Antes da Detenção - reformulad



Antes da Detenção



Harry caminhava em direção a enfermaria com os pensamentos embaralhados, nunca na vida desde que conheceu Severo Snape iria esperar uma atitude da qual o professor tomara há alguns minutos atrás e se alguém falasse que um dia ele seria gentil com Harry, mesmo que fosse para se explicar de algo culposo, o garoto responderia a essa pessoa que ela está seriamente perturbada da cabeça. Severo Snape nunca faria isso, mas na situação que ele se encontrava nos últimos dias deveria ser a razão para tal insanidade, pensou Harry quando seus pés já estavam em frente a enfermaria com as portas abertas, ele se adiantou até a cama em que sabia estar Rony; viu Neville na cama em frente dormindo; as cortinas da cama de Rony estavam fechadas, o garoto a abriu sem pedir licença e a cena que veria a seguir talvez nunca mais saísse de sua cabeça.



- Hermione...



Hermione levantou seu rosto e sua face corou.



- Harry...



Ele olhou para Rony e viu que o garoto permanecia no mesmo estado em que estava quando foi atingido; desacordado, mas com a aparência mais calma do que a de alguém que acabara de ter sido atingido por um feitiço sério.



- Acho que devia avisa-lo antes de fazer isso, não acha? - perguntou o garoto e antes de receber uma resposta se virou e saiu sem falar mais nada.



Ele ainda pode ouvir a voz de Hermione o chamar quando ele voltava pelo corredor quase correndo, mas o zumbido no ouvido que ele ouviu depois que vira Draco Malfoy atingir seu melhor amigo voltara a lhe irritar e ele até gostou de não ter que escutar mais a voz da garota quando desceu as escadas para o andar abaixo, ele estava quase correndo quando subiu as escadas que levavam até o quadro da Mulher Gorda.



- O que houve querido? - perguntou a mulher enquanto tentava pela milésima vez "sem sucesso" quebrar uma taça com sua voz.



- Não é hora pra isso, por favor, Amélia, "Balaço Errante". - disse o garoto tentando não parecer ignorante.



- Está bem Harry, pode entrar querido, - disse a mulher antes virar o quadro para ele passar - mas não se esqueça de tomar uma poção calmante, vai fazer melhorar seu humor.



O garoto ignorando o comentário da mulher se jogou na poltrona mais próxima e passou as mãos sobre os cabelos pensando como o dia para ele fora realmente cheio, tantos acontecimentos, ataques, brigas, confusões, desculpas e agora isso, Hermione não podia ter feito o que fez. - pensou o garoto aprumando-se e pegando o jornal do dia para tentar se distrair, ele olhou para a página da capa e viu que esse jornal não era o mesmo que Hermione havia lhe falado no começo do dia, pois a matéria da capa era muito importante para ter sido ignorada pela garota e só nesse momento ele viu que a edição era uma tiragem especial da tarde com os seguintes dizeres:



"As duas candidatas ao cargo de Ministro da Magia indicadas pela Suprema Corte dos Bruxos: Amélia Bones e Dolores Umbridge dão declaração extra-oficial de suas indicações ao cargo de Ministro e com exclusividade Dolores Umbridge conta tudo sobre seu suposto desaparecimento no verão"



- Essa vaca velha tinha desaparecido, reapareceu e com tudo que aconteceu... Eu nem me toquei - exclamou o garoto para si mesmo - aliás, acho que ninguém se tocou disso, o que é que está acontecendo que não param de acontecer coisas nessa escola! - disse o garoto, mas se calou ao ver o retrato do salão comunal se abrir.



Hermione adentrou o salão comunal e seu olhar se encontrou com o de Harry; o garoto virou-se para olhar para lareira.



- Já leu o jornal? - perguntou a garota meio sem graça; o garoto não respondeu - Eu li uma edição lá na enfermaria antes de deixarem eu visitar o Ron.



O silêncio permaneceu.



- Ela disse que estava em uma colônia de férias, você não acha esquisi...



- Até quando você vai continuar com isso, Hermione? - levantou-se o garoto atropelando as palavras da garota.



- Não sei do que você está falando. - disse ela sentando-se um pouco tensa.



- Eu não sei se você percebeu, mas eu não sou o Rony, sabia? - disse o garoto um pouco alterado - quando eu gostar de alguém eu vou dizer e se você não sabe de quem você gosta, acho melhor se decidir e parar de brincar com os sentimentos das pessoas.



- Como assim? - perguntou a garota sentindo as pernas um pouco moles.



O garoto fechou os olhos, respirou fundo e perguntou:



- Afinal de quem você gosta, de mim ou do Rony?



- Você está gostando mim, Harry? - perguntou a garota pasma, mas nem tanto.



- Pensei que você já soubesse, - disse o garoto olhando para a lareira - na sede da ordem eu senti que aconteceu algo entre a gente e hoje quando você me viu...



- Me desculpa Harry, eu menti, eu sei que você gosta de mim ou pelo menos desconfiei. - disse Hermione baixando os olhos.



O garoto se virou surpreso para ela.



