os desesperos acalmados, as expliacações dadas, e as dúvidas esclarecidas, todos foram dormir, já deveria passar das quatro da manhã! Hermione também subiu para o seu dormitório, exausta. E Rony, após ter recebido um beijo da irmã, também subiu para o dormitório dos garotos.
Restava apenas, Harry e Gina.

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Narrado por Gina

Fiquei olhando o meu irmão sumir, e depois, encarando o a escada vazia. Estava ainda um pouco envergonhada pela "briga" que tive com o Harry antes de vir para a escola, por isso, não conseguia encará-lo. Mas tomei que ele me olhava insistentemente, e ergui os olhos.
Os meus encontraram com os seus, verdes ao extremo, e no instante seguinte, tentava lutar com a minha vontade de pular em seus braços e dizer tudo o que estava sentindo. Minha aflição de pensar que ele poderia ter morrido ou se machucado seriamente para vir até aqui, me proteger, proteger meus amigos, protejer o mundo.

Mas, por Merlim! Porque ele tinha que se arriscar tanto? Porque ele tinha que ser maluco? Ter essa mente metida a herói para salvar todos e esquecer da sua própria vida? Das pessoas que o amam tanto e o desejam tão bem?

Isso... eu odiava nele! As vezes parecia que ele se esquecia completamente da sua própria vida! No princípio, assumo, isso era o que mais chamava atenção nele para mim, atitudes que me deixavam admirada e ainda mais apaixonada. Mas agora meu medo de perdê-lo era tão grande! A realidade do que o esperava e, automaticamente ME esperava estava tão próxima... Ñão posso negar que entro em pânico, só de pensar...

Porém... Ao mesmo tempo! Não adiantava ficar brigada com ele. Foi esse o caminho que ele escolheu seguir. O, como ele mesmo me disse uma vez, o caminho de encarar de frente a situação, e não esperar escondido até que ela chegue. Eu tinha que aceitar. Ele nunca mudaria de opinião, e eu aceitaria. Viveria junto dele o tempo que Merlim quisesse, até o momento que ele decidisse.

Não resiste, e fiz o que pensei em fazer no começo; pulei em seu pescoço, e o abracei bem forte.


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Narrado por Harry:

- Gina... - murmurei, retibuindo o abraço que ela me deu tão de repente, fechando os meus olhos e me deixando embebedar por aquele perfume maravilhoso que me reconfortava.

- Eu não sei... juro que eu não sei o que dizer para você... se agradeço por tentar salvar minha vida de novo, se peço desculpas pelo nosso último encontro, ou se brigo com você por colocar sua vida em risco de novo.

A voz dela soava em tom difícil de se enteder, eu não sabia se era uma bronca, se era um agradecimento ou um pedido de perdão, mas sabia que por seus soluços, ela estava chorando.

Porque? Porque tudo aquilo estava acontecendo com a gente? Acho que eu só queria poder ficar com a Gina e ter uma vida normal com ela. Me formar, terminar a escola, escolher uma profissão, ter uma família... Sem problemas. Sem Voldemort. Uma vida normal apenas...

- Não fale nada - respondi, tentando manter a voz firme e controlar meus sentimentos. Não podia enfraquecer na frente de Gina. Não por questão de orgulho de homem nem nada, mas para não deixá-la ainda mais preocupada, ainda mais triste. Minha função era continuar a dizer que tudo ficaria bem, e que ela não se preocupasse. - Não precisa dizer nada. Deixe tudo como está...


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E foi o que eu fiz... Eu não disse nada. Eu não fiz nada, a não ser apertar o abraço e não deixá-lo se afastar um cm sequer de mim. Queria ele ali, junto a mim, para que nunca se soltasse, para que nunca corresse o risco de o perder.

Nos afastamos um pouco, e nos sentamos numa poltrona próxima, sem desmanchar o contato visual. Era como se palavras fossem ditas apenas com o nosso olhar. Difícil explicar as atitudes de quando se está apaixonado, muito menos as sensações que temos apenas por olhar, por pensar... Por amar.
Deslizei os dedos por aqueles cabelos rebeldes, e acariciei o seu rosto.

- Pra variar, está machucado - disse ao deter os olhos em pequenos arranhões que ele tinha no rosto. Ele sorriu.

- Não é nada - respondeu. - Você deve estar cansada. Se quiser ir descansar, tudo bem.

- Está me mandando embora?

- Não! - Harry quase gritou. Comecei a rir.

- Eu sei que não, só estava brincando. Você me parece mais cansado do que eu.

- Bem... estou um pouco. Você sabe... a noite foi longa...

Ele suspirou.

- Bem... mas me conta, como foi que conseguiu segurar esse bando de adolescentes rebeldes sem apelar?

Ele acabou me perguntando algo que não era verdade, e me fez corar.

- Na verdade - assumi. - Eu TIVE que apelar. Fiquei plantada na frente do quadro durante longos minutos, e só quando me cansei, fui me sentar, mas ameacei lançar minha azaração para arrebater bicho-papão se eles se levantassem.

Harry ficou me fitando, espantado. Não sabia se isso era uma tentativa de me repreender ou olhar de admiração.

Mas ele logo caiu na risada.

- Pelo visto, sua noite tembém foi bem cansativa. - ele brincou.

- Bem... um pouco - disse, imitando o mesmo tom que ele usara para me dizer a mesma coisa.

Ele começou a acariciar os meus cabelos.

- Acho que você precisa mais disso do que eu. - disse-lhe, sorrindo.
Ele apenas ficou me fitando, enquanto eu o sustituía nas carícias.
-Vem... - chamei.
A um aceno de cabeça meu (uma autorização para ser mais exata) ele se acomodou no sofá e deitou-se no meu colo.
- Vai voltar para casa amanhã? - perguntei.
- Sim, a Minerva nos deixou ficar por hoje.
- Mas vocês vão para minha cada, ou vão para a sede.
Harry hesitou antes de responder.
- Para a sede. - disse por fim.
- Harry... - chamei, pacientemente. - Se você não quer mais voltar para lá, avise o pessoal, eles vão entender. Acho que mamãe e papai só estão morando lá por causa de você.
Novamente ele pareceu pensar antes de responder.
- Tenho que ir para lá. Lupim está sozinho também, e isso facilita o encontro da Ordem, mais pessoas na sede, você sabe. Nâo posso deixá-los na mão por causa d-de u-um cap-pricho... - ele completou, bocejando.
Tinha mais coisa para dizer. Pensei em dizer que ninguém entenderia aquilo como um capricho, mas não deu. Percebi que ele estava com sono, então parei de falar, apena continuei acariciando seus cabelos, enquanto ele pegava no sono.
Fiquei observando-o enquanto dormia, suas pálpebras fechadas sem esforço; sua respiração lenta e ritmada. Enfim, o Harry que poucas vezes encontrávamos: um Harry tranquilo, sem preocupações, sem desafios...
Mesmo com dó de acordá-lo, tive que fazer um pergunta, o sofá poderia não ser muito confortável.
- Não quer dormir na cama? - perguntei. - Vai acabar com dor nas costas...
- Não... - ele resmungou sem abrir os olhos. - Quero ficar aqui...
- Ok, então... - disse, dando-lhe um beijo na testa, e também me acomodando melhor no sofá. Não dava para ficar extremamente confortável, mas eu não estava ligando muito, só queria ficar ali, ao seu lado, tê-lo dormindo ali comigo, era perfeito.

