Na Sala de Mcgonagall



Capítulo 15



Na Sala De Mcgonagall



Rony tombou no chão no colo de Hermione, ele estava inerte, seu corpo pesado e seus olhos se reviravam indicando dor.



— O que você fez? Seu lixo!! - disse Harry e antes que Draco sequer levantasse a varinha novamente o garoto já havia levantado o punho e o acertado em cheio na cara do garoto fazendo-o cair no chão de pedra.



Todos os alunos olhavam a cena boquiabertos, Harry ia socar Draco pela segunda vez quando um grito ecoou pelo salão:



— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?



Era a Professora Mcgonagall.



— Professora ele acertou Rony com Magia Negra. - disse Hermione com lágrimas nos olhos; Gina conjurou uma maca em segundos.



— Não há tempo pra isso, Hermione, a vida do meu irmão está em perigo. Vamos leva-lo para enfermaria agora.



Hermione sacou a varinha e levitou Rony com cuidado até a maca.



— Vamos leva-lo rápido, ele está mal. - disse Snape ao ver a cara de Rony assim que o professor entrou no saguão de entrada e com a varinha em punho conduziu a maca com o garoto para a enfermaria com Hermione e Gina dos lados.



— TODOS OS ALUNOS DE VOLTA PARA AS SUAS AULAS, AGORA!!!! - gritou Mcgonagall.



E todos a obedeceram.



— Os envolvidos nesse caso não saiam daqui. - disse a mulher dessa vez com a voz baixa, mas impassível. - Eu irei ver Ronald Weasley na enfermaria e quando voltar quero ver vocês dois - disse ela apontando para Harry e Draco que estava estendido no chão com a mão no nariz que sangrava - na minha sala, faça o favor de leva-los pra mim Professora Sinistra e depois avise o que aconteceu a Arthur Weasley que está na sala de Dumbledore. - acrescentou ela para a Professora de Astronomia.



— Está bem Minerva. - disse a professora olhando pra Draco e para Harry com olhar de desgosto.



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A ida até a sala da professora foi de fato irritante Harry não parava de tremer e de pensar as coisas mais horríveis que poderiam acontecer a Rony. Draco andava com os punhos cerrados e os olhos levemente avermelhados que nem Harry e nem a professora perceberam.



— O que você fez Malfoy foi muito grave e pode acarretar sua expulsão. - disse a professora olhando para Draco - e você Harry, tão bom aluno se comportando desse jeito, você deve se controlar.



Mas as palavras da professora eram abafadas por um zumbido fortíssimo no ouvido do garoto e que deixavam Harry atordoado quando seus atos perderam o controle da realidade.



— Eu vou te matar seu maldito. - disse o garoto passando pela professora e chegando até Draco e encostando-o na parede com força.



Draco não fez nada para impedir as mãos de Harry que o enforcava e o deixava cada vez mais vermelho.



A professora agarrou o menino e com força conseguiu tira-lo de perto de Draco.



— O que pensa que está fazendo? Seu amigo vai ficar bem, perder o controle não vai ajudar em nada, por favor - disse ela enquanto ele tentava se desvencilhar e Draco tentava respirar arfante na parede - se acalme, se acalme.



— Deixe-os comigo Sinistra.



Era Snape.



O professor foi caminhando com os alunos e sua expressão não era das melhores.



O professor abriu a boca para falar e Harry teve a impressão de que ele os engoliria vivos, pois seu rosto era o mesmo de quando ele maltratou o aluno da Sonserina mais cedo:



— Você Harry Potter tem que aprender a se controlar, você sempre foi um garoto impertinente e sem muita dedicação a cumprir as regras dessa escola, mas hoje de fato você passou dos limites...



Harry ouviu tudo calado, já tivera muito para um dia só e ainda tinha que ouvir Snape, tudo estava ficando difícil demais para ele suportar, mas ele conseguiria.



—... Atacando alunos com o próprio punho onde já se viu, ato covarde e hostil, justo hoje quando o diretor não se encontra na escola, ah, mas eu queria que ele estivesse aqui e aí você iria ver o que é bom, pois dessa vez ele não te perdoaria, não mesmo...



Snape ia continuar a provocar Harry quando o garoto o interrompeu:



— Será que não dá pra você calar essa boca?



