Duas doses de Malfoy

Duas doses de Malfoy



Duas doses de Malfoy




Fomos para a borda do lago e procuramos a sombra de uma árvore para nos abrigar do sol forte daquela tarde.

- Vocês também saíram no meio da aula? – perguntei após sentar no chão.

- Não, o Snape liberou a turma logo depois que você saiu. – Harry respondeu.

- Vocês não acham isso muito estranho?

- Eu acho que ele tem um caso homossexual com o Malfoy.

- Rony!!! – disse num tom de reprovação.

- Ah, Mione, essas coisas acontecem... você não reparou que ele mandou o Malfoy pra sala dele? E depois liberou a gente mais cedo. Esses dois... não sei não...

- Não se trata só desse fato, de nos liberar mais cedo. – disse interrompendo Rony. Tem muito mais coisas estranhas acontecendo por aqui.

- Como o quê? – perguntou Harry.

- Como o Neville ficando com várias garotas e o modo estranho como ele me agarrou...

- Nem me lembre disso! – disse Rony.

- É verdade. Eu nunca imaginei que o Neville se tornasse tão conquistador de repente. – disse Harry.

- E eu? O considerava um dos meus melhores amigos, e hoje nem consigo olhar na cara dele... mas voltando... o Snape tem estado muito feliz ultimamente.

- Não reparei nisso. – disse Rony.

- Ele só está feliz porque você não soube responder pela primeira vez! – disse Harry.

- Não acho que seja isso... acho que é por causa da Tonks.

- Tonks?! – eles exclamaram juntos.

- É, ela mesma. O Snape deveria odiá-la assim como ele odiou todos os antigos professores de DCAT, mas hoje eu os vi conversando. E pareciam bem íntimos e felizes.

- Você não acha que ele e a Tonks...

- E por que não, Harry?

- Por que ele é nojento. E feio. E velho demais pra ela.

- Você nunca ouviu aquela famosa frase “O amor é cego?”? – eles se entreolharam e fizeram uma cara de nojo – E o que vocês me dizem do calor em meados de outubro?

- É realmente incomum... – disse Harry.

- E põe incomum nisso! A partida de Madame Pomfrey, os meus desmaios... e agora pra piorar tudo, acho que estou ficando burra e faz tempo que não estudo.

- Bem vinda a minha vida! – disse Rony.

- E vocês? Não repararam nada de estranho? – os dois balançaram a cabeça negativamente.

- Mas sabe que agora com você falando eu também estou achando isso muito esquisito... você acha que essas coisas têm alguma ligação? – perguntou Harry.

- Você pode até achar loucura, mas eu penso isso sim. E acho que tem a ver com o que nos aconteceu em Hogsmeade. Eles podem ter feito algum ritual de magia negra com a gente e... magia negra... onde eu já ouvi isso?

- Depois você lembra. – disse Rony – Agora temos aula do Binns.

- E sabe o que é pior? Eu não sinto a mínima vontade de assistir a essa aula. – disse desanimada.



Nós nos encaminhamos para a sala de aula e ao chegarmos lá, Harry esperou Rony entrar e me puxou.

- Tem algo de estranho comigo sim. – ele disse.

- O que?

- Desde aquele dia... eu tenho tido sonhos. Mas não são sonhos comuns. Eles parecem reais e às vezes eu até os confundo com a realidade. E nesses sonhos... nesses sonhos...

- Diz logo!

- Nesses sonhos meus pais estão vivos e Sirius também. – ele disse rapidamente, sem coragem de me olhar nos olhos.

- Você sabe que a realidade não é essa.

- Eu sei.

- Quer conversar sobre isso?

- Ainda não...

- Eu percebi que você anda dormindo muito ultimamente.

- Pois é... – ele disse. E eu percebi que não daria em nada continuar com aquele assunto. Então resolvi deixá-lo pra depois.

- Tem uma outra coisa que eu achei muito estranha... mas acho que não tem nada a ver com todo o resto.

- E o que é? – ele perguntou.

- O fato do Rony ser o capitão do time e não você.

Ele ficou boquiaberto olhando pra mim. Foi quando vimos o professor entrar na sala.