Não dormi, apenas fiquei observando-o... adimirando-o... pensando... em tudo que vivemos, em tudo que nos aguardava, em tudo o que ele estava disposto a enfrentar... Era demais! ! Demais para um garoto... digo, para um rapaz, pois Harry já não era mais aquele garotinho que eu encontrara uma na estação de King Cross, no primeiro dia que Rony fora para Hogwarts. Agora, muitos outros desafios, muitos outros pesadelos, estavam a sua espera. E a minha, por amá-lo. Não que isso me atrapalhasse. Apesar de saber e temer o que viria a seguir, o que mais cedo ou mais tarde poderia acontecer, eu nunca me arrependi de ter feito essa escolha. Nunca me arrependi de me apaixonar pelo "garoto que sobreviveu"...

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O dia amanheceu. Não que isso signifique que Harry dormiu muito no sofá da sala comunal, porque já era bem tarde quando eles chegaram, mas mesmo assim, o acordei. Eu não havia pregado o olho a noite (no caso a madrugada) inteira, apenas fiquei zelando por seu sono. E não estou reclamando! Acho que foi a melhor noite que já passei na minha vida! Nunca cansei-me de olhá-lo, e fazer isso em um momento de tão doce inocência, em que ele não me percebia, foi decididamente maravilhoso. Ele acordou, esfregando os olhos, e abrindo um leve sorriso ao me ver.
- Dormi no seu colo o tempo todo? – perguntou.

-Sim - respondi, afastanto seus cabelos da testa, em um sinal de carinho. O dia amanhecera chovendo, e aquele som de chuva criava um clima espetacularmente perfeito.
- Como você dormiu então? Oh... já sei... você acabou nem dormindo por minha causa, não é? Deveria ter me acordado, eu ía para outro lugar...
- Não tem problema - respondi depressa. - Não estava com sono, nem estou. Fiquei observando você dormir. Parecia tão tranquilo...
Ele se levantou.
- Realmente - disse. - Nunca dormi tão bem na minha vida...
Sorri, mas caíamos no silêncio logo em seguida.
- Promete que vai me escrever? - perguntei-lhe, tomando coragem.
Ele desviou os olhos, mas os egueu novamente na minha direção.
- Prometo. Mas não será com muita frequência... você sabe... corujas chamam muita atenção... e... são tantas coisas para resolver...
- Claro - apressei-me a responder.
Novamente caíamos num silêncio, até que passos nas escadas nos fizeram desviar o olhar.


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- Já acordaram? - perguntou Hermione.
Harry e Gina se entreolharam, mas confirmaram com a cabeça, apesar de um discreto sorriso ter enfeitado ambos os lábios naquele momento.
- Vão tomar café da manhã aqui? - perguntou Gina.
Harry fez que sim com a cabeça.
- Vou acordar o Rony - disse se levantando e dando um celinho em Gina. - Senão ele dorme a tarde inteira...

A manhã foi tranquila. Uma manhã que Harry nunca pensou que voltaria a ter, chegou até a se esquecer dos problemas que tinha a resolver... Das Horcruxes, da perseguição dos comensais, dos ataques, da fuga de Draco, da vingança com Snape, do caso da moeda, das mortes... Apenas curtiu mais uma manhã sob um teto chuvoso e tranquilo, na mesa da Grifinória, acompanhado pelos amigos e os poucos colegas que voltaram a Hogwarts nesse ano.

Mas sempre a alegria chega a seu final, e a hora da partida chegou, tão rápido quanto as duas semanas seguintes que passou na sede da Ordem.

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Era começo de outubro...
Aquele dia amanhecera frio, muito frio.

A chuva caía com estrépito do lado de fora da casa, e o garoto Potter que já não era mais um garoto, se revirava na cama; uma expressão perturbada no rosto onde uma cicatriz fininha em forma de raio se sobressaía do rosto pálido.

Era uma espécie de cabana, toda de madeira, onde o frio penetrava e arrepia os corpos presentes, encapuzados.
Estavam ajoelhados, cabisbaixos, esperando algo.

Com um estrépito, uma porta se abriu, e entintivamente, mesmo sem se voltarem para aquele que entrava, os arrepios se tornaram mais profundos. E isso não tinha nada a ver com o vento gélido que a porta aberta trouxe para dentro daquele aposento.

Foi com um baque surdo que ela se fechou. O som da madeira sendo tocada por pés frios e descalços parecia o sino que tocava, anunciando a morte.

Os passos pararam logo atrás dos vultos ajoelhados no chão, e eles não se atreveram a olhar. De repente, uma voz fria fez-se ouvir.

- Crucio!

Gritos ressonates soaram de um dos vultos, que agora, sem o capuz, mostrava ser o de uma mulher. Ela se contorcia e seu corpo todo implorava pela morte. Até que os gritos cessaram, e ela ficou deitada, imóvel.

O outro vulto se preparou: Era a sua vez agora, ele sabia, e nem teria como se surpreender se não soubesse, a dor que veio a seguir o atingiu tão densamente que ele não pensava, não raciocinava, nem escutava seus próprios gritos.

Mas cessou.

- Outra falha - soou uma voz fria. - O que fazer com vocês dois? Juro, Belatriz, que se não fosse pela lealdade que certa vez demonstrou, estaria morta agora. Severo...
- Milorde... - murmurou o homem. - Milorde, eu não...
- Silêncio!
Houve uma pausa.
- Oh, Severo... Se não fosse pelo favor que me prestou com a morte daquele velho, eu não pensaria duas vezes antes de matá-lo. Contudo... se eu descobrir que ainda me esconde algo...

A voz se perdeu, assim como os pensamentos de Snape, que vagavam ao fim da frase de Lord Voldemort.

