O chamado



Capítulo 3 – O chamado

“Olhos tristes me seguem,
mas ainda acredito que exista algo reservado para mim
Então, por favor, venha esperar comigo,
Porque ainda acredito que exista algo reservado para nós
Você e eu, você e eu...”
(One last breath - Creed)



Ele gostava de observá-la assim, parecendo distraída. Sabia que era apenas uma ilusão sua, pois os olhos sagazes de Morrigan estavam sempre alerta e sua percepção nunca deixaria que fosse surpreendida daquela forma, mas Severus gostava de pensar que tinha esse poder, de que podia saber o que se passava dentro de sua mente.

No entanto, ela sempre seria um enigma para ele e mesmo se tivesse todo o tempo do mundo apenas para estudá-la, ele nunca conseguiria decifrá-la. Um desafio que se tornava cada vez mais interessante de interpretar.

Os dedos dela deslizavam lenta e vagarosamente por entre a longa cabeleira negra, perdendo-se nos fios acetinados, enquanto desembaraçava-os pacientemente com um pente de madeira. O olhar parecia vago, mas a fronte estava levemente franzida, denotando que algo a mantinha pensativa. Os lábios moviam-se, murmúrios formavam-se e palavras que não faziam muito sentido para Severus eram ouvidas.

Podia-se dizer que ela estava entrando em transe, perdida em seus pensamentos. E nada, nem mesmo a excelente legilimência de Snape era capaz de descobrir o que a arrebatava para longe.

Eram seus sonhos e preocupações, seus pensamentos e sentimentos que bailavam em sua mente, sendo protegidos por anos de treinamento rígido e pela sua própria magia. Uma magia antiga, envolvida por encantamentos que brotavam de dentro do coração, das palavras mudas, dos gestos cuidadosamente feitos e que estava além da compreensão daqueles que se deixavam guiar unicamente pela razão. Uma magia que não poderia ser contida dentro de uma fórmula pronta.

E como ela gostava de afirmar enfaticamente, a magia dela vinha dos deuses e para aquele poder um punhado de palavras não iriam ser capazes de operar infinitas transformações. Havia muito mais por detrás desse tipo de poder.

Que fosse. Snape nunca iria acreditar na existência de deidades e nem que deles viria o seu poder. Acreditava somente no seu esforço e nos anos de estudo que o levaram a ser considerado um bruxo talentoso, fosse na área de poções ou no amplo conhecimento de artes das trevas.

Desde que essa discordância de opiniões e crenças não criasse atritos entre os dois, que Morrigan prosseguisse com suas melodias estranhas e suas preces sussurradas. Snape pouco se importaria com isso.

Finalmente ela se dera conta da presença dele, ou ao menos afastara os pensamentos de si e erguera o rosto em direção à porta do quarto, onde Snape permanecia silencioso e atento aos movimentos dela.

-Aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou calmamente, deixando o pente de madeira sobre a cama e abandonando a sua tarefa de escovar os cabelos.

-Chegou uma correspondência para você! – Snape respondeu com indiferença, dando uma olhada aparentemente desinteressada no envelope. – Veio de Hogwarts!

Curiosa, Morrigan tomou o envelope feito em pergaminho amarelado entre os dedos pálidos e viu que, escritos com tinta verde e numa caligrafia firme, estavam as seguintes palavras: “Srta. Morrigan Prince, Spinner’s End.”. Abriu o envelope e tirou o pergaminho que este guardava. O rosto impassível não denunciava o que estava escrito, se era uma notícia boa ou ruim. Apenas os olhos se moviam, absorvendo as palavras destinadas à ela.

-E então? – Snape perguntou despreocupadamente, quando Morrigan terminou de ler.

-A diretora McGonagall me informou que finalmente a Professora de Herbologia foi liberada pelos curandeiros. – E um pequeno sorriso se formou em seus lábios. – Ela pretende retomar ao seu cargo na escola e gostaria de saber se eu ainda estou interessada em continuar com meu trabalho, dando assistência à Profa. Sprout.

Durante o ataque feito à Hogwarts, alguns comensais mais ousados haviam conseguido penetrar nas profundezas do castelo e encontrar alguns dos professores que patrulhavam os corredores. Infelizmente, a Professora de Herbologia fora encurralada por Alecto e Amycus. Não se sabe até hoje o motivo para que não a matassem, mas enfeitiçaram a mestra de tal forma, que a deixaram incapacitada por quase um ano. A sorte dela foi ter sido encontrada rapidamente por Tonks que a levou até a Ala hospitalar, onde Madame Pomfrey conseguiu neutralizar parte da maldição até que algum medibruxo conseguisse chegar em Hogwarts.

E esse era o motivo que fazia Morrigan sorrir com tanta sinceridade e alívio. Trabalhou por um breve período de tempo com a mestra de Herbologia, mas havia sido o suficiente para nutrir uma certa afeição por ela. Era gratificante saber que ela estava bem e que também solicitavam o seu trabalho novamente em Hogwarts.

