Início da Compreensão



 


Início da Compreensão


 


 


E nos jardins de Hogwarts, Cygnus estava sentado apoiado em uma árvore, usufruindo de sua sombra e da brisa refrescante que inundava os terrenos do Castelo, enquanto acariciava os sedosos cabelos vermelhos de sua namorada, que ressonava majestosamente, abraçada ao moreno. Ao lado daquela ruiva Cygnus sempre conseguia se surpreender com sua sorte, a sorte de ter aquela garota perfeita ao seu lado, garota esta que inacreditável e inexplicavelmente, estava perdidamente apaixonada por ele, um Sonserino, descendente de pessoas que qualquer um deveria temer, de quem ninguém devia se aproximar sequer...


- O que está olhando, moreno? – disse ela num tom sonolento ao virar a cabeça para o namorado e perceber que a atenção do rapaz estava concentrada nela.


- Nada, não, Emy. – disse o moreno sorrindo afetuosamente e acariciando o rosto da namorada.


- Nada... mesmo? – perguntou a garota em meio a um bocejo virando nos braços do moreno.


- Só estava admirando o tamanho da minha sorte. – disse ele sorrindo divertido quando a namorada voltou a aconchegar-se nos seus braços.


- Do que está falando, Cyg? – perguntou a menina ainda meio sonolenta procurando a melhor posição no tórax do namorado para, aparentemente, voltar a dormir.


- Estava apenas reparando quão perfeita você é, e que não acho que mereço tanto assim. – disse ele abraçando a ruivinha de modo à se posicionar melhor para o conforto da namorada.


- Mas é claro que merece, meu amor, merece até mais do que eu posso te oferecer. – disse a menina virando-se para o namorado e beijando seu rosto.


- Não, Emy. – disse ele afastando a namorada gentilmente. – Não há nada a mais que possa me oferecer, ruivinha... Você é perfeita assim. – disse o moreno acariciando o rosto da ruivinha que fechou os olhos apreciando cada movimento do rapaz.


Mas, infelizmente, logo a expressão da ruiva se modificou, entristecendo-se enquanto ela erguia sua mão em direção à de Cygnus que ainda estava sobre seu rosto.


- Não acho que sua mãe vá achar isso quando me conhecer... – disse ela abrindo os olhos, que se mostraram tristes, enquanto tirava a mão do rapaz de seu rosto.


- Emy, há muito tempo minha mãe não é capaz de achar nada perfeito... – disse o moreno segurando a mão da namorada com uma das suas e pondo a outra de volta em seu rosto. – Queria poder te apresentar a alguém que pudesse fazer jus a você... – a expressão entristecida agora era a de Cygnus.


- Isso não é culpa sua, Cyg! – disse Emy de forma veemente.


- E nem sua, Emy. – garantiu o rapaz inconformado com o que aquelas pessoas faziam com sua vida, mesmo quando não estavam por perto. – E é por isso que eu não queria que você tivesse que...


- Pare, Cyg. – pediu a ruiva segurando, com delicadeza, o rosto do namorado e acariciando o moreno.


- Emy, você não tem ideia do que ela é capaz de fazer... – começou o moreno tentando mostrar a Emily a gravidade da situação em que se metera.


- Não, não tenho mesmo... – disse a ruiva carinhosamente. – Mas acho que o que há de mais importante ela fez direito. – disse ela sorrindo para o moreno. – Mesmo da maneira mais deturpada possível, ela e o resto de sua família, transformaram você e seus irmãos nas pessoas maravilhosas que são hoje. – disse ela olhando fixamente para os olhos negros do moreno.


- Você realmente é incrível, Emily! – disse o rapaz sorrindo carinhosa e maravilhadamente. – E está coberta de razão. – garantiu o moreno um pouco mais empolgado. – Eles podem não ser a família ideal, especialmente ela que, definitivamente, não é uma mãe ideal, mas de fato conseguiram nos transformar no que somos... – disse ele ponderando da forma mais positiva que pôde. – Sinceramente, só você mesmo pra me fazer pensar assim... – disse ele acariciando o rosto da garota novamente.


- Se não eu, quem seria? – perguntou Emy com um sorriso meio maroto.


- Ninguém, com certeza, afinal quem poderias ocupar o seu lugar? – perguntou o moreno sorrindo encantadoramente.


- Você que é incrível, Cyg! – disse a ruiva retribuindo o sorriso e beijando o namorado com paixão que retribuiu com entusiasmo, até que estivesse deitado sobre a grama com a ruiva sobre si.


- Então, como anda o casal mais perfeito de toda a Hogwarts? – perguntou Ollie quando ele, Max, Alice e Darla foram se aproximando do casal e interrompendo seu momento.


- Estamos muitíssimo bem, Ollie. – respondeu Cygnus sorrindo para os amigos, sentando e abraçando a namorada que levantara junto com o moreno.


- O que houve, Ollie? Algum problema? – perguntou Emy virando-se para os recém-chegados e saindo do abraço de Cyg, o que provocou no moreno um sorriso divertido.


- Você não consegue mesmo ficar relaxada, não é? – perguntou o garoto sorrindo carinhosamente para a namorada que lhe respondeu com um sorriso de lado meio envergonhado, meio divertido.


- Problema, problema mesmo, não. – falou Max sorrindo de lado para os amigos. – Mas acho que vamos precisar de ajuda na redação de História...


- Ok, acho que esse problema dá pra resolver... – respondeu a ruiva sorrindo para os amigos.


- Então não vão assistir ao nosso teste de quadribol esta tarde? – perguntou o moreno meio tristonho.


- Nem uma reprovação eminente me afastaria do campo hoje, Cyg! – assegurou Max sorrindo.


- Mas é claro que iremos assistir ao seu teste, Cyg. – garantiu a ruiva sorrindo e voltando-se para o namorado. – Não perdi seus testes até hoje, porque acha que eu faria isso logo no ano em que não preciso de desculpas pra te ver jogar? – disse a menina sorrindo muito para o namorado.


- Você realmente ia lá só pra me ver? – perguntou o moreno ingenuamente.


- Mas é claro que sim, ou você realmente acreditou que era pra estudar o modo de vocês jogarem? – perguntou a ruiva sorrindo carinhosamente para o namorado.


- Sou tolo mesmo, não é? – perguntou o menino quando a namorada o abraçou.


- Muito! – disse a ruiva sorrindo e beijando o moreno.


- Bom, ela podia não ir, mas eu ia! – disse Max atrapalhando o casal ao sentar-se ao seu lado. – Quem acha que vão ganhar as vagas este ano, Cyg? – perguntou o rapaz como quem não queria nada.


- Boa tentativa, Max! – disse uma voz aproximando-se do grupo. – Sabe que não podemos falar nada antes do teste! – comentou Annie sorrindo para os amigos ao chegar.


- Bem, não custava tentar! – argumentou o rapaz fazendo todos rirem.


- Cyg, Cody está nos chamando. – disse a loira recém-chegada virando-se para o Sonserino.


- Tem de ser agora? – perguntou o moreno desanimado.


- Digamos que ele não acordou com o pé direito hoje... – disse a loira com ironia e uma careta ao se referir ao amigo e Capitão do time da Sonserina.


- Está bem, está bem... – disse o garoto deixando os ombros caírem e respirando profundamente.  – Desculpe, ruivinha, mas o dever me chama... – disse ao se afastar a contragosto da namorada.


- Tudo bem, estaremos na Biblioteca até a hora do almoço. – disse ele tranquilizando o namorado antes de beijá-lo.


- Está bem, mas se bem conheço, Cody, não estarei livre antes desse horário também... – disse sorrindo pra ela antes de levantar e se reunir a Annabeth.


- Então nos vemos no almoço. – disse a ruiva acenando para o namorado.


- Até lá! – disse ele retribuindo o aceno e mandando um beijo para a ruiva.


- Até mais, pessoal! – disse Annie despedindo-se de todos.


- Até! – responderam todos enquanto o casal Sonserino se afastava.


 


(...)


 


- Rapazes, o teste da Sonserina vai começar em 20 minutos... Já devíamos estar lá. – disse Scott olhando nervosamente para uma das saídas do cômodo e verificando o relógio pela trigésima vez desde que chegara ali.


- Paciência, Eddie, paciência... – respondeu Sirius sem nenhum entusiasmo e sem se virar para o primo, se mantendo firmemente posicionado, segurando uma corda sempre tracionada.


- Six, alguém vai acabar nos pegando! – disse John que estava olhando nervosamente para a outra saída do cômodo.


- Vai descendo devagar, Six. – eles ouviram a voz de JJ.


- De fato, Johnny! – concordou Six começando a descer devagar o balde ao comando de JJ. – Vão mesmo nos pegar se vocês dois continuarem chamando a atenção de toda a Hogwarts! – disse ele devagar enquanto se concentrava em descer o balde com delicadeza para não derramar o conteúdo.


- Pessoal... – começou Scott novamente.


- Se vocês dois não pararem de dispersar nossa atenção, não vamos conseguir terminar a tempo e vão acabar mesmo nos pegando! – disse JJ saindo de baixo de um armário. – Agora vamos lá, Six, devagar... Devagar... Isso, vai soltando a corda agora... Isso, com cuidado... Perfeito, Six! – elogiou o loirinho sorrindo para o moreno.


- Agora só temos que amarrar bem aqui e... Pronto! Perfeito! – Concordou o moreninho sorrindo marotamente para o amigo.


- Podemos ir agora, por favor? – perguntou John num tom retórico.


- Está bem, está bem! – se rendeu o moreno. – Vamos, estraga-prazeres! – disse ele recolhendo os pertences com a ajuda de JJ.


- Vamos, Ralph! – disse o loirinho colocando o pequeno animal no ombro antes de saírem do cômodo.


- Acham que vai funcionar? – perguntou Scott temeroso quando já estavam a uma distancia segura da armadilha que prepararam para o zelador Smith.


- E alguma vez fizemos algo pra não funcionar, Eddie? – perguntou o primo sorrindo maroto.


- Meninos? O que fazem aqui? – eles ouviram a voz de James no inicio do corredor. – Achei que seria o ultimo a chegar... Esperem um momento... Conheço bem esse sorriso, Sirius Potter... Vocês estavam aprontando, não foi? – perguntou o ruivo olhando fixamente para o irmão.


- Bem, nós... – começou o moreninho.


- Olha, quer saber, quanto menos eu souber, menos encrencado ficarei por isso... Vamos. – disse ele sorrindo para o irmão e os demais Grifinórios. – Quanto mais rápido sairmos daqui, menos suspeitas teremos sobre nós e não receberei nenhuma bronca de Annabeth ou Emily. – disse ele conduzindo os garotos pelo corredor e olhando ao redor.


- Está mesmo fisgado, hein, Maninho? – zombou o moreninho sorrindo para o irmão.


- Mais respeito moleque! – disse o ruivo sorrindo de lado para o irmão e dando um tapinha na cabeça dele. – Vamos logo, não quero me meter em mais encrenca do que o habitual! – disse empurrando os quatros meninos.


 


(...)


 


- Onde é que vocês estavam? – perguntou Emily inquiridoramente para os cinco recém-chegados.


- Aprontando, certamente! – cochichou Sarah com Darla.


- Acabamos nos atrasando, Emy... – respondeu James.


- Olha, é melhor eu não saber onde vocês estavam nem o que estavam fazendo... – disse a ruiva refletindo e meneando a cabeça o que ocasionou risos nos recém-chegados e nos que já estavam lá também. – Vamos, sentem-se. O teste está prestes a começar.


- Onde está meu irmão? – perguntou JJ a Sarah enquanto sentava ao seu lado.


- Bem ali, ao lado de Annabeth, é fácil encontrar o cabelo de Annie em qualquer lugar. – disse James chegando à beirada da arquibancada e apontando para a loira em baixo.


- E ai está o mais novo apaixonado do nosso grupo... – ironizou Max como se James fosse uma atração de circo.


- Pare com isso, Max! – reclamou Darla embora fizesse esforço para não rir, o que nem todos conseguiram.


- Qual a piada agora? – perguntou Alice se aproximando do grupo na companhia de Lana. – Estamos muito atrasadas?


- Não. Estão começando agora. – respondeu Max sorrindo para Alice e Lana. – E quanto à piada, nada novo, só o “Paixonite aguda” que assola nosso amado amigo Jimmy! – disse ele dando palmadinhas no ombro de James.


- Jimmy não, Maximillian! – ralhou ruivo começando a adquirir no rosto o tom do cabelo.


- Maximillian? – se indignou o moreno. – Ah, quer briga, é Jimmy? – disse o rapaz falsamente armando os punhos, bem como o ruivo.


- Parem com isso, vocês dois! – disse Alice sentando-se entre os dois e abraçando-os enquanto todos sorriam.


- Vamos nos sentar de uma vez e assistir nossos futuros concorrentes! – disse Ollie pondo ordem ao caos.


- Isso mesmo, Ollie, temos que aprender o máximo que pudermos sobre nossos adversários! – disse o ruivo indo sentar-se na primeira fileira de cadeiras.


