Uma virada do destino





Uma Virada do Destino

Hinge of Fate

Autora - Ramos

Tradução - Clau Snape

Beta reader - Bastetazazis

Disclaimer: Estes personagens são de propriedade de J.K. Rowling. Nenhum lucro foi obtido pelo seu uso.


Cap. 9

Passando levemente um pano no seu pote de lustrador para cabos de vassoura, Harry Potter estabeleceu-se no velho sofá na sala comunal da Grifinória e apagou o enorme arranhão de um balaço errante, adquirido durante a partida da Corvinal contra Grifinória ontem. Como capitão da equipe, tinha que passar muito mais tempo de jogo perto dos outros jogadores para ficar de olho na ação e também procurar pelo pomo, e isso o colocava na linha de fogo de balaços dispersos. Sua Firebolt começava a mostras marcas de batalhas, mas ainda voava como um sonho, e ele tinha um cuidado obsessivo com ela.

Em uma das mesas perto da lareira, Rony Weasley fazia seu melhor para esconder um sorriso forçado enquanto esperava que Dino Thomas fizesse um movimento. Mesmo do outro lado da sala, Harry podia dizer que Dino estava com sérios problemas, posto que a pilha de peças brancas perto do cotovelo do Rony era uma denúncia implacável. Dino mastigava seu polegar por um longo e agonizante momento, até que finalmente moveu seu bispo. Deixou seu dedo nele por um momento, verificando mais uma vez seu movimento, então finalmente largou a peça, sua mão inscreveu uma cruz no ar sobre ela, como se enviando-a ao seu destino.

O movimento de Rony foi rápido e cruel; o bispo foi despachado rapidamente por um cavaleiro vermelho. O bispo vencido rolou fora do tabuleiro de xadrez e juntou-se aos seus companheiros, murmurando ameaças horrendas sobre excomungar o cavaleiro.

- Xeque-mate - Rony declarou. - Mas foi um bom jogo.

- Certo - Dino disse com um dar de ombros. - Acho que vou pegar o que resta da minha pouca dignidade e vou para a cama.

- É, está ficando tarde. Te vejo depois.

Harry observou Rony guardando as peças de xadrez, distraidamente desejando à Dino uma boa noite enquanto o menino subia as escadas. O arranhão em sua vassoura estava quase consertado, mas tinha um feitiço que ele queria tentar para fazer o lustrador endurecer.

- Rony - ele perguntou quietamente.

- Sim, Harry?

- Quando que você vai parar de ser um completo idiota com a Hermione?

As orelhas de Rony ficaram um bocado vermelhas e ele começou a beliscar o braço gasto da sua cadeira. - Não sei o que você quer dizer.

- Você sabe exatamente o que eu quero dizer. Toda vez que você está no mesmo lugar que ela, você age como se mal a conhecesse. Eu pensei que você dois iriam permanecer amigos.

- Qual é, Harry. Ela terminou comigo.

- Foi você mesmo quem me disse que foi mútuo.

- Bem, se você chama de mútuo ela jogar um frasco de poção em mim no meio de uma briga inflamada - Rony protestou.

- Você dois brigavam quase diariamente todo o tempo em que estavam juntos - Harry argumentou.

- E daí?

- Então, talvez não fosse para vocês ficarem juntos - Harry lhe disse. - Talvez Hermione não seja a menina certa para você. Ela não poderia se importar ainda menos com Quadribol e nenhum de nós compreende metade do que ela diz às vezes.

Rony deu um suspiro. Este não era um pensamento novo; Harry dissera isso mais de uma dúzia de vezes nos últimos quatro meses desde que os dois tinham terminado. Entretanto, pela primeira vez Rony estava realmente escutando.

- Talvez. Mas é difícil, Harry.

- Eu sei que é, amigo - Harry lhe disse simpaticamente. - Mas é difícil para a Hermione, também. E ela tem coisas consideravelmente difíceis agora de qualquer maneira. - Harry não tinha nenhuma intenção de revelar o segredo de Hermione, mas estava cansado de ver seus dois melhores amigos tão infelizes.