-E com certeza você irá aceitar outra vez esse convite, estou certo? – Snape perguntou com ironia, lembrando-se da pequena batalha verbal que ocorreu entre os dois para que Morrigan fosse para Hogwarts durante o período mais crítico da guerra.

-Vou sim! – Morrigan sorriu e entregou envelope e pergaminho para Snape. – Se posso ser útil, porque não ajudar?!

O rosto de Snape permanecia inexpressivo, mas dentro dele havia orgulho borbulhando. Pensar que aquela mulher tão perspicaz amava-o sinceramente acariciava a sua arrogância. Era algo dele, nunca mudaria. Gostava dela, obviamente que ele gostava. Mais do que desejaria e mais do que seria capaz de explicar. No entanto, o seu ego também gostava de ser o alvo daquela afeição e nada melhor do que ser amado por alguém que estava à sua altura em termos de inteligência e habilidade.

-Prince... – Snape murmurou e fez uma pausa como se estivesse considerando algo. Passou os dedos longos e pálidos pelos próprios lábios finos, até finalmente falar. - Acho que já está na hora de mudarmos o seu sobrenome.

-Porque, Severus? Foi você mesmo que me pediu que usasse esse sobrenome enquanto estivesse trabalhando na escola!

-Mas na época eu ainda era um foragido e usar o sobrenome “Snape” poderia lhe trazer problemas! – Ele a encarou com seriedade e acrescentou: - Hoje em dia seria mais adequado que você possuísse o mesmo sobrenome que eu.

Morrigan franziu ligeiramente a fronte.

-E porque esse ar formal somente para isso? – Ela riu baixinho, estendendo o braço na direção dele e puxando-o para que se sentasse ao seu lado. – É apenas um sobrenome, ora.

-Não é apenas um sobrenome, é o meu sobrenome! – Snape ergueu uma sobrancelha, a voz soando perigosamente indignada. – Nós vivemos como se fossemos casados há quase dois anos. Nada mais sensato que você utilize o meu sobrenome, não é mesmo?

-Você está me propondo casamento, Severus?

-Oh, parece que finalmente a sagaz Sacerdotisa compreendeu o que estou tentando dizer! – Ele alfinetou com azedume, cruzando os braços.

-Desculpe, mas eu não esperava por isso. – Morrigan sorriu e tentou descruzar os braços dele. – Ora vamos! Você não vai ficar carrancudo o resto do dia por causa disso, não é? Severus, eu já sou sua mulher, não tem por que se preocupar com pequenos detalhes.

Ele continuou olhando para frente, muito sério, o mal-humor evidente nas linhas rígidas de seu rosto. Morrigan tocou-o, forçando os seus olhos a se encontrarem.

Ah, a maldita empáfia dele, que sempre se interpunha entre os dois!

-Então eu posso supor que isso seja um “sim”! – Finalmente Snape disse, deslizando a mão para dentro do bolso das vestes negras.

-E de que outra forma eu deveria responder? – Morrigan falou pausadamente, começando a perder a paciência com aquilo tudo. Amava Snape mais do que a si mesma, mas conviver com aquele gênio era mais trabalhoso do que enfrentar um monstro de várias cabeças. – Claro que é um “sim”.

Os lábios dele se curvaram quase um nada para cima, o que era o mais próximo de um sorriso naquele homem estranho. A postura relaxou um mínimo, enquanto ele tomava a mão direita dela e deslizava um anel de prata trabalhada por seu dedo esguio, com um ar quase solene. Talvez o gesto parecesse carregado por leve sarcasmo, mas definitivamente havia algo de solene e formal naquilo tudo. E mais do que isso, havia o toque quase cuidadoso e terno dos dedos dele, numa carícia quase dissimulada, como se fosse extremamente ousado demonstrar sentimentos daquela forma.

Surpresa, Morrigan, arregalou levemente os olhos, notando o quanto era sério o que estava acontecendo naquele momento. Ela estava se comprometendo, ou melhor, estava confirmando o compromisso que assumira para com aquele homem tantas vidas antes, embora ele discordasse do absurdo deles terem se encontrado em outras vidas.

O anel serviu perfeitamente em seu anelar direito e com muda comoção, admirou o seu entalhe: era uma delicada serpente de prata por toda a extensão do aro e que acabava por morder o seu próprio rabo, fechando e iniciando um ciclo. Tratava-se de um ouroboros, símbolo do infinito. A luz pálida e tremeluzente das poucas velas que estavam dispostas no aposento fez com que o anel simples refulgisse, como se a serpente esculpida tivesse vida própria e deslizasse lenta e preguiçosamente em seu dedo.

Morrigan sorriu deliciada. Não poderia ser mais especial do que isso, o infinito ser a marca de seu compromisso com Snape.

-Só espero que você não tenha muitos problemas por carregar o sobrenome Snape. – Ele falou. – Eu nunca vou ser o “queridinho” da sociedade como o “eleito”. As pessoas podem te olhar de maneira enviesada.