Draco Malfoy parou e ficou olhando pasmo para Harry que continuou:



— O meu melhor amigo está na enfermaria quase à beira da morte ou sei lá o quê e você não para de me provocar com suas palavras sujas. O que foi que eu te fiz?
É vingança por causa do meu pai é? Tudo bem, eu sei que ele não foi uma boa pessoa com você, mas eu não tive culpa - disse o garoto aos gritos no meio do corredor - NÃO É MINHA CULPA E ACHO QUE VOCÊ PODERIA AO MENOS ME RESPEITAR NESSE MOMENTO.



Alguns alunos começaram a aparecer na porta das salas para observar a discussão.



Harry parou por um momento e um pensamento lhe veio a mente como um rápido flash.



— VOCÊ... VOCÊ... É UM ASSASSINO MALDITO!!! FOI POR SUA CULPA SIRIUS TER MORRIDO, SE TIVESSE ME ESCUTADO NAQUELE DIA E TER SIDO MAIS RÁPIDO EM CONTACTAR DUMBLEDORE, TUDO NÃO ESTARIA PERDIDO, SIRIUS ESTARIA VIVO E EU AINDA NÃO TINHA TE ACUSADO POR UM MÍNIMO DE CONSIDERAÇÃO, MAS AGORA NÃO DÁ MAIS, SEMPRE ME PROVOCANDO, O QUE FOI QUE EU TE FIZ AFINAL?



A boca de Draco estava escancarada ele olhou para o rosto de Snape e teve medo que o professor explodisse ali mesmo espalhando a carne de seu corpo por todos os cantos do corredor de tanta raiva que ele parecia preste a emanar.



— Potter, 140 pontos a menos para Grifinória - disse o professor pausadamente - e um mês de detenção, agora faça o favor - a têmpora na testa de Snape pulsava fortemente - de se dirigir até a sala da Professora Mcgonagall calado.



Um archote se soltou da parede e bateu com um estrondo no chão e Harry teve certeza de que aquele arroubo de magia espontânea viera do professor.



— Após acabarem as aulas do dia, quero você no meu escritório imediatamente.



O professor andou calado até a sala da professora e os deixou lá na sala vazia fechando a porta com um estrondo.



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— Ele vai ficar bem Madame Promfey? - perguntou Hermione nervosa.



— Calma querida, ele vai ficar bem.



A garota e Gina respiraram com alívio.



— Esse feitiço que aplicaram nele é apenas um feitiço para causar dor, mas é Magia Negra e por isso creio que ele demorará um pouco para se curar, esse feitiço é péssimo para o coração, entende.



No mesmo momento Arthur Weasley entrou na sala acompanhado de Tonks e alguns membros da Ordem:



— Como está meu filho? Como está meu filho? – perguntou o pai aflito.



— Ele está bem, papai, fique calmo. - disse Gina tentando acalmar o pai.



— Madame Promfey o que foi que acertaram no meu filho? - perguntou ele vendo Rony desacordado e com uma mancha negra sobre o peito despido.



— Arthur, peço para que se acalme, seu filho recebeu o feitiço do Corte Negro parecido com o que a Srta. Granger recebeu há alguns meses atrás no Ministério da Magia...



Neville assistia a tudo boquiaberto.



— Mas não se preocupe as Srta.s aqui foram utilmente espertas e rápidas - disse ela indicando Gina e Hermione - e trouxeram o garoto a tempo então não há mais preocupações tudo vai ficar bem, agora eu preciso que vocês saiam para que eu possa cuidar dele com calma e paciência, por favor, mas só espero que o causador disto - disse ela apontando para o corte negro que começava a cobrir boa parte da pele de Rony - seja punido com vigor.



— E vai! - disse a Professora Mcgonagall que acabara de chegar acompanhada de Luna Lovegood que parecia um pouco confusa.



A professora Mcgonagall conversou alguns minutos com a enfermeira em particular na salinha da enfermaria e depois saiu a caminho de sua sala nesse dia tão atribulado que era hoje.



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Harry estava sentado em uma carteira com a cabeça apoiada em seus braços, a respiração ainda forte causada pela briga que tivera com o professor Snape há alguns minutos borrava a madeira lustrada da carteira.



Draco Malfoy estava há algumas carteiras de distância, ele ainda estava chocado pela atitude de Harry "como ele tivera coragem?" Se perguntou o garoto compenetrado em olhar Harry quando a porta da sala se abriu e Minerva Mcgonagall entrou por ela seu rosto vermelho de tanto nervosismo borrava sua face antes tão alva.