- Bem, ela é a monitora-chefe, e tem boas notas, o que ela tem para estar infeliz... - Rony parou de falar quando o buraco do retrato abriu e admitiu um punhado de alunos que entravam um pouquinho antes do toque de recolher. Um deles era sua irmã, que estatelou-se ao lado de Harry. - Honestamente, Gina! Com metade do sofá livre você não tem que sentar-se tão perto do Harry.

Gina mostrou a língua para seu irmão, e rapidamente sentou-se ainda mais perto do namorado - Você está apenas com ciúmes.

- Não, eu estou revoltado. Pelo menos você não o beija a cada momento que... URGH! - ele protestou enquanto Gina já o fazia. - Harry! Você se importa de não ficar de amasso com a minha irmã na minha frente?

- Então vire-se de costas - Harry lhe disse, puxando uma Gina risonha para ele e repetindo o beijo.

Quando Harry a soltou, ela se deslocou e tirou o pote de cera de vassoura de baixo da sua perna. - Eu vejo que você andou lustrando sua vassoura enquanto eu estive fora - ela comentou escandalosamente.

Harry apenas sorriu para ela, enquanto Rony fazia ruídos nauseantes.

- Então, o que os dois fizeram? - perguntou, puxando o braço de Harry em torno da cintura.

- Nada - Rony murmurou, enquanto Harry o olhou atentamente.

- Eu dizia pro idiota do seu irmão para dar uma força para a Hermione. Ela está passando por maus bocados no momento.

- Oh, eu sei. Malfoy tem sido um idiota completo.

- O que o Malfoy tem a ver com a Hermione? - Rony exigiu.

- Não é disso que você está falando? Gina perguntou, confusa.

- Não, não é - Harry disse. - O que você quer dizer?

- Bem, se você dois não notaram, Draco Malfoy vem matando tempo nesta parte do castelo por dias a fio. Eu só percebi isso há aproximadamente uma semana, mais ou menos. Hermione e eu estávamos voltando para a Grifinória e ela parou e se virou de repente, e eu vi Draco parado no salão oposto às escadas. Hermione falou alguma bobagem sobre ter se esquecido de alguma coisa, mas ele esteve lá todos os dias. Realmente pavoroso, se você me perguntar.

- Ele está morto - Rony jurou, esmagando seu punho na outra mão.

- Espere um minuto - Harry disse-lhe. - Se ele não fez nada a ela, você estará encrencado.

- Eu não me importo se ele fez ou não fez - Rony retorquiu. - Se ele encostar um dedo nela, eu vou socá-lo com os meus.

- Rony, pare com isso! - Gina rebateu. - Você não é o namorado dela, então pare de agir como um troglodita.

- Gina está certa, Rony. Além disso, nós não sabemos o que o Malfoy quer.

- Com certeza não é nada bom - Rony resmungou.

- Talvez. Malfoy não é flor que se cheire, mas às vezes eu me pergunto sobre ele. Eu tenho observado-o às vezes, quando ele nem imagina que alguém esteja olhando.

- Sério? - Gina murmurou, incrédula, fazendo com que ele corasse furiosamente.

- Não desse jeito! - ele protestou, rindo. - O que eu quero dizer é que, às vezes, eu realmente sinto pena dele. Ele não tem nenhum amigo de verdade, não realmente. Tem aqueles dois grandes montes de carne andando com ele todo o tempo, e ele dá em cima de qualquer menina que lhe dispense algum tempo, mas é só isso.

- E o pai é um prêmio e tanto - Gina adicionou. - Na última partida contra a Sonserina, eu deixei meu cachecol nas arquibancadas, e quando eu voltei para pegá-lo, Malfoy estava sendo espremido pelo pai por perder o jogo.

- É, bem, eu imagino que o Harry espremeria todos nós se tivéssemos perdido no lugar deles - Rony comentou.

- Ele poderia ter gritado, mas eu não acredito que o espancaria, nem socaria.

- Malfoy fez isso com seu próprio filho? - Rony perguntou.