Morrigan desviou os olhos do anel de compromisso e encarou Snape seriamente. A emoção quase pueril daquele primeiro momento havia sido controlada e apenas o brilho de encanto e mistério que lhe eram tão característicos fulguravam em seus olhos profundos, dando mais do que nunca nela um ar de poderosa feiticeira.

-Eu não me importo. – E aproximou o seu rosto do dele, sussurrando baixinho. – Eu realmente não me importo!


****



Ferida, cansada e abatida, durante aquela batalha era impossível prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo.

Gina Weasley só notou que tinha algo de diferente acontecendo quando viu que o exército das trevas parecia estar se dispersando. Aquilo era absolutamente estranho, como se um encanto tivesse sido quebrado e os servos de Voldemort repentinamente tivessem perdido parte de sua força.

Os lobisomens saíram em disparada para dentro da Floresta Proibida, ganindo e soltando uivos angustiados, enquanto os centauros, (que notaram que Marte entrara em conjunção com Plutão e que aquela era uma noite decisiva não só para os desprezíveis humanos, mas para eles também e pela Floresta que tanto prezavam), perseguiam as feras amaldiçoadas.

Alguns dos comensais da morte pareciam surpresos, olhando entre si na tentativa de compreender o que havia acontecido, alucinados e quase... temerosos.

Gina viu Rony - que estava com um ferimento feio na cabeça – e Hermione se aproximando das portas do castelo, parecendo igualmente espantados. Foi de encontro aos dois, carregando um sentimento estranho dentro de si: era ansiedade, mas não sabia se era por causa de algo bom ou ruim que estava para acontecer ou que já acontecera.

Algo estava errado, tremendamente errado.

-Cadê o Harry? – Foi a primeira coisa que perguntou, quando se aproximou do irmão.

Rony e Hermione trocaram um olhar incerto, e Gina sentiu como se uma garra de aço comprimisse a sua garganta.

-Nós não sabemos, Gina! – Hermione murmurou, mordendo o lábio inferior em seguida, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas.

-A gente não podia ter deixado aquele cabeça dura sozinho. – Gina exasperou-se, arregalando os olhos em fúria e chacoalhando a frente das vestes ensangüentadas do irmão. – Ele deve ter procurado Voldemort sozinho e... e...

Rony puxou a irmã caçula num desajeitado abraço carinhoso, enquanto soluços agoniados de dor e impotência sacudiam o corpo da mais nova Weasley num choro desesperado.

Dizer para ela se acalmar era besteira, como Rony e Hermione poderiam consolar Gina se eles próprios partilhavam daquele estado de aflição?

Quando Gina se afastou do abraço do irmão, observou, com curiosidade, a expressão compenetrada de Hermione, que olhava a figura sombria de um comensal que parecia em pânico ao puxar a manga de sua túnica para cima do cotovelo e procurar por algo em seu antebraço esquerdo.

-Olhem só! – Hermione exclamou. – Os comensais se dispersaram e parecem apavorados, como se...

E com aquela insinuação, uma pontinha de esperança tomou conta dos três.

Um único pensamento vinha à cabeça de Gina: encontrar Harry, mesmo que tivesse que enfrentar todo o exército das trevas e, correndo o risco de morrer nessa tentativa. Simplesmente precisava disso, dessa luz de esperança.

-Nós precisamos achar o Harry! – E Gina olhara com determinação para o irmão e a amiga. – Eu só preciso me concentrar um pouco, eu sei que posso encontrá-lo se fizer isso...

-Gina, você está exausta, cansada e preocupada, assim como nós. – Hermione a interrompeu e tentava falar calmamente, com a intenção de fazer a ruiva pensar com racionalidade. – Mas daí a sair assim, só por causa...

-Por causa de uma intuição, é isso que você quer dizer? – Gina esbravejou, passando a mão nervosamente em sua cabeleira ruiva. – Sair por aí por causa de um poder que você nem acredita que eu possua, não é?

-Gina, não é só por causa de uma intuição. Você nem faz idéia de onde o Harry possa estar... E se de repente Voldemort tentar manipular você ou...

-Gina, não insista! – Rony disse com uma firmeza surpreendente. – O Harry me fez prometer que você ia ficar em segurança e eu não vou quebrar a promessa que fiz a ele.

-Seu idiota! – Gina vociferou, apontando a varinha para o irmão. – A essa hora o Harry deve tá sozinho com aquele monstro e você me vem falar das suas promessas estúpidas?

-Gina, foi um Voto Perpétuo! – Hermione murmurou, sem conseguir conter as lágrimas. – Antes de vir pra cá ele praticamente nos obrigou a fazer o Voto Perpétuo e nós prometemos que iríamos manter você em segurança e que não iríamos atrás dele quando ele fosse procurar Voldemort.

-Você acha mesmo que nós iríamos abandonar o Harry assim? Que tipo de amigos você acha que nós somos? – Rony parecia miserável, enquanto tentava conduzir as duas garotas para dentro do castelo. – Aquele cabeçudo obrigou a gente a fazer aquilo e se ele não tivesse ficado tão bom com maldições, eu teria azarado ele pra não ter que aceitar aquele termo idiota.