Se os gritos continuaram...
Se a frase chegou a ser terminada depois daquela suave pausa, não houve uma testemunha. A quilômetros... muitos... Harry Potter era acordado por um par de mãos que o sacudiam.

- Harry... Acorda!

Ele abriu os olhos. Deparou-se com Rony, que o olhava curioso.

- Está tudo bem? - ele lhe perguntou.

- Sim... - respondeu Harry, um pouco desnorteado. - Um sonho... só isso.

- Já está na hora de levantar, mamãe venho nos chamar, mas eu acho que você não ouviu...

- Não, não ouvi - assumiu ele.

Rony se sentou aos pés da cama do amigo, enquanto este erguia o corpo e colocava os óculos.

- Que tipo de sonho foi esse? - perguntou o ruivo.

- Snape... e Belatriz. Tenho certeza de que eram eles. Foram castigados...

Rony permaneceu em silêncio.

- É bem feito para eles... - continuou Harry. - Merecem isso e muito mais.

Ainda assim, permaneceram em silêcio por alguns segundos.

- Harry - Rony chamou de repente. Ele ergueu os olhos, e deparou-se com o rosto do amigo em uma expressão preocupada. - Acho melhor você tomar mais cuidado. Quero dizer... você vai ter que tentar treinar melhor a sua Oclumência, pois a essa altura, você-sabe-quem não pode de forma alguma ter acesso a sua mente.

Intimamente, Harry concordou. Mas isso era tão difícil! Sem contar que ter acesso a esse tipo de imagem era valioso, muito valioso, e ele teria que abrir mão disso.

- Ok, vou ver o que posso fazer - falou automaticamente.




Os dois desceram para tomar café, mas não encontraram Hermione. Não ligaram. Na noite anterior eles ficaram até tarde tentando pensar em um jeito para entrar no hospital e conversar com a Herdeira, já que todas as outras idéias que haviam tido falharam nas duas últimas semanas de tentativas, então eles suspeitavam que a garota resolvera dormir um pouco mais, porém... Até o horário do almoço ela ainda não havia aparecido, e apenas lá pelas três horas da tarde é que eles descobriram o porquê.


Alguém bateu na porta do quarto dos garotos.

- Entre - disse Harry.

Hermione entrou, radiante.

- Olá garotos!

- Nossa... isso é efeito do sono prolongado? - perguntou Rony, em tom de zombaria.

- Sono prolongado? - repetiu Hermione em tom indignado, mesmo sem desmanchar o sorriso do rosto. - Que sono prolongado? Eu estive estudando. Estudando, pesquisando, estudando, e pesquisando. Você se lembram que eu falei que o nome da herdeira era Elizabeth Antony Mc'cakle Colloy Rawenclaw?

- Eu lembrava que era mais ou menos isso - disse Harry. Achava meio que impossível decorar um nome daquele tamanho. - Mas o que que tem?

- Esse era o nome de solteira...

Ela fez uma pausa, como quem está prestes a soltar o melhor da festa mas estivesse com medo de dizer e acabar com a graça.

- E então? - encorajou Harry.

- Bom, eu descobri o nome de casada, e, com isso, fica esplêndidamente fácil conseguirmos um jeito de conversar com ela.

Outra pausa. Os garotos já estavam ficando impacientes, afinal, qual era a notícia? O que haveria de tão importante nesse nome que os ajudariam a chegar a té a herdeira?

- E então? - Foi a vez de Rony, que parecia ainda mais impaciente do que Harry.

- Bom, o nome de casada dela era Elizabeth Antony Mc'cakle Colloy Rawenclaw Milani!

Os garotos se entreolharam. Ambos pensando a mesma coisa.

- E isso ajuda a gente como? - perguntou Rony.
Hermione olhou para Harry, como quem diz: Pelo amor de Merlim, pelo menos você tem que ter entendido! Mas ele não havia compreendido nada, e tentou dizer isso com um olhar de desculpas.

- Elizabeth Rawenclaw e Milani - recomeçou Hermione tentando ser paciente, - tiveram um filha que se casou com um bruxo chinês. E o nome dele era CHANG!


- Chang? - repetiu Harry, a ficha finalmente
caindo.
- É. E tem mais!
- Mais? - perguntou Rony.
- Sim. Achei a cópia de um documento antigo com a foto do marido da filha da herdeira, esse tal de Chang, e fiquei sabendo que eles tiveram uma filha.
Ela mostrou aos garotos um recorte d' O Profeta diário, onde uma foto bruxa de um homem chinês piscava, com uma criança recenascida no colo. Os traços de seu rosto eram levemente familiar.
- Bom, está óbvio não está? Olhem para ele! Estava na nossa cara e nem desconfiamos!
- É - concordou Harry. - Esteve o tempo todo na nossa cara... Pelo menos, agora está tudo mais fácil! Precisamos ir até lá e pedir a Chô que nos ajude a falar com ela.
- A Chô? - repetiu Rony. - Porque? O que tem a ver?
Hermione girou os olhos.
- Ora, Rony, porque ela é a neta da herdeira! Você não viu a foto? Não entendeu ainda?
ROny contraiu completamente o rosto, em uma tentativa de compreender.
- Vocês não estão querendo dizer que a Chô é a...
- Neta da herdeira. É exatamente isso o que estávamos querendo dizer, Ronald.
- Eu devia ter entendido isso há mais tempo - disse Harry. - Me lembro de Chô ter dito algo sobre ter ido visitar a sua avó que estava no quarto andar na primeira vez que nos encontramos lá. Ela disse que a velha estava internada lá há bastante tempo. Depois que descobrimos que Elizabeth estava lá no St. Mungus eu devia ter interligado os fatos.
Ele franziu a testa, lamentando por sua estimável burrice, e pensando que eles poderiam ter perdido menos tempo se tivessem entendido desde o principio, mas mudou de idéia. Ao invés de ficar se lamentando para sempre, resolveu agir.
- O que vamos dizer a Chô para que nos deixe falar com sua avó? - perguntou.
Hermione ficou pensativa.
- Não sei... Não podemos contar nada sobre as Horcruxes claro, seria loucura. Mas podemos tentar dizer que precisamos perguntar algo a ela e que seria muito importante. Quem sabe ela não nos deixa entrar? Temos que convencê-la.
- É...
- Mas Harry...
Harry voltou a encarar a amiga.
- Acho melhor ir só você.
- Por que?
- Por que Chô não vai muito com a nossa cara... você sabe...

Sim, ele sabia. Sempre culpara Rony por estar dizendo besteiras e coisas sem noção na frente de Chô, na época que estavam juntos. Hermione... agora que tudo acabara, ela não se importava mais com ela, mas talvez ainda tivesse na cabeça que tudo não dera certo por causa dela. E isso não era uma boa ajuda.
- Eu vou sozinho então. Vou amanhã.