- Você finge que é mesmo esse o motivo, e nós fingimos que não sabemos que você só quer prestar atenção à Annie. – ironizou Max sorrindo para os amigos.


- Para de encher, Max! – respondeu o ruivo voltando a ruborizar.


- Mas é a... – recomeçou Max.


- Já deu, Max. – reclamou Alice, embora sorrisse. – Já vai começar o teste! – disse a loira indo sentar-se ao lado de James com Emily e Darla.


E então Cody começou a chamar atenção de todos no centro do campo, fazendo o pessoal da arquibancada virar-se para a movimentação do campo. Mas nem todos estavam assim tão concentrados no que acontecia lá embaixo, Max estava perdido em pensamentos enquanto observava os mínimos movimentos de Alice que, assim como Darla e Lana, ria abertamente com a algo que Emily e Sarah estavam contando.


- Se não fechar essa boca, a baba vai começar a descer. – observou Ollie num tom baixo em que apenas Max pudesse ouvir.


- Do que está falando? – perguntou o moreno percebendo que o amigo se referia a ele e voltando assim para Oliver.


- Max, não sei se você percebeu, mas eu não sou idiota, sabe? – perguntou retoricamente o amigo. – Você está caidinho pela Lice! – afirmou ele olhando diretamente para o negro.


- Eu? Eu não... – o rapaz começou a gaguejar.


- Ah, qual é, Max! – exclamou Ollie rindo divertido da tentativa frustrada do amigo de negar o inegável. – Sou seu melhor amigo! Pode esconder isso de todos, menos de mim. – concluiu ele com convicção.


- E quem é você pra falar alguma coisa? Sempre foi apaixonado pela Lally... – disse o moreno pondo-se no ataque e indagando o amigo de forma firme.


- Alto lá, Maximillian. – disse Ollie de forma firme. – Essa questão é bem diferente. O pai e o irmão de Lally me detestam e a mãe já a mandou se afastar de mim. – disse ele triste com a lembrança da forma como os Donovan o havia tratado em todas as vezes que tentara se aproximar.


- E porque ela continua tão próxima a você? – indagou Max ainda insistindo no argumento


- Por que... Ela... – foi a vez de Ollie gaguejar.


- Por que ela está esperando que você faça algo! – respondeu o moreno de forma acusadora.


- A questão aqui não é essa, Max! – Ollie tentou retomar ao controle, mas sem muito sucesso.


- Então não faça isso você também, Oliver! – disse o moreno ainda posicionado no ataque, mas percebendo, mesmo a contragosto que ambos estavam fugindo das questões centrais. – Proponho que acabemos com essa situação até o final deste ano letivo! – e oferecendo a mão para o amigo apertar.


- Eu aceito a proposta! – garantiu o outro apertando a mão do amigo. – Só não sei como fazer isso... -  completou com seriedade depois de voltar-se para o campo, embora prestasse bem pouca atenção ao que se passava lá.


- Vamos descobrir um jeito! – garantiu o moreno seguindo o exemplo do amigo e virando-se também.


- Tenho certeza que sim. – comentou o castanho perdido em seus próprios pensamentos.


- Nós vamos... Merlin! Olhe aquilo, Ollie! – disse o moreno levantando-se empolgado e apontando para a extremidade mais distante do campo de quadribol.


- MUITO BOM, CYG! – berrou o rapaz também empolgado com a manobra incrivelmente bem executada do Goleiro Sonserino. – É realmente inacreditável o que o Cyg consegue fazer nos aros! – admirou ele voltando a sentar-se, assim como Max. – Vamos ter trabalho com a Sonserina esse ano... – constatou ele voltando a observar as manobras incríveis do amigo em campo.


- De fato, precisamos treinar muito esse ano... Cygnus, Annie e Cody estão melhores a cada ano que se passa... – e então voltaram o foco da conversa para os campos e remoeram sozinhos seus próprios pensamentos românticos.


 


(...)


 


- Vamos lá, pessoal. – disse Cody, ao chegar ao Campo de Quadribol e encontrar os candidatos às vagas do time da Sonserina. – Reúnam-se aqui para darmos início ao teste. – disse ele fazendo sinal para começar a agregar todos à sua volta. – Muito bem, primeiramente, apenas como formalidade, gostaria de saber se alguém está disposto tentar a vaga de Goleiro. – perguntou o Capitão com um tom entediado, para logo depois olhar à sua volta. – Ninguém? – ele logo fez a pergunta retórica, e como já era de se esperar, ninguém se ofereceu para a vaga. – Então, Cyg, só pra variar um pouco, a vaga é sua. – disse ele de forma monótona para o amigo que já sorria convencido.


Então o moreno rapidamente subiu na vassoura e começou a fazer acrobacias no ar, sempre acenando para o lugar onde Emily estava nas arquibancadas, fazendo assim os amigos e alguns dos concorrentes sorrirem.


- Bem, agora que a surpresa sobre a defesa já foi desfeita, vamos à Artilharia. – começou Cody tentando pôr ordem na algazarra criada por Cyg. – Agora se importa de descer até aqui e me ajudar, Cygnus Malfoy? – disse o rapaz gritando com o amigo enquanto este continuava a divertir os outros.


- Ah, qual é, Cody! Seja divertido! – gritou o moreno pouco antes de descer em um rasante e bagunçar os cabelos do Capitão Sonserino, fazendo Annabeth gargalhar muito alto e outros segurarem o riso.


- Cygnus! – esbravejou o loiro irritado.


- Está bem, estraga-prazeres... Estou descendo. – respondeu o moreno diminuindo a altitude a ponto de quase tocar o chão. – Bom, pessoal, como não há muitos candidatos, vamos começar com um teste bem simples: cada um de vocês terá 5 chances de acertar os aros, os 6, cujos os resultados tenham sido menos ruins, farão o próximo teste para ajudar na seleção dos batedores e apanhador. – disse o moreno esclarecendo cada ponto devagar e com cuidado a todos os candidatos, enquanto os circundava montado na vassoura.


- E ao final do teste de apanhador, revelaremos, depois de uma breve conversa, os escolhidos para cada posição. Todos entenderam? – completou Cody bem mais calmo com a colaboração do moreno. – Muito bem, então, agora vamos começar com um aquecimento básico.


- Vamos logo ao que interessa. – disse o moreno tomando novamente alguma altitude. – Quem será o primeiro a me enfrentar? – perguntou ele sobrevoando os candidatos que começavam a montar suas respectivas vassouras.


- Que tal a única que vai te vencer? – perguntou Annie levantando voo e se aproximando do moreno, uma vez que já estava aquecida, tal como Cyg.


- Realmente acha isso, Chase? – perguntou o moreno quando a loira começou a fazer também algumas acrobacias de aquecimento. – Então vamos ver o que consegue fazer... – disse Cygnus quando deu uma guinada brusca pra trás em direção aos Aros.


- Annie, espere! – Cody correu e gritou antes que a loirinha acompanhasse o ritmo do moreno.


- O que foi, Cody? – perguntou a menina olhando pro loiro.


- Como vai marcar pontos, sem a Goles?! – perguntou ele mostrando à loira a bola vermelha em suas mãos.


- Ah, é. – disse ela meio envergonhada. – Obrigada, Cody! – agradeceu ela sorrindo quando o Capitão lhe atirou a bola.


 


(...)


 


- Annie será a primeira a fazer o teste? – perguntou Sirius tentando enxergar o movimento que se seguia ao pequeno show particular de Cygnus.


- Ao que parece, é ela, mesmo, Six. – disse Johnny observando através de seus unióculos.


- Lógico que é! E quem mais poderia ser? – disse JJ orgulhosamente. – Os melhores para iniciar o teste, é claro! – falou o menino sorrindo orgulhosamente do irmão e de Annabeth.


- E onde fica o raciocínio de deixar o melhor para o final? – perguntou James sorrindo ao constatar que Annie seria a primeira a subir para enfrentar Cygnus em campo.


- Quando os melhores são amigos e só querem aquecer o corpo, porque não deixá-los ir à frente? – disse Emily sorrindo tão orgulhosamente quanto JJ ou James.


- Sabem, não vai fazer muita diferença vocês puxarem o saco deles uma vez que não estão aqui... – disse Lice com ironia, embora divertidamente.


- Não estamos puxando o saco de ninguém! – disse James em sua defesa, embora não tirasse os olhos de Annabeth. – Isso, Annie! Muito bom! – ele elogiou o desempenho da loira enquanto aquecia no ar com Cygnus, enquanto os demais faziam isso do outro lado do campo.


- Ah, não? – perguntou Alice de maneira retórica, fazendo Emy, Darla e os menores rirem muito.


- O que deu em você, Lice, achei que você era a parte legal do nosso grupo... – disse James quando voltou a sentar-se.


- Ela está passando demasiado tempo com Max, é isso que está acontecendo, Jamie! – disse Darla num tom divertido.


- Hey, não ponham toda a culpa no Max! Onde fica a credibilidade Potter/Weasley e, recentemente, Malfoy também, nessa história? – protestou Sirius descontraído com grupo.


- Acho que dessa vez a credibilidade Potter/Weasley/Malfoy foi levemente afetada! – disse Emily também num tom leve e divertido, provocando risadas nos demais.


- Olhem lá, o que o Cyg está fazendo! – disse John que ainda observava tudo com o seu unióculos, apontando para o local do campo onde Cygnus acabara de agarrar um grande arremesso de Annabeth durante seu aquecimento.


- É impressão minha ou Cygnus está cada vez melhor? – perguntou JJ olhando de forma maravilhada para os lances promovidos pelo irmão.


- Não, JJ não é impressão sua. – garantiu Emily sorrindo orgulhosamente pelas acrobacias defensivas do namorado.


 


(...)


 


- Vamos lá, Annie! – disse o moreno sorrindo para a amiga enquanto voavam lado a lado. – Me mostre do que de fato é capaz! – disse ele posicionando na defesa dos aros, para o inicio real do teste.


- Vou mostrar, querido Cyg, pode ter certeza disso! – disse a loira sorrindo em desafio para o amigo.


- Ao soar do meu apito está autorizada a iniciar, Annie! – gritou Cody subindo ao ar pouco depois de ver o aquecimento dos demais concorrentes e da dupla também.


- Ok, Cody! – disse a loira preparando-se para iniciar os testes.


- Entendido, Cyg? – perguntou o Capitão Sonserino aos berros.


- Positivo e operante, Mi Capitan! – disse o moreno gritando também e batendo continência para o loiro e sorrindo quando este meneou a cabeça.


- Preparados? – perguntou Cody sorrindo para o dois. – Em suas posições... Valendo! – disse ele soando o apito, autorizando os lances de Annie que se posicionou, fintou, e lançou a Goles no espaço entre Cygnus e o aro à direita do goleiro.


- Belo arremesso, Annie! – elogiou o moreno depois de mandar a Goles para fora do aro com a ponta dos dedos. – Mas eu tenho certeza de que pode fazer melhor, loira! – exclamou Cyg depois de receber a bola invocada por Cody. – Ainda estou esperando o seu melhor! – disse ele sorrindo ao arremessar Goles para a Artilheira.


- Não enche, Cyg! – disse a loira com uma falsa irritação ao receber a bola.


- Vamos lá, Annie! Você precisa mostrar que é melhor que eles! – disse Cygnus num tom encorajador olhando fixamente para Annabeth.


- E eu sou! – disse a loira veementemente antes de novamente fintar e arremessar a Goles, acertando o aro a esquerda do amigo.


- É assim que eu gosto! – vibrou o moreno enquanto esperava a bola retornar à sua mão depois do comando de Cody. – Vamos, Annie! – disse ele jogando a bola para a amiga que a pegou e voltou a posição de ataque.


- Ninguém será melhor que eu! – disse a loira arremessando a bola à direita da posição inicial de Cygnus, fazendo o moreno quase cair da vassoura para evitar o gol.


- Desse jeito, acabarão sendo! – disse ele sorrindo convencido ao retornar a posição inicial.


- Às vezes você é tão detestável, Cyg! – disse a loira ironicamente em meio a uma careta enquanto o moreno pegava a bola.


- Eu sei! – disse ele sorrindo sarcástico enquanto passava-lhe a Goles. – E se você não acertar o próximo serei ainda mais. – disse ele olhando fixamente para a amiga.


- Você não terá esse gostinho, Malfoy! – disse ela sorrindo para logo depois arremessar a Goles com vontade e acertando o centro do aro à direita do amigo que, achando que ela arremessaria à esquerda, não pode evitar o gol.


- Conseguiu me enganar, Chase, realmente merece meus parabéns! – disse o moreno exibindo um sorrindo convencido. – Acerte a próxima e prometo que faço algo que você queira muito! – disse para logo em seguida passar a Goles para a menina.


- Tenho sua palavra? – perguntou a loira com seu sorriso “sonserino”.


- Com toda a certeza tem! – garantiu o moreno sorrindo da mesma forma.