Gina respirou fundo e encarou o irmão e a amiga. Estavam ali, visíveis aos seus olhos, as evidências de que eles não mentiam. Era uma mescla de medo, arrependimento e culpa. Muita, muita culpa, que parecia reverberar em Gina como um réquiem de notas agoniadas.

Rony envolveu as duas garotas num abraço protetor e as conduziu para dentro do castelo. Finalmente os reforços começavam a chegar e, talvez, a presença deles ali já não fosse tão imprescindível.

A batalha havia avançado pela madrugada e todos os membros e músculos de seus corpos começavam a dar mostras de exaustão. Só se deram conta de para onde estavam indo, quando se depararam com o olhar exaltado de Madame Pomfrey, que circulava pela ala hospitalar com uma bandeja carregada de pequenos frascos de poções e medicamentos.

Era desesperante estar naquele lugar: desde bruxos abatidos e fracos pela constante influência dos dementadores, até rostos mutilados e irreconhecíveis por causa dos lobisomens, eram atendidos com igual atenção e cuidado pela enfermeira. E não fosse o auxílio de Morrigan – que trabalhava há algum tempo na escola de magia e bruxaria como assistente da Professora Sprout - as coisas seriam ainda mais excessivas. Mas mesmo que quisessem e fossem capazes disso, os irmãos Weasley e Hermione não conseguiram relaxar.

O alvorecer chegara sombrio como nunca e o murmúrio inquietante da morte parecia pairar em cada aposento, em cada canto do castelo. Nenhum sinal, nenhuma notícia de Harry ou Voldemort fora ouvida. Cogitavam até a possibilidade de mandarem aurores em busca do “eleito”.

Gina conhecia Harry como poucas pessoas foram capazes naqueles últimos anos. Sabia dizer as verdades que ele precisava ouvir, sabia dar o carinho que ele precisava, a compreensão e a segurança que lhe era preciso. Hermione e Rony também, mas havia laços mais profundos que a ligavam ao “eleito”. Não fora Morrigan que dissera que o amor que existia entre os dois era tão intenso, que poderia criar um vínculo entre os dois? E a tal “visão” que Gina possuía, será que não poderia mostrar onde seu namorado estava? Porque essa droga de dom não funcionava agora, quando ela mais precisava?

“Eu preciso saber onde o Harry está” – murmurava para si, agoniada, enquanto involuntariamente a sua mão procurava pelo pingente em forma de meia-lua que ganhara do namorado no ano anterior. Segurava com tanta força o pingente prateado, como se este fosse um talismã, um oráculo que fosse capaz de trazer a resposta que tanto ansiava.

Parada em frente de uma das janelas da Ala hospitalar, enquanto a aurora tingia os céus com as primeiras cores do dia, Gina observava o seu reflexo distorcido nas vidraças. As lágrimas deslizavam silenciosas por seu rosto, queimando os seus olhos e perdendo-se em seu colo.

Por trás das árvores sombrias da Floresta Proibida, o sol ascendera timidamente naquela manhã nebulosa de outono. O ar parecia irrespirável, pesado, sufocante. Por mais preocupada que Gina estivesse, não abandonava a esperança de que algum milagre acontecesse.

Milagres poderiam não existir, mas Gina passou a acreditar neles depois daquele dia.

-Pelas barbas de Merlin, é o garoto Potter! – Madame Pomfrey esganiçou-se, deslizando pelas camas ocupadas na Ala Hospitalar até chegar ao local onde Hagrid parara, sem saber ao certo o que fazer. – O que aconteceu, Hagrid?

A herança genética de sua mãe giganta não permitiu que Hagrid se ferisse muito, mas ele parecia tão exausto quanto qualquer bruxo que estivesse em Hogwarts naquele momento. No entanto, no seu rosto quase selvagem havia preocupação e medo, enquanto ele tentava conter a corrente de lágrimas, carregando um corpo desacordado quase com delicadeza em seus braços musculosos.

Gina ergueu-se de um salto, como se uma descarga elétrica tivesse atravessado o seu corpo. Num segundo havia atravessado a Ala Hospitalar, circulando ao redor de Hagrid em busca de notícias, sendo acompanhada por Rony e Hermione, enquanto Madame Pomfrey tentava afastar os jovens e descobrir o que havia acontecido à Harry.

-O que aconteceu, Hagrid?

-Onde ele estava?

-E Você-Sabe-Quem?

Todos se calaram. Hagrid estremeceu e após ser instruído por Madame Pomfrey, depositou Harry numa cama desocupada.

-Gárgulas galopantes, Hagrid, fala alguma coisa! – Rony pediu, o rosto tão pálido, que tornava suas sardas ainda mais evidentes. – O Harry ta vivo, não tá?

-Está sim! – Madame Pomfrey anunciou, após tomar o pulso do rapaz desacordado.