E no dia seguinte, Harry cumprira sua palavra: aparatou até Londres e pegou o caminho até o ST. Mungus. Pediu para falar com Chô, a assistente, e quando a garota apareceu, surpresa, e o cumprimentou, seus dedos se cruzaram nos bolsos das vestes, enquanto buscava o que falar.
- Desculpa te chamar assim... Estava muito ocupada?
- Não - ela lhe respondeu, desfazendo o olhar curioso e tentando fingir que aquele encontro era extremamete normal. - Eu até tinha um tempinho livre agora, estava esperando uns 20 minutos para dar uma outra dose de poção a um paciente. É uma gracinha, coitado, mas o caso é muito grave, tem que ficar tomando poções diferentes de hora em hora, e...
E Chô foi falando, falando, falando desse seu paciente e os problemas de pessoas que utilizam plantas sem saber realmente a sua especialidade e efeito, até que olhou no relógio e viu que já dera a hora da nova dose de poção.
Harry ouvia tudo atentamente, fingindo-se de interessado. Quem sabe assim não conseguiria quebrar o gelo entre eles e conquistar no mínimo um pouquinho da sua confiança para que o ajudasse a conversar com a herdeira? Quando ela disse que precisava subir, ofereceu-se a ir com ela, e os dois subiram até o segundo/terceiro andar.

Era um velhinho muito simpático, que parecia mais uma criança de colo na medida dos cuidados precisos. Tinha um queimadura em todaa extensão visível do corpo. De acordo com ChO, estaria ali há mais ou menos um mês, sempre tomando as poções.

Foi apenas quando saíram que ela suspirou e o encarou.
- Mas então? Você disse que queria falar comigo e eu até agora não lhe deixei falar. O que era?

Harry inspirou profundamente, lembrando-se do discurso que tinha elaborado ontem na frente do espelho.

- Chô... eu preciso falar com uma pessoa, internada neste hospital. Soube que ela estava aqui por acaso, mas ela é uma pessoa muito protegida aqui dentro do hospital...

- Área reservada? - perguntou Chô com ar de quem sabe de tudo.

- Isso.

- Hum... será meio difícil conseguir que entre, eu não tenho poder algum para conseguir isso...

- Não.. mas nesse caso você teria.

Ela olhou-o, curiosa. Harry continuou.

- Descobri que por uma nova conhecidência, ela é uma pessoa muito próxima a você.

Finalmente, a garota começava a compreender.

- Você está falando...??

- Da sua avó. Elizabeth. Preciso muito falar com ela.

Chô abriu uma expressão de desamparo.

- Não sei o que você quer com ela, Harry, mas acho que não tem como eu conseguir isso para você. Ela andou piorando, e minha família exigiu cuidado máximo. Não podemos deixar ninguém entrar.

- Chô... é realmente importante. Sua vó sabe de coisas que podem mudar muito para mim. Eu posso descobrir coisas através de uma simples conversa com sua avó que podem ajudar até mesmo o mundo bruxo...

A garota o olhou, ainda mais curiosa.

- Seria alguma coisa a ver... com você-sabe-quem?

- Pode se dizer que sim.

- Mas... isso seria impossível! O que minha avó poderia saber sobre ele?

Harry suspirou.

- Se pudesse... lhe contaria, mas eu não posso. Precisava muito vê-la, Chô, será que você não conseguiria? É a neta dela...

- Olha... se é realmente importante...
Ela o olhou, interrogativa, e ele apressou-se a confirmar.

- Muito.

- Eu posso tentar... Entraremos lá escondido, e se alguém aparecer posso dizer que você tem a minha autorização. Mas não sei se vai funcionar, seria melhor que você fosse breve o suficiente a ponto de que não precisemos inventar desculpas. Ninguém sabe se eles vão cair.

Harry pensou por alguns instantes. Não sabia quanto tempo levaria para extrair as informações que precisava sobre a tiara e tal... Mas se era o único caminho que tinham...
- Tudo bem. Você pode conseguir isso hoje mesmo?
- Posso. Venha comigo.

Harry acompanhou-a sentindo-se um pouco nervoso.
Era agora... Sua chance de descobrir novas pistas, de continuar sua luta, de dar progresso a essa guerra entre o bem e o mau...
Era agora que novas pistas poderiam surgir para ajudá-lo nessa batalha, ou agora que ele se decepcionaria de vez, se caso nada do que fosse tratado ali tivesse algum progresso. Mas ele iria tentar. Estava ali para dar o máximo de si e descobrir tudo o que havia para descobrir.
Não havia esperado tanto por isso? Todos aqueles dias tentando descobrir como chegar na herdeira de Rawenclaw para extrair todas as informações possíveis sobre a possível horcruxe?
Agora, finalmente a hora chegara. Era só pôr em prática o seu plano. A guerra entre o bem e o mau, o mundo bruxo, dependia disso. Ele iria fazer de tudo...

Os dois chegaram a porta do quarto que Harry já conhecia de vista. Chô também parecia nervosa.
- Espero que realmente isso seja importante, Harry.
- Senão fosse, eu não teria pedido para você fazer todo esse sacrifício, não se preocupe.
A garota olhou para os lados, vendo que não havia ninguém no corredor, abriu a porta e deixou que Harry entrasse primeiro.

O que viu não foi o que imaginara que veria.
Não havia nenhuma velhinha deitada na cama, semi-consciente, cheia de rugas e cabelos brancos, com uma aparência doentia. Mas havia uma senhora, aparentemente bem simpática, com uma touca na cabeça, avental amarrado na cintura, com uma vassoura na mão. A julgar pelo monte de poeira armazenado aos seus pés e a posição da vassoura, Elizabeth não estava se preparando para voar, apenas varria o chão.

Ela ergueu os olhos à entrada do garoto, uma expressão sonhadora, e sorriu ao ver sua neta entrando logo atrás e fechando a porta.

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Narrado por Harry

- Chô! - exclamou a velhinha, jogando a vassoura no chão enquanto ia abraçar a neta, causando uma enorme massa de poeira entre nós.
Me surpreendi, é verdade. Não imaginava que havia tanta poeira num hospital assim. Deveria ser mais Higiênico.
- Vovó - começou Chô. - Cof, cof, onde foi que você arrumou toda essa terra.
- Ah - a velhinha corou, como uma criança que tenta esconder uma arte. - Eu conjurei.

- Conjurou? - repetiu Chô, perplexa.
- É, é... sabe como é... não tinha nada para fazer então fui varrer o quarto, mas não tem graça varrer um quarto limpo, então eu fui lá, e conjurei a poeira.