- Então pelo o que eu vi quase agora e pelo o que você está me contando... Acho que você já se decidiu em relação a isso, eu vou subir, tomar um banho e ir dormir, amanhã a gente conversa. - disse o garoto indo a direção a escada.



- Harry, mas você não vai jantar?- perguntou a garota.



- Não estou com fome, amanhã a gente conversa Hermione.



E subiu sem falar mais nada.



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Hermione não conseguia se concentrar em seus livros após o jantar, suas anotações cada vez mais dispersas irritavam a garota e seu olhar hora por hora se recaía sobre a escada do dormitório dos garotos, o que é que estava acontecendo com ela? - se perguntou levantando-se em um impulso e rumando em direção a escada.



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Harry não conseguia dormir; ele sequer havia tirado a roupa do corpo e tomado banho, seus pensamentos estavam de fato embaralhados e a noite ia caminhando adentro das horas rapidamente e sem que ele perceber seus olhos se fecharam:



"Harry estava em um patamar gramado, havia uma porta que reluzia em frente aos seus olhos e que flutuava a alguns metros do chão e brilhava parecendo não fazer parte do lugar em que o garoto estava, Harry queria ir até lá e abrir a porta, mas por mais incrível que parecesse esse desejo se tornava fraco perto do desejo de que alguém saísse de lá, alguém que ele amava muito. Seus olhos lacrimejavam fracamente e ele gritava por dentro sem que uma lágrima sequer saísse de seus profundos olhos verdes...".



- Harry...



Harry acordou como se uma leve pluma fosse seu corpo e não aquele pedregulho pesado que havia se deitado na cama algumas horas mais cedo; ele se assustou ao ver Hermione sentada entre as cortinas de sua cama semi-abertas.



- O que faz aqui? - perguntou o garoto com a voz rouca.



- Vim lhe dizer uma coisa... Acho que as coisas não ficaram realmente claras na nossa conversa.



O garoto sentou-se esfregando os olhos.



- Eu acho que as coisas ficaram muito claras pra mim Hermione e se não for pedir muito gostaria de ficar sozinho.



Hermione ignorando a secura do garoto falou:



- Eu gosto do Rony, sinceramente, mas em nenhum, em nenhum momento eu disse que não sentia nada por você e acho que só o tempo poderá nos dizer o que é certo fazer, boa noite, Harry. - disse ela dando um beijinho no rosto do garoto e saindo do quarto.



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A noite não foi nada fácil nem para Harry e muito menos para Hermione que adormeceu no salão comunal distraída enquanto pensava nele.



Harry se revirava na cama pensando naquela porta misteriosa e em Hermione também, mas por hora a porta se tornou mais importante, novamente... - pensou o garoto; novamente havia uma porta em seus sonhos, ele deveria estar praticando Oclumência, mas ele estava de certa forma tranqüilo, pois aquela porta não lhe transmitia nada em relação a qualquer perigo iminente que tivesse algo haver com Voldemort; ele tinha plena certeza disso, era algo mais complexo, algo mais intenso que talvez ele nunca fosse entender e com esses pensamentos estranhos ele adormeceu.



O dia estava para raiar cinzento e aparentemente hostil em Hogwarts, mas ainda era cedo quando Harry acordou, mais cedo do que gostaria acordar, mas achou bom, pois novamente aquela porta se projetou em seus sonhos e ele não queria pensar nisso, ele desceu as escadas a fim de passar algum tempo em frente à lareira e aos seus pés tocarem o carpete macio do salão comunal se deparou com a imagem mais linda que vira nos últimos tempos.



Hermione adormecida com um livro em seu colo, mechas finas de seu cabelo castanho claro repousavam sobre seu rosto dourado a luz da lareira e ela nunca estivera tão linda em todos os momentos em que Harry a havia visto exceto talvez uma vez no Baile de Inverno do quarto ano.



Harry se aproximou da garota e a cobriu com o cobertor que a garota usava para aquecer seus pés, ele deu um beijo carinhoso no rosto dela e voltou para seu quarto para se vestir ou dormir um pouco mais.



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O céu estava claro com o branco das nuvens que encobria o sol e Harry acordou com o humor no mínimo um pouco gasto, para ele a conversa com Hermione fora decisiva e definitiva mesmo que ela tenha dado esperanças para ele, hoje era quarta-feira e provavelmente Neville teria alta e Rony talvez estaria bem melhor - pensou Harry se dirigindo a enfermaria com Hermione na hora do almoço depois das primeiras aulas, os dois estavam sérios e calados.



Ao entrar na enfermaria Harry avistou Luna ajudando Neville a arrumar suas coisas para voltar a torre da Grifinória e teve uma grande surpresa.



- Percy! - disse Harry se dirigindo ao rapaz que estava sentado em uma cadeira do lado da cama de Neville.



- Olá Harry. - disse Percy se sentindo um pouco sem graça ao se lembrar do que falara do garoto no ano anterior, mas Harry parecia já ter esquecido isso.



- Que bom que você já saiu do Hospital, como está sua perna?



- Melhor, mas com uma grande cicatriz, graças aquela bruxa velha.