Enquanto Gina, Rony e Hermione observavam a eficiente enfermeira tomar providências para cuidar de Harry, Hagrid contou o que sabia. Ele encontrara o rapaz largado em frente aos portões de Hogwarts, com um bilhete repousando em seu peito.

-“Nossa dívida está paga”? – Hermione murmurou, quando Hagrid entregara o bilhete nas mãos da garota. – E não havia ninguém por perto?

-Eh, parece que os aurores estavam mais preocupados em pegar os comensais fujões, entende? – Hagrid coçou a barba emaranhada. – Mas afora isso, não havia ninguém estranho perto dele. Ninguém do “outro lado”. Foi uma sorte, mesmo.

Sorte? Talvez fosse isso mesmo, talvez um milagre. Ou simplesmente tivesse que acontecer daquela forma.

A sensação de alívio por ver que estava Harry vivo só durou um breve período. Madame Pomfrey parecia preocupada com o estado do rapaz, sem saber o que tinha acontecido a ele.

Conforme as coisas foram se “acalmando” (uma calmaria cheia de maus augúrios e preocupação), chegavam as notícias do que aconteceu naquela batalha: quem estava ferido, quem do exército das trevas havia sido preso, quem perecera. As notícias eram cada vez mais alarmantes: Voldemort coordenara um ataque não só à Escola de Magia e Bruxaria, embora sua “tropa de elite” tenha sido concentrada ali, mas também nas principais edificações da sociedade bruxa, como: O Ministério da Magia, o banco Gringotes, Hogsmeade, o Beco Diagonal e tantos outros lugares espalhados pelo país.

A situação fora desesperante, exatamente como tantos anos antes, no auge da primeira guerra, quando Voldemort parecia invencível.

Ao que tudo indicava - a enfermeira de Hogwarts afirmara - Harry estava apenas desacordado. Havia ferimentos por seu corpo, muitos deles causados por diversos tipos de maldições, mas isso poderia ser curado com o tratamento adequado.

-Vou deixá-lo sob o efeito de poções para poder se recuperar melhor! – Madame Pomfrey anunciou e olhou para os três jovens que observavam com muda preocupação o jovem que repousava. – E vocês três deveriam fazer o mesmo.

Gina não tinha a menor intenção de sair dali, assim como Rony e Hermione. Ela não deixaria Harry sozinho, não iria mesmo. Mas quando Molly Weasley despejou a sua preocupação pelo estado dos filhos e de Hermione, não houve poder no mundo que fosse capaz de enfrentar o zelo excessivo da Sra. Weasley.

E ninguém seria capaz de contestar a sua justificável proteção.

A preocupação permanecia ali, como uma companheira constante para Gina. Só conseguia dormir quando a Sra. Weasley forçava alguma poção por sua garganta e ainda assim sob muito protesto. Todos os seus pensamentos se voltavam para Harry, não só para ter a confirmação de que os boatos eram verdadeiros e Voldemort havia sido finalmente mandado para o inferno, mas para ter a certeza de que ele realmente estava bem.



****


-Ronald, cuidado com a mesa!

-Mione, se você não parar de ficar me azucrinando eu vou acabar derrubando a mesa encima de você!

-Francamente, Rony, custa ser um pouco mais cuidadoso?

-E custa você ser menos mandona?

-Mandona, eu?!

Harry encostou a porta do quarto, um sorriso leve nos lábios. Guardava aquele pensamento para si, mas as discussões de Rony e Hermione sempre lhe davam a sensação de que as coisas haviam voltado ao normal.

Claro que agora as reconciliações dos dois costumavam ser diferentes e era absurdamente estranho pensar que seus melhores amigos estavam juntos, mas... aquilo era certo desde o momento em que os dois se confrontaram na cabine do expresso de Hogwarts tantos anos antes. Era simplesmente uma questão de tempo para que acontecesse e ele sinceramente se alegrava em saber que eles estavam bem.

Da pequena fortuna que herdara de seus pais e de Sirius, havia algumas propriedades espalhadas ao longo do país. A mansão do Largo Grimmauld permanecia à disposição da Ordem da Fênix, caso ainda fosse útil e Harry nunca teve a menor disposição de considerar a idéia de morar naquela casa. A casa em Godric’s Hollow que pertencera a seus pais também era uma possibilidade descartada; esperava não ter que voltar àquele lugar tão cedo, eram lembranças demais e em sua grande maioria não eram agradáveis.

Com a ajuda de Gui Weasley, Harry analisou algumas das propriedades e encontrou um discreto casebre em Kent e que parecia ideal à ele. Por mais que os Weasley protestassem, ele precisava ter o seu próprio canto, um lugar só seu.

Molly Weasley protestou e Gina lhe deu total apoio... Mas quando Harry garantiu que iria ficar bem e que estaria bem alimentado porque contrataria Dobby para trabalhar em sua casa, foi que as ruivas amoleceram em seus protestos, embora Molly afirmasse que se sentiria melhor em ter Harry sob sua proteção.