- Com seu punho - Gina confirmou.

- Encantador - Harry disse sarcasticamente. - Meu tio Vernon é uma pessoa horrível, mas pelo menos ele nunca me bateu.

- Qual é Harry! Primeiro você me diz que o Snape não é tão mau como nós sempre pensamos, e agora você vai me fazer sentir pena do Malfoy?! O que vem a seguir? Você-Sabe-Quem precisa de um abraço?

- Calado, Rony - sua irmã lhe disse. - Eu acho que o Draco pode estar a fim da Hermione.

- Você está brincando! - Rony exclamou. - Por favor, diga-me que você está brincando!

- Não realmente - Gina explicou. - No primeiro dia na plataforma em King’s Cross, ele foi direto até ela e falou com ela. Normalmente ele a ignora, a menos que você dois estejam ao redor para irritá-los também.

- E se gostasse dela, nunca admitiria. Agiria apenas como um tolo completo, que é exatamente o que ele está fazendo agora. - Harry levantou seus óculos decisivamente. - Quaisquer que sejam as suas razões, eu acho que nós precisamos ficar atentos pela Hermione e deixá-la ciente que todos nós ainda somos seus amigos. Concordam? - Deu a Rony um olhar austero.

Rony tombou em sua cadeira. - Está certo, Harry. Você me pegou. Eu ainda a amo, você sabe.

- Eu sei, amigo. Eu também. Mas eu nunca estive apaixonado por ela, e nem você. Você apenas não se deu conta disso ainda.

Rony deu a Harry um olhar ácido, mas não discutiu.


*****

Uma pilha de chocolate medicinal em forma de pequenos corações confrontou Hermione enquanto ela ainda trabalhava arduamente em outro armário de Madame Pomfrey. O dia dos namorados fora há duas semanas e em um frenesi entusiasmado pela época, a medibruxa tinha transfigurado seus suprimentos em motivos românticos. Infelizmente, o chocolate não resistia bem a múltiplas transfigurações, e agora a enfermaria estava entulhada com os corações restantes que apareciam no caminho cada vez que se procurava por algo.

- Perdeu alguma coisa, Srta. Granger?

Hermione saltou, evitando cair por pouco, e deixou um uivo sair: - Você gosta disto, não?

- Talvez - Snape assentiu olhando notavelmente parecido com Bichento em seu olhar mais impenetrável. - O que você está procurando?

- Eu imaginei que Madame Pomfrey tivesse alguns catálogos de roupa. - Desistindo, ela se endireitou e fechou o armário.

- Por quê? - ele falou lentamente.

Hermione desejou realmente que ele não tivesse perguntado. Podia culpar sua reação nos seus hormônios, mas a conexão elementar que sentia com Severo Snape tocando-a com sua voz fez seus nervos saltarem de uma forma que não era, de maneira alguma, desagradável.

- Bem, eu preciso de algumas roupas novas, e dificilmente eu vou poder aparecer no Beco Diagonal para fazer compras, posso? E a última coisa que eu quero fazer é entrar em Hogsmeade e comprar roupas grandes. O único folheto que eu encontrei tinha somente algumas páginas, e não tinha nada que eu pudesse usar.

- Você está precisando de um catálogo para roupa “grandes”? perguntou.

- Sim. Você vê, no mundo vastamente inferior dos trouxas, as companhias que vendem roupas, inventam produtos e toda a variedade restante das necessidades e colocam-nas em um catálogo. Você envia uma lista do que você quer e o dinheiro, e eles lhe mandam o que você pediu. - Seu sarcasmo adocicado não passou desapercebido, e ele levantou uma sobrancelha zombadora como resposta.

- Assumindo que o pedido venha no tamanho e cor corretos, e todo o processo não seja sabotado por um sistema postal que tenha um ataque de mau humor - ele adicionou diretamente.

- Esse é o lixeiro, não o carteiro.

- De qualquer maneira, isso não é uma novidade no mundo bruxo, Srta. Granger.