Foi a primeira aula em que eu não prestei atenção, nem fiz anotações. Pensava num modo de me encontrar com Malfoy sem os garotos desconfiarem disso. A minha atitude de dar um voto de confiança a ele poderia não ser muito prudente, mas algo me dizia que isso era o certo a se fazer e que ele era sincero quando dizia que sentia amizade por mim. Por outro lado sabia que não poderia expor essas minhas opiniões a Harry e Rony. O ódio por Malfoy os cegariam e eles não admitiriam a nossa amizade. Não gostaria de perder a confiança de meus melhores amigos, tampouco perder a oportunidade de saber o que o lado do mal estaria tramando através de Draco. A questão era: como encontrar com Malfoy sem os dois saberem?

- Hei! Acorda, Mione! Acabou a aula. – disse Rony – Parece que entrou em transe... até eu que estava dormindo percebi que a tortura terminou. Mas você não anotou nada hoje... como é que eu vou estudar?

- Ai Rony, se você soubesse o quanto me irrita, pensaria duas vezes antes de abrir essa boca. Nem vou me dignar a te responder. Não quero estragar mais ainda meu dia brigando com você. – disse rispidamente, indo logo depois ver se alguém tinha pego a matéria da aula.



*****



Rony me ignorou o resto do dia. Deve ter sido por causa do que eu disse à ele no fim da aula do Binns. Não estava mesmo com paciência para aturar aquele mala, então o ignorava também. Até que no jantar uma criatura indesejável chegou para nos fazer companhia.

- Oi gente! Tudo bem?

- Oi, Olívia. Tudo certo... – respondeu Harry.

- Oi! E você, tudo bem? – disse Rony.

- Tudo mal. Me diz... o que é essa matéria de Adivinhação?! Eu não consigo terminar nenhum dever!

- Ah, é muito simples. Você só precisa de alguma imaginação pra inventar tudo. – disse Rony, fingindo seriedade e arrancando sorrisos de Olívia e Harry. Eu fingia que não estava escutando.

- Então... – ela disse inclinando-se pra ele – ... você me ajudaria a inventar, mais tarde na biblioteca?

- C-claro...

- Bom garoto... te vejo daqui a pouco. – disse sorrindo e saiu logo depois.

Eu não podia acreditar no que acabara de presenciar. Que garota oferecida!

- Cada dia eu me surpreendo mais com as pessoas, Harry. Imagina que uma certa pessoa que só vive dormindo nas aulas está dando uma de professor de garotas do quinto ano... – ironizei.

- Sabe, Harry, as pessoas mudam. – disse Rony.

- Certas coisas não mudam, Harry. Como por exemplo o mau-humor permanente de algumas pessoas.

- Sem dúvida você é a pessoa certa pra falar de mau-humor! – ele disse me olhando nos olhos.

- É que é meio difícil pra mim manter o humor quando você está por perto.

- Ninguém te obriga a ficar perto de mim!

Já ia abrir a boca pra responder quando Harry, que até aquele momento se limitara a ouvir assustado a discussão, nos interrompeu:

- Chega! Eu não aguento mais isso! Por que vocês não admitem que se gostam e transferem essa energia que gastam brigando todo dia, para uma coisa mais proveitosa?

Odiei o Harry naquele momento.

- Com licença. – disse levantando-me depois de perder momentaneamente a fala. Foi aí que ouvi Parvati que estava um pouco mais a frente na mesa falar com a Gina:

- Hoje não vai dar pra ir ao Ritual. Muito dever acumulado, sabe?

Nessa hora me ocorreu uma idéia brilhante! Com um casal a menos a sala precisa era um ótimo lugar para encontrar alguém...

Procurei Draco com o olhar na mesa da Sonserina. Não foi difícil achar aqueles cabelos loiros. Com um aceno de cabeça, sinalizei que queria lhe falar...

- Fala. – ele disse se aproximando.

- Vem. – disse o puxando para um corredor mais vazio. – E o nariz? – perguntei.

- Lindo como sempre.

- Foi idiotice provocar aquela briga com o Rony.

- O quê?! Você acha que ele levou a melhor sobre mim? – ele perguntou e eu me limitei a sorrir – Poderia partir a cara dele se eu quisesse.