- Então é melhor se preparar para fazer o que eu quiser, Malfoy! – disse ela sorrindo mais “sonserinamente” e se preparando para o ultimo arremesso.


 


(...)


 


- Muito bom, Annie! – elogiou James gritando, pulando e sorrindo muito animado com o desempenho da loira, quando ela acertou o ultimo arremesso e Oliver e Max voltaram a se reunir aos amigos para comemorar o desempenho de Annie.


- James, um pouco mais de descrição, sim? – pediu Max com um sorriso debochado e sarcástico.


- Deixe-o, Max, ele só está feliz com o desempenho de Annie. – disse Emy repreendendo o moreno, embora todos rissem, incluindo a monitora Grifinória.


- Pare de implicar com ele, tanto assim, Max. – pediu Darla com um sorriso divertido.


- Está bem, está bem. – concordou o moreno ainda com o sorriso maroto. – Mas ainda acho que ele está fazendo mais algazarra que os mais novos... – disse ele sorrindo e indicando a comemoração feita pelos garotos que pulavam, assoviavam e gritavam o nome de Annie.


- E está mesmo! – riu-se Ollie concordando com o amigo.


- Meninos, deixem-no. –reclamou Emy sorrindo ao ver o primo se unir à comemoração encabeçada por JJ e Sirius. – Depois de tanto tempo guardando os elogios, ele merece pôr tudo pra fora. – disse de uma maneira carinhosa.


- O Cyg realmente manda muito bem! Olha só o que ele está fazendo! – disse Ollie chamando a atenção de todos para as manobras executadas pelo goleiro Sonserino se preparando para o próximo candidato que, nervoso, pedira tempo antes de enfrentar Cyg.


- Será realmente uma surpresa se Cyg não conseguir uma vaga em um time profissional assim que deixarmos Hogwarts... – constatou Lice sorrindo orgulhosamente ao ver as acrobacias realizadas pelo moreno.


- Ora, Lice, deixe-me curtir meu namorado um pouco mais, sim? – disse Emy repreendendo a amiga, afinal ela sabia que o seu tempo com o namorado seria reduzido, independente do que acontecesse quando terminassem Hogwarts. – Já basta ter de dividi-lo com o restante da população feminina de Hogwarts, não pretendo dividi-lo com uma nação inteira... – assegurou a ruiva cruzando os braços.


- Quanto egoísmo em alguém tão pequeno... – disse James voltando para perto dos amigos, uma vez que Annie já estava sentada assistindo o teste dos demais concorrentes.


- Muito engraçado, Jamie! – disse a prima ironicamente.


- Não é uma questão de egoísmo, Jamie. – disse Darla, em favor de Emily. – Só não deve ser muito agradável ter de assistir toda a população feminina de Hogwarts se derretendo por um único jogador, especialmente se for alguém especial pra você... – disse Darla em um tom tristonho, como se soubesse bem do que estava falando.


- Bem, digamos que ver aqueles cuecas sempre olhando pra Annie não é o que se pode chamar de agradável... – disse James não dando muita atenção à tristeza na voz de Darla, que não passou despercebido por Alice e Emily que trocaram um olhar cúmplice.


- Ciúme, Jamie? – provocou Max, também sem dar muita atenção ao tom de voz de Darla.


- Imagina, Max... James Potter sentindo ciúmes? Isso é impossível! – disse Ollie sorrindo marotamente e também sem percebe nada.


- O que há com vocês dois, tiraram o dia pra curtir com a minha cara? – perguntou o ruivo cruzando os braço e se sentando emburrado ao lado de Emily.


- E tem coisa melhor? – perguntou Max sorrindo e provocando a mesma reação em Ollie.


- Parem com isso, meninos! – ralhou Emy passando a mão pelo ombro do primo. – Vamos parar com a zoação ao meu primo!


- Está bem, está bem... – disse Max, embora não parecesse que iria deixar o ruivo em paz quando saíssem de perto das garotas.


- Olhem lá, o próximo candidato vai começar a arremessar. – alertou Ollie atraindo a atenção de todos para o campo de quadribol.


- Está nos devendo uma conversinha, Lally! – disse Alice de modo que apenas Darla e Emily ouvissem quando todos se intertiveram com o teste, fazendo com que a amiga engolisse em seco.


 


(...)


 


Então, Cygnus passou a próxima meia hora agarrando vários lances das mais diferentes origens, mas, a exceção de Annie e de Karen Keles, que marcou um ponto, nenhum outro concorrente conseguira atravessar a barreira de um só homem.


- Vamos lá, Patrícia, me prove que eu estou certo em supor que aquele não é o grupo adequado pra você! – disse Cygnus ao preparar-se para receber os arremessos da loirinha.


- Você não sabe nada sobre isso! – respondeu a menina rudemente para logo depois arremessar a Goles.


- Você acha que eu não sei. – disse o Moreno depois de agarrar a Goles atirada pela prima de sua namorada. – concentre-se ou será apenas mais uma a fazer esse teste. E eu sei que há mais potencial em você que isso. – disse atirando a bola de volta para a garota e preparando-se para o próximo lance.


- Você não sabe nada a meu respeito! – disse a garota com raiva arremessando a Goles com força, tornando-a indefensável.


- Eu sei muito mais do que você acha que sei, Patrícia. – garantiu o moreno quando arremessou a bola invocada por Cody novamente para a garota.


- Você acha que sabe. – disse ela recebendo a Goles enquanto o moreno se preparava para o próximo lance.


- Não, eu sei que é não ser aceito ou querido pela sua casa. – disse ele dispersando a atenção da loirinha ao pegá-la de surpresa.


- Como você pode saber? Todos o idolatram! – disse ela tentando convencer a si mesma que Cygnus não conhecia as sensações pelas quais ela estava passando.


- Nem sempre foi assim, Patrícia... – disse o moreno com seriedade, preparando-se ao perceber que a loira faria o lance a qualquer momento.


- Está mentindo pra mim! – disse ela novamente irritada, mas dessa vez errando o alvo, tanto que Cygnus sequer se inclinou para pegá-la.


- E porque eu me igualaria às demais pessoas que você conhece? – perguntou o moreno tentando mostrar a loirinha que ele não mentiria pra ela. – Sua última chance, Patrícia. – disse ele arremessando a Goles de novo nas mãos da loira. – Não se compare a eles! – disse ele antes de mergulhar e acabar por não agarrar a Goles, jogada no limite do aro esquerdo.


- Parabéns, Paty! – disse Patrick assim que a prima desceu da vassoura, no que ela deu um pequeno sorriso e contentou-se em ruminar seus pensamentos.


- Próximo. Patrick Jones! – disse a voz ampliada de Cody. – Aqui, a Goles. – disse ele entregando a bola ao garoto logo depois que este montou na vassoura.


- Me disseram que você era o melhor, mas deixar três garotas marcarem... Não pode ser assim tão bom... – provocou o loirinho ao chegar próximo o suficiente para que Cyg escutasse. – Bem, talvez tenham te superestimado... – disse ele de maneira esnobe.


- Veremos quem foi superestimado quando terminarmos esse teste. – disse o moreno sorrindo sonserinamente para o garoto.


Então, sem grandes esforços, Cygnus agarrou todos os lances do loirinho provocando euforia na plateia de Grifinórios na arquibancadas que vibravam como se fosse um jogo.


- Primeiro você mostra do que é capaz, garoto, e, só então, pode se vangloriar disso. – disse ele piscando para o garoto quando passou pelo pasmo loirinho começando diminuir a altitude para se reunir a Cody que também o fazia.


- E com isso encerramos o teste de Artilharia. - anunciou Cody, aparentemente satisfeito com o que viu, ao chegar ao chão, na companhia de Cygnus. – Vou conversar agora com o Cyg para pré-selecionados os seis que passarão para próxima fase. – disse ele retirando-se da concentração de alunos junto com o Goleiro Sonserino.


- Acho que você vai concordar que as melhores foram Annie, Patrícia Weasley e Karen Keles. – pronunciou-se Cyg assim que pararam a uma distancia considerável dos competidores.


- Concordo plenamente, mas ainda precisamos de mais três. – disse Cody pensativo.


- É, eu sei... – disse o moreno também pensativo. – Acho que Sean tem algum potencial que talvez possamos explorar.


- Concordo, e acho que talvez Mikah também possa ser explorado. – disse Cody olhando para o grupo de Sonserinos ao longe.


- Não me lembro de ter visto muito nele, mas se você está dizendo que tem potencial, então podemos dar uma chance ao garoto. – disse Cygnus observando o candidato mencionado pelo capitão.


- Agora só falta um. – disse o loiro olhando novamente para os candidatos e procurando na memória mais algum que tivesse chamado sua atenção.


- Por mais que ele seja um idiota pedante, acho que Jones poderia completar os seis. – opinou Cyg, embora um tanto inseguro sobre isso.


- Não podemos ter alguém como ele no time, Cygnus. – disse Cody categoricamente.


- Eu concordo, mas convenhamos, Cody, pra passar ele terá de ser muito melhor que os outros quatro pra conseguir dividir a Artilharia com você e Annie... – raciocinou o moreno tentando mostrar seu ponto de vista ao amigo.


- Ainda assim, 20% de chance é algo a se desconsiderar, Cyg! – disse o capitão um tanto insatisfeito com a proposta.


- E que outra opção você enxerga, Cody? – perguntou o moreno também insatisfeito, embora sem encontrar nenhuma outra opção. – Todos os outros são muito piores que ele... – disse ele deixando seus ombros caírem em sinal de derrota.


- Está bem, Cyg, mas se ele for escolhido, passo o cargo de capitão pra você! – disse o loiro saindo de perto do moreno.


- Você não faria algo assim com seu Goleiro favorito, Cody... – disse o moreno divertido ao se aproximar do loiro.


- Torça pra ele não ser escolhido e você não precisará descobrir... – disse ele fingindo irritação enquanto caminhavam de volta para o aglomerado de Sonserinos. – Bom, pessoal, já temos os resultados preliminares. – disse ele se dirigindo aos demais concorrentes. – Os nossos escolhidos são Annabeth Chase, Mikah Daniels, Patrick Jones, Karen Keles, Sean Saroyan e Patrícia Weasley.


- Por tanto parabéns a todos vocês, os demais, que não foram chamados, não desanimem, ano que vem teremos novas chances. – disse Cygnus sorrindo para todos.


- E agora vamos ao teste de Batedores e Apanhadores. – Cody chamou a atenção dos competidores.


 


(...)


 


- Lally, precisamos ter uma conversinha... – disse Alice assim que ela, Darla e Emily entraram no banheiro feminino do campo de Quadribol.


- Meninas... – começou a castanha quando a loira e a morena a pressionaram contra a parede.


- Darla, você ainda sente algo pelo Ollie? – perguntou Alice olhando fixamente para a castanha a sua frente.


- Eu...? O que é isso, meninas? Eu... – disse a garota gaguejando enquanto soava frio e tremia.


- Darla Charlotte Donovan, só responda a pergunta: Você ainda sente algo pelo Ollie? – foi a vez de Emily se posicionar também com firmeza, mas sem parecer irritada como Alice parecia estar.


- Eu... – recomeçou a castanha ainda suando frio e tremendo.


- Lally... – alertou-a Emily, fazendo-a respirar muito profundamente.


- Está bem, eu ainda sinto sim, ok? Satisfeitas? – logo depois de se desvencilhar das amigas.


- Sim e não. – respondeu Lice ao virar-se para acompanhar os movimentos da castanha.


- Lally, você disse aos seus pais que ia se afastar do Ollie. – disse Emy em tom pesaroso.


- Disse, mas não consigo, Emy! – disse ela sentando-se em um pufe ali perto e enterrando a cabeça nas mãos. – Simplesmente não consigo esquecê-lo! – disse ele levantando a cabeça para olhar as amigas com os olhos marejados.


- Precisamos fazer alguma coisa quanto a isso! – disse Lice com veemência. – E com urgência! – acrescentou começando a andar de um lado para o outro.


- Que tipo de coisa, Lice? – perguntou Emily tentando ser o mais solidária possível com Darla. – Ela ainda gosta de Ollie, não dá pra simplesmente arrancar isso de dentro dela... – disse a ruiva com convicção.


- Não, Emy, realmente não podemos arrancar nada, mas podemos substituir isso. – disse a loira em tom pensativo.


- Não estou entendendo do que você está falando, Lice. – disse a ruiva com uma expressão confusa.


- O único jeito de se esquecer um amor, é com outro. – esclareceu a loira. – Precisamos arrumar alguém pra você!


- Mais eu não quero mais ninguém! – posicionou-se a castanha.


- Lally, você não pode continuar apaixonada pelo Ollie... – disse a ruiva em tom calmo e reconfortante ao sentar-se ao lado da amiga.


- Mas eu também não posso simplesmente esquecê-lo, Emy! – disse a menina voltando a ter seus olhos marejados. – E, com certeza, não posso substituí-lo! – disse ela com firmeza.