Ela sentou-se em sua cadeira de espaldar alto e olhou os garotos indicando que eles se sentassem nas duas cadeiras que ela colocara em frente a sua mesa.



— Como está o Rony? - perguntou Harry sentindo seu coração disparar.



— Ele irá ficar bem Sr. Potter.



Harry por um momento pensou que a professora seria condescendente com ele, pois tinha uma justificativa para sua atitude, o que percebeu ser ilusão após alguns minutos de conversa com ela:



— Hoje é um dia de vergonha para nossa escola, justo quando o nosso diretor não se encontra presente - ela fez uma pausa para respirar - vocês dois se comportam desse jeito sujando o nome da escola em que estudam, você Sr. Malfoy um aluno tão exemplar em suas notas escolares hoje me decepcionou profundamente, você estava indo tão bem, conseguiu a vaga para se candidatar a Monitor Chefe. O que foi que aconteceu? Por quê você atacou o Sr. Weasley?



— Ele insultou meus pais. - disse Draco virando seu olhar para um ponto inexistente atrás da professora.



— Entendo sua atitude. - disse ela baixando a cabeça e fitando os dedos.



— O quê? Você entende? Como assim? - disse Harry revoltado - Quando ele insultou meus pais ano passado e eu o ataquei eu fui punido e hoje você diz que entende ele. O que é que está acontecendo aqui?



— Cale a boca Sr. Potter, o professor Snape já me informou de sua atitude deplorável perante a professora Sinistra e a discussão que teve com ele, você como aluno da minha casa me decepcionou muito mais do que qualquer um dessa escola já me decepcionou e creio que o grande culpado dessa manhã foi você por ter agido dessa forma, atacar um aluno é algo muito grave, o Sr. Malfoy revidou as ofensas de Ronald Weasley, pois a mãe dele está passando por problemas graves. - disse ela enquanto cada membro do corpo do garoto estava se remexendo incomodamente.



— O Rony não sabia, isso é injusto e eu só fiz o que qualquer um faria por um amigo. - disse ele nervoso, lágrimas irritantes queriam descer pelo seu rosto, mas ele não daria o braço a torcer, não choraria na frente de Draco Malfoy.



— Ser amigo Sr. Potter não é o que está em questão agora. - disse ela e se virou para Draco.



— Sr. Malfoy o senhor esta manhã ultrapassou uma regra que é e sempre foi fundamental nessa instituição: a pratica de Magia Negra, e devido a isso você seria expulso de nossa escola...



Harry percebeu que Draco parecia não se importar, sua aparência pálida e doentia tomara conta novamente de sua face.



—...Mas nos tempos em que nos encontramos e sem o nosso diretor não me vejo capaz de tomar esse tipo de decisão, apenas peço que se controle Sr. Malfoy, e isso peço a vocês dois. - acrescentou ela olhando para Harry.



—...Controle nos tempos em que nos encontramos é essencial, agora creio que o Sr. Potter já recebeu o castigo devido do Professor Snape então acho melhor que o Sr. Malfoy receba o mesmo castigo para aprender a lição, eu e o professor Snape combinamos que você Sr. Malfoy terá um mês de detenção junto ao Sr. Potter.



Draco tentou, relutou, mas foi incapaz de deixar que seu rosto não se corasse por si próprio.



— Só isso professora, estou dispensado? - perguntou Draco.



— Não Sr. Malfoy, a sua casa Sonserina também perderá pontos por sua negligencia e falta de consideração com a escola, a Sonserina perde pontos igual a Grifinória, 140 pontos.



— Está bem professora. - respondeu o garoto irrealmente vermelho.



— Agora Sr. Potter e Sr. Malfoy voltem as suas aulas e depois se dirijam ao escritório do professor Snape ele vos informarão como vocês irão cumprir suas detenções.



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— Ela disse isso? - perguntou Hermione indignada.



— Disse. Você acredita? - perguntou Harry durante a aula de Trato das Criaturas Mágicas ministrada pela professora Grubly Pank, pois Hagrid estava ausente.



— Ela parece que simpatiza com a atitude Draco e você é o errado. - respondeu Hermione observando Draco fazer sua lição do outro lado de fora da cabana de Hagrid onde as aulas eram lecionadas hoje - isso não faz parte da atitude de professora que sempre a Minerva teve, acho que a situação da mãe de Draco deve ser realmente critica para que ela aceite a desculpa que ele apresentou.