- E por que não partiu então?

- Tive pena... você sabe como eu sou né...

- Aham. Sei... – disse rindo.

- E aí?

- Achei um lugar pra gente se ver. Nós podíamos ir agora mas já vou avisando que estou de péssimo humor.

- Eu conheço um remédio pra isso. Muito bom.

- E qual é?

- Se chama Malfoy.

- E funciona mesmo?

- Ô se funciona! Apenas uma dose e você já fica bem mais feliz.

- Então eu acho que vou querer duas. Duas doses.

- Mas sabe, menina... tudo tem um preço.

- E imagino que o desse remédio seja bem caro, não?

- É mas pra você eu posso facilitar esse pagamento. – e saiu me puxando pelo braço. E eu nem pude pensar direito, só obedecer meu corpo, que naquele momento só queria fugir, fazer algo de muito errado e proibido. Se fosse pra todos me odiarem, então que tivesse motivo. Fazer uma coisa nova acontecer na MINHA vida. Sem Rony, sem Harry. Só EU, Hermione, me encontrando com Draco sem eles nem desconfiarem. E logo eles que se achavam os donos da verdade, os heróis e maiorais de Hogwarts... eu não precisava deles. Tinha uma aventura secreta!

Às vezes garotas podem ser bem tolinhas.




- Espera aí, pra onde você tá me levando? – perguntei ao perceber que ele me puxava para corredores cada vez mais desconhecidos.

- Para umas masmorras bem legais.

- Nada disso! Eu vou te levar para um lugar bem mais legal.



*****



Ao abrir a porta da sala precisa ele disse:

- Não faço idéia do que seja esse lugar, mas já gostei dele. – ele disse deitando numa almofada.

- Esse é o lugar onde nós vamos nos encontrar daqui em diante. – “Se as garotas concordarem com isso...”, pensei.

Expliquei pra ele toda a história do Ritual e ele concordou em nos encontrarmos lá. Riu muito ao saber da Gina e do Simas: “Aquela ruivinha é uma pimenta e os irmãos pensam que ela é santa” e de Neville e Luna: “O tonto e a louca, belo casal!”. O fiz jurar que não contaria nada pra niguém e depois nós começamos a conversar sobre várias coisas...

- Às vezes eu sinto que daria tudo pra saber o que você está pensando. – eu disse.

- Tudo mesmo?

- Sem graça... – e sorri envergonhada.

- Ah, é fácil. Por exemplo, agora eu estou pensando em como você fica linda quando sorri. – e se aproximou de mim por trás e traçou uma linha com o dedo da minha nuca até o fim das minhas costas. Cerrei os olhos e estremeci involuntariamente com esse contato.

- Hermione, você iria adorar ficar comigo. Eu beijo muito bem. Entre outras coisas...

- E como você sabe?

- Relatos e confissões apaixonadas. – ele disse sorrindo – Se eu te pedisse um beijo...

- Eu te diria: não.

- E se eu te agarrasse? – e passou as mãos em volta do meu corpo.

- Eu te daria um soco.

- Ah, não... seus socos doem. – ele disse afastando-se – Tudo bem se você não quer. Hoje. Amanhã é outro dia e eu não costumo desistir com um ‘não’.

- E com dois ‘nãos’?

- Nem com mil. Então pensa bem, porque eu vou chegar em você de novo. Só não morre de vontade até lá, viu? – e saiu da sala. Eu fiquei mais um tempo lá, sozinha, recuperando meu ar. Estar com Draco Malfoy era como se tivesse a respiração suspensa durante todo o tempo. Como se a cada momento ele fosse fazer algo de inesperado, algo que o antigo Draco faria. Tinha medo de que ele de repente desse uma risada e dissesse: “Ah, Granger, sua sangue-ruim idiota! Você realmente acreditou que eu fiquei bonzinho de uma hora pra outra? Eu só queria brincar um pouco com você...”. Mas esse momento nunca vinha e eu ficava cada vez mais curiosa sobre ele. Porém ainda me mantinha na defensiva. E ele me deixava sem fôlego apenas com palavras.