- Lally, os seus pais... – começou a loira, enquanto de ajoelhava próximo das amigas, usando o mesmo tom que a ruiva, pois ambas pareciam sofrer com o sofrimento da castanha.


- Eu sei, Lice! Eu sei que meus pais não querem que eu namore Ollie! – disse ela com a voz uma oitava mais alta. – Mas isso não quer dizer que meu coração entenda que está sendo impedido de bater! – disse ela chorosa.


- Lally... – Emily agora colocava a mão sobre o ombro da amiga a fim de reconfortá-la.


- E se fosse você, Emy, se seus pais a impedissem de se aproximar de Cyg, o que você faria? – perguntou a menina virando-se para a amiga com o rosto manchado pelas lágrimas.


- Eu... – a ruiva começou a responder de imediato, mas então, pensou em sua resposta. – Eu os enfrentaria. – disse em um tom mais baixo, afinal não tinha direito de pedir a Darla que fizesse algo que ela própria não faria.


- Viu? – disse ela com ainda mais dor na voz. – Então como pode me pedir que substitua Ollie? – indagou a castanha permitindo que mais duas lágrimas caíssem de seus olhos.


- Ela tem razão, Lice. – disse Emy solidariamente abraçando a castanha.


- Meninas, eu falo sério. – disse a loira, embora seu tom fosse de arrependimento por estar certa. – Seus pais e seu irmão detestam os Wood!


- É isso, Lice! – disse Emily exasperadamente.


- Isso o que, Em? – perguntou Darla enquanto secava os olhos.


- Temos que mostrar aos seus pais e seu irmão que os Wood não são ruins e que Ollie é um rapaz maravilhoso. – disse ela sorrindo e ajudando Darla a secar os olhos afim de animar a amiga.


- Meus pais nem iriam querer olhar pra ele, se aparecesse lá em casa. – disse a castanha ainda muito triste.


- A menos que não fosse ele. – disse a ruiva ainda sorrindo.


- Agora você está me deixando confusa, Emy. – se posicionou a loira.


- Meu pai e meu tio estavam trabalhando em um relógio que mandasse pulsos eletromagnéticos... – começou a ruiva.


- Simplifica, Emy. – disse a loira com impaciência.


- Um relógio que mudasse a aparência das pessoas por algumas horas. – disse Emily da forma mais simples em que conseguiu pensar.


- Ok, então, eu levaria Ollie usando esse relógio pra falar com meus pais e eles pensariam ser outra pessoa? – perguntou Darla também tentando se livrar da confusão, mas começando a se alegrar com a ideia da amiga.


- Isso, e depois você poderia dizer aos seus pais que na verdade era o Ollie e provar a eles que ele não é nenhum bicho de sete cabeças. – disse a ruiva confiante e sorridente.


- Isso é... – começou a castanha exibindo um lindo sorriso.


- Genial. – completou a loira também sorrindo – Mas estou enxergando algumas falhas enormes nele, Emy. – disse ela em um tom divertido.


- Quais? – perguntou a ruiva intrigada, embora ainda exibisse o sorriso.


- O fato de Ollie ainda se tremer de medo do Daniel, por exemplo. – disse a loira sorrindo ao se referir à relação peculiar entre o amigo e o irmão de Darla.


- Bem... – começou a ruiva novamente.


- E o fato de que não sabemos se Ollie ainda está apaixonado por Lally. – complementou a loira ainda sorrindo divertida.


- Bom, essa é realmente fácil de responder. – ponderou a ruiva.


- Ah, é, Srta. Planos Brilhantes? E como você responderia? – perguntou a loira com ironia.


- Com muita facilidade, na verdade. – disse a ruiva com um ar divertidamente superior. – É só perguntarmos ao Max. – disse como se fosse a coisa mais obvia e simples do mundo.


- Ele não nos dirá algo assim. – disse Darla com convicção, afinal Max não trairia a confiança de Ollie daquela maneira.


- A mim e a você, talvez não mesmo, mas duvido que ele negue qualquer coisa a Lice. – disse a ruiva com um sorriso verdadeiramente superior.


- Você está brincando, não é, Emily? – perguntou a loira levantando-se um tanto temerosa quanto a resposta que a ruiva lhe ofereceria.


- Não. – garantiu a garota de pronto. – Qual é, Lice? Você só precisa ir até lá e perguntar ao Max se Ollie ainda está interessado em Lally. – disse como se fosse a coisa mais simples do mundo a ser feita.


- Emily, eu não posso simplesmente chegar lá e perguntar: “Hey, Max, acha que Ollie ainda está apaixonado por Lally?” – disse a loira ironicamente, achando aquela suposição ridícula.


- E por que não? – insistiu a ruiva, embora soubesse perfeitamente bem a resposta para aquela pergunta.


- Por que não? – repetiu a loira com incredulidade. – Tem certeza que está me perguntando isso, Emily? – perguntou retoricamente, tentando não se irritar com a amiga.


- Só estamos falando do Max, Lice... – Darla resolveu interferir.


- E é justamente por isso que eu não estou gostando nada disso! – exclamou a loira exasperada com a falta de senso compartilhada pelas amigas.


- Vamos, Lice o que de pior pode acontecer? – perguntou Emily provocando ainda mais uma reação por parte da loira.


- Que tal ele achar que eu estou dando mole pra ele? – perguntou a loira exasperadamente e ainda sendo retórica.


- E qual o problema de você estar? – perguntou Darla com uma falsa inocência.


- É o Max, Darla! – disse a loira em uma tentativa desesperada de apresentar bom senso às amigas.


- E isso o torna menos homem ou bonito? – questionou Emily ainda mantendo o mesmo tom despreocupado.


- Não, mas... – começou a loira, embora fosse incapaz de concluir o raciocínio em voz alta.


- Mas o que, Lice? – perguntou Darla forçando Alice a proferir as palavra que tanto temia.


- Eu conheço Max desde que nascemos! – disse de uma só vez, iniciando o desabafo. – Eu não quero criar falsas esperanças nele!


- Do que você verdadeiramente tem medo, Lice? – perguntou Emily levantando-se e olhando fixamente dentro dos olhos azul-piscina da loira.


- De acabar enganando o Max ou de finalmente se entregar ao que sente por ele? – foi a vez de Darla levantar-se e questionar a loira.


- E depois o que, brigarmos por um motivo qualquer e nunca mais voltarmos a ter nossa amizade de volta? Não, obrigado. – disse ela com a guarda um pouco mais baixa, mas ainda assim relutante em tocar naquele assunto tão profundamente quanto a estavam obrigando.


- E se der certo, Lice? – perguntou Darla com o primeiro argumento que lhe veio à cabeça.


- E se não der? – respondeu a loira da mesma forma.


- De um jeito ou de outro, você só descobrirá tentando. – garantiu Emily forçando Alice a encarar a realidade.


- Se for pra causar sofrimento no Max prefiro não tentar. – respondeu ela categórica e seriamente.


- Mesmo correndo o risco de deixar o homem da sua vida te escapar? – perguntou Darla apelando para o maior medo da amiga.


- Max não é o homem da minha vida! – disse a loira, embora, não conseguisse soar tão firme quanto teria gostado.


- Ah, não? E como pode ter certeza? – indagou a ruiva de forma petulante.


- Ok, ok. Vamos deixar esse assunto de lado, ok? Se é pra não ouvir essa ladainha novamente, então eu posso ir falar com o Max. – disse ela se rendendo a esta parte da conversa. – E o que leva vocês a acreditar que ele me dirá o que quer que seja? – disse ela tentando mudar o foco da conversa.


- Ele dirá. – disse Emily com confiança. – A você, ele dirá! – disse ela notando a tentativa da loira de deliberadamente fugir do assunto.


- Lally... – disse ela virando-se para a castanha em busca de apoio.


- Ele dirá, Lice. – disse a outra apoiando Emily.


- Ah, está bem, está bem. Cansei de discutir com vocês! – disse ele beirando a irritação. – Mas e quanto a primeira questão? – fez uma nova tentativa.


- Essa resolveremos quando resolvermos a primeira e a terceira... – disse Emily sucumbindo à proposta de um novo foco de Alice.


- Terceira? – perguntou Lally confusa


- Claro. – respondeu a ruiva de pronto. – “Quando vocês vão assumir isso tudo e ficarem junto de uma vez” – disse ela ironizando, como se fosse algo verdadeiramente óbvio.


- Tem razão, essa é boa. – disse Lice apoiando a ideia da ruiva.


- Muito engraçadinhas... – disse a castanha falsamente irritada.


- E somos mesmo. – respondeu a ruiva sorrindo.


- Vamos voltar antes que algum dos rapazes venha atrás de nós. – disse Alice a fim de sair dali o mais rápido possível.


 


(...)


 


- Bem, depois de uma análise profunda e muita discussão, Cyg e eu chegamos à conclusão que os integrantes do time da Sonserina deste ano são Annabeth Chase e Patrícia Weasley, pra me fazer companhia na artilharia, Trevor Addie e Mark Howards para cuidar dos balaços e Mandy Kyle como nossa nova apanhadora. – pronunciou-se Cody quando a atenção de todos os candidatos se concentrou nele e em Cyg.


- Parabéns a todos e espero que honrem nossa casa este ano e nos ajudem a levantar a taça de quadribol. – disse Cyg para logo em seguida, junto com Cody, dispensarem todos os candidatos.


Logo após a partida da maior parte dos Candidatos, os Grifinórios e as duas Corvinais desceram das arquibancadas e seguiram na direção de onde Cody, Cyg e Annie estavam recolhendo o material deixado sobre o campo.


- Você foi incrível, Cyg! – disse Emily logo se atirando nos braços do namorado, o que foi muito bem recebido pelo moreno que a levantou do chão para beijar-lhe os lábios, logo depois de ter derrubado tudo o que já havia recolhido até ali.


- Não infle tanto assim o ego dele, Emy. – disse Cody divertido quando o moreno pôs a ruiva no chão novamente.


- Só ele recebe os elogios? – perguntou Annabeth se aproximando mais do grupo com uma falsa irritação e mágoa na voz.


- Deixe de ser ciumenta, Annabeth. – rebateu Alice divertida enquanto os outro riam da encenação de Annie.


- Deixa, Lice. Isso é inveja por ela não receber a atenção dada ao melhor e mais belo goleiro da história da Sonserina. – disse Cygnus fazendo uma pose cômica e causando boas gargalhadas na maioria dos presentes.


- Esqueceu de acrescentar o mais modesto também, oh, idolatrável goleiro. – disse Annie fazendo uma reverencia também muito cômica enquanto sorria abertamente da pose semi-aristocrática do amigo.


- Agindo dessa maneira, o que os Grifinórios vão achar do nosso time?! – reclamou Cody, embora também risse do teatro dos amigos. – Se é por falta de elogio, Annie, você foi incrível! – disse ele sorrindo para a loira.


- Até que enfim um pouco de reconhecimento... – disse Annie fazendo a reverência para Cody, provocando mais risadas. – Obrigada, Cody, mas você também pensou em um ótimo teste. – disse ela tomando uma postura um postura um pouco mais séria, embora ainda sorrindo com a brincadeira.


- O teste foi realmente muito bem feito, Cody! – elogiou Ollie se aproximando mais capitão Sonserino com Max e Alice.


- Obrigado Ollie. – disse ele agradecendo os cumprimentos do Capitão Grifinório e dos demais amigos, enquanto Cygnus ainda fazia os menores, Emily e Darla rirem abertamente com sua performance. – Algum problema, Potter? – disse ao notar a forma dura como James olhava pra ele, uma vez que não estava se divertindo como os outros.


- Muitos, Martin. – respondeu rudemente o ruivo.


- Espero que... – então ele notou que todos pararam o faziam e agora observavam o diálogo, incluindo Annabeth. – Ah, quer saber? Accio. – disse ele recolhendo o material espalhado pelo campo. – Me importo demais com Annie pra querer arrumar confusão com você! – disse ele tentando ignorar a presença incômoda do Grifinório, enquanto fazia o material esportivo voar direto para o baú.


- Você se importa mesmo com ela, não é? – o ruivo se aproximou em tom de provocação, mantendo a postura rude e sarcástica agora.


- Não vou te dar motivos pra me pintar como o vilão dessa história, Potter! – falou o loiro de volta terminando de recolher o material. – Wingardium Leviosa – disse fazendo o baú levitar. – Desculpe por isso, Annie. – disse ao passar pela garota em direção aos vestiários. – Até mais, pessoal. – disse ele acenando para o restante do grupo antes de desaparecer de vista.


Assim que Cody deixou o campo os olhares de todos se voltaram para James, a exceção de Cygnus que não tirou os olhos de Annabeth desde o inicio da discussão.


- Sinto informar que se você acha que ganhou alguma coisa, está estupidamente enganado, James. – Emily foi a primeira a se pronunciar depois de observar a expressão vitoriosa no rosto do primo.


- Cody foi muito mais homem que você. – disse Alice olhando duramente para o ruivo. – Vamos, meninos, vamos voltar pro castelo. – disse ela tentando conduzir os mais novos pra longe dali.