Ela pestanejou, inocentemente. Eu teria rido se a situação não fosse tão complicada. Será que ela estava falando sério mesmo? Aquilo não era apenas mais uma brincandeira?
- Conjurou a poeira? - repetiu Chô, pela sua reação, aquelas atitudes eram normais. - Então dessa vez a senhora conseguiu se lembrar do feitiço para conjurar poeira?

A velhinha inclinou o rosto, ainda inocente.
- Hãm?
- Vovó - continuou Chô, como quem fala com uma criança rebelde. - Da última vez, a senhora não conseguiu se lembrar do feitiço, e para fazer a poeira, quebrou um pedaço da parede. Não voltou a fazer isso, voltou?

Houve uma pausa.

- Eu não lembrei mesmo? - perguntou Elizabeth.
Chô suspirou.
- Eu já volto, vou verificar - disse para mim, nos deixando sozinho ali.
Um pouco constrangido, me virei para olhar Elizabeth, e ela me encarava fixa, inocente, e constrangedoramente.
- Hum... oi. - disse incomodado com o jeio que ela me olhava.

Assumimos, era um pouco cômico o jeito daquela senhora, ela ficava inclinando o rosto para todos os lados a todos os momentos, e seus olhos piscavam animadamente, enquanto seus lábios se desenhavam em um sorriso quase imperceptível.
- Hum... oi. - ela respondeu, me imitando.

Voltei a olhar para o lugar por onde Chô sumira, ainda mais constrangido e desejando que ela aparecesse logo. Estava começando a me incomodar com os olhares fixos de Elizabeth.

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Você é Harry Potter? - perguntou ela de repente.

- Hum... sim - respondeu Harry, sem saber exatamente o que dizer.

Como ela o reconhecera? Tá certo que qualquer um o reconheceria no mundo dos bruxos, mas ele jurava que ela não iria conseguir chegar a essa conclusão, graças ao seu estado de saúde.

As feições de Elizabeth por alguns segundos ficaram diferentes. Parecia a expressão de alguém pensativo, quando uma situação é analizada. Um mistura de dúvida e surpresa.

Mas Chô escolheu exatamente aquele momento para gritar.

- Ai, vovó... Embaixo do tapete de novo!!

A bruxa corou, e sua expressão de sonhadora voltou.

Chô voltou a entrar no quarto, um pouco menos paciente do que da outra vez.

- Vovó... a senhora fez um buraco no chão de novo? E ainda escondeu com o tapete?

- Hãm... tapete? O que tem o tapete? Buraco no tapete? É só mandar remendar, o tapete...

- E o chão?

- Remendar o chão?

Chô bufou.

- Vou conversar com o doutor Philiphes, ele vai lancçar aquele feitiço de novo, no chão e nas paredes...

Ela encarou Harry.

- Vou ter que deixá-los sozinhos, acho que você não vai conseguir muita coisa, mas... bom, boa sorte. - Ela se virou novamente para a avó. - Vovó, esse é Harry Potter e ele quer falar com a senhora. Vou deixá-los aqui daqui a pouco eu volto. Comporte-se, heim?

Elizabeth apenas piscou.

Chô saiu do quarto, e aquele silêncio voltou a reinar entre Harry e ela.

Depois de ficar alguns minutos encarando a porta por onde Chô havia sumido, tentando pensar na melhor maneira de entrar no assunto, Harry percebeu que estava sendo observado.

Virou-se novamente para a Herdeira, afim de começar o assunto, e a ponto de vê-la com aquela mesma expressão de curiosidade. Mas ela mudou rapidamente, e agora o fitava sonhadora.

- Hãm... - Harry resolveu começar. - Eu precisa lhe perguntar umas coisas... Será que a senhora se importaria...?

Ele deixou a frase perder-se.

- Perguntar? - repetiu ela. - Perguntar? Mas eu não sei...
- Hum... não sabe o quê?
- O que vai me perguntar.
- Mas eu ainda não perguntei...
- Então, por isso mesmo.

Harry estava confuso.

- Por isso mesmo o quê?
- Por isso mesmo que eu não sei o que vai me perguntar, porque você ainda não me perguntou.

Harry pestanejou.

- Hãm... certo. Então depois que eu perguntar e a senhora souber a respota, a senhora me responde?
- Como eu vou saber a resposta?
- Eh... como? Bom, não sei, são coisas que a senhora deve se lembrar.
- Mas eu não me lembro.
- Não se lembra do quê?
- Do que você perguntou.
- Mas eu ainda não perguntei.
- Ah!

Aquilo estava começando a irritar.

- Bom, - começou um pouco hesitante. Será mesmo que conseguiria obter alguma informação? - A senhora é herdeira de Rawenclaw, não é?
- Ah, sim, sim... RAwenclaw... herdeira... sim, sim...
- Então. A senhora se lembra daquela tiara que herdaria, no dia... no dia venho parar nesse hospital?

Os olhos dela se perderam, cintilando. Não parecia mais a mesma.
- Hum... senhora?
Ela voltou a olhá-lo, um brilho intenso nos olhos.
- Será que a senhora poderia me contar o que aconteceu naquele dia?
- Não sei - respondeu ela automaticamente,
- Não sabe? - repetiu Harry. - Mesmo? Ou tem medo de me contar?

Novamente Elizabeth o encarou, os olhos com um brilho que não tinha nada de aluciação.

- Não poderia...

Perderam-se em silêncio.

- E se eu disser que seria muito importante? Que o mundo dos bruxos pode depender dessas informações que eu estou lhe pedindo?

Dessa vez, os olhos negros da herdeira fitaram-o, amedrontados.

- A profecia é verdadeira, então?

Harry surpreendeu-se mais uma vez, não apenas pelo fato de ELizabeth saber da profecia, mas pelo tom que sua voz soara. Não havia nada de loucura nela.
Sua voz era tão firme, tão lúcida, quanto o olhar que ela lhe lançava naquele momento, e ele começou a enxer-se de esperança também. Se ela não era louca, seria mais fácil fazê-la contar o que sabia.

Vendo a sua surpresa, Elizabeth falou, sorrindo.

- Sei que está surpreso, se não estiver chocado, mas eu realmente não sou louca. Há tempo que me curei completamente do feitiço.
- Mas então, porque ainda está aqui? - perguntou Harry.
- Aqui estou segura - disse ela, dando de ombros.

Harry impertigou-se.