O rapaz olhou ao redor e deu um suspiro desanimado. Aquilo estava completamente fora de ordem. Um caos, por assim dizer. Ergueu a varinha e começou a arrumar as coisas, uma confusão de móveis que se arrastavam pelo aposento e travesseiros que se digladiavam, soltando penas por todos os lados, lençóis se enroscando no lustre... o rapaz reprimiu uma careta ao pensar que era melhor fazendo isso ao estilo trouxa e que se dependesse dos seus feitiços domésticos, era melhor que continuasse na casa dos Weasley.

Desistiu de tentar organizar o quarto, pensando que pediria a ajuda de Dobby mais tarde. Seu malão estava encostado ao lado do guarda-roupa e achou que teria o mínimo de capacidade para, ao menos, conseguir colocar suas roupas lá dentro. Era um trabalho terrivelmente enfadonho e quando já estava pensando que ouvir as discussões dos amigos era mais interessante, seus dedos esbarram no que parecia ser um livro de couro. E antes mesmo de tirar o volume de lá de dentro do malão, já sabia do que se tratava: o álbum de fotografias que Hagrid lhe dera no final de seu primeiro ano.

Largou a tarefa pela metade e carregando o álbum, sentou-se na sua cama, desfazendo parte da bagunça de travesseiros e lençóis.

Quantas noites ele não passara encarando aqueles rostos sorridentes, quando sentia a solidão pesar em seus ombros? Como se podia sentir tanta falta de algo que ele nem mesmo se recordava?

As fotografias mostravam o casal Potter desde os tempos de adolescência, passando pela época do noivado e do casamento. Viu o sorriso alegre naquele rosto que era tão assombrosamente parecido com o seu e a felicidade genuína de James Potter, como se soubesse que devia aproveitar cada momento como se fosse o último. Às vezes acompanhado pelos amigos inseparáveis, às vezes somente ele e Lilly. E até mesmo algumas poucas fotografias com o pequeno Harry entre eles, quando mesmo estando sob a insegurança da guerra, eles se permitiam agir como uma família que estivesse começando a vida, sem ter nenhum outro tipo de preocupação.

Mas o que sempre o fascinava eram os enigmáticos olhos verdes de Lilly, que sempre foram tão notados e tão especiais.

Ainda doía saber que eles estavam separados, mas Harry já era capaz de suportar aquilo sabendo que aquele que causara tamanho sofrimento já não existia mais. Que Voldemort não fora destruído unicamente por vingança, mas porque aquilo era o certo a ser feito.

-Sinceramente, eu não sei como você agüentou a discussão desses dois por tanto tempo! – Harry ergueu os olhos do álbum de fotografias e viu uma Gina quase exasperada se encostar no umbral da porta. – Eu ainda vou azarar aqueles dois. Juro!

-Eu iria achar isso bem engraçado, Gina! - Harry abriu um sorrisinho maroto e voltou a encarar a fotografia daquela mulher de encantadores olhos verdes.

-O que é isso? – Gina perguntou com interesse, sentando-se ao lado de Harry na cama.

Ele apenas sorriu e lhe entregou o álbum. Estava dividindo com ela aquele pequeno tesouro que tantas vezes lhe confortara. E Gina notou o quanto isso era importante para ele.

-Ela era realmente linda! – Gina sussurrou, observando o modo delicadamente decidido com que Lilly se portava, mesmo que aquela fosse apenas uma fotografia.

Harry apenas sorriu, concordando.

Uma fotografia em especial chamou a atenção de Gina: Lilly sentada no jardim, provavelmente da casa em Godric’s Hollow, segurando o pequeno Harry no colo. Parecia que nada seria capaz de separá-los, de acabar com aquela frágil felicidade. E refulgindo sob a luz clara do sol fraco, estava o pingente em forma de meia-lua, que hoje repousava no colo da ruiva Weasley.

-Aparentemente os rapazes da família Potter gostam de ruivas! – Gina comentou, sabendo o quanto era especial que Harry lhe confiasse algo que pertencera à sua mãe. Como se aquilo selasse um compromisso entre eles.

-Eu já tinha pensado nisso! – Ele passou o braço ao redor da cintura da garota. – Mas vocês duas vão ser sempre as minhas favoritas.

Gina sorriu, beijando o rapaz em seguida.

Céus, às vezes era até difícil de acreditar que ele estava ali, junto dela e que todo o horror pelo qual passaram havia sido deixado para trás como se fosse apenas a sombra de um pesadelo.

-Sabe o que eu estive pensando? – A ruiva disse, aninhando-se no abraço do rapaz.

- Não faço idéia!

-Semana que vem é o seu aniversário, então eu achei que poderíamos fazer a sua festa aqui, hein? – Gina abriu um sorrisinho travesso. – Uma espécie de inauguração oficial da sua casa! O que você acha?