- Ele estava dando em cima de Annabeth! Será que só eu vejo isso? – disse ele para que todos pudessem ouvir enquanto tentavam se afastar, exceto Annabeth, que não movera um único musculo, Cygnus, que ainda continuava atento aos movimentos de Annie e Emily aos de Cygnus.


- E você agindo como um completo idiota. Será que só você não vê isso? – pronunciou-se intempestivamente Annabeth, aparentemente perdendo o autocontrole que a impedira até aquele momento.


- Por que é que você está defendendo ele? – perguntou o ruivo irritado com o tom que loira estava usando com ele.


- Defendendo-o de que, James? – perguntou Annabeth com expressão dividida entre nojo e perplexidade. – Eu não tenho do que defendê-lo, uma vez que as acusações não tem sentido algum! – disse ela tingindo seu rosto de vermelho diante da raiva que estava contendo.


- Como não têm sentido, Annabeth? – disse o ruivo que não estava em melhor estado ao julgar pela cor que agora suas orelhas atingiam – Ele fica claramente se jogando pra cima de vo...


- Chega! Chega, James! – disse a loira gritando para fazer o ruivo se calar. – Escute bem, James Arthur Potter, por que eu não vou repetir: se você realmente acha que Cody está dando em cima de mim, então é uma ótima chance para se posicionar quanto a isso, porque eu não vou me afastar dos meus amigos só por que você acredita que eu sou propriedade sua! – disse ela aproximando seu rosto do rosto do ruivo e olhando fixamente em seus olhos.


- Eu não... – recomeçou o rapaz.


- Eu disse para escutar! – disse ela, fazendo-o calar. – Se quer que Cody pare de “dar em cima de mim” deveria dar um bom motivo a ele! – disse ela no limite da irritação.


- Do que é que você está falando? – perguntou o ruivo confuso.


- Bem, acho que já está na hora de você começar a pensar um pouco sozinho, James Potter! – disse ela se afastando do garoto. – Só volte a me procurar novamente quando tiver posto seu cérebro pra funcionar! – disse ela para depois virar-se bruscamente em direção à saída do campo.


- Espere ai, Annab... – o ruivo começou a segui-la.


- Não! Você fica. – disse Cygnus parando o ruivo de maneira séria e firme. – Eu vou atrás dela. – acrescentou para logo em seguida correr na direção que a loira fora.


- Mas... – começou James atônito.


- Sem discussão, James. – disse Emily se aproximando do primo. – Deixe Cyg tentar acalmá-la. – disse ela tentando fazer com o que o primo usasse o bom senso.


- Mas eu sou o namorado... – recomeçou o ruivo, sendo novamente interrompido.


- Você tem certeza disso, James? – perguntou Lice ironicamente.


- Mas é claro que tenho! – disse ele com veemência. – Estamos juntos! – exclamou com um quê de orgulho na voz.


- Annie está mesmo certa, você precisa pensar um pouco mais. – avaliou Darla observando a expressão do amigo para ter certeza que ele falava mesmo sério.


- Mas do que é que vocês estão falando? – perguntou o ruivo mais uma vez confuso.


- Pense, Jamie. A resposta não está tão distante assim... – disse Emy acariciando o rosto do primo com carinho. – Pense. – ela repetiu antes de dar-lhe as costas.


- Vamos, garotos. – disse Max reunindo todos em direção à saída do campo. – James precisa de algum tempo consigo mesmo. – comentou sabiamente quando Sirius fez menção de ficar com o irmão.


 


(...)


 


- Como ele consegue ser tão idiota, Cygnus? – disse Annabeth muitíssimo irritada quando ela e Cygnus se encontravam a sós na torre de astronomia.


- Em outra ocasião eu diria que são anos de prática pra chegar a esse nível... – disse o moreno com calma, como sempre acontecia quando a loira atingia aquele nível de irritação. – Mas, no presente momento, eu só posso dizer que tenha um pouco mais de paciência, Annie. – disse ele ainda sereno e sério.


- Ainda mais paciência, Cygnus? – perguntou a loira virando-se incrédula e irritadamente para o amigo.


- Sim, Annie. Um pouco mais. – disse ele ao sentar para observar a amiga andar de um lado a outro do terraço da torre.


- Cyg, eu passei os últimos dois anos esperando que ele entendesse que o que sentia por mim não era raiva, repulsa, nem nada do gênero... – desabafou a menina mantendo o comportamento repetitivo.


- Eu sei disso, Ann, mas pense bem: se ele demorou todo esse tempo pra entender o que sentia e sente por você, como pode supor que ele se acostume ao fato de estar apaixonado em tão pouco tempo? – indagou o moreno fazendo a loira diminuir o ritmo com que andava de um lado para o outro.


- Não é tão difícil assim... – disse ela ainda irritada, embora sentindo a raiva se esvaindo ao poucos.


- Pra mim e pra você, não é mesmo, mas pra ele deve ser! – disse o moreno continuando a observar a loira.


- Desde quando você virou o defensor mor de James Potter, e, principalmente, desde quando você o entende tão bem? – disse ela parando e olhando diretamente para o moreno sentado no chão.


- Passei a defendê-lo, desde o dia em que você se apaixonou por ele... – disse ele, como se já esperasse essa pergunta a algum tempo. – Faria o que fosse necessário para te ver bem, Annie. – disse ele fazendo sinal para ela sentar-se ao seu lado. – E passei a entendê-lo, desde que ele virou alguém importante para alguém importante pra mim. – disse ele sabiamente enquanto esperava a loira sentar-se. – Além do mais não quero voltar a discutir com Emy, especialmente se for por causa dele. – disse ele dando de ombros.


- É, até o que faz sentido... – disse a loira entendendo o raciocínio do moreno e deitando a cabeça sobre o ombro do amigo.


- Cyg? – perguntou a loira ainda encostada no amigo.


- Fala, loira. – disse o moreno acariciando o braço da amiga, dando-lhe o nível certo de liberdade que sabia que a amiga precisava.


- Você acha mesmo que ele gosta de mim? – perguntou ela, como se desabafasse algo que vinha incomodando-a a muito.


- Mas é claro que sim, Annie! – disse o moreno com segurança. – Ele é meio idiota, é verdade, até desconfio que tenha algum tipo de retardo mental... – disse ele tentando provocar risos na loira.


- Cyg! – ralhou falsamente a loira, sorrindo.


- Assim é bem melhor! – disse ele elogiando o sorriso da loirinha. – Preste atenção, Annie. – disse ele virando-se e forçando a amiga a olhá-lo. – James não é, de longe, a pessoa mais inteligente do mundo no aspecto emocional, mas ele realmente gosta de você, loirinha... Ele só tem dificuldade de entender o que esta se passando aqui – disse ele levando o dedo até a têmpora da loira. – e aqui. – disse dessa vez apontando para o coração da amiga.


- Você é incrível, sabia? – disse ela sorrindo para o moreno que logo enxugou a única lágrima que descia do rosto alvo de Annabeth. - Por que eu não me apaixonei por você de uma vez? Não teria que passar por nada disso! – disse a garota falsamente inconformada.


- Annie! – disse ele sorrindo, sabendo que ela não falava sério. – Não teria dado certo mesmo... Nós temos um ponto em comum que impede terminantemente nosso envolvimento! – disse ele divertido.


- E qual é? – perguntou a loira também divertida. – Você seria a solução para a maioria dos meus problemas...


- Eu não tenho tanta certeza disso... Não sou ruivo! – disse o moreno ainda sorrindo e abraçando a amiga.


- Realmente temo uma queda por ruivos, não é? – perguntou ela abraçada ao moreno.


- Não, temos um tombo bem feio! – disse ele provocando risos em si mesmo e em Annie.


Então, os dois Sonserinos ficaram sentados observando o movimento do vento sobres as arvores enquanto o crepúsculo se aproximava.


- O que fará agora, Annie? – perguntou Cyg quando julgou que a atmosfera silenciosa e tranquila já havia feito todo quanto possível por Annie.


- Vou fazer James Potter pensar um pouco! – disse Annabeth com simplicidade.


- E posso saber como fará isso? – perguntou ele tentando parecer apenas levemente interessado, embora estivesse preocupado com a possível resposta.


- Simples, vou aceitar o convite de Cody para o passeio a Hogsmead. – disse ela ainda mantendo o tom de simplicidade, embora Cygnus pudesse sentir o ritmo de sua respiração mudando.


- Annie... Não acho que seja uma boa ideia. – alertou o moreno tomando cuidado com as palavras para não causar uma reação exagerada na loira.


- Não é disso que ele tem medo? – perguntou a menina com amargura. – Então farei com que enfrente-o, e, se depois disso, ele ainda não tiver entendido, eu, oficialmente, desisto. – disse ela dessa vez, sem esconder a tristeza na voz.


- Eu inda não concordo com isso! – posicionou-se Cygnus de maneira categórica.


- E o que sugere? – perguntou a loira com ironia.


- Sugiro que você o pressione, de maneira leve, não assim. – respondeu o moreno sem se alterar com o tom de Annie.


- Eu farei isso... Até o passeio a Hogsmead. – disse ela de forma entediada, embora soubesse que o moreno estava certo.


- Que acontecerá em três semanas. – acrescentou o moreno ainda ignorando o comportamento ofensivo da amiga, pois conhecia bem o gênio de Annabeth.


- Exatamente, veremos como ele reagirá. – disse a menina tentando parecer invulnerável àquilo, embora internamente torcesse para que o ruivo não ignorasse tudo o que sentiam um pelo outro, por causa de ciúmes bobo.


- Está bem, Annie, eu desisto, cansei de discutir com você. – disse o moreno suspirando e deixando seus ombros caírem. – Sei que não tirarei isso da sua cabeça mesmo, então vamos ás masmorras de uma vez porque eu realmente preciso de um banho. – disse ele tentando amenizar o clima.


- Verdade, vamos lá. – disse a loira levantando-se e ajudando o moreno, sabia que Cygnus estava completamente contra ela, mas sabia também que ele jamais a prejudicaria.


 


(...)


 


- Como Annie está? – perguntou Darla logo após a chegada de Emy na mesa da Grifinória, depois de uma visita a Cyg e Annie.


- Ela ainda está irritada com Jamie, mas Cyg me garantiu que não vai demorar pra ela voltar ao normal.  – disse a ruiva tentando parecer tranquila, mas falhando neste aspecto.– E Jamie? Como e onde está? – perguntou demonstrando o motivo real de sua preocupação.


- Ele ainda não apareceu desde o teste... – disse Ollie também preocupado. – Max e eu fomos atrás dele, mas não o encontramos. – ele acrescentou, como se se desculpasse.


- Não foi culpa de vocês, Ollie. – disse JJ entrando na conversa, ao notar o capitão da Grifinória se desculpando por algo que não fizera. – James não quis ser encontrado. – ele esclareceu a fim de dispensar o rapaz da culpa que ele supunha ter.


- Você sabe onde ele está, JJ? – perguntou Emily virando diretamente para o irmão de seu namorado ainda com a feição preocupada.


- De alguma forma que eu não sei explicar, ele está no castelo. – disse JJ confuso pela localização do irmão do melhor amigo.


- Como assim, uma forma que você não sabe explicar? – perguntou Sirius prestando atenção à conversa assim como John, Scott e Sarah.


- Ele está sob a proteção da escola, o que, na prática, significa que ele está no terreno do castelo, mas ao mesmo tempo, ele parece estar envolto por uma mágica diferente, que me impede de saber exatamente onde ele está. – explicou o loiro da forma mais simples que pôde.


- Como é possi...


- Isso não importa, Johnny. – disse Sirius interrompendo o amigo de forma impaciente. – Mesmo envolto nessa mágica ele está bem, não está, Jay? – perguntou o moreno preocupado com o irmão.


- Está. Ele não corre nenhum tipo de perigo. – garantiu o loiro olhando nos olhos do amigo, reforçando a ideia de que o irmão do amigo estava bem.


- Você tem certeza disso, não é? – perguntou o moreno ainda desconfiado olhando para o loirinho.


- Tenho absoluta certeza, Six. Seu irmão está bem. – disse o loiro olhando fixa e seriamente para o moreno, garantindo-lhe que o ruivo estava bem.


- Acredito em você. – disse o moreno como se fosse um veredito. – Pelo menos temos certeza de que ele está bem. – disse num tom mais tranquilo.


- Ainda não faz sentido... – comentou John pensando no modo como James poderia simplesmente não aparecer.


- Não se preocupe, John, eu vou descobrir o que significa tudo isso, ok? – garantiu o garoto sorrindo para o amigo. – Agora vamos fazer silêncio, que a diretora que falar. – disse ele voltando-se para sua refeição.


- Como você... – Scott começou a perguntar.


- Um minuto da sua atenção, por favor. – se pronunciou a diretora, fazendo o barulho no salão cessar imediatamente.


- Você é bizarro! – disse o garoto olhando perplexo para o loirinho.


- Nem tanto, Eddie. – respondeu o garoto sorrindo de lado.