Logo ao entrar na sala comunal, vi Rony deitado num sofá. Dormia pesado, nem os barulhos de uns garotos jogando snap explosivo pareciam abalar seu sono. Então me deu uma vontade louca de chegar mais perto e assim o fiz. Catei uma pena nos bolsos das minhas vestes e comecei a passá-la de leve em seu nariz. Ele abriu os olhos devagar...

- Me esperando? – perguntei.

- Não. Nós fizemos as pazes? – ele perguntou, sentando no sofá.

- Não. – e saí andando a caminho do dormitório feminino.

- Mione! – ele chamou, mas eu fingi não ouvir – Que droga! Por que você é assim?! – sentia que ele vinha atrás de mim – Olha pra mim! – e puxou meu braço com força, forçando-me a olhar pra ele mas eu virei o rosto pro lado – Você não vai olhar pra mim? – ele perguntou e eu olhei-o nos olhos com raiva.

“Eu sou assim contigo por que você é um idiota! Por que você tem que ser tão perfeito dormindo e tão imbecil acordado?! Por que tudo que você diz me irrita?! Por que é amigo daquela loira burra?! E por que me faz sentir tão tola?!” – eu pensava mas não tinha coragem de dizer. Nós ficamos nos olhando, ambos com raiva nos olhos, até que ele disse:

- Já estou cheio de brigar com você hoje. Vá dormir. – e soltou meu braço quase me empurrando para as escadas.



*****



“Também não vou! Não vou, não vou, não vou dormir e ponto!” – pensava enfurecida enquanto subia as escadas do dormitório feminino. Havia mesmo uma coisa que eu precisava fazer o quanto antes.

- Parvati! – chamei ao abrir a porta do quarto – Venha comigo! – ela estava de camisola e touca na cabeça, se preparando pra dormir.

- É urgente? Porque eu já estava indo dormir...

- Urgentíssimo. Ponha um roupão e vem. – disse fechando a porta. Dez minutos depois, nós estávamos saindo pelo quadro da Mulher gorda.




- Onde nós vamos, Mione? – ela perguntou, tentando acompanhar meus passos.

- Encontrar Gina e Luna. Elas devem estar saindo do Ritual agora, não? – e antes dela poder me responder vimos as duas dobrarem o corredor.

- Onde vocês estão indo? – perguntou Gina.

- Encontrar vocês duas. – respondi – Vamos entrar nessa sala. – disse apontando para a porta mais próxima – Preciso conversar com vocês.

A única que sabia da minha “amizade” com Draco era a Parvati. Então contei às duas, Gina e Luna, sobre ele, expliquei a situação e depois perguntei se elas concordavam se eu o encontrasse no Ritual.

- Eu concordo. Acho que não há nenhum mal. – disse Parvati piscando pra mim.

- Mione, Parvati, ele é o Malfoy! Draco Malfoy, Merlin! – exclamou Gina – Quantas vezes ele já nos xingou, atrapalhou nossos planos! Sempre fazendo piadas de mau gosto sobre nós e principalmente sobre você! Sonserino, filho de um comensal! Isso não entra na minha cabeça, como você pôde ter se tornado amiga dessa criatura?! Ele é nosso inimigo!

- Nem tudo na vida tem uma razão muito convincente... Gina, às vezes tudo o que uma pessoa precisa pra mudar está em coisas simples como uma chance, uma palavra, um amigo. Eu sei que corro o risco muito grande de quebrar totalmente a cara, mas esse risco é só meu e eu só te peço que me deixe lidar com ele.

- Esse risco não é só seu. Eu sou sua amiga e de certa forma tudo que te atinge, me atinge também. Qual é, Mi? Não vai dizer que se apaixonou por Malfoy?!

- NÃO! Não é nada disso. Só que algo me diz que... algo nos olhos dele... pedem que eu o salve, o ajude.

- Você é boa demais, Mione. E isso nem sempre é bom. Que droga, se é isso que você quer, então eu concordo. Mas já sabe o que penso.

- E você, Luna? – perguntei hesitante.

- Bobagem, é o que eu acho. Nem mesmo os kirikujos da Flórida são tão bobos.

- Anh?! – exclamei.

- É isso mesmo que você entendeu, linda, perfeita e esperta Hermione Granger. Talvez você não seja tão esperta assim.

