Antes do amanhecer



Antes do amanhecer




Magia negra é a magia obscura, voltada para as artes malévolas, vingança e desgraça ao próximo. A magia negra pode ser feita com cabelos, roupas, objetos pessoais e diversas coisas pertencente à pessoa na qual se quer prejudicar, no entanto há magias que nem precisar de objetos da pessoa precisa, basta se concentrar nela.




Uma explosão em Hogwarts. Pânico generalizado. Eu e Rony nos entreolhamos preocupados. Acredito que a mesma pessoa nos passou pela cabeça: Harry. Por que aquelas coisas fora do normal que aconteciam, eram sempre com a gente. E se dois do trio não faziam a mínima idéia do que estava acontecendo, fatalmente devia ser o Harry quem tinha algo a ver com aquilo.

Fomos correndo para dentro do castelo, sem ao menos trocar uma palavra, em contramão ao resto dos alunos que tentavam desesperadamente sair. Pudemos ver a aflição dos monitores e dos professores para controlar o pânico (menos o Draco, que parecia estar tocando o terror nos alunos mais novos da Sonserina). Naquela hora, nós nem pensamos em perguntar a alguém o que estava acontecendo. Nós só corremos.

O salão principal estava quase vazio e também sem nenhum sinal de explosão. Nós continuamos correndo pelo caminho que dava nas escadas. Meu coração parecia querer sair pela boca. Eu ainda não tinha visto nem Harry, nem Gina e isso desesperava ainda mais. Até que Rony me puxou pela mão, me fazendo parar bruscamente.

- Que foi?! – perguntei, irritada.

- Olha lá. – e apontou para a sala dos professores. Um pequeno grupinho conversava despreocupadamente em frente à porta. Entre eles estava Lilá Brown. Nós fomos até eles...

- Por que vocês não estão apavorados como os outros? – perguntou Rony, ofegante da corrida.

- Esse povo é muito impressionado! É só ouvir um barulhinho de nada e já pensam que Você-sabe-quem está em Hogwarts... – disse um garoto, sorrindo.

- Não foi um barulhinho, não. Foi uma explosão e bem forte porque deu pra ouvir perfeitamente lá de fora. – eu disse, sériamente.

- Vocês perderam! Foi a louca da Di-Lua... – disse Lilá – Ela estava brigando com o Neville e jogou umas bombinhas na cara dele. Só que ele abaixou na hora e acabou atingindo outro garoto.

- Luna?! – perguntei surpresa.

- Bombinhas? – perguntou Rony.

- É, bombinhas de estalo. Daquelas que seus irmãos vendem, que deixam a pessoa se coçando por uns minutos. Como é mesmo o nome...?

- Tem as bombas “Se deu mal” ou “Seu pastel” sem contar as de bosta e super bosta... eu não lembro muito bem...

- É! Essa mesma! Seu pastel!!! Eu sempre gostei desse nome... – ela disse rindo.

- Mas não pode ter sido só isso. Foi um barulho muito grande. Essas bombas só fazem um estalo. Nem as de bosta provocam um estrondo tão alto. – disse Rony, confuso.

- Mas que foi uma dessas bombas, foi. A gente estava discutindo qual seria o feitiço que ela usou pra fazer esse barulhão. Porque apesar dela ser maluca e tal, isso foi histórico. Vai ser uma lenda em Hogwarts. Gente, tirando nosso grupo aqui, que viu ela fazer isso, todo mundo entrou em pânico. Vocês deviam ver a cara da prof ª Sibila... ela quase teve um acesso! – disse outro garoto, em tom de gozação.

- Não é engraçado – eu disse séria, as ao mesmo tempo aliviada, por não ter sido nada de realmente assustador. Porém sabia que se fosse aquilo mesmo que eles diziam ter acontecido, a Luna estava com sérios problemas.

- Como foi que aconteceu, afinal? – Rony perguntou.

- Eu já disse! A Luna jogou essas bombinhas no Neville, só que pegaram em outro garoto. Isso provocou aquele barulhão enorme e enquanto a gente ria, todos começaram a correr e a gritar, ainda mais quando um cara gritou que tinha visto Você-sabe-quem. Só que a Luna se ferrou bonito agora, porque a maioria dos professores viram que foi ela e agora, Mcgonnagal e Flitwick estão trancados com ela aí dentro, provavelmente discutindo qual será o castigo. – Lilá disse de uma vez só, sem nem ao menos parar pra respirar.

- Que droga, hein... – disse Rony.

- Vocês. – eu disse autoritariamente – Vão agora, lá pra fora ajudar a tranquilizar a todos. – eles protestaram, mas logo expulsei todos dali.

- E nós? Não devíamos ajudar também? – perguntou Rony.

- Nós vamos. Só que ajudar a Luna. – respondi e colei o ouvido na porta. Não dava pra ouvir muita coisa, mais a prof ª Minerva falando. Fiquei alguns minutos, só escutando...

- O que você tá ouvindo aí? – perguntou Rony, impaciente.

- Sshhh!!! – fiz pra ele se calar.

- Mione, você tá pálida! O que aconteceu?!

- Vão suspendê-la por um mês... – respondi chocada, depois de um tempo.

- E por que isso é tão ruim?! Ela vai ter um mês de férias!

- Acorda, Rony! Se ela perder um mês de aulas, vai repetir de ano, com certeza! – disse ao mesmo tempo em que batia na porta.

- O que vocês querem? – perguntou Flitwick.