- Me reuni com o corpo docente da escola e achamos que estamos vivendo uma situação suficientemente favorável à uma oferta de um baile à fantasia em homenagem ao Dia das Bruxas. – continuou a diretora, fazendo o balburdio reiniciar, causado pela euforia da notícia.


- Por favor, meninos, deixem a diretora continuar. – se pronunciou o Professor Longbottom fazendo, aos poucos, o barulho cessar novamente.


- Disponibilizaremos o Grande Salão para o banquete e o baile será realizado em uma grande tenda nos jardins... – a direta retomou a palavra. – Sim, Sr. Malfoy? – perguntou quando viu o monitor Sonserino erguer sua mão em meio à multidão.


- Todos os alunos estão convidados, Cygnus, do 1º ao último ano. – falou Neville respondendo à pergunta.


- Haverão atividades para os menores, bem como para os maiores também. – retomou a diretora. – Então, para os alunos a partir do 3º ano, autorizados, resolvemos adiantar o passeio a Hogsmead para este fim de semana, para que possam fazer suas compras. – disse ela finalizando os anúncios.


- Então escolham seus pares, preparem-se bem e boa festa a todos! – finalizou o diretor da Grifinória.


- Até nós estamos convidados? – perguntou John perplexo.


- Legal! – comentou Scott sorrindo animadamente.


- E o passeio ainda será adiantado? – perguntou Ollie extasiado.


- O que houve com McGonagall? – perguntou Max com ironia.


- Max! – ralhou Emily. – McGonagall é uma ótima diretora! – posicionou a ruiva de forma categórica.


- Nós sabemos disso, Emy. – disse Darla sorrindo ao perceber que logo os dois começariam uma discussão sem fim.


- Mas ainda assim é muita generosidade, não acha? – disse Max provocando ainda mais a ruiva, o que causou nos demais um grande sorriso diante a discussão que vinha chegando. – Quando a esmola é demais...


- Ahn, oi pessoal. – disse Andrew Thomas, companheiro de monitoria de Alice se aproximando da mesa da Grifinória.


- Oi, Andy. – a maioria respondeu com cordialidade.


- Ah, Darla, será que eu poderia falar com você por um minuto? – perguntou ele de forma que pareceu bastante desconfortável com aquela situação.


- Ah, claro, Andy. – respondeu a garota pega de surpresa. – Algum problema? – perguntou a castanha de forma preocupada.


- Ah, não, não, só queria conversar um pouco com você... – disse o garoto atingindo um tom preocupante de vermelho o rosto.


- Então acho que você pode falar aqui, não precisa interromper o jantar dela. – se pronunciou Oliver de forma rude.


- Bom, se você... – começou o moreno recém-chegado.


- Ah, não se preocupem, eu já terminei. – disse Darla levantando-se da mesa.


- Mas... – Oliver começou levantando-se também.


- Ollie! – disse Emily interferindo. – Por acaso você não está tentando impedir que Darla saia da mesa, está, Ollie? – perguntou a ruiva falando e olhando diretamente para o amigo.


- Mas é claro... – disse ele tentando se explicar. – Ah, quer saber? Esquece! – disse ele ao perceber que não desejava explicar coisa alguma. – Vou procurar o Jamie. – disse ao sair da mesa como que para evitar perguntas mais tarde.


- Ollie! – disse Darla tentando fazer o garoto voltar.


- Ahn, você prefere que eu volte outra hora? – perguntou Andy se sentido bastante deslocado.


- Não, Andy, ela vai com você. – disse Emily se posicionando de forma firme. – Max vai conversar com o Ollie, não é, Max? – disse ela voltando-se para o amigo.


- Mas eu... – começou o moreno.


- Não é, Maximillian?  - disse ela olhando com muita firmeza para o amigo.


- Sim, sim, claro, estou indo conversar com o Ollie. – disse ele ao sentir o perigo.


- Viu, só? Podem ir sossegados? – disse Emily depois de Max se levantar (não sem antes levar um grande pedaço de empadão consigo) seguir o caminho que Ollie seguiu.


Então, com o incentivo de Emily, Darla e Andy seguiram, juntos, para os jardins do castelo, tentando manter uma conversa leve e divertida, no que parecia que Andy estava se saindo bem.


- Posso saber o que aconteceu nessa mesa, Grifinórios? – disse Alice ao chegar à mesa da Grifinória assim que a castanha saiu com seu companheiro de monitoria.


- Primeiro, preocupação com o sumiço de Jamie, seguido de euforia pelo baile e pelo passeio a Hogsmead; logo depois uma explosão de ciúmes e pra fechar com chave de ouro uma intimidação ao pobre Max pela minha queridíssima prima. – disse Sirius fazendo um ótimo resumo dos últimos acontecimentos à mesa dos Leões.


- É impressionante... – disse Sarah em tom de lamurio.


- O quê? – perguntou JJ intrigado com a reação da ruivinha.


- Que ele consegue se lembrar de tudo isso, mas não consegue fazer uma redação descente de História da Magia. – disse ela olhando diretamente para o primo.


- Não é tão interessante assim. – opinou John, já sabendo da inteligência desperdiçada de Sirius.


- Apenas conflito de interesses, querida Sarah, apenas conflito de interesses... – respondeu o moreninho fazendo todos sorrirem.


- Emy? – disse JJ falando baixo, para que apenas a ruiva escutasse, enquanto os amigos e Alice estavam envoltos na conversa sobre o desperdício de inteligência.


- O que foi, JJ? – disse a menina, que estava perdida em seus pensamentos, concentrando sua atenção no loirinho.


- Não se preocupe, ok? – disse o garoto com o confiança. – Darla e Ollie ficaram bem. – ele garantiu isso à ruiva.


- Juntos? – perguntou ela como se perguntasse a um professor a resposta de uma questão da qual tinha dúvida.


- Talvez. Só depende deles. – respondeu o garoto com uma expressão um tanto pesarosa. – Você vai precisar interferir, mas não agora. Controle-se, ok? – disse ele em tom de conselho.


- Agi errado? – perguntou a menina indecisa.


- Não. – respondeu o loiro com convicção. – Agiu certo, mas haverá, em um futuro bem próximo, outra chance de interferir, e dessa vez, você não pode. – disse o loirinho ainda mantendo a expressão um tanto pesarosa.


- Entendi. – confirmou a ruiva.


- Você não estará negando ajuda a eles, mas oferecendo-a. – esclareceu o loiro ao notar que a ruiva estava com uma expressão de quem se sentia culpado por ter feito algo ou deixado de fazer.


- Não posso deixar eles se magoarem. – disse Emily em tom de surpresa.


- Para se curar de um ferimento, é necessário saber exatamente onde ele se encontra, Emy. – disse o loirinho fazendo uma analogia para deixar a situação mais clara para o entendimento total de Emily. – É necessário que eles se confrontem e ponham tudo em pratos limpos, Emy. – disse ele explicando o motivo da analogia.


- Tem certeza de que é necessário? – ela perguntou ainda com expressão culpada.


- Sim, Emy. É necessário. – garantiu o garoto com pesar.


- Então está bem, mas como saberei o que momento em que não devo interferir? – perguntou ela com preocupação.


- Você saberá, pode ter certeza disso. – garantiu o loirinho.


 


(...)


 


Na manhã de sexta feira, como já era de rotina, JJ foi acordado com os pios e beliscadas carinhosas de Merlin e levantou-se a fim de arrumar-se para seus exercícios matinais.


- Bom dia, Cyg. – disse ele assim que chegou aos jardins, já aquecido por descer as escadas correndo, e encontrando seu irmão sentado no chão, aguardando-lhe.


- Bom dia, carinha. Dormiu bem? – disse o moreno levantando-se depois de cumprimentar o irmão.


- Muito bem. E você? – perguntou o loiro de maneira educada, pois sabia que o irmão não dormira bem, e nem precisava ler sua mente pra concluir isso, Cyg estava obviamente muito cansado.


- O bastante... – respondeu o moreno sem entusiasmo, enquanto começava a se alongar, fazendo o irmão seguir seu exemplo.


- Você está preocupado. – não havia sido uma pergunta.


- Estou. – disse o rapaz respirando profundamente. – Annie está muito estranha e esses sumiços repetitivos de James estão deixando ela e Emily muito nervosas. – disse ele enquanto se abaixava e segurava o peito do pé.


- Você não devia se preocupar tanto com isso. – disse o loirinho iniciando outro movimento de alongamento.


- Como não me preocupar, Jay? – disse o moreno virando a cabeça para o irmão.


- Não disse que não era pra você se preocupar, só disse que você não deveria. – disse o loiro com calma novamente mudando o movimento.


- Por que não? – perguntou o moreno ainda olhando o irmão mais novo.


- Por que os planos de Annabeth não irão se concretizar do jeito que ela espera... Ela não causará mal permanente a ninguém. – disse o loiro a fim de tranquilizar o irmão.


- Ótimo, você realmente me deixa mais tranquilo. – o moreno parecia mesmo grato. – E quanto a James? – perguntou ele se referindo a uma possível atitude impensada do primo de sua namorada.


- Ele voltará ao convívio social logo, logo. – garantiu o loirinho mudando novamente o movimento.


- Logo quanto? – perguntou o moreno acompanhando os movimentos do loirinho.


- Imagino que hoje mesmo, você possa resolver isso. – garantiu ele terminando o exercício. – Vai dar tudo certo nesses aspectos, então vamos começar nosso treino? – perguntou o loirinho sorrindo para o irmão.


- Está bem. – disse ele retribuindo o sorriso do pequeno. – Vamos nessa. – disse para logo em seguida começar a correr.


 


(...)


 


- Emy! – ela ouviu seu nome ser chamado pela voz que tanto adorava e virou-se procurando o dono daquela voz.


- Oi, amor. – disse ela quando o moreno se aproximou desviando da multidão que saia do Salão Principal depois do café da manhã.


- Dormiu bem, princesa? – perguntou ele depois de beijar a namorada.


- Sonhando com você, como poderia não dormir bem? – disse a garota sorrindo carinhosamente para o moreno que respondeu com outro beijo, dessa vez bem mais intenso.


- Você é mesmo perfeita. – disse sorrindo pra ela depois de parar de beijá-la. – Só vim pedir que você pensasse em algo pro nosso passeio a Hogsmead.


- Vou pensar em algo e conversamos durante o jantar, o que acha? – perguntou ela ainda abraçada ao namorado.


- Por mim está ótimo. – disse ele dando-lhe um ultimo beijo. – Até a noite, Pessoal. – disse se despedindo também dos amigos que esperavam por Emy próximo às escadas, tal como Annabeth e Cody por ele no Saguão de Entrada.


- Até, Cyg. – responderam todos, com exceção de James que olhava fixamente para a escada que levava do Saguão de Entrada ao Salão Principal.


- Ah, Emy! – gritou o moreno antes de começar a descer a escada e perder a namorada de vista.


- Sim? – disse a ruiva novamente virando-se para o moreno.


- Já te disse o quão maravilhosa você está hoje? – perguntou ele com um sorriso encantador, causando inveja nas garotas que passavam por ali.


- Não, Cyg... – disse a ruiva encantada com as atitudes do namorado e ficando corada com a quantidade de olhares que se voltavam pra ela, a maioria feminino e extremamente invejoso.


- Me desculpe, então. Você está incrivelmente linda, hoje, Ruivinha. – disse ele com um sorriso ainda mais galante.


- CYGNUS! – ele ouviu o berro de Annabeth.


- Já estou indo, Annie! – ele gritou de volta. – Preciso ir, meu amor. – disse ele fazendo uma cômica reverencia e sorrindo para a ruiva. – Nos vemos mais tarde! – gritou do meio da escada por onde descia correndo.


- Vamos Emy, o show acabou. – disse Max chamando a ruiva. – Vamos, Emy. – disse ele puxando a garota que ainda estava aérea com a recente apresentação de Cygnus.


- Cyg deve ser o melhor namorado do mundo... – disse Darla suspirando com toda a cena protagonizada pelo goleiro Sonserino.


- Se não é, Lally, está realmente muito próximo disso... – concordou Alice sorrindo para a amiga.


- Ele é muito fofo! – continuou a castanha, enquanto a ruiva se recuperava aos poucos.


- Só seria mais perfeito, se fosse meu... – disse Alice com um sorriso malandro.


- Já chega de invejar meu namorado perfeito, ok? – disse a ruiva recobrando a consciência instantaneamente, causando risos em Max, Darla e Alice. – E com quem vocês vão ao Baile? – disse ela fazendo o sorriso se apagar do rosto de Max e Alice e se modificar no de Darla.


- Eu ainda não sei, mas já ouvi alguns comentários... – disse Alice com tom de desdém. – E você, Lally, já recebeu algum convite? – perguntou passando a bola para a amiga.


- Ainda não, mas Andy tem procurado muitos pretextos pra falar comigo... – disse Darla sorrindo carinhosamente ao lembrar-se do ultimo assunto encontrado pelo rapaz para lhe falar, o que, quase imediatamente, causou uma carranca em Ollie – Mas você já sabia disso, não é, Lice? – disse ela olhando diretamente para a loira.