- Bom. Então eu posso conseguir algumas roupas antes que as que eu tenho tornem-se completamente inúteis.

- Você precisa de mais roupas, não é, Hermione? - Madame Pomfrey questionou quando saiu de seu escritório. - Eu estou surpresa que você tenha ido tão longe, minha cara. Você está quase na metade do caminho agora.

- Sim, admitiu Hermione. - Minhas blusas estão ficando demasiado apertadas e nenhumas das minhas saias do uniforme se fecham corretamente. Tudo está sendo amarrado com laços

Como um homem preso no meio de mulheres que discutiam sobre roupas, notavelmente Snape mostrou pouco desconforto sobre o assunto, mas franziu a testa para ela. - Que papel poderia ter um laço para manter sua roupa intacta?

- Você faz um laço em torno da casa de botão e põe o laço sobre o botão - Madame Pomfrey respondeu vivamente, como se a resposta fosse óbvia. - Dá alguns centímetros extras. Eu recordo do meu primeiro. Ele é mais velho que você agora, Severo, mas eu recordo que chorei quando eu tive que comprar vestes maiores. Meu marido disse-me que eu era tola, e eu nunca o perdoei por isto. - Pomfrey suspirou com a memória antes de dar a Hermione um olhar carrancudo. - Eu aposto que você também está precisando de novas roupas íntimas, se não estiver enganada. Eu nunca me preocupei com o aumento dos meus seios, mas estavam sempre desconfortáveis até eu trocar por um tamanho maior.

- Você começará a andar feito uma pata logo, logo - adicionou Madame Pomfrey proveitosamente.

- Eu vou o que? - Hermione não estava certa do que era mais apavorante; a discussão aberta sobre suas roupas de baixo com Severo Snape presente, ou os comentários sobre os seios de Pomfrey. Entretanto, ela realmente precisava de roupas novas urgentemente, mas aquilo não era algo que queria admitir.

- Você é a melhor da classe em transfigurações, Srta. Granger. Certamente você domina o encanto básico de alargamento.

Hermione estreitou os olhos para Snape, mesmo que não estivesse ofendida por seu comentário. Um brilho sardônico refletiu-se por trás de seu olhar escuro, e ela estava satisfeita que ele estava confortável o suficiente para implicar com ela. - Eu pensei nisto, mas os últimos encantos são apenas momentâneos e tenderam a desaparecer exatamente na hora errada. - Ele abriu a boca, e ela o interrompeu. - E eu não vou entregar todos os meus soutiens para que outra pessoa os encante, tampouco.

- Talvez uma ida ao Beco Diagonal resolvesse a situação.

Hermione sentiu suas bochechas corarem, mas recusou-se a se render. - Eu tenho apenas cerca de dez galeões para gastar, professor. Eu não tenho recursos para sair em uma farra de compras. Eu preciso apenas de algumas roupas casuais, e alguns uniformes modificados para a escola.

- Eu pagarei por qualquer coisa que você possa precisar, Srta. Granger - Snape ofereceu em uma voz repressiva. Quando ela tentou protestar, ele insistiu. - Eu tenho mais dinheiro do que preciso ou possivelmente poderia gastar em uma única tarde. Você não conseguiria me levar à falência nem com um ano de tais excursões.

- Você nunca me viu fazendo compras, Prof. Snape. Eu asseguro-o que poderia. - Um sorriso ligeiro cruzou sua face, e ela estava ridiculamente contente por ver isto.

- Por favor - ele adicionou com a voz baixa. - Permita que eu faça isso por você.

- Está certo - ela disse suavemente. - Seria muito cedo neste final de semana?

Madame Pomfrey respondeu à pergunta, embora sua expressão mostrasse que estava menos entusiasmada com a idéia. - Na verdade, Srta. Granger, seria prudente planejar essa expedição para uma manhã de um dia de semana. Nenhum aluno estará vagueando pelos salões para ver Severo e você deixando Hogwarts, e haverá menos pessoas no Beco Diagonal para contar histórias àqueles que não devem saber sobre sua recuperação.