Como ele poderia ter esquecido que na semana seguinte seria o seu próprio aniversário? Parecia tão bobo pensar naquele tipo de detalhe, que se esquecera completamente daquilo. E nem por isso a idéia de comemorar o seu aniversário em sua casa lhe pareceu menos deliciosa.

-Eu acho que é uma excelente idéia!

-Que idéia? – Uma terceira voz soou da porta do quarto.

-Rony, às vezes você é absurdamente intrometido! – Hermione ralhou, aproximando-se também.

-Quando diz respeito à minha irmã trancada num quarto com um cara, qualquer idéia excelente tem que passar pela minha aprovação.

Gina rolou os olhos, parecendo aborrecida.

-Nós estávamos falando em fazer a minha festa de aniversário aqui! – Harry explicou, na tentativa de evitar que os irmãos Weasley começassem a trocar farpas. – Uma coisa simples, sabe.

-Harry só os Weasley’s são o suficiente para fazer com que nenhuma festa seja simples! – Rony riu, puxando Hermione pela mão.

-Ah, Harry, nós temos que comemorar sim! – Hermione parecia alegre, sentando-se ao lado do amigo. – Vai ser o seu primeiro aniversário depois da guerra, é uma data importante!

-Foi o que eu pensei! – Gina concordou. – Além de ser a inauguração oficial da casa dele!

-Garotas! – Rony murmurou, revirando os olhos, quando as duas começaram a tagarelar sobre os preparativos da festa.

Harry pareceu divertido ao ver a expressão do amigo, enquanto as duas garotas conversavam animadamente. Estreitou o braço ao redor de Gina e sorriu. Ele ali, junto das pessoas que mais prezava no mundo, lhe fez ter a certeza de que agora ele finalmente poderia ter o seu próprio lar. Eles eram a sua família.


****



Aquele primeiro dia após o ataque se foi. E veio outro e mais outro...

Gina, Rony e Hermione, que permaneciam juntos por todo o tempo, ficaram alojados na torre da grifinória já que a Ala Hospitalar estava lotada de feridos. Os ferimentos que eles traziam cicatrizaram, o sentimento de que eles estavam seguros se intensificou, mas Harry não acordara. Permitiam que eles visitassem o rapaz, mas ele descansava placidamente em sua maca, como se estivesse apenas adormecido, embora o efeito das poções para mantê-lo daquele jeito já tivesse passado.

Harry não acordava por algum misterioso motivo, essa era a verdade que todos estavam se negando a acreditar e a admitir.

Quando na tarde do quarto dia Gina chegou a Ala Hospitalar para ver Harry, aproveitando o momento onde a exaustão dominara o irmão e Hermione e ela pudesse ficar sozinha por um momento com o namorado, encontrou uma Madame Pomfrey parecendo preocupada conversando aos sussurros com um Medibruxo do St. Mungus.

A enfermeira nem pareceu se dar conta da presença da ruiva, enquanto caminhava com o medibruxo em direção à sala de McGonagall, para que ele pudesse usar a lareira.

Com aquele estranho aperto lhe comprimindo o coração, Gina se aproximou da cama de Harry e sentou-se numa cadeira ali próxima.

-Às vezes nos trancamos dentro de nossa própria mente para que não nos machuquemos mais! – Morrigan surgira tão silenciosamente ao lado de Gina, que esta podia jurar que ela havia simplesmente deslizado pelo aposento como se fosse um espectro. – Desculpe, eu não tinha a intenção de assustá-la.

Gina meramente encolheu os ombros, como se dissesse que aquilo não importava. Nada mais importava.

A Sacerdotisa olhou para Harry e depois para a figura pálida e apática de Gina. Aquela garota portava-se como uma guerreira, que lutaria por quem amava até a morte e iria para esse destino de cabeça erguida. Mas quando se tratava de algo que poderia estar além de sua capacidade e de sua força, o medo ficava evidente em seus gestos e nos seus atos.

-Ele não acorda! – Gina disse baixinho, olhando pela primeira vez para Morrigan. Nunca a Sacerdotisa parecera tão velha e sombria para a ruiva. – E eu não sei o que fazer para ajudá-lo!

A Sacerdotisa abriu um de seus sorrisos enigmáticos:

-Você já experimentou chamá-lo?

Gina lançou um olhar de pura incredulidade para Morrigan, mas esta apenas manteve o seu sorriso irritantemente calmo e saiu dali com seus passos silenciosos.

Poções, feitiços... nada disso fora capaz de trazer Harry de volta à consciência e Morrigan sugerira que ela simplesmente o chamasse.

Aquilo era estupidamente... simples!

A ruiva inclinou-se um pouco sobre o corpo do rapaz desacordado e acariciou ternamente o seu cabelo revolto. A expressão de seu rosto era a de alguém que parecia agoniado, numa muda batalha interior. O que quer que estivesse acontecendo com ele, parecia agitar os seus pensamentos.