- Claro que sim! – respondeu ela com um largo sorriso. – Eu e alguns Corvinais apostamos que ele não conseguiria te levar a Hogsmead... – disse ela cutucando a amiga.


- Ah, então é por isso que ele vem vindo procurar a Lally a todo momento com as desculpas mais esfarrapadas... – disse Max tentando entender o que estava se passando.


- É exatamente por isso! – ratificou a loira com um sorriso ainda maior.


- Mas então porque ele nunca consegue finalizar esse bendito convite? – perguntou a ruiva intrigada.


- Ele é muito tímido, Emy... – disse a castanha em defesa do Corvinal. – Mas, na verdade, nem precisava tanto, era só vir falar comigo e...


- Pelo visto você está bem ansiosa pelo convite não é, Darla? – disse Ollie de forma rude interrompendo a garota.


- E se ela estiver, Oliver? – disse Alice virando-se agressivamente para o amigo, ao perceber o efeito de suas palavras sobre Darla. – Pelo menos ele tem coragem de mostrar a que veio! – disse ele jogando a verdade na cara de Oliver.


- Sem brigas, ok, pessoal? – disse Max se pondo entre Alice e Ollie, enquanto Emily ai até Darla que estava paralizada desde a grosseria de Ollie. – Já chega de discussões pelo resto da semana, não é, Jamie? – disse o moreno procurando por ajuda para o caso da briga continuar. – Jamie? – perguntou Max olhando em vollta. - Onde ele está?


- Ali. – disse Alice que se desviara de Ollie para procurar por Jamie assim como todos, com medo de o rapaz desaparecer novamente.


- Jamie, está tudo bem? – disse Emily, sem poder se aproximar do primo devido estado de fragilidade de Darla.


- Não. – respondeu o ruivo em um tom áspero enquanto se afastava da janela pela qual estivera observando os jardins e seguindo no caminho contrário ao qual estavam seguindo.


- O que houve, Jamie? – perguntou Max ignorando Alice e Ollie e andando na direção do amigo.


- Avisem a Nipponic que eu vou me atrasar pra aula dela. – disse ele logo antes de sumir em meio aos demais alunos.


- Jamie? – disse Emily se afastando de Darla e procurando pelo primo no corredor. – Jamie! – gritou a ruiva, sem receber, no entanto a resposta que esperava.


- Ah, Merlin... – disse Max xingando baixinho.


- O que foi, Max? – perguntou Alice virando-se para o moreno, uma vez que estivera também procurando por James. – O que Jamie viu? – perguntou preocupada.


- Annie... – disse o garoto assustado.


- Mas isso é bom, certo? – perguntou Darla se aproximando de Max.


- Seria, Lally, se ela estivesse sozinha... – disse ele mostrando a companhia da loira com ela nos jardins.


- E com quem ela está, Max? – perguntou Emily ainda longe, mantendo a esperança de James não ter descido.


- Deixe-me adivinhar: Cody Martin. – precipitou-se Alice se aproximando.


- Na mosca, Lice. – respondeu o moreno olhando para a loira.


- É melhor descermos ou ele vai acabar fazendo besteira... – disse Ollie começando a seguir na direção que o ruivo fora.


- Esperem. – disse Emily segurando o braço de Ollie. – Eu vou atrás do Jamie e vocês vão até Nipponic e digam a ela que explicarei tudo assim que chegar.


- Mas Emy... – Max tentou interferir na decisão da ruiva.


- Não se preocupem, eu posso controlar meu primo e, alem de tudo, Nipponic não será tão severa comigo quanto seria com vocês. – disse ela de forma firme e, ao notar que os amigos não tinham argumentos, ela seguiu pelo caminho que tinham chegado até ali.


 


(...)


 


Quando James chegou aos jardins se direcionou rapidamente ao local onde Annabeth e Cody conversavam animadamente.


- Annabeth. – disse ele chamando a atenção da loira. – Precisamos conversar. – disse ele de forma áspera e direta, olhando especificamente para a loira, tentando, obviamente ignorar a presença do loiro que a acompanhava.


- Bem, acho que essa é a parte em que eu saio... – disse Cody olhando de Annabeth para James e de volta para a loira. – Até mais tarde, Annie. – disse ele saindo de perto do casal.


- O que você quer? – perguntou Annie rispidamente, logo após a saída de Cody.


- Você vai com ele a Hogsmead, não vai? – disse o ruivo em um esforço óbvio de manter o autocontrole, mas sendo denunciado, no entanto, pelo tom que agora suas orelhas atingiam.


- Vou. – respondeu a loira sem se abalar com o estado do ruivo.


- E ao Baile? – perguntou o rapaz deixando transparecer sua infelicidade misturada com o inicio da perda de seu autocontrole.


- Não sei, ainda não recebi nenhum convite para o Baile. – disse ela num tom cínico, sempre encarando o ruivo altivamente.


- Você quer mesmo ficar com ele, Annabeth? – perguntou o ruivo com uma expressão sofrida e tentando focalizar os olhos de Annabeth, tarefa que a loira fez questão de não facilitar.


- James! – eles ouviram a voz de Emily quando a ruiva corria ao encontro do casal, interrompendo assim a possível resposta de Annabeth.


- Eu não estou fazendo confusão alguma, Emily. – garantiu o ruivo com a expressão cansada, virando-se entediado para a prima. – Só vim fazer uma pergunta simples à Annabeth. – disse ele de novo voltando-se para a loira. – Você quer mesmo ficar com Cody Martin, Annabeth? – disse ele dessa vez conseguindo manter uma comunicação visual com Annie, forçando a loira a assim abaixar a guarda.


- Não responda, Annabeth! – disse Cygnus assustando o casal e Emily. – Ruiva, por favor, vá pra sala e diga à Professora Nipponic que a culpa por James não estar lá é minha. – disse ele com carinho acariciando rapidamente o rosto da namorada. – E, Annie, por favor, diga ao Prof. Longbottom que não poderei assistir à sua aula hoje, mas que logo conversaremos sobre o assunto. – disse ele se virando para a loira.


- Cygnus... – começou James ainda tentando se controlar.


- Precisamos conversar seria e particularmente, James. – disse ele de forma firme pousando seus olhos sobre os azuis do ruivo.


- Eu quero falar com Annabeth. – disse ele respondendo ainda no mesmo tom de raiva controlada.


- Sinto desapontá-lo, mas a única pessoa com quem conversará agora, serei eu. – disse o moreno sem se intimidar com reação que o ruivo estava desenvolvendo.


- Cyg... – começou Emily e Annabeth ao mesmo tempo.


- Meninas, por favor, façam o que lhes pedi para fazerem... – disse o moreno em tom de alerta, sem tirar os olhos do ruivo.


- Cyg... – Emily tentou novamente.


- Por favor, Emily. – disse o moreno com um toque muito mais sério na voz, mas ainda sem virar-se para a namorada.


- Está bem. Vou subir, nos vemos mais tarde. – disse a ruiva percebendo o perigo na voz do namorado, ela nunca vira o rapaz tão sério assim.


- Até mais tarde, meu anjo. – disse ele virando-se para a namorada, numa tentativa vã de acalmar a ruiva. – Ann... – disse ele ainda em tom de alerta direcionando-se à amiga, logo depois da saída da ruiva.


- Eu já vou, só espero que você não faça bobagens. – disse ela no mesmo tom de alerta que o amigo olhando-lhe seriamente.


- Nada que prejudique você ou a ele. – garantiu o moreno categoricamente.


- Cuidado com o que vai falar, Cygnus. – continuou a loira ainda olhando muito seriamente para o amigo.


- Tomarei. – novamente garantiu o rapaz.


- O que quer comigo, Malfoy? – perguntou o ruivo atraindo a atenção do moreno, logo após a saída de Annabeth.


- Precisamos ter uma conversa séria, James, de homem pra homem. – respondeu o moreno sendo muito firme e sentindo que o ruivo o ouviria, prosseguiu. – Primeiro, eu preciso saber exatamente e em detalhes o que sente por Annie. – disse ele caminhando em direção ao lago negro, sendo seguido pelo ruivo.


- Eu gosto dela. – assegurou o moreno de forma firme.


- Eu disse exatamente e em detalhes... Vamos, sei que pode fazer melhor que isso. – exigiu o moreno forçando o ruivo a falar. – Descreva Annie pra mim, como se eu não a conhecesse. – disse enquanto sentava-se a beira do lago negro.


- Eu não sei... – disse o ruivo sentando-se ao lado do moreno.


- Finja que eu não a conheço, e tente descrever exatamente o que há de mais fantástico em Annie. – pediu ele tentando fazer com que o ruivo pusesse tudo o que sente pra fora.


- Bom... – começou ele sem saber muito bem o que dizer. – Não há algo de especifico que seja fantástico em Annie, ela é completamente fantástica. – disse ele com grande esforço para pensar no que distinguia Annie de qualquer outra pessoa em sua vida, o que a fazia tão especial... – Aquele cabelo loiro que brilha como se fosse uma manhã ensolarada, que contrasta incrivelmente com seus olhos cinza, que parecem o céu do inicio de uma noite tempestuosa... E aquele sorriso, Merlin, aquele sorriso que trás luz à noite...


- E você está completamente apaixonado. – completou o moreno sorrindo para o ruivo.


- Estou mesmo, não é? – disse o ruivo com uma expressão que beirava a incredulidade.


- E isso te assusta? – perguntou o moreno olhando caridosamente para o moreno.


- Pra ser sincero, assusta bastante. – disse o garoto parecendo de fato muito assustado.


- James, o que te assusta tanto? – perguntou o moreno olhando diretamente para o ruivo.


- Eu nunca senti o que estou sentindo agora por ninguém no mundo, Cyg. – confessou o ruivo respirando profundamente. – Não quero estragar as coisas dessa vez... – disse ele em tom de culpa, se importava de verdade com Annie e, pela primeira vez na vida, tinha muito medo de estragar tudo a acabar por perdê-la.


- Mas agindo assim, você já está estragando, James... – disse o moreno em um tom agradável. – Annie gosta de você, de verdade. – disse ele para confortar e incentivar o ruivo.


- Então porque ela insiste em não se afastar do Martin, mesmo sabendo que eu não gosto dele? – perguntou o garoto começando a se irritar.


- Deixa eu te explicar uma coisa, James... – começou o moreno sendo o mais calmo e razoável possível. – Pra vocês, Grifinórios, a vinda a Hogwarts pode ter sido benéfica e até desejada... – ele começou a explicar.


- Olha, nós... – o ruivo quis interferir.


- James, - interrompeu o moreno com certa urgência. – bem ou mal, de quaisquer formas, você sempre teve Emy, além do que, quando chegaram a Hogwarts, vocês já conheciam Ollie, Max e Lice... Quanto a mim e a Annie... Bem, não foi bem assim que ocorreu conosco. – disse ele pesaroso, pois não se sentia bem ao lembrar-se da situação vivida por ele e Annie ao chegarem a Hogwarts.


- Como assim? – perguntou o ruivo intrigado.


- Podemos começar pelo fato de que nenhum de nós quis vir pra Hogwarts... – começou o moreno se referindo ele e Annabeth.


- Achei que todos os bruxos que completam onze anos desejassem ir pra Hogwarts... – comentou o ruivo confuso.


- Bom, pode até ser que aconteça isso com os demais bruxos, mas não era o meu caso, nem o de Annie... – falou Cygnus olhando para o lago com uma expressão triste, pensar naquele assunto não era agradável, mas James precisava entender o que acontecera.


- E porque não? – perguntou James confuso.


- Meus pais haviam se separado a menos de seis meses da data em que recebi a carta e a última coisa que eu poderia ter desejado era me separar dos meus irmãos... – disse o moreno respirando profundamente ao lembrar-se dos momento difíceis atravessados depois da separação de seus pais.


- Deve ter sido bem complicado. – disse o ruivo solidariamente.


- E foi mesmo, e quanto a Annie... – disse parando um pouco pra pensar na situação de Annie antes de chegar à Hogwarts. – Bem, digamos apenas que Annie não gosta de mudanças... – disse ele da maneira mais eufemística em que conseguiu pensar.


- Eu não entendo. O que quis dizer com isso? – disse o ruivo cada vez mais confuso e sem ter ideia do por quê do moreno ter entrado naquele assunto.


- Annie vai me decapitar quando souber que te contei, mas vamos lá... – disse o moreno raciocinando sobre o assunto e passando a mão pelo cabelo. – Já que serei morto, vou dar-lhe, ao menos um motivo descente para tanto... – disse ele sorrindo para o ruivo.


- O que Annie não quer que eu saiba? – perguntou o ruivo agora em um tom preocupado.


- Não é que ela não queira que você saiba... – esclareceu o moreno. – Ela preferiria que ninguém soubesse... – acrescentou ele em um tom como se concordasse que ninguém deveria saber.