- Eu concordo - Snape adicionou. - Você ficará devastada se faltar à aula de Poções amanhã de manhã?

Hermione levantou uma sobrancelha, surpresa. Dois de seus comentários engraçados em poucos minutos, e o último completamente quase uma piada.

- Eu estou certa que tolerarei o desapontamento, professor - disse robustamente. O canto de sua boca contraído.

Na manhã seguinte Hermione tomou seu café da manhã obedientemente e se queixou aos seus companheiros grifinórios sobre sentir-se mal até que alguém sugeriu que ela fosse até à enfermaria, conselho que ela seguiu imediatamente. Madame Pomfrey emitira então uma nota ao Prof. Cluny, indicando que Hermione não estava bem e que não assistiria a aula daquela manhã. Ela deixou Hermione fazer seu caminho à desabitada galeria de retratos para esperar Snape aparecer assim que as aulas tivessem começado.

No final do corredor fora da ala hospitalar, um pequeno lance de escadas conduzia desigualmente acima e no sentido oposto da enfermaria, abrindo-se eventualmente para uma longa galeria num canto do castelo. Snape não exagerara; os retratos no salão mostravam faces carrancudas de bruxas e bruxos de idades indeterminadas que olhavam como se tivessem mordido alguns feijõezinhos de todos os sabores do Bertie Botts particularmente ruins.

Tiritando ligeiramente, Hermione envolveu seu casaco firmemente em torno dela e vagueou pelo comprimento da sala. Tinha rejeitado as pesadas vestes acadêmicas com o emblema distintivo da Grifinória que deixaria imediatamente cada pessoa no Beco Diagonal saber que estava faltando à escola. Em vez disso, vestiu um jogo de vestes de um azul indefinido que comprara para usar em ocasiões em que seu uniforme da escola fosse inapropriado. Estavam mais apertadas que no ano passado, ainda assim eram mais confortáveis que seu uniforme da escola aumentado, uma vez que não tinha nenhum cinto para apertar sua inegável dilatação. Estava apenas alguns centímetros maior, mas era inegavelmente uma barriga grávida.

Os elfos-domésticos obviamente negligenciavam o lugar há um bom tempo; estava mofado e velho, e só um pouquinho mais quente que o inverno de final de fevereiro lá fora. As teias de aranhas drapejavam os quadros e os candelabros frios de ferro foram endurecidos com os gotejamentos antigos da cera. Os únicos sinais de mudança eram as pegadas de botas pesadas de homem na poeira. Com frio e um bocado nervosa, ela começou a seguir a trilha no trajeto arrastado através da poeira grossa no assoalho enquanto esperava Snape aparecer.

- O que foi que a deixou tão magoada tão cedo esta manhã, Srta. Granger? - veio uma voz detrás dela. Quando se virou, Snape estava na entrada da escadaria, um casaco cinzento pesado sobre um braço.

-Você acreditaria que eu estou me sentindo culpada porque não estou me sentindo culpada?

- Como?

Hermione não podia fazer nada a não ser rir. - Eu acho que eu me acostumando com subterfúgios, professor. Antes disto, eu estaria tendo uma crise só de pensar em matar aula para fazer compras.

- Eu pensava que o Sr. Weasley e o Sr. Potter haviam a subjugado há muito tempo, Srta.Granger. Certamente eles a arrastaram em fugas mais exóticas antes disto. Eu acho que me recordo de um episódio a respeito da Torre de Astronomia e um bebê dragão, se eu não estou enganado?

Ela sorriu, mas manteve seus lábios selados firmemente de encontro a confirmar ou a negar a zombaria, e ele curvou-se zombeteiramente com o silêncio dela.

- Ah, bem. Talvez eu tenha me confundido - ele meditou. - Evidente que você era a voz da razão, e fez o seu melhor para impedir que aqueles dois quebrassem cada regra conhecida deste estabelecimento.

- Naturalmente, professor - ela concordou suavemente, e foi a vez dele sorrir.

- Podemos ir, Srta. Granger?