- Segura? - repetiu.
Ela deu apenas uma breve resposta.
- Sim.
- Niguém sabe? - perguntou Harry, tentando descobrir mais.
- Não, iriam me tirar daqui.
- E não quer sair?
- Já disse, aqui estou segura. Não corro riscos.
- Riscos de quê?

A velha limitou-se a olhá-lo pelo canto dos olhos.
- Você não respondeu a minha pergunta - ela disse, após alguns segundos. - A profecia é verdadeira?
- Sendo ou não - começou ele. - eu vou atrás dele, por isso preciso de sua ajuda.

Ela suspirou.
- Sinto muito, mas não sei no quê posso te ajudar.
- Me conte o quê sabe - continuou ele, resolvendo não perder mais tempo. - Preciso daquela sua lembrança... O que aconteceu no dia em que a tiara de Rawenclaw foi roubada?

Novamente, ela apenas suspirou e o olhou pelo canto dos olhos.
- Não houve nada que possa lhe ser útil.

Harry ficou em silêncio, pela expressão no rosto da bruxa, ela tinha algo para lhe contar.
- Acho... - começou ela, mas se calou.
- Acha? - encorajou Harry.
- Tenho certeza de que o que sei não o ajudará em nada, mas...
- Mas?
- Mas sei lá... Penso que tem alguma coisa nisso tudo, não sei porquê, ele não se interessaria atoa, mas o quê...

Se calou novamente.
- Se você permitir, posso usar a legilimência. Eu preciso muito dessa informação. E eu acho que o que você diz que pode não me ajudar em nada, fará muita diferença. Há coisas que pode julgar insignificantes, mas que para mim que sei de coisas que quase ninguém sabe, podem ter um siginificado imenso.

Dessa vez, o olhar foi profundo, como Se Elizabeth quisesse analizar se deveria mesmo ceder essa informação do seu cérebro a um garoto, não fosse pelo fato de ser o famoso Harry Potter, desconhecido.
- Não posso apenas lhe contar? - perguntou ela, um pouco relutante.

Harry foi o mais simpático que poderia.
- Hum... será que é confiável? Eu poderia analizar os fatos por um ânglo diferente do seu, algo que talvez não tenha percebido.
- Bom, isso é... é verdade, sim. O que tenho que fazer então?

Harry se ajeitou melhor na cadeira, a ponto de ficar mais confortável, e pediu para que Elizabeth fechasse os olhos e forçasse a memória no dia em que tudo aconteceu.
Ela obedeceu, e passados alguns instantes, el mandou-a abrir novamente os olhos.

Estava com uma expressão angustiada, e ele pensou que aquela noite deveria ter sido bem infeliz.

Iria descobrir logo.

Já sabia muito bem o que fazer, apesar da pouca prática (N/A: Eita! que duplo sentido é esse?)
Encarou profundamente os seus olhos nos dela, e perfurou-os:

Se viu como platéia de um pequeno espetáculo. Uma jovem em elegantes vestes cor de esmeralda tocava delicadamente um piano, enquanto um casal muito sorridente a assitia. Harry chegou mais perto: a mulher era, sem dúvida Elizabeth, e aquele só podia ser o seu marido, o tal de Milani.

A garota parou de tocar, e os dois bateram palmas, Harry teria batido também, mas como sabia que ela não escutaria, permaneceu como um mau educado: de braços cruzados e esperando o fim do show.

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FLASCHBACK!
(narrado em terceira pessoa, mas é um flashback porque é a lembrança dela, ok?)

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- Acho que já vou - disse a garota.

- Ah! - Lamentou Elizabeth, se levantando e segurando nas mãos da filha. - Não vai poder ficar para comemorar conosco?

- Sinto muito mamãe, mas fiquei de jantar com os pais de Chang. Sabe, não é? Para acertar alguns detalhes do casamento.

- Hum, é... tudo bem então - aceitou ela um pouco decepcionada. - Manda um abraço para Marko.

Ela esboçou um sorriso.

- Eu gostaria que você usasse a tiara em seu casamento, Ana.

Ela fingiu-se surpresa, mas logo sorriu.

- Sabia que ia dizer isso, mamãe. Mas não sei, ela ainda é sua...

- Bobagem- retrucou ela - Já estou velha, não ficarei muito tempo com ela. Mesmo assim, só estou pedindo para que a use durante o casamento. Não vai fazer essa desfeita, vai?

- Claro que não - respondeu ela, ao mesmo tempo que alguém batia na porta.

Ana foi atender.

Um rapaz (a versão masculina de Chô) apareceu na porta.

- Vamos? - perguntou ele, após cumprimentar todos.
- Ok, vamos - disse ela. - Sua benção, mamãe, papai.

Depois de ter recebido um beijo na testa de Elizabeth e seu marido, Ana saiu de mãos dadas com Marko Chang.

Elizabeth e seu marido sentaram-se na poltrona, ambos estranhamente quietos.

- O que foi, jonh? Você está estranho...

- Eu? Você está estranha, hoje.

Os dois se olharam, em seguida caíram na risada.

- Não sei... - disse jonh, parando de rir e a encarando, sério. - Estou com uma intuição esquisita hoje.

- intuição? - disse Beth. - Desde quando você tem intuição?

Ele sorriu.

- Estou falando sério. Estranho isso, era pra ser uma noite tão feliz, tão agradável... Mas não estou me sentindo muito bem.

Beth suspirou.

- Tenho que te confessar que também me sinto assim. É estranho mesmo.

Os dois se fitaram, se abraçaram, e ficaram assim por alguns segundos.

- Você sabe que te amo, não sabe, Beth?

- Sei - ela disse se afastando o suficiente para voltar a encará-lo e abrindo um sorriso. - Mas se você quiser repetir...

Ele também sorriu.

- Eu te amo - disse. - Faz tanto tempo que estamos casados, mas este tempo serviu apenas para aumentar o meu amor por você.

- Eu também te amo, querido. - disse ela. - Parece que foi ontem que nos casamos, e veja agora. Tivemos um filha linda que está para se casar.

Perderam-se em silêncio por alguns segundos, até que Jonh o cortou.

- Beth?

- sim?

- Promete que nunca vai se esquecer que eu te amo?

Elizabeth, que até o momento estava recostada no peito do marido, se mexeu para encará-lo.

- Jonh, porque...?

- Promete?

- Claro! - disse ela, estranhando a cena. - Mas porque você me disse isso agora? Tudo por causa desse tal pressentimento?


Ele não respondeu imediatamente, apenas a apertou mais para si, e deu-lhe um beijo na testa.

- Não se preocupe, apenas senti necessidade de lhe dizer isso.
Ela voltou a recostar-se, tranquila, em seus braços.