- O que é assim tão grave que ninguém pode saber? – perguntou o ruivo preocupado e curioso.


- James, por acaso, em todos esses anos você já viu Annie receber alguma carta ou encomenda de casa? – perguntou o moreno, embora já conhecesse bem a resposta.


- Não... – disse o ruivo vasculhando sua memória, a fim de encontrar algum momento de comunicação da loira com sua família. – Pensando bem, não me lembro de sequer ela ter mencionado ninguém da família até hoje...


- Isso é porque ela não tem nenhuma, James. – disse o moreno de forma triste. – Ao menos nenhuma que se comunique com ela... – acrescentou o moreno achando que essa frase daria uma melhor noção a James sobre a vida de Annie. – Os pais de Annie desapareceram quando ela era pequena...


- Como assim desapareceram? – perguntou o ruivo chocado.


- O que disseram a Annie foi que os pais haviam simplesmente abandonado os filhos e desaparecido. – disse o moreno contando ao ruivo o que se lembrava de ter ouvido da loira.


- Filhos? Annie têm irmãos? – perguntou ele ainda mais chocado.


- Tem sim, um irmão mais velho... – respondeu o moreno.


- Mas ele nunca... – começou o ruivo um tanto indignado.


- Que fugiu da casa de adoção pouco depois do 7º aniversário de Annie. – disse ele novamente dizendo ao ruivo o que a amiga lhe contara.


- E ele nunca mais mandou noticias? – perguntou o ruivo ainda muito chocado.


- Nenhuma. – respondeu o moreno entristecendo-se pela loira. – Antes de fugir, ele prometeu a Annie que voltaria para buscá-la. E, desde então, Annie recusou qualquer chance de sair daquele orfanato... – completou o moreno ainda com a expressão entristecida.


- E por isso ela nunca quis vir pra Hogwarts... – deduziu o ruivo também de forma tristonha.


- Exato. Quando a carta chegou, no entanto, ela se viu obrigada a sair de lá e se mudar para um orfanato bruxo de Londres e, assim sendo, perder a chance concreta de ver Alvin, caso ele voltasse a aparecer. – esclareceu o moreno mostrando a James parte da história de Annie.


- E qual a idade desse tal de Alvin? – perguntou o ruivo intrigado e um tanto irritado com esse homem que ele nem mesmo conhecia.


- Não sei ao certo, mas suponho que ele tenha 18 ou 19 anos agora... – respondeu Cyg tentando calcular aproximadamente a idade do irmão de Annie.


- Então ele tinha 10 ou 11 quando abandonou Annie? – perguntou ele assustado com a idade com que o garoto fugira.


- Mais ou menos isso. – respondeu o moreno.


- Mais ou menos na época que receberia a carta de Hogwarts...


- Isso. Não sei dizer se ele é bruxo ou trouxa, Annie não fala muito no assunto e eu também não me sinto a vontade para perguntar... – disse o moreno dando de ombros. – Bruxo ou trouxa, ele é, se ainda estiver vivo, a única família conhecida de Annie.


- Eu não tinha ideia de que Annie tinha passado por tudo isso... Por que ela nunca me contou nada? – perguntou ele triste com o fato de a loira ter guardado tudo aquilo pra si.


- Porque ela nunca quis que ninguém sentisse pena dela... – explicou Cygnus de maneira compreensiva. – Quando chegamos a Hogwarts, não sei bem como, mas alguns Sonserinos já sabiam que ela viera de um orfanato e da separação dos meus pais.  – disse Cygnus explicando que as coisas na Sonserina poderiam ser bem ruins. – Sonserinos conseguem ser bem perversos, quando querem... Depois que entramos aqui a casa se dividiu, pra nós, entre os que tinham pena de nós e os que nos desprezavam por não sermos um exemplo do dito “Espírito Sonserino”...


- Mas nem todos eram assim, certo? – perguntou o ruivo sentindo-se culpado agora por ter implicado e irritado tanto os dois no passado.


- Os únicos que não agiram dessas formas conosco foram os irmãos Martin, Cody e o irmão mais velho dele, não sei se lembra, Zack. Foi ele inclusive que cuidou de mim e de Annie... Nos tratou como tratava Cody, nos incentivou a treinar quadribol e nunca deixava que nos abatêssemos com as malícias dos outros Sonserinos... Zack foi quem nos ensinou a reconhecer boas atitudes. – disse o moreno sorrindo saudoso com as lembranças das ações do irmão mais velho Cody. – Por isso é tão ridículo que você ache que Cody está dando em cima de Annie... – disse ele virando-se para o ruivo. – Eles se veem como irmãos, James. Cody ama Annie como você ama Lice ou Lally... – esclareceu o moreno.


- Sou mesmo um idiota, não sou? – disse o ruivo extremamente envergonhado.


- É, mas ainda é compreensível... – disse o moreno com um sorriso cumplice. – Sentir ciúme não é o fim do mundo... Ainda mais de quem passa tanto tempo com a garota por quem você é apaixonado. – disse o moreno sorrindo de lado.


- Então por que você não tem ciúmes de mim, Ollie e Max? – perguntou o ruivo intrigado.


- Por que eu tenho certeza do que Emily sente por mim, James. Sei que Emy me ama, e que considera você, Max e Ollie como irmãos dela, os vê como amigos, apenas isso. E, além do mais, ela não se meteria com os caras por quem as amigas delas são apaixonadas... – disse o garoto de forma divertida imaginando que Emily não se aproximaria de Ollie e Max mesmo que estivesse de fato interessada.


- Ollie e Max? – perguntou o ruivo confuso.


- Claro que sim, James! Sinceramente é difícil aceitar que você é tão inteligente quanto diz! – disse o moreno verdadeiramente divertido.


- Muito obrigado, pelo elogio! – respondeu o ruivo em tom sarcástico.


- Disponha, precisando, sabe onde encontrar! – respondeu o sorrindo para o ruivo de forma a deixa-lo um pouco mais irritado. – Mas voltando ao assunto principal, é compreensivo que você sinta ciúmes de Annie, embora não o seja o fato de você não ter feito nada a respeito até agora. – respondeu o moreno olhando diretamente para o ruivo esperando a reação do mesmo.


- Eu já estou cansado de todos me acusarem de não fazer o que eu nem mesmo sei que deve ser feito! – disse ele ainda mais irritado.


- James... James... James... Você pensou no que Annie te disse pra pensar? – perguntou o moreno menosprezando a irritação do ruivo, provocando no mesmo uma explosão ainda maior.


- Claro que pensei! Mas, como sempre, aliás, não cheguei à conclusão nenhuma. – disse o ruivo ainda mais irritado.


- Como é possível que você pertença à mesma família que a minha namorada? – perguntou o moreno irônica e divertidamente.


- Mas do que é que você está falando? – perguntou o ruivo ainda mais irritado, começando a fazer suas orelhas atingirem o tom de seus cabelos.


- Ah, qual é, James? Haja santa paciência! – disse o moreno provocando ainda mais o ruivo. – Annabeth quer que você a peça em namoro, seu idiota! – disse ele sem paciência para deixar que o ruivo chegasse finalmente àquela conclusão.


- Ela... Ela... Era só isso que ela queria? – perguntou o ruivo pasmo.


- Como assim só isso? – foi a vez de Cygnus se espantar.


- Achei que fosse algo mais sério! – disse o ruivo tranquilamente.


- Algo mais sério, James?! – perguntou o moreno abismado com a falta de reação do ruivo.


- É, pensei que eu tinha feito algo de errado... – disse ele ainda no mesmo tom tranquilo.


- Haja paciência... – disse o moreno respirando profundamente. – Potter, preste atenção: você fez algo errado. E foi algo sério, se levarmos em conta o seu histórico... – disse Cygnus tentando explicar a James como se falasse com uma criança.


- Seja mais claro, Malfoy! – disse o ruivo voltando a ficar irritado, no que Cygnus revirou os olhos e respirou profundamente de novo.


- Mais claro do que serei agora, é realmente impossível. – disse ele começando a irritar-se com a falta de raciocínio lógico do ruivo. – Annabeth está esperando a quase três anos que você percebesse o que sente por ela, James! – esclareceu o moreno irritado com a inercia do ruivo. – Pra ela e pra qualquer ser humano normal, já teria dado tempo de avaliar qualquer circunstância que impedisse o bom andamento do relacionamento de vocês... Então ela e todos nós, devo acrescentar, esperávamos que você já tivesse feito o maldito pedido! – o garoto estava verdadeiramente irritado.


- Sendo tão determinada quanto sabemos que ela é, por que ela já não me pediu? – perguntou o ruivo sem entender o raciocínio da loira.


- Tenho absoluta certeza de que se fosse outra a situação, ela já teria feito isso, mas ela precisa de uma confirmação sua, James. – disse ele se esforçando para explicar tudo ao ruivo sem sucumbir à vontade de agarrá-lo pelo pescoço. – Algo que prove a ela que você, de fato, mudou. Que esqueceu sua antiga vida. – disse ele ainda fazendo uso do seu autocontrole.


- Mas eu já garanti a ela que mudei! – disse o ruivo confuso, pois tinha convicção sobre sua posição e achava que Annabeth também a tinha.


- Ações valem mais que palavras, James! – disse o moreno a beira do descontrole.


- Muito bem, e o que você sugere que eu faça? – perguntou o ruivo cruzando os braços sobre o peito.


- Bem, pelo menos temos uma ação... – lamentou-se Cygnus controlando a irritação, como se não pudesse esperar muito mais do ruivo. – Pra começar, seria muito interessante se você esquecesse esse ciúme ridículo de Cody...


- Ok, vou tentar ser mais cordial com o Martin, prometo. – garantiu o ruivo sem se opor à ideia do moreno que encarou isso como um motivador para continuar.


- Ótimo, o próximo passo seria fazer algo especial para preparar um pedido perfeito. – disse o moreno acalmando-se um pouco mais para pensar em um pedido perfeito para Annabeth.


- Então o que estamos esperando? – perguntou o ruivo já se levantando.


- Vá com calma, Potter! – disse o moreno agarrando seu braço e puxando-o para baixo, fazendo-o cair. – Você sabe que ela aceitará, então porque não fazer desse momento um dos mais especiais pra Annie? – disse ele ignorando completamente a exclamação de dor do ruivo ao ser jogado no chão.


- Como assim? – disse ele com uma careta massageando as nádegas.


- Sinceramente, como você conseguiu chegar ao 5º ano? – perguntou o moreno parecendo de fato surpreso, mas prosseguiu depois do olhar nada delicado do ruivo. - Está bem, está bem... Acho que deveríamos promover algo especial para que você pudesse fazer o mais belo pedido possível! – disse ele sorrindo ao imaginar a reação da loira.


- E o que sugere? – perguntou o ruivo olhando para o moreno desconfiado.


- Já tenho uma ideia, mas vamos reunir os outros e pedir mais opiniões, por via das duvidas... – disse ele de maneira simples. – Bom, em todo o caso comece a pensar em um pedido de namoro perfeito pra Annie. – disse o moreno descrente que o ruivo fosse produzir alguma ideia útil.


- Sim Sr.! – disse o ruivo com ironia.


- Se não parar com as ironias paro de te ajudar! – garantiu o moreno sorrindo enquanto se levantava.


- Isso não é justo! Não tenho com o que lhe ameaçar! – disse o ruivo pedindo a ajuda do moreno para se levantar.


- A vida não é justa, caro, James, entenda isso de uma vez por todas... – disse o moreno ajudando o ruivo e sorrindo divertido. – Agora, vamos, eu ainda tenho que levar você até a sala da Professora Nipponic... – disse ele começando a andar.


- Ah, Cyg...? – perguntou o ruivo quando se aproximavam do saguão de entrada.


- Fala. – respondeu o moreno sem olhar pra trás.


- Por que você está me ajudando? – perguntou ele intrigado, mas sem parecer mal-agradecido. – Depois do que eu te fiz, achei que você ia querer que eu mantivesse a maior distância possível de Annie... – disse o ruivo em um tom triste.


- Eu ainda estou aprendendo a gostar de você... – respondeu o moreno virando-se para o ruivo. – E só estou te ajudando por que, quer você queira ou não, você é importante para as pessoas que são importantes pra mim... – disse ele sorrindo.


- Então... Sem mais brigas? – perguntou o ruivo meio inseguro.


- Com a condição de que você não seja mais tão idiota perto de Emy como costumava ser...


- Por mim tudo bem. – concordou o ruivo sem pestanejar.


- E, é claro se voltar a decepcionar Annabeth, eu mesmo decapito você. – disse o moreno com um sorriso maléfico.


- Pode ter certeza que isso eu não farei mais. – garantiu o ruivo com firmeza. – Então... Temos um acordo? – perguntou o ruivo oferecendo a mão para o moreno.


- Temos. – disse ele aceitando e apertando a mão do rapaz. – Agora vamos de uma vez, ainda tenho esperança de pegar algo da aula de Herbologia. – disse o garoto sorrindo de lado para o ruivo e caminhando em direção à sala de transfiguração.

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