— POR FAVOR, vocês dois prestem atenção na aula! - exclamou a professora ao notar o desinteresse dos alunos que conversavam.



O resto da aula se transcorreu normalmente; Harry estava nervoso demais e sequer conseguia prestar atenção na aula; Hermione ficou fazendo suas anotações, mas mesmo assim não conseguia deixar de pensar na atitude estranha da professora Mcgonagall.



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Após as aulas Harry foi direto para o escritório de Snape e Hermione foi visitar Rony; ao chegar na sala do professor Harry respirou fundo e bateu na porta, qual seria a detenção que ele receberia para cumprir com Draco Malfoy? E qual seria o castigo por ele ter sido grosseiro com o professor mais cedo?- indagou o garoto nervoso.



— Entre. - disse a voz de Snape.



O garoto entrou e viu Draco sentado em uma cadeira na frente da mesa de Snape e viu outra ao lado e se adiantou até lá se sentando sem olhar para o lado.



— Não lhe dei permissão para se sentar, Potter. - disse Snape das sombras que os vidros cheios de poções negras e verdes musgo faziam na sala.



— Desculpe. - murmurou o garoto fazendo menção de se levantar.



— Não se dê o trabalho, permaneça sentado. - disse o professor saindo das sombras - vou ser rápido com vocês dois, pois já sabem pra que estão aqui, não é?



Os dois assentiram com a cabeça; Harry não pode deixar de reparar que a aparência de lástima do professor parecia ter piorado e seus olhos, se não fosse apenas impressão de Harry por causa da luz, estavam levemente avermelhados.



— Vocês dois estão aqui por causa das imprudências que cometeram hoje, a ignorância de vocês poderia ter causado danos muito maiores a escola do que simples ataques entre vocês, e quero que saibam que por causa disto vocês dois receberão detenção em conjunto...



Harry baixou os olhos, sua respiração estava ficando falha e Snape não estava ajudando com aquele discurso.



—... Você Potter e você Malfoy irão todos os dias, exceto sábados e domingos, limpar uma carregada de livros antigos de um depósito escolar que há muito tempo não é remexido. Essa punição começa todos os dias após as aulas, exceto as sextas, e quero os dois a partir de amanhã aqui.



— Só isso professor? - perguntou Draco.



— Só, pode ir Malfoy. - respondeu o professor.



Nesse momento Draco e Harry se levantaram e iam a direção da porta quando Snape falou:



— Não falei que podia se retirar, Potter.



O garoto olhou com fúria para o professor e Draco deu risadinhas abafadas, o que o deixou mais nervoso ainda; ele voltou e sentou-se na cadeira novamente.



— Fale professor. - disse o garoto.



O professor esperou Draco se retirar e após alguns minutos torturantes ele falou:



— Só quero avisar que as suas aulas de Oclumência começarão as sextas, às oito horas da noite.



— O quê? - protestou o garoto - Mas professor, os treinos de quadribol terão que ser em pelo menos dois dias na semana depois das aulas e com as detenções que peguei, em pensei que perderia apenas um dia, mas se me tirar à sexta-feira não haverá um dia na semana para treinar.



— Você apenas pensou. - disse o professor - Mas na condição em que está, você está sequer proibido de pensar, agora saia da minha sala.



Harry se levantou agradecendo aos céus pelo professor o mandar sair dali, pois seus próximos atos poderiam estar totalmente fora de controle se ele continuasse mais um minuto naquela sala.



— Potter...



O garoto com os punhos cerrados olhou para trás, o professor parecia hesitante em falar, ele voltara para as sombras dos vidros e fixava seu olhar em um ponto inexistente.



— Sinto muito pela morte de Black... - ele fez uma pausa; Harry boquiabriu-se - Por mais que eu o odiasse, nunca desejei realmente que ele morresse e fiz o máximo que pude para que a Ordem soubesse rapidamente do que aconteceu quando fui contacta-los, após saber que vocês tinham ido ao Ministério... - ele fez outra pausa, dessa vez bem mais longa - Sinto muito.



A voz do professor Snape estava de certa forma calma, mas nunca Harry havia à escutado mais rouca do que naquele momento; o garoto sem saber o que dizer apenas disse:



— Está bem.



E se retirou da sala, mais chocado do que jamais pensou estar.

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