- Eu também te amo. Te amei a vida toda e também espero que nunca se esqueça disso, aconteça o que acontecer.

Justamente naquele momento, a campanhia resolveu tocar.


Um casal de aparência bem velha entrou na sala.
Estavam muito bem vestidos, e ela usava muitas jóias. A sala tão iluminada pareceu ficar ainda mais brilhante com tantas esmeraldas, ouro e prata.

Após terem se cumprimetado, sentaram-se no sofá.


- E então? - perguntou o homem mais velho, parecia ter uns 80, 85 anos. - Como vão?

- Bem - respondeu Jonh, com ar cortês. - Muito bem. E a saúde?

Espero que tenha melhorado daquele ataque que teve tão recentemente.

- Oh, quem me dera, mas ainda sinto muita fraquesa.

- Bobagem - disse sua esposa. - Eduard sempre teve muitos problemas de saúde, mas nada que uma boa poção para reanimar não tivesse servido. Sempre se curou rapidinho.

- É, mas penso que dessa vez não será assim tão fácil. Ainda me sinto extremamente fraco após aquele último ataque. Sinto que mais uma, meu coração não vai aguentar. Ele anda me dando muito trabalho últimamente.

- Se Merlim quiser, tudo vai dar certo - disse sua esposa.

- E Ana? Por onde anda?

- Foi jantar com a família do noivo - disse Elizabeth prontamente.

O sr. Rawnclaw fez um ruído engraçado.

- O que houve? - perguntou jonh, preocupado.

- Vocês sabem sobre minha desaprovação com esse casamento, não sabem?

O casal se entreolhou.

- Papai, eles são pessoas muito agradáveis.

- Agradáveis não é o suficiente - rosnou o bruxo. - Ana merecia mais do que aquele chinês esquisito.

A filha bufou.

- Infelizmente foi por esse chinês esquisito que ela se apaixonou, não podemos fazer nada, a não ser se conformar.

Ele não se deu por vencido.


- Ana é uma Rawenclaw, merece pessoas muito melhores, de condições muito maiores do que a dele.

Os três presentes se entreolharam, com aquele olhar do tipo: não fala nada, porque não vai adiantar...

Conversaram sobre mais algumas coisas por alguns segundos, até que o sr. Rawenclaw se levantou.

- Bem, Beth, a festa de seu aniversário é amanhã, e queremos que esteja usando o tesouro da nossa família, que já passou por gerações. A cidade inteira estará lá, haverá bruxos de outros lugares do mundo também, todos esperam ver você usando a tiara.

Os olhos de Elizabeth brilharam e ela foi abraçada pelo marido.

- Todos os jornais do mundo bruxo, revistas e etc, já publicaram que estaríamos aqui hoje, para passar às suas mãos nossa maior herança. Espero que entenda com isso, o valor de um Rawenclaw na sociedade.

Lágrimas emocionadas já deslizavam pela face de Elizabeth, enquanto o marido Jonh lhe acariciava os cabelos.

Eduard ergueu a varinha, murmurou algumas palavras, e uma caixa de veludo preto apareceu flutuando no centro da sala.

- Aqui está... nosso maior bem, a partir de hoje, passará as suas mãos. Sua mãe entregará a você.

Eduard pegou a caixa e a passou para a esposa.

Ela suspirou.

- Eu adorava esta tiara, mas agora ela é sua, querida...

Estendeu para Elizabeth, que a recolheu com as mãos trêmulas, e a abriu.

Uma exclamou escapuliu de seus lábios quando o brilho da jóia que ali havia quase a cegou.
Não era, como se esperava, uma tiara comum. Parecia mais uma coroa, grossa, prata, e repleta de pequenos Diamantes azuis, e três safiras em linha.

- É... linda! - exclamou ela, rouca.

- Ora, minha filha, você já me viu muitas vezes com ela!

- Eu sei, mas... nunca foi assim tão de perto. Sempre foi nessas festas de galas em que raramente a via...

A mulher sorriu, culpada.

- Eu sei, essas festas exigia muito de nós. Mas o importante, é que agora ela é sua. Sei que fará bom uso.

Elizabeth abraçou os pais, enquanto a caixa permanecia fechada na mesinha de centro.

- Vamos, coloque! Quero vê-la com ela! - disse o bruxo mais velho.
Sua esposa se adiantou, se dirigiu até a caixa e retirou a jóia, foi ajeitá-la nos cabelos da filha.

A campanhia tocou.

- Quem será? - perguntou John, olhando para a porta.

- Estão esperando alguém? - perguntou o sr. Rawenclaw ainda com a tiara na mão.

- Não - respondeu Elizabeth. - eu vou lá abrir.

- Quando a porta se abriu e revelou quem estava do lado de fora, a tiara só não caiu das mãos da bruxa mais velha por sorte.

O homem que havia ali tinha uma expressão assutadora, a pele extremamente branca, dedos finos e olhos com um brilho estranhamente vermelho, quando pousaram na tiara que a bruxa ainda tinha nas mãos.

- Tom? - perguntou Elizabeth, surpresa.

- Olá Elizabeth, como está? - falou, numa voz fria. - Vejo que está ganhando o que sempre quis. Parabéns.

Ela tentou sorrir, nervosa, enquanto ele entrava sem esperar convite.

- Hum, obrigada. Você está diferente, Tom.

Ele soltou uma risada sombria.

- Pois é, Elizabeth, as coisas mudam. Tudo muda.

- Mamãe, papai, esse é...

- voldemort. - cortou ele. - É assim que me chamam hoje em dia.

- Valdemorfy? - disse o sr. Eduard. - Mas que espéc...
Calou-se ao ver o olhar de Voldemort.

A sra. Rawenclaw aproveitou o mmomento para tentar guardar a tiara despercebidamente, mas Voldemort a viu, e ela corou com aquele olhar.

- Conheci tom há algum tempo, John o conhece também, esteve em casas algumas vezes. - explicou Elizabeth para os pais, que continuavam a olhá-lo, temebrosos.

Voldemort ergueu um de seus dedos brancos e finos, e apontou para a caixinha que agora guardava o pequeno tesouro.

- É mesmo a tiara de Rawenclaw? - perguntou ele. - A original?

- Com certeza - disse Eduard, parecendo ofendido.

Ele estendeu os dedos para a caixa, aquele brilho vermelho tomando conta dele novamente.

- Desculpe - disse o sr. John, tentando ser educado. - Mas acho que o senhor ainda não nos disse porque veio?

Novamente, pela terceira vez naquela noite, Voldemort olhou intimidador para alguém, e dessa vez a vítima foi John.

- Oh, mas que grosseria, não? - disse com desdém. - Vou esclarecer então.