Disse o garoto mostrando uma grande cicatriz na perna direita.



- Harry...



O garoto olhou para Harry um pouco hesitante.



-... Gostaria de pedir-lhe desculpas novamente, só depois do que eu passei percebi o quanto fui um idiota.



- Não precisa Percy, acho que o que você deve ter passado com os comensais já deve ter lhe aberto os olhos e acho também que não precisava se desculpar, é melhor esquecer tudo isso, mas cadê a Sra. Weasley e seus irmãos, eles também devem ter vindo visitar o Ron, não?



- Sim, eles vieram, estão na sala de Dumbledore agora e eu aproveitei para vir ver o Neville e você, pois nós agora temos algo em comum, fomos atacados por comensais liderados por aquela bruxa velha da Lestrange.



- É Percy, isso é verdade, mas ainda bem que estamos todos a salvo e bem. - disse Neville fechando sua mochila.



O silêncio tomou conta do aposento até uma voz irrompe-lo.



- Nem tanto Neville, nem tanto...



- Rony! - disseram todos ao mesmo tempo.



Hermione foi a primeira a chegar na cama do garoto e engolfa-lo em um abraço apertado que Harry teve um pouco de ciúmes, mas disfarçou.



- Como você está querido? - perguntou a garota.



Rony corou e Harry se lembrou bastante da Sra. Weasley cuidando do marido no St. Mungus e se sentiu estranho, como se estivesse tentando separar uma família ou algo do tipo, sem saber o por quê Harry depois da conversa que teve com Hermione havia se sentido tão conformado que seus sentimentos por ela estavam confusos.



- Estou bem Mione - respondeu Rony - não o bastante para socar aquele maldito, mas estou bem.



- Rony esquece o Malfoy tá legal, ele já foi punido. - disse Hermione preocupada.



- Não, você está louca, ele me acertou com Magia Negra eu ouvi você dizer, ele está se juntando com os comensais Mione... ele vai ser um deles logo, logo.



Nesse momento Harry sentiu uma pontada forte inexplicável no estômago.



Após alguns minutos de conversa os outros Weasley chegaram e ficaram com Rony enquanto os garotos iam para suas aulas da tarde.



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O sol da tarde se pôs sobe as copas das árvores, as aulas estavam pra acabar e dentro da sala de aula Harry sentia a pressão tomar conta dele, passaria o resto da noite ao lado de seu inimigo e ele pressentiu que algo de estranho ia acontecer, ele e Hermione haviam voltado as boas e Neville os acompanhava na sala de Flitwick dividindo uma larga carteira.



- Vai ficar tudo bem Harry é só um mês, vai passar rápido você não vai nem ver passar. - disse Hermione percebendo o olhar do garoto.



- Tomara que sim Mione, mas não estou sentindo que vá dar certo passar a noite arrumando livros com o Malfoy.



A garota calou-se.



Harry levantou-se foi entregar seu resumo da redação que Flitwick passara sobre feitiços de desaparecimento e Hermione finalmente pode conversar com Neville a sós.



- Temos que reunir o grupo hoje, os planos de Malfoy estão dando certo Neville, isso não poderia estar acontecendo.



- Eu também acho e a Gina já deve ter percebido isso, pois lê só isso.



O garoto estendeu um pedaço de pergaminho à garota e lia-se em letras prateadas a seguinte frase:



"Encontro às 19:00 hrs. Na biblioteca".



Obs: não podemos perder um minuto de atraso, hoje não jantaremos quero mostrar algo a vocês.



O pergaminho desenhou as seguintes palavras após a garota ler:



"Hermione Granger"



E após isso o papel se esfarelou no ar restando dele apenas pó.



- O que será que ela quer nos mostrar? - perguntou Hermione.



Neville deu de ombros pensativo.



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O sol já havia se posto há algum tempo, o vento batia e assobiava nas paredes do castelo de Hogwarts e o único lugar que parecia não ser tomado por essa onda de frio em pleno verão era o Salão Principal e um quarto na casa Sonserina.



- Você tem que ir mesmo, Draco?



As cortinas fechadas aqueciam dois garotos em uma cama da casa Sonserina na hora do jantar.



- Tenho. - respondeu Draco vago; seu peito descoberto e a cabeça de Blás Zabini descansava nele.



- Snape disse que éramos para eu e Potter estarmos na sala dele depois das aulas, e do jantar... E há essa hora... - disse o garoto se sentando na cama para verificar a hora em seu relógio que estava em cima da cabeceira. - O jantar já deve ter terminado.



- Você quer ir lá.



- Isso era para soar como uma pergunta, não era Blás? - Draco perguntou friamente enquanto se vestia.



Blás hesitou.



- Não. Eu sei que você quer ir lá. - disse o garoto se levantando.



- Não me provoque Zabini já disse isso a você. - respondeu Draco enquanto vestia o casaco.



- Você não pode... Ouviu! Não pode fazer o que está pensando... Os planos do Lord são mais importantes... São mais importantes! - gritou o garoto após Draco bater a porta e deixa-lo sozinho.

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