- E não sou mesmo! Eu assumo! Se você acha que isso me ofende...

- Falou tanto de mim com o Neville e não enxerga o quanto está sendo idiota, caindo nesse papo do Malfoy!

- Olha aqui, garota...

- Olha aqui você. E presta atenção. – e seu habitual tom sonhador abandonou totalmente a sua voz – Quem bate esquece, mas quem apanha não esquece jamais. Eu não esqueci o que você fez comigo e agora sou até capaz de entender. Andando com Malfoy... boa coisa você não pode ter se tornado...

- Não fale assim, Luna... – disse Gina.


- Blá, blá, blá, blá! Conversa! – ela exclamou - Amigas assim eu não quero! Não precisa ser tão falsa, Hermione!

- Agora você passou da linha! – retruquei. Gina e Parvati estavam de queixo caído de espanto, olhando de Luna para mim.

- Não precisa se descontrolar! Pode ir se encontrar com seu amigão no Ritual! Eu não me oponho! Quem sabe assim, se ocupa e para de ficar inventando mentiras sobre os outros?!

Foi aí que eu parti pra cima dela, disposta a brigar. Mas Gina e Parvati foram mais rápidas e me seguraram.

- Você não passa de uma guimbley, Hermione. E ainda vai se dar mal! – disse Luna dando uma risada estranha e saindo logo após.

- GUIMBLEY É VOCÊ!!!! – gritei – Ah, me soltem! – disse às outras duas, que me largaram assustadas.

- Você não vai atrás dela, vai? – perguntou Parvati.

- Não... ela tá fora de si... e conseguiu me deixar também. Guimbley... até parece que sou isso! E que diabos é guimbley, afinal?!

Parvati e Gina deram de ombros.




Realmente pra mim aquele era o pior dia do ano. Mas o mais horrível é que eu mal sabia que o pior mesmo ainda estava por vir.

Fui deitar com a cabeça latejando, quase chorando de raiva. Não queria continuar daquele jeito, brigada com Harry, Rony e Luna. E tudo numa só noite. Era irônico que a única coisa boa que tinha acontecido foi o Draco ter conseguido me fazer rir um pouco. Mas não o suficiente para me deixar um pouco mais feliz. Minha mente rodava... rodava... fechei os olhos.

O céu que estava claro se tornou muito nublado de repente... eu corria pela Floresta proibida, as barras do pijama sujas de lama... chovia forte e eu me encharquei rapidamente. Mas isso não me preocupava nem um pouco. Pelo contrário, era um alívio para o meu corpo em chamas por causa do calor e por causa... dele. É ele mesmo. O cara dos meus sonhos de sempre e como sempre eu não via o seu rosto. Meu coração batia desesperado no ritmo das minhas pernas, que corriam desesperadamente para ele. O sussurro do vento nas árvores era como uma música calma que embalava aquele encontro. Mas por algum motivo meu coração não estava calmo. Ele batia cada vez mais freneticamente à medida que eu ia me aproximando dele. Nós nos abraçamos forte e eu pude sentí-lo muito meu. Uma onda de prazer me envolveu, provocada somente pelo contato dos nossos corpos. Foi aí que pela primeira vez ele falou, a voz tão familiar...

- Você é a... – mas não pôde completar, pois eu comecei a afundar de repente e muito rápido no chão. E ele não pôde fazer nada para me salvar, pois eu caía cada vez mais. E caía... caía... caía no buraco escuro. Minha agonia era tanta que eu era incapaz até de gritar. Comecei a ouvir vozes...

“Aonde você pensa que vai?!”

“Não tema. Seu segredo está a salvo comigo”

“Não queria ter participado disso, realmente não queria...”

“Você não devia estar aqui, devia?”

“O que você fez é imperdoável, Mione”

“São de magia-negra, mas pode pegar se te interessa”

Uma prática muito antiga e maligna, porém eficiente se feita com a pessoa certa, que os antepassados chamavam somente de Ritual


Anthus aeros melhoes horus


- Nããããoooo!!!!!! – e meu grito ecoou pela noite. Era um pesadelo. Tudo
aquilo era um pesadelo estranhamente real. Estranho porque aquelas vozes eram estranhamente familiares e porque aquelas palavras "anthus aeros melhoes horus" eram as mesmas que saíram das bocas dos caras de capas marrons que nos cercaram em Hogsmeade. E real porque em vez de ter acordado em cima da minha cama, como de costume, eu estava deitada exatamente no meio do campo de quadribol, molhada de chuva da cabeça aos pés.