- Esclarecer algumas coisas sobre o que acabou de acontecer. – respondi firmemente.

Ele olhou intrigado para as nossas caras, por um instante. Mas depois, nos deixou entrar. Eu respirei fundo. Aquela era a única chance que eu tinha de aliviar a barra da Luna.

Ela estava afundada numa poltrona com uma cara de quem não espera mais nada dessa vida. Nossos olhos se cruzaram, mas ela abaixou a cabeça rapidamente. Eu me dirigi aos professores:

- Professores, desculpem a intromissão, mas nós estávamos passando aqui em frente e não pudemos deixar de ouvir a prof ª Minerva dizer que a Luna será suspensa...

- É verdade. O que ela fez foi muito grave e merece uma punição à altura. E se vocês não têm mais nada a dizer, podem se retirar aos dormitórios. – disse Macgonnagal, que parecia furiosa.

- Eu sei, mas acontece que eu estive com a Luna antes de acontecer tudo isto e posso afirmar que ela estava muito abalada emocionalmente. Sei que não justifica o fato dela ter feito o que fez, mas também sei que ela não o faria se estivesse tão mal. Professora, ela vai acabar perdendo o ano se for suspensa... por favor reconsidere esse castigo. Sabem que eu não a defenderia se soubesse que ela estivesse totalmente errada.

- Não podemos fazer isso. Ela desrespeitou totalmente normas da escola e perdeu nossa confiança. – disse Flitwick.

- Ela pode cumprir um castigo tão grave quanto este, mas que não prejudique tanto seus estudos.

- E o Sr. Weasley? Não tem nada a dizer? – perguntou Macgonnagal, irônica.

- Eu? – ele perguntou assustado – Eu não...

Porém lancei-lhe um olhar de reprovação e ele falou, rápido.

- Eu também a vi antes da explosão, professora. Ela não estava, nem acho que esteja bem. Acho... acho que ela se arrependeu. Mas a gente só vai ter certeza disso, se dermos um novo voto de confiança à ela, não é?

- Que castigo você sugere? – Macgonnagal me perguntou.

Abri um sorriso contido. Estava conseguindo convencê-los.

- Bom...não sei... o que você acha, Ron?

Ele deu de ombros. Eu pensei por uns instantes e respondi:

- Ela pode, por um mês, nos tempos vagos e depois das aulas, ajudar Hagrid, Filch... e quem sabe até os elfos!

Os professores se entreolharam. Rony me olhou com cara de espanto e Luna se afundou ainda mais na poltrona.

- Tudo bem. Então essa será sua punição, Srta. Lovegood. Se o diretor concordar, é claro. Que isto não se repita. – disse Flitwick, sorrindo amavelmente. – Agradeça a Srta. Granger.

- Podem ir crianças. – disse Macgonnagal.

Luna se levantou da poltrona e ao passar por mim, disse em voz baixa e ameaçadora:

- Obrigada por nada.

- Vamos. – disse Rony, pegando em minha mão. Nós andávamos lentamente. Ele perguntou:

- O que você achou disso tudo? Bisonho, não é? A Luna é meio maluca, mas acho que ela não faria aquilo. E ainda com as bombas dos meus irmãos?! Isso é loucura. Alguém deve ter armado pra ela.

- Eu também acho... mas você viu? Depois de tudo que a gente fez pra livrá-la da suspensão, ela me agradece daquele jeito... como quem não fez questão...

- Ás vezes ela queria ser suspensa...

- Ora, Rony! Quem quer ser suspenso?!

- Sei lá... mas posso ser sincero com você?

- Sempre.

- As suas intenções são ótimas, mas as suas atitudes, a forma como você age, algumas vezes, parece que é por obrigação e não por amizade. Sei que não faz por mal. Mas parece.

Eu não falei nada. Estava com raiva porque sabia que no fundo, ele tinha uma certa razão. Ele foi parando de andar e nós nos abraçamos, como se aquilo fosse o mais óbvio a se fazer. Ficamos algum tempo assim até que perguntei, baixinho:

- Você quer me beijar?

- Quero.

- Vem. – e o puxei para dentro de uma sala vazia.



*****



Depois de percorrer em meia hora, um caminho de cinco minutos, passamos pelo quadro da mulher gorda. Parecia que a notícia de que tudo não havia passado de uma “brincadeira”, correra rápido. Todos comentavam sobre a noite assustadora. No meio do povo, achamos Harry e Gina, conversando em frente à lareira apagada.

- Se vocês soubessem o quanto eu temi por vocês agora há pouco... que bom que estão bem. – eu disse ao chegar perto deles.

- Se soubesse que tinha razão ao temer... – Harry disse, parecendo aliviado – Eu quase entrei numa fria tão grande quanto a da Di-Lua.

- Como? – perguntou Rony.

- Bom, vocês estavam demorando muito e eu resolvi pegar os livros sozinho. Quer dizer, eu ia sozinho, se a Gina não insistisse em saber de tudo e ir comigo.

- Gina, sua intrometida! – Rony exclamou.

- Rony, seu mongol! – Gina revidou.

- Será que eu posso continuar? – perguntou Harry, irritado.

- Pode! – dissemos os três, juntos.

- Nós fomos, ela ficou vigiando o lado de fora e eu entrei invisível. Estava fácil demais pra ser verdade. Porque eu não contava que ia encontrar o Snape lá dentro.

- Snape...? – perguntei, incrédula.