E sacou a varinha com rapidez.

Uma fumaça fria os envolveu naquele instante. Ninguém viu nada, ninguém pôde entender nada. Quando a onda se desmanchou, apenas o que se podia ver era o casal de bruxos mais velhos, caídos no chão com os olhos abertos. Evidentemente, mortos.
John, que não havia sido atingido, tentou se aproximar do bruxo das trevas, mas foi impedido. Voldemort o tacou a distância com um feitiço, e ele bateu na parede com tudo há uns três metros do chão; caiu com um estampido grotesco.

- John! - exclamou, Elizabeth, indo até ele. - Não! - exclamou, ao ver um filete de sangue escorrendo por um corte que vinha dentre seus cabelos. Ele não abria os olhos.
- John! - repetiu ela, as lágrimas caindo de seus olhos, e a realidade a possuindo. - Por favor acorda... Acorda! Meu Merlim faz ele acordar, por favor, por favor...

Mas ele não acordou.

Sua respiração havia parado.

Seu coração havia parado.

E ela sabia disso.

John Milani estava morto...

Olhou, furiosa, para Voldemort, as lágrimas ainda escorrendo de seus olhos, agora mais do que nunca.

Voldemort agora mirava atentamente o estojo com a jóia. Já não tinha mais um brilho vermelho no olhar. Seus olhos já emitiam aquela cor fixamente, tamanha era a sua obcessão por aquele objeto frio.

Percebendo que estava sendo observado. Voldemort se virou para olhá-la.

A bruxa o encarou por alguns segundos, seu olhar, sua expressão, tudo demonstrava o terrível ódio que estava sentindo naquele momento. Ela sacou a varinha, mas ele foi mais rápido:

Ergueu a varinha com uma expressão divertida no rosto, e a apontou para a cabeça de Elizabeth.

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Essa foi a última imagem que Harry Potter viu naquela lembrança, pois logo tudo foi acabado e o quarto de hospital do quarto andar tornou-se visível novamente.

Feliz, e ao mesmo tempo surpreso por realmente suas suspeitas estarem corretas, Harry percebeu que Elizabeth tinha lágrimas nos olhos; não era para menos, já que tudo o que ele assistiu causava um mau estar até mesmo em quem não tinha nada a ver com a situação. A forma tão brutal que a bruxa perdera sua família, seu marido, era de cortar o coração de qualquer pessoa.

- Lamento - disse, tentando ser gentil, mas sem saber o que fazer exatamente.

- Tudo bem - disse ela. - Já faz muito tempo, eu me recuperei. É que voltar a ter essas lembranças... Sempre é difícil revivê-las novamente.

O rapaz sentiu-se um pouco culpado.

- Eu realmente não queria ter causado este sofrimento para a senhora, mas se isso serve de consolo, confirmei o que imaginava encontrar, e isso com certeza agora vai ajudar a destruir aquele que fez isso com sua família.

A bruxa limitou-se a balançar a cabeça.

- De onde conhecia Voldemort? - perguntou Harry.

Ela estremeceu.

- Tom... - disse, um pouco hesitante. - Trabalhava numa loja de artefatos suspeitos, não me lembro muito bem. Esteve em casa algumas vezes, quando ainda era bem jovem, e eu o achei um rapaz muito simpático. Sempre ía pedir para que vende-se alguma peça antiga, e normalmente caras. Algumas vezes eu vendi, aceitava as propostas, John também gostava, apesar de que nunca precisamos mesmo do dinheiro, era mais para a´judá-lo e ao mesmo tempo nos livrarmos dessas peças que para nós, não tinha validade alguma. Acabamos nos vendo por muito tempo. Depois que soube que eu receberia a tiara não me deixou mais em paz, aparecia em casa com bem mais frequência e me perguntava sobre a jóia, quando a receberia, o que retendia fazer com ela, e esse tipo de coisa. Hoje assumo que disse muito para ele, não deveria ter cedido esse tipo de informação, mas era incrível como ele conseguia ser tão persuasível.

- Imagino - bufou Harry, com raiva.

Elizabeth limitou-se apenas a olhá-lo, como já estava acostumado.


- Fazia tanto tempo que não o via - continuou ela. - Imagine a minha surpresa quando ele apareceu naquela noite. Estava tão diferente! Tom nunca foi assim, ele era muito bonito. Só Merlim sabe o que ele fez para ficar daquele jeito.

Harry não respondeu, mas não era apenas Merlim que sabia. Havia três pessoas, e ele entre elas, que sabiam sobre o real motivo dessa tal aparência. Isso, claro, se não contasse Dumbledore (que já estava morto), e R.A.B, seja ele quem fosse.
- Você disse que corre riscos lá fora. Porquê? - perguntou se lembrando das primeiras palavras de Elizabeth.
- Não podia ter sobrevivido - respondeu ela. - Durante alguns ano fiquei em um estado péssimo, mas surpreendentemente consegui me curar. Descobri tudo o que havia acontecido com você e ele, rumores sobre essa tal profecia, sobre sua queda e volta. Fiquei assutada, assumo. Imaginei o que ele faria se descobrisse que me recuperei, qua agora me lembro de tudo...
Ela estremeceu, enquanto passos se aproximavam do quarto onde estavam.
- Escute - sibilou ela em um tom desesperado. Estava implorando. - Ninguém pode saber o que houve aqui...
Os passos estavam mais próximos agora.
- Se ele souber... Para todos, diga que estou louca! Não me recuperi, não tinha lembranças...
Ouviu-se a voz de Chô murmurar alguma coisa com alguém do lado de fora.
- ... prometa...
Ela apertava com tanta força o seu braço que estava até dolorido.
- Ok... - ofegou.
A porta se abriu e as entranhas de Harry resolveram tirar férias. Chô vinha acompanhada por aquele mesmo enfermeiro que as surpreendera. Ele já estava prestes a se esconder embaixo da cama quando se lembrou de que o homem não se lembraria dele. EStava mais do que certo.
- Quem é você? - pergutnou ao avista-lo.
- Hãm...
- Ele é meu namorado, Dr. Philiphis - disse Chô em seu socorro. - Veio me ver e eu o deixei conhecendo minha avó enquanto ia chamá-lo.
- Hum... entendo - disse desconfiado, mas logo mudou de tom. - Então, Beth, andou fazendo buracos de novo, eh?

Harry sorriu agradecido para Chô; piscou para Beth, e se esgueirou rapidamente para fora do quarto, enquanto o bruxo entrava no banheiro para procurar o tal buraco no chão.


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Nossa! Finalmente! Capítulo longo heim? Vamos comentar..... Pleas???



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