Ele ofereceu seu braço, e após um momento de hesitação, ela o aceitou. Pareceu que ele pensou melhor sobre sua ação, mas como ela não recusou, ele relaxou lentamente e a conduziu escada abaixo, através de um corredor secundário, e para fora, por uma porta pouco usada, que ela jamais vira antes. Abria-se para uma travessa estreita entre o castelo e as altas paredes de pedra que cercavam Hogwarts próximas a este lado. As árvores pendentes estavam peladas, e as folhas fugiam sob seus pés enquanto andavam. Aqui e ali, sinais dos últimos flocos de neve estavam comprimidos contra o muro. Pouco tempo depois, eles contornaram o canto para ver o gramado largo e aberto à frente deles, com os portões principais apenas adiante.

Uma vez fora dos portões, Snape conduziu-a apenas alguns metros adiante, e então se virou para ela:

- Dê-me suas mãos - Snape pediu, estendendo às dele. - Vou nos aparatar até o bar do Caldeirão Furado.

- Eu achei que nós usaríamos uma chave de portal - Hermione disse, confusa e um pouco alarmada.

- Acontece que eu sou muito bom em aparatar, Srta.Granger. Você pode confiar em mim. - Sua expressão se fechou, e Hermione não teve nenhum problema para imaginar quais os usos que ele pôs sua habilidade em aparatar enquanto estava a serviço de Voldemort.
- Eu confio em você - ela disse simplesmente, e pôs seus dedos frios nos dele.

Seus olhos escuros fixaram-na por um longo momento, então apertou suas mãos nas dela e proferiu o curto encanto que os fez aparatar no Beco Diagonal.

*****

Na parte mais alta de Hogwarts, Papoula Pomfrey aceitou uma xícara de chá de Dumbledore e estalava irritadamente a língua enquanto prestava atenção às duas pequenas figuras que saíam pelo portão principal.

- Eu realmente não sei que o que você pensa que está fazendo, Alvo. Severo está recuperado fisicamente, mas não está pronto para enfrentar nenhum problema sério. O que você está pensando, deixando-o acompanhar a Srta.Granger desta maneira? Eu poderia ter ido com ela também. É apenas um plano cruel, deixá-los passar um tempo juntos.

- Eles passam tempo juntos no seu laboratório, Papoula - Dumbledore respondeu suavemente. - Certamente isto não pode ser pior.

Papoula olhou-o com suspeita: - O que você está armando, Alvo?

- Nada, eu lhe asseguro. Simplesmente deixando a natureza tomar seu curso.

- A natureza já tomou seu curso, e a Srta. Granger foi quem saiu perdendo. Como ela vai sustentar essa criança por sua conta? Sua família poderá ajudá-la, mas grave minhas palavras, a menos que Severo tenha alguma responsabilidade pelas suas ações, ela terá uma estrada dura pela frente.

- Severo Snape está tomando mais responsabilidades pelas suas ações que qualquer bruxo que eu já tenha conhecido, Papoula - Dumbledore comentou calmamente. - E pagou um preço alto por isso. Minha esperança mais profunda é que toda esta situação possa diminuir sua carga, não aumentá-la.

Papoula Pomfrey deu um pequeno pigarro delicado, mas não respondeu.

- Quem o arrancou pra fora da depressão Papoula? Nada que você ou eu fizemos teve alguma diferença. Algumas palavras ásperas da Srta. Granger e ele recuperou a vontade de viver, nem que fosse para mais uma vez tirar pontos da Casa dela.

- Não seja melodramático, Alvo. Severo respondeu a poção, não a quem a preparou.

O diretor mal deu um gole em seu chá quando Papoula repetiu suas próprias palavras de volta para ele.

- Estou certo de que você sabe o melhor - ele disse simplesmente, e ofereceu-lhe um outro biscoito.

N/T – Novamente outro capítulo fofo. Severo se mostrando também generoso, ai tão fofo. Mais uma vez agradecendo à minha beta Bastet e à Fer por tanta paciência comigo. Beijos e no próximo capítulo mais emoções.

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Comentários (1)

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