- É, o próprio, seboso cabeludo. Ele quase... por um pouquinho, não me descobriu, esbarrou em mim. E eu já estava quase com os livros nas mãos... fui burro em não levar o mapa do maroto. Então aconteceu a explosão. E a Gina começou a gritar ao mesmo tempo.

- Acontece que eu não gritei só por causa da explosão. Vi um vulto se aproximando. E gritei para alertar o Harry... tá, mentira... – ela disse, baixando a cabeça e corando muito - ... eu gritei de medo mesmo. Mas aí o Snape saiu da biblioteca, me tirou pontos por minha “atitude suspeita” e me forçou a descer com ele. Aí... vou te dizer que eu nunca fiquei tão feliz em ver Sr. Seboso.

- Só que o pior, o mais bizarro e incomum e...

- Diz logo, Harry! – exclamei.

- Depois da explosão, eu segui Snape e Gina, esqueci dos livros, fiquei bolado com a explosão e os gritos e fui ver também o que tinha acontecido. Agora há pouco, quando subi pra tentar pegar os livros de novo, era tarde... eles já não estavam mais lá! Não é muito sinistro?

- Eu já não me surpreendo com mais nada... – eu disse, pensativa.

- Vocês não percebem?! Se o Snape tivesse me visto lá, na certa ia me incriminar pelo sumiço dos livros, e nós sabemos que ele não ia facilitar pra mim...

- Ainda bem que ele não te viu... – disse Rony.

- Nem tinha como! Se ele estava invisível, imbecil! – disse Gina.

- Um vulto estranho... livros sumindo... Snape... Ritual... bizarro... – disse em voz alta, mas mais pra mim mesma.

Ficamos em silêncio. Parecia que todos estavam pensando a mesma coisa que eu: que a gente podia estar correndo risco de vida. Ou de morte, tanto faz. Que aquela poderia não ser mais uma aventura. Que podia ser sério, sério mesmo. Muitas coisas tinham mudado. E a pior delas era o retorno de Voldemort. Por um instante preferi não saber o que era tudo aquilo que estava acontecendo. Desejei que tudo fosse paranóia da minha cabeça. Mesmo dando uma agonia crescente por dentro, não saber, podia ser uma opção. Porque acho que não aguentaria ver minha felicidade indo pelo ralo, sem poder fazer nada. Não queria perder aquela noite, os momentos com Rony. Não queria dormir, acordar e perceber que nada mudou. Só eu mesma.

Quando voltei a mim novamente, depois do vôo pelos meus pensamentos, notei que a Gina olhava surpresa para a minha mão. E só aí percebi que ela ainda estava entrelaçada na de Rony. Foi estranho, porque mesmo envergonhada com isso, eu não quis largar a mão dele. Porém tive. Ao mandar todo mundo pra cama. Depois de uns vinte minutos, só restavam nós quatro na sala comunal.

Dei boa noite ao Harry, mas quando chegou a vez do Rony, eu não soube o que fazer. Se o beijava no rosto, na boca, ou se saía correndo. Ele resolveu o impasse, me dando um selinho e dizendo: “A gente se fala amanhã”. Eu morri e voltei a vida depois disso. Nem tive coragem de olhar na cara do Harry.

Gina só conseguiu se conter até o segundo lance de escadas.

- Aaaaaaahhh!!!! - ela gritava, gesticulava e pulava feito uma louca. Eu não acreditooooooooo!!!! Até que enfim meu irmão tomou uma iniciativa! Como foi??? Me conta!!!!

- Foi perfeito... - disse me sentando no degrau. - Ele foi muito fofo.

- Que bom! Estou torcendo muito por vocês dois! - ela disse sentando ao meu lado e me abraçando.

- E agora você já sabe de tudo, né... o que aconteceu comigo e com Harry.

- Pois é... eu não entendo porque vocês três me escondem as coisas. Como se eu fosse sair por aí, contando à todo mundo.

- É uma forma da gente te proteger.

- Mione, olha bem pra mim. Eu cresci! Estou crescendo... e todo mundo continua me tratando como um bebê, eu odeio isso!

- Eu sei, Gi. Você está se tornando uma mulher linda e supercorajosa. Só que às vezes também grita de medo.

- E você, não?

- Sim! Mas eu já estou mais acostumada à tudo isso.

- E como vocês querem que eu me acostume, se não me deixam viver?! – ela interrompeu – Olha, isso aqui não vai dar em nada, eu sei. Só que um dia, eu vou provar a você que não sou mais uma criança.

- Tudo bem, mulher madura. Vamos falar da festa, então. Quais são as novas?

- Nem sei... só sei que eu quase matei a Chang. Cê acredita que ela ficou a noite toda com o Dino?! Isso só pode ter sido pra me perturbar...

- E conseguiu. Gina, você está ficando muito paranóica... nem gosta mais do Dino!

- É mesmo. E você viu o cafajeste dando em cima de você na minha cara?! Ele não presta! deixa ela pegar os meus restos então. Restos... gostei disso... - ela disse sorrindo.

- E a Olívia? Você viu a fantasia dela?! Nem vadia, né... - disse irônica.

- Não imagina! - Gina completou - O pior é que ela é gamadinha no Rony, você sabe...

- Será que ele a acha atraente...?

- Mione, se nós que somos mulheres achamos, imagina ele..

- Então eu corro riscos, não é? Afinal, ela poderia dar tudo que ele quisesse.

- Impossível... se tudo o que ele mais quer é você.

- Ah, Gi... será? Tem muita mulher em cima dele... como eu só percebi isso agora? Outro dia mesmo, na biblioteca tinha uma tal de Alisson muito chata...

- Alisson Von Buren??? Uma morena de cabelo cacheado e corpão bonito?

- É... acho que é essa...

- Ela não presta! É uma patricinha rica da Lufa-lufa! Está no terceiro ano com dezesseis, de tanto repetir e dizem que ela nem usa calcinha debaixo da saia!!! Não se preocupa muito com ela... vai por mim, a pior é a Olívia. Ela tem uma carinha de boba que convence qualquer um, e no fundo é uma sonsa. Mas não se liga, o Rony gosta de você... agora, mudando totalmente de assunto... o que houve com a Luna???

- Eu não sei... pra falar a verdade, acho tudo muito estranho. Vou tentar conversar com ela amanhã, isso se ela não bater em mim antes.

- Vocês continuam brigadas?

- É, mesmo depois de tê-la defendido hoje. Mas o Rony disse uma coisa... acho que ele quis dizer que a Luna achou que eu estava a ajudando por obrigação, sabe? E não porque eu realmente gosto dela, apesar de tudo.

- Como ela mesma diz, é a vida... mas agora vamos pra caminha, que pra mim esse dia já foi.




Dormir... como se eu pudesse fazer isso. Sei que dormindo o tempo passaria mais rápido e o tão esperado amanhã chegaria logo. Mas os acontecimentos passavam na minha cabeça, sem parar. “A gente se fala amanhã”. O que ele quis dizer com isso? Eu não queria só falar amanhã, queria ter aquela sensação boa de estar nos braços dele novamente. Será que ele também estava acordado, assim como eu? Será que ele estava pensando em mim? Será que ele não conseguia me tirar da cabeça e longe de achar isso ruim, estava adorando? Minha cabeça se enchia de dúvidas... me perguntava se aquilo fora real, se não foi um sonho. Me lembrei das nossas brigas inconsequentes, de como todo mundo percebia que eu gostava dele, menos eu mesma. Fiquei ali sonhando acordada me sentindo uma princesa... ele me fez sentir assim. Fez o meu primeiro beijo ser especial.

A noite continuava linda e principalmente, feliz. Estava flutuando. Sentia que poderia me apaixonar, apesar de ter uma pontinha de medo. Porém sabia exatamente o que queria pra mim dali pra frente: não queria pensar coisas tristes, nem ouvir músicas melancólicas. Não queria comparações, nem lembranças ruins. Não queria mais me diminuir, nem pensar mal de mim e nem que fizessem isso. Queria esquecer um pouco a realidade, mas também não queria sonhar. Não queria mais esperar... queria que acontecesse.

Queria levantar da cama e dançar de olhos fechados, pensar que a vida poderia ser sempre um fim de festa muito legal – e por que não? – sem arrependimentos... conversar sobre coisas idiotas e rir tolamente, só por rir. Diversões. Falar sozinha. Queria abraçar a vida e não desgrudar dela. Receber carinho... e dar também. Enlouquecer um pouco. Esquecer coisas que já deviam estar esquecidas. Ser otimista. Fechar os olhos e sorrir. Dormir um sono tranqüilo.

E aproveitar o que sobrou daquela noite... antes que amanhecesse.



*****



Acordei muito cedo (ainda estava escuro), e sem ter o que fazer fui tomar um banho, onde fiquei pensando nele durante horas. Me vesti e me arrumei o melhor possível. Tons de vermelho e rosa invadiam o quarto. Amanhecia. Decidi descer para a sala comunal e esperá-lo. A sala estava vazia. Peguei um livro, não consegui ler nem a primeira linha. Joguei-o no sofá e fui para a janela. Esperando ver os jardins vazios, espantou-me a visão de uma cabecinha loira tão conhecida. Draco. Desci para falar com ele:

- Oi, Draco. – cumprimentei, timidamente.

- O que você está fazendo aqui? – ele perguntou ríspido, sem nem ao menos olhar pra mim.

- Vim conversar contigo.

- O que te fez pensar que um cara como eu, conversaria com uma garota como você? – a voz dele era tão gelada quanto seu olhar que agora estava sobre mim.

- O que nós fizemos nos últimos meses? Jogamos?

- Não sei... o que você acha? – ele perguntou com ironia, se afastando logo depois.

Pela segunda vez ele me deixava sozinha sem ter entendido nada. Se o que ele pretendia era me deixar arrasada e sentindo muito burra, estava conseguindo. Por que sempre que acontecia uma coisa boa tinha que acontecer algo ruim depois? Eu odiava me sentir a coitada, mas até que tinha meus motivos. Só que eu precisava lutar contra isso, seguir em frente e ir até o fim.

Estava voltando para o castelo quando a Luna surgiu na minha frente. Parecia que eu tinha entrado mesmo num déja-vu.

- Por que você fez aquilo? – ela perguntou. Parecia estar normal (a seu modo) e eu resolvi conversar.

- Porque eu quis te ajudar. Fiz mal?

- Fez!!! Eu queria ser suspensa! – ela começou a gritar com uma cara nada amiga – Esse é o seu problema, Granger! Se ponha no seu lugar! Eu não preciso da sua opinião, nem da sua ajuda, nem da sua caridade!!! – ela gritava apontando pra mim, as lágrimas escorrendo pelo rosto – Não sou sua amiga, nem tenho amigos!!! Não preciso da sua pena quando eu já tenho o suficiente por mim mesma!!!

Já não estava mais aguentando vê-la tão angustiada. Ela chorava muito e gritava também. Porém tinha medo de que ela partisse pra cima de mim e eu fosse forçada a brigar com ela sem querer. Pus as mãos em seus ombros, tentando acalmá-la. Ela tremia e eu estava assustada. Não soube o que falar naquela situação. Então resolvi não falar, só abraçá-la. Ela relutou a princípio, mas depois de um tempo deixou as lágrimas molharem minha camisa branca.

- Eu não queria ter feito aquilo, Mione... não fui eu. Eu só queria pregar uma peça nele, porque estava zangada, mas não quis machucar nem assustar ninguém. Não fui eu quem fez aquele feitiço... não foi...

- Tudo bem, Luna. Não precisa falar nada agora.

- Eu errei muito contigo, me perdoa... eu estava cega! E agora estou totalmente ferrada. Como ele pôde?



*****



Fui tomar café com ela, na mesa de Corvinal. Todos nos olhavam e cochichavam. Alguns palhaços vieram cumprimentá-la pela explosão. A maioria a evitava como se ela tivesse algum tipo de doença contagiosa. Eu lançava olhares de reprovação a todos.

- Liga pra eles não. Daqui há uns dias todos já vão ter outro assunto para comentar. – eu dizia à ela.

Só deu pra trocar alguns olhares (muito envergonhados) com Rony durante o dia, já que quando não estava nas aulas, estava com a Luna. De tarde, nós duas fomos para a varanda do castelo. Lá estava fresco e vazio. Ela encostou a cabeça no meu ombro e ficou em silêncio. Isso estava me agoniando mas decidi que o melhor era deixá-la quietinha, se acalmando um pouco. Comecei a pensar no Draco, na discussão estranha que tivemos ao amanhecer... estava muito confusa. Não sabia o que devia pensar dele. Minha cabeça me dizia que ele era um perigo, alguém em quem eu não devia confiar, nem ao menos falar. Porque depois de ter me destratado tanto, logo uma pessoa que dizia ser meu amigo... porém meu coração dizia que algo estava errado com ele, e que tudo que ele tinha dito fora da boca pra fora. Mas todos sabem como é o coração... prega peças e nos ilude, nos fazendo acreditar somente naquilo que queremos. Um exemplo disso era a Luna, que agora estava numa dura detenção, e uma boa parte de culpa disso, foi do seu coração. E eu não queria isso pra mim. Precisava manter a mente aberta e ligada, embora fazer isso estivesse muito difícil naqueles dias.

Porém eu queria muito que a minha cabeça estivesse errada. Acho que não suportaria mais ouvi-lo dizer mais grosserias. Não naquele momento, que eu estava começando a gostar tanto dele.




Meus pensamentos foram interrompidos com a chegada de Gina e Parvati.

- Mas quem foi que beijou na boca ontem? Hein? Hein?? – Parvati perguntava, gargalhando.

- Quem foi, Mione? – Gina perguntou, rindo também

- Pára com isso, gente... – eu respondi totalmente sem-graça. Parvati apontou para Luna e rodou o dedo em volta da cabeça, a chamando de louca. Eu fiz um gesto pra ela parar. Luna continuava de olhos fechados, com a cabeça no meu ombro.

- Você sabe o que a gente quer, né? – perguntou Parvati, sentando-se.

- Conta tudo. – disse Gina.

- Vocês não vão fazer isso comigo... – eu estava ficando cada vez mais envergonhada.

- Quem você beijou? – Luna perguntou, me assustando. Pensei que ela estivesse dormindo.

- O Rony. – à essa altura eu devia estar soltando fumaça de tanto embaraçada.

- Sério?! – ela exclamou sorrindo – Então vai ter que contar.

- Ok... – disse um pouco mais animada ao ver que a Luna parecia ter acordado pra vida – Eu estava sozinha aqui fora, quando ele chegou. E nós começamos a brigar...

- Como sempre. – disse Gina.

- Só que depois, nós fomos nos entendendo, o que foi bem estranho. Então ele fez uma coisa linda... me chamou pra dançar, sendo que não tinha música.

- Que fofo! – disse Parvati.

- Mas quando senti que nós íamos nos beijar, foi me dando um medo, uma vontade de fugir... disse à ele que era melhor a gente parar...

- Hummm... fazendo um doce... isso é sempre bom. Faz ele te dar mais valor. – Parvati comentou.

- Mas aí ele começou a dizer umas coisas tão lindas... e não eram frases feitas, sabe? Parecia que vinha mesmo do coração. Foi irresistível. Eu o beijei.

- Wow! Tomando a iniciativa?! É isso aí, garota! – disse Gina, animada.

- Eu só não entendi uma coisa... – disse Luna, pensativa – Como foi que vocês se beijaram? Você subiu numa cadeira? – perguntou, provocando o riso nas garotas.

- Ou quem sabe num caixotinho? Ou num degrau?! – continuou Gina.

- Não, gente! Ele a pegou no colo, com certeza! – Parvati exclamou.

- Ah, eu não sou tão baixinha assim, tá! – eu disse ficando envergonhada de novo – Nós ficamos normalmente...

- Tadinho do meu irmão... deve ter ficado é todo curvado!

- Agora a pergunta que não quer calar: Ele manda bem? – perguntou Parvati.

- Como assim, manda bem? Foi meu primeiro beijo, e eu achei muito bom.

- Que fofa... ela está apaixonada! – exclamou Gina.

Nesse momento, Píchi veio voando em minha direção e deixou uma carta em meu colo.

- Nossa, que coincidência! Falando nele... – disse Gina, sorrindo.

Meu coração batia acelerado ao desdobrar o papel. Um sorriso foi se formando no meu rosto à medida que eu lia...

Mione

Nosso treino acabou de acabar. Vou ajeitar as coisas, tomar um banho e em meia hora encontrar contigo em frente à biblioteca, ok?

P.S.: Frita uns salgadinhos que eu vou chegar com fome.

Beijos.

- Gina, seu irmão é um chato! – eu disse com um sorriso enorme no rosto.

- E você está caidinha por ele...

- Eu pensei que no dia seguinte as coisas ficariam estranhas entre a gente, que ele fosse ficar envergonhado, eu idem e uma situação muito chata. Fico feliz em ver que eu estava errada. Ele continua o mesmo palhaço irritante de sempre. Bom! Acho que vou me arrumar. Até mais, garotas!




Estava a caminho do meu quarto, quase saltitando de felicidade, quando o Draco apareceu na minha frente. O sorriso se esvaiu do meu rosto.

- Preciso te contar umas coisas. – ele disse. Seu rosto estava pálido, com enormes olheiras.

- Agora você quer falar comigo?! Não vai dar. – disse friamente – E nós não devíamos estar nos falando aqui. A gente se odeia, lembra?

- Não tem ninguém nesse corredor, deixa de ser fresca. – e me puxou para um vão, me encurralando entre ele e a parede.

- Por que aquilo hoje de manhã? O que você quer de mim? – perguntei, assustada.

- Que me ajude. – ele disse tirando um jornal do bolso das vestes e me mostrando. Era o Profeta Vespertino do dia. Na primeira página, uma grande manchete que dizia: FIM DE AZKABAN – PRISÃO É DESTRUÍDA POR INCÊNDIO, MISTERIOSO. – SEGURANÇA AMEAÇADA: 10 CORPOS DESAPARECIDOS, ENTRE ELES 6 DE EX-COMENSAIS. E seguiam-se as fotos deles, inclusive a de Lúcio Malfoy.

- Ontem você nem estava prestando atenção em mim. Se tivesse, saberia que Lúcio só poderia ter me escrito se estivesse solto.

- Oh, Draco... eu sinto muito. Desculpa mesmo. Eu fui uma idiota contigo. Mas me diz... se eles fugiram ontem, por que isso não saiu no Profeta Diário?

- Eles fugiram anteontem. Eu acho que o ministério está tentando abafar o caso.

- Ora, vejam só! – alguém exclamou atrás de nós. Ao nos virarmos vi que era uma das útimas pessoas que eu gostaria que me visse com o Draco... Olívia sorria olhando pra nós dois.

- Mione! Você e o Malfoy juntos! Nosso amigo Rony vai gostar de saber da novidade...

- Você não vai contar nada à ele. – eu disse, afastando o Draco.

- Não me tire esse prazer...

- Garota, vai cuidar da sua vida e me esquece! Se você disser algo ao Rony...

- Você vai fazer o que? – ela perguntou com um sorriso triunfante no rosto. Eu não soube o que responder. Ela continuou... – Eu vou te dizer o que nós vamos fazer... você sai do meu caminho e deixa o Rony livre. Arruma uma briga ou sei lá o que, e nunca mais olha na cara dele, então eu não digo nada.

- Nunca.

- Então eu vou ser obrigada a contar! Não que eu não goste da idéia... mas fico com pena de você que vai ter que conviver com o desprezo dele. Para sempre. – ela disse sorrindo e saiu logo após.

- DROGA! – gritei.

- Se ele parar de falar contigo por causa dessa garota, é mil vezes mais mongolóide do que eu imagino. – disse Draco.

- Eu vou procurá-lo. – disse tentando me acalmar e pensar direito.

- A gente se vê mais tarde?

- Não sei.

Não consegui achar Rony em lugar nenhum. Fui para a porta da biblioteca esperá-lo mas ele não foi ao encontro. Estava ficando cada vez mais angustiada porque sabia que ele seria bem capaz de parar de falar comigo dependendo do que a Olívia dissesse. Rony era teimoso e orgulhoso e o simples fato de eu estar conversando com o Draco podia acabar numa briga daquelas. Quando entrei na sala comunal vi o que eu mais temia: ele a loira insuportável conversando.

- Garota, sai. Eu quero falar a sós com ele. – eu disse rispidamente.

- Ela não vai sair. – disse Rony igualmente ríspido. Ela sorria pra mim. – Eu quero saber se é verdade o que a Olívia acabou de me contar.

Uma das piores situações da vida é quando você tenta se explicar, sabendo que já está no erro. É difícil não meter os pés pelas mãos...

- Rony, não é o que você está pensando. Eu só estava conversando com o Draco. Ela deve ter inventado mais coisas...

- Draco? Que intimidade é essa?!

- Quero dizer, o Malfoy.

...porque você sempre se atrapalha...

- Foi só uma conversa, nada mais, Ron.

- Se eu me lembro bem, você disse que não ia mais se encontrar com ele.

...e cai em contradições...

- É verdade, mas... – disse atrapalhada.

- Você mentiu pra mim. – ele interronpeu.

... e em vez de admitir que errou e pedir desculpas, tenta livrar a cara...

- Você prefere acreditar nela?

- Ela não mente pra mim. E não trai minha confiança. É melhor você voltar a se agarrar com ele.

- Agarrar? – perguntei, arrasada.

...e por isso, acaba ouvindo o que não quer e se ferrando...

- Depois de tudo o que aconteceu ontem... você não presta...

- Não presto?

...e sem saber o que dizer, se ferrando mais ainda...

- E some da minha frente! Eu te odeio.

- Ah, odeia... – repeti baixinho enquanto ele me ignorava ao se virar pra continuar a conversa com a Olívia, que mantinha seu sorrisinho cínico. Não sei como minhas pernas me obedeceram para sair dali.

... e se ferrando completamente. Mas o pior, o pior de tudo, é quando isso acontece com uma pessoa que você realmente gosta e essa pessoa acaba tão arrasada quanto você.

Eu percebi isso. Ele não estava falando aquilo tudo como se realmente me odiasse. Ele parecia tão triste quanto eu. E isso me fazia sentir um lixo.

Também, o que era eu naquele momento?! Parecia um papagaio, repetindo tudo o que ele falava, incapaz de me defender das suas acusações, incapaz de discutir com ele. Eu queria falar, me defender, mas não saía nada... porque cada palavra que saiu da boca dele, doeu mais do que uma bofetada em mim. E lá estava eu, parada em pé no meio do quarto vazio. Sem entender direito a gravidade do que tinha acabado de acontecer.




No dia seguinte, tentei assistir a todas as aulas normalmente e pôr as idéias em ordem. Não consegui. Estava confusa demais. O que eu tinha feito de tão mal para merecer aquela vida toda de cabeça pra baixo? O Rony nem olhava pra mim... fingia que eu não existia. E ainda tiva que suportar ver aquela garota pendurada no pescoço dele. Eu precisava esclarecer toda a história com ele. Mas decidi que o melhor era esperar um pouco ele baixar a guarda. À noite, Harry veio falar comigo. Disse que sabia de nós dois e da briga. Quis ouvir minha versão. Me deu uma baita bronca por ainda estar falando com Malfoy, mas também disse que acreditava em mim quando disse que eu não tinha feito nada além de conversar com ele e disse que achava que o Rony só não pôde aceitar isso porque estava com muita raiva por eu ter mentido. Disse também que estava disposto a me ajudar, que sabia que eu gostava do Rony e ele de mim, mas que era muito cabeça dura por achar que eu estava saindo com o Draco. Enfim, ele acreditou em mim e me deu uma força, o que me deixou um pouco mais feliz e confiante.

Os dias iam passando e tudo continuava na mesma. De início, tinha ficado com raiva de Draco, o responsabilizando por aquela situação. Mas depois pensei bem e vi que estava dando uma de Rony. Foi uma triste coincidência tudo o que tinha acontecido. Então continuei me encontrando com o Draco no Ritual. A gente falava muito sobre o que estava acontecendo no mundo bruxo, sobre o medo que a destruição de Azkaban tinha provocado em todos, inclusive em nós mesmos. Por que o incêndio simbolizou a destruição de tudo o que nós tínhamos de mais seguro. O pai dele não voltou a se comunicar, mas nós sabíamos que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde... nos nossos encontros e conversas, tentávamos fugir um pouco das nossas angústias nos compreendendo silenciosamente... tentando falar das coisas como se nós não fizéssemos parte de tudo, como se não corressemos riscos, como se não tivéssemos de fazer escolhas. Mas no fundo, no fundo sabíamos que estávamos sozinhos. Que ninguém podia lutar ou escolher por nós. Sozinhos e inseguros...

Ás vezes ele tentava tocar no assunto do Rony comigo. Às vezes ele tentava se aproximar mais de mim. Mas eu não deixava. Até que ele desistiu.

Harry e Gina tentaram convencer Rony de que não havia nada entre eu e Malfoy. Não adiantava. Sabia que eu teria que falar com ele. Eu tentava... mas as feridas ainda estavam recentes. Se ele não fosse tão teimoso...

Naquele dia estava na beira do lago com as meninas, esperando a hora do almoço. Elas tentavam me animar...

- Aquele jumento! Será que ele não percebe que você só tem olhos pra ele?! - dizia Gina, exaltada - Pode deixar, Mione, eu vou arrumar um jeito de juntar vocês dois

- Não, Gi! Deixa isso quieto. - eu disse.

- Ele não te merece. Você arranja coisa melhor. O Antônio Goldstein é muito mais bonito e é afim de você. Sem falar no Malfoy!!! - disse Parvati.

Silêncio...

- Como você está? - perguntou Luna.

Respirei fundo e respondi:

- Nunca me imaginei gostando do Rony, em compensação agora gosto e muito... ele não sai da minha cabeça e tudo me lembra ele. Todas as músicas, principalmente as que eu já ouvi ele cantando... qualquer comentário que me lembre nossas conversas, nossas brigas. A sala comunal que pra mim era um lugar agradável, agora está horrível, todos os cantos de lá me lembrando dele... Meninas! Nunca pensei que a nossa amizade ia se transformar nessa loucura e tipo que eu não tenho nem a "loucura" e ainda perdi a amizade... tudo o que eu tenho são lembranças de uma noite linda, de um sonho que terminou antes de amanhecer. Me diz, tem coisa melhor? Claro que não, né... Ele disse que me odeia, que eu não presto...

- Mas ele falou isso da boca pra fora... ele não sente isso realmente. Falar é fácil, Hermione. Falar besteiras é muito fácil quando se está nervoso. Ainda mais, meu irmão, que já fala montes de besteiras normalmente... você quer ver como é fácil? - ela perguntou levantando-se - Hey, Você!!! - chamou um garoto bonitinho que estava passando perto de nós - Cê não presta, moleque!!! Te odeio!!! - o garoto fez uma cara de não-estou-entendendo-lhufas e ela completou - É tu mesmo! Feio pra caramba!!! - e virando-se para nós, disse sorrindo - Tão simples quanto isso! - todas nós batemos palmas. Só elas mesmo pra me animar um pouco.

- Mi, se você quiser eu posso abrir as cartas pra você. - sugeriu Parvati.

- Não, obrigada. Eu não acredito em adivinhação.

- Você deveria falar com a prof. Sibila. Ela pode não saber dar aulas muito bem, mas entende muito de assuntos do coração.

Fiquei em silêncio enquanto elas se levantavam.

- Você não vai almoçar? - perguntou Gina. Eu não respondi e ela se foi junto com Parvati.

Depois de algum tempo, Luna disse:

- Eu sei que você não acredita em adivinhação. Eu também não acredito. Mas às vezes tudo o que a gente precisa é um motivo, uma coisa na qual se agarrar. Um incentivo pra continuar lutando ou uma razão para desistir. Qualquer coisa... por menor que seja... pode ser a mais banal, a mais incrível e inacreditável. - ela falou com uma voz totalmente sonhadora, mas de repente levantou de um salto e disse - Agora deixa eu ir, vou contar os pisos brancos.

Depois de pensar um pouco no que a Luna disse, levantei resolvida a ir falar com a Sibila. Provavelmente ela diria que o Rony me odiava, porque não imaginava ela vendo coisas boas pra mim naquela bola de cristal. Mas no fundo tinha uma ponta de esperança que ela dissesse que daria tudo certo. É incrivel o que a gente faz quando se está apaixonada. Mas talvez eu só estivesse querendo alimentar minha covardia, porque dependendo do que ela dissesse eu poderia adiar um pouco mais a conversa com Rony. No fim, acabei me arrependendo de ter ido "me consultar" com ela. Não disse coisa com coisa e no fim chegou á conclusão de que ele só estava me usando. Usando!!!! Usando pra que, Merlin??!!! Se a gente não tinha feito nada de mais... mas até que isso me encorajou, ao contrário do que eu pensei. Então decidi que chegara a hora de conversar com ele

Saí em direção ao salão. Quando estava quase entrando pela porta, vi uma cena que me paralisou. Rony e Olívia de mãos dadas. Não consegui tirar os olhos dele. Ele me viu, mas eu não me importava com isso. Só queria entender porque a mão dele estava colada na dela. Ele também continuou a me olhar. Mas aí ela falou uma coisa e ele tornou o olhar para ela. Saí correndo, envergonhada e me sentindo ridícula, até que esbarrei em Harry. Estava tonta demais...

- Harry, me diz que não é verdade.

- O que? - ele perguntou e eu o puxei até uma janela e apontei para Rony e Olívia que ainda estavam juntos. Ele me abraçou e disse:

- Infelizmente é, Mione... eles começaram a namorar hoje. Hoje de manhã.







N/A: Desculpa, gente!!!! o capt não era pra terminar assim, mas a inspiração foi-se... eu sei que é um capt meio triste, mas espero q v6 tenham gostado, apesar d td... a mione naum vai ficar mt tempo assim, vai começar a lutar por ela, pela sua felicidade!!! =)... o capt 10 terá mais ação!!! não percam!!!

desculpem tbm pela demora ... e naum sei se vcs se lembram, mas eu estava meio confusa em relação ao fim da fic, com quem a mione vai fikr. pois bem, eu já resolvi isso!!! já sei como ela vai terminar, mas saibam q eu não darei nenhuma pista! vai ser suspense ateh o último capt! MAS.... eu estou pensando em escrever dois finais, entaum se vc torce pro ron ou pro draco é hora d mostrar sua fidelidade!!!

Respostas e agradecimentos:

Roberta......> obrigada pelo elogio!!! Menina, vc eh uma das maiores defensoras do ron!!! Ele agradece!!! =) sei q vc ficou meio triste com esse capt, mas naum perca as esperanças d rony e mione ainda, como já disse soh lendo o último capt pra saber!

Jackeline Malfoy......> oi, Jack! Naum eh só vc q quer d/h no fim não, viu? Mta gent tá torcendo pelo draco! E só vc lendo pra saber se eles vão fikr juntos ou não! Vlw pelo coment!

a......> q nick eh esse criança?? tá kerendo se manter incógnito(a)? hehehe.... td bem... EU CONTINUO. Vlw!!!

Rena......> olá... fico feliz q vc tenha gostado!!! Brigada pelos elogios... mas vc tbm naum deve ter gostado mt desse capt... klma, ainda tem mt coisa pra acontecer...

brine......> koé?! Q bom q vc gostou!!! Vou tentar naum demorar mt, ok?

Mais agradecimentos à: Paulinha Potter e Maaay. Brigadaum a todos que estão lendo e comentando. Beijos a todos!!!! (vcs pensaram q eu ia esquecer de pedir coments??? EU SOU BRASILEIRA E NÃO DESISTO NUNCA! Comentem, por favor!!!)

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