*****



Entrei correndo no castelo, não podia ser vista ou iria perder muitos pontos. Mas ao mesmo tempo em que estava morrendo de medo pelo que tinha acontecido (afinal eu nunca fora sonâmbula) eu também estava eufórica porque aquele incidente e o sonho me fizeram descobrir uma coisa. E aquela excitação que eu sentia, me impedia de esperar até amanhecer para descobrir mais.

Ao entrar na sala comunal, meu primeiro impulso foi de subir direto ao meu quarto mas parei na metade da escada, decidida a compartilhar minha descoberta com os meninos. Então tomei o caminho inverso, para o dormitório masculino.

Fui direto na cama de Harry, mas ele parecia estar tendo um sonho tão bom, que desanimei a acordá-lo. Parei então ao lado da cama de Rony, me perguntando se devia o acordar ou não. Foi aí que um trovão ecoou lá fora e ele abriu os olhos. E antes que ele pudesse gritar de susto ao me ver parada, molhada e olhando-o muito suspeitamente ao lado de sua cama, eu não pensei duas vezes, tapei com força a sua boca e falei baixinho e rápido:

- Se lembra daquele dia que você disse que nós não íamos conseguir encontrar nada nos livros sobre o que nos aconteceu em Hogsmeade?

Ele balançou a cabeça em concordância, o olhar mostrando o quanto estava assustado com a minha invasão no meio da noite.

- Lembra que eu até concordei contigo na ocasião?

Ele fez que sim novamente, o olhar agora ligeiramente intrigado. E eu continuava a tapar sua boca quando disse:

- Pois é... nós estávamos totalmente errados.








N/A: e aí? leram com bastante atenção? nesse capt eu deixei mts dicas do q vai acontecer nos próxs e p/ apimentar um suspensezinho tbm. E meio q por causa disso foi zero d romance... então no capt 8 vou caprichar mais no romance e tentar pôr o taum esperado BEIJO NA BOCA!!! (pausa básica: se ligaram no meu latim né... hehehe... se v6 soubessem como eu inventei akelas palavras iam rir mt! Mas issu eh segredo... e quem diria q eu já estudei latim nessa vida??? Q o meu antigo prof naum leia isso!!!)

Essa fic chega á metade e eu aproveito p/ agradecer a tds q estão lendo! vlw gent!

rena......> fikei emocionada com os elogios... ^_^ mas vc axa q naum tem mt r/hr? o povo fã de d/hr reclama do contrário... mas a fic eh um triangulo amoroso entaum tem q ser assim... mas axo q vc vai gostar do capt 8, entaum....naum deixe d ler!

brine......> adoro seus coments desesperados p/ q eu atualize a fic rápido... hehehe... foi mal aí, tds as demoras, mas vc continua fiel e comentando sempre e por isso... obrigaduuuuuuuuuuu!!!!

#D......> puxa q bom vc ter gostado da mudança dos persngs e da fic! eh o
draco tá msm "viajante" mas espero poder explikr um poko disso, mais pra
frent...

Maaay......> ah, eu adoro seus coments! Brigada pelos elogios e suas opiniões tbm... rony e mione saum fofos msm... mas as atitudes mongóis dele, serão explikdas mais pra frente. Os próxs capts serão mais esclarecedores entaum liga o computador escondido pra poder ler!!!

Paulinha Potter......> desculpe pela demora!!!! E brigadaum pelos coments!

Roberta......> vc naum deve ter gostado mt desse capt, né... prometo por mais romance no próx!

Arty Black

......> desculpe mas acontece q naum dá msm p/ responder suas perguntas... se o draco é um vilão ou não e c/ kem a mione vai fikr... só lendo pra saber!!!!

agradeço tbm a todos os outros q comentaram e o povo q está lendo e ainda naum comentou! (tomem vergonha na kra e comentem!) Bjuz da Ju


















































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