-Harry! – Gina sussurrou, ainda com a mão sobre a fronte do rapaz. Aquele sentimento de que estava fazendo algo absurdamente sem sentido desapareceu, deixando nela aquela vontade desesperada de trazer o rapaz de volta. O polegar deslizava pela fronte dele, numa caricia cuidadosa, como se tocar o lugar onde ele carregava a famosa cicatriz fosse ser capaz de machucá-lo mais ainda. – Harry, volte para nós!

Silêncio.

Gina se concentrou mais um pouquinho. Nos últimos meses sua percepção e sensibilidade estavam cada vez mais intensas, e ela lembrava-se de uma madrugada no curto período que passara em Avalon e onde tivera um pesadelo simplesmente terrificante. E Eriu não havia sido capaz de chamá-la de volta e liberta-la daquele cárcere sombrio? Seria isso o que Morrigan sugerira?

“Harry, porque você não acorda?”, pensou e tentou abrir sua mente e alcançar Harry de alguma forma.

Silêncio outra vez.

“Harry, volte para nós!”

“Eu tenho medo”

Gina assustou-se quando recebeu aquela resposta. Viera tão forte e tão intensa...

Olhou para os lados, mas não havia ninguém próximo a eles. Fechou os olhos e tentou manter aquele contato. Era espantoso, mas parecia tão certo que eles se comunicassem daquela forma, que pouco se importou com a circunstância.

“Medo do que, Harry? Está tudo bem!” – Gina tentou garantir, usando toda a firmeza e determinação que possuía.

“Eu não quero ferir vocês” – As ondas de pensamento surgiram incertas, como se ele quisesse deter algo dentro dele. “Eu não quero”

“Você nunca faria isso” – A ruiva acariciou de leve a fronte do rapaz. “Volte para nós, volte para mim”

Os pensamentos de Harry se calaram e a angústia dominou Gina outra vez. Será que toda aquela tensão e dor e inquietação estavam provocando uma alucinação nela?

Lembranças começaram a bailar em sua mente, como se estivessem ao som de uma valsa triste. Lembrava-se das noites frias de outono onde sua mãe lhe contava a história do garotinho que conseguira derrotar o malvado Lorde das Trevas, do quanto admirava aquele garotinho que lhe parecia tão especial; lembrou-se também da surpresa ao ver que aquele mesmo garotinho parecia tão normal quanto qualquer um de seus irmãos e que nem por isso ele lhe parecia menos fascinante. Veio a tristeza por saber que ele mal a notava e a angústia com o período negro onde o diário de Riddle a obrigara a fazer aquelas coisas horríveis.

E sempre havia o brilho daqueles olhos verdes que a assombravam e encantavam sempre na mesma proporção.

Lembrava-se dos olhares furtivos que lançava a ele durante os anos e na paixão muda e infantil que se transformou em uma suposta resignação. Como se aqueles olhos verdes fossem capazes de sair da sua memória algum dia!

Gina sorriu, um riso triste e choroso.

E pensar que o que encantara Harry verdadeiramente fora o seu jeito natural de ser, o seu lado explosivo e passional, tão característico dos Weasley!

Mais lágrimas deslizaram.

Podia sentir em seus lábios o gosto daquele primeiro e tão inesperado beijo, como se este fosse capaz de lhe queimar; lembrou-se dos momentos de descontração e afeto; das conversas que nem sempre eram feitas através de palavras, mas por olhares e sorrisos... as lágrimas contidas quando Harry se afastara dela para protegê-la, a estranha reconciliação feita na margem do Lago de Avalon e todas aquelas coisas misteriosas que ocorreram naquele lugar, a promessa daquele amor que parecia tão puro e verdadeiro...

“Harry, volte!"

E quando Gina achou que as suas esperanças estavam perdidas, sentiu que estava sendo observada. O brilho daqueles olhos verdes retornou, arrebatando-a para longe de seus temores e mesmo sabendo que havia muito a ser dito e ouvido e explicado, tudo mudou.

Harry ouvira o seu chamado!



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N/A: É, eu sei que o ritmo de atualizações tem estado lento e temo dizer que, infelizmente, daqui pra frente vai ficar mais lento ainda (semana que vem começam as minhas aulas na facu =D )

Devo dizer que me diverti horrores escrevendo o pedido de casamento do Snape, porque eu nem podia fazer ele excessivamente cínico e nem meloso, e muito menos cômico. Mas acho que ficou na medida...rs... E o ouroboros foi um modo de fazer referência à Sonserina, embora eu ache que a Morrigan daria uma excelente corvinal. (ok, comentário inútil da autora) e eu acho que para bruxos, isso seria mais legal do que um anel de brilhantes. ¬¬

E eu pulei uma fase do flashback intencionalmente, contei o que aconteceu antes e o depois do duelo derradeiro. E no próximo (que merlin me dê inspiração pra tal), devo postar a minha versão do fato. Então pode ser que esse capítulo demore mesmo.

Devo postar novidades na comunidade do orkut durante essa semana, então fiquem atentos. ;-)

E por último e não menos importante, obrigada à todos pelos comentários fofos. Adoro vocês!

Até